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TEORIA GERAL DO PROCESSO TGP

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1
CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS
CURSO: DIREITO – 5º PERÍODO – MATUTINO
TEORIA GERAL DO PROCESSO – TGP
Professora: JULIANE CARVALHO DE SOUZA FAVA
Acadêmica: FRANCIELE ROBIN MACHADO
1° BIMESTRE
TEORIAS
• Unitária: todos os campos do processo apresentam algo em
comum; a base é a mesma.
• Dualista: não há nada em comum.
DIREITO E SOCIEDADE
No atual estágio dos conhecimentos científicos sobre o direito, é predominante
o entendimento que não há sociedade sem direito; mas ainda há autores que
sustentam que não haveria, pois lugar para o direito, sem a sociedade. O
direito vai surgir não só para resolver os conflitos, mas também para evita-los.
Interesses envolvidos numa disputa individual, coletiva, pública.
• Individual: 1 pessoa.
• Coletivo: 1 grupo.
• Público: sociedade como um todo.
•
FORMAS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS
Da AUTOTUTELA A JURISDIÇÃO
• Autotutela/autodefesa: Na fase primitiva da civilização dos
povos, inexistia um Estado suficientemente forte para impor o direito
acima da vontade dos particulares, ainda não havia se quer as leis.
Assim, quem pretendesse alguma coisa deveria de com sua própria
força tratar de resolver. Quando o Estado chamou o direito para executar
2
a punição, ele exerceu primeiramente mediante seus próprios critérios e
decisões, sem interposição de órgãos ou pessoas imparciais e
desinteressadas. Esse regime chama-se autotutela.
(2 traços característicos: ausência de juiz distinto das partes, e
imposição da decisão por uma das partes a outra)
• Autocomposição: outra solução possível nos sistemas
primitivos; onde uma das partes em conflito, ou ambas, abrem mão do
interesse ou de parte dele. (consenso, acordo, resolução amigável)
São três as formas: 
a) Desistência: um abre mão do direito
b) Submissão: o que ofendeu se submete ao ofendido
c) Transação: os 2 abrem mão do ato
Todas essas soluções são parciais, no sentido que dependem da
vontade e da atividade de uma ou de ambas as partes.
• Arbitragem ou Mediação: escolha de um terceiro não
interessado para resolver o litígio. Pouco a pouco os indivíduos foram
percebendo os males desse sistema, e ao invés de preferir a solução
parcial dos seus conflitos, preferiram uma solução amigável e imparcial
através dos árbitros. Pessoas de sua confiança mútua em que as partes
se utilizam para resolver os conflitos.
• Jurisdição: capacidade que o Estado tem de decidir
imperativamente e impor decisões em relação aos conflitos (juiz).
Atribuído somente ao poder judiciário. O que diferencia das demais
funções, é que a finalidade da jurisdição é pacificadora.
MEIOS ALTERNATIVOS DE PACIFICAÇÃO SOCIAL (para resolver os litígios)
Algumas dificuldades têm feito com que se estreite o canal de acesso à justiça
através do processo (ex: duração do processo, custo), então os processualistas
modernos tiveram que achar novos meios para as soluções dos conflitos. 
• Conciliação: os próprios litigantes chegam a um acordo de como
resolver o litígio
a) Endo processual: já tem um processo instaurado, e os litigantes
resolvem dentro do processo.
b) Extraprocessual: não tem processo instaurado (só essa entra)
• Arbitragem: regulamentada pela lei 9.307/96. Nem todos os conflitos, e
nem todas as pessoas podem ser submetidas à arbitragem. Somente pessoas
3
capazes, somente direitos disponíveis, e ambas as partes estejam em
consenso.
1. Direitos patrimoniais são em geral disponíveis.
2. Relações comerciais geralmente escolhem arbitragem.
3. Pode haver uma cláusula no contrato estabelecendo que se ocorrer
litígios sejam resolvidos por arbitragem.
4. No final do processo irá ter uma sentença arbitral, não é revista pelo juiz,
só em caso de vício. Ela possui validade igual a judicial. O árbitro não pode
obrigar sua execução, é encaminhado para o judiciário decidir o cumprimento. 
CONTROLE JURISDICIONAL É INDISPENSÁVEL
Em alguns casos o poder judiciário é indispensável. A lei não admite a
autotutela, a autocomposição, o juízo arbitral e nem mesmo a satisfação
voluntária. Casos relacionados a direitos indisponíveis (ex: direito penal em
casos mais graves, anulação de casamento). Ao cabo de uma longe evolução,
chegou-se a mais absoluta proibição da aplicação de qualquer pena sem prévia
realização de um processo.
ACESSO A JUSTIÇA
É o acesso a ordem jurídica justa. Para isso é indispensável que o maior
número possível de pessoas seja admitido a demandar e a defender-se
adequadamente, sendo também condenáveis as restrições quanto a
determinadas causas (pequeno valor), entre outros requisitos. Deve ser
observado 4 aspectos.
1. Ampla admissão no processo: todas as pessoas devem ter condições
de se socorrer ao poder judiciário, mesmo não tendo condições financeiras
(assistência jurídica integral e gratuita). O acesso à justiça também lhe
assegura poder de se defender. 
2. Modo de ser do processo: o processo tem que seguir seu curso legal.
É preciso que no desenrolar de todo processo:
• A ordem legal se deus atos seja observada
• As partes tenham oportunidade de participar em diálogo com o juiz
• Que o juiz seja adequadamente participativo na busca de elementos
para sua própria instrução (deve ser um protagonista ativo no processo) 
3. Justiça na decisão: O juiz deve cumprir o aspecto da ampla admissão
no processo, modo de ser do processo. Apreciar a prova, enquadrar os fatos
em normas e categorias jurídicas, e interpretar os textos de direito positivo
justamente. 
4
4. Utilidade da decisão: todo processo deve dar a quem tem um direito,
tudo e somente aquilo que ela tem direito de obter.
FUNÇÃO DO ESTADO CONTEMPORÂNEO
Assumir para si certas funções essenciais ligadas a vida e desenvolvimento da
nação e dos indivíduos que as compõe; manter a paz social. Para isso se usa
de 2 funções:
1. Legislativa: estabelece as normas que regem várias relações, dizendo
o que é lítico e ilícito, atribuindo condutas, etc. Cria as regras de conduta.
2. Jurisdicional: cuida o Estado, de buscar a realização prática daquelas
normas em caso de conflito entre as pessoas; caso ocorra o descumprimento
de alguma regra de conduta.
DIREITO PROCESSUAL 
Fases evolutivas
1. Fase sincretista/sincretismo: o direito processual era o mesmo que
direito material. Se os direitos fossem violados, para a parte já tinha ação. / O
processo era considerado simples meio de exercício dos direitos. A ação era o
próprio Direito Subjetivo material que, uma vez lesado, adquiria forças para
obter em juízo a reparação desta lesão. Não se tinha noção do Direito
Processual como ramo autônomo do Direito e muito menos dos elementos
para sua autonomia científica.
2. Fase autonomista/conceitual: foi o divisor de águas; dividiu regras de
conduta, do processo. Gerou muitos conceitos nessa fase (o que é ação, os
aspectos do processo, etc.). Fase de muito estudo. / Foi marcada pelas
grandes teorias do Direito Processual, especialmente sobre a natureza jurídica
da ação e do processo, as condições e os pressupostos processuais.
3. Fase instrumentalista: partiu do princípio que nas fases anteriores
deixaram de lado o direito material, então houve uma valorização nesta fase. A
ideia que o processo não existe para pensadores, cientistas e sim para as
pessoas e seus direitos. O processo é um instrumento para que se alcance o
direito. / É uma fase crítica. Após toda a evolução existente, chega-se a um
momento em que se observa o processo por um ângulo externo, ou seja,
examinando os resultados práticos.
5
4. Fase pós-instrumentalista: nósvivemos em um momento de
reaproximação maior de direito material e processual. Pensadores gaúchos
Mitiero e Bedaque. 
Direito Material e Processual
• Material: regras de conduta impostas pelo Estado. Define o que é
lícito, regras de vizinhança, regra de parentesco, etc. 
• Processual: acontece toda vez que há ameaça a desrespeito ou
o desrespeito em si a uma regra de conduta do direito material.
• Material: nem sempre depende do direito processual, somente se
tiver ameaça ou violação da conduta correta.
• Processual: depende do direito material, só existe por conta dele.
Instrumentalidade do Processo
O processo serve como um instrumento de alcance do direito material. Liga o
sistema processual a ordem jurídico-material, e ao mundo das pessoas e do
Estado. 
Divisões do Direito Processual
• Processual civil: cuida de relações tributárias, empresariais etc.
Tudo o que a lei não define especificamente aos demais processos.
• Processual penal: cuida da pretensão punitiva do Estado
relacionado a contravenções penais
• Processual trabalho: cuida das relações privadas envolvendo
empregado e empregador
• Processual eleitoral: cuida de tudo relacionado ao pleito
• Processual penal militar: cuida da pretensão punitiva do Estado
quanto a crimes militares.
Normas Processuais
São as normas jurídicas que regulamentam e disciplinam a atividade do Estado
e das partes envolvidas em um processo, bem como o modo pelo qual o
processo se desenvolve.
• Natureza jurídica: são normas de direito público, pois tem relação com
litígios ocorrentes no Estado;
• Natureza cogente: norma obrigatória imposta por lei (em regra são
assim);
6
• Natureza dispositiva: normas que se pode dispor a própria lei autoriza
dispor de algo no processo (ex: se irá recorrer ou não no final do processo);
• Objeto: pacificação social, resolução dos conflitos. Para isso é dado ao
juiz poder para resolver os litígios, e as partes de se defender.
1. Normas processuais de organização judiciária: como se dá a
estrutura do poder judiciário e também dos órgãos auxiliares. A União e os
Estados que cuidam (União da org. geral, e os Estados da sua própria org.).
2. Normas processuais sentido estrito: cuidam do processo
propriamente dito, poderes, dever de juízes e partes. União que cuida.
3. Normas processuais sentido lato: cuida do modo de procedimento, de
como o processo vai se desenvolver. União que cuida, mas não é exclusiva a
competência; outros Estados e DF também possuem competência.
• Fontes: de modo geral a União, os Estados e o DF. Podendo ser essas
fontes:
1. Abstratas: são gerais (leis, usos e costumes, negócio jurídico,
jurisprudência);
2. Concretas: são particulares, tem uma especialidade (somente
relacionadas à lei).
• Eficácia:
1. No espaço (qual a área de aplicação): território nacional (lexi fori).
Princípio da temporalidade se aplica leis brasileiras em território brasileiro, não
importa o litígio.
2. No tempo (se fala em vigência): em geral, na própria lei processual diz
o tempo de vigência, se não dizer nada, o tempo de vacation legis é 45 dias.
• Sistemas:
1. Unidade processual: o processo é um todo, ele deve se reger completo
ou pela lei nova, ou pela lei velha. Então se o processo está em andamento,
prevalece à lei velha, mesmo revogada.
2. Fases processuais: o processo tem fases, então se pode reger pela lei
nova. Uma fase antiga a lei nova, mesmo que a lei nova entre em vigor, tem
que terminar a fase na lei velha.
3. Isolamento dos atos processuais: não leva em consideração fases, e
sim atos. A partir do vigor da nova lei, começa-se a usar ela no processo, não
importa se não terminou a fase (princípio da irretroatividade).
• Exceções ao princípio da irretroatividade: 
1. Ultratividade: se a antiga é mais benéfica, é ela aplicada.
2. Retroatividade: a lei nova só vai retroagir em benefício do réu (penal).
• Integração e interpretação
1. Integração: para suprir as lacunas, preencher as omissões de lei (art. 4
LINDB – há três formas de integração):
a) Analogia: se utiliza de normas jurídicas de fatos que sejam semelhantes
(ex: adoração por homossexuais adota-se regras de adoção).
7
b) Costumes: prática reinterada de um comportamento; conduta aceita
socialmente com sensação de obrigatoriedade.
c) Princípios gerais do direito: regras não escritas que servem como
fonte de aplicação. Não são princípios constitucionais, não tem cunho de
obrigatoriedade. (ex: boa-fé presumida, alegar e nada provar equivalem a não
alegar).
2. Interpretação: mecanismos de compreensão das normas; os meios de
interpretação são importantes para melhor aplicar a norma, e alcançar o
objetivo. Os meios podem se dividir em 3 grupos:
a) Origem/fonte: leva em consideração a figura do intérprete. Pode haver
3 tipos:
 Autentica: quando ela surge do próprio legislador (ele vai editar uma
nova lei que explica a primeira, de qual a melhor forma de se aplicar).
 Doutrinária: provêm dos estudiosos do direito (não tem força
vinculante).
 Jurisprudencial: provêm do julgamento de alguns casos (não tem força
vinculante, mas vez por outra os tribunais utilizam).
b) Meios: 4 métodos de interpretação
 Literal/gramatical: meio mais básico, se analisa efetivamente o que é
realmente cada palavra, seu real sentido, modo pelo qual foram utilizadas.
 Lógica/teleológica: busca a finalidade, o fim da norma.
 Histórica: levam em consideração os antecedentes do momento que
geraram essa lei (ex: leis que garantiram direitos aos homossexuais).
 Sistemática: a norma não existe sozinha, integra todo um sistema
processual; deve ser analisada com textos legais e princípios.
c) Resultados: leva em consideração o que a norma quer dizer, há 4
métodos:
 Declarativa: quando a lei diz exatamente o que ela quer, o que
pretende.
 Extensiva: quando a lei diz menos, e precisa ampliar os efeitos, o
alcance da norma.
 Restritiva: quando a lei diz mais, e é necessário fazer uma restrição,
uma interpretação que limite o alcance da norma.
 Ab rogante: quando o intérprete se dá conta que o texto legal não é
condizente com o ordenamento jurídico, então não deve ser aplicado.
PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL (análise em 2 grupos)
Princípios informativos:
8
• Lógico: o processo tem uma ordem cronológica (pessoa se sente
lesada e faz pedido ao poder judiciário-defesa-chance de provas-
decisão).
• Jurídico: em todo processo deve haver igualdade processual, já
existe regras pré-estabelecidas, então há uma igualdade, todos têm
conhecimento do que acontece no processo.
• Político: tem cunho democrático; ele permite que qualquer
cidadão tenha liberdade de formular pedidos ao judiciário.
• Econômico: obter sempre o máximo do processo; os melhores
resultados possíveis com o menor desperdício de tempo, dinheiro e
atividade de todos os participantes.
Princípios fundamentais/gerais (não verdades absolutas)
1. Imparcialidade: em qualquer processo o juiz deve julgar sem
comprometimento com as partes, e com o objeto do litígio, a fim de adquirir
algo, com interesse. (não existe neutralidade, o juiz é humano, tem
experiências)
2. Juiz natural: não haverá juízo ou tribunal de exceção. Um juízo que já tem
maneira específica, já é pré-estabelecido a sua competência.
3. Igualdade/isonomia: garante um processo justo. Pode ser vista sob 2
aspectos:
 Formal: é uma otopia; parte do princípio que se devem tratar
todos da mesma maneira.
 Real/substancial: é a que deve ser buscado em um processo,
tratar de maneira desigual os desiguais, tratar cada um no seu patamar.
4. Contraditório: garantia que todo participante do processo deve ser
informado, conhecer,saber o que se passa no processo. Ocorre antes da
ampla defesa.
- Informação + possibilidade de reação
 Os meios de informação do que acontece no processo:
 Citação: só o polo passivo é citado.
 Intimação/notificação: se diz respeito ao andamento do processo; para
qualquer pessoa sobre qualquer ato.
9
 Na esfera civil o contraditório: informação + possibilidade de reação.
É facultativo e só o sujeito passivo pode fazer.
 Na esfera penal o contraditório: é real e efetivo (na possibilidade de
reação, se eu não reagir o juiz nomeará alguém para me defender). A reação é
obrigatória.
 Tipos/modalidades/formas:
 Prévio: tenho que saber o que se passa no processo, em seguida o juiz
poderá decidir.
 Diferido, postergado: o juiz decide antes de a pessoa saber o que se
passa no processo (só ocorre por exceção). É para um bem maior, a
preservação do direito (ex: prisão preventiva).
5. Ampla defesa: só existe se anteriormente houve um contraditório; é a
efetiva reação.
 Autodefesa: a pessoa mesmo se defende (quando ela é ouvida pelo
juiz). Também compreende o direito do silêncio (facultativo no direito civil, a
outra obrigatória)
 Defesa técnica: se da por profissional habilitado para a defesa
(advogado)
6. Ação, demanda ou iniciativa da parte: pode pedir para o judiciário a
resolução do litígio, momento em que provoca o poder judiciário quando se
sente lesada.
 Inquisitivo: aquele que concentra em uma mesma pessoa instauração
da ação, produz prova e julga. (não pode existir)
 Acusatório: consegue-se perceber a figura do acusador e do acusado;
estão no mesmo nível, tratamento igualitário, equilibrado.
(obs.: existe em qualquer tipo de processo, mas no DC propõe a ação só se
quiser, vigora essa facultatividade, a pessoa não é obrigada. Nas ações penais
públicas há obrigatoriedade, o MP não pode deixar de executar a ação, nas
ações privadas é facultativo).
7. Impulso oficial ou impulso processual: está falando da movimentação do
processo, que se destina ao juiz, pois é esse que julga e promove o andamento
do processo. Há o interesse público para que o processo chegue logo ao fim.
1.
8. Disponibilidade e indisponibilidade: existem faculdades em um processo
(direitos, atos, etc.) que se pode dispor ou não.
 Via de regra: no processo civil vigora o princípio da disponibilidade. Mas
se tiver um direito indisponível não pode dispor. No processo penal vigora o
princípio da indisponibilidade. Mas nas ações penais privadas se pode dispor.
10
9. Disponibilidade e livre investigação das provas/verdade formal e real:
 Ambos se relacionam a produção de provas.
 Dispositivo: determina que, competem as partes a produção de provas
no processo. A parte que alega deve provar.
 Formal: a verdade é trazida pelas partes e se apresenta no processo.
 Livre investigação das provas: permite ao juiz buscar também as
provas livremente.
 Real: o juiz não está atrelado exclusivamente a vontade, as provas da
parte.
10. Persuasão racional do juiz ou livre convencimento motivado:
 Da prova legal (prova tarifada): a apreciação das provas se
estabeleceria na própria lei. A lei definiria qual a lei mais importante.
 Julgamento conforme a consciência do juiz: o juiz julga de acordo
com sua consciência, mesmo que a sua consciência estivesse ao contrário das
provas.
 Persuasão emocional: é o meio termo; não há prova tarifada, todos
estão no mesmo nível de hierarquia. O juiz analisa todos os meios probatórios,
as provas proferidas no processo, ele escolhe as que lhes convêm. (depende
do próximo princípio)
11. Motivação/fundamentação das decisões judiciais (para o juiz): dar
justificativa sobre ter tomado a decisão de tal maneira. Se eventualmente não
houver motivação, haverá nulidade do processo.
 Interesse privado: a parte pode se convencer da decisão, se não se
sentir convencida, ela recorre.
 Interesse público: está no sentido de saber se o juiz está agindo com
imparcialidade e legalidade.
12. Publicidade: todo mundo deve ter conhecimento do processo, para que se
possa ter um controle da atividade jurisdicional (ex: saber se esta usando de
legalidade). A razão desse princípio é dar transparência ao poder judiciário.
 Ampla: todos podem ter um controle da atividade jurisdicional.
 Restrita: há casos que tem andamento em segredo de justiça, então
somente as partes tem conhecimento.
(obs.: nos processos eletrônicos há limitações, há um prejuízo para o principio)
13. Oralidade: modo pelo qual o processo deve se realizar; seu modo de ser.
O processo se estabeleceu antigamente na oralidade, através de palavras,
11
gestos. Hoje a realidade brasileira é predominantemente escrito e por vezes
oral (ex: audiências), então esse princípio não é por excelência, o modo
brasileiro é misto. Há 4 princípios que orientam o princípio da oralidade:
 Concentração: todos os atos do processo devem se dar da forma mais
próxima possível uns dos outros; no sentido de uma justiça mais eficaz.
 Imediatidade/imediação: o juiz tem que ter contado direto com as
partes e as probas, sem um intermediário. 
 Identidade física do juiz: a regra é que o juiz que realiza a audiência de
instrução é o juiz que deve julgar o litígio, pois tem melhor condição. Há
exceções, exemplo é o juiz ser transferido ou se aposentar. (deixou de existir
com o novo CPC, no CPP e em outros continuou).
 Irrecorribilidade das interlocutórias: os juízes podem se manifestar de
3 formas: despacho, decisão interlocutória e sentença). O princípio é a
impossibilidade de recorrer em decisão interlocutória; em regra são
irrecorríveis, pode somente recorrer se a lei permitir.
14. Lealdade processual/boa fé: diz respeito ao comportamento das partes
em um processo; deve ser sempre respeitoso, leal, honesto, etc. Atinge todos
os participantes, não importando ser a participação maior ou menor. O CPC há
litigância de má fé, uma punição pela não observância do princípio, somente a
parte pode responder.
15. Economia processual: o máximo do processo, com o menor desperdício
de tempo e dinheiro. É necessário observar 4 aspectos:
 Economia de custo: economia no aspecto financeiro, quanto menos a
dispensa do processo, ou até mesmo a gratuidade do processo, é melhor.
 Economia de tempo: não desperdiçar o tempo.
 Economia de atos: evitar atos que sejam desnecessários.
 Eficiência do poder judiciário: o juiz irá ter uma eficiência melhor se os
aspectos anteriores forem cumpridos.
16. Celeridade/razoável duração do processo: decorre do princípio da
economia processual. O princípio busca evitar o tempo patológico, prejudicial
ao processo. Deve-se pensar também que não se estende somente a decisão,
mas também ao recebimento do que está previsto na sentença.
17. Instrumentalidade das formas ou finalidade: é importante, pois se refere
à prática dos atos do processo que a lei prevê. Mas a não observância da lei,
12
não é necessário repetir; se alcançaram sua finalidade são validos. O mais
importante é o direito material e não o processo em si.
18. Duplo grau de jurisdição: não tem previsão expressa na CF, mas tem
raízes no texto constitucional. Toda vez que há descontentamento pode se
recorrer ao recurso. A revisão sempre se dá por uma instancia superior, nunca
pelo juiz que proferiu a decisão.
DIREITO PROCESSUAL CONSTITUCIONAL 
Considerações Iniciais - Forma de ver diferente o processo 
1. Garantias:
a) Acesso à justiça, acesso a ordem jurídica justa ou inafastabilidade do
controle jurisdicional: a todos é garantido formular pretensões perante o
poder judiciário, e ter uma resposta, tendo êxito ou não na decisão. Engloba: o
socorro ao poder judiciário, resposta, e obter uma solução. O acessoà justiça e
analisado de 2 formas retrospectiva e prospectiva: 
 Retrospectivo: quando existe a lesão (ex: fui demitida sem justa
causa; tive um acidente de carro). Há uma tutela repressiva pelo poder
judiciário. 
 Prospectivo: possibilidade de eminência de uma lesão. Há uma
tutela preventiva pelo poder judiciário, pôs ele procura prevenir que
ocorra a lesão (ex: mulher ameaçada pelo marido vai ao judiciário que
vendo que o marido mantenha distância para não ocorrer a “Maria da
Penha”). 
b) Devido o processo legal: principio mais importante da análise do D.P; é o
ponto de partida para os demais princípios (serve como fonte). É visto em 2
planos: 
 Plano material ou substancial: é analisado pelo trinômio “vida-
liberdade-propriedade”. Significa que ninguém será privada desses
direitos, somente se for por ato do Estado. 
 Plano processual: qualquer consequência que a pessoa passa
vira a sofrer no trinômio, deve ter uma decisão em que no processo
houve todos os caminhos legais (vida, liberdade, propriedade).
13
 
TRILOGIA ESTRUTURAL DO DIREITO PROCESSUAL 
São 3 elementos que compõem a estrutura do direito processual: 
• Jurisdição: de forma simples, é a resolução de litígio pelo
Estado.
• Ação: é a forma de provocar o Estado, para obter uma resposta.
Vista tanto no âmbito do sujeito ativo, como o passivo. 
• Processo: é o meio de exercício da jurisdição.
“A ação provoca a jurisdição, que é exercida por meio do processo”.
 
Jurisdição 
É algo que e atribuído somente ao poder judiciário. Juris + Dictio = dicção do
direito. É o poder de ver e de dizer o direito ao caso concreto. E vista como
poder, função e atividade. 
1. Poder, função e atividade 
 Como poder: pois o poder judiciário pode sujeitar as pessoas as
suas decisões. 
 Como função: pois o poder judiciário tem que cumprir o objetivo
do bem-estar social. 
 Como atividade: pois se materializa em um conjunto de atos ou
manifestações do juiz no processo. 
2. Elementos Indispensáveis para a atuação 
 Conflito de interesse: “LIDE”= conflito de interesse qualificado
por uma pretensão resistida ou insatisfeita (Francesco Carnelutti).
 Provocação: é preciso dar conta ao poder judiciário, informado
que houve o litígio. 
3. Extensão/ Forma Atuação (atua em duas formas) 
 Declarando o direito: declarando a vontade da lei, quem tem o
direito e qual é o direito. 
 Impondo cumprimento: impõe o cumprimento das suas
decisões. 
4. Poderes:
14
 Poder de decisão: poder de dar a palavra final.
 Poder de coerção: poder de impor sua vontade, suas ordens.
 Poder de documentação: para que tenha as outras 2 partes, é
necessário documento. 
5. Princípios 
A) Inércia: o juiz não pode instaurar uma ação por conhecimento do litígio. A
jurisdição não age de oficio. Está relacionado com o princípio da ação, só muda
o direcionamento. 
B) Indeclinabilidade ou inafastabilidade do controle jurisdicional: o juiz
não pode se afastar do julgamento do litígio, o juiz não pode se eximir de julgar,
de dar a sua decisão. Não pode existir lei alguma que impeça o poder judiciário
de julgar litígios. 
(obs.: não há obrigação de se submeter a arbitragem para resolver os litígios, é
um meio alternativo; por conta disso ela não viola esse princípio, pois está
prevista em lei.) 
C) Inevitabilidade: é inevitável não se sujeitar a decisão do poder do judiciário;
não pode se opor ao alcance do que ficou decidido pelo poder judiciário. 
D) Investidura: só pode julgar os litígios que tem a função de julgar. 
E) Indelegabilidade: a função do poder judiciário é julgar, na figura do juiz; não
podendo este delegar sua função.
F) Aderência ao território: é visto de 2 formas:
 Ampla: a jurisdição tem um limite, na forma ampla é o território
nacional (jurisdição nacional)
 Restrita: há uma limitação dentro do território nacional pela
competência
G) juiz natural: significa que só o juiz pode julgar; as regras sempre estão
estabelecidas em lei, os tributos devem pré – existir aos litígios.
7. Características
a) Unidade: jurisdição é algo que é único; o interesse do Estado é sempre a
paz, é único.
15
b) Substitutividade: a partir do momento que o Estado proibiu que as pessoas
resolvessem os litígios por autotutela, e fez com que as pessoas fossem até
ele, para ele resolver, houve a substituição da vontade das partes, pela sua
decisão.
c) Definitividade/imutabilidade: algo que é inalterável, neste caso, uma vez
que o poder judiciário julga o litígio, e as partes não recorrem, há decisão em
julgado, e então não se pode mais alterar e nem rever. Coisa julgada não existe
em decisões administrativas.
8. Divisão (a jurisdição é uma só, mas para entende – lá, em caráter didático,
se utiliza a divisão).
A) Relacionada ao objeto:
 Penal: se análise as normas penais e do processo penal. (Juiz
estadual, federal, eleitoral e militar).
 Civil: tudo relacionado ao direito empresarial, civil, previdenciário,
tributário, consumidor, etc. E também normas do processo civil. (Juiz
estadual, federal, eleitor e do trabalho).
B) Relacionado ao órgão jurisdicional:
 Comum: encontra a justiça federal, estadual (ambos cuidam de
matéria civil e penal).
 Especial: encontrava justiça do trabalho, militar e eleitoral.
C) Relacionada a posição hierárquica
 Superior: tribunais 2° grau 2°instância.
 Inferior: juiz singular, de 1° grau ou1°instância.
D) Fonte do direito: que orienta o julgamento, a decisão.
 De direito: o juiz ancora toda a sua decisão no ordenamento
jurídico.
 De equidade: um julgamento subjetivo baseado em um senso de
justiça.
9. Jurisdição Contenciosa bem Jurisdição Voluntária (só a jurisdição civil)
A) Contenciosa: é a jurisdição pura; o juiz busca resolver o litígio e a
pacificação social.
B) Voluntária: pode ser chamada de “administrativa” ou “valiosa”.
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 Administração pública de interesse privados
 Por órgãos do foro extrajudicial (ex: cartórios).
 Por órgãos estranhos ao poder judiciário.
 Pelo próprio poder jurídico (é o que chamamos de jurisdição
voluntária).
C) J.contenciosa x J.voluntária
Lide negócio jurídico
Partes interessados
Contraditórios não contraditórios
Jurisdição adm
Substitutividade não substitutividade
Atuação direito constituição da situação jurídica
Coisa julgada não coisa julgada
Ação requerimento
10. Limites da Jurisdição (internos e externos)
Interno:
 Nacional (tribunais superiores).
 Regional (TRF’S).
 Estadual (TJ’S).
 Limitado (1° grau - os que julgam dentro da comarca juízes
estaduais / seção, subseção, circunscrição judiciária juízes federais.
ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA (tem relação com a Jurisdição)
A) Aspectos
 Magistratura: ingressam por meio de concurso e podem ser
promovidos por merecimento ou antiguidade. Eles têm autonomia
administrativa e financeiro agem com independência e imparcialidade =
garantias Idep: vitaliciedade, inamovibilidade, irredutibilidade.
 Duplo grau de jurisdição: possibilidade de revisão das decisões
feitas pelo juiz do 1°grau.
 Composição juízos e tribunais: juízos: local que o juiz exerce
sua função, podem ser singulares (1°instância) ou colegiados formados
17
por conjunto de juízes (2°instância ). Os tribunais são formados por
câmaras (3 à 5 juízes ) quem julga os recursos são 3 (relator, revisor,
vogal). O órgão especial é formado pelos juízes mais antigos do tribunal
tem função adm. e jurisdicional.
 Divisão judiciária: divisão em áreas geográficas no Estado.
 Trabalhos Forenses:a atividade jurisdicional só é ininterruptas
nos 1°e 2° grau de jurisdição. Os tribunais superiores tem férias de 2 à
31/01 e 2 à 31/07.
1. Auxiliar de Justiça
Pessoas que são chamadas para ajudar o poder judiciário para o bom
andamento do processo.
• Classificação:
A) Permanentes: auxiliares por excelência, pois fazem parte da estrutura do
judiciário (servidores públicos e serventuários da justiça). Servidor: recebe
integralmente dos cofres públicos. Serventuários: pode receber de particular ou
50% particular e 50% cofres. (Exemplo: escrivão, oficial de justiça, juro leigo).
B) Eventuais: é convocado para atender ocasiões específicas; não são lotados
(ex: perito, psicólogo, tradutor ) o juiz nomeia para função.
C) Extravagantes: correspondem nas atividades que exercem, ajudando no
andamento do processo (ex: correios). Não for nomeado pelo juiz.
2. Funções Essenciais à Justiça (não fazem parte do poder judiciário, mas
agem conjuntamente)
a) Ministério Público (parquet) defesa da ordem jurídica; defesa social de
modo geral.
 Da União: engloba o MP Federal, MP do Trabalho, MP do Distrito
do Trabalho, MP Militar.
 Estadual: entes federados
 Chefe do MP da União é o Procurador Geral da República, e os
membros do 1°grau são os procuradores da República.
 Chefe do MP Estadual é o Procurador Geral do Estado, e os
membros são os promotores de justiça. – governador nomeia o mais
votado pela parte; podendo escolher também o meio votado.
 Há alguns princípios que são inerentes ao MP, que o norteiam:
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 Unidade e indivisibilidade: muito embora existisse a divisão
(espera da União e Estado), o órgão é um só. Troca-se um pelo outro,
sem que haja um prejuízo ao processo.
 Independência funcional: sua vinculação no processo é a lei, ele
não tem vinculação com o poder executivo, judiciário, nem com seus
supervisores hierárquicos. Autonomia orçamentária e administrativa.
Todas as garantias e o juiz tem o MP também tem, e possui as mesmas
limitações.
 Vedações: (art. 128, §5º, II)
- Independente do tipo do processo, o MP pode atuar de 2 formas:
 Parte: vai se situar em um dos polos do processo.
 Fiscal da lei (custos Legais): não defende nenhum dos polos. 
b) Advocacia Pública (defende a administração Pública) (art.131/132)
 Advogados dos entes federados, adm. Direta e indireta. O chefe é
o Advogado Geral da União; prestam concurso público e ter inscrição na
AOB, demonstrar isso de 3 anos de atividade jurídica.
c) Advocacia (interesses privados) (art.133)
 Passou a ser admitida como indispensável para jurisdição da
justiça. Somente os que tenham passado na OAB e inscrito seu nome
nos quadros da OAB. Sua fonte é integralmente privada.
d) Defensoria Pública (art.134/135)
 Defesa da população carente. Atua nas 2 esferas (União e
Estados); são concursos diferentes; eles também precisam de inscrição
na OAB.
2° BIMESTRE
COMPETÊNCIA
Essa numeração de 1 à 8 refere-se aos aspectos de relevância para a
compreensão e estudo da competência.
1. CONCEITO: É a divisão do trabalho no poder judiciário. “Vácuo de
competência” não existe, pois sempre haverá um juiz para cada área
específica. 
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- Competência é vista como uma restrição ao poder jurisdicional; tendo em
vista que a jurisdição é ampla.
 Todo juiz competente tem jurisdição, mas nem todo juiz que possui
jurisdição tem competência.
Qual a diferença entre jurisdição e competência?
- jurisdição é ampla. Poder jurisdicional.
- jurisdição é o poder atribuído a uma autoridade para fazer cumprir
determinada categoria de lei e punir quem as infrinja em uma área pré-definida.
- No sentido coloquial, jurisdição é a área territorial (município, estado, região
ou país) sobre o qual este poder é exercido por determinada autoridade ou
juízo.
- competência é como uma restrição ao exercício. É o poder de dizer ao direito
o que cada órgão é responsável. 
- é a aptidão para cumprir alguma tarefa ou função. Indica um atributo legal de
um juiz ou funcionário que revela a sua capacidade de julgar uma determinada
causa. A competência fixa os limites dentro dos quais esse órgão judicial pode
atuar.
 Competência Exclusiva: é quando nós só temos um órgão jurisdicional
responsável pelo julgamento daquele tipo de litígio. Ex.: causas que digam
respeito à imóveis brasileiros.
 Competência Concorrente: é quando mais de um órgão pode julgar um
tipo de litígio. 
 Competência Originária: é a competência de um órgão que em um
primeiro momento irá julgar o litígio. 
 Competência Derivada (Recursal): é a que julga os recursos
decorrentes de decisões da competência originária.
 Competência Internacional (Jurisdição Nacional): quando falamos
disso analisamos única e exclusivamente se um litígio pode ser julgado pela
justiça brasileira.
 Competência Interna: a gente já analisou que o Brasil pode julgar o
litígio, mas quando fala em competência interna é definir qual órgão nacional
irá julgar este litígio. 
 Competência Plena ou Cumulativa: julga os mais diferentes casos,
tem várias competências. Ex.: juiz da cidade de Santa Helena.
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 Competência Privativa: o juiz atua em uma área específica. Ex.: vara
de família, só atua em casos de família. Vara do trabalho, só em litígios
trabalhistas.
Onde estão definidas as regras de competência?
2. DISPOSITIVOS: 
Legais
Constituição Federal: 
- A competência da justiça estadual é sempre residual.
- Por isso que a CF só fala sobre o STF e STJ.
Constituição Estadual:
- Define regra de competência pros tribunais locais.
Regimentos Internos dos Tribunais:
- Em cada tribunal possui regras de competência referente ao âmbito de
atuação.
Leis Federais:
- Sejam elas codificadas ou não. Ex: Código de Trânsito, Código Tributário
Nacional etc.
Código de Organização Judiciária:
- Define regra de competência específica/por matéria. Ex.: aqui no Paraná o
juiz que julga o processo de inventário é o juiz da vara de família. 
3. REGRAS BÁSICAS (Livro do Luis Guilherme Barinone)
a) Direito ao Juiz Natural: é o aspecto mais importante da competência. É
aquele cuja competência já está pré-definida. 
b) Regra Perpetuação da Jurisdição ou Competência: elas são
analisadas no momento do ajuizamento da ação. Mas as vezes, diante de
algumas peculiaridades pode ocorrer algumas modificações. Ex.: a vara federal
que o juiz Sérgio Moro era responsável por julgar a Lava Jato, mas decorrentes
de alguns acontecimentos a competência foi passada para o STF com relação
a presidente Dilma.
c) Regra Competência sobre Competência: por mais incompetente que o
juiz seja ele sempre será competente para analisar a sua competência.
4. CRITÉRIOS DETERMINADORES DA COMPETÊNCIA INTERNA
• Valor da causa: é o conteúdo econômico do litígio, normalmente vem
fixado em lei, está presente na petição inicial de uma ação trabalhista ou civil.
 Juizados especiais cíveis :
- estaduais: 40 salários mínimos
- federais: 60 salários mínimos
 Juizados especiais criminais :
- estaduais: \ contravenções penais e
- federais: / crimes com pena de até 2 anos
• Matéria: qual é o objeto do litígio, a natureza dele. 
- Se é penal, trabalhista, eleitoral, etc -> maneira ampla.
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- Esfera civil, questões familiares, contratuais, etc -> maneira restrita.
• Pessoa: levam em consideração os envolvidos no litígio.
 Âmbito Civil 
- J. Federal: matérias da união.
- J. Estadual: tudo que tem a ver com municípios.
 Âmbito Penal 
- Competência por prerrogativa de função: leva em consideração o cargo da
pessoa (foro privilegiado). Só terá privilégio se estiver no exercício da função
que dá o foro.
• Território/ Foro: o espaço geográfico. Ex.: lugar que as partes se
encontram, onde ocorreu o litígio, onde o obj do litígio. Ela varia dependendo
da esfera que se encontra.
 Regra geral e regre especial prevalece o esp. 
- A. Civil: regra geral (foro domicílio do réu)
- A. Penal: regra geral (local da infração)
- A. Trabalhista: regra geral (local que o empregado prestou serviço)
• Função: ato desempenhado durante o processo.
 Aspecto horizontal : órgãos que pertencem ao mesmo nível de jurisdição.
Ex.: juiz “ajuda” outro juiz do mesmo nível.
 Aspecto vertical : órgãos que não pertencem ao mesmo nível de
jurisdição, poderes hierárquicos diferentes. Ex.: 1º e 2º grau de jurisdição.
- Critério objetivo: as 3 primeiras.
- Critério territorial: território/foro
- Critério funcional: função
5. COMPETÊNCIA ABSOLUTA E RELATIVA
• Absoluta: interesse público. Está relacionado a uma melhor
administração.
• Relativa: interesse privado.
• Absoluta X Relativa
 Função : absoluta, pois é interesse da justiça.
 Território : relativa
 Pessoa : absoluta
 Matéria : absoluta
 Valor : em regra é relativa (nos juizados especiais cíveis estaduais), mas
no âmbito criminal é absoluta, no civil e nos juizados especiais (federais)
também é absoluto.
6. PRORROGAÇÃO / MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA
Competências absolutas nunca podem sofrer alteração. Competência relativa
sim, pois se estabelecem como uma conveniência da parte, é quando o juiz
aumenta a competência para cuidar de outras coisas.
7. PREVENÇÃO (Prae + venire = chegar primeiro)
O juiz que pratica atos em 1º no processo será o juiz prevento. A prevenção é
um critério de fixação de competência. A prevenção fixa a competência do juiz.
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A prevenção não é o mesmo que prorrogação de competência. Ela não
determina a competência do juiz, mas uma vez determinada ela a confirma,
fixa.
8. CONFLITO DE COMPETÊNCIA
Acontece quando dois ou mais juízes se dizem competentes ou incompetentes
para julgar o litígio.
• Conf. Positivo: dois juízes se dão por competentes para julgar.
• Conf. Negativo: dois juízes se dão por incompetentes para julgar.
- Nos dois casos de conflito quem acaba julgando é o órgão superior aos juízes
em conflito.
- O órgão superior é que decide quem tem a competência.
AÇÃO 
1. Teorias da Ação
a) Teoria Civilista, Clássica ou Imanentista: foi uma teoria desenvolvida até
meados do século XIX, idealizada pelo Savigny. Aqui no Brasil teve o Clóvis
Bevilaqua como adepto da teoria. * O direito material e processual são uma
coisa só, o direito de ação era inerente ao direito material.
b) Teoria Concreta ou do Direito Concreto de Agir: começou a ser
desenvolvida em 1885, idealizada pelo Adolf Wach. Essa teoria surgiu de uma
polêmica envolvendo dois grandes idealizadores alemães. 
- Polêmica: Theodor Muther e Bernard Windscheid.
O Adolf utilizou as pesquisas que resultaram desta polêmica para criar está
teoria.
- não havia ação quando era em benefício do réu.
c) Teoria do Direito Potestativo de Agir: começou a ser desenvolvida em
1903, sendo idealizada por Giuseppe Chiovenda (Itália).
- Direito Potestativo: é aquele que não admite contestação.
- é o direito que a pessoa tinha para formular um pedido contra o seu
adversário e ele devia se submeter a este pedido. A pessoa que se sentiu
lesada é quem faz este pedido. Porém só consegue isso se o juiz decidir que
você está certo, decidir beneficiar você, ou seja, você obtém o direito de ação.
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d) Teoria Abstrata ou do Direito Abstrato de Agir: teve como idealizador o
Heinrich Degenkolb, Alexander Plósz e Carnelutti. 
- Direito de provocar a atuação do estado juiz, independentemente do
resultado.
- o juiz tem a obrigação de dar uma resposta independente se é favorável ou
não.
e) Teoria Eclética: teve como idealizador Enrico Tulio Liebman.
- Fica numa ceara entre as teorias Concreta e Abstrata. 
- para que o Estado de uma resposta você precisa apresentar as condições da
ação.
- Condições da Ação: 
• legitimidade de parte - 》 qualidade para ser parte ativa ou passiva da
ação.
• interesse de agir - 》 precisa do poder judiciário e o pedido deve ser
adequado à aquilo que tu pretende.
• possibilidade jurídica do pedido -》o pedido tem que estar previsto no
ordenamento jurídico ou não proibido pelo ordenamento. Obs.: Liebman
através de seus estudos se desvinculou desse tópico.
■ o NCPC acaba com as condições da ação, existe sim a legitimidade de parte
e interesse de agir, porém não está mais nas condições de ação. 
2. CONCEITO: * é o direito de pedir ao Estado a exigência de sua atividade
jurisdicional num caso concreto.
a) A ação é o direito ao exercício da atividade jurisdicional (Agatha).
b) A ação é o direito à tutela jurisdicional adequada, efetiva e tempestivo
mediante um processo justo (Luiz Guilherme Marinani).
c) A ação é o direito fundamental composto por um conjunto de situações
jurídicas que garantem ao seu titular o poder de acessar os tribunais e exigir
deles uma tutela jurisdicional adequada, efetiva e tempestivo (Fredie Didier Jr.).
3. CARACTERÍSTICAS:
 Autônoma: Está separado do direito material. Independente que o juiz
julgue ela sempre vai existir. 
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 Abstrata: Independente do resultado final.
 Instrumental: Diz sobre a finalidade do direito da ação que é resolução
de um litígio. 
 Subjetiva: A ação é subjetiva. É exercido de maneira facultativa,
depende da vontade de cada um, ou seja, as pessoas não são obrigadas a
ajuizar ação no poder judiciário. 
 Pública: É o exercício da jurisdição. Quando ajuizamos uma ação, estão
invocando uma atividade pública. Direito subjetivo público de invocar a tutela
jurisdicional do estado e obter uma resposta.
4. CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES: 
a) Âmbito Penal: (Norberto Avena)
 Ações Penais Públicas -》É de iniciativa do MP, é o MP que faz a
denúncia. 
- Incondicionada: é aquela que atinge o interesse público, o MP não precisa
aguardar alguém para fazer a denúncia. 
- Condicionada: o interesse também é público, mas para o MP fazer a
denúncia depende de alguém para fazer a denúncia, que alguém se manifeste
para isto. Tem que estar previsto na lei.
* Representação: é o ofendido que irá representar/se manifestar para
seguidamente o MP oferecer a denúncia. 
* Requisição do Ministro da Justiça: em casos de autoridades públicas, por
exemplo, o presidente.
 Ações Penais de Iniciativa Privada - 》 O título desta ação é o
particular/ofendido, e para que comece a ação precisa fazer uma queixa crime.
- Exclusiva: compete ao ofendido oferecer a denúncia se maior de 18 anos. Se
o ofendido for menor de 18 anos, o responsável dele oferecer a denúncia. Se o
ofendido tiver falecido, os membros do CADI (cônjuge, ascendente,
descendente e irmão) devem apresentar. Ex.: 
- Personalíssima: é aquela que compete unicamente te ao ofendido. Se o
ofendido for menor de 18 anos, o responsável não pode oferecer a queixa
crime, deve esperar alcançar os 18 anos. Se o ofendido tiver morrido os
membros do CADI não podem oferecer a queixa crime. Ex.: sou casado e
descubro que o cônjuge é esquizofrênico. 
- Subsidiária da Pública: só acontece em hipóteses excepcionais, que é
quando o MP não oferece denúncia para uma ação pública. O MP pode
retomar a ação para si, mas só quando o titular deixar de fazer algum ato do
processo, assim o MP pode fazer e tornar-se titular.
b) Âmbito Trabalhista:
 Ação ou dissídio individual: é individual, pois apenas o empregado
entram com a ação. 
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- Ação Plúrima: é quando um grupo de empregados se juntam e entram com a
ação contra o empregador. Porém não há o envolvimento do sindicato.Deste
modo continua sendo um dissídio individual.
 Ação ou dissídio coletivo: é quando há o envolvimento do sindicato.
c) Âmbito Civil:
 Ações de Conhecimento/Cognitiva:
- Conceito: o juiz realiza um amplo conhecimento sobre tudo.... De acordo com
o resultado que a autora da ação pretende poderá atuar em alguma dessas
classificações. 
- Classificação: 
* declaratórias -》ela tem o objetivo de eliminar incertezas jurídicas que existe
em torno de um documento ou em torno de uma relação jurídica. Dizendo
então com relação à documentos se é autêntico ou falso. Com relação a ...
Obs.: quando ajuizamos uma ação condenatória, mandamentais ou
executivas, todas de alguma forma são declaratórias. 
* constitutivas -》cria, modifica ou extingue uma relação jurídica. Ex.: divórcio,
rescisão de contrato e negatória de paternidade. 
* condenatória -》o juiz irá proferir uma sentença e na sentença ele impõem
uma obrigação ao réu. E se por ventura o réu não cumprir voluntariamente a
sua obrigação a parte autora terá que pedir o cumprimento. Ex.: todas as ações
de indenização e processos de alimentos.
* mandamentais -》o juiz tira uma ordem. Tem o objetivo que o juiz emita uma
ordem, ele manda que seja feito algo. Tanto que é assim, que se por ventura a
ordem não for cumprida pelo réu, ele sofre sanção penal, crime de
desobediência. Ex.: mandado de segurança. 
* executivas “lato sensu” -》é muito parecida com a sentença. Neste caso eu
também vou querer que o juiz imponha uma sentença que faça o réu ter uma
obrigação. Só que neste caso se o réu não cumprir com a obrigação
voluntariamente a sentença de cumpri de imediato, ou seja, o autor não precisa
pedir. Ex.: ações possessórias, como a reintegração de posse e despejo.
 A Executiva/Execução: A parte autora quando já inicia-se um processo
execução, ela já possui um documento que comprove o direito dela. Ex.:
contrato, nota promissória. E se mesmo assim a pessoa descumprir, o credor
entra com um pedido de execução, de satisfação de um direito de crédito. 
5. ELEMENTOS IDENTIFICADORES/CONSTITUTIVOS DA AÇÃO
Toda e qualquer ação seja civil, penal ou trabalhista tem elementos que as
identificam.
Possui três elementos que identificam a ação:
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I. Partes: Toda vez que for ajuizar uma ação eu preciso apresentar as
partes. Partes é o elemento subjetivo da ação, porque diz quem são os
envolvidos na ação. 
 Sujeito Ativo: é aquele que pede, que supostamente tem o direito
lesado, é o que fórmula a pretensão de um processo. 
- Processo Civil e no Processo do Trabalho: o sujeito ativo é o autor. 
- Processo Penal: pode ser o MP ou a vítima. 
* MP: denunciante
* Vítima: querelante
 Sujeito Passivo: é a pessoa que se sujeita ao pedido formulado pela
parte autora/sujeito ativo, ou seja, é o supostamente causador do dano ou da
lesão. 
- Processo Civil e no Processo do Trabalho: é o réu
- Processo Penal: 
* MP: denunciado
* Vítima: querelado
Conforme a ação seja pública ou privada.
 Parte do Litígio: são os envolvidos no litígios.
 Parte Legítima: são as pessoas que são autorizadas para formular o
pedido ao poder judiciário. 
 Parte Processual: são os sujeitos que figuram os polos ativos e
passivos do processo.
Observação ex. De Exceção: o Sindicato dos Professores entra na Justiça
contra todas as Universidades de Foz do Iguaçu. O sindicato é parte
processual e legítima, porém não é parte do litígio, este apenas será os
professores. 
II. Causa de Pedir (Causa Petendi): O motivo, a justificação, a razão do
pedido, ou seja, por que eu estou pedindo perante o poder judiciário. 
 Fundamentos de Fato: É o que aconteceu, a história em si, a narrativa
fática do ocorrido. “perfumaria” é o que antecede a minha fundamentação
jurídica. Ex.: fui atropelada, é toda a história de como fui atropelada. 
 Fundamentos de Direito ou Jurídico: É aquilo que dentro da narrativa
fática me dá animo para fazer o pedido perante o poder judiciário. Ex.: a
pessoa que me atropelou me indeniza.
III. Pedido (Petitum): É o que eu quero, a minha pretensão. E esse
pedido/pretensão também se subdivide. 
 Pedido Imediato: É aquilo que eu quero do poder judiciário. Seria então
a providência jurisdicional solicitada.
 Pedido Mediato: É o que eu quero do réu. É o bem da vida.
 Exemplo de imediato e mediato: Ante ao exposto requer a vossa
excelência, seja julgado procedente o pedido para o fim de condenar
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(imediato) o réu ao pagamento (mediato) da importância de 40 mil reais a
título de dano materiais e morais.
 Nas ações civis e trabalhistas conseguimos identificar bem os elementos
que compõem.
6. IMPORTÂNCIA PARA ESTUDO INSTITUTOS PROCESSUAIS:
 Litispendência: É o ajuizamento de duas ou mais ações com as
mesmas partes, com a mesma causa de pedido e com o mesmo pedido.
Repetição de ação em curso/andamento.
 Coisa Julgada: Repetição de uma ação que já foi julgada. Neste caso o
pedido é extinto, arquivado.
 Conexão: \
 Não há uma coincidência total, apenas parcial.
 Continência: /
7. REQUISITOS PARA APRECIAÇÃO DO MÉRITO (= ANTIGAS
CONDIÇÕES DA AÇÃO)
 Teoria Eclética (Liebman)
 No Processo Civil é utilizado -》requisitos para apreciação do mérito.
 No Processo Penal é utilizado -》condições da ação. 
 Falou em Mérito falou em litígio, ou seja, requisitos para apreciação do
mérito são os requisitos para resolver o litígio. 
 Legitimidade de parte, legitimação para agir ou legitimatio ad
causam:
 Conceito: diz respeito as partes, é a pertinência subjetiva da ação, é a
qualidade que se tem para ser pó ativo ou polo passivo de um processo. Para
que sejam legítimas deve ter vinculação entre autos, réu e o direito material
violado.
 Classificação: 
• Legitimidade Ativa: é aquele que supostamente tem seu direito lesado
ou ameaçado de lesão. 
• Legitimidade Passiva: é aquele que supostamente lesou ou está
ameaçando de lesão o direito do sujeito ativo.
• Legitimação Ordinária: só a palavra ordinária significa algo que seja
comum. Quando falamos de Legitimação Ordinária quer dizer a legislação
comum. A regra é de que as pessoas que que sofram uma lesão possam elas
mesmas figurarem no processo. É uma coincidência entre os titulares do direito
e a pessoa que figura de fato no processo. Ex.: Processo Penal, MP (o direito
de punir é do Estado e o MP é um órgão do Estado).
• Legitimação Extraordinária ou Substituição Processual (pedir em
nome próprio direito alheio): (exceção) não tem coincidência entre o titular
do direito e a parte do processo. Por que ela é uma exceção? Porque a regra é
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de que as pessoas que sofram o litígio seja parte do processo. É através de
Lei, se não houver previsão em lei que outra pessoa, não detentora do direito,
possa fazer o pedido pela pessoa, o mesmo não poderá fazer.
 Interesse de agir ou interesse processual: Necessidade + adequação
(= utilidade)
• Necessidade: é indispensável à atuação do judiciário. É preciso do
judiciário para ter o direito protegido. Pode decorrer da lei ou do ato do sujeito
passivo. No âmbito penal é sempre necessária à atuação do judiciário, a
necessidade sempre irá existir.
• Adequação: o pedido que a parte faz ao judiciário deve ser útil e
adequado para satisfazer o direito dela. Se não demonstrar esses 2 elementos
ou se não ter nexo entre eles o juiz irá arquivar o processo. 
No âmbito penal deve sempre existir os 2 elementos. 
 Possibilidade jurídica do pedido (Processo Penal): a conduta deve
ser um ato típico e antijurídico. Se houver previsão na lei penal, se o fato for
previsto como crime ou contravenção penal.
8. EXCEÇÃO OU DEFESA
 Conceito: Éa reação do sujeito passivo. É sempre daquele que se
sujeita a preempção.
 Divisão:
• Direito de Defesa Amplo: a defesa é a reação, a contraposição, a
apresentação de argumentos que rebatem a parte que apresentou o litígio. 
- Processo Penal: Resposta a Acusação Defesa Preliminar.
- Processo Civil e Trabalhista: Contestação. 
• Direito de Defesa Restrito: 
- Defesas de Ordem Pública (Objeções): pode ser feito em qualquer fase do
processo e o juiz pode reconhecer de ofício as alegações de ordem pública, ou
seja, sem pedido das partes. Ex.: prescrição e decadência. 
- Defesas de Ordem Privada: são de interesse do sujeito passivo.
 Classificação:
a) Exceção Processual e Exceção Substancial (Mérito): 
• Exceção Processual : tem o objetivo de atingir o processo, para que ele
não possa continuar. É sempre para demonstrar um vício no processo. Ex.:
ilegitimidade de parte.
• Exceção Substancial (Mérito) : atinge o mérito, o litígio em si, ou seja,
que o sujeito ativo não tem razão na sua argumentação. Ex.: querer cobrar
uma nota promissória que já foi paga.
b) Exceção Direta e Exceção Indireta: 
• Exceção Direta : eu reajo diretamente da pretensão/pedido formulado
pelo autor. Ex.: * Âmbito Penal: MP alega que você matou uma pessoa, você
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reage dizendo que você não matou. * Âmbito Civil: cobrança de dívida e você
alega não dever.
• Exceção Indireta : Ex.: * Âmbito Penal: MP alega que você matou uma
pessoa, você alega legítima defesa, por isso matou a pessoa. * Âmbito Civil:
cobrança de dívida, eu afirmo que devo, mas digo que a dívida já prescreveu.
c) Exceção Peremptória e Exceção Dilatória: 
• Exceção Peremptória : tem o objetivo de interromper o processo, ou seja,
arquivar. 
• Exceção Dilatória : é a apresentação da defesa com o objetivo de
estender/aumentar um pouco mais o processo, ou seja, as fases processuais.
PROCESSO
1. Natureza Jurídica:
a) Processo como contrato: tanto a parte autora como o réu devem se
submeter de forma voluntária ao judiciário.
b) Processo como quase contrato: viu-se que o processo não é uma livre
escolha das partes, porque a parte autora podia exigir o comparecimento da
outra parte. A vontade de um sobrepõe a do outro.
c) Processo como relação jurídica: (Oscar Von Bulow) o processo aqui era
algo diferente do direito material, estavam em esferas distintas. O processo
passou a ser entendido como uma relação entre pessoas e desenvolvia seus
próprios requisitos.
* autor – juiz – réu: se desenvolveu entre esses três.
* objeto: prestação jurisdicional; resposta do Estado.
* pressupostos processuais: deve observar os pressupostos.
d) Processo como situação jurídica: (Goldschimidt) o processo era visto
como uma situação jurídica que envolveria perspectivas, expectativas,
possibilidades, encargos e dispensas.
- Perspectiva de derrota, expectativa de vitória, possibilidade de sentença
favorável, encargo de praticar atos para evitar prejuízos e dispensas:
possibilidade de dispensar alguns atos, desobrigação dos encargos dado pela
lei. 
A doutrina compreende que o processo é uma relação jurídica.
2. Características:
a) Autonomia: o processo é independente do direito material, independente do
resultado o processo já existiu.
b) Caráter Público: o Estado (juiz) está sempre envolvido no processo.
c) Progressivo/Dinâmico: o processo está em constante evolução, ele se
desenvolve até chegar a um resultado final.
d) Complexo: no processo se desenvolvem vários atos interligados.
e) Unidade: todos os atos tem o mesmo objetivo que é a pacificação.
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f) Triangular: o processo se desenvolve entre autor, juiz e réu, todos tem
deveres um para com o outro. O juiz é o superior dessa relação.
3. Conceito: É um meio pelo qual a jurisdição atua. É um meio que o Estado e
as partes se utilizam pra buscar solução ao conflito. É uma relação jurídica
autônoma de direito público que se desenvolve entre autor, juiz e réu, e que
resulta em um conjunto de atos coordenados e concatenados que buscam uma
solução final.
4. Processo X Procedimento (Modus Operandi): procedimento é a maneira
de se realizarem os atos processuais. Todo processo tem um procedimento.
5. Pressupostos Processuais (Carreira Alvin):
a) Existência: o que o processo deve ter para ele existir.
* Subjetivos: quem são os sujeitos que devem existir no processo = autor e réu
(partes) e juiz
* Objetivos: o objeto do processo = lide
b) Validade: só são analisados se há pressupostos de existência.
* Subjetivos:
- Juiz: precisa ter jurisdição = dizer o direito em nome do Estado, competência
e imparcialidade. 
- Partes: capacidade de ser parte, capacidade para estar em juízo e
capacidade postulatória. 
° Ser parte é a capacidade de direito. Todos podem ser parte num processo
(pessoas físicas/naturais, jurídicas e formais -> entes sem personalidade
jurídica, mas a lei dá possibilidade de figurar perante o poder judiciário).
° Estar em juízo/capacidade processual/legitimatio ad processum: possibilidade
de praticar atos válidos no processo. (capazes/incapazes representados ou
assistidos.
° Postulatória: quem tem conhecimento técnico para integrar o polo das partes.
(advogado e MP).
* Objetivos: a lide precisa ser sempre original, não pode existir litispendência ou
coisa julgada.
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“Se faltarem os pressupostos o processo é arquivado”.
6. Início e Fim do Processo: Começa com petição ou queixa/denúncia e
acaba com a resolução do processo.
7. Composição Subjetiva do Processo:
a) Sujeitos Principais: 
- Partes (sujeito prin. parcial)
- Juiz (sujeito prin. imparcial)
- Litisconsórcio: várias pessoas figurando os polos.
b) Sujeitos Secundários: aqueles que participam no processo colaborando
com o bom andamento (auxiliares de justiça).
c) Sujeitos Sui Generis:
- Ministério Público: quando é fiscal da lei.
- Advogados
d) Terceiros desinteressados: só participam quando são convocadas para
esclarecer algo para o juiz (testemunhas).
8. Dinâmica do Processo: O processo está em constante movimento, o juiz
que dá essa dinâmica por conta do impulso oficial.
* FASES:
a) Postulatória: é a provocação do judiciário com a petição e a defesa.
b) Probátória/Instrutória: é a apresentação de provas e argumentos.
c) Decisória: é a decisão do juiz mediante a análise das provas.
9. Atos Processuais X Fatos Processuais:
- Atos Processuais: toda atividade humana praticada no processo pelos mais
diferentes sujeitos processuais e terá sempre o objetivo de criar, modificar ou
extinguir de efeitos processuais. Ex.: apresentação de recurso; decisão do juiz.
- Fatos Processuais: todos os acontecimentos humanos ou não, que tem
repercussão no processo. Ex.: morte de uma das partes.
* ato: conduta humana / * fato: acontecimento
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* não se podem pular atos processuais, um depende do outro.
10. Forma: É a maneira pelo qual os atos processuais devem ser realizados.
De maneira geral são feitos em observância ao princípio da publicidade, ou
seja, de forma pública. Outra regra é a utilização da língua portuguesa. Eles
podem ser realizados tanto de maneira escrita quanto oral, predomina a
escrita.
11. Lugar: Local onde um ato processual deve ser realizado. De modo geral
serão realizados na sede do juízo. Exceção: realização de prisão, intimação de
partes e testemunhas.
12. Tempo:
a) Momentos/Época: atos processuais são realizados em dias úteis e das 6h
até às 20h.
b) Prazo: é um lapso temporal para se realizar um ato.
- dies a quo: termo inicial do prazo.
- dies ad quem: termo final.
* Classificação do prazo:
-> Origem/Fonte
- legal: a lei determina.
- judicial: definido pelo juiz.
- convencional: acertado de acordocom as partes.
-> Natureza
- peremptório: todo prazo que se estabelece por interesse público.
- dilatório: se dão no interesse privado.
-> Destinatário
- próprio: prazo das partes.
- impróprio: prazo dos juízes, MP quando atua como fiscal e dos auxiliares.
-> Alcance
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- comum: leva em consideração o prazo próprio, tem efeito para ambas as
partes.
- particular: tem curso apenas para uma das partes.
- especial: alcança MP, defensoria pública e advocacia pública.
* Preclusão: quando o prazo próprio não é observado gera preclusão.
-> Conceito: perda da possibilidade de exercer um ato processual.
-> Modalidade
- temporal: perde o ato, porque perdeu o prazo.
- consumativa: acontece pelo impedimento de realizar um ato que já foi
realizado, não pode repetir um ato já feito.
- lógica: impede a realização de atos que sejam contraditórios entre si.
13. Classificação:
a) Atos dos auxiliares da justiça:
- comunicação: são todos os atos de científicação de tudo que se passa no
processo aos participantes. Via de regra quem faz esses atos é o escrivão,
mas são os oficiais de justiça que realizam os atos.
- movimentação: são atos praticados pelos auxiliares da justiça no intuito de
impulsionar o processo. Via de regra são praticados pelos chefes de
secretarias ou escrivão. 
- documentação: são todos aqueles atos com os quais os auxiliares da justiça
materializam os fazeres por eles praticados.
- execução/constrição: são chamados também de constrição. São todos
aqueles atos relacionados à apreensão de bens e prisão de pessoas.
b) Atos das partes: quando falo em parte é o sujeito ativo e passivo do
processo. 
- postulatórios: são atos com o objetivo de resolver o litígio ou encerrar o
processo. Ex.: apresentação da petição inicial isso da parte autora e a defesa
seriam com relação ao réu (processo penal). 
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- instrutórios: a palavra instrutório vem de instrução. São atos com objetivo de
convencer o juiz, por meio de alegação ou produção de provas. 
- dispositivos: a palavra dispositivo vem de dispor. Todo aquele ato praticado no
processo pelas partes com o objetivo de abrir mão de algo no processo é um
ato dispositivo. Ex.: se o juiz pede para que eu diga quais provas quero
produzir no processo e eu respondo que não quero produzir provas, ou seja,
abro mão desse meu direito. Ou eu abro mão de recorrer. Pode ser por ação ou
omissão. 
- reais/materiais: é sempre conduta. A conduta concreta da parte com relação
ao processo. Ex.: ir à audiência. Não preciso me manifestar, apenas estar lá.
Pedir uma perícia e quando o juiz intimar para pagar isto, eu vou lá e pago. 
■ na maioria das vezes encontramos mais de um grupo destes, nunca será
100% de apenas um grupo.
c) Atos do juiz:
- reais/materiais: são atos concretos do juiz. São divididos em:
* instrutórios: são atos que o juiz pratica para se convencer. Ex.: quando o juiz
marca uma audiência para ouvir testemunhas, a postura de ele estar sentado
na cadeira, fazer perguntas e ouvir as respostas é um ato instrutório. 
* documentação: está relacionado com a documentação dos atos dos auxiliares
da justiça. Ex.: o juiz manda fazer um mandado de prisão, o auxiliar faz e
entrega para ele assinar. O fato de ele assinar é que configura a documentação
com relação aos atos do juiz.
- provimentos: manifestação do juiz no processo. 
• Processo Civil: possui três ordens.
* despachos: são manifestações de mero andamento do processo. Não realiza
nenhum juízo de valor, não está fazendo nada além de dar andamento no
processo. Não existe recurso para despacho, são irrecorríveis.
* decisões interlocutórias: é uma decisão que o juiz profere no curso do
processo, mas não faz com que ele tome uma decisão final. Ex.: quando o juiz
profere um pedido de tutela antecipada. São passíveis de recurso. Recurso de
Agravo.
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* sentenças: é o ato pelo qual o poder judiciário dará uma resposta final aos
nossos anseios. 
° terminativa ou processual: o juiz profere a sentença final, mas não julga o
litígio, pois há algo que impossibilita.
° definitivas/mérito: é aquela que resolve o mérito, o litígio. É a decisão que nós
queremos de fato, pois é esta que resolve o litígio. Concedendo o pedido do
autor ou julgando improcedente. 
O recurso cabível nas 2 sentenças é o da apelação. 
• Processo Penal:
* despacho: ato de movimentação do processo. 
* decisões interlocutórias:
° simples - recurso em sentido estrito: resolve questões, incidentes, mas não
encerra o processo.
° mistas – recurso em sentido estrito
- terminativas: encerra uma fase do processo e gera o arquivamento dele. Ex.:
quando rejeita uma queixa.
- não terminativas: encerra uma fase, mas o processo continua em outra fase,
o único exemplo é a pronúncia do réu.
Recurso em sentido estrito.
* sentenças: recurso apelação.
° absolutórias: absolve o réu.
° condenatórias: condena o réu.
PROVAS NO PROCESSO
1. Conceito: Tudo que é dúvida no processo é questão. E tudo o que é certo
no processo é ponto. Ponto é a incontrovérsia e questão é a controvérsia.
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Prova é um instrumento por meio do qual se forma a convicção do juiz
tendo em vista a controvérsia existente no processo. O juiz só pode decidir com
base nos fatos alegados e provados no processo.
2. Discriminação: São admitidos todos os tipos de provas num primeiro
momento. São admitidos desde que obtidos por meio lícito, art. 5ª, LVI, CF.
3. Objeto: O objeto das provas são os fatos alegados. Ela existe para
convencer o juiz, ele é o destinatário das provas. Nem todos os fatos serão
objeto de prova.
• Notórios : aquilo que é de conhecimento de todos.
• Incontroversos : é o ponto, a certeza.
• Impertinentes : fatos alheios ao processo.
• Irrelevantes : tem relação com a causa mas não é importante para
convencer o juiz na resolução do litígio.
• Presunção legal : fatos que a lei admite como verdadeiro.
• Impossíveis : fatos improváveis, não podem ter acontecido.
4. Ônus: Ônus não é igual obrigação. É a possibilidade que as partes têm de
provar suas alegações no processo. Para que isso aconteça precisa distribuir o
ônus:
a) Processo Civil:
- Fatos constitutivos no direito do autor: fatos que dão origem ao processo, o
autor deve provar.
- Fatos impeditivos, modificativos, extintivos: réu prova.
* Inversão do ônus da prova (Direito do Consumidor): nos casos de
hipossuficiência o réu deve provar que não lesou o direito.
b) Processo Penal:
- Quem alega deve provar: acusação.
- Excludente ilicitude ou culpabilidade: defesa.
c) Princípio da Comunhão da Prova: Uma vez alegada a prova ela passa a
fazer parte do processo, não importa quem a apresentou.
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5. Valoração: É a apreciação da prova, o juiz faz um trabalho de inteligência
para poder decidir. Há três sistemas:
- Prova Legal: a prova com valor fixado pela lei.
- Consciência do Juiz: o juiz julga de acordo com sua consciência, mesmo sem
ter provas.
- Persuasão Racional: o juiz escolhe as provas que mais o convence, mediante
análise de todos os meios probatórios. (Sistema Brasileiro).
SENTENÇA
1. Conceito Sententia - Sentire: É o julgamento final do judiciário, é o ato
mais importante do processo.
2. Requisitos ou Elementos:
a) Relatório: é a síntese do processo, fala de todos os atos do processo, porém
de forma resumida. 
b) Fundamentação: é toda a motivação do juiz.
c) Dispositivo: é a tradução da decisão. 
d) Autenticação (apenas no processo penal): é a colocação da data e
assinatura do juiz.
 
RECURSO
Vem da palavra recursus. 
1. Acórdão: é a decisão proferidapelo órgão superior. Recebe esta
denominação, pois é quando a maioria acordam sobre a mesma decisão. A
maioria entram em um acordo com relação a decisão de um caso.
■ Nos processos é denominado da seguinte forma:
• Processo Civil: apelação.
• Processo Penal: apelação.
• Processo Trabalhista: recurso ordinário. 
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■ As partes tem os seguintes prazos para recorrer: 
• Processo Civil: 15 dias
• Processo Penal: 5 dias
• Processo Trabalhista: 8 dias
COISA JULGADA
1. Conceito: é a imutabilidade da decisão judicial, porque decorreu o prazo ou
não há recurso cabível ou já recorreu em todas as instâncias. 
2. Modalidades:
a) Formal: a imutabilidade da decisão que acontece com a preclusão do prazo
para recurso. Ela gera o trânsito em julgado. Não pode rediscutir dentro do
processo.
b) Material: é a coisa julgada fora do processo. A decisão é imutável com
efeitos fora do processo. Impede a rediscussão do litígio em outro processo. 
* Quando o juiz soluciona o litígio é Coisa Julgada formal e material.
* Quando ele não soluciona é Coisa Julgada Formal.
- Primeiro acontece a formal e depois a material pode acontecer só a formal.

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