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Penal III

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Bem Jurídico1-
Vida Extrauterina
Sujeitos2-
Sujeito Ativo -qualquer pessoa, admitindo participação e coautoria
Sujeito Passivo - qualquer pessoa
Tipo Objetivo3-
Admite tentativa por ser plurisubsistente (composto de vários atos)
Tipo Subjetivo4-
Analisa-se a vontade do agente.
Dolo -
Direto - Intenção inequívoca de atingir resultadoa)
Eventual - assume o risco da ocorrência do resultado e se ocorrer pouco se importa.b)
Culpa-
Consciente - o agente admite a possibilidade do resultado ocorrer, mas acredita fielmente que 
não ocorrerá.
a)
Ação Penal5-
Para o crime de homicídio simples, a ação penal é pública incondicionada e o prazo para o 
promotor promover a denúncia é de 5 dias com réu preso e 15 com réu solto. (porém a 
denúncia é válida até a prescrição do crime)
Homicídio simples - Art. 121
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
07:52
 Página 1 de Penal III 
É chamado de homicídio privilegiado, pois diminuirá a pena. É uma causa de diminuição de pena que 
pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Quando o agente pratica o crime impelido por:
Relevante valor moral:-
O agente é atingido pessoalmente por algo de tal forma que motiva o crime.
Relevante valor social:-
O ato que motiva o crime atinge a sociedade de tal forma que motiva o crime.
Domínio de violenta emoção logo após injusta provocação da vítima:-
O agente não tem o controle de si; o ato de injusta provocação torna a ação do agente 
puramente instintiva. Nota: o ato de provocação deve ser imediatamente anterior ao crime 
pra que este seja considerado revide daquele.
Homicídio privilegiado - §1º
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
08:11
 Página 2 de Penal III 
É chamado de homicídio reprovável. O mais repugnante dos homicídios.
O agente escolhe meios reprováveis para cometer o crime, o que qualificará o crime.
Também qualifica o crime a escolha pelo agente do modo do crime (se emboscada, etc)
Os critérios objetivos de meio e modo são as qualificadoras do crime, é a chamada qualificadora objetiva.
As qualificadoras são tipos derivados do tipo principal (estabelece nova pena mínima e máxima)
Qualificadora Subjetiva (a finalidade do crime é reprovável)
Por utilizar-se dos mesmos critérios subjetivos do privilégio, são incompatíveis completamente. Se foi concedido 
ao agente o privilégio, a qualificadora subjetiva não poderá ser constatada. É básico o entendimento de que a 
qualificadora subjetiva se dá pela repugna à finalidade do crime (por motivo fútil por exemplo) e o privilégio pela 
conduta do agente ter finalidade relevante.
É importante lembrar que as qualificadoras objetivas são compatíveis com o privilégio, já que as qualificadoras são 
por meio ou modo, circunstâncias objetivas compatíveis com a relevância da conduta.
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo fútil.
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio 
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
Especificamente veneno, fogo, explosivo, asfixia e tortura, mas que devem se encaixar na fórmula genérica: (meio 
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;)
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que 
dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
Na fórmula específica o legislador exemplifica elementos de surpresa, que impossibilitam ou dificultem a defesa 
da vítima, mas na fórmula geral, o inciso IV admite outras formas de dificultar/impossibilitar a defesa.
Traição - quebra de sentimento de confiança
Emboscada - a famosa tocaia
Dissimulação - camuflagem da intenção criminosa (fantasia)
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro 
crime:
Ocultação - o crime não veio à tona, há esforços para evitar que venha.
Impunidade - queima de arquivo.
Execução - crime realizado para propiciar a ocorrência de outro.
Vantagem - crime para manter vantagem ilícita
Critérios Objetivos
Qualificadoras Subjetivas 
(não convivem com o privilégio)
Homicídio Qualificado §2º
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
08:50
 Página 3 de Penal III 
É caracterizado por conduta que quebra o dever objetivo de cuidado (imperícia, negligência e 
imprudência) que gera resultado criminoso, previsível e evitável.
Pena = 1 a 3 anos.* 
Exceto para crimes de trânsito, onde a pena prevista no CTB é de 2 a 4 anos.
§ 4º (parte 1) No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um 
terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de 
profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato 
socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, 
ou foge para evitar prisão em flagrante. 
Há correntes que dizem que o $4º, no que tange ao aumento de pena para homicídios culposos pela 
inobservância de regra técnica, é inconstitucional pois constituem 'bis in idem'. A teoria é embasada 
no fato de que a caracterização da imperícia na condenação por crime culposo se dá pela 
inobservância de regra técnica, justamente o que caracteriza a causa de aumento de pena. (nota: o 
perito, profissional qualificado no assunto, só pode ter culpa se deixar de observar regra técnica, 
pois mesmo a negligência e imprudência caracterizam a imperícia, que nada mais é do que a não 
atenção à regra técnica.)
Em minha visão, não se confunde a imperícia com a inobservância de regra técnica, sendo aquela a 
falta de capacitação e habilidade e esta a não aplicação do conhecimento.
Constitucionalidade §4 Art.121 CP (e-mail enviado ao professor em discordância)
A Omissão de socorro descaracterizará a tipificação do Art. 304 do CTB, que trata do crime de 
omissão de socorro por terceiros.
A fuga para evitar a prisão em flagrante pode ter respaldo na não obrigação de produzir prova 
contra si, se interpretar-se que a permanência no local e aceitação à prisão consiste em produção 
de prova.
§4º (parte 2)Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um 
terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) 
ou maior de 60 (sessenta) anos. 
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de 
aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio 
agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. 
A punibilidade será extinta se o juiz entender que as consequências do crime já puniram o agente de 
forma superior à pena prevista para o crime culposo. Aplica-se nos crimes de trânsito, apesar de não 
ser previsto no CTB, em analogia benéfica, já que é previsto no código penal.
Homicídio Culposo §3º
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
08:36
 Página 4 de Penal III 
Bem Jurídico1-
Art. 5º Constituição da República de 1988 
Bem Jurídico = Vida.
Sujeitos2-
Ativo: Qualquer pessoa que faça o que é tipificado, por ação ou omissão.
Passivo: Pessoa Determinada. Os "sites suicidas" não se enquadram na conduta tipificada pois 
não se destinam a pessoa determinada, destinam-se à coletividade. Porém o uso de "chats" 
para incitar a uma pessoa determinada se enquadra perfeitamente no tipo penal incriminador.
Aumento de Pena-
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
Uma criança que se mata após a instigação de um adulto, sem saber que se mataria, não 
comete suicídio, tipicamente falando, além do incitante não ser enquadrado na conduta típica, 
já que não incitou a conduta de autodestruição. (responde por homicídio)
Tipo Objetivo3-
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-
lhe auxílio para que o faça:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; 
ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio 
resulta lesão corporal de natureza grave.
Induzir = fazer com que avítima que nunca pensou em se matar se mate.
Instigar = agir de forma a promover o suicídio de uma pessoa que já pensa em se matar. 
(alimentar)
Auxiliar = Entregar ao suicida os instrumentos que ele usará no próprio suicídio.
O tipo penal admite a conduta omissiva se o agente for garante.
O legislador afasta a tentativa do 122, apenas sendo aplicada se dela resultar lesão corporal 
grave.
Tipo Subjetivo4-
Não existe culpa no crime tipificado do Art. 122, apenas condutas dolosas.
Ação Penal5-
Ação Penal Pública Incondicionada (Julgado em Júri popular)
Induzimento, instigação ou auxílio ao Suicídio 
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
10:35
 Página 5 de Penal III 
É uma espécie de homicídio com a pena atenuada pelas circunstâncias e pelos protagonistas terem 
laço familiar. (Influência do estado puerperal)
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio 
filho, durante o parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Bem Jurídico1-
Vida Extrauterina
Sujeitos2-
Sujeito Ativo - Mãe 
(Pessoa determinada, mas por ser próprio e a circunstância pessoal ser elemento do crime, 
admite coautoria e participação e o coautor ou partícipe também responde pelo mesmo 
crime.)
Sujeito Passivo - Filho recém nascido.
Tipo Objetivo3-
Crime Material que admite tentativa.
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o 
próprio filho, durante o parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Tipo Subjetivo4-
Dolo simples
Apenas há a previsão legal da forma dolosa.
A negligência da mãe potencializada pelo estado puerperal caracteriza, para parte da doutrina, 
homicídio culposo por ser a mãe garantidora. Porém existem correntes que admitem que a 
conduta é atípica.
Ação Penal5-
Ação Penal Pública Incondicionada.
Infanticídio - Art. 123
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
08:16
 Página 6 de Penal III 
Art. 124
O Art. 124 em conjunto com o 126 é uma exceção à teoria monista, já que estabelecem 2 penas 
distintas para um crime em que anteriormente se admitiria coautoria. Com o Art. 126, a pena para a 
gestante que pratica o auto aborto ou consente que outro lhe provoque é a do Art. 124, enquanto o 
126 é para o terceiro que provoca com o consentimento da gestante.
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho 
provoque:
Pena - detenção, de um a três anos.
Na prática, a punição pelo 124 é rara, já que a pena mínima de 1 ano permite a suspensão do 
processo para réus primários.
Bem jurídico1-
Vida intrauterina: (Expectativa de direitos)
Marco inicial = nidação do óvulo.
Marco final = início do trabalho de parto.
Sujeitos2-
Sujeito Ativo - Gestante como autora e admite partícipe. É crime de mão própria.•
Sujeito Passivo - Apenas a vida intrauterina.•
Se da participação resultar lesão ou homicídio, além da participação no Art. 124, responderá o 
partícipe, em concurso, por lesão corporal ou ainda sim homicídio culposo.
Tipo Objetivo3-
Realizar a manobra abortiva ou
Permitir que o terceiro o faça.
Se consuma com a destruição da vida. (Crime Material)
Admite tentativa pois a conduta pode ser fracionada.
Tipo Subjetivo4-
Dolo.
Ação Penal5-
Ação Penal Pública Incondicionada.
Aborto pela gestante ou com seu consentimento
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
08:45
 Página 7 de Penal III 
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de três a dez anos.
Bem jurídico1-
Vida intrauterina + integridade física e vida da gestante. (Expectativa de direitos)
Marco inicial = nidação do óvulo.
Marco final = início do trabalho de parto.
Sujeitos2-
Sujeito Ativo - Qualquer pessoa exceto a gestante.•
Sujeito Passivo - Vida intrauterina e eventualmente a gestante.•
Se da participação resultar lesão ou homicídio, além da participação no Art. 124, responderá o 
partícipe, em concurso, por lesão corporal ou ainda sim homicídio culposo.
Tipo Objetivo3-
Realizar a manobra abortiva sem o consentimento da gestante
Se consuma com a destruição da vida. (Crime Material)
Admite tentativa pois a conduta pode ser fracionada.
O Meio pode se dar por violência (não se confunde com o 129), fraude ou substância incapacitante.
Tipo Subjetivo4-
Dolo.
Ação Penal5-
Ação Penal Pública Incondicionada.
Aborto por terceiro sem consentimento da gestante - Art. 125
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
10:35
 Página 8 de Penal III 
Art. 125 - Provocar aborto, com o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Bem jurídico1-
Vida intrauterina + integridade física e vida da gestante. (Expectativa de direitos)
Marco inicial = nidação do óvulo.
Marco final = início do trabalho de parto.
Sujeitos2-
Sujeito Ativo - Qualquer pessoa exceto a gestante.•
Sujeito Passivo - Vida intrauterina e eventualmente a gestante.•
Admite participação.
Tipo Objetivo3-
Realizar a manobra abortiva com o consentimento da gestante
Se consuma com a destruição da vida. (Crime Material)
Admite tentativa pois a conduta pode ser fracionada.
Tipo Subjetivo4-
Dolo simples.
Ação Penal5-
Ação Penal Pública Incondicionada.
Aborto por terceiro com consentimento da gestante. - Art. 126
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
10:49
 Página 9 de Penal III 
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:
Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, 
quando incapaz, de seu representante legal.
Aborto Legal - Art. 128
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
07:53
 Página 10 de Penal III 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
(como a pena não ultrapassa 2 anos, é crime de menor potencial ofensivo, sendo julgado no JESP Criminal.)
Art. 76 Lei 9.099/95
Bem Jurídico1-
Integridade física e saúde
Sujeitos2-
Ativo - Qualquer pessoa (exceto a própria vítima ou policial militar, que responde em lei especial)-
Passivo - Qualquer pessoa-
Tipo Objetivo3-
Ofender a integridade corporal de outrem
Crime Material, que só se consuma com o dano efetivo (obrigatoriedade de exame pericial).
Se não causar dano algum, será tipificado apenas a contravenção penal de "vias de fato". (Art. 21 D.L 3688/41)
Admite tentativa, mas deve-se provar a intenção.
Tipo Subjetivo4-
Dolo simples, direto ou eventual, no caput não trata da culpa.
Ação5-
Lei especial 9.099/95 mudou ação penal do Código Penal, onde dispõe que a lesão corporal leve é condicionada 
a representação, nos termos da lei. (Melhor explicado em: A Ação Penal)
Ação Pública condicionada-
Lesão Corporal - Art. 129
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
08:15
 Página 11 de Penal III 
É uma forma qualificada da lesão.
A pena passa a ser reclusão de 1 a 5 anos, extinguindo a possibilidade de julgamento pelo JESP, mas 
ainda existe a possibilidade da Suspensão condicional do processo (Art. 89 da Lei 9.099/95 dos Jesp) 
por a pena mínima não ultrapasse 1 ano.
Lesão corporal de natureza grave
§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta 
dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
I - Ocupação habitual abrange tanto profissão como atividades comuns. O Art. 168 §2º do CPP 
dispõe de que a pessoa deverá realizar dois exames diagnósticos no IML: um ao início e outro ao fim 
do prazo de 30 dias.
II - O risco de morte necessariamente exige que a figura seja preter-dolosa. Deverá ser constatada a 
forma culposa, do contrário será tipificada a tentativade homicídio.
III - Debilidade permanente quer significar deficiência ou mal funcionamento e nunca a perda de um 
membro ou sentido, ou mesmo função de órgãos.
IV - O agente tem dolo em causar a lesão e culpa em aceleração de parto. Figura preter-dolosa.
Lesão Corporal Grave, §1º
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
09:57
 Página 12 de Penal III 
Nota: A distinção entre Lesão Grave e Gravíssima é exclusivamente doutrinária. A Lei não diferencia.
§ 2° Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incurável;
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
I - Abrange a incapacidade permanente para qualquer tipo de trabalho e não apenas o trabalho da 
vítima. Interpretação deverá ser restritiva.
II - A transmissão da enfermidade deverá ser feita intencionalmente. Apenas se admite a forma 
dolosa. Porém no caso específico das doenças que podem causar a morte, admite-se o 
entendimento da tentativa de homicídio.
III - A perda ou inutilização se diferencia da debilidade, não importando qual e nem se é membro 
duplo.
IV - Só caracterizada quando for visível, não se reparar naturalmente (não desaparece sem cirurgia 
plástica) e causar constrangimento à vítima. Se a deformidade for sanada posteriormente por 
qualquer motivo, exclui-se a qualificadora por não ser permanente. Deve ser IRREPARÁVEL.
V - Necessariamente preter-doloso, a pessoa tem dolo na lesão mas culpa no resultado abortivo. 
Não pode existir dolo no provocar o aborto, pois seria tipificado o aborto por terceiro sem o 
consentimento (Art. 125) em concurso com a lesão.
Nenhuma Figura Preter-dolosa admite tentativa.
Lesão Corporal Gravíssima §2º
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
10:38
 Página 13 de Penal III 
Lesão Corporal Seguida de Morte (§3º)
Lesão corporal seguida de morte
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente 
não quís o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Dolo para a lesão corporal e resultado morte advém sem a vontade do agente. Também não cabe 
tentativa por ser Preter-Dolosa.
Diminuição de Pena na Lesão Corporal (§4º)
Diminuição de pena
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante 
valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em 
seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena 
de um sexto a um terço.
É idêntico ao homicídio privilegiado, se diferenciando apenas pelo resultado. Não existem 
qualificadoras subjetivas na lesão corporal, portanto o privilégio não exclui qualquer qualificadora.
Substituição da Pena (§5º)
Substituição da pena
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a 
pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos 
de réis:
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
II - se as lesões são recíprocas.
Só se aplica à lesão corporal simples. A lesão também deverá ser privilegiada ou recíproca. A pena 
fixada de multa deverá levar em conta a situação econômica do réu e a regra dos dias multa.
Lesão corporal Culposa (§6º)
Lesão corporal culposa
§ 6° Se a lesão é culposa:
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Causada involuntariamente, por negligência, imperícia ou imprudência. Resultado deve, como toda 
conduta culposa, ser previsível e evitável.
É afastada a regra do §6º quando for crime de trânsito culposo, por ser regida por lei especial. 
Quando for dolosa, aplicar-se-á a regra geral de lesão corporal simples.
Aumento de Pena para a Lesão Corporal (§7º)
§ 7º - Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das 
hipóteses do art. 121, § 4º .
As mesmas causas de aumento de pena do crime de homicídio do §4º.
Formas Especiais de Lesão Corpoal
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
08:10
 Página 14 de Penal III 
As mesmas causas de aumento de pena do crime de homicídio do §4º.
§ 4º (parte 1) No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um 
terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de 
profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato 
socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, 
ou foge para evitar prisão em flagrante. 
§4º (parte 2)Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um 
terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) 
ou maior de 60 (sessenta) anos. 
Aplicação da Lesão culposa nos casos semelhantes ao do §5º do 
121.
Aplicar-se á a lesão culposa na hipótese do homicídio
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121 
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de 
aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio 
agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. 
 Página 15 de Penal III 
§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, 
irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha 
convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações 
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as 
circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se a 
pena em 1/3 (um terço).
§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um 
terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de 
deficiência.
Violência Doméstica
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
08:39
 Página 16 de Penal III 
São crimes em que o agente expõe a vida ou a saúde de OUTREM a perigo.
Os crimes para periclitação da vida ou saúde são exclusivamente para os sujeitos passivos determinados, pois se 
forem indeterminados os sujeitos, se caracterizam os crimes de perigo coletivo. (Art. 250 em diante).
Os crimes de periclitação exigem a inexistência de dano. Qualquer dano destipifica o crime, em face da incidência dos 
crimes principais. São os chamados crimes Subsidiários. (só serão aplicados quando não se caracterizar o crime mais 
grave)
Periclitação da Vida ou Saúde
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
09:51
 Página 17 de Penal III 
Perigo de contágio venéreo
Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de 
moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 2º - Somente se procede mediante representação.
Bem jurídico1-
Saúde
Sujeitos2-
Ativo - Qualquer pessoa que possua a doença.
Passivo - Qualquer pessoa, desde que não possua a mesma doença do sujeito ativo (do 
contrário é crime impossível).
Tipo Objetivo3-
Crime de conduta vinculada: só é crime se o agente expuser a vítima à moléstia venérea por 
meio da relação sexual. 
Admite tentativa se a relação sexual não ocorre por motivos alheios à vontade do agente.
Considera-se moléstia venérea as doenças que podem ser transmitidas EXCLUSIVAMENTE por 
via sexual.
O crime de contágio venéreo qualificado poderá afastar a tentativa de lesão corporal se o 
agente quiser lesar a vítima, ofendendo sua saúde com a exposição à doença.
Tipo Subjetivo4-
A intenção do agente é dolo direto ou eventual de perigo, além de dolo direto de dano para a 
forma qualificada.
Ação penal5-
Ação penal pública condicionada (mediante representação)
Perigo de Contágio Venéreo
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
10:30
 Página 18 de Penal III 
Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave 
de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio:
Pena - reclusão,de um a quatro anos, e multa.
Bem jurídico1-
Saúde e até mesmo a vida
Sujeitos2-
Ativo - Qualquer pessoa que possua a doença.
Passivo - Pessoa determinada, pois se for indeterminada falar-se-á em crime de epidemia.
Tipo Objetivo3-
Praticar ato capaz de produzir o contágio com a intenção de transmitir. (inclusive ato sexual)
Admite tentativa se o ato só não ocorre por motivos alheios à vontade do agente.
Tipo Subjetivo4-
A intenção do agente é dolo direto de dano.
Ação penal5-
Ação penal pública incondicionada
Perigo de Contágio de Moléstia Grave
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
10:33
 Página 19 de Penal III 
Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e 
iminente:
Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui 
crime mais grave.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a 
exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do 
transporte de pessoas para a prestação de serviços em 
estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas 
legais.
Bem jurídico1-
Saúde e até mesmo a vida
Sujeitos2-
Ativo - Qualquer pessoa.
Passivo - Pessoa determinada, pois se for indeterminada falar-se-á em crime de epidemia.
Tipo Objetivo3-
Crime de conduta livre, a lei não fala como se expõe, portanto basta a exposição. (Ex: atirar pedras 
ou não fornecer equipamento de segurança aos empregados de construção civil)
Admite tentativa se o ato só não ocorre por motivos alheios à vontade do agente. (quando não há a 
exposição de perigo por circunstâncias alheias)
Tipo Subjetivo4-
A intenção do agente é de expor e não de causar dano. (pode ser direto ou eventual)
Se o dano advier pela conduta, o instituto de lesão corporal ou similar prevalecerá sobre o 132.
Ação penal5-
Ação penal pública incondicionada
Exposição a perigo - Art. 132
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
10:51
 Página 20 de Penal III 
Abandono de incapaz
Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, 
vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de 
defender-se dos riscos resultantes do abandono:
Pena - detenção, de seis meses a três anos.
§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Aumento de pena
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:
I - se o abandono ocorre em lugar ermo;
II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor 
ou curador da vítima.
III - se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.
Se difere do 134 pois não há a necessidade de o agente ser a própria mãe.
Bem jurídico1-
Saúde e até mesmo a vida da pessoa incapaz.
Sujeitos2-
Ativo - Apenas o garantidor (que tem o dever de vigilância e de zelar pelo incapaz)
Passivo - O Incapaz (incapaz de defender-se dos riscos do abandono, independente da idade).
Tipo Objetivo3-
A conduta é abandonar (comissiva), mas como se trata de garante, pode ser admitida na forma 
omissiva.
Admite tentativa na conduta ativa, porém nunca quando for omissiva (pois o crime é uni subsistente 
e se consuma em um apenas ato.)
É crime de perigo abstrato. Não é necessário o perigo ocorrer, e apenas a conduta que possa gerar o 
perigo (abandono)
Formas qualificadas:•
§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Aumento de pena
Aumento de Pena•
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:
I - se o abandono ocorre em lugar ermo;
II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, 
tutor ou curador da vítima.
Abandono de incapaz
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
08:04
 Página 21 de Penal III 
tutor ou curador da vítima.
III - se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.
Tipo Subjetivo4-
A intenção do agente é de abandono e não de causar dano. (pode ser direto ou eventual)
Se o dano advier pela conduta, o instituto de lesão corporal ou similar prevalecerá sobre o 133.
Ação penal5-
Ação penal pública incondicionada
 Página 22 de Penal III 
Exposição ou abandono de recém-nascido
Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra 
própria:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - detenção, de um a três anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Bem jurídico1-
Vida e integridade física do recém nascido (menos de 30 dias de vida).
Sujeitos2-
Ativo - Apenas a mãe para parte da doutrina, pois só ela pode se desonrar com o fato. Mas há 
correntes que admitem o sujeito ativo como o pai.
Passivo - O recém nascido (menos de 30 dias de vida).
Tipo Objetivo3-
A conduta é abandonar (comissiva), mas como se trata de garante, pode ser admitida na forma 
omissiva.
Admite tentativa na conduta ativa, porém nunca quando for omissiva (pois o crime é uni subsistente 
e se consuma em um apenas ato.)
É crime de perigo abstrato para a parte da exposição, pois o perigo já se caracteriza. Não é 
necessário o perigo ocorrer no abandono, apenas a conduta que possa gerar o perigo.
Formas qualificadas:•
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - detenção, de um a três anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Aumento de Pena•
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:
I - se o abandono ocorre em lugar ermo;
II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, 
tutor ou curador da vítima.
III - se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.
Tipo Subjetivo4-
A intenção do agente é de abandono e não de causar dano. (pode ser direto ou eventual)
Se o dano advier pela conduta, o instituto de lesão corporal ou similar prevalecerá sobre o 133.
Exposição ou Abandono de Recém Nascido
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
08:31
 Página 23 de Penal III 
Se o dano advier pela conduta, o instituto de lesão corporal ou similar prevalecerá sobre o 133.
Ação penal5-
Ação penal pública incondicionada
 Página 24 de Penal III 
Omissão de socorro
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo 
sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa 
inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou 
não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão 
resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a 
morte.
Os crimes de conduta omissiva próprios são uni subsistentes e por isso não admitem tentativa. São 
crimes previstos em um tipo penal específico que prescrevem a conduta omissiva em si e em geral 
não admitem garantes como sujeito ativo.
Os crimes de conduta omissiva imprópria se caracterizam na hipótese do garante (por lei, contrato 
ou comportamento anterior) que tem sua conduta omissiva equiparada à ativa pelo Art. 13 §2º do 
Código Penal.
Além disso, a tentativa é possível no crime comissivo por omissão.
Bem jurídico1-
Vida.
Sujeitos2-
Ativo - Qualquer pessoa, exceto o garante, que responderá pelo resultado (exceto na hipótese de o 
garante se omitir culposamente e a vítima não falecer).
Passivo - Criança abandonada, extraviada, pessoa inválida ou ferida, desamparada ou com grave e 
iminente perigo.
Tipo Objetivo3-
Deixar de prestar o socorro direto (imediato e pessoal)-
Deixar de acionar autoridade para que esta venha prestar o socorro.-
As condutas não são alternativas, o agente não pode deixar de prestaro socorro por ter acionado o 
socorro, a não ser na hipótese de perigo pessoal)
Não cabe tentativa por ser crime unisubsistente, se consumando com o primeiro ato (a própria 
omissão).
Aumento de Pena•
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão 
resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a 
morte.
O garante não responderá pelo Parágrafo único, pois já responde pelo tipo penal do resultado, não 
podendo ser afetado pelo aumento de pena pelo resultado.
Tipo Subjetivo4-
Omissão de Socorro
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
08:48
 Página 25 de Penal III 
Tipo Subjetivo4-
Dolo Simples
Não admite forma culposa.
Admite participação quando há o incentivo para a omissão.
Ação penal5-
Ação penal pública incondicionada
 Página 26 de Penal III 
Bem Jurídico1-
Vida e Integridade Física
Sujeitos2-
Ativo-
O garante (que possui dever de cuidado) que deve zelar pela educação, saúde, etc, do 
sujeito passivo.
Passivo-
É o garantido, o que deveria receber o zelo pelo sujeito ativo.
Tipo Objetivo3-
Privar de alimentação (conduta omissiva própria, unisubsistente, que apenas admite dolo 
de perigo.)
Se a intenção do agente for de impor sofrimento maior, considerará crime de tortura.
Se a condição de restrição de alimentos decorrer de relação de trabalho, estabelecendo 
condição análoga à de escravo, tipificar-se-á o crime do Art. 149.
Privar de cuidados indispensáveis (conduta omissiva própria, unisubsistente que só 
admite dolo.)
Deixar de tratar pessoas que estão em estado de necessidade de determinados cuidados, 
como a enfermeira que deixa de dar medicamentos ao paciente.
Sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado
Abusando de meios de correção ou disciplina
Tipo Subjetivo4-
Cabem condutas omissivas e comissivas, porém muitas dessas condutas são reguladas por 
leis especiais, que absorverão as do Art. 136.
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua 
autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, 
ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de 
alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a 
trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de 
correção ou disciplina:
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
Formas qualificadas (preter dolosas, dolo na conduta e culpa no resultado)
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Maus tratos (Art. 136)
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
09:46
 Página 27 de Penal III 
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Causas de aumento de Pena
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado 
contra pessoa menor de 14 (catorze) anos.
Ação Penal5-
Ação Penal pública incondicionada.
 Página 28 de Penal III 
No Direito Penal a Rixa não é a desavença entre duas pessoas, é uma briga generalizada.
Rixa
Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores:
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena 
de detenção, de seis meses a dois anos.
Bem Jurídico1-
Integridade física, vida e paz pública.
Sujeitos2-
Ativo - é crime de concurso necessário com pelo menos 3 agentes. São plurisubjetivos.
Passivo - Além dos sujeitos ativos podem existir pessoas que apenas foram atingidas pela rixa, não partícipes.
Tipo Objetivo3-
A participação apenas se dá pela agressão física, mesmo que singela. 
Cabe participação, através de instigação ou induzimento, ou no auxílio.
Cabe tentativa desde que não sejam duas facções com polos definidos.
Tipo Subjetivo4-
Forma Qualificada
Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, 
aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção, de seis 
meses a dois anos.
Mesmo que a ação do agente individual não cause o dano grave ou morte, o fato de integrar a rixa já atribui nova 
pena, sendo caráter objetivo e violando a individualização da pena.
Note que essa forma qualificada não é pro agente gerador do resultado mais gravoso, que responderá pelo 
resultado em concurso com a rixa simples.
Ação penal5-
Ação penal pública e incondicionada.
Da Rixa (Art. 137)
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
10:24
 Página 29 de Penal III 
A honra é dividida didaticamente entre duas espécies.
Honra objetiva-
É o conceito que as pessoas têm de você, na sociedade.
Honra subjetiva-
É o conceito que o sujeito possui nele mesmo, seus atributos morais, intelectuais e físicos que 
acredita possuir.
Esta ainda se divide em Dignidade (atributos morais) e Decoro (atributos físicos e intelectuais)
Dos Crimes contra a honra.
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
10:49
 Página 30 de Penal III 
Ato executório na instigação ao suicídio-
Órgãos duplos na lesão corporal (dragão de comodo = grave)-
Garante e o crime da omissão de socorro-
Crime de rixa e responsabilidade objetiva-
Prova - Arts 122 a 137
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
09:44
 Página 31 de Penal III 
Calúnia
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
Exceção da verdade
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença 
irrecorrível;
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
Bem Jurídico1-
Honra objetiva; reputação. (conceito perante à sociedade)
Sujeitos2-
Ativo-
Qualquer pessoa
Passivo-
Qualquer pessoa, sendo imputável ou não.
*Pessoas Jurídicas podem responder por crime ambiental, portanto podem ser sujeito passivo 
do crime de calúnia sobre crimes ambientais (vide lei 9605/1998).
Tipo Objetivo3-
Caluniar; imputar falsamente fato criminoso. (Não admite-se o fato definido como 
contravenção, como jogos de azar e prostituição. Nessa hipótese poderá ser tipificado 
difamação do Art. 139)
*A falsidade necessariamente precisa ser acerca da autoria ou materialidade do fato 
criminoso.
Se da calúnia advém investigação criminal, se tipificará o crime de Denunciação caluniosa Art. 
339, crime contra a administração da justiça, que estabelecerá nova pena e absorverá o crime 
de calúnia.
Porém, deve-se provar que a denunciante sabia da inexistência de veracidade da acusação.
É Crime formal, admite tentativa (exceto quando praticado verbalmente), consumada quando 
chega ao conhecimento de terceiro que não a vítima. Apenas admite dolo de caluniar.
Exceção da verdade - hipótese de exclusão do crime de calúnia.•
Não cabe a prova da verdade:
Calúnia - Art. 138
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
07:50
 Página 32 de Penal III 
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o 
ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível;
Quando o agente imputa a alguém fato criminoso que só se admite condenação por ação 
privada, cujo sujeito passivo é outra pessoa, não poderá provar a verdade se não houve 
sentença condenatória irrecorrível.
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº 
I do art. 141;
Confere imunidade ao Presidente da República e ao chefe de governo estrangeiro;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido 
foi absolvido por sentença irrecorrível.Se o agente do crime ao qual o caluniante imputou já foi absolvido por sentença irrecorrível.
APENAS O INCISO 3 é constitucional, o I e II violam diretamente o princípio constitucional da 
ampla defesa.
Tipo Subjetivo4-
Dolo simples
No caput admite-se dolo eventual e direto, porém no §1º só admite dolo direto
Ação Penal5-
A ação será privada, em regra.
A queixa crime deverá ser exercida mediante ação com procuração delegando poderes gerais 
e especiais para a queixa crime, contendo resumo do fato.
No caso de servidor público a ação será pública condicionada a representação do servidor, 
mas é faculdade dele também agir via queixa-crime.
No caso de Presidente ou chefe de governo estrangeiro, a ação será pública condicionada à 
requisição do ministro da justiça. (Note que requisição não se confunde com representação, 
pois essa não tem prazo, ao contrário da representação que é de 6 meses) O crime contra o 
presidente não tem decadência.
 Página 33 de Penal III 
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Exceção da verdade
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público 
e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
Bem jurídico1-
Honra Objetiva (reputação)
Sujeitos2-
Ativo - Qualquer pessoa
Passivo - Qualquer pessoa, em regra. Não existe previsão legal para contra os mortos.
Tipo Objetivo3-
Espalhar fato que chegue o ouvido de terceiro e atinja a imagem que se cria da pessoa. 
Independentemente se o fato é verídico ou não.
É crime de conduta livre, pode ser de forma escrita, falada, fotografada... 
Admite tentativa.
Difamação pode ser sobre fato verdadeiro, falso, destipificado ou contravencional, porém 
jamais fato criminoso, que caracterizará a calúnia.
Exceção da verdade
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário 
público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
Não cabe a exceção da verdade pois a difamação não exige que o fato seja falso, mas há a 
exceção de quando o ofendido seja servidor público no exercício de suas funções. (a 
difamação é acerca de fato no exercício da função)
Tipo Subjetivo4-
Dolo simples (na difamação).
Ação5-
A ação será privada, em regra.
A queixa crime deverá ser exercida mediante ação com procuração delegando poderes gerais 
e especiais para a queixa crime, contendo resumo do fato.
No caso de servidor público a ação será pública condicionada a representação do servidor, 
mas é faculdade dele também agir via queixa-crime.
No caso de Presidente ou chefe de governo estrangeiro, a ação será pública condicionada à 
Difamação - Art. 139
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
09:50
 Página 34 de Penal III 
No caso de Presidente ou chefe de governo estrangeiro, a ação será pública condicionada à 
requisição do ministro da justiça. (Note que requisição não se confunde com representação, 
pois essa não tem prazo, ao contrário da representação que é de 6 meses) O crime contra o 
presidente não tem decadência.
 Página 35 de Penal III 
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Bem Jurídico1-
Honra subjetiva (moral; decoro: atributos intelectuais ou físicos)
Sujeitos2-
Ativo - Qualquer pessoa-
Passivo - Qualquer pessoa física (exceto Mortos, Pessoas jurídicas)-
Tipo Objetivo3-
Se consuma diferentemente da calúnia e difamação, pois só se fará consumada quando a ofensa chegue ao 
ouvido da vítima, mesmo que esta não esteja presente. (diferencia-se do desacato, além do sujeito passivo, 
pela necessidade da presença do funcionário público e a ofensa ser relativa à atividade de servidoria pública).
Não se admite a exceção da verdade em hipótese alguma, pois os critérios são subjetivos, não sendo 
necessária que a ofensa seja 'falsa'.
A regra geral é de não admitir tentativa, por serem os crimes formais unissubsistentes, porém admite-se a 
injúria de forma escrita, cabendo a tentativa em casos semelhantes.
Injúria Real
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua 
natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena 
correspondente à violência.
Vias de fato = Art. 21 DL 3688/1941 (agressões que não deixam marcas)
É a injúria que tem por finalidade a humilhação da vítima. Agrega-se à pena da injúria a pena da lesão 
correspondente.
Injúria Discriminatória
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, 
cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de 
deficiência:
Pena - reclusão de um a três anos e multa.
É muito confundida com o crime de racismo, mas se diferencia materialmente. A injúria consiste em atingir 
atributos subjetivos da pessoa determinada, enquanto o racismo são condutas discriminatórias de uma 
coletividade, em virtude de etnia, origem, etc.
Possibilidade de perdão judicial
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
Injúria - Art. 140
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
10:47
 Página 36 de Penal III 
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
Existem divergências quanto à aplicação do perdão judicial. A predominante diz que o perdão não se aplica na 
injúria discriminatória, parcialmente na injúria real (afasta-se a injúria, mantendo a lesão) e aplicável ao caput.
Outras correntes dizem que o perdão judicial só pode ser aplicado ao caput.
Tipo Subjetivo4-
Dolo simples na ofensa (Animus Injuriandi). Não se tipifica o crime quando a injúria é realizada com animus 
jocandi, em tom de brincadeira.
Ação Penal5-
Regra geral = Ação privada - Queixa crime
Exceção = Injúria Real a ação é pública, conforme a lesão:
lesão simples = condicionada
lesão grave = incondicionada.
No caso de servidor público a ação será pública condicionada a representação do servidor, mas é faculdade 
dele também agir via queixa-crime.
No caso de Presidente ou chefe de governo estrangeiro, a ação será pública condicionada à requisição do 
ministro da justiça. (Note que requisição não se confunde com representação, pois essa não tem prazo, ao 
contrário da representação que é de 6 meses) O crime contra o presidente não tem decadência.
 Página 37 de Penal III 
Disposições comuns
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um 
terço, se qualquer dos crimes é cometido:
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo 
estrangeiro;
Se o ataque se der em campanha política a lei 4737/65 (Código Eleitoral) prevalecerá sobre o Código 
Penal. (Art. 324, 325, 326).
II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
Altera a ação penal, aumenta-se a pena, mas não pode se confundir com o desacato (Art. 331)
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a 
divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
A Lei 5250/67 tratava dos crimes praticados pela imprensa, porém foi extinta e portanto aplica-se a 
regra do Código Penal para os jornalistas.
IV - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de 
deficiência, exceto no caso de injúria.
A não aplicação do aumento em função da idade no caso de injúria é por ter o legislador pensado no 
caso da injúria discriminatória (evitar dupla pena), porém da forma como está, não existe o aumento 
de pena pela injúria simples.
Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de 
recompensa, aplica-se a pena em dobro.
Disposições comuns
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
09:50
 Página38 de Penal III 
Hipóteses de ofensas legitimadas:
Exclusão do crime
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
Não existe imunidade para caluniar e nem desacatar.
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou 
por seu procurador;
Existe a imunidade pela ofensa em decurso da argumentação, porém não pode haver abusos.
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou 
científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar 
ou difamar;
Art. 5º inciso 9 da Constituição protege a crítica literária, pois está em exercício regular do direito.
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em 
apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do 
ofício.
O juiz, por exemplo, ao sentenciar, tem imunidade, justamente pois está no exercício regular do 
direito. Porém esta imunidade deve ser restrita nos termos do § único.
Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria 
ou pela difamação quem lhe dá publicidade.
Exclusão do Crime
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
10:18
 Página 39 de Penal III 
Retratação
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou 
da difamação, fica isento de pena.
O réu que se retrata antes da sentença, se isentará de pena. A retratação é diferente do perdão pois é unilateral.
Porém a retratação do agente é uma espécie de confissão, sendo prova cabal para um possível processo cível.
A retratação não é cabível na Injúria, já que a honra subjetiva não pode ser reparada.
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou 
injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se 
recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela 
ofensa.
Porém esse artigo é inconstitucional, já que ninguém é obrigado a produzir provas contra si.
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, 
salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste 
Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 
deste Código.
(Prazo decadencial = 6 meses contados à partir da data em que a vítima toma conhecimento da autoria da ofensa.)
No caso do servidor ofendido no exercício de suas funções ou em razão destas (desde que não se configure desacato) será 
mediante representação, quando for crime contra a honra. Porém o servidor poderá optar pela queixa crime.
Retratação e extras
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
10:35
 Página 40 de Penal III 
Dos Crimes contra a Liberdade Individual
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
10:28
 Página 41 de Penal III 
Constrangimento ilegal (Art. 146)
É um crime eminentemente subsidiário, já que na legislação brasileira existem diversos crimes onde 
a legislação tipifica a ação em específico como um crime mais gravoso. Só se aplicará quando não 
existir crime mais grave.
É a forma de constranger alguém para uma finalidade ilegal. (não se confunde quando a pretensão é 
legítima e o meio foi excessivo, onde se mostra a figura do Exercício Arbitrário das próprias razões.)
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, 
ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a 
capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a 
fazer o que ela não manda:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Bem Jurídico1-
Art. 5º inciso II - Garantia da liberdade de auto-determinação. E o princípio da Legalidade.
"Ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer nada senão em virtude de lei."
Sujeitos2-
Ativo - Regra geral = qualquer pessoa. Exceto servidor público, que responderá em lei especial 
(4898/65).
Passivo - Qualquer pessoa com capacidade de autodeterminação. (Se for menor, Art. 232 do 
ECA, assim como Presidente do senado, Câmara ou da república, quando se aplicará a lei 
7160/76)
Tipo Objetivo3-
Só se consuma quando o sujeito passivo cede ao constrangimento, que pode ser praticado 
mediante violência (vias de fato ou lesão corporal) ou ameaça (promessa de mal injusto e 
grave à vítima) ou recurso que reduza a capacidade de resistência da vítima (substâncias 
entorpecentes, álcool, etc)
Admite tentativa se a vítima não cede ao constrangimento.
OBS: 
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do 
paciente ou de seu representante legal, se justificada por 
iminente perigo de vida;
II - a coação exercida para impedir suicídio.
Aumento de pena
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, 
para a execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há 
emprego de armas.
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à 
violência.
Constrangimento Ilegal (Art. 146)
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
10:22
 Página 42 de Penal III 
Quando há concurso de pessoas (exceto quando se constituir quadrilha), existe o aumento de 
pena, bem como quando há emprego de armas (própria ou imprópria)
No caso de emprego de violência geradora de lesão corporal, soma-se à pena do 
constrangimento ilegal a pena da lesão.
Tipo Subjetivo4-
Dolo com fim especial (dolo de constranger)
Ação penal5-
Ação pública incondicionada.
 Página 43 de Penal III 
Ameaça
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio 
simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.
Bem Jurídico1-
Tranquilidade Pessoal
Sujeitos2-
Ativo: Qualquer pessoa.-
Passivo: Qualquer pessoa. (nem sempre é o destinatário da promessa do mal)-
Tipo Objetivo3-
A ameaça é crime formal. Não é necessário que a vítima se sinta atemorizada. Se consuma com a mera ameaça.
Ameaça é a promessa de mal injusto e grave que poderá ser praticada por meio de palavras (forma falada 
unisubsistente), escrita (cabe tentativa), gestos, meio simbólico, etc.
Tipo Subjetivo4-
Dolo simples (de atemorizar)
Ação penal5-
Ação pública condicionada a representação. (prazo de 6 meses)
Ameaça (Art. 147)
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
08:26
 Página 44 de Penal III 
Sequestro e cárcere privado
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado:
Pena - reclusão, de um a três anos.
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
I - se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos;
II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital;
III - se a privação da liberdade dura mais de 15 (quinze) dias.
IV - se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; 
V - se o crime é praticado com fins libidinosos. 
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou 
moral:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Bem Jurídico1-
Liberdade de locomoção.
Sujeitos2-
Ativo - Qualquer pessoa. (Exceto Servidor Público, que responderá pela Lei 4898/65)
Passivo - Qualquer pessoa
Tipo Objetivo3-
É crime permanente, se prolongando no tempo. Pode existir o sequestro por omissão, quando 
existe pessoa com debilidade de locomoção e propositadamente o garante se omite para 
impedir que ela se locomova.
Privar alguém da liberdade mediante sequestro ou cárcere privado. O crime se consuma no 
exato momento em que há o primeiro ato de privação da liberdade, porém sendo de execução 
continuada se a liberdade nãofor reconstituída.
Pode-se privar da liberdade por Detenção ou Retenção, sendo nesta hipótese a apenas 
manutenção forçada da pessoa em local específico (pessoa entre porque quer e é impedida de 
sair) e naquela o ato de forçar a pessoa a entrar e mantê-la forçadamente ainda.)
Sequestro = privação da liberdade da vítima, contudo se reserva a ela uma razoável liberdade 
de locomoção.
Cárcere Privado = privação da liberdade absoluta. Total. (Amarra a vítima)
Admite tentativa quando o agente tenta privar da liberdade mas não consegue. (Se há a 
privação por tempo relevante e a vítima foge, o crime é consumado).
Qualificadoras:-
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
I - se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) 
anos;
II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital; (se for idoso 
Sequestro e Cárcere Privado
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
09:50
 Página 45 de Penal III 
II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital; (se for idoso 
tem previsão no EI)
III - se a privação da liberdade dura mais de 15 (quinze) dias.
IV - se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; 
V - se o crime é praticado com fins libidinosos. 
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico 
ou moral:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Tipo Subjetivo4-
Dolo (regra geral - dolo simples) exceto na hipótese de fim libidinoso, já que então se verá 
caracterizado o dolo especial (de praticar atos libidinosos).
Ação Penal5-
Ação penal pública incondicionada
 Página 46 de Penal III 
Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer 
submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer 
sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, 
por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o 
empregador ou preposto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena 
correspondente à violência. 
O entendimento do STF atualmente é de que deve, para se configurar o tipo penal do Art. 149, o 
agente reduzir a vítima à condição efetiva de servo, privando-o da liberdade de ir e vir. Porém é 
possível, para algumas correntes, a redução a condições precárias e degradantes, em função de 
relação de trabalho.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: 
I - cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do 
trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho; 
II - mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera 
de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-
lo no local de trabalho.
Quando a ofensa não for grave o suficiente para configurar o Art. 149, pode ser aplicado, 
subsidiariamente, o Art. 203, que trata da ofensa a direito garantido pela legislação do Trabalho.
Bem Jurídico1-
Dignidade da pessoa humana (diferencia esse crime do crime do Art. 203)-
Liberdade de Trabalho-
Liberdade de ir e vir-
Sujeitos2-
Ativo = Qualquer pessoa-
Passivo = Qualquer Pessoa (se for criança, ou em função de raça, religião, etnia e origem, há 
aumento de pena)
-
Tipo Objetivo3-
Reduzir alguém à condição análoga a de escravo:
Submetendo a pessoa a trabalhos forçados.-
Submeter a pessoa a jornada exaustiva.-
Restringir, por qualquer meio, sua liberdade de locomoção em razão de dívida com o 
empregador.
-
Sujeitando a situações degradantes de trabalho.-
Cercear o uso de meio de transporte para retê-lo no local de trabalho. (condutas equiparadas)-
Mantém o empregado sob vigilância ou toma documentos e objetos pessoais. (condutas 
equiparadas)
-
Cabe tentativa, quando o agente não consegue seu objetivo com a conduta.
Redução a condição análoga a de escravos.
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
07:53
 Página 47 de Penal III 
Cabe tentativa, quando o agente não consegue seu objetivo com a conduta.
Tipo Subjetivo4-
Dolo simples nas condutas de trabalho forçado, exaustivo ou condição degradante.
Nas demais condutas, dolo com fim especial de manter a pessoa presa na relação de trabalho.
Ação Penal5-
Ação Penal Pública incondicionada.
A competência é da Justiça Federal (antes da emenda ao Art. 109, era da Justiça Estadual).
 Página 48 de Penal III 
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, 
ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em 
casa alheia ou em suas dependências:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Bem Jurídico1-
Tranquilidade do Lar-
Intimidade -
Sujeitos2-
Ativo - Qualquer pessoa (porém servidor público tem lei específica - Lei 4898/65 e militar no 
CPM)
Passivo - O Titular do direito de impedir que alguém adentre à residência (proprietário, 
locatário, empregada)
Tipo Objetivo3-
Entrar ou Permanecer em casa alheia ou em suas dependências (quintal, corredores, etc)-
De forma Clandestina (pular o muro), Astuciosa (se passar por entregador) ou contra a 
vontade de quem de direito (vontade expressa ou tácita)
Casa = Residência, qualquer compartimento habitado, aposento ocupado de habitação 
coletiva ou compartimento não aberto ao público para exercício de atividade ou profissão. 
(caixa de papelão, trailer, caminhão, quarto de hotel, escritório, etc.)
É crime de mera conduta, a lei só descreve a conduta e nada mais. Se consuma quando a 
pessoa pratica os atos. Porém admite tentativa na invasão, nunca na permanência.
Quando a invasão é para fim de furtar, o crime de furto absorve o crime de invasão, segundo o 
princípio da Consunção.
§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa 
alheia ou em suas dependências:
I - durante o dia, com observância das formalidades legais, para 
efetuar prisão ou outra diligência;
II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está 
sendo ali praticado ou na iminência de o ser.
Qualificadora e aumento de pena
§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, 
ou com o emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais 
pessoas:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena 
correspondente à violência.
§ 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por 
Violação de Domicílio
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
08:26
 Página 49 de Penal III 
§ 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por 
funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância 
das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder. 
(Revogado pela lei 4898/65)
Tipo Subjetivo4-
Dolo Simples
Ação Penal5-
Ação Pública Incondicionada.
 Página 50 de Penal III 
Professor não comentará esse artigo e o seguinte pois ambos estão tacitamente revogados pela lei 
dos Serviços Postais 6538/78 Art. 40.
O 151 §1º inciso II tratava da violação a serviços telefônicos, sendo revogado posteriormente pela 
Lei 9296/96, que no seu Art. 10 tipifica o crime de interceptação telefônica.
Violação de Correspondência - Art. 151
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
09:48
 Página 51 de Penal III 
Divulgação de segredo
Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de correspondência 
confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a outrem:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Bem Jurídico1-
Privacidade, intimidade.
Sujeitos2-
Ativo = Qualquer pessoa que detém legitimamente ou é destinatário do documento (se for 
servidor público, será julgado pelo Art. 325 do Código Penal. (é crime próprio)
Passivo = Qualquer pessoa que tenha confidenciado o segredo. (Administração Pública no caso 
do §1º-A)
Tipo Objetivo3-
Divulgar sem justa causaa informação contida em documento que possa causar dano a 
outrem.
É crime formal, basta a divulgação.
Cabe tentativa se a divulgação seja por escrito ou documentado (já que a fala é 
unisubsistente)
Forma qualificada
§ 1o-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, assim definidas em lei, contidas 
ou não nos sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Tipo Subjetivo4-
Dolo simples de revelar o segredo (não de difamação)
Ação Penal5-
Regra geral = Condicionada a representação - Ação penal pública condicionada.
Administração pública = pública incondicionada quando resultar dano.
§ 2o Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação penal será incondicionada
Dos crimes contra a Inviolabilidade dos Segredos
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
09:50
 Página 52 de Penal III 
Violação do segredo profissional
Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função, ministério, ofício 
ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Bem jurídico1-
Privacidade e intimidade
Sujeitos2-
Ativo = Apenas o Confidente necessário previsto no caput, mas cabe participação. 
(induzimento)
Passivo = Pessoa que confessa o segredo.
Tipo objetivo3-
Divulgar sem justa causa a informação contida em documento que possa causar dano a 
outrem.
É crime formal, basta a divulgação.
Cabe tentativa se a divulgação seja por escrito ou documentado (já que a fala é 
unisubsistente)
Pode caber tipificação no crime previsto na lei 7170/83 (Art. 21)
Tipo subjetivo4-
Dolo simples
Ação penal5-
Ação penal pública condicionada
Violação de Segredo Profissional - Art. 154
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
10:37
 Página 53 de Penal III 
Todos os crimes contidos nessa seção protegerão o bem jurídico Patrimônio.
Todos os bens MATERIAIS suscetíveis de avaliação pecuniária, que podem ser apreciados 
materialmente.
Não é crime de risco, deve sempre haver a lesão efetiva ao bem jurídico para que ocorra o crime.
Mesmo o fato sendo típico formalmente, se não houver a lesão efetiva ao bem jurídico, será atípico 
materialmente. (Ex: princípio da insignificância)
Dos crimes contra o Patrimônio
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
09:57
 Página 54 de Penal III 
Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão 
pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
Furto qualificado
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
§ 5º - A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser 
transportado para outro Estado ou para o exterior.
Bem jurídico1-
Patrimônio móvel (Objeto material sobre qual recai o agente, excluído imóveis)
A lei equipara o desvio de energia elétrica a furto, por considerar a energia elétrica a coisa 
móvel (além de qualquer energia) §3º.
Sujeitos2-
Ativo = Qualquer pessoa, exceto o dono do bem
Passivo = Proprietário ou possuidor do bem
Tipo Objetivo3-
O crime se consuma, segundo a posição clássica, quando existe a posse mansa e tranquila da 
coisa, cabendo tentativa mesmo após a desaposse.
Porém existe entendimento que o crime se consuma com a conduta, a simples desaposse do 
bem já configura o crime consumado.
Tipo Subjetivo4-
A desaposse deverá ser com a finalidade de se assenhorar da coisa. Não existe furto de uso 
(exceto se for prefeito e utilize bem da municipalidade).
Aumento de Pena-
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
Furto Privilegiado-
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de 
reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
(não fica a cargo do juiz conceder, se o réu tiver o direito, deverá ser garantido a ele.)
Furto
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
09:58
 Página 55 de Penal III 
(não fica a cargo do juiz conceder, se o réu tiver o direito, deverá ser garantido a ele.)
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
Qualificadoras-
Furto qualificado
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
§ 5º - A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, se a subtração for de veículo automotor que 
venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.
Obs:
Quebrar vidro do carro não é obstáculo, pois é parte integrante do bem.I-
A Relação de emprego por si só não configura o abuso de confiança. A Fraude não se confunde 
com o crime de estelionato, pois é empregada para conseguir o bem. Escalada ou habilidade 
manual (mão leve)
II-
Chave mixa ou simulacro ou qualquer instrumento usado para abrir a fechadura.III-
Facilitado pelo concurso de 2 ou mais pessoas.IV-
Ação Penal5-
Pública incondicionada
 Página 56 de Penal III 
Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 1º - Somente se procede mediante representação.
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente.
Bem jurídico protegido1-
Propriedade da Coisa móvel comum
Sujeitos2-
Ativo = Apenas condômino, co-herdeiro ou sócio (é crime próprio, por isso admite coautoria)-
Passivo = Apenas condômino, co-herdeiro ou sócio (chamado de crime bi-próprio, pois o é em relação ao passivo 
também.
-
OBS: não existe crime contra o patrimônio contra cônjuge e se for contra irmão é condicionado a representação. 
(exceto quando existir violência)
Tipo Objetivo3-
O tipo penal pune apenas quem subtrai o bem de quem a possui legitimamente e nunca quem já a detém e se 
apropria, retendo-o.
O crime se consuma, segundo a posição clássica, quando existe a posse mansa e tranquila da coisa, cabendo 
tentativa mesmo após a desaposse.
Porém existe entendimento que o crime se consuma com a conduta, a simples desaposse do bem já configura o 
crime consumado.
OBS: Não será punível o crime se a coisa é fungível e não ultrapassa o valor da quota parte do condômino ou 
partilhante. 
Tipo Subjetivo4-
A desaposse deverá ser com a finalidade de se assenhorar da coisa. Não existe furto de uso (exceto se for prefeito 
e utilize bem da municipalidade).
Ação Penal5-
Pública condicionada a representação
Furto de coisa Comum
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
10:29
 Página 57 de Penal III 
Bem jurídico1-
Vida, Patrimônio, integridade física e tranquilidade pessoal.
Sujeitos2-
Ativo - Qualquer pessoa
Passivo - Proprietário ou possuidor do bem.
Tipo objetivo3-
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a 
pessoa,ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Por ser crime complexo, absorve o crime de ameaça e lesão corporal.
O crime se consuma, segundo a posição clássica, quando existe a posse mansa e tranquila da 
coisa, cabendo tentativa mesmo após a desaposse.
Porém existe entendimento que o crime se consuma com a conduta, a simples desaposse do 
bem já configura o crime consumado.
Se a capacidade de resistência já estava cerceada ou diminuída por outras circunstâncias, será 
furto e não roubo.
Roubo impróprio:
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa 
ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para 
terceiro.
Só se admite roubo impróprio enquanto ainda não existe a posse mansa e tranquila do bem.
Aumento de pena:
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o 
exterior; 
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
I - Arma de brinquedo não se equipara.
II - Atenção para bis in idem com formação de quadrilha.
III - Apenas se aplica quando o agente conhece e a vítima está em serviço.
IV - Similar à qualificadora do furto.
V - A restrição da liberdade é a forma de violência, se diferencia do sequestro relâmpago [lei 
11.923/09 - Art. 158 §3º] pois nele existe dependência de conduta da vítima. (no roubo não é 
necessário nenhuma ação da vítima pra obter o resultado)
Roubo
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
07:52
 Página 58 de Penal III 
necessário nenhuma ação da vítima pra obter o resultado)
Qualificadoras:
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da 
multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.
A segunda parte do §3º é conhecida como latrocínio (segunda maior pena do Código Penal), 
admitindo a doutrina que o resultado morte ou lesão grave pode ser por via dolosa ou 
culposa. (responsabilidade objetiva)
Não interessa também se a morte advém antes ou logo depois do roubo.
O latrocínio se consuma com a morte, de acordo com o entendimento da súmula 610 do STF.
Latrocínio é crime Hediondo.
O latrocínio não é julgado pelo jure popular e sim juiz singular.
Tipo Subjetivo4-
Dolo simples, porém no latrocínio existe dolo especial de matar para roubar.
Ação Penal5-
Pública incondicionada
 Página 59 de Penal III 
Extorsão
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida 
vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta -se a pena de um terço até metade.
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior.
§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção 
da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal 
grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente.
Bem jurídico1-
Vida, Patrimônio, integridade física e tranquilidade pessoal.
Sujeitos2-
Ativo - Qualquer pessoa (se for servidor público, responderá por Concussão)
Passivo - Qualquer pessoa.
Tipo Objetivo3-
É crime formal, não depende do resultado. A simples conduta de constranger com finalidade de obter vantagem.
Só cabe tentativa nas formas escritas, em que é possível tentar constranger.
Aumento de Pena
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até 
metade.
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior.
Forma Qualificada (Lei 11.923/2009)
§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a 
obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta 
lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente.
Obs: §2º - O resultado morte ou lesão grave só pode vir da violência e não da ameaça. (aplica-se a mesma pena 
aplicável no roubo)
Extorsão da qual resulta morte é crime hediondo.
Obs: §3º - exige-se que a privação da liberdade seja a violência constrangedora para obter a vantagem econômica.
Tipo Subjetivo4-
Dolo com fim especial de obtenção da vantagem.
Ação Penal5-
Pública incondicionada.
Extorsão
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
08:48
 Página 60 de Penal III 
 Página 61 de Penal III 
Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição 
ou preço do resgate:
Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
Esse crime é crime hediondo.
Bem Jurídico1-
Liberdade, Patrimônio, Vida e Integridade Física.
Sujeitos2-
Ativo = Qualquer pessoa
Passivo = Qualquer pessoa (admite-se mais de um sujeito passivo quando outra pessoa paga o 
resgate)
Tipo Objetivo3-
A palavra sequestro nesse crime abrange também o cárcere privado.
É crime formal, a simples conduta com a finalidade do caput já consuma o crime. Não depende 
do recebimento do resgate, que é mero esgotamento do crime.
Cabe tentativa quando tenta-se privar a liberdade da pessoa e não consegue.
Formas Qualificadas:
§ 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou 
maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. 
Pena - reclusão, de doze a vinte anos. 
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. 
§ 3º - Se resulta a morte: 
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. (A maior pena do código penal)
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a 
libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.
O §4º trata da Delação premiada.
Tipo Subjetivo4-
Dolo com fim especial de obter vantagem Patrimonial.
Por se tratar de crime contra o patrimônio, a vantagem deve ser patrimonial para ter relação 
com o bem jurídico.
Ação Penal5-
Pública Incondicionada
Extorsão Mediante Sequestro
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
10:00
 Página 62 de Penal III 
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento que pode 
dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Bem jurídico1-
Patrimônio, Liberdade, dignidade da pessoa humana.
Sujeitos2-
Ativo = Apenas o Credor (crime de mão própria)
Passivo = O devedor (que é a vítima da extorsão)
Tipo Objetivo3-
É crime formal. Basta exigir ou receber documento.
Só admite tentativa (no exigir) de forma documentada. (no receber a tentativa é possível)
Tipo Subjetivo4-
Dolo com fim especial de garantir o pagamento da dívida.
Ação Penal 5-
Pública incondicionada.
Extorsão Indireta
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
10:41
 Página 63 de Penal III 
Alteração de limites
Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, para 
apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel

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