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VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA Enf. Obstétrica Marcelexandra Rabelo Comissão de Saúde da Mulher do Coren/PR CONCEITO DE VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA Qualquer intervenção ou procedimentos dolorosos sem consentimento ou informação, gritos e negligência à gestante, parturiente, puérpera ou ao bebê, bem como o desrespeito à sua autonomia, escolhas, integridade física e mental. (VENTURI et al., 2010). 1 em cada 4 mulheres sofreu algum tipo de violência na hora do parto. HISTÓRIA DO NASCIMENTO PROCESSO DE NASCIMENTO O SUCESSIVO AVANÇO DA TECNOLOGIA Ambiente hospitalar Analgesia peridural Cesárea Fórcepes Intervenções desnecessárias • Perda do ambiente acolhedor • Isolamento das mulheres • Desvalorização do nascimento Assistência obstétrica • Há décadas a obstetrícia se apoderou do parto e do nascimento, legitimando-os como processos patológicos que necessitam de controle e intervenção. • Além disso, expropriou a mulher de sua condição de parir e afastou a família da cena parturitiva. MODELOS DE ASSISTÊNCIA OBSTÉTRICA • MODELO TECNOCRÁTICO – Visão de risco; – Centrado no profissional; – Predominância do uso da tecnologia; – Corpo da mulher é perigoso e incapaz • MODELO HUMANIZADO – Respeito à fisiologia; – Centrado na mulher e na família; – Uso apropriado da tecnologia; – Apoio emocional e “cuidado” como formas de empoderar a mulher emTP Modelo Humanístico • Escolha do acompanhante (Lei 11.108/2005) • Plano de parto • Liberdade corporal, postura e fala • Alimentação e hidratação • Analgesia. • Direito a Informação. • Privacidade. • Atendimento baseado em evidências científicas atuais. RECOMENDAÇÕES DA OMS PARA ASSISTÊNCIA AO PARTO E NASCIMENTO Categoria A: Práticas que são demonstradamente úteis e que devem ser estimuladas Categoria B: Práticas claramente prejudiciais ou ineficazes e que devem ser eliminadas Categoria C: Práticas em relação às quais não existem evidências suficientes para apoiar uma recomendação clara e que devem ser utilizadas com cautela até que mais pesquisas esclareçam a questão Categoria D: Práticas frequentemente utilizadas de modo inadequado INTERVENÇÕES DURANTE O PARTO Litotomia Punção Venosa Ocitocina Manobra de Kristeler Episiotomia Analgesia cesariana Região Norte 92,2 64,9 45,1 35,0 37,2 1,2 48,1 Nordeste 91,7 64,5 47,5 42,4 41,9 3,0 46,9 Sudeste 93,6 76,3 54,2 40,1 57,2 17,3 56,5 Sul 94,4 70,2 48,6 33,4 57,6 7,0 54,3 Centro-oeste 96,5 65,9 42,3 43,2 59,2 7,6 60,1 Localidade Interior 94,7 69,1 48,2 41,5 51,6 6,8 50,3 Capital 89,2 70,1 45,6 33,0 46,9 13,4 56,1 Plano de saúde Não 93,3 68,6 51,2 38,4 48,9 6,1 43,6 Sim 93,9 74,5 47,5 39,8 61,3 25,2 79,2 Idade < 20 93,3 70,3 47,0 46,5 61,5 9,2 38,0 20 a 34 93,4 69,0 48,3 37,0 47,6 8,9 54,4 ≥ 35 92,0 71,1 54,3 34,5 36,6 9,5 65,9 Fonte: Pesquisa nascer no Brasil O protagonismo não é do profissional MONITORAR OBSTARE CUIDAR Assistência obstétrica • Condição de gênero...??? PARTOPARTO SEXUALIDADESEXUALIDADE Gênero e seus sentidos no parto: violência • Corpo feminino como necessitado de correção, disciplina, tutela, controle • Sexo como sujo, necessitado de punição ( sofrimento) • Limpo x sujo, superior x inferior, primitivo x civilizado, decente x indecente, seguro x inseguro • Solidariedade x Cumplicidade institucional – profissionais e gestores Gênero, hierarquias sociais e manejo do tempo Disse Dráuzio Varella certa vez em entrevista: -"Parto normal é muito chato. É muito mais fácil botar a mulher na maca e 'Pumba!' fazer uma cesárea." -Os tempos femininos, da sua fisiologia, se tornam inaceitáveis, inconvenientes, devem ser corrigidos -Além disso, desorganizam o planejamento hospitalar Prevenção da dor iatrogência e uso seletivo, criterioso de ocitocina e procedimentos dolorosos Ocitocina de rotina – alto risco materno e neonatal Manobra de Kristeller – muito comum no SUS e setor privado. Riscos, segurança materna e neonatal Litotomia e evolução do período expulsivo Anônima Importante • A compreensão que a violência obstétrica, naturalizada nas condutas e rotinas hospitalares, maculam o processo de parturição, marcando a vida da mulher, da criança e/ou de sua família (FUJITA e SHIMO, 2016) RESPONSABILIDADE ARTIGO 12 DO CÓDIGO DE ÉTICA Praticar ação sem a devida atenção Praticar ação sem saber fazer, mesmo assim a faz Praticar ação sem o devido cuidado Praticas que potencializam o risco para infrações éticas • Ignorar Plano de Parto • Toques vaginais sucessivos • Jejum • Manobra de Kristeller • Realizar qualquer procedimento sem o consentimento da mulher Praticas que caracterizam infrações éticas • Ausência ou restrição do acesso de um acompanhante. • Toque vaginal, ausculta dos batimentos cardíacos fetais realizado pelo técnico/auxiliar de enfermagem. • Episiotomia realizada pelo enfermeiro generalista. • Identificação de distócia pelo EO sem chamar ajuda do médico obstetra. Código de Ética (2007) O profissional de enfermagem deve respeitar a vida, a dignidade e os direitos humanos, em todas as suas dimensões. Pesquisa Nascer no Brasil: Acompanhante é altamente protetor contra todas as formas de violência no parto Entrar em trabalho de parto aumenta os riscos de sofrer violência Ignorância materna/paterna inconsciente Ignorância materna/paterna consciente Ignorância materna/paterna consciente Importante Conhecimento Conhecimento consciente REFERÊNCIAS • http://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/07/violencia-obstetrica-1-em-cada-4-brasileiras-diz-ter-sofrid o-abuso-no-parto.html . • Diniz. SG. Mortalidade e morbidade materna, e near miss: informação, prevenção e manejo Assistência ao parto no Brasil: evidências e direitos. 2014 • FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO. Mulheres Brasileiras e gênero no espaço público e privado – pesquisa de opinião pública. Agosto de 2010. http://www.apublica.org/wp-content/uploads/2013/03/www.fpa_.org_.br_sites_default_files_pesquisaint egra.pdf . • VENTURI, W.; BOKANY, V.; DIAS, G.; ALBA, D.; ROSAS, W.; FIGUEIREDO, N. Mulheres brasileiras e gênero nos espaços públicos e privado. Fundação Perseu Abramo e SESC, 2010. Disponível em: <http://novo.fpabramo.org.br/sites/default/ files/pesquisaintegra.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2015. Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42
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