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DIREITO ELEITORAL RESUMO

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DIREITO ELEITORAL
Conjunto de normas e princípios que regulamentam o processo de escolha dos representantes políticos, as organizações políticas partidárias e o exercício da soberania popular.
PRESSUPOSTOS CONSTITUCIONAIS
José Jairo Gomes
Democracia / Democracia partidária / Estado Democrático de Direito, atuação do povo de modo livre. Característico do paradigma do Estado democrático de Direito.
Soberania popular, o povo, titular do poder político, exerce seu poder direta ou indiretamente por seus representantes eleitos. É exercida pelo sufrágio universal, através de voto secreto e direto.
P. Republicano, por força deste, de tempos em tempos, devem os mandatos serem renovados com a realização de novas eleições para que haja a alternância de poder.
P. Federativo, a organização da Justiça Eleitoral oferece exemplo de federalismo cooperativo. A Justiça Eleitoral tem natureza federal: mantida pela União, seus servidores são federais. Todavia, na primeira e segunda instância, os Estados proporcionam grande contribuição para seu funcionamento. Poder público distribuído em três esferas (entes da federação): Município, Estado e DF, União.
Sufrágio universal, direito público subjetivo, que tem o cidadão de eleger, ser eleito, e de, participar da organização e da atividade do poder estatal. Veículo da exercício da soberania popular.
P. Moralidade / Probidade, Princípios da moral filtrados pelo Direito: o mandato deve ser sempre conquistado e exercido dentro dos padrões éticos e aceitos pela sociedade. Improbidade: Lei das Improbidades administrativas.
Eneida Desiree Salgado
	
Autenticidade Eleitoral
Liberdade para o exercício do mandato
Necessária participação das minorias
Máxima igualdade na disputa
Legalidade específica em matéria eleitoral
DIREITOS POLÍTICOS
	Conjunto de normas que disciplinam a participação de um indivíduo na vida política e na estrutura de seu país. São normas que regulam o exercício da soberania popular.
Positivos: capacidade eleitoral ativa (direito de votar), capacidade eleitoral passiva (direito de ser votado), direito de participação em plebiscito e referendo, iniciativa popular em projeto de lei.
Negativos: causas de suspensão, perda dos direitos políticos, condições de inelegibilidade.
Soberania popular – Voto e sufrágio
	A soberania popular é exercida através do direito de participação, o sufrágio - universal e veiculado pelo voto direto, igual e secreto – mediante:
Plebiscito: forma de participação popular nas decisões políticas de seu país, na qual se consulta previamente os eleitores quanto à aprovação ou não de medida a ser adotada pelo poder público.
Referendo: forma de participação popular nas decisões políticas de seu país, na qual se consulta posteriormente os eleitores quanto à adoção de determinada medida pelo Estado, com objetivo de obter a ratificação ou rejeição da medida.
Iniciativa Popular: art. 61 §2º CF- A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
Perda ou suspensão 
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
incapacidade civil absoluta;
condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
Alistamento Eleitoral
	Procedimento administrativo pelo qual se reconhece a condição de eleitor de um indivíduo, integrando-o a um corpo de eleitores e conferindo a ele o atributo da cidadania. A alistabilidade , ou seja, aquisição do direito de votar, corresponde a capacidade eleitoral ativa.
	O alistamento é obrigatório aos maiores de 18 anos. É facultativo para os analfabetos, maiores de 70 anos, e os maiores de 16 e menores de 18 anos. São inalistáveis os estrangeiros e os eleitores durante o período do serviço militar obrigatório (conscritos).
Elegibilidade
	Capacidade eleitoral passiva do eleitor, ou seja, corresponde ao direito do cidadão concorrer a cargos políticos dependentes de eleição popular, desde que preenchidos os seguintes requisitos:
Nacionalidade brasileira, não havendo distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nas hipóteses do artigo 12 § 3º.
Pleno exercício dos direitos políticos, o cidadão que quiser pleitear, não poderá se encontrar em situação de em suspensão ou perda de direitos políticos.
Alistamento eleitoral,
Domicílio eleitoral na circunscrição,
Filiação partidária, no mínimo um ano antes do pleito, no caso de civis. Não se aceita candidatura independente ou avulsa no Brasil.
Idade mínima, presidente e vice mín. 35 anos, governador e vice mín. 30 anos, dep. Federal, estadual, distrital, prefeito, vice, juiz de paz, mín. 21 anos, vereador mín. 18 anos.
Elegibilidade do militar: O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: 
se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
Incompatibilidade e desincompatibilização
	Denomina-se incompatibilidade o impedimento decorrente do exercício de cargo, emprego ou função públicos. Esse impedimento é causa de inelegibilidade, fundando-se no conflito existente entre a situação de quem ocupa um lugar na organização político-estatal e a disputa eleitoral.
	Só pode ser superada com a desincompatibilização, ou seja, desvinculação ou afastamento do cargo, emprego ou função públicos.
(vide Quadro de Desincompatibilização – Arquivo: Direitos Políticos, Edilene Lobo)
Desincompatibilização e Reeleição
	Uma vez que é possível a reeleição dos chefes do Executivo, para que estes se candidatem ao pleito, é preciso que, sejam desimcompatibilizados no mínimo até 6 meses antes das eleições.
Inelegibilidade
Constituem restrições ou impedimentos ao cidadão ao exercício de seu direito de ser votado, portanto de exercer mandato representativo.
Inelegibilidades constitucionais:
São inelegíveis, segundo a Constituição:
Inalistáveis (estrangeiros e conscritos);
Analfabetos;
Parentesco: Cônjuge (inclusive de união homoafetiva), parentes consanguíneos ou afins ( do cônjuge) até 2º grau ou por adoção, do Presidente, Governador de Estado ou DF, de Prefeito, ou de quem os haja substituído dentro de 6 meses antes do pleito.
Inelegibilidades legais relativas (Art. 1º, II, LC 64/90)
Inelegibiliidades acrescidas à Lc 64/90 pela LC 123/2010 (Lei da Ficha Limpa)
Atualização gerou diversas críticas, inclusive sendo chamada de regressão.
Alargamento dos prazos de inelegibilidade (foram uniformizados e ampliados); 
Aumento no rol de crimes que geram inelegibilidades. (Crítica = cassação dos direitos políticos);
Criação de novas hipóteses de inelegibilidade;
Antecipação dos efeitos da condenação não transitada. (Crítica = Inconstitucionalidade, ferindo art. 15, III CRFB)
Retroatividade (Crítica = inconstitucional)
Partidos Políticos (?) Incompleto
	Associação voluntária de pessoas com determinada ideologia e programa, com a intenção de conquistar total ou parcialmente o poder, possivelmente mediante meios constitucionais, e satisfazer os interesses de seus membros.
Natureza de pessoa jurídica de Direito Privado, com finalidade pública.
Dupla personalidade: civil e eleitoral;
Infidelidade partidária
Registro de Candidatura
Convenções partidárias
	Reunião ou assembléia formada pelos filiados a um partido político, cuja finalidade é eleger os que concorrerão ao pleito. Tem sua natureza jurídica na Lei 9.504/97.
Interna corporis (?)
	É no estatuto do partido que se devem buscar as regras concernentes aos requisitos e
às formalidades para a escolha dos candidatos, realização de convenções, prazos, forma de convocação, composição de diretórios e comissões executivas, etc. Ai, manifesta-se a autonomia partidária. 217
Sistemas Eleitorais
	Complexo de procedimentos empregados na realização das eleições, ensejando a participação do povo no poder estatal. Existem três tipos de sistemas eleitorais: majoritário, proporcional e misto. No Brasil, foram consagrados os sistemas majoritário e proporcional, mas sempre se propugnou a adoção do misto.
Sistema Majoritário
	O candidato que receber a maioria – absoluta ou relativa – dos votos válidos é considerado vencedor do pleito. Maioria absoluta é a metade dos votos dos integrantes do corpo eleitoral, mais um voto (50% + 1). Maioria relativa (ou simples) não leva em conta a totalidade dos votantes, considerando-se eleito o candidato que alcançar o maior número de votos em relação aos seus concorrentes.
	No Brasil, este sistema foi adotado nas eleições para a chefia do Poder Executivo e Senador.
- Sistema M. Simples ou de Turno Único: considera-se eleito o candidato que conquistar o maior número de votos entre os participantes do pleito (maioria absoluta ou relativa). Ocorre nas eleições para Senador e para Prefeito de municípios com menos de 200.000 eleitores.
- Sistema M. de Dois Turnos: o candidato só é considerado eleito no primeiro turno se obtiver a maioria absoluta dos votos válidos. Caso contrário, faz-se nova eleição, devendo esta ser realizada no último domingo de outubro, concorrendo portanto, os dois candidatos mais votados. Considera-se então, eleito o que obtiver a maioria dos votos válidos. Assim acontece nas eleições para os cargos de Presidente da República, Governador, Prefeito e seus respectivos vices em municípios com mais de 200.000 eleitores. 
Sistema Proporcional
	Foi concebido para refletir os diversos pensamentos e tendências existentes no meio social. O voto, nesse sistema, tem caráter dúplice ou binário, de modo que votar no candidato significa igualmente votar no partido (= voto de legenda); também é possível votar tão só na agremiação. Então, o sistema não considera somente o número de votos atribuídos ao candidato, mas sobretudo os endereçados à agremiação.
	O sistema proporcional é adotado nas eleições para Casas Legislativas, a saber: Câmara de Deputados, Assembléias Legislativas e Câmara dos Vereadores.
	A distribuição de cadeiras entre as legendas é feita em função da votação que obtiveram. O número de vagas conquistadas liga-se diretamente ao número de votos obtidos nas urnas. Assim, para que um candidato seja eleito, é preciso que seu partido seja contemplado com um número mínimo de votos (o chamado quociente eleitoral).
Art. 106 CE. “Determina-se o quociente eleitoral dividindo-se o número de votos válidos apurados pelo de lugares a preencher em cada circunscrição eleitoral, desprezada a fração se igual ou inferior a meio, equivalente a um, se superior.”
	Caso, o quociente eleitoral não for alcançado, o partido não contará com representante na Casa Legislativa. Essa cláusula – limitadora da distribuição de vagas – é denominada cláusula de barreira.
	Apurado o quociente eleitoral, torna-se necessário calcular o quociente partidário.
Art. 107 CE. “Determina-se para cada Partido ou coligação o quociente partidário,dividindo-se pelo quociente eleitoral o número de votos válidos dados sob a mesma legenda ou coligação de legendas, desprezada a fração.”
Sistema Misto
	É formado pela combinação de elementos do majoritário e do proporcional e tem em vista as eleições para o parlamento. A circunscrição eleitoral (Município, Estado ou União) é dividida em distritos Para tanto, divide-se o número de votantes pelo de vagas a preencher na respectiva Casa Legislativa. Cada partido pode apresentar um só candidato por distrito. No dia do pleito, aos eleitores são apresentadas duas listas de votação: uma majoritária (restrita ao distrito) outra proporcional (abrangente de toda a circunscrição).Na primeira, vota-se em um dos candidatos indicados pelo partido aquele distrito. Considera-se vitorioso quem obtiver o maior número de votos no distrito.
	Na segunda lista, o eleitor vota em um partido – voto de legenda -, não em candidatos. A apuração do eleito leva em conta a votação em toda circunscrição (todos os distritos), sendo feita com base em critérios proporcionais. Há três procedimentos para a escolha do eleito: lista fechada (o partido é soberano para definir quem ocupará a vaga por ele conquistada); flexível (o partido define, no entanto os eleitores podem interferir na posição em que os candidatos se encontram na lista); e ainda a lista aberta, (cabe aos próprios eleitores formar a ordem nominal a ser observada.
	A composição do parlamento perfaz-se pela soma dos eleitos nas duas listas de votação (distrital e partidária).
Propaganda eleitoral 
	A propaganda por si só, tem a finalidade de veicular uma idéia. A propaganda eleitoral consiste na propaganda elaborada por partidos políticos e candidatos com finalidade de captar votos do eleitorado para a investidura em cargo público-eletivo.
	Além disso, a propaganda eleitoral consiste em um direito do cidadão, o direito à informação. É regulamentada pela Lei 9.504. Existem três tipos de propaganda eleitoral: lícita, irregular (passível de correção para que se torne lícita) e ainda a ilícita.
Atos Preparatórios
Votação
Apuração
Diplomação
Processo Jurisdicional Eleitoral
	Antes de se tratar propriamente do processo jurisdicional eleitoral, é preciso a delimitação do termo processo. Para a corrente doutrinária tradicionalista, processo consiste em um instrumento, método para a solução de um conflito. Como diz José Jairo Gomes, a instrumentalidade do processo incorpora um princípio de Direito Eleitoral. Já a corrente alternativa, (posicionamento a favor, da professora), caracteriza o processo como garantia do direito subjetivo.
	Somente quatro entidades têm legitimidade para agir no Processo Jurisdicional Eleitoral, sendo elas: os candidatos ao pleito, o Ministério Público, coligação e os partidos não coligados. Há uma crítica existente, pois o cidadão é excluído, e não tem poder para agir.
	Princípios: Ampla defesa, devido processo legal e contraditório.
	O Processo Jurisdicional Eleitoral é regulado pela CRFB, Leis 9.504 e 64/90, e ainda a Resolução do TSE 23.367.
Sistema de Ações Eleitorais
	Segundo uma recente tese (Professora Edilene Lobo), o elenco de ações cabíveis no Processo Jurisdicional Eleitoral, pode ser classificado de duas maneiras, conforme o tempo gasto na execução da ação.
Procedimento Sumário – as etapas tradicionais – apesar de presentes - são condensadas, para que a ação seja executada em menor tempo. (HORAS)
RP – Representação: Apura o direito de resposta, pesquisa eleitoral, propaganda político-eleitoral. É regulada pela Lei 9.504. Sua decadência, de modo geral, é contada em horas.
RCL – Reclamação: Apura a prevaricação, atos do juiz sem a exação. Também é reguladamentada pela Lei 9.504, e sua decadência, também, via de regra, é marcada em horas.
Procedimento Ordinário – as etapas são expandidas, de modo que a ação proceda no tempo normal. (DIAS)
AIRC – Ação de Impugnação de Registro de Candidatura: Apura as condições de elegibilidade e as possíveis causas de inelegibilidade. É regulamentada pela Lei 64/90. Seu prazo decadencial é de 5 dias após a expedição do edital do partido, em que disponibiliza os nomes dos candidatos ao pleito.
AIME – Ação de Impugnação de Mandato Eletivo: Trata da impugnação de mandato eletivo em casos de abuso de poder econômico, social, político, e ainda de abuso de veículo de comunicação. Sua decadência consiste em até 15 dias após a diplomação.
AIJE – Ação de Investigação Judicial Eleitoral: Apura corrupção eleitoral, abuso de poder econômico. É regulamentada pelas Leis 64/90 e 9.504. Sua decadência é variável.
RCED – Recurso contra Expedição de Diploma: Tem a finalidade de desconstituir o diploma, nos
casos previstos no artigo 262 do Código Eleitoral. O prazo decadencial é de 3 dias depois da expedição do diploma.
Processo Penal Eleitoral
	Somente o Ministério Público tem legitimidade para agir nesse processo. Não há, portanto, a Ação Privada subsidiária da Ação Pública Penal, que acontece em alguns casos do Código Penal.
Os chamados Crimes Eleitorais, estão tipificados nos artigos 289 a 354 do Código Eleitoral.

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