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Resumo (Direito Constitucional I)

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DIREITO CONSTITUCIONAL – PROVA
Teoria da Constituição 
O Direito Constitucional é a base para a compreensão de todas as disciplinas do Direito; sem ele, o ordenamento jurídico não encontraria respaldo para sua sistematização democrática. 
Na atualidade, a busca constante da defesa do texto constitucional no dia a dia faz com que, cada vez mais, as prescrições positivadas no texto da constituição sejam efetivadas. O povo clama pelo cumprimento real dos paradigmas do Estado Democrático de Direito. 
Conceito, Objeto e Conteúdo
O Direito Constitucional é o ramo do Direito Público, didaticamente autônomo que estuda a organização e o funcionamento do Estado e a defesa dos direitos e garantias fundamentais, pois se ocupa da lei fundamental e principal, a Constituição. 
O objeto do Direito Constitucional é a constituição pública do Estado, no sentido amplo de estabelecer sua estrutura, a organização de suas instituições e órgãos, o modo de aquisição e limitação do poder, através, inclusive, da previsão de diversos direitos e garantias fundamentais. 
"Só se pode fazer aquilo que está autorizado no texto da lei." 
Essa fala, por exemplo, prevê a proteção dos direitos fundamentais do homem e o Estado não tem liberdade de desobedecer ou violar esses direitos, uma vez que o Estado deve obedecer a norma constitucional de forma obrigatória. 
O Objeto de estudo do Direito Constitucional é a Constituição e as normas constitucionais diante da sistemática do ordenamento jurídico dos Estados e de discussões sobre os valores estatais, a eficácia das normas constitucionais, técnicas e interpretação do texto constitucional (hermenêutica constitucional), costumes e defesa de direitos fundamentais. 
A Constituição promove um encontro entre a política e o Direito, uma vez que ela organiza politicamente a sociedade. O seu papel é estabelecer a organização do Estado, definir os direitos fundamentais e estabelecer metas e programas para o futuro do Estado. 
O Direito dá legitimidade à atividade política e a política confere a coercibilidade ao Direito. A noção de que a Constituição é a lei suprema do Estado, estabelece que todas as leis e atos normativos devem se fundar na constituição. 
Hans Kelsen afirma que a constituição é a lei mais importante de todo o ordenamento jurídico. Ele conclui que o ordenamento jurídico é um sistema hierárquico de normas, no qual a norma principal é a Constituição Federal (no topo da pirâmide), é ela que valida a existência de todo o ordenamento jurídico brasileiro.
A constituição é, portanto, o pressuposto de validade de todas as leis e atos normativos, ou seja, para que uma lei seja válida, ela precisa estar de acordo com a constituição.
Classificação das Constituições
A constituição é chamada de "promulgada", "democrática" ou "popular" quando é elaborada com a participação do povo que irá ordenar, por meio da democracia direta ou da democracia representativa (eleição direta de uma Assembleia Nacional Constituinte). Exemplo: CF de 1988.
A constituição chamada de "outorgadas" ou "impostas" são aquelas que são elaboradas sem a participação popular, imposta pelos governantes ao povo. Elas são resultado de uma manifestação unilateral daqueles que exercem a gestão do Estado. 
Exemplo: CF de 1824.
Há, ainda, na classificação de José Afonso da Silva, as constituições nomeadas como "cesaristas". Elas são fruto de uma elaboração autoritária pelo Estado, mas passam por aprovação posterior por meio de plebiscito. 
Exemplo: Constituição do Chile, elaborada durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). 
Quanto ao modo de elaboração
A constituição nomeada como "dogmática" é aquela elaborada em um único período, de uma só vez, sofrendo influências da época e do momento em que foi elaborada. 
A constituição nomeada como "histórica" é aquela elaborada aos poucos, pois surge com o passar do tempo e com a evolução da sociedade.
Quanto à finalidade
É nomeada como "constituição garantista" aquela que pretende garantir os direitos fundamentais frente ao Estado, determinando limites para a atuação deste. 
A constituição nomeada como "dirigente" ou "programática" quando seus artigos definirem objetivos para o futuro e para a atuação estatal. Essa constituição possui as chamadas "normas programáticas" que requerem uma atuação futura do governo para serem efetivadas. 
Quanto à estabilidade
Entende-se que a colocação da constituição como norma suprema de um Estado exige uma proteção especial para que esse texto seja modificado. 
Constituições Imutáveis: Aquelas que não aditem qualquer tipo de modificação. Não é popular, devido à dificuldade que ela coloca para a atualização do texto constitucional às novas demandas sempre trazidas pela evolução da sociedade. 
Constituições Rígidas: Aquelas que admitem a modificação de seus textos, mas que exigem que a alteração ocorra somente após um processo legislativo mais dificultoso que o utilizado para a elaboração de leis ordinárias. 
Constituições Semi-Rígidas: Estabelecem um processo legislativo mais complexo para a modificação da constituição somente para a parte de seu texto constitucional, sendo o restante modificado nos mesmos critérios de modificação da lei ordinária. Por exemplo, a CF/24. 
Constituições Flexíveis: São aquelas que permitem a mudança no texto constitucional por meio do mesmo processo ordinário de elaboração e modificação das leis. 
A rigidez constitucional decorre do princípio da supremacia do texto constitucional, que coloca a constituição como norma suprema do Estado. É a "norma de validade" que "filtra" todas as leis e atos normativos, para conferir validade a eles, no Estado Constitucional. 
O Estado deixou de ser somente um Estado Legislativo de Direito, no qual somente as normas jurídicas e atos normativos passavam por uma "filtragem constitucional" e se efetivou como um Estado Democrático e Constitucional de Direito, a partir do momento que se exige obediência à constituição também daqueles que aplicam e executam a legislação no caso concreto (executivo e judiciário). 
A nossa constituição é classificada como uma constituição rígida pela maioria dos autores, pois possui um processo legislativo dificultado para a modificação do texto constitucional. Entretanto, para Alexandre de Moraes* ela se classifica como uma constituição Super rígida, pois além de possuir essa rigidez, possui artigos que são imutáveis, conhecidos como Cláusulas Pétreas (art. 60 § 4º, CF). 
*Alexandre de Moraes → Doutrina
Quanto à sistemática
Inicialmente, a CF/88 classifica-se como codificada, mas os autores estão questionando essa classificação devido à possibilidade de tratados internacionais de direitos humanos poderem ser recepcionados com status de emenda constitucional, após a aprovação da mesma. Ou seja, a CF não só seria aquele código escrito em 1988, mas também englobaria os tratados internacionais de direitos humanos ratificados pelo BR após referendo do Legislativo com o quórum de 3/5 em dois turnos. 
Normas Constitucionais: Aplicabilidade e Eficácia
Para José Afonso da Silva, as normas constitucionais quanto ao grau de eficácia, são classificadas em: 
Normas de Eficácia Plena: Tem a possibilidade de produzir efeitos desde o momento em que são editadas e entram em vigor, pois não dependem de outras normas para serem efetivadas. Elas já são completas e estão aptas a serem seguidas de imediato (aplicabilidade direta e imediata);
Normas de Eficácia Contida: Produz todos os seus efeitos essenciais desde a entrada em vigor da constituição, mas que podem vir a ser restringidas no futuro (aplicabilidade direta e imediata, mas pode ter restrições. Ex: art. 5º XIII/CF - restrições ao exercício do trabalho (aplicabilidade direta e imediata, mas pode ter restrições)
Normas de Eficácia Limitada: Só produzem seus efeitos plenos depois da exigida regulamentação. Elas asseguram determinados direitos, mas estes não poderão ser exercidos enquanto não forem regulamentados pelo legislador ordinário. Ex: art. 33/CF -a lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos territórios (aplicabilidade reduzida). 
José Afonso da Silva divide as Normas de Eficácia Limitada em dois tipos: 
• Quanto aos princípios instituitivos (organizacionais): São aquelas pelas quais o legislador constituinte traça esquemas gerais de estruturação e atribuição de órgãos ou entidades, para que o legislador ordinário os estruture posteriormente, mediante lei.
• Declaratória de princípios programáticos: Tratam de programas institucionais a serem cumpridos pelo governo em prol de interesse social. Exemplo: art. 6º/CF - direito à alimentação; art. 196/CF - direito à saúde, etc. 
Hermenêutica das Normas Constitucionais 
A palavra "hermenêutica" trata de uma tentativa de explicar, traduzir, a norma jurídica para que seja compreendida e aplicada na sociedade. Interpreta-se melhor e entende-se quais princípios podem ser utilizados pela interpretação das normas jurídicas. 
A constituição é dotada por uma série de princípios e normas de caráter político que desafiam a compreensão e exigem abordagens específicas de interpretação, por meio da Hermenêutica Constitucional. Interpretar a constituição é diferente de interpretar normas infraconstitucionais. 
Interpretativismo - Determina que o intérprete se limita pelo texto e pelos princípios explícitos na CF 
Não-Interpretativismo - O intérprete vai além da norma e defende a aplicação dos valores constitucionais para a compreensão da constituição.
A doutrina majoritária entende que se deve buscar interpretar de acordo com a lei, a que está no texto, de forma objetiva. Em especial porque a lei é mais inteligente que o legislador, sendo capaz de se adaptar a situações não imaginadas pelo mesmo. 
Métodos da Interpretação Constitucional
Para que uma interpretação seja bem feita, é necessário que esses métodos sejam sincretizados para se poder delimitar o sentido e o alcance das normas constitucionais. 
Gramatical: Consiste na busca do sentido literal ou textual da norma constitucional. Esse método hoje na hermenêutica jurídica e constitucional deve ser apena o ponto de partida no momento da interpretação de uma norma, porque muitas das vezes interpretando ao pé da letra podemos chegar a soluções hermenêuticas injustas. (dura lex, sed lex); 
Histórico-Evolutivo: Consiste na busca dos antecedentes remotos e imediatos que interfiram no processo de interpretação constitucional. Para entendermos o sentido atual, precisamos entender o "passado" desses institutos. Ex: Se eu desejasse interpretar a CF/88 utilizando o método histórico e buscando um antecedente histórico, eu poderia buscar na constituição de 1824, 1946, 1967, etc. Pois estudando essa evolução, chegaríamos ao entendimento de como chegamos à constituição atual. 
Lógico: Utiliza-se de raciocínios lógicos para entender que a ei também faz parte dessa perspectiva clássica. O método teleológico, que analisa os objetivos pelos quais a lei criada, também entra nesse contexto de método hermenêutico clássico.
Sistemático: É aquela interpretação que busca correlacionar todos os dispositivos normativos de uma constituição, pois só conseguimos elucidar a interpretação a partir do conhecimento do todo, não poderemos interpretar a constituição em "tiras" e sim como um todo. 
Portanto, o método hermenêutico jurídico clássico utiliza-se dos mesmos métodos de interpretação das leis para interpretar a constituição.
Métodos de Interpretação
Princípio da Concordância Prática/Harmonização: Trata-se do conflito de direitos fundamentais, afirmando que eles devem se harmonizar na sua aplicabilidade. 
Princípio da Integração/Força Integradora: Nos casos de conflitos de normas constitucionais, o intérprete deve prestigiar a norma que busca uma maior integração política e social do Estado. 
Princípio de Presunção de Constitucionalidade: As leis presumem-se constitucionais até que se prova ao contrário. 
Princípio da Razoabilidade: Analisa-se se o ato praticado pelo poder público é razoável, ou seja, se o ato não é razoável, ele não é constitucional.
Princípio da Proporcionalidade: Trata da verificação da limitação dos direitos fundamentais, por meio da legislação. Utiliza-se de vários critérios para ser observado, como o da necessidade, adequação e, em especial, o critério da proporcionalidade em sentido estrito, que coloca na balança os direitos constitucionais em conflito.
OBS: Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade não se confundem. 
Preâmbulo da Constituição
O preâmbulo é a parte preparatória do texto constitucional, é a introdução da Constituição, está acima do artigo 1º. Em resumo, é um modo de apresentá-la ao mundo. 
Há uma tradição no Brasil, mas o preâmbulo não é essencial nas constituições. 
O STF entende que o preâmbulo não é norma constitucional, não sendo dotado de força normativa. 
A palavra "Deus" colocada no preâmbulo fere a laicidade do Estado Brasileiro? 
→ Não, pois como o preâmbulo não é norma constitucional, ele não é dotado de obrigatoriedade, é somente uma introdução que representa o momento histórico em que a constituição foi criada. 
Os crucifixos nas repartições públicas ferem a laicidade do Estado Brasileiro, uma vez que representam uma única religião?
→ O Conselho Nacional de Justiça afirma que não há uma violação na laicidade, pois é uma expressão da cultura brasileira, assim como os feriados católicos como o natal, que se mantém. 
Poder Constituinte
O Poder Constituinte é responsável pela criação, reforma, revisão e mutação das constituições. 
O Poder Constituinte não se confunde com os "poderes" constituídos pelo Estado, ou seja, Executivo, Legislativo, Judiciário. O poder constituinte existe a partir da origem popular, sendo um poder de fato. 
Ele possibilita a elaboração e modificação. O poder constituinte é um só e de titularidade do povo. Levam à possibilidade de estabelecimento do Estado Constitucional de Direito, ou seja, o povo, legítimo titular de poder elaborando a regra máxima que vai vigorar no Estado (art. 1º § único). 
Segundo a doutrina clássica, o povo é constituído por aqueles elencados no art. 12 da CF que trata de nacionalidade, ou seja, o povo são os nacionais de um Estado. 
A convocação para o exercício do poder constituinte se dá, por via de regra, por meio da convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte. O preâmbulo da CF de refere à esta hipótese. 
O povo brasileiro tem seu poder constituinte reunido na Assembleia Nacional Constituinte com o objetivo de elaborar uma nova constituição. 
Poder Constituinte Originário: Tem a capacidade criar uma constituição, documento que organiza juridicamente um Estado, ou seja, o exercício do poder faz surgir, inaugurar, um novo Estado. O Estado nasce do documento editado pelo poder constituinte originário. Na verdade, o poder constituinte é um poder fático, pois não se baseia no direito, mas em fatores políticos, sociais e econômicos. 
As características desse PCO são: 
Inicial: É o ponto de partida do regramento de um Estado, ou seja, inaugura a existência do ordenamento jurídico e o Estado do ponto de vista jurídico. 
Soberano: Não reconhece nenhuma força superior como bem entender, de forma autônoma. 
Incondicionado: Não se vincula à ordem jurídica, anterior, por ser um poder político e não jurídico. Não se limita por lei.
Ilimitado Juridicamente: Não se encontra limite temático, pode tratar dos temas que desejar. 
As condições que o PCO deve se submeter são documentos internacionais, como Direitos Humanos ratificados pelo BR. Por exemplo, o Brasil que ratificou a Declaração Universal de Direitos Humanos, não poderá atuar de forma ilimitada no exercício do poder constituinte originário, suprimindo os direitos humanos que se comprometeu efetivar. 
O PCO pode ser exercido de duas formas: 
Assembleia Nacional Constituinte
Pura: Apenas elabora a nova CF 
Congressual: Acumula os dois trabalhos (Assembleia Nacional Constituinte + Legislador Ordinário) 
Correção Funcional/Conformidade/Justeza:A interpretação não pode implicar na estrutura de repartição de poderes a exercício de competências constitucionais. 
Poder Constituinte Derivado: Ele não é um poder constituinte e sim constituído, uma vez que no momento da elaboração da constituição o legislador constituinte irá determinar juridicamente como o poder constituinte derivado será exercido daquele momento em diante. É exatamente por essa característica que recebe o nome de poder constituinte "derivado", pois deriva do poder constituinte originário, que traça suas características na constituição. 
As características do PCD são: 
Subordinado: Sujeita-se a uma ordem jurídica implementada na CF, justamente porque é instituída juridicamente pelo PCO. É, portanto, um poder jurídico e não de fato. 
Limitado: A Constituição impõe limite para a modificação da constituição, que são os limites de seu exercício. Ex: Limitação de Conteúdo (Cláusulas Pétreas) 
Condicionado: Está vinculado a condições para fins de seu exercício. Seu exercício é limitado e possui condições pré-estabelecidas. 
Portanto, na edição original da constituição (PCO), não há limites, mas todas as alterações feitas a esse texto serão limitadas no aspecto formal e material e estão condicionadas a situações e regramentos estabelecidos no texto constitucional. 
Confira as espécies do PCD: 
Reformador: Estabelece a via ordinária de alteração da CF, tendo em caráter pontual e específico, tratando de temas particulares do texto constitucional em obediência aos limites impostos na própria constituição. A reforma se faz por meio de "emendas constitucionais", o art. 60 da CF prevê a reforma da constituição por meio de emendas constitucionais específicas.
~ Não há limitação de tempo para fins da reforma da CF, somente para a revisão, como determinado no item anterior, o prazo de 5 anos (art. 3º/ADCT). Entretanto, a reforma da CF sujeita-se a outras limitações circunstânciais e materiais. 
Os limites circunstâncias que são aqueles que impedem diante de situações sociais excepcionais, a alteração do texto constitucional. O objetivo desses limites é preservar a integralidade do Estado Democrático de Direito quando esteja passando por momentos de instabilidade social, que possam impedir a livre manifestação do poder constituinte derivado. Quando o Estado está passando por um período de Estado de Legalidade Extraordinária, não poderão ser discutidas e aprovadas emendas constitucionais. As situações que não permitem a reforma do texto constitucional são: Estado de Defesa (art. 136), Estado de Sítio (art. 137) e Intervenção Federal (art. 34). 
OBS: Estado de Calamidade Pública não impede alteração no texto constitucional. 
As limitações materiais referem-se a temas (matérias) que a CF protege e as coloca como impossíveis de serem restritas ou abolidas pela reforma constitucional. O legislador constituinte, em regra, permitiu a alteração da CF, mas alguns conteúdos afirmou que não podem ser restringidos ou abolidos da constituição. Esses temas são intitulados pela doutrina como Cláusulas Pétreas.
Importante chamar atenção para o art. 60 § 4º, inciso IV, que fala de direitos e garantias individuais e não dos direitos fundamentais, pois a doutrina majoritária tem entendido que sua interpretação deve ser restrita ao texto constitucional. 
O voto obrigatório é cláusula pétrea? 
→ Não! É possível uma emenda à constituição para colocar o voto como optativo, pois não está previsto na cláusula pétrea.
Além do art. 60, todos os dispositivos estruturantes e fundamentais do Estado Brasileiro são vistos como cláusulas pétreas, em especial o art. 1º (fundamentos da República Federativa do Brasil), art. 3º (objetivos da República Federativa do Brasil) e art. 34, inciso VII (princípios constitucionais sensíveis). 
	
	EC DE REVISÃO 
	EC DE REFORMA
	Quórum 
	Maioria Absoluta 
	3/5 em dois turnos de todos os deputados e senadores
	Sistema de Votação
	Congresso Nacional
(sessão unicameral) 
	Câmara + Senado 
(sessão bicameral)
	Limite Temporal 
	Sim – 5 anos 
	Não possui 
Direitos e Garantias Fundamentais
O ser humano, para viver em sociedade, utiliza-se de instrumentos de controle social que o possibilita conviver em grupo, através da limitação das relações humanas, em prol de uma "paz social". Sem esses mecanismos, as relações humanas seriam um verdadeiro caos, uma anarquia, sem regras e respeito às individualidades de cada pessoa. São instrumentos de valores social os valores, a ética, os costumes e o Direito. 
Estipulam limites para atuação do Estado para que a ordem social não seja mais importante que a proteção dos direitos dos seres humanos no Estado Democrático de Direito. 
Os Direitos Fundamentais e os Direitos Humanos são definidos historicamente pela sociedade de acordo coma evolução do pensamento filosófico, jurídico e político do homem.
Os jusnaturalistas defendem que a proteção dos direitos humanos e fundamentais baseia-se na crença de que os seres humanos devem ter os seus direitos básicos respeitados pela simples justificativa de serem humanos e os Estados nacionais devem acatá-los. Entretanto, por mais que conceba o ideal universal aceito pela humanidade de proteger o ser humano, sabe-se que na realidade, os direitos humanos e fundamentais não surgem da natureza, mas de inúmeras lutas históricas que travaram ao longo dos séculos. 
Os Direitos Humanos são aqueles direitos conquistados historicamente pelos homens e que são protegidos independente da anuência dos Estados, no âmbito internacional e de forma universal, ou seja, sem qualquer distinção de sexo, raça, cor, etnia, classe social, nacionalidade, etc. Os Direitos Fundamentais são direitos humanos que foram positivados no texto constitucional dos Estados, com o intuito de limitar o arbítrio do Estado e assegurar aos indivíduos a efetividade de sua dignidade humana. 
O papel do Estado será o de consagrar, garantir e viabilizar o exercício dos direitos humanos, sem distinções de qualquer natureza como de raça, cultura, etnia e nacionalidade.
OBS: Direitos Fundamentais = Direitos Humanos ratificados (art. 5º/CF88) 
Os Direitos fundamentais cumprem na nossa atual constituição a função de direto dos cidadãos, não só porque constituem – em primeiro plano, denominado jurídico objetivo – normas de competência negativa para os poderes públicos, impedindo essencialmente as ingerências destes na esfera jurídico-individual, mas também porque – num segundo momento, em um plano jurídico subjetivo – implicam o poder de executar positivamente certos direitos (liberdade positiva), os chamados direitos de participação. Trata-se da liberdade como participação do indivíduo no poder político, ou seja, de autodeterminar-se. Conhecido também como liberdade de querer, são exemplos desta o voto, a elegibilidade, referendo, plebiscito, etc. E também há aqueles que também implicam o poder de executar negativamente certos direitos (liberdade negativa), também chamados de Direito de Defesa, são os da liberdade na órbita do privado, liberdade como ausência de impedimento e de constrangimento. É a liberdade de agir, que tem como exemplos a propriedade, pensamento, ir, vir e permanecer, etc.
Os Direitos Fundamentais são definidos pela doutrina, de acordo com o ideal da Revolução Francesa da "Liberdade, Igualdade e Fraternidade." Esse ideal possibilitou que, na concepção de Norberto Bobbio, eles fossem divididos em três gerações de direitos. O melhor entendimento dessas gerações de direitos humanos nos faz chamar de 'dimensões', uma vez que a ideia de gerações nos remete à possibilidade de evolução de direitos e substituição de um direito como uma geração por outra. 
Primeira Dimensão de Direitos Fundamentais (Liberdade): Defendia-se o liberalismo político acima do interesse social, o que possibilita a criação de direitos que pressupunham uma igualdade formal, perante a lei e consideravam o indivíduo de forma abstrata. Irá, portanto, determinar direitos individuais específicos para limitar a ação do Estado diantedo indivíduo, já que eles criam uma obrigação negativa do Estado perante os membros de sua população. O governo terá, deste modo, a obrigação de não agir e não interferir na vida pessoal do indivíduo, além de possibilitar que ele consiga exercer o seu livre arbítrio diante de suas escolhas pessoais. A lei determinará que todos os indivíduos são iguais e lhes dará liberdade de agir sem interferência estatal.
A primeira dimensão está ligada aos direitos individuais do homem. São eles: direito à vida, integridade física, liberdade (individual, de iniciativa e concorrência, de pensamento e de consciência filosófica e política), propriedade privada, vida privada, intimidade e inviolabilidade de domicílio, sigilo de correspondência, sigilo bancário, entre outros.
Segunda Dimensão de Direitos Fundamentais (Igualdade): É pelo questionamento das bases do Estado Liberal e da Igualdade Formal, aquela apenas determinada no texto da lei. A necessidade de viabilidade desses direitos impõe ao Estado uma obrigação de atuar em prol da satisfação das carências da coletividade. Há, consequentemente, o surgimento dos direitos sociais, culturas, econômicos e coletivos. Os indivíduos deixam de ser vistos como dentro da igualdade formal e a igualdade assume uma perspectiva material (real); ou seja, percebe-se a existência de fatores que podem vir a criar desigualdades entre os indivíduos e a lei busca igualá-los através de tratamentos diferentes para indivíduos diferentes. 
Os direitos sociais e coletivos tem o intuito de defender direitos das coletividades que possuem características específicas, que precisa de normas particulares para atingirem uma igualdade real nas relações sociais. Um exemplo, é o caso das pessoas portadoras de necessidades especiais, que precisam de normas que viabilizem o seu acesso físico a prédios públicos e privados, criando uma igualdade de acesso para todos os indivíduos. Aqueles que possuem uma limitação física terão condições iguais após a construção de rampas, por exemplo, para o acesso de cadeiras de roda. Somente através dessas normas, se alcançará a igualdade real.
José Afonso da Silva, justifica a necessidade de uma igualdade material ao afirmar que "existem desigualdades, é que se aspire à igualdade real ou material que busque realizar a igualização das condições desiguais."
O princípio da igualdade é violado quando a desigualdade de tratamento surge como arbitrária. Os direitos de segunda dimensão buscam efetivar a igualdade através da tentativa de suprir essas desigualdades para viabilizar a igualdade real. 
Terceira Dimensão de Direitos Fundamentais (Fraternidade ou Solidariedade): Aparecem com a conscientização de que o mundo é dividido em nações desenvolvidas e subdesenvolvidas ou em fase de desenvolvimento, Decorrem, pois, da reflexão acerca de temas referentes ao desenvolvimento, à paz, ao meio ambiente, à comunicação e ao patrimônio comum da humanidade. 
Dotados de altíssima dose de humanismo e universalidade, os direitos de terceira dimensão não se destinam especificadamente à proteção de um indivíduo, de um grupo de pessoas ou um determinado Estado; pois os seus titulares são, por via de regra, indeterminados. A rigor, seu destinatário por excelência, é o próprio gênero humano, num momento expressivo de sua afirmação como valor supremo em termos existenciais. 
O direito à paz, ao desenvolvimento, ao meio ambiente sadio, à propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade e à conservação do patrimônio cultural e o direito à comunicação são exemplos de direitos de terceira dimensão.

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