Buscar

Comércio Exterior e a Cadeia Global AULA 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

WEB AULA 1
Unidade 2 – Operações de Comércio Exterior, Câmbio e Incoterms
1ª. PARTE - INTERNACIONALIZAÇÃO DA EMPRESA
Uma empresa nunca deve improvisar o seu ingresso no mercado internacional. Pelo contrário, antes de internacionalizar seus negócios, é muito importante um planejamento bem definido e estruturado, que destaque as diversas fases da operação e apresente informações para escolha das melhores alternativas para a realização do negócio.
Produtos destinados ao exterior devem satisfazer as exigências do importador e do seu mercado além de corresponder ao padrão de qualidade do mesmo. Para que isso aconteça, as embalagens devem ser desenvolvidas de acordo com as necessidades do produto e, ao mesmo tempo atentar para as recomendações do comprador.
Alguns aspectos ajudam a preparar a empresa para essa adequação ao mercado internacional, entre eles:
Tendências internacionais: É sempre importante acompanhar as tendências internacionais em relação ao produto que a empresa comercializa a fim de oferecer ao consumidor o que se tem de melhor e mais atualizado;
Tecnologia da produção: Atualmente a tecnologia da produção tem contribuído para alavancar os negócios de muitas empresas, uma vez que oferecem agilidade e produtividade, dessa forma, é importante manter a empresa informada a respeito das tecnologias disponíveis para o ramo de negócio da empresa;
Especificações técnicas: Como falamos anteriormente, o produto a ser exportado deve atender às necessidades e expectativas do cliente (importador), dessa forma, o cuidado com as especificações técnicas é imprescindível, afinal, o produto deve ser desenvolvido dentro das características definidas pelo importador;
Ciclo de vida do produto: O mercado atual está cada vez mais acirrado e para ganhar a concorrência, as empresas têm encurtado ainda mais o ciclo de vida dos produtos. Isso significa que a cada dia que passa novos produtos são colocados no mercado, tornando outros obsoletos. Em se tratando de produtos para exportação, é de extrema importância que a empresa acompanhe o ciclo de vida de seu produto no mercado internacional a fim de oferecer ao cliente produtos semelhantes aos oferecidos pela concorrência. Isso oferece maior segurança para a empresa e oportunidades de negócios;
Dados geográficos, econômicos, sociais e políticos: Antes de iniciar as atividades de internacionalização da empresa, é importante pesquisar informações a respeito dos mercados-alvos no exterior. A geografia do local, economia, relação política com nosso país entre outros detalhes podem inviabilizar qualquer tipo de comercialização de um produto;
Disponibilidade de matéria-prima e de componentes: Para exportar seus produtos a empresa precisará aumentar sua produção. Dessa forma, é recomendável que o fornecedor seja consultado previamente quanto à disponibilidade de oferta de matéria-prima e/ou componentes a fim de garantir que a produção possa ser atendida;
Sistema de distribuição: Outro detalhe importante a ser investigado é a logística necessária para a distribuição do produto;
Legislação de importação do país de destino: É recomendável buscar informações a respeito da legislação de importação do país do importador, isso facilitará no envio do produto e diminuirá os riscos de problemas com desembaraço do produto;
Concorrência local: É sempre necessário conhecer a concorrência existente antes de se iniciar qualquer negócio e na internacionalização da empresa não pode ser diferente, ou seja, a empresa precisa fazer uma pesquisa a fim de conhecer quem serão seus concorrentes no mercado internacional e, dessa forma, poder preparar sua atuação nesse mercado;
Estrutura de custos operacionais e níveis de preços praticados: Exportar não significa apenas converter o preço nacional de um produto para dólares, é muito mais do que isso. Os produtos para exportação não recebem imposto, desta forma, é necessário estabelecer o preço de venda internacional partindo do preço de custo do produto e adicionar os custos referentes à exportação, como transporte internacional, seguro, etc. No entanto, depois de feito esse cálculo é imprescindível que a empresa realize um levantamento dos preços praticados pelos concorrentes nesse mercado e, dessa forma, poder analisar se o seu preço será viável ou não.
Os aspectos que acabamos de conhecer representam o mínimo que uma empresa deve realizar antes de iniciar suas atividades de internacionalização. Quanto mais preparada a empresa estiver e mais informações possuir do país de destino, maiores serão suas chances de sucesso! Por isso, preparação é tudo!!!!
Condições para inserção e permanência em mercados internacionais: Quando uma empresa pensa em entrar em um mercado internacional, ela sempre almeja que isso lhe traga bons retornos e resultados financeiros. Mas isso nem sempre acontece. O fato é que muitas empresas não planejam sua entrada no mercado internacional e por isso acabam saindo dele pouco tempo depois. Segundo Minervini (2001, p. 6), “[...] a exportação está conectada a: compromisso com a qualidade, criatividade e profissionalismo”.
O caminho para permanecer no mercado internacional, é sem dúvida, preparação, e isso inclui, além dos aspectos que discutimos anteriormente, a observação das seguintes condições:
Estratégia de venda: A exportação deve ser vista como parte da política da empresa, como estratégia de crescimento diversificado a qual, obviamente, impõe custos e exige investimentos diversos. Dessa forma, trata-se de uma atividade que precisa ser vista num horizonte de médio e longo prazos.
Capacidade produtiva: Os produtos destinados à exportação devem ser produzidos por meio de aumento da capacidade produtiva, ou seja, para exportar é recomendável que a empresa aumente sua capacidade produtiva de acordo com as perspectivas de demanda exterior. Dessa forma, deve-se estabelecer um percentual da produção que será destinado à exportação, a fim de não comprometer o mercado interno.
Promoção: Em alguns casos, pode ser necessário um trabalho de promoção, participação em eventos, exposições e feiras, viagens para visitas a clientes para divulgação do produto entre outras atividades. Isso deve fazer parte do planejamento da empresa para sua internacionalização.
INGRESSANDO NO MERCADO INTERNACIONAL
Você sabia que existem diferentes formas para a empresa ingressar no mercado internacional? Pois é, a empresa pode ingressar no mercado internacional por meio de:
Exportação
É considerada a forma mais simples de venda em mercados exteriores. Normalmente utilizada pelas empresas de forma esporádica, ou seja, por vendas avulsas, mas pode tomar a forma de exportação direta ou indireta. Em outras palavras, podemos dizer que a exportação nada mais é do que uma venda internacional. Ela pode acontecer de duas formas:
Exportação Direta – acontece quando a empresa lida diretamente com clientes estrangeiros, negociando, preparando o produto e a documentação, assumindo riscos e enfrentando algumas contingências.
Exportação Indireta – nesse caso compradores intermediários, nacionais ou estrangeiros vêm comprar produtos e os exportam, não tendo nenhum contato da empresa no processo de exportação. É o que chamamos de trading companies, que são constituídas com o fim de comprar produtos com o objetivo de exportá-los.
Joint Venture ou Associação com empresas estrangeiras
Trata-se de uma sociedade de risco compartido, em que se divide a propriedade, o controle e o risco. Nesse caso, a empresa busca um parceiro estabelecido no país de interesse para desenvolver seu negócio.
Investimento Direto
Pressupõe investir no estrangeiro, seja fabricando, seja montando ou distribuindo. Trata-se da opção de maior risco e se justifica apenas quando a demanda é muita alta ou quando pretendemos estabelecer uma base de operações para conquistar terceiros mercados. Essa forma de internacionalização é normalmente praticada por grandes empresas conhecidas como multinacionais.
Mas como escolher qual a melhor forma de internacionalização para a empresa?Vamos entender melhor com o auxílio da figura a seguir:
Figura 9 – Formas de internacionalização
Fonte: Do autor (2012)
Quanto maior o envolvimento da empresa com o país importador, maiores serão seus lucros e benefícios, mas maior também será o seu risco... Ou seja, na exportação a empresa realiza apenas vendas enquanto no investimento direto, a empresa se instala em outro país. Dessa forma, é importante que a empresa avalie seu potencial a fim de identificar a forma adequada de internacionalizar seus negócios.
Desta forma é importante que a empresa interessada em atuar no comércio exterior reflita sobre os seguintes tópicos:
1. Quem pode exportar?
A exportação não está vinculada às dimensões da empresa, a menos que não existam exigências dependentes de uma evidente capacidade financeira e economia de escala, como, por exemplo, a produção de automóveis.
De acordo com a Redeagentes (2003), existem vários artesãos e pequenas empresas exportando com êxito.
Na realidade, o que acontece é que muitos empresários, especialmente aqueles que vêm de uma formação técnica, iniciam a atividade de exportação acumulando uma série de fracassos e talvez alguns êxitos, porém sem ter avaliado antes a sua própria capacidade de internacionalização, quer dizer, a capacidade de adequar a empresa, além do produto, ao mercado internacional (REDEAGENTES, 2003, p. 17).
Há também empresas que encaram a exportação como um salva-vidas ou válvula de escape. Para a Redeagentes (2003), se o mercado interno está em crise (e às vezes não é o mercado que está em crise, mas a gestão da empresa), apela-se à salvação da exportação. Dificilmente se logra êxito no mercado externo quando não se consegue no mercado interno.
2. Para onde Exportar?
Teoricamente, com base em uma pesquisa de mercado prévia, exporta-se para onde há condições de se entrar de forma mais rentável, com um mínimo custo e risco. Na prática, segundo a Redeagentes (2003), as empresas começam quase sempre de forma casual, respondendo a pedidos das mais variadas procedências ou participando de feiras internacionais.
Geralmente as empresas concentram seus esforços em exportação para mercados mais próximos e mais similares culturalmente. Também há preferência para mercados de grande dimensão ou em rápido crescimento ou onde a competição é menos agressiva.
Segundo a Redeagentes (2003), raras vezes o número de mercados para onde a empresa exporta é selecionado antes, e frequentemente se chega a uma excessiva diversificação de mercados, clientes e produtos.
Tudo isso é gerenciado muitas vezes diretamente pelo empresário, sem que depois tenha tempo de ocupar-se de aspectos estratégicos ou operacionais nos mercados. Deve-se evitar querer exportar para o mundo todo, gastando esforços e recursos (REDEAGENTES, 2003, p. 18).
3. Quando Exportar?
Não tem pior momento para começar a exportar do que quando a empresa sente as consequências negativas da crise do mercado interno. Muitas vezes, começa-se exatamente assim. De acordo com o Redeagentes (2003), a exportação é uma atividade de médio e longo prazo, que exige planejamento dos recursos e, sobretudo, paciência, o que regularmente não sobra quando a empresa atravessa um período de crise, pois o prioritário é “sobreviver” para as próximas 24 horas, quer dizer, a corrida para faturar e cobrar para ter liquidez imediata!
Não há tempo para planejamento, nem para cambiar o produto, nem para pensar. Quando exportar? Após avaliar a sua capacidade no projeto, programação, produção, comunicação, embalagem, despacho, administração etc. Tudo conforme as exigências do mercado internacional. Quando então é possível exportar?  Quando a Empresa tiver criado pontos de força competitivos internacionalmente (REDEAGENTES, 2003, p. 19).
4. Como Exportar?
É provável que a empresa tenha gasto, entre erros e êxitos, vários anos para chegar ao ponto em que se encontra agora no mercado interno. Finalmente sabe como gerenciar e que passos não dar. Quando se chega à decisão de exportar, segundo o Redeagentes (2003), muitas vezes não se considera que será iniciada uma atividade na qual não se tem experiência, e talvez se pense em fazer do mercado externo uma extensão da atividade praticada no mercado interno.
Entretanto, de acordo com a Redeagentes (2003), as variáveis do mercado internacional são, às vezes, incontroláveis, como um mar em tempestade, e isso exige um marinheiro esperto e muito bem informado. A legislação, a variação da taxa de câmbio, a situação econômica, a concorrência e muitas outras variáveis são frequentemente desconhecidas.
Pode-se considerar que os principais pontos de fragilidade nas empresas com relação ao mercado internacional é a falta de informação, a dificuldade em adaptar-se a outras culturas, a falta de estruturas adequadas, o desconhecimento do tipo de apoio existente para as exportações, o desconhecimento de como gerenciar a exportação e, por fim, a falta de atitude.
A Redeagentes (2003) ainda ressalta que a exportação deve se basear em quatro importantes parâmetros: (1) mercado – comunicação, seleção, gestão; (2) produto – um produto que corresponda às exigências dos consumidores; (3) empresa – uma empresa que pense internacionalmente e atue, em consequência, integrando várias funções; (4) informação – a informação está na base de todo projeto de exportação.
A exportação tem ainda muitas vantagens, como: diversificação de mercados; aumento de produtividade; melhora da qualidade do produto; diminuição da carga tributária; e melhoria da empresa. Quer saber por quê? Acesso o link a seguir e descubra ...
Para saber mais
Quer saber mais a respeito das vantagens que a exportação oferece? Então acesse o link:
http://www.mdic.gov.br/sistemas_web/aprendex/default/index/conteudo/id/1
Conforme visto até aqui, é necessário um bom planejamento e ferramentas de gestão para o entendimento dos pontos focais para o ingresso e permanência no comércio global.
Assista agora à:
Aula 4: Sem Libras – Ferramentas de mapeamento e gestão estratégica de negócios.
O Plugin Silverlight está desabilitado ou não foi instalado em seu browser, faça o download clicando aqui ou ative o mesmo.
Aula 4 - Com Libras
IMPORTAÇÃO: O OUTRO LADO DA MOEDA
Muitas empresas participam do comércio internacional não como exportadoras, mas sim, como importadoras de matéria-prima, componentes, peças e até mesmo produtos prontos para revenda. Outras, atuam em ambas as situações. O fato é que, como vimos na exportação, a importação também requer cuidados ... vamos entender melhor isso...
É necessário tomar muito cuidado ao adquirir produtos vindos do exterior. Nem sempre o fato do produto ser de procedência estrangeira significa que seja um produto de melhor qualidade. Por isso, a empresa deve considerar alguns pontos básicos ao optar por uma compra externa, vejamos:.
Qualidade do produto
Se estamos importando significa que essa matéria-prima, componente ou peça será utilizado em nosso processo fabril e, posteriormente,  chegará ao nosso consumidor. Portanto, o item importado será responsável por parte da qualidade do meu produto ... isso já diz quase tudo, não é mesmo? Dessa forma, a empresa precisa se preocupar com a qualidade do item que será importado, a fim de garantir a qualidade de seu produto final também!
A dica é buscar fornecedores conhecidos internacionalmente e levantar referências com outras empresas clientes desse fornecedor. Além disso, amostras do produto podem auxiliar a avaliar a qualidade do item e, até mesmo, funcionar como um parâmetro para as compras.
Garantia de fornecimento dentro dos prazos estipulados para entrega
A entrega dentro do prazo estipulado é essencial para que a empresa possa programar suas atividades de produção e logística. Dessa forma, é interessante consultar outras empresas clientes do fornecedor internacional a fim de checar se a entrega é feita dentro do prazo estipulado. Também pode-se contratar a importação utilizando a opção de pagamento via carta de crédito, uma opção em que a negociaçãoé pautada em um contrato firmado por banco, o que oferece maior segurança de ter as exigências cumpridas.
Necessidades de exigências legais para uso do produto
Nem todos os produtos possuem entrada livre em nosso país, alguns deles são controlados por órgãos específicos e, portanto, necessitam de autorização prévia para importação. Dessa forma, é importante verificar, antes de realizar a compra de um produto importado, se há a necessita de algum tipo de autorização prévia, a fim de evitar transtornos e prejuízos durante seu desembaraço.
Embalagem e tipo de transporte do produto
O Brasil possui algumas regras específicas para embalagens e transporte de produtos. Sendo assim, deve-se tomar o cuidado de informar o fornecedor internacional a respeito desses detalhes.
Valor de tributos incidentes sobre a mercadoria
Esse é um dos itens que mais oferece riscos à empresa que importa... Isso porque, muitas empresas, na pressa de comprar produtos do exterior, se esquecem de checar previamente o imposto que será pago no recebimento da mercadoria. Os produtos importados são acrescidos do imposto de importação no ato de sua liberação pela alfândega brasileira. Existe uma alíquota específica para cada produto e, em alguns casos, o imposto acaba por deixar a importação inviável, ou seja, o valor a ser pago de imposto faz com que o produto importado fique bem mais caro do que o nacional, por exemplo. É por isso que um dos pontos principais a serem analisados antes de uma compra de produto importado é o seu imposto de importação. Isso proporcionará à empresa, a chance de checar previamente se a importação é interessante ou não.
Garantia para reparos no caso de material sofisticado
A empresa deve se preocupar ainda, com a questão da garantia para reparos quando se diz respeito a máquinas e equipamentos, por exemplo. Produtos desse tipo precisam de reparos e assistência técnica e é necessário checar, antes da compra, se o fornecedor internacional possui representante para este fim em nosso país. Caso contrário, a empresa pode ficar meses com um equipamento quebrado, o que comprometeria toda a produção.
Garantia de reposição de estoque e peças sobressalentes no caso de equipamentos
No caso de equipamentos que necessitam de reposição de peças, deve-se seguir as mesmas orientações do item anterior, ou seja, checar se o fornecedor internacional possui empresa representante em nosso país. Caso isso não aconteça, a empresa deve estar ciente de que precisará importar as peças de reposição.
Preço adequado
Quanto ao preço, deve-se atentar para o que discutimos no item referente a tributos incidentes. A empresa deve levar em consideração não somente o preço de oferta do produto, mas sim, os tributos incidentes no Brasil, transporte e seguro internacionais, a fim de avaliar se o preço final do produto importado será realmente adequado.
Modalidade de pagamento
A escolha da modalidade de pagamento é um cuidado básico que se deve ter ao comprar produtos importados. Muitos fornecedores internacionais exigem pagamento antecipado pela mercadoria, o que compromete a garantia de entrega. Para isso, é necessário avaliar as opções existentes para pagamento e escolher a que melhor se encaixa para a situação. Falaremos das modalidades de pagamento na sequência de nossa web aula.
Moeda para pagamento
Além da modalidade de pagamento, deve-se atentar para a moeda a ser utilizada na negociação. É preferível utilizar dólar ou euro, pois são moedas conhecidas e válidas internacionalmente.
2ª. PARTE - MERCADO CAMBIAL
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO
O comércio exterior brasileiro é formado por três órgãos considerados gestores que possuem funções específicas. São eles:
BACEN – Banco Central do Brasil: é responsável pelos pagamentos e recebimentos relacionados às operações de importações e exportações brasileiras, além do controle do fluxo de caixa. Esse órgão fiscaliza a movimentação da moeda estrangeira por meio dos bancos autorizados.
SRF – Secretaria da Receita Federal: é responsável por controlar a movimentação de mercadorias, ou seja, a entrada e saída dos bens, cuidando do despacho alfandegário, conhecido como desembaraço aduaneiro e recolhimento dos tributos, ou seja, impostos devidos.
SECEX – Secretaria de Comércio Exterior: cuida da parte administrativa e normativa necessárias à realização do comércio internacional.
No intuito de integrar as atividades e permitir o controle de todas as operações de comércio exterior e câmbio, esses três órgãos utilizam os seguintes sistemas:
SISBACEN – Sistema de Informação do Banco Central: é um sistema que disponibiliza aos usuários opções para o registro, controle e acompanhamento das operações de câmbio, entre outros.
SISCOMEX – Sistema Integrado de Comércio Exterior: trata-se de um sistema completo que controla importações e exportações. Ele registra, acompanha e controla as diferentes etapas das operações de exportação e importação, através de intercâmbio eletrônico de dados.
CÂMBIO NO COMÉRCIO EXTERIOR
A atividade de câmbio no comércio exterior abrange uma série de instrumentos e procedimentos, além de utilizar nomenclaturas bastante específicas.
Dessa forma, vamos começar entendendo alguns conceitos básicos:
Moeda – trata-se de um bem instrumental que facilita as trocas e permite a medida ou comparação de valores. Para fins internacionais, duas características são bastante importantes: aceitabilidade (capacidade que tem a moeda de ser aceita por todos os que têm valores a receber) e conversibilidade (quando a moeda é livremente aceita por outros países, em qualquer mercado e sem qualquer restrição).
Conceito de câmbio – corresponde à operação de compra e venda de moedas estrangeiras ou de papéis que as representem, ou seja, é a troca de moeda estrangeira por moeda nacional e vice-versa.
Política cambial – é o conjunto de leis, regulamentos e ações do Governo que influenciam e interferem no comportamento do mercado de câmbio e da taxa de câmbio.
Mercado cambial – é o mercado financeiro onde são transacionadas as moedas dos diversos países.
Divisas – são as disponibilidades que um país possui em moedas estrangeiras.
Taxa de câmbio – é o preço da moeda estrangeira expresso em moeda nacional.
CLASSIFICAÇÃO DAS OPERAÇÕES DE CÂMBIO
As operações de câmbio correspondem, basicamente, à conversão da moeda de um país pela moeda de outro. No Brasil, essas operações podem ser classificadas em:
Operações de Compra: o banco recebe moeda estrangeira e contra entrega moeda nacional.
Operações de Venda: o banco recebe moeda nacional e contra entrega moeda estrangeira.
PARTICIPANTES DO MERCADO CAMBIAL BRASILEIRO
Existem dois participantes do mercado cambial brasileiro:
Os que produzem divisas (denominado grupo vendedor): são os exportadores, turistas estrangeiros, e aqueles que recebem transferências do exterior, ou seja, eles trazem moeda estrangeira para o nosso país;
Os que cedem divisas (denominado grupo comprador): são os importadores, devedores de empréstimos, e aqueles que fazem transferências ao exterior, ou seja, eles utilizam moeda estrangeira de nossas divisas para pagar despesas no exterior.
CONTRATO DE CÂMBIO
O contrato de câmbio é um instrumento utilizado pelo banco nas operações de importação e exportação. Ele representa a conversão de moeda estrangeira em moeda nacional e vice versa. Ou seja, nele o vendedor se compromete a entregar certa quantidade de moeda estrangeira, sob determinadas condições (taxas, prazos, etc.) a um comprador, recebendo em contrapartida o equivalente em moeda nacional.
Esses contratos podem ser de compra ou venda:
Compra (o banco compra a moeda): nesse caso, o banco entrega moeda nacional em contrapartida às divisas recebidas de uma empresa por sua venda ao exterior.
Venda (o banco vende a moeda): o banco vende a quantidade necessária de moeda estrangeira para que uma empresa efetue o pagamento de uma compra do exterior.
MECANISMOS DE APOIO E FINANCIAMENTO À EXPORTAÇÃO
O governo brasileiro tem grande interesse emaumentar sempre o volume de exportação, uma vez que possuímos grande potencial para isso. Dessa forma, o governo disponibiliza alguns mecanismos que funcionam como apoio e incentivo à exportação. Trata-se de recursos oferecidos em condições vantajosas em relação às demais opções de financiamento disponíveis no mercado interno. Esses recursos podem ser utilizados para a produção de produtos para exportação, para a fase de comercialização externa desses produtos, ou para a própria venda.
Vamos conhecê-los:
ACC / ACE
As vendas ao mercado externo são, na maioria das vezes, efetuadas com longos prazos para pagamento. Existem empresas que possuem capacidade de produção para exportação, mas não possuem recursos suficientes para receber em prazos tão longos... Outras possuem ótimos produtos para serem exportados, mas não possuem recursos suficientes para produzi-los na quantidade necessária para a exportação... Isso inviabilizaria a exportação, no entanto, o governo disponibiliza para isso, duas opções de financiamento:
ACC – utilizado na fase pré-embarque - os recursos obtidos no financiamento são destinados à produção dos bens a serem exportados.
ACE – utilizado na fase pós-embarque – os recursos obtidos funcionam como um adiantamento do valor da venda, ou seja, a empresa recebe à vista o valor que somente será pago pelo importador em longo prazo.
EXIM
O BNDES/EXIM é um programa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES. Seu objetivo é a expansão das exportações brasileiras, por meio da criação de linha de crédito em condições competitivas com as linhas similares oferecidas no mercado internacional.
Existem três modalidades de financiamento nesse programa: Pré-embarque, Pré-embarque especial e Pós-embarque.
Pré-Embarque - financia a produção de bens a serem exportados em embarques específicos.
Pré-Embarque Especial - Financia a produção de bens a serem exportados, sem vinculação com embarques específicos. No entanto, exige-se a fixação de um período pré-determinado para a sua efetivação.
Pós-Embarque- financia a comercialização de bens e serviços no exterior.
PROEX
O Programa de Financiamento às Exportações - PROEX atua exclusivamente na fase pós-embarque, com o objetivo de proporcionar condições de competitividade compatíveis em nível internacional. Ele possibilita o recebimento à vista de uma venda efetuada a prazo.
O PROEX é operacionalizado pelo Banco do Brasil S.A., o qual atua como agente financeiro do Tesouro Nacional. Os recursos do Programa são contemplados na dotação anual do Orçamento Geral da União.
FORMAS DE PAGAMENTOS INTERNACIONAIS
Você sabia que existe mais de uma maneira para efetuar os pagamentos internacionais? Pois é, e a escolha da modalidade a ser utilizada em uma transação internacional é feita em comum acordo entre o exportador e o importador, e depende, basicamente, do grau de confiança existente entre ambos.
São basicamente quatro modalidades de pagamento utilizadas no comércio internacional:
Vamos entender melhor cada uma dessas modalidades:
PAGAMENTO ANTECIPADO
O exportador paga antecipadamente pela mercadoria, ou seja, antes que ela seja embarcada. Essa modalidade não é utilizada com muita frequência, afinal, o importador fica na dependência do exportador em relação ao recebimento do produto.
COBRANÇA À VISTA OU À PRAZO
Nessa modalidade, o importador efetua o pagamento assim que a mercadoria chega ao porto ou aeroporto de destino. O controle dessa transação é feito por intermédio de um banco.
REMESSA
É o contrário do pagamento antecipado, pois, nesse caso, o exportador envia a mercadoria sem ter recebido e ainda oferece prazo de pagamento ao importador. Ou seja, o exportador fica na dependência do importador.
CARTA DE CRÉDITO
Trata-se de pagamento efetuado com aval bancário. Nesse caso, é feito um contrato entre dois bancos: o do exportador e o do importador, sendo que o banco do importador funciona como avalista da transação. Ou seja, se o importador não pagar, o banco dele paga.
A escolha da modalidade de pagamento é importante para assegurar o recebimento da venda e, portanto, deve ser analisada com cautela por ambas as partes.
Para saber mais
Quer saber mais sobre os pagamentos internacionais?
Então acesse o link: http://www.mdic.gov.br/sistemas_web/aprendex/default/index/conteudo/id/91
3ª. PARTE – INCOTERMS (TERMOS INTERNACIONAIS DE COMÉRCIO)
Existem muitos detalhes que envolvem uma negociação internacional, como: Quem será responsável pela contratação do frete? E a contratação do seguro internacional, fica a cargo de quem? Onde a mercadoria será entregue, no porto ou na fábrica?
Como podemos perceber, existem muitos detalhes os quais, se não ficarem muito bem esclarecidos entre as partes, podem causar possíveis desentendimentos e muitos problemas...
Dessa forma, com o intuito de esclarecer as incertezas de diferentes interpretações direcionadas aos contratos de venda, a CCI (Câmara de Comércio Internacional) publicou em 1936, o primeiro conjunto de regras internacionais para a interpretação de termos de comércio. Estas regras ficaram conhecidas como INCOTERMS 1936.
Os Incoterms são regras que definem direitos e obrigações das partes, e indicam em que local e momento termina a responsabilidade do exportador e quando começa a do importador.
Inicialmente os Incoterms eram compostos de 13 termos, os quais sofreram ajustes ao longo dos anos. Em janeiro de 2011 entrou em vigor a última versão dos Incoterms, denominada Incoterms 2010 a qual reduziu quatro termos da versão anterior (versão 2000) e incluiu dois novos termos, reduzindo assim, de 13 para 11 termos. No entanto, esta alteração não inutiliza as versões anteriores, as quais continuam valendo e podendo ser utilizadas por ambas as partes.
Vamos conhecer estes termos? Então vamos lá:
Uma boa maneira de começarmos a conhecer os Incoterms é acompanhar o quadro a seguir, o qual apresenta todos os Incoterms da versão 2010:
Tabela 1 – Incoterms 2010
	E de Ex (Partida - Mínima obrigação para o exportador)
	EXW - Ex Works
	Mercadoria entregue ao comprador no estabelecimento do vendedor.
	F de Free (Transporte Principal não Pago Pelo Exportador)
	 FCA - Free Carrier
FAS - Free Alongside Ship
FOB - Free on Board
	Mercadoria entregue a um transportador internacional indicado pelo comprador.
	C de Cost ou Carriage(Transporte Principal Pago Pelo Exportador)
	CFR - Cost and Freight
CIF - Cost, Insurance and Freight
CPT - Carriage Paid To
CIP - Carriage and Insurance Paid to
	O vendedor contrata o transporte, sem assumir riscos por perdas ou danos às mercadorias ou custos adicionais decorrentes de eventos ocorridos após o embarque e despacho.
	D de Delivery(Chegada - Máxima obrigação para o exportador)
	DAF - Delivered At Frontier
DES - Delivered Ex-Ship
DEQ - Delivered Ex-Quay
DDU - Delivered Duty Unpaid
DDP - Delivered Duty Paid
	O vendedor se responsabiliza por todos os custos e riscos para colocar a mercadoria no local de destino.
Fonte: Adaptado de Aprendendo a Exportar (2012)
Conforme comentamos anteriormente, a última versão 2010 retirou quatro termos, e adicionou dois novos. Vamos conferir...
Incoterms não contemplados na Versão 2010:
DAF (Delivered At Frontier)
DES (Delivered Ex-Ship)
DEQ (Delivered Ex-Quay)
DDU (Delivered Duty Unpaid)
Novos Incoterms incluídos na Versão 2010:
DAT (Delivered at Terminal)
DAP (Delivered at Place) 
Para saber mais
São muitos detalhes para cada um desses termos e, para facilitar o entendimento, vamos acompanhar os gráficos ilustrativos do Site Aprendendo a Exportar, o qual nos mostra com clareza os detalhes de cada Incoterm. Para isso, acesse o link a seguir e siga os passos indicados:
http://www.mdic.gov.br/sistemas_web/aprendex/default/index/conteudo/id/30
Como você acompanhou com a ajuda dos gráficos ilustrativos, pequenos detalhes fazem a diferença entre cada um dos termos e definem sua utilização. Dessa forma, o ideal é encontrar aquele ou aqueles que sejam mais adequados ao negócioda empresa e aos mercados nos quais a empresa atua ou deseja atuar.
Para saber mais
Existem ainda outros detalhes interessantes que se aplicam ao comércio exterior... Se você se interessa por essa área e busca ampliar ainda mais seus conhecimentos, acesse o site www.aprendendoaexportar.gov.br e aproveite!
GLOBAL SOURCING E GLOBAL SUPPLY CHAIN
Para simplificar o tema Global Sourcing e Global Supply Chain, o governo brasileiro desenvolveu excelentes ferramentas de pesquisa e analise para o acompanhamento e desenvolvimento do comércio exterior brasileiro, possibilitando às empresas a utilização dessas ferramentas.
Assista agora à...
Aula 5: Sem Libras – Ferramentas de Global Sourcing e Global Supply Chain.
O Plugin Silverlight está desabilitado ou não foi instalado em seu browser, faça o download clicando aqui ou ative o mesmo.
Aula 5 - Com libras
Chegamos ao final de nossa disciplina. Espero que você tenha aproveitado os conteúdos discutidos e que eles tenham contribuído para agregar novos conhecimentos ao seu dia-a-dia.
Grande abraço e até a próxima!
Prof. Ms. André Rogério Berto

Outros materiais