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1 CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS CURSO: DIREITO – 5º PERÍODO – MATUTINO TEORIA GERAL DO PROCESSO – TGP Professora: JULIANE CARVALHO DE SOUZA FAVA Acadêmica: FRANCIELE ROBIN MACHADO 1° BIMESTRE TEORIAS • Unitária: todos os campos do processo apresentam algo em comum; a base é a mesma. • Dualista: não há nada em comum. DIREITO E SOCIEDADE No atual estágio dos conhecimentos científicos sobre o direito, é predominante o entendimento que não há sociedade sem direito; mas ainda há autores que sustentam que não haveria, pois lugar para o direito, sem a sociedade. O direito vai surgir não só para resolver os conflitos, mas também para evita-los. Interesses envolvidos numa disputa individual, coletiva, pública. • Individual: 1 pessoa. • Coletivo: 1 grupo. • Público: sociedade como um todo. • FORMAS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS Da AUTOTUTELA A JURISDIÇÃO • Autotutela/autodefesa: Na fase primitiva da civilização dos povos, inexistia um Estado suficientemente forte para impor o direito acima da vontade dos particulares, ainda não havia se quer as leis. Assim, quem pretendesse alguma coisa deveria de com sua própria força tratar de resolver. Quando o Estado chamou o direito para executar 2 a punição, ele exerceu primeiramente mediante seus próprios critérios e decisões, sem interposição de órgãos ou pessoas imparciais e desinteressadas. Esse regime chama-se autotutela. (2 traços característicos: ausência de juiz distinto das partes, e imposição da decisão por uma das partes a outra) • Autocomposição: outra solução possível nos sistemas primitivos; onde uma das partes em conflito, ou ambas, abrem mão do interesse ou de parte dele. (consenso, acordo, resolução amigável) São três as formas: a) Desistência: um abre mão do direito b) Submissão: o que ofendeu se submete ao ofendido c) Transação: os 2 abrem mão do ato Todas essas soluções são parciais, no sentido que dependem da vontade e da atividade de uma ou de ambas as partes. • Arbitragem ou Mediação: escolha de um terceiro não interessado para resolver o litígio. Pouco a pouco os indivíduos foram percebendo os males desse sistema, e ao invés de preferir a solução parcial dos seus conflitos, preferiram uma solução amigável e imparcial através dos árbitros. Pessoas de sua confiança mútua em que as partes se utilizam para resolver os conflitos. • Jurisdição: capacidade que o Estado tem de decidir imperativamente e impor decisões em relação aos conflitos (juiz). Atribuído somente ao poder judiciário. O que diferencia das demais funções, é que a finalidade da jurisdição é pacificadora. MEIOS ALTERNATIVOS DE PACIFICAÇÃO SOCIAL (para resolver os litígios) Algumas dificuldades têm feito com que se estreite o canal de acesso à justiça através do processo (ex: duração do processo, custo), então os processualistas modernos tiveram que achar novos meios para as soluções dos conflitos. • Conciliação: os próprios litigantes chegam a um acordo de como resolver o litígio a) Endo processual: já tem um processo instaurado, e os litigantes resolvem dentro do processo. b) Extraprocessual: não tem processo instaurado (só essa entra) • Arbitragem: regulamentada pela lei 9.307/96. Nem todos os conflitos, e nem todas as pessoas podem ser submetidas à arbitragem. Somente pessoas 3 capazes, somente direitos disponíveis, e ambas as partes estejam em consenso. 1. Direitos patrimoniais são em geral disponíveis. 2. Relações comerciais geralmente escolhem arbitragem. 3. Pode haver uma cláusula no contrato estabelecendo que se ocorrer litígios sejam resolvidos por arbitragem. 4. No final do processo irá ter uma sentença arbitral, não é revista pelo juiz, só em caso de vício. Ela possui validade igual a judicial. O árbitro não pode obrigar sua execução, é encaminhado para o judiciário decidir o cumprimento. CONTROLE JURISDICIONAL É INDISPENSÁVEL Em alguns casos o poder judiciário é indispensável. A lei não admite a autotutela, a autocomposição, o juízo arbitral e nem mesmo a satisfação voluntária. Casos relacionados a direitos indisponíveis (ex: direito penal em casos mais graves, anulação de casamento). Ao cabo de uma longe evolução, chegou-se a mais absoluta proibição da aplicação de qualquer pena sem prévia realização de um processo. ACESSO A JUSTIÇA É o acesso a ordem jurídica justa. Para isso é indispensável que o maior número possível de pessoas seja admitido a demandar e a defender-se adequadamente, sendo também condenáveis as restrições quanto a determinadas causas (pequeno valor), entre outros requisitos. Deve ser observado 4 aspectos. 1. Ampla admissão no processo: todas as pessoas devem ter condições de se socorrer ao poder judiciário, mesmo não tendo condições financeiras (assistência jurídica integral e gratuita). O acesso à justiça também lhe assegura poder de se defender. 2. Modo de ser do processo: o processo tem que seguir seu curso legal. É preciso que no desenrolar de todo processo: • A ordem legal se deus atos seja observada • As partes tenham oportunidade de participar em diálogo com o juiz • Que o juiz seja adequadamente participativo na busca de elementos para sua própria instrução (deve ser um protagonista ativo no processo) 3. Justiça na decisão: O juiz deve cumprir o aspecto da ampla admissão no processo, modo de ser do processo. Apreciar a prova, enquadrar os fatos em normas e categorias jurídicas, e interpretar os textos de direito positivo justamente. 4 4. Utilidade da decisão: todo processo deve dar a quem tem um direito, tudo e somente aquilo que ela tem direito de obter. FUNÇÃO DO ESTADO CONTEMPORÂNEO Assumir para si certas funções essenciais ligadas a vida e desenvolvimento da nação e dos indivíduos que as compõe; manter a paz social. Para isso se usa de 2 funções: 1. Legislativa: estabelece as normas que regem várias relações, dizendo o que é lítico e ilícito, atribuindo condutas, etc. Cria as regras de conduta. 2. Jurisdicional: cuida o Estado, de buscar a realização prática daquelas normas em caso de conflito entre as pessoas; caso ocorra o descumprimento de alguma regra de conduta. DIREITO PROCESSUAL Fases evolutivas 1. Fase sincretista/sincretismo: o direito processual era o mesmo que direito material. Se os direitos fossem violados, para a parte já tinha ação. / O processo era considerado simples meio de exercício dos direitos. A ação era o próprio Direito Subjetivo material que, uma vez lesado, adquiria forças para obter em juízo a reparação desta lesão. Não se tinha noção do Direito Processual como ramo autônomo do Direito e muito menos dos elementos para sua autonomia científica. 2. Fase autonomista/conceitual: foi o divisor de águas; dividiu regras de conduta, do processo. Gerou muitos conceitos nessa fase (o que é ação, os aspectos do processo, etc.). Fase de muito estudo. / Foi marcada pelas grandes teorias do Direito Processual, especialmente sobre a natureza jurídica da ação e do processo, as condições e os pressupostos processuais. 3. Fase instrumentalista: partiu do princípio que nas fases anteriores deixaram de lado o direito material, então houve uma valorização nesta fase. A ideia que o processo não existe para pensadores, cientistas e sim para as pessoas e seus direitos. O processo é um instrumento para que se alcance o direito. / É uma fase crítica. Após toda a evolução existente, chega-se a um momento em que se observa o processo por um ângulo externo, ou seja, examinando os resultados práticos. 5 4. Fase pós-instrumentalista: nósvivemos em um momento de reaproximação maior de direito material e processual. Pensadores gaúchos Mitiero e Bedaque. Direito Material e Processual • Material: regras de conduta impostas pelo Estado. Define o que é lícito, regras de vizinhança, regra de parentesco, etc. • Processual: acontece toda vez que há ameaça a desrespeito ou o desrespeito em si a uma regra de conduta do direito material. • Material: nem sempre depende do direito processual, somente se tiver ameaça ou violação da conduta correta. • Processual: depende do direito material, só existe por conta dele. Instrumentalidade do Processo O processo serve como um instrumento de alcance do direito material. Liga o sistema processual a ordem jurídico-material, e ao mundo das pessoas e do Estado. Divisões do Direito Processual • Processual civil: cuida de relações tributárias, empresariais etc. Tudo o que a lei não define especificamente aos demais processos. • Processual penal: cuida da pretensão punitiva do Estado relacionado a contravenções penais • Processual trabalho: cuida das relações privadas envolvendo empregado e empregador • Processual eleitoral: cuida de tudo relacionado ao pleito • Processual penal militar: cuida da pretensão punitiva do Estado quanto a crimes militares. Normas Processuais São as normas jurídicas que regulamentam e disciplinam a atividade do Estado e das partes envolvidas em um processo, bem como o modo pelo qual o processo se desenvolve. • Natureza jurídica: são normas de direito público, pois tem relação com litígios ocorrentes no Estado; • Natureza cogente: norma obrigatória imposta por lei (em regra são assim); 6 • Natureza dispositiva: normas que se pode dispor a própria lei autoriza dispor de algo no processo (ex: se irá recorrer ou não no final do processo); • Objeto: pacificação social, resolução dos conflitos. Para isso é dado ao juiz poder para resolver os litígios, e as partes de se defender. 1. Normas processuais de organização judiciária: como se dá a estrutura do poder judiciário e também dos órgãos auxiliares. A União e os Estados que cuidam (União da org. geral, e os Estados da sua própria org.). 2. Normas processuais sentido estrito: cuidam do processo propriamente dito, poderes, dever de juízes e partes. União que cuida. 3. Normas processuais sentido lato: cuida do modo de procedimento, de como o processo vai se desenvolver. União que cuida, mas não é exclusiva a competência; outros Estados e DF também possuem competência. • Fontes: de modo geral a União, os Estados e o DF. Podendo ser essas fontes: 1. Abstratas: são gerais (leis, usos e costumes, negócio jurídico, jurisprudência); 2. Concretas: são particulares, tem uma especialidade (somente relacionadas à lei). • Eficácia: 1. No espaço (qual a área de aplicação): território nacional (lexi fori). Princípio da temporalidade se aplica leis brasileiras em território brasileiro, não importa o litígio. 2. No tempo (se fala em vigência): em geral, na própria lei processual diz o tempo de vigência, se não dizer nada, o tempo de vacation legis é 45 dias. • Sistemas: 1. Unidade processual: o processo é um todo, ele deve se reger completo ou pela lei nova, ou pela lei velha. Então se o processo está em andamento, prevalece à lei velha, mesmo revogada. 2. Fases processuais: o processo tem fases, então se pode reger pela lei nova. Uma fase antiga a lei nova, mesmo que a lei nova entre em vigor, tem que terminar a fase na lei velha. 3. Isolamento dos atos processuais: não leva em consideração fases, e sim atos. A partir do vigor da nova lei, começa-se a usar ela no processo, não importa se não terminou a fase (princípio da irretroatividade). • Exceções ao princípio da irretroatividade: 1. Ultratividade: se a antiga é mais benéfica, é ela aplicada. 2. Retroatividade: a lei nova só vai retroagir em benefício do réu (penal). • Integração e interpretação 1. Integração: para suprir as lacunas, preencher as omissões de lei (art. 4 LINDB – há três formas de integração): a) Analogia: se utiliza de normas jurídicas de fatos que sejam semelhantes (ex: adoração por homossexuais adota-se regras de adoção). 7 b) Costumes: prática reinterada de um comportamento; conduta aceita socialmente com sensação de obrigatoriedade. c) Princípios gerais do direito: regras não escritas que servem como fonte de aplicação. Não são princípios constitucionais, não tem cunho de obrigatoriedade. (ex: boa-fé presumida, alegar e nada provar equivalem a não alegar). 2. Interpretação: mecanismos de compreensão das normas; os meios de interpretação são importantes para melhor aplicar a norma, e alcançar o objetivo. Os meios podem se dividir em 3 grupos: a) Origem/fonte: leva em consideração a figura do intérprete. Pode haver 3 tipos: Autentica: quando ela surge do próprio legislador (ele vai editar uma nova lei que explica a primeira, de qual a melhor forma de se aplicar). Doutrinária: provêm dos estudiosos do direito (não tem força vinculante). Jurisprudencial: provêm do julgamento de alguns casos (não tem força vinculante, mas vez por outra os tribunais utilizam). b) Meios: 4 métodos de interpretação Literal/gramatical: meio mais básico, se analisa efetivamente o que é realmente cada palavra, seu real sentido, modo pelo qual foram utilizadas. Lógica/teleológica: busca a finalidade, o fim da norma. Histórica: levam em consideração os antecedentes do momento que geraram essa lei (ex: leis que garantiram direitos aos homossexuais). Sistemática: a norma não existe sozinha, integra todo um sistema processual; deve ser analisada com textos legais e princípios. c) Resultados: leva em consideração o que a norma quer dizer, há 4 métodos: Declarativa: quando a lei diz exatamente o que ela quer, o que pretende. Extensiva: quando a lei diz menos, e precisa ampliar os efeitos, o alcance da norma. Restritiva: quando a lei diz mais, e é necessário fazer uma restrição, uma interpretação que limite o alcance da norma. Ab rogante: quando o intérprete se dá conta que o texto legal não é condizente com o ordenamento jurídico, então não deve ser aplicado. PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL (análise em 2 grupos) Princípios informativos: 8 • Lógico: o processo tem uma ordem cronológica (pessoa se sente lesada e faz pedido ao poder judiciário-defesa-chance de provas- decisão). • Jurídico: em todo processo deve haver igualdade processual, já existe regras pré-estabelecidas, então há uma igualdade, todos têm conhecimento do que acontece no processo. • Político: tem cunho democrático; ele permite que qualquer cidadão tenha liberdade de formular pedidos ao judiciário. • Econômico: obter sempre o máximo do processo; os melhores resultados possíveis com o menor desperdício de tempo, dinheiro e atividade de todos os participantes. Princípios fundamentais/gerais (não verdades absolutas) 1. Imparcialidade: em qualquer processo o juiz deve julgar sem comprometimento com as partes, e com o objeto do litígio, a fim de adquirir algo, com interesse. (não existe neutralidade, o juiz é humano, tem experiências) 2. Juiz natural: não haverá juízo ou tribunal de exceção. Um juízo que já tem maneira específica, já é pré-estabelecido a sua competência. 3. Igualdade/isonomia: garante um processo justo. Pode ser vista sob 2 aspectos: Formal: é uma otopia; parte do princípio que se devem tratar todos da mesma maneira. Real/substancial: é a que deve ser buscado em um processo, tratar de maneira desigual os desiguais, tratar cada um no seu patamar. 4. Contraditório: garantia que todo participante do processo deve ser informado, conhecer,saber o que se passa no processo. Ocorre antes da ampla defesa. - Informação + possibilidade de reação Os meios de informação do que acontece no processo: Citação: só o polo passivo é citado. Intimação/notificação: se diz respeito ao andamento do processo; para qualquer pessoa sobre qualquer ato. 9 Na esfera civil o contraditório: informação + possibilidade de reação. É facultativo e só o sujeito passivo pode fazer. Na esfera penal o contraditório: é real e efetivo (na possibilidade de reação, se eu não reagir o juiz nomeará alguém para me defender). A reação é obrigatória. Tipos/modalidades/formas: Prévio: tenho que saber o que se passa no processo, em seguida o juiz poderá decidir. Diferido, postergado: o juiz decide antes de a pessoa saber o que se passa no processo (só ocorre por exceção). É para um bem maior, a preservação do direito (ex: prisão preventiva). 5. Ampla defesa: só existe se anteriormente houve um contraditório; é a efetiva reação. Autodefesa: a pessoa mesmo se defende (quando ela é ouvida pelo juiz). Também compreende o direito do silêncio (facultativo no direito civil, a outra obrigatória) Defesa técnica: se da por profissional habilitado para a defesa (advogado) 6. Ação, demanda ou iniciativa da parte: pode pedir para o judiciário a resolução do litígio, momento em que provoca o poder judiciário quando se sente lesada. Inquisitivo: aquele que concentra em uma mesma pessoa instauração da ação, produz prova e julga. (não pode existir) Acusatório: consegue-se perceber a figura do acusador e do acusado; estão no mesmo nível, tratamento igualitário, equilibrado. (obs.: existe em qualquer tipo de processo, mas no DC propõe a ação só se quiser, vigora essa facultatividade, a pessoa não é obrigada. Nas ações penais públicas há obrigatoriedade, o MP não pode deixar de executar a ação, nas ações privadas é facultativo). 7. Impulso oficial ou impulso processual: está falando da movimentação do processo, que se destina ao juiz, pois é esse que julga e promove o andamento do processo. Há o interesse público para que o processo chegue logo ao fim. 1. 8. Disponibilidade e indisponibilidade: existem faculdades em um processo (direitos, atos, etc.) que se pode dispor ou não. Via de regra: no processo civil vigora o princípio da disponibilidade. Mas se tiver um direito indisponível não pode dispor. No processo penal vigora o princípio da indisponibilidade. Mas nas ações penais privadas se pode dispor. 10 9. Disponibilidade e livre investigação das provas/verdade formal e real: Ambos se relacionam a produção de provas. Dispositivo: determina que, competem as partes a produção de provas no processo. A parte que alega deve provar. Formal: a verdade é trazida pelas partes e se apresenta no processo. Livre investigação das provas: permite ao juiz buscar também as provas livremente. Real: o juiz não está atrelado exclusivamente a vontade, as provas da parte. 10. Persuasão racional do juiz ou livre convencimento motivado: Da prova legal (prova tarifada): a apreciação das provas se estabeleceria na própria lei. A lei definiria qual a lei mais importante. Julgamento conforme a consciência do juiz: o juiz julga de acordo com sua consciência, mesmo que a sua consciência estivesse ao contrário das provas. Persuasão emocional: é o meio termo; não há prova tarifada, todos estão no mesmo nível de hierarquia. O juiz analisa todos os meios probatórios, as provas proferidas no processo, ele escolhe as que lhes convêm. (depende do próximo princípio) 11. Motivação/fundamentação das decisões judiciais (para o juiz): dar justificativa sobre ter tomado a decisão de tal maneira. Se eventualmente não houver motivação, haverá nulidade do processo. Interesse privado: a parte pode se convencer da decisão, se não se sentir convencida, ela recorre. Interesse público: está no sentido de saber se o juiz está agindo com imparcialidade e legalidade. 12. Publicidade: todo mundo deve ter conhecimento do processo, para que se possa ter um controle da atividade jurisdicional (ex: saber se esta usando de legalidade). A razão desse princípio é dar transparência ao poder judiciário. Ampla: todos podem ter um controle da atividade jurisdicional. Restrita: há casos que tem andamento em segredo de justiça, então somente as partes tem conhecimento. (obs.: nos processos eletrônicos há limitações, há um prejuízo para o principio) 13. Oralidade: modo pelo qual o processo deve se realizar; seu modo de ser. O processo se estabeleceu antigamente na oralidade, através de palavras, 11 gestos. Hoje a realidade brasileira é predominantemente escrito e por vezes oral (ex: audiências), então esse princípio não é por excelência, o modo brasileiro é misto. Há 4 princípios que orientam o princípio da oralidade: Concentração: todos os atos do processo devem se dar da forma mais próxima possível uns dos outros; no sentido de uma justiça mais eficaz. Imediatidade/imediação: o juiz tem que ter contado direto com as partes e as probas, sem um intermediário. Identidade física do juiz: a regra é que o juiz que realiza a audiência de instrução é o juiz que deve julgar o litígio, pois tem melhor condição. Há exceções, exemplo é o juiz ser transferido ou se aposentar. (deixou de existir com o novo CPC, no CPP e em outros continuou). Irrecorribilidade das interlocutórias: os juízes podem se manifestar de 3 formas: despacho, decisão interlocutória e sentença). O princípio é a impossibilidade de recorrer em decisão interlocutória; em regra são irrecorríveis, pode somente recorrer se a lei permitir. 14. Lealdade processual/boa fé: diz respeito ao comportamento das partes em um processo; deve ser sempre respeitoso, leal, honesto, etc. Atinge todos os participantes, não importando ser a participação maior ou menor. O CPC há litigância de má fé, uma punição pela não observância do princípio, somente a parte pode responder. 15. Economia processual: o máximo do processo, com o menor desperdício de tempo e dinheiro. É necessário observar 4 aspectos: Economia de custo: economia no aspecto financeiro, quanto menos a dispensa do processo, ou até mesmo a gratuidade do processo, é melhor. Economia de tempo: não desperdiçar o tempo. Economia de atos: evitar atos que sejam desnecessários. Eficiência do poder judiciário: o juiz irá ter uma eficiência melhor se os aspectos anteriores forem cumpridos. 16. Celeridade/razoável duração do processo: decorre do princípio da economia processual. O princípio busca evitar o tempo patológico, prejudicial ao processo. Deve-se pensar também que não se estende somente a decisão, mas também ao recebimento do que está previsto na sentença. 17. Instrumentalidade das formas ou finalidade: é importante, pois se refere à prática dos atos do processo que a lei prevê. Mas a não observância da lei, 12 não é necessário repetir; se alcançaram sua finalidade são validos. O mais importante é o direito material e não o processo em si. 18. Duplo grau de jurisdição: não tem previsão expressa na CF, mas tem raízes no texto constitucional. Toda vez que há descontentamento pode se recorrer ao recurso. A revisão sempre se dá por uma instancia superior, nunca pelo juiz que proferiu a decisão. DIREITO PROCESSUAL CONSTITUCIONAL Considerações Iniciais - Forma de ver diferente o processo 1. Garantias: a) Acesso à justiça, acesso a ordem jurídica justa ou inafastabilidade do controle jurisdicional: a todos é garantido formular pretensões perante o poder judiciário, e ter uma resposta, tendo êxito ou não na decisão. Engloba: o socorro ao poder judiciário, resposta, e obter uma solução. O acessoà justiça e analisado de 2 formas retrospectiva e prospectiva: Retrospectivo: quando existe a lesão (ex: fui demitida sem justa causa; tive um acidente de carro). Há uma tutela repressiva pelo poder judiciário. Prospectivo: possibilidade de eminência de uma lesão. Há uma tutela preventiva pelo poder judiciário, pôs ele procura prevenir que ocorra a lesão (ex: mulher ameaçada pelo marido vai ao judiciário que vendo que o marido mantenha distância para não ocorrer a “Maria da Penha”). b) Devido o processo legal: principio mais importante da análise do D.P; é o ponto de partida para os demais princípios (serve como fonte). É visto em 2 planos: Plano material ou substancial: é analisado pelo trinômio “vida- liberdade-propriedade”. Significa que ninguém será privada desses direitos, somente se for por ato do Estado. Plano processual: qualquer consequência que a pessoa passa vira a sofrer no trinômio, deve ter uma decisão em que no processo houve todos os caminhos legais (vida, liberdade, propriedade). 13 TRILOGIA ESTRUTURAL DO DIREITO PROCESSUAL São 3 elementos que compõem a estrutura do direito processual: • Jurisdição: de forma simples, é a resolução de litígio pelo Estado. • Ação: é a forma de provocar o Estado, para obter uma resposta. Vista tanto no âmbito do sujeito ativo, como o passivo. • Processo: é o meio de exercício da jurisdição. “A ação provoca a jurisdição, que é exercida por meio do processo”. Jurisdição É algo que e atribuído somente ao poder judiciário. Juris + Dictio = dicção do direito. É o poder de ver e de dizer o direito ao caso concreto. E vista como poder, função e atividade. 1. Poder, função e atividade Como poder: pois o poder judiciário pode sujeitar as pessoas as suas decisões. Como função: pois o poder judiciário tem que cumprir o objetivo do bem-estar social. Como atividade: pois se materializa em um conjunto de atos ou manifestações do juiz no processo. 2. Elementos Indispensáveis para a atuação Conflito de interesse: “LIDE”= conflito de interesse qualificado por uma pretensão resistida ou insatisfeita (Francesco Carnelutti). Provocação: é preciso dar conta ao poder judiciário, informado que houve o litígio. 3. Extensão/ Forma Atuação (atua em duas formas) Declarando o direito: declarando a vontade da lei, quem tem o direito e qual é o direito. Impondo cumprimento: impõe o cumprimento das suas decisões. 4. Poderes: 14 Poder de decisão: poder de dar a palavra final. Poder de coerção: poder de impor sua vontade, suas ordens. Poder de documentação: para que tenha as outras 2 partes, é necessário documento. 5. Princípios A) Inércia: o juiz não pode instaurar uma ação por conhecimento do litígio. A jurisdição não age de oficio. Está relacionado com o princípio da ação, só muda o direcionamento. B) Indeclinabilidade ou inafastabilidade do controle jurisdicional: o juiz não pode se afastar do julgamento do litígio, o juiz não pode se eximir de julgar, de dar a sua decisão. Não pode existir lei alguma que impeça o poder judiciário de julgar litígios. (obs.: não há obrigação de se submeter a arbitragem para resolver os litígios, é um meio alternativo; por conta disso ela não viola esse princípio, pois está prevista em lei.) C) Inevitabilidade: é inevitável não se sujeitar a decisão do poder do judiciário; não pode se opor ao alcance do que ficou decidido pelo poder judiciário. D) Investidura: só pode julgar os litígios que tem a função de julgar. E) Indelegabilidade: a função do poder judiciário é julgar, na figura do juiz; não podendo este delegar sua função. F) Aderência ao território: é visto de 2 formas: Ampla: a jurisdição tem um limite, na forma ampla é o território nacional (jurisdição nacional) Restrita: há uma limitação dentro do território nacional pela competência G) juiz natural: significa que só o juiz pode julgar; as regras sempre estão estabelecidas em lei, os tributos devem pré – existir aos litígios. 7. Características a) Unidade: jurisdição é algo que é único; o interesse do Estado é sempre a paz, é único. 15 b) Substitutividade: a partir do momento que o Estado proibiu que as pessoas resolvessem os litígios por autotutela, e fez com que as pessoas fossem até ele, para ele resolver, houve a substituição da vontade das partes, pela sua decisão. c) Definitividade/imutabilidade: algo que é inalterável, neste caso, uma vez que o poder judiciário julga o litígio, e as partes não recorrem, há decisão em julgado, e então não se pode mais alterar e nem rever. Coisa julgada não existe em decisões administrativas. 8. Divisão (a jurisdição é uma só, mas para entende – lá, em caráter didático, se utiliza a divisão). A) Relacionada ao objeto: Penal: se análise as normas penais e do processo penal. (Juiz estadual, federal, eleitoral e militar). Civil: tudo relacionado ao direito empresarial, civil, previdenciário, tributário, consumidor, etc. E também normas do processo civil. (Juiz estadual, federal, eleitor e do trabalho). B) Relacionado ao órgão jurisdicional: Comum: encontra a justiça federal, estadual (ambos cuidam de matéria civil e penal). Especial: encontrava justiça do trabalho, militar e eleitoral. C) Relacionada a posição hierárquica Superior: tribunais 2° grau 2°instância. Inferior: juiz singular, de 1° grau ou1°instância. D) Fonte do direito: que orienta o julgamento, a decisão. De direito: o juiz ancora toda a sua decisão no ordenamento jurídico. De equidade: um julgamento subjetivo baseado em um senso de justiça. 9. Jurisdição Contenciosa bem Jurisdição Voluntária (só a jurisdição civil) A) Contenciosa: é a jurisdição pura; o juiz busca resolver o litígio e a pacificação social. B) Voluntária: pode ser chamada de “administrativa” ou “valiosa”. 16 Administração pública de interesse privados Por órgãos do foro extrajudicial (ex: cartórios). Por órgãos estranhos ao poder judiciário. Pelo próprio poder jurídico (é o que chamamos de jurisdição voluntária). C) J.contenciosa x J.voluntária Lide negócio jurídico Partes interessados Contraditórios não contraditórios Jurisdição adm Substitutividade não substitutividade Atuação direito constituição da situação jurídica Coisa julgada não coisa julgada Ação requerimento 10. Limites da Jurisdição (internos e externos) Interno: Nacional (tribunais superiores). Regional (TRF’S). Estadual (TJ’S). Limitado (1° grau - os que julgam dentro da comarca juízes estaduais / seção, subseção, circunscrição judiciária juízes federais. ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA (tem relação com a Jurisdição) A) Aspectos Magistratura: ingressam por meio de concurso e podem ser promovidos por merecimento ou antiguidade. Eles têm autonomia administrativa e financeiro agem com independência e imparcialidade = garantias Idep: vitaliciedade, inamovibilidade, irredutibilidade. Duplo grau de jurisdição: possibilidade de revisão das decisões feitas pelo juiz do 1°grau. Composição juízos e tribunais: juízos: local que o juiz exerce sua função, podem ser singulares (1°instância) ou colegiados formados 17 por conjunto de juízes (2°instância ). Os tribunais são formados por câmaras (3 à 5 juízes ) quem julga os recursos são 3 (relator, revisor, vogal). O órgão especial é formado pelos juízes mais antigos do tribunal tem função adm. e jurisdicional. Divisão judiciária: divisão em áreas geográficas no Estado. Trabalhos Forenses:a atividade jurisdicional só é ininterruptas nos 1°e 2° grau de jurisdição. Os tribunais superiores tem férias de 2 à 31/01 e 2 à 31/07. 1. Auxiliar de Justiça Pessoas que são chamadas para ajudar o poder judiciário para o bom andamento do processo. • Classificação: A) Permanentes: auxiliares por excelência, pois fazem parte da estrutura do judiciário (servidores públicos e serventuários da justiça). Servidor: recebe integralmente dos cofres públicos. Serventuários: pode receber de particular ou 50% particular e 50% cofres. (Exemplo: escrivão, oficial de justiça, juro leigo). B) Eventuais: é convocado para atender ocasiões específicas; não são lotados (ex: perito, psicólogo, tradutor ) o juiz nomeia para função. C) Extravagantes: correspondem nas atividades que exercem, ajudando no andamento do processo (ex: correios). Não for nomeado pelo juiz. 2. Funções Essenciais à Justiça (não fazem parte do poder judiciário, mas agem conjuntamente) a) Ministério Público (parquet) defesa da ordem jurídica; defesa social de modo geral. Da União: engloba o MP Federal, MP do Trabalho, MP do Distrito do Trabalho, MP Militar. Estadual: entes federados Chefe do MP da União é o Procurador Geral da República, e os membros do 1°grau são os procuradores da República. Chefe do MP Estadual é o Procurador Geral do Estado, e os membros são os promotores de justiça. – governador nomeia o mais votado pela parte; podendo escolher também o meio votado. Há alguns princípios que são inerentes ao MP, que o norteiam: 18 Unidade e indivisibilidade: muito embora existisse a divisão (espera da União e Estado), o órgão é um só. Troca-se um pelo outro, sem que haja um prejuízo ao processo. Independência funcional: sua vinculação no processo é a lei, ele não tem vinculação com o poder executivo, judiciário, nem com seus supervisores hierárquicos. Autonomia orçamentária e administrativa. Todas as garantias e o juiz tem o MP também tem, e possui as mesmas limitações. Vedações: (art. 128, §5º, II) - Independente do tipo do processo, o MP pode atuar de 2 formas: Parte: vai se situar em um dos polos do processo. Fiscal da lei (custos Legais): não defende nenhum dos polos. b) Advocacia Pública (defende a administração Pública) (art.131/132) Advogados dos entes federados, adm. Direta e indireta. O chefe é o Advogado Geral da União; prestam concurso público e ter inscrição na AOB, demonstrar isso de 3 anos de atividade jurídica. c) Advocacia (interesses privados) (art.133) Passou a ser admitida como indispensável para jurisdição da justiça. Somente os que tenham passado na OAB e inscrito seu nome nos quadros da OAB. Sua fonte é integralmente privada. d) Defensoria Pública (art.134/135) Defesa da população carente. Atua nas 2 esferas (União e Estados); são concursos diferentes; eles também precisam de inscrição na OAB. 2° BIMESTRE COMPETÊNCIA Essa numeração de 1 à 8 refere-se aos aspectos de relevância para a compreensão e estudo da competência. 1. CONCEITO: É a divisão do trabalho no poder judiciário. “Vácuo de competência” não existe, pois sempre haverá um juiz para cada área específica. 19 - Competência é vista como uma restrição ao poder jurisdicional; tendo em vista que a jurisdição é ampla. Todo juiz competente tem jurisdição, mas nem todo juiz que possui jurisdição tem competência. Qual a diferença entre jurisdição e competência? - jurisdição é ampla. Poder jurisdicional. - jurisdição é o poder atribuído a uma autoridade para fazer cumprir determinada categoria de lei e punir quem as infrinja em uma área pré-definida. - No sentido coloquial, jurisdição é a área territorial (município, estado, região ou país) sobre o qual este poder é exercido por determinada autoridade ou juízo. - competência é como uma restrição ao exercício. É o poder de dizer ao direito o que cada órgão é responsável. - é a aptidão para cumprir alguma tarefa ou função. Indica um atributo legal de um juiz ou funcionário que revela a sua capacidade de julgar uma determinada causa. A competência fixa os limites dentro dos quais esse órgão judicial pode atuar. Competência Exclusiva: é quando nós só temos um órgão jurisdicional responsável pelo julgamento daquele tipo de litígio. Ex.: causas que digam respeito à imóveis brasileiros. Competência Concorrente: é quando mais de um órgão pode julgar um tipo de litígio. Competência Originária: é a competência de um órgão que em um primeiro momento irá julgar o litígio. Competência Derivada (Recursal): é a que julga os recursos decorrentes de decisões da competência originária. Competência Internacional (Jurisdição Nacional): quando falamos disso analisamos única e exclusivamente se um litígio pode ser julgado pela justiça brasileira. Competência Interna: a gente já analisou que o Brasil pode julgar o litígio, mas quando fala em competência interna é definir qual órgão nacional irá julgar este litígio. Competência Plena ou Cumulativa: julga os mais diferentes casos, tem várias competências. Ex.: juiz da cidade de Santa Helena. 20 Competência Privativa: o juiz atua em uma área específica. Ex.: vara de família, só atua em casos de família. Vara do trabalho, só em litígios trabalhistas. Onde estão definidas as regras de competência? 2. DISPOSITIVOS: Legais Constituição Federal: - A competência da justiça estadual é sempre residual. - Por isso que a CF só fala sobre o STF e STJ. Constituição Estadual: - Define regra de competência pros tribunais locais. Regimentos Internos dos Tribunais: - Em cada tribunal possui regras de competência referente ao âmbito de atuação. Leis Federais: - Sejam elas codificadas ou não. Ex: Código de Trânsito, Código Tributário Nacional etc. Código de Organização Judiciária: - Define regra de competência específica/por matéria. Ex.: aqui no Paraná o juiz que julga o processo de inventário é o juiz da vara de família. 3. REGRAS BÁSICAS (Livro do Luis Guilherme Barinone) a) Direito ao Juiz Natural: é o aspecto mais importante da competência. É aquele cuja competência já está pré-definida. b) Regra Perpetuação da Jurisdição ou Competência: elas são analisadas no momento do ajuizamento da ação. Mas as vezes, diante de algumas peculiaridades pode ocorrer algumas modificações. Ex.: a vara federal que o juiz Sérgio Moro era responsável por julgar a Lava Jato, mas decorrentes de alguns acontecimentos a competência foi passada para o STF com relação a presidente Dilma. c) Regra Competência sobre Competência: por mais incompetente que o juiz seja ele sempre será competente para analisar a sua competência. 4. CRITÉRIOS DETERMINADORES DA COMPETÊNCIA INTERNA • Valor da causa: é o conteúdo econômico do litígio, normalmente vem fixado em lei, está presente na petição inicial de uma ação trabalhista ou civil. Juizados especiais cíveis : - estaduais: 40 salários mínimos - federais: 60 salários mínimos Juizados especiais criminais : - estaduais: \ contravenções penais e - federais: / crimes com pena de até 2 anos • Matéria: qual é o objeto do litígio, a natureza dele. - Se é penal, trabalhista, eleitoral, etc -> maneira ampla. 21 - Esfera civil, questões familiares, contratuais, etc -> maneira restrita. • Pessoa: levam em consideração os envolvidos no litígio. Âmbito Civil - J. Federal: matérias da união. - J. Estadual: tudo que tem a ver com municípios. Âmbito Penal - Competência por prerrogativa de função: leva em consideração o cargo da pessoa (foro privilegiado). Só terá privilégio se estiver no exercício da função que dá o foro. • Território/ Foro: o espaço geográfico. Ex.: lugar que as partes se encontram, onde ocorreu o litígio, onde o obj do litígio. Ela varia dependendo da esfera que se encontra. Regra geral e regre especial prevalece o esp. - A. Civil: regra geral (foro domicílio do réu) - A. Penal: regra geral (local da infração) - A. Trabalhista: regra geral (local que o empregado prestou serviço) • Função: ato desempenhado durante o processo. Aspecto horizontal : órgãos que pertencem ao mesmo nível de jurisdição. Ex.: juiz “ajuda” outro juiz do mesmo nível. Aspecto vertical : órgãos que não pertencem ao mesmo nível de jurisdição, poderes hierárquicos diferentes. Ex.: 1º e 2º grau de jurisdição. - Critério objetivo: as 3 primeiras. - Critério territorial: território/foro - Critério funcional: função 5. COMPETÊNCIA ABSOLUTA E RELATIVA • Absoluta: interesse público. Está relacionado a uma melhor administração. • Relativa: interesse privado. • Absoluta X Relativa Função : absoluta, pois é interesse da justiça. Território : relativa Pessoa : absoluta Matéria : absoluta Valor : em regra é relativa (nos juizados especiais cíveis estaduais), mas no âmbito criminal é absoluta, no civil e nos juizados especiais (federais) também é absoluto. 6. PRORROGAÇÃO / MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA Competências absolutas nunca podem sofrer alteração. Competência relativa sim, pois se estabelecem como uma conveniência da parte, é quando o juiz aumenta a competência para cuidar de outras coisas. 7. PREVENÇÃO (Prae + venire = chegar primeiro) O juiz que pratica atos em 1º no processo será o juiz prevento. A prevenção é um critério de fixação de competência. A prevenção fixa a competência do juiz. 22 A prevenção não é o mesmo que prorrogação de competência. Ela não determina a competência do juiz, mas uma vez determinada ela a confirma, fixa. 8. CONFLITO DE COMPETÊNCIA Acontece quando dois ou mais juízes se dizem competentes ou incompetentes para julgar o litígio. • Conf. Positivo: dois juízes se dão por competentes para julgar. • Conf. Negativo: dois juízes se dão por incompetentes para julgar. - Nos dois casos de conflito quem acaba julgando é o órgão superior aos juízes em conflito. - O órgão superior é que decide quem tem a competência. AÇÃO 1. Teorias da Ação a) Teoria Civilista, Clássica ou Imanentista: foi uma teoria desenvolvida até meados do século XIX, idealizada pelo Savigny. Aqui no Brasil teve o Clóvis Bevilaqua como adepto da teoria. * O direito material e processual são uma coisa só, o direito de ação era inerente ao direito material. b) Teoria Concreta ou do Direito Concreto de Agir: começou a ser desenvolvida em 1885, idealizada pelo Adolf Wach. Essa teoria surgiu de uma polêmica envolvendo dois grandes idealizadores alemães. - Polêmica: Theodor Muther e Bernard Windscheid. O Adolf utilizou as pesquisas que resultaram desta polêmica para criar está teoria. - não havia ação quando era em benefício do réu. c) Teoria do Direito Potestativo de Agir: começou a ser desenvolvida em 1903, sendo idealizada por Giuseppe Chiovenda (Itália). - Direito Potestativo: é aquele que não admite contestação. - é o direito que a pessoa tinha para formular um pedido contra o seu adversário e ele devia se submeter a este pedido. A pessoa que se sentiu lesada é quem faz este pedido. Porém só consegue isso se o juiz decidir que você está certo, decidir beneficiar você, ou seja, você obtém o direito de ação. 23 d) Teoria Abstrata ou do Direito Abstrato de Agir: teve como idealizador o Heinrich Degenkolb, Alexander Plósz e Carnelutti. - Direito de provocar a atuação do estado juiz, independentemente do resultado. - o juiz tem a obrigação de dar uma resposta independente se é favorável ou não. e) Teoria Eclética: teve como idealizador Enrico Tulio Liebman. - Fica numa ceara entre as teorias Concreta e Abstrata. - para que o Estado de uma resposta você precisa apresentar as condições da ação. - Condições da Ação: • legitimidade de parte - 》 qualidade para ser parte ativa ou passiva da ação. • interesse de agir - 》 precisa do poder judiciário e o pedido deve ser adequado à aquilo que tu pretende. • possibilidade jurídica do pedido -》o pedido tem que estar previsto no ordenamento jurídico ou não proibido pelo ordenamento. Obs.: Liebman através de seus estudos se desvinculou desse tópico. ■ o NCPC acaba com as condições da ação, existe sim a legitimidade de parte e interesse de agir, porém não está mais nas condições de ação. 2. CONCEITO: * é o direito de pedir ao Estado a exigência de sua atividade jurisdicional num caso concreto. a) A ação é o direito ao exercício da atividade jurisdicional (Agatha). b) A ação é o direito à tutela jurisdicional adequada, efetiva e tempestivo mediante um processo justo (Luiz Guilherme Marinani). c) A ação é o direito fundamental composto por um conjunto de situações jurídicas que garantem ao seu titular o poder de acessar os tribunais e exigir deles uma tutela jurisdicional adequada, efetiva e tempestivo (Fredie Didier Jr.). 3. CARACTERÍSTICAS: Autônoma: Está separado do direito material. Independente que o juiz julgue ela sempre vai existir. 24 Abstrata: Independente do resultado final. Instrumental: Diz sobre a finalidade do direito da ação que é resolução de um litígio. Subjetiva: A ação é subjetiva. É exercido de maneira facultativa, depende da vontade de cada um, ou seja, as pessoas não são obrigadas a ajuizar ação no poder judiciário. Pública: É o exercício da jurisdição. Quando ajuizamos uma ação, estão invocando uma atividade pública. Direito subjetivo público de invocar a tutela jurisdicional do estado e obter uma resposta. 4. CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES: a) Âmbito Penal: (Norberto Avena) Ações Penais Públicas -》É de iniciativa do MP, é o MP que faz a denúncia. - Incondicionada: é aquela que atinge o interesse público, o MP não precisa aguardar alguém para fazer a denúncia. - Condicionada: o interesse também é público, mas para o MP fazer a denúncia depende de alguém para fazer a denúncia, que alguém se manifeste para isto. Tem que estar previsto na lei. * Representação: é o ofendido que irá representar/se manifestar para seguidamente o MP oferecer a denúncia. * Requisição do Ministro da Justiça: em casos de autoridades públicas, por exemplo, o presidente. Ações Penais de Iniciativa Privada - 》 O título desta ação é o particular/ofendido, e para que comece a ação precisa fazer uma queixa crime. - Exclusiva: compete ao ofendido oferecer a denúncia se maior de 18 anos. Se o ofendido for menor de 18 anos, o responsável dele oferecer a denúncia. Se o ofendido tiver falecido, os membros do CADI (cônjuge, ascendente, descendente e irmão) devem apresentar. Ex.: - Personalíssima: é aquela que compete unicamente te ao ofendido. Se o ofendido for menor de 18 anos, o responsável não pode oferecer a queixa crime, deve esperar alcançar os 18 anos. Se o ofendido tiver morrido os membros do CADI não podem oferecer a queixa crime. Ex.: sou casado e descubro que o cônjuge é esquizofrênico. - Subsidiária da Pública: só acontece em hipóteses excepcionais, que é quando o MP não oferece denúncia para uma ação pública. O MP pode retomar a ação para si, mas só quando o titular deixar de fazer algum ato do processo, assim o MP pode fazer e tornar-se titular. b) Âmbito Trabalhista: Ação ou dissídio individual: é individual, pois apenas o empregado entram com a ação. 25 - Ação Plúrima: é quando um grupo de empregados se juntam e entram com a ação contra o empregador. Porém não há o envolvimento do sindicato.Deste modo continua sendo um dissídio individual. Ação ou dissídio coletivo: é quando há o envolvimento do sindicato. c) Âmbito Civil: Ações de Conhecimento/Cognitiva: - Conceito: o juiz realiza um amplo conhecimento sobre tudo.... De acordo com o resultado que a autora da ação pretende poderá atuar em alguma dessas classificações. - Classificação: * declaratórias -》ela tem o objetivo de eliminar incertezas jurídicas que existe em torno de um documento ou em torno de uma relação jurídica. Dizendo então com relação à documentos se é autêntico ou falso. Com relação a ... Obs.: quando ajuizamos uma ação condenatória, mandamentais ou executivas, todas de alguma forma são declaratórias. * constitutivas -》cria, modifica ou extingue uma relação jurídica. Ex.: divórcio, rescisão de contrato e negatória de paternidade. * condenatória -》o juiz irá proferir uma sentença e na sentença ele impõem uma obrigação ao réu. E se por ventura o réu não cumprir voluntariamente a sua obrigação a parte autora terá que pedir o cumprimento. Ex.: todas as ações de indenização e processos de alimentos. * mandamentais -》o juiz tira uma ordem. Tem o objetivo que o juiz emita uma ordem, ele manda que seja feito algo. Tanto que é assim, que se por ventura a ordem não for cumprida pelo réu, ele sofre sanção penal, crime de desobediência. Ex.: mandado de segurança. * executivas “lato sensu” -》é muito parecida com a sentença. Neste caso eu também vou querer que o juiz imponha uma sentença que faça o réu ter uma obrigação. Só que neste caso se o réu não cumprir com a obrigação voluntariamente a sentença de cumpri de imediato, ou seja, o autor não precisa pedir. Ex.: ações possessórias, como a reintegração de posse e despejo. A Executiva/Execução: A parte autora quando já inicia-se um processo execução, ela já possui um documento que comprove o direito dela. Ex.: contrato, nota promissória. E se mesmo assim a pessoa descumprir, o credor entra com um pedido de execução, de satisfação de um direito de crédito. 5. ELEMENTOS IDENTIFICADORES/CONSTITUTIVOS DA AÇÃO Toda e qualquer ação seja civil, penal ou trabalhista tem elementos que as identificam. Possui três elementos que identificam a ação: 26 I. Partes: Toda vez que for ajuizar uma ação eu preciso apresentar as partes. Partes é o elemento subjetivo da ação, porque diz quem são os envolvidos na ação. Sujeito Ativo: é aquele que pede, que supostamente tem o direito lesado, é o que fórmula a pretensão de um processo. - Processo Civil e no Processo do Trabalho: o sujeito ativo é o autor. - Processo Penal: pode ser o MP ou a vítima. * MP: denunciante * Vítima: querelante Sujeito Passivo: é a pessoa que se sujeita ao pedido formulado pela parte autora/sujeito ativo, ou seja, é o supostamente causador do dano ou da lesão. - Processo Civil e no Processo do Trabalho: é o réu - Processo Penal: * MP: denunciado * Vítima: querelado Conforme a ação seja pública ou privada. Parte do Litígio: são os envolvidos no litígios. Parte Legítima: são as pessoas que são autorizadas para formular o pedido ao poder judiciário. Parte Processual: são os sujeitos que figuram os polos ativos e passivos do processo. Observação ex. De Exceção: o Sindicato dos Professores entra na Justiça contra todas as Universidades de Foz do Iguaçu. O sindicato é parte processual e legítima, porém não é parte do litígio, este apenas será os professores. II. Causa de Pedir (Causa Petendi): O motivo, a justificação, a razão do pedido, ou seja, por que eu estou pedindo perante o poder judiciário. Fundamentos de Fato: É o que aconteceu, a história em si, a narrativa fática do ocorrido. “perfumaria” é o que antecede a minha fundamentação jurídica. Ex.: fui atropelada, é toda a história de como fui atropelada. Fundamentos de Direito ou Jurídico: É aquilo que dentro da narrativa fática me dá animo para fazer o pedido perante o poder judiciário. Ex.: a pessoa que me atropelou me indeniza. III. Pedido (Petitum): É o que eu quero, a minha pretensão. E esse pedido/pretensão também se subdivide. Pedido Imediato: É aquilo que eu quero do poder judiciário. Seria então a providência jurisdicional solicitada. Pedido Mediato: É o que eu quero do réu. É o bem da vida. Exemplo de imediato e mediato: Ante ao exposto requer a vossa excelência, seja julgado procedente o pedido para o fim de condenar 27 (imediato) o réu ao pagamento (mediato) da importância de 40 mil reais a título de dano materiais e morais. Nas ações civis e trabalhistas conseguimos identificar bem os elementos que compõem. 6. IMPORTÂNCIA PARA ESTUDO INSTITUTOS PROCESSUAIS: Litispendência: É o ajuizamento de duas ou mais ações com as mesmas partes, com a mesma causa de pedido e com o mesmo pedido. Repetição de ação em curso/andamento. Coisa Julgada: Repetição de uma ação que já foi julgada. Neste caso o pedido é extinto, arquivado. Conexão: \ Não há uma coincidência total, apenas parcial. Continência: / 7. REQUISITOS PARA APRECIAÇÃO DO MÉRITO (= ANTIGAS CONDIÇÕES DA AÇÃO) Teoria Eclética (Liebman) No Processo Civil é utilizado -》requisitos para apreciação do mérito. No Processo Penal é utilizado -》condições da ação. Falou em Mérito falou em litígio, ou seja, requisitos para apreciação do mérito são os requisitos para resolver o litígio. Legitimidade de parte, legitimação para agir ou legitimatio ad causam: Conceito: diz respeito as partes, é a pertinência subjetiva da ação, é a qualidade que se tem para ser pó ativo ou polo passivo de um processo. Para que sejam legítimas deve ter vinculação entre autos, réu e o direito material violado. Classificação: • Legitimidade Ativa: é aquele que supostamente tem seu direito lesado ou ameaçado de lesão. • Legitimidade Passiva: é aquele que supostamente lesou ou está ameaçando de lesão o direito do sujeito ativo. • Legitimação Ordinária: só a palavra ordinária significa algo que seja comum. Quando falamos de Legitimação Ordinária quer dizer a legislação comum. A regra é de que as pessoas que que sofram uma lesão possam elas mesmas figurarem no processo. É uma coincidência entre os titulares do direito e a pessoa que figura de fato no processo. Ex.: Processo Penal, MP (o direito de punir é do Estado e o MP é um órgão do Estado). • Legitimação Extraordinária ou Substituição Processual (pedir em nome próprio direito alheio): (exceção) não tem coincidência entre o titular do direito e a parte do processo. Por que ela é uma exceção? Porque a regra é 28 de que as pessoas que sofram o litígio seja parte do processo. É através de Lei, se não houver previsão em lei que outra pessoa, não detentora do direito, possa fazer o pedido pela pessoa, o mesmo não poderá fazer. Interesse de agir ou interesse processual: Necessidade + adequação (= utilidade) • Necessidade: é indispensável à atuação do judiciário. É preciso do judiciário para ter o direito protegido. Pode decorrer da lei ou do ato do sujeito passivo. No âmbito penal é sempre necessária à atuação do judiciário, a necessidade sempre irá existir. • Adequação: o pedido que a parte faz ao judiciário deve ser útil e adequado para satisfazer o direito dela. Se não demonstrar esses 2 elementos ou se não ter nexo entre eles o juiz irá arquivar o processo. No âmbito penal deve sempre existir os 2 elementos. Possibilidade jurídica do pedido (Processo Penal): a conduta deve ser um ato típico e antijurídico. Se houver previsão na lei penal, se o fato for previsto como crime ou contravenção penal. 8. EXCEÇÃO OU DEFESA Conceito: Éa reação do sujeito passivo. É sempre daquele que se sujeita a preempção. Divisão: • Direito de Defesa Amplo: a defesa é a reação, a contraposição, a apresentação de argumentos que rebatem a parte que apresentou o litígio. - Processo Penal: Resposta a Acusação Defesa Preliminar. - Processo Civil e Trabalhista: Contestação. • Direito de Defesa Restrito: - Defesas de Ordem Pública (Objeções): pode ser feito em qualquer fase do processo e o juiz pode reconhecer de ofício as alegações de ordem pública, ou seja, sem pedido das partes. Ex.: prescrição e decadência. - Defesas de Ordem Privada: são de interesse do sujeito passivo. Classificação: a) Exceção Processual e Exceção Substancial (Mérito): • Exceção Processual : tem o objetivo de atingir o processo, para que ele não possa continuar. É sempre para demonstrar um vício no processo. Ex.: ilegitimidade de parte. • Exceção Substancial (Mérito) : atinge o mérito, o litígio em si, ou seja, que o sujeito ativo não tem razão na sua argumentação. Ex.: querer cobrar uma nota promissória que já foi paga. b) Exceção Direta e Exceção Indireta: • Exceção Direta : eu reajo diretamente da pretensão/pedido formulado pelo autor. Ex.: * Âmbito Penal: MP alega que você matou uma pessoa, você 29 reage dizendo que você não matou. * Âmbito Civil: cobrança de dívida e você alega não dever. • Exceção Indireta : Ex.: * Âmbito Penal: MP alega que você matou uma pessoa, você alega legítima defesa, por isso matou a pessoa. * Âmbito Civil: cobrança de dívida, eu afirmo que devo, mas digo que a dívida já prescreveu. c) Exceção Peremptória e Exceção Dilatória: • Exceção Peremptória : tem o objetivo de interromper o processo, ou seja, arquivar. • Exceção Dilatória : é a apresentação da defesa com o objetivo de estender/aumentar um pouco mais o processo, ou seja, as fases processuais. PROCESSO 1. Natureza Jurídica: a) Processo como contrato: tanto a parte autora como o réu devem se submeter de forma voluntária ao judiciário. b) Processo como quase contrato: viu-se que o processo não é uma livre escolha das partes, porque a parte autora podia exigir o comparecimento da outra parte. A vontade de um sobrepõe a do outro. c) Processo como relação jurídica: (Oscar Von Bulow) o processo aqui era algo diferente do direito material, estavam em esferas distintas. O processo passou a ser entendido como uma relação entre pessoas e desenvolvia seus próprios requisitos. * autor – juiz – réu: se desenvolveu entre esses três. * objeto: prestação jurisdicional; resposta do Estado. * pressupostos processuais: deve observar os pressupostos. d) Processo como situação jurídica: (Goldschimidt) o processo era visto como uma situação jurídica que envolveria perspectivas, expectativas, possibilidades, encargos e dispensas. - Perspectiva de derrota, expectativa de vitória, possibilidade de sentença favorável, encargo de praticar atos para evitar prejuízos e dispensas: possibilidade de dispensar alguns atos, desobrigação dos encargos dado pela lei. A doutrina compreende que o processo é uma relação jurídica. 2. Características: a) Autonomia: o processo é independente do direito material, independente do resultado o processo já existiu. b) Caráter Público: o Estado (juiz) está sempre envolvido no processo. c) Progressivo/Dinâmico: o processo está em constante evolução, ele se desenvolve até chegar a um resultado final. d) Complexo: no processo se desenvolvem vários atos interligados. e) Unidade: todos os atos tem o mesmo objetivo que é a pacificação. 30 f) Triangular: o processo se desenvolve entre autor, juiz e réu, todos tem deveres um para com o outro. O juiz é o superior dessa relação. 3. Conceito: É um meio pelo qual a jurisdição atua. É um meio que o Estado e as partes se utilizam pra buscar solução ao conflito. É uma relação jurídica autônoma de direito público que se desenvolve entre autor, juiz e réu, e que resulta em um conjunto de atos coordenados e concatenados que buscam uma solução final. 4. Processo X Procedimento (Modus Operandi): procedimento é a maneira de se realizarem os atos processuais. Todo processo tem um procedimento. 5. Pressupostos Processuais (Carreira Alvin): a) Existência: o que o processo deve ter para ele existir. * Subjetivos: quem são os sujeitos que devem existir no processo = autor e réu (partes) e juiz * Objetivos: o objeto do processo = lide b) Validade: só são analisados se há pressupostos de existência. * Subjetivos: - Juiz: precisa ter jurisdição = dizer o direito em nome do Estado, competência e imparcialidade. - Partes: capacidade de ser parte, capacidade para estar em juízo e capacidade postulatória. ° Ser parte é a capacidade de direito. Todos podem ser parte num processo (pessoas físicas/naturais, jurídicas e formais -> entes sem personalidade jurídica, mas a lei dá possibilidade de figurar perante o poder judiciário). ° Estar em juízo/capacidade processual/legitimatio ad processum: possibilidade de praticar atos válidos no processo. (capazes/incapazes representados ou assistidos. ° Postulatória: quem tem conhecimento técnico para integrar o polo das partes. (advogado e MP). * Objetivos: a lide precisa ser sempre original, não pode existir litispendência ou coisa julgada. 31 “Se faltarem os pressupostos o processo é arquivado”. 6. Início e Fim do Processo: Começa com petição ou queixa/denúncia e acaba com a resolução do processo. 7. Composição Subjetiva do Processo: a) Sujeitos Principais: - Partes (sujeito prin. parcial) - Juiz (sujeito prin. imparcial) - Litisconsórcio: várias pessoas figurando os polos. b) Sujeitos Secundários: aqueles que participam no processo colaborando com o bom andamento (auxiliares de justiça). c) Sujeitos Sui Generis: - Ministério Público: quando é fiscal da lei. - Advogados d) Terceiros desinteressados: só participam quando são convocadas para esclarecer algo para o juiz (testemunhas). 8. Dinâmica do Processo: O processo está em constante movimento, o juiz que dá essa dinâmica por conta do impulso oficial. * FASES: a) Postulatória: é a provocação do judiciário com a petição e a defesa. b) Probátória/Instrutória: é a apresentação de provas e argumentos. c) Decisória: é a decisão do juiz mediante a análise das provas. 9. Atos Processuais X Fatos Processuais: - Atos Processuais: toda atividade humana praticada no processo pelos mais diferentes sujeitos processuais e terá sempre o objetivo de criar, modificar ou extinguir de efeitos processuais. Ex.: apresentação de recurso; decisão do juiz. - Fatos Processuais: todos os acontecimentos humanos ou não, que tem repercussão no processo. Ex.: morte de uma das partes. * ato: conduta humana / * fato: acontecimento 32 * não se podem pular atos processuais, um depende do outro. 10. Forma: É a maneira pelo qual os atos processuais devem ser realizados. De maneira geral são feitos em observância ao princípio da publicidade, ou seja, de forma pública. Outra regra é a utilização da língua portuguesa. Eles podem ser realizados tanto de maneira escrita quanto oral, predomina a escrita. 11. Lugar: Local onde um ato processual deve ser realizado. De modo geral serão realizados na sede do juízo. Exceção: realização de prisão, intimação de partes e testemunhas. 12. Tempo: a) Momentos/Época: atos processuais são realizados em dias úteis e das 6h até às 20h. b) Prazo: é um lapso temporal para se realizar um ato. - dies a quo: termo inicial do prazo. - dies ad quem: termo final. * Classificação do prazo: -> Origem/Fonte - legal: a lei determina. - judicial: definido pelo juiz. - convencional: acertado de acordocom as partes. -> Natureza - peremptório: todo prazo que se estabelece por interesse público. - dilatório: se dão no interesse privado. -> Destinatário - próprio: prazo das partes. - impróprio: prazo dos juízes, MP quando atua como fiscal e dos auxiliares. -> Alcance 33 - comum: leva em consideração o prazo próprio, tem efeito para ambas as partes. - particular: tem curso apenas para uma das partes. - especial: alcança MP, defensoria pública e advocacia pública. * Preclusão: quando o prazo próprio não é observado gera preclusão. -> Conceito: perda da possibilidade de exercer um ato processual. -> Modalidade - temporal: perde o ato, porque perdeu o prazo. - consumativa: acontece pelo impedimento de realizar um ato que já foi realizado, não pode repetir um ato já feito. - lógica: impede a realização de atos que sejam contraditórios entre si. 13. Classificação: a) Atos dos auxiliares da justiça: - comunicação: são todos os atos de científicação de tudo que se passa no processo aos participantes. Via de regra quem faz esses atos é o escrivão, mas são os oficiais de justiça que realizam os atos. - movimentação: são atos praticados pelos auxiliares da justiça no intuito de impulsionar o processo. Via de regra são praticados pelos chefes de secretarias ou escrivão. - documentação: são todos aqueles atos com os quais os auxiliares da justiça materializam os fazeres por eles praticados. - execução/constrição: são chamados também de constrição. São todos aqueles atos relacionados à apreensão de bens e prisão de pessoas. b) Atos das partes: quando falo em parte é o sujeito ativo e passivo do processo. - postulatórios: são atos com o objetivo de resolver o litígio ou encerrar o processo. Ex.: apresentação da petição inicial isso da parte autora e a defesa seriam com relação ao réu (processo penal). 34 - instrutórios: a palavra instrutório vem de instrução. São atos com objetivo de convencer o juiz, por meio de alegação ou produção de provas. - dispositivos: a palavra dispositivo vem de dispor. Todo aquele ato praticado no processo pelas partes com o objetivo de abrir mão de algo no processo é um ato dispositivo. Ex.: se o juiz pede para que eu diga quais provas quero produzir no processo e eu respondo que não quero produzir provas, ou seja, abro mão desse meu direito. Ou eu abro mão de recorrer. Pode ser por ação ou omissão. - reais/materiais: é sempre conduta. A conduta concreta da parte com relação ao processo. Ex.: ir à audiência. Não preciso me manifestar, apenas estar lá. Pedir uma perícia e quando o juiz intimar para pagar isto, eu vou lá e pago. ■ na maioria das vezes encontramos mais de um grupo destes, nunca será 100% de apenas um grupo. c) Atos do juiz: - reais/materiais: são atos concretos do juiz. São divididos em: * instrutórios: são atos que o juiz pratica para se convencer. Ex.: quando o juiz marca uma audiência para ouvir testemunhas, a postura de ele estar sentado na cadeira, fazer perguntas e ouvir as respostas é um ato instrutório. * documentação: está relacionado com a documentação dos atos dos auxiliares da justiça. Ex.: o juiz manda fazer um mandado de prisão, o auxiliar faz e entrega para ele assinar. O fato de ele assinar é que configura a documentação com relação aos atos do juiz. - provimentos: manifestação do juiz no processo. • Processo Civil: possui três ordens. * despachos: são manifestações de mero andamento do processo. Não realiza nenhum juízo de valor, não está fazendo nada além de dar andamento no processo. Não existe recurso para despacho, são irrecorríveis. * decisões interlocutórias: é uma decisão que o juiz profere no curso do processo, mas não faz com que ele tome uma decisão final. Ex.: quando o juiz profere um pedido de tutela antecipada. São passíveis de recurso. Recurso de Agravo. 35 * sentenças: é o ato pelo qual o poder judiciário dará uma resposta final aos nossos anseios. ° terminativa ou processual: o juiz profere a sentença final, mas não julga o litígio, pois há algo que impossibilita. ° definitivas/mérito: é aquela que resolve o mérito, o litígio. É a decisão que nós queremos de fato, pois é esta que resolve o litígio. Concedendo o pedido do autor ou julgando improcedente. O recurso cabível nas 2 sentenças é o da apelação. • Processo Penal: * despacho: ato de movimentação do processo. * decisões interlocutórias: ° simples - recurso em sentido estrito: resolve questões, incidentes, mas não encerra o processo. ° mistas – recurso em sentido estrito - terminativas: encerra uma fase do processo e gera o arquivamento dele. Ex.: quando rejeita uma queixa. - não terminativas: encerra uma fase, mas o processo continua em outra fase, o único exemplo é a pronúncia do réu. Recurso em sentido estrito. * sentenças: recurso apelação. ° absolutórias: absolve o réu. ° condenatórias: condena o réu. PROVAS NO PROCESSO 1. Conceito: Tudo que é dúvida no processo é questão. E tudo o que é certo no processo é ponto. Ponto é a incontrovérsia e questão é a controvérsia. 36 Prova é um instrumento por meio do qual se forma a convicção do juiz tendo em vista a controvérsia existente no processo. O juiz só pode decidir com base nos fatos alegados e provados no processo. 2. Discriminação: São admitidos todos os tipos de provas num primeiro momento. São admitidos desde que obtidos por meio lícito, art. 5ª, LVI, CF. 3. Objeto: O objeto das provas são os fatos alegados. Ela existe para convencer o juiz, ele é o destinatário das provas. Nem todos os fatos serão objeto de prova. • Notórios : aquilo que é de conhecimento de todos. • Incontroversos : é o ponto, a certeza. • Impertinentes : fatos alheios ao processo. • Irrelevantes : tem relação com a causa mas não é importante para convencer o juiz na resolução do litígio. • Presunção legal : fatos que a lei admite como verdadeiro. • Impossíveis : fatos improváveis, não podem ter acontecido. 4. Ônus: Ônus não é igual obrigação. É a possibilidade que as partes têm de provar suas alegações no processo. Para que isso aconteça precisa distribuir o ônus: a) Processo Civil: - Fatos constitutivos no direito do autor: fatos que dão origem ao processo, o autor deve provar. - Fatos impeditivos, modificativos, extintivos: réu prova. * Inversão do ônus da prova (Direito do Consumidor): nos casos de hipossuficiência o réu deve provar que não lesou o direito. b) Processo Penal: - Quem alega deve provar: acusação. - Excludente ilicitude ou culpabilidade: defesa. c) Princípio da Comunhão da Prova: Uma vez alegada a prova ela passa a fazer parte do processo, não importa quem a apresentou. 37 5. Valoração: É a apreciação da prova, o juiz faz um trabalho de inteligência para poder decidir. Há três sistemas: - Prova Legal: a prova com valor fixado pela lei. - Consciência do Juiz: o juiz julga de acordo com sua consciência, mesmo sem ter provas. - Persuasão Racional: o juiz escolhe as provas que mais o convence, mediante análise de todos os meios probatórios. (Sistema Brasileiro). SENTENÇA 1. Conceito Sententia - Sentire: É o julgamento final do judiciário, é o ato mais importante do processo. 2. Requisitos ou Elementos: a) Relatório: é a síntese do processo, fala de todos os atos do processo, porém de forma resumida. b) Fundamentação: é toda a motivação do juiz. c) Dispositivo: é a tradução da decisão. d) Autenticação (apenas no processo penal): é a colocação da data e assinatura do juiz. RECURSO Vem da palavra recursus. 1. Acórdão: é a decisão proferidapelo órgão superior. Recebe esta denominação, pois é quando a maioria acordam sobre a mesma decisão. A maioria entram em um acordo com relação a decisão de um caso. ■ Nos processos é denominado da seguinte forma: • Processo Civil: apelação. • Processo Penal: apelação. • Processo Trabalhista: recurso ordinário. 38 ■ As partes tem os seguintes prazos para recorrer: • Processo Civil: 15 dias • Processo Penal: 5 dias • Processo Trabalhista: 8 dias COISA JULGADA 1. Conceito: é a imutabilidade da decisão judicial, porque decorreu o prazo ou não há recurso cabível ou já recorreu em todas as instâncias. 2. Modalidades: a) Formal: a imutabilidade da decisão que acontece com a preclusão do prazo para recurso. Ela gera o trânsito em julgado. Não pode rediscutir dentro do processo. b) Material: é a coisa julgada fora do processo. A decisão é imutável com efeitos fora do processo. Impede a rediscussão do litígio em outro processo. * Quando o juiz soluciona o litígio é Coisa Julgada formal e material. * Quando ele não soluciona é Coisa Julgada Formal. - Primeiro acontece a formal e depois a material pode acontecer só a formal.
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