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2 Apostila Processo I

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APOSTILA
 DE
 DIREITO PROCESSUAL PENAL
VOLUME I
 
Prof. Dra. Maria da Penha Meirelles Almeida Costa
I - ASPECTOS ELEMENTARES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
1. O surgimento do processo
Nos primórdios de nossa civilização, o homem, à míngua de outro meio de comunicação, bradava para expressar seus sentimentos e desejos. Com o passar do tempo, diante da sua multiplicação, o ser humano buscou meios para melhor se comunicar. Encontrou, então a linguagem para satisfazer o seu desejo. 
A fala para o homem foi de suma importância, mas ele continuou se desenvolvendo e procurou também aperfeiçoar os meios para solucionar seus conflitos de interesse. Na verdade, ele criou o processo em decorrência de uma necessidade imperiosa de um instrumento que pudesse dar amparo ao sentimento de justiça natural possuído por todo ser humano. Evidentemente foi um processo demorado, em razão da inexistência de um costume preexistente. 
A partir de sua criação, ao longo dos séculos, muitas teorias contribuíram para o seu desenvolvimento, aperfeiçoando-o até chegar ao que é hoje. 
O homem é um ser social por excelência e, portanto, não vive senão em sociedade, até para proteger o seu próprio grupo. Assim, o seu instinto gregário deu origem à sociedade e, com ele, surgem os conflitos de interesse. É importante ressaltar que, quando o conflito de interesse pertence a uma única pessoa, é fácil de ser resolvido, posto que ela terá de sacrificar o menos importante em detrimento do mais importante para ela naquele momento. Entretanto, quando existe o conflito de interesses de pessoas diversas, estes devem ser resolvidos pela sociedade dos homens, a fim de manter a paz social. Só para relembrar, pensando em termos de sociedade e a sua conseqüente subsistência, seria impossível que cada qual fizesse justiça pelas próprias mãos, visando solucionar o conflito. Por estas razões, podemos afirmar que o Estado é soberano e cabe a ele dirimir tais controvérsias, agindo de forma neutra e imparcial, solucionando cada pretensão que um impõe ao outro. 
2. Jus puniendi e jus persequendi
O Estado recebe das pessoas delegação para agir em nome da vítima, que assim se libera da vingança privada. Somente o Estado pode punir, exercendo a titularidade do jus puniendi, o direito de impor sanções. Obviamente, esse direito é praticado observando certos procedimentos, a fim de garantir total lisura na apuração da conduta do infrator. Também, é da titularidade do Estado o jus persequendi, ou seja, direito à persecução mediante instauração do devido processo legal. 
Na verdade, este poder do Estado nada mais é do que um poder/dever, uma vez que, encarregado de aplicar a Justiça, não detém discricionariedade que lhe permita optar entre promover a ação penal e deixar de fazê-lo. Assim, praticado o crime, o Estado tem a obrigação de propor a ação penal, salvo a hipótese de ação penal, onde a opção cabe ao particular. 
Já o jus persequendi é um direito subjetivo do Estado exercido pelo Ministério Público, encarregado de postular, perante o Estado-Juiz, a condenação do infrator. O Promotor de Justiça é o dominus litis, mas, no entanto, está subordinado a normatividade processual, não podendo agir de acordo com sua exclusiva vontade ou predileções. 
3. Distinção entre direito penal e processo penal
O direito penal é a substância. O direito processual penal é o instrumento que coloca a substância a atuar. 
Assim, para que o direito seja colocado em movimento, há necessidade de uma violação de uma norma prevista como típica, um poder encarregado de aplicar a lei penal e, por conseqüência, um método consistente no processo, que representa uma série de atos coordenados. 
O objetivo maior do processo penal é à busca da verdade real, diferente do processo civil que tem por objetivo a busca da verdade formal, ou seja, a verdade contida nos autos. 
4. Nullum crimen, nulla poena sine praevia lege
Muito embora cabe ao Estado o exercício do jus puniendi, existem princípios constitucionais que o limita, como a impossibilidade de prosperar uma acusação sobre um crime sem lei prévia que o defina, apresentando-se como atípico e, portanto, desprovido de qualquer sanção. 
Desta forma, nenhuma ação humana, ainda que pareça imoral ou contrária aos interesses coletivos, se não estiver prevista em lei escrita e anterior a sua execução, pode constituir-se delito em sentido lato. 
5. Nulla poena sine judicio 
O presente brocardo consagra o princípio da instrumentalidade do processo penal. É a imposição do devido processo legal para se chegar a uma condenação. No entanto, é importante ressaltar que tal conceito foi mitigado com a edição da Lei n. 9.099/95, haja vista a possibilidade de transação.
Em outras palavras, o processo penal é uma ferramenta necessária à aplicação da lei penal. Como sucessão de atos disciplinados pelo direito, o processo se interpõe necessariamente entre o delito e a sanção, constituindo-se no único meio de descoberta da verdade real. 
6. Diferença entre processo e procedimento
O processo é o instrumento através do qual se aplica o direito material;
O procedimento é o modus operandi, é a maneira de proceder dentro do processo.
É a exteriorização do processo mediante a série de atos que o constituem.
II - RELAÇÕES DO PROCESSO PENAL COM AS DEMAIS CIÊNCIAS
Dentre as ciências auxiliares de maior conexão com o direito processual penal, podem ser mencionadas a política criminal, a criminologia, a medicina legal, a psiquiatria forense e a polícia científica. 
1. Política Criminal
É a política criminal que fornece o critério para apreciação do valor da norma vigente e propõe o modelo de norma a vigorar. O processo criminal não pode se afastar do modelo de política criminal adotado. Este se reflete no processo e é inegável a relação existente entre ambos, pois não basta apenas impor as sanções, mas saber como aplicar a pena eficazmente, a fim de se obter os seus efeitos preventivos e repressivos. 
2. Criminologia
Criminologia é a ciência que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento delitivo, procura fornecer uma informação válida, contrastada, sobre a gênese, dinâmica e variáveis principais do crime - contemplado este como problema individual e como problema social - fornecendo programas de prevenção eficaz do mesmo e técnicas de intervenção positiva no homem delinqüente. 
3. Medicina legal
Há uma ligação muito próxima entre o direito processual e a medicina legal. Esta fornecerá parâmetros para se aferir a imputabilidade do réu sobre o qual pairar dúvidas quanto à sanidade mental. Apurará os vestígios dos delitos e suas seqüelas nas vítimas. É importante ressaltar que o resultado final do processo está vinculado à qualidade de determinada perícia, daí sua inequívoca relevância para o processo. 
4. Psiquiatria forense
A intervenção da psiquiatria na criminologia forense deriva de norma expressa do Código Penal, o art. 26 e seu parágrafo único. 
Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Na verdade, observamos que a sociedade separou a criminalidade da loucura, depois de tê-las confundido por um longo período. Dessa diferenciação nasceu a perícia psiquiátrica. O perito psiquiatra desempenha papel de extremo significado na aplicação da justiça criminal.III - RELAÇÃO DO PROCESSO PENAL COM O DIREITO CONSTITUCIONAL
A Constituição é fundamento de validade de toda a normatividade, pois, em relação às suas normas, as demais são inferiores. 
É no texto constitucional que se encontra o maior número de preceitos relevantes para o processo criminal, bastando mencionar vários incisos do art. 5º, voltados à tutela da liberdade, consagradores do processo como instrumento para a realização da Justiça. Senão vejamos, o artigo e os seus respectivos incisos:
 
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
III - ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culta e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; 
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; 
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados, judicial ou extrajudicialmente;
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV-a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a. a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; 
b. o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas; 
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico do País;
XXX - é garantido o direito à herança;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será resguardada pela lei brasileira, em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus;
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxa:
a. o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; 
b. a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato perfeito e a coisa julgada;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a. a plenitude de defesa; 
b. o sigilo das votações; 
c. a soberania dos veredictos; 
d. a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitem;
XVIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará entre outras, as seguintes:
a. privação ou restrição da liberdade; 
b. perda de bens; 
c. multa; 
d. prestação social alternativa; 
e. suspensão ou interdição de direitos; 
XLVII - não haverá penas:
a. de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; 
b. de caráter perpétuo; 
c. de trabalhos forçados; 
d. de banimento; 
e. cruéis; 
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurado o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; 
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem judicial escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito liquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a. partido político com representação no Congresso Nacional; 
b. organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; 
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
LXXII - conceder-se-á habeas data:
a. para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; 
b. para retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; 
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ao lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
LXXVI - são gratuitos para os reconhecimentos pobres, na forma da lei:
a. o registro civil de nascimento; 
b. a certidão de óbito; 
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. 
Parágrafo 1º. As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. 
Parágrafo 2º. Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. 
Assim, só para exemplificar, observamos os seguintes incisos:
III - protege a pessoa de tratamento desumano ou degradante;
XXXVII - veda o juízo de exceção;
XXXVIII - reconhece a instituição do júri;
XXIX - princípio da reserva legal;
XL - princípio da retroatividade da lei benigna;
LIV – princípio do devido processo legal;
LV – princípio do contraditório e ampla defesa;
LVII – princípio da presunção de inocência;
LX – princípio da publicidade. 
Ainda importam - e são fundamentais para o processo criminal - os incisos LII, LIII, LVI, LVIII, LIX, LXI, LXII, LXIII, LXIV, LXV, LXVI, LXVII e LXVIII, os quais podem ser analisados, detalhadamente, no tópico relativo ao artigo 5º da CF.
IV - EFICÁCIA DA LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO
A lei processual penal aplica-se a todas as infrações penais cometidas em território brasileiro, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional. Vigora o princípio da absoluta territorialidade, ou seja, aos processos e julgamentos realizados no território brasileiro, aplica-se à lei processual penal nacional. Justifica-se por ser a função jurisdicional a manifestação de uma parcela da soberania nacional, podendo ser exercida apenas nos limites do respectivo território. 
A territorialidade vem consagrada no art. 1º do Código de Processo Penal:
Art. 1º. O processo penal reger-se-á, em todo território brasileiro, por este Código, ressalvados:
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, parágrafo 2º, e 100);
III - os processos da competência da Justiça Militar;
IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, nº 17);
V - os processos por crimes de imprensa;
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos ns. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso. 
As ressalvas mencionadas neste artigo não são, como podem parecer, exceções à territorialidade da lei processual penal brasileira, mas apenas à territorialidade do Código de Processo Penal. Impõem, tendo em vista as peculiaridades do direito, a aplicação de outras normas processuais positivas na Constituição Federal e em leis extravagantes, v.g., nos casos de crimes de militares, eleitorais,falimentares, de entorpecentes, nas contravenções do jogo do bicho, nas infrações de menor potencial ofensivo etc. O inciso I contempla verdadeiras hipóteses excludentes da jurisdição criminal brasileira, isto é, os crimes serão apreciados por tribunais estrangeiros segundo suas próprias regras processuais, v.g., casos de imunidade diplomáticas, de crimes cometidos por estrangeiros a bordo de embarcações públicas estrangeiras em águas territoriais e espaço aéreas brasileiro etc.
Considera-se praticado em território brasileiro o crime cuja ação ou omissão, ou cujo resultado, no todo ou em parte, ocorreu em território nacional. Considera-se como extensão do território nacional, para efeitos penais, as embarcações e aeronaves públicas ou a serviço do governo brasileiro, onde quer que se encontrem, e as embarcações e aeronaves particulares que se acharem em espaço aéreo ou marítimo brasileiro, ou em alto-mar ou espaço aéreo correspondente. 
A lei penal aplica-se aos crimes cometidos fora do território nacional que estejam sujeitos à lei penal nacional. É a chamada extraterritorialidade da Lei penal. Contudo, é preciso que se frise: a lei processual brasileira só vale dentro dos limites territoriais nacionais. Se o processo tiver tramitação no estrangeiro, aplicar-se-á a lei do país em que os atos processuais forem praticados. 
A legislação processual brasileira também se aplica aos atos referentes às relações jurisdicionais com autoridades estrangeiras que devem ser praticados em nosso país, tais como o cumprimento de rogatória etc.
V - EFICÁCIA DA LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO
Art. 2º. A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. 
Percebe-se, desde logo, que o legislador pátrio adotou o princípio da aplicação imediata das normas processuais, sem efeito retroativo, uma vez que, se tivesse, a retroatividade anularia os atos anteriores, o que não ocorre. 
Dessa forma, sem a sua retroatividade, os atos processuais realizados sob a égide da lei anterior são considerados válidos e as normas processuais têm aplicação imediata, regulando o desenrolar do processo. 
Todavia, embora a lei processual não seja retroativa, há que se atentar quanto às normas jurídicas que possuem natureza mista, ou seja, serem dotadas de natureza processual e material, concomitantemente, atribuindo-lhe, assim, efeito retroativo ao dispositivo que for mais favorável ao réu. 
VI - PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL
1. Verdade real
No processo penal, o juiz tem o dever de investigar como os fatos se passaram na realidade, não se conformando com a verdade formal constante dos autos, como acontece no processo civil. Desse modo, se o juiz não estiver ainda convencido da autoria, ou necessitar de outras provas, poderá requisitá-las para esclarecer eventuais dúvidas sobre pontos relevantes. No processo penal, o juiz não representa mero espectador, mas deverá esgotar todos os meios para satisfazer o princípio maior do processo penal que é à busca da verdade real. 
2. Legalidade (art. 28, do CPP)
Os órgãos incumbidos da persecução penal não podem possuir poderes discricionários para apreciar a conveniência ou oportunidade da instauração do processo ou do inquérito. 
Assim, a autoridade policial, nos crimes de ação pública, tem o dever de determinar a instauração do inquérito policial, e o órgão do Ministério Público é obrigado a apresentar a respectiva denúncia, desde que o fato seja delituoso. 
3. Oficiosidade
Os órgãos incumbidos da persecução penal devem proceder ex officio, não devendo aguardar provocação, ressalvados os casos de ação penal privada e ação penal pública condicionada à representação do ofendido. (CPP, artigo 5º §§ 4º e 5º, e artigo 24)
4. Autoritariedade
Os órgãos investigantes e processantes devem ser autoridades públicas (delegado de polícia e promotor ou procurador de justiça). Exceção à esta regra é a ação penal privada. 
5. Indisponibilidade (CPP, arts. 17, 42 e 576)
- 	A autoridade policial não pode determinar o arquivamento do inquérito policial (CPP, art. 17).
- 	O Ministério Público não pode desistir da ação penal pública, nem do recurso interposto (CPP, arts. 42 e 576). 
6. Princípio do juiz natural (CF, art. 5º, incisos XXXVII e LIII).
A Constituição Federal proíbe a criação de tribunais de exceção, e, ligado à proibição dos tribunais de exceção está o princípio do juiz natural ao expressar “Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente”.
Não se devem confundir as justiças especiais com os chamados tribunais de exceção. As justiças especiais são as previstas na própria Constituição para o julgamento de determinadas causas, como a Justiça Eleitoral, a Justiça do Trabalho e a Justiça Militar. A proibição dos juizes de exceção refere-se à eventual criação de órgão específico para a decisão civil ou penal de determinados casos, fora da estrutura do Poder Judiciário. Os tribunais de exceção normalmente são instituídos em período revolucionário, para o julgamento de fatos políticos, e estão afastados pelo texto constitucional. 
7. Publicidade (CPP, art. 792 e CF, arts. 5º, LX, e 93, IX, parte final).
Em regra, os atos processuais são públicos e as audiências são franqueadas ao público em geral (CPP, art. 792). Contudo, segundo o parágrafo 1º do art. supra, “se da publicidade da audiência, da sessão ou do ato processual, puder resultar escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem, o juiz, ou tribunal, câmara ou turma, poderá, de ofício ou a requerimento da parte ou do Ministério Público, determinar que o ato seja realizado a portas fechadas, limitando o número de pessoas que possam estar presentes”.
8. Contraditório e ampla defesa (CF, art. 5º, LV).
O réu deve conhecer a acusação que se lhe imputa para poder contrariá-la, ou, ainda, dela se defender, posto que nenhum acusado será processado ou julgado sem defensor constituído ou nomeado, evitando possa ser condenado sem ser ouvido. 
Por isso, é essencial que o acusador, ao formular a denúncia ou queixa-crime, narre claramente os fatos que está a imputar ao futuro réu, a fim de que este tenha pleno conhecimento da acusação, podendo elaborar sua defesa e produzir provas, sob pena de inépcia da inicial. 
9. Iniciativa das partes (“ne procedat judex ex officio”) - (CF, art. 5º, LIX e art. 129, I, e CPP, arts. 29 e 30).
O juiz depende da provocação da parte. Cabe ao Ministério Público promover privativamente a ação penal pública e ao ofendido, a ação penal privada. 
Se o juiz der início a uma ação penal ele perderá sua imparcialidade. 
10. Ne eat judex ultra petita partium (arts. 383 e 384 do CPP).
O juiz deve pronunciar-se sobre aquilo que lhe foi pedido. O que efetivamente vincula o juiz criminal, definindo a extensão do provimento jurisdicional, são os fatos submetidos à sua apreciação. Se o promotor, na denúncia, imputa ao réu um crime de furto, e, ao final, apura-se que o crime cometido foi o de estupro, não pode o juiz proferir condenação, ainda que o outro crime esteja caracterizado. 
11. Devido processo legal (CF, art. 5º, LIV).
Consiste em assegurar à pessoa o direito de não ser privada de sua liberdade e de seus bens, sem a garantia de um processo desenvolvido na forma que estabelece a lei. (CF, art. 5º, LIV). 
12. Presunção de inocência (CF, art. 5º, LVII).
Nossa Constituição Federal consagra o princípio de que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Porém, convém lembrar a Súmula 9 do Superior Tribunal de Justiça, segundo a qual a prisão processual não viola o princípio do estado de inocência. 
Entretanto, o art. 594 do nosso diploma processual impõe que o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, ou prestar fiança,salvo se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na sentença penal condenatória, ou condenado por crime que se livre solto. 
Nesse sentido, há muita discussão doutrinária à respeito de flagrante inconstitucionalidade. 
13. Favor rei (CF, art. 5º, XL e CPP, art. 617).
A dúvida sempre beneficia o acusado. Se houver duas interpretações, deve-se optar pela mais benéfica; na dúvida, absolve-se o réu, por insuficiência de provas; só a defesa possui certos recursos, como o protesto por novo júri e os embargos infringentes; só cabe ação rescisória penal em favor do réu (revisão criminal). 
14. Inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos
(CF, art. 5º, LVI).
Todas as provas obtidas por meios ilícitos são inadmissíveis no processo, visto constituírem espécie de provas chamadas vedadas (CF, art.5º, LVI).
São consideradas provas vedadas àquelas produzidas em contrariedade a uma norma legal específica, podendo ser imposta por norma de direito processual ou material. Conforme a natureza, pode a prova vedada ser descrita como ilícita ou ilegítima, sendo, em qualquer hipótese, proibidas pela Constituição.
São consideradas provas ilícitas, aquelas produzidas com violação às regras de direito material, onde são praticados ilícitos de ordem penal, civil ou administrativa.
Exemplos:
(diligência de busca e apreensão sem prévia autorização judicial ou durante o período noturno;
(confissão obtida mediante prática de tortura;
(interceptação telefônica sem autorização judicial (violação de sigilo telefônico);
(interceptação de cartas particulares (violação de correspondência).
Já as provas ilegítimas são aquelas produzidas com violação às regras de natureza meramente processual.
Exemplos:
(exibição de documento em plenário do Júri com desobediência ao disposto no artigo 475 do CPP;
(juntada de documentos na fase de alegações finais (art.406 do CPP);
(depoimento prestado com violação à regra proibitiva do art.207 CPP.
Entretanto, alguns autores como Fernando Capez e Vicente Greco Fº, entendem que desprezar, sempre, toda e qualquer prova ilícita não é conduta juridicamente correta, tendo em vista que, em determinadas situações, a importância do bem jurídico envolvido no processo e a ser alcançado com a obtenção irregular da prova levará os tribunais a aceitá-las. Leve-se em consideração uma prova obtida por meio ilícito que, entretanto, levará à absolvição de um inocente. Entendem estes autores que o interesse que se quer defender é muito mais relevante do que a intimidade que se deseja preservar. Acreditam que o juiz poderá admitir uma prova ilícita ou sua derivação a fim de evitar um mal maior.
Podemos resumir que o direito à liberdade e à segurança, à proteção da vida, do patrimônio, conseqüentemente, não podem ser levados como regra e ser restringidos pela prevalência do direito à intimidade e pelo princípio da proibição das demais provas ilícitas.
Outros autores como Grinover, Scarance e Magalhães esclarecem ser praticamente unânime o entendimento que admite possa ser utilizada, no processo penal, a prova favorável ao acusado, ainda que colhida com infringência aos direitos fundamentais seus ou de terceiros.
Embora pacífica a aplicação do princípio da proporcionalidade somente pro reo, o STJ, em julgado recente, admitiu a incidência pro societate, aceitando que, dentro de princípios lógicos, é perfeitamente viável a aceitação da prova obtida mediante interceptação telefônica.
No entanto, oportuno ressaltar que, legalmente, em consonância com o que dispõe a Lei n. 9.296, de 24 de julho de 1996, a interceptação de comunicações telefônicas de qualquer natureza não será admitida, salvo por ordem judicial e sob segredo de Justiça, sob pena de constituir-se em crime capitulado no artigo 10 da referida Lei.
VII - INQUÉRITO POLICIAL
1. Conceito
É o conjunto de diligências realizadas pela polícia judiciária para a apuração de uma infração penal e de sua autoria, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. 
2. Polícia judiciária
Tem a função de auxiliar a justiça; atua quando os atos que a polícia administrativa pretendia impedir não foram evitados. Possui a finalidade de apurar as infrações penais e suas respectivas autorias, a fim de fornecer ao titular da ação penal elementos para propô-la. 
3. Competência e atribuição
A atribuição para presidir o inquérito policial é outorgada aos delegados de polícia de carreira, conforme as normas de organização policial dos Estados. Essa atribuição pode ser fixada, quer pelo lugar da consumação da infração (ratione loci), quer pela natureza da mesma (ratione materiae).
A atribuição para a lavratura do auto de prisão em flagrante é da autoridade do lugar em que se efetivou a prisão, devendo os atos subseqüentes ser praticados pela autoridade do local em que o crime se consumou. 
4. Características
4.1. Procedimento escrito
Tendo em vista as finalidades do inquérito, não se concebe a existência de uma investigação verbal. Por isso, todas as peças do inquérito policial serão, num só processo, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade (CPP, art. 9º).
4.2. Sigiloso
A autoridade assegurará no inquérito policial o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. O sigilo não se estende ao representante do Ministério Público, nem à autoridade judiciária. Este sigilo deverá ser observado como forma de garantia da intimidade do investigado, resguardando-se seu estado de inocência. 
4.3. Oficialidade
O inquérito policial é uma atividade investigatória feita por órgãos oficiais, não podendo ficar a cargo do particular, ainda que a titularidade da ação penal seja atribuída ao ofendido. 
4.4. Oficiosidade
Significa que a atividade das autoridades policiais independe de qualquer espécie de provocação, sendo a instauração do inquérito obrigatória diante da notícia de uma infração penal (CPP, art. 5º, I), ressalvados os casos de ação penal pública condicionada e de ação penal privada (CPP, art. 5º, II). 
4.5. Autoridade
Exigência constitucional (CF, art. 144, parágrafo 4º); o inquérito policial é presidido por uma autoridade pública, a autoridade policial (delegado de polícia). 
4.6. Indisponibilidade
Após sua instauração não pode ser arquivado pela autoridade policial (CPP, art. 17). 
4.7. Inquisitivo
Caracteriza-se como inquisitivo o procedimento em que as atividades persecutórias concentram-se nas mãos de uma única autoridade, no qual não se aplicam os princípios do contraditório e da ampla defesa. Neste momento não há ainda acusação, só se apuram os fatos. 
5. Valor probatório
O inquérito policial, além de seu conteúdo informativo, tem valor probatório, embora relativo, haja vista que os elementos de informação não são colhidos sob a égide do contraditório e da ampla defesa, nem tampouco na presença do juiz de direito. 
6. Dispensabilidade
O inquérito policial não é fase obrigatória da persecução penal, podendo ser dispensado caso o Ministério Público ou ofendido já disponha de suficientes elementos para a propositura da ação penal (CPP, arts. 12, 27, 39, parágrafo 5º, e 46, parágrafo 1º). 
7. Incomunicabilidade
Destinada a impedir que a comunicação do preso com terceiros venha a prejudicar o desenvolvimento da investigação. Esta incomunicabilidade não excederá de 3(três) dias e será decretada por despacho fundamentado do juiz a requerimento da autoridade policial ou do órgão do Ministério Público, respeitadas as prerrogativas do advogado. 
8. Notitia criminis
É o conhecimento espontâneo ou provocado, pela autoridade policial, de um fato aparentemente criminoso. É com base nesta informação que a autoridade dá início às investigações. 
9. Peças inaugurais do Inquérito Policial
a)	portaria: quando instaurado de ofício(ação penal pública incondicionada); (vide modelo nº 1);
b) 	auto de prisão em flagrante: (qualquer espécie de infração penal); (vide modelo nº 2);
c) 	requerimento do ofendido ou de seu representante: (ação penal privada e ação penal pública incondicionada); (vide modelos nº 3 e 4);
d) 	requisição do Ministério Público, Ministro da Justiça ou da autoridade judiciária: (ação penal pública incondicionada e condicionada - quando acompanhada da representação); (vide modelos nº 5 e 6);
e) 	representação do ofendido ou de seu representante legal: (ação penal pública condicionada). (vide modelos nº 7 e 8).
10. Diligências que podem ser determinadas no curso da Investigação
Policial
Sempre que a autoridade policial tiver notícia a respeito de uma infração penal, cuja ação penal seja pública, pouco importando se crime ou contravenção deverá ela determinar a instauração do inquérito. 
Tratando-se de infração de menor potencial ofensivo, assim consideradas as contravenções, pouco importando a quantidade de pena cominada, e os crimes apenados no máximo com 02 (dois) anos, ressalvados aqueles subordinados a procedimento especial, cumpre a autoridade policial limitar-se a proceder a um Termo Circunstanciado, registrando o tipo de ocorrência, dia, local, súmula da versão do pretenso autor do fato, da pretensa vítima e de eventuais testemunhas, encaminhando-o, à seguir, à sede do Juizado Especial Criminal, onde houver. Não havendo, deverá encaminhá-lo ao Fórum Criminal. 
Se o crime for de ação penal privada - e quando o é a própria lei penal o diz, esclarecendo que “somente se procede mediante queixa” - ou de crime de ação penal pública condicionada, isto é, subordinada à representação do ofendido, o inquérito somente poderá ser instaurado se a pessoa legitimada a ofertar queixa ou a fazer representação, der a devida autorização, seja requerendo, seja representando. 
De qualquer sorte, instaurado o inquérito, a autoridade policial deve determinar uma série de diligências visando ao esclarecimento do fato e à descoberta da autoria, observada a regra programática prevista no art. 6º do CPP. Muito embora o referido artigo determine que a autoridade policial deve “dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais”, é evidente que o Delegado de Polícia não tomará tal providência em qualquer crime. Se houver um crime de calúnia, de sedução, de lesão corporal, por exemplo, não será realizada aquela diligência. E as razões são óbvias... 
De regra, a autoridade policial toma as seguintes providências:
a)	procura ouvir a vítima, as testemunhas que assistiram ao fato ou que dele têm ciência;
b) 	determina a realização de exame de corpo de delito ou outro exame qualquer (ex. exame grafológico, exame dos instrumentos etc.);
c) 	avaliação do produto do crime;
d) 	procura ouvir o pretenso culpado;
e) 	procede ao auto de reconhecimento de pessoas ou coisas;
f) 	procede ao auto de acareação;
g) 	procede à reconstituição do crime, se necessário, por meio da reprodução simulada, a fim de verificar a possibilidade de haver a infração sida praticada de determinado modo, caso haja contradições. A reprodução simulada pode ser feita tanto pelo indiciado, caso queira, como pela vítima;
h) 	proceder à identificação dactiloscópica, quando houver fundada suspeita quanto a identidade do indiciado, ou quando não identificado civilmente;
i) 	proceder à averiguação da vida pregressa do indiciado;
j) 	dirigir-se, a autoridade policial, ao local do crime, providenciando para que se não alterem o estado e a conservação das coisas e pessoas, enquanto necessários, até que cheguem os peritos para a elaboração dos exames pertinentes;
l) 	apreender os instrumentos e todos os objetos que tiverem relação com o fato, depois de liberados pelos peritos;
m) 	colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
n) 	proceder à busca e a apreensão, cf. art. 6º, II, do CPP:
	I) no local do crime;
	
	II) em domicílio: CF, art. 5º, XI.
		1) no período noturno: 	- com assentimento do morador
						- em flagrante delito
						- no caso de desastre
						- para prestar socorro
		2) durante o dia: 		- nos casos acima
						- por ordem judicial
III) na própria pessoa, que independerá de mandado, no caso de prisão ou havendo fundada suspeita. 
11. Indiciamento
É a imputação a alguém, no inquérito policial, da prática do ilícito penal, sempre que houver razoáveis indícios de sua autoria. 
É a declaração do, até então, mero suspeito, como sendo o provável autor do fato infringente da norma penal. Com o indiciamento, todas as investigações passam a se concentrar sobre a pessoa do indiciado. 
O indiciado deve ser interrogado pela autoridade policial, que poderá, para tanto, conduzi-lo coercitivamente à sua presença, no caso de descumprimento injustificado de intimação. Tanto no interrogatório judicial como no interrogatório policial o indiciado não estará obrigado a responder às perguntas que lhe forem feitas, pois tem o direito de permanecer calado (art. 5º, LXIII), sem que dessa opção se possa extrair qualquer presunção que o desfavoreça. 
O termo de interrogatório deverá ser assinado pela autoridade policial, pelo escrivão, pelo interrogado e por suas testemunhas que hajam presenciado a leitura.
A autoridade policial deve, ainda, proceder à identificação do indiciado pelo processo dactiloscópico, salvo se ele já tiver sido civilmente identificado. 
Recusando-se à identificação, o indiciado será conduzido coercitivamente à presença da autoridade, podendo, ainda, responder por crime de desobediência. 
Deverá, ainda, ser juntada aos autos a sua folha de antecedentes, averiguada a sua vida pregressa.
12. Encerramento do Inquérito Policial
Concluídas as investigações, a autoridade policial deve fazer minucioso relatório do que tiver sido apurado no inquérito policial (art. 10, parágrafo 1º), sem, contudo, expender opiniões, julgamentos ou qualquer juízo de valor, devendo, ainda, indicar as testemunhas que não foram ouvidas (CPP, art. 10, parágrafo 2º), bem como as diligências não realizadas. No caso de crime de tóxicos, a autoridade deverá indicar a classificação da conduta nos arts. 12 ou 16 nos ter do art. 37 da Lei n. 6368/76. Encerrado o inquérito, os autos serão remetidos ao juiz competente, acompanhados dos instrumentos do crime e dos objetos que interessarem à prova (CPP, art. 11), oficiando a autoridade, ao Instituto de Identificação e Estatística, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos e os dados relativos à infração e ao indiciado (CPP, art. 23). Do juízo, os autos devem ser remetidos ao órgão do Ministério Público, para que este adote as medidas cabíveis. 
13. Prazo
1) 	Se o indiciado estiver preso: 10 dias, contados da data da efetivação da prisão. 
2) 	Se o indiciado estiver solto: 30 dias, contados a partir do recebimento da notitia criminis, prorrogável conforme solicitação da autoridade policial e liberalidade do Ministério Público. 
Tratando-se de inquérito instaurado a requerimento do ofendido para apuração de crime de ação privada (CPP, art. 5º, parágrafo 5º), uma vez concluídas as investigações, os autos serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão o impulso de quem de direito (CPP, art. 19). Assim, é conveniente que ele acompanhe o desenrolar das investigações, para não perder o prazo estabelecido no art. 38 do CPP. 
14. Arquivamento
Tal providência só cabe ao juiz, a requerimento do Ministério Público (CPP, art. 28), que é o exclusivo titular da ação penal pública (CF, art. 129, I). 
A autoridade policial pode deixar de instaurar o inquérito, mas, uma vez feito, o arquivamento só se dá mediante decisão judicial, provocada pelo Ministério Público, e de forma fundamentada, em face do princípio da obrigatoriedade da ação penal (art. 28). Ojuiz jamais poderá determinar o arquivamento do inquérito, sem prévia manifestação do Ministério Público (CF, art. 129, I); se o fizer, da decisão caberá correição parcial. 
Se o juiz discordar do pedido de arquivamento do representante ministerial, deverá remeter os autos ao procurador-geral de justiça, o qual poderá oferecer denúncia, designar outro órgão do Ministério Público para fazê-lo, ou insistir no arquivamento. 
O despacho que arquivar o inquérito é irrecorrível, salvo algumas exceções.
Arquivado o inquérito por falta de provas, a autoridade policial poderá, enquanto não se extinguir a punibilidade pela prescrição, proceder a novas pesquisas, desde que surjam outras provas que alterem o “panorama probatório dentro do qual foi concebido e acolhido o pedido de arquivamento do inquérito”. 
Nos casos de ação penal privada, informada pelo princípio da oportunidade, não há necessidade do ofendido solicitar o arquivamento do inquérito; se, porventura, entender que não há elementos para dar início ao processo, basta deixar que o prazo decadencial do art. 38 do CPP flua sem o oferecimento da queixa-crime. 
MODELOS EM INQUÉRITO POLICIAL
Modelo nº 01
(Portaria)
107º Distrito Policial
PORTARIA
Tendo chegado ao meu conhecimento através do informativo nº 1500/98 (B.O.), que na data de 12.05.98, na Rua das Oliveiras, 38, JOSE FIRMINO DOS SANTOS veio por efetuar disparos de arma-de-fogo contra a pessoa de JOÃO CARLOS QUEIROZ, provocando-lhe lesões corporais e, em decorrência das mesmas veio o mesmo a dar óbito no interior do Hospital das Clínicas, após dois dias de internação, determino que, após A. e R. a presente, instaure-se o competente inquérito policial para apuração dos fatos, tomando-se preliminarmente as seguintes providências :
	J.aos Autos :
	- Cópia do informativo nº 1500/98 (B.O.) que primeiramente noticiou os fatos;
	- Cópia do Auto de Exibição e Apreensão da arma utilizada no crime;
	- Requisição de exame indireto expedido ao Instituto Médico Legal, referente as lesões corporais experimentadas pela vítima;
	- Requisição de exame ao Instituto de Criminalística para elaboração de Laudo de recenticidade de disparo e eficácia para a arma apreendida;
	- Cópia do informativo nº 1550/98 (B.O.) que noticiou o óbito da vítima;
	- Requisição de exame necroscópico do cadáver da vítima;
	- Intimem-se as testemunhas presenciais do fato para que compareçam neste Distrito Policial e prestem depoimento;
A seguir, voltem-me os autos conclusos para posteriores determinações.
CUMPRA-SE	
São Paulo, 15 de maio de 1998.
Dr.Arnaldo Guimarães
Delegado de Polícia
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MODELO Nº 02
( Auto de Prisão em Flagrante Delito )
PRIMEIRA PEÇA DA LAVRATURA DO APF - AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO
SERVIÇO PÚBLICO ESTADUAL
SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA
POLÍCIA CIVIL DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE POLÍCIA DO INTERIOR
11ª COORDENADORIA DO INTERIOR
DELEGACIA CIRCUNSCRICIONAL DE BARREIRAS
AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO
BOLETIM DE OCORRÊNCIA POLICIAL DE Nº
Às ( ) horas do dia ( ) do mês ( ) do ano de 2007, nesta cidade de Barreiras, Estado da Bahia, na sala do Cartório da Delegacia Circunscricional de Polícia, onde presente se encontrava o Bel. Carlos Cruz Ferro, Delegado de Polícia, comigo, Escrivã(o) de Polícia de seu cargo, ao final assinado, ai compareceu o CONDUTOR, , , RG ou MAT. , conduzindo o preso , por infração, em tese, ao artigo , haja vista ter sido este surpreendido logo após ter , sito o endereço , nesta cidade, do que foram TESTEMUNHAS ( ) e ( ). Entrevistadas as partes e formado seu convencimento jurídico, deliberou a Autoridade Policial por ratificar a voz de prisão dada pelo condutor e, após, cientificado o preso quanto aos seus direitos individuais previstos no artigo 5º da Constituição Federal, em especial os de receber assistência de familiares ou de advogado que indicar, de não ser identificado criminalmente senão nas hipóteses legais, de ter respeitadas suas integridades física e moral, de manter-se em silêncio e/ou declinar informações que reputar úteis à sua autodefesa, de conhecer a identidade do autor de sua prisão e, se admitida, prestar fiança e livrar-se solto, determinou a lavratura deste AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO, providenciando-se, conforme documentação adiante acostada, que fica fazendo parte integrante deste: 1) oitiva do condutor com entrega de cópia do termo; 2) expedição de recibo de entrega do preso em favor do condutor; 3) oitiva das testemunhas e 4) interrogatório do conduzido. Resultando demonstradas, pelos elementos de convicção colhidos, a autoria e a materialidade da infração penal, julgou a Autoridade Policial subsistente este auto de prisão em flagrante delito, determinando ainda a expedição de nota de culpa ao preso. Nada mais havendo, determinou a Autoridade Policial o encerramento deste auto que assina com o Flagranteado e comigo, Escrivã(o) de Polícia, que o digitei e imprimi.
Autoridade Policial
FLAGRANTEADO: ______________________________
Escrivã(o) de Polícia: 
SEGUNDA PEÇA NA ELABORAÇÃO DO FLAGRANTE
AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE
TERMO DE DEPOIMENTO DO CONDUTOR
BOLETIM DE OCORRÊNCIA POLICIAL DE Nº
Às ( ) horas do dia ( ) do mês ( ) de do ano 2007, nesta cidade de Barreiras, Estado da Bahia, na sala do Cartório da Delegacia Circunscricional de Polícia, onde presente se encontrava o Bel. Carlos Cruz Ferro, Delegado da Polícia Civil, comigo, Escrivã(o) de Polícia de seu cargo, ao final assinado, compareceu o(a) CONDUTOR , brasileiro(a), , , RG ou MAT. , lotado e servindo junto à , situado nesta cidade, onde recebe intimações, que efetuou a prisão em flagrante delito, do CONDUZIDO . AOS COSTUMES DISSE NADA. TESTEMUNHA COMPROMISSADA NA FORMA DA LEI PROMETEU DIZER A VERDADE DO QUE SOUBER E LHE FOR PERGUNTADO, E, ASSIM, DEPOIS DE ADVERTIDA DAS PENAS COMINADAS AO CRIME DE FALSO TESTEMUNHO, INQUIRIDA PELA AUTORIDADE POLICIAL SOBRE OS FATOS QUE MOTIVARAM O PRESENTE FEITO DISSE: "QUE ;". Nada mais disse. Nada mais havendo, mandou a Autoridade Policial que se encerrasse o presente termo que, lido e achado conforme, vai devidamente assinado. Eu ________, Escrivã(o) de Polícia, que o digitei.
Autoridade Policial
CONDUTOR: _______________________________
Escrivã(o) de Polícia
TERCEIRA PEÇA NA ELABORAÇÃO DO FLAGRANTE
RECIBO DE ENTREGA DE PRESO
Recebi de ______ o preso __________, em perfeito estado de saúde física e mental, o qual, segundo o condutor, teria sido flagranteado, com fulcro no artigo _________ .
E por ser verdade, firmo o presente.
Passo Fundo, de de 2007.
Bel. 
Delegado Titular
QUARTA PEÇA NA ELABORAÇÃO DO FLAGRANTE (EM EXISTINDO)
AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE
TERMO DE DECLARAÇÕES DA VÍTIMA
BOLETIM DE OCORRÊNCIA POLICIAL DE Nº
Às ( ) horas do dia ( ) do mês ( ) de do ano 2007, nesta cidade de Barreiras, Estado da Bahia, na sala do Cartório da Delegacia Circunscricional de Polícia, onde presente se encontrava o Bel. Carlos Cruz Ferro, comigo, Escrivã(o) de Polícia de seu cargo, ao final assinado, compareceu o(a) , brasileiro(a), , , RG , natural de , nascido aos , filho de , residente e domiciliado . INQUIRIDA A VÍTIMA DISSE QUE: Nada mais disse. Nada mais havendo, mandou a Autoridade Policial que se encerrasse o presente termo que, lido e achado conforme, vai devidamente assinado. Eu ________, Escrivã(o) de Polícia, que o digitei.
Autoridade Policial
DECLARAÇÕES: ____________________________
Escrivã(o) de Polícia
QUINTA PEÇA NA ELABORAÇÃO DO FLAGRANTE
AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE
TERMO DE DEPOIMENTO DA 1ª TESTEMUNHA
BOLETIM DE OCORRÊNCIA POLICIAL DE Nº
Às ( ) horas do dia ( ) do mês ( ) de do ano 2007, nesta cidade de Barreiras, Estado da Bahia, na sala do Cartório da Delegacia Circunscricional de Polícia, onde presente se encontrava o Bel. Carlos Cruz Ferro, comigo, Escrivã(o) dePolícia de seu cargo, ao final assinado, compareceu o(a) , brasileiro(a), , , RG ou Mat. , lotado e servindo no(a) , situado(a) , nesta cidade, onde recebe intimações, PRIMEIRA TESTEMUNHA, da prisão do(a) flagranteado(a) . AOS COSTUMES DISSE NADA. TESTEMUNHA COMPROMISSADA NA FORMA DA LEI PROMETEU DIZER A VERDADE DO QUE SOUBER E LHE FOR PERGUNTADO, E, ASSIM, DEPOIS DE ADVERTIDA DAS PENAS COMINADAS AO CRIME DE FALSO TESTEMUNHO, INQUIRIDA PELA AUTORIDADE POLICIAL SOBRE OS FATOS QUE MOTIVARAM O PRESENTE FEITO DISSE QUE: Nada mais disse. Nada mais havendo, mandou a Autoridade Policial que se encerrasse o presente termo que, lido e achado conforme, vai devidamente assinado. Eu ________, Escrivã(o) de Polícia, que o digitei.
Autoridade Policial
DEPOENTE: ____________________________
Escrivã(o) de Polícia 
SEXTA PEÇA NA ELABORAÇÃO DO FLAGRANTE
AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE
TERMO DE DEPOIMENTO DA 2ª TESTEMUNHA
BOLETIM DE OCORRÊNCIA POLICIAL DE Nº
Às ( ) horas do dia ( ) do mês ( ) de do ano 2007, nesta cidade de Barreiras, Estado da Bahia, na sala do Cartório da Delegacia Circunscricional de Polícia, onde presente se encontrava o Bel. Carlos Cruz Ferro, comigo, Escrivã(o) de Polícia de seu cargo, ao final assinado, compareceu o(a) , brasileiro(a), , , RG ou MAT. , lotado e servindo no(a) , situado no(a) , nesta cidade, onde recebe intimações, SEGUNDA TESTEMUNHA, da prisão do flagranteado(a) . AOS COSTUMES DISSE NADA. TESTEMUNHA COMPROMISSADA NA FORMA DA LEI PROMETEU DIZER A VERDADE DO QUE SOUBER E LHE FOR PERGUNTADO, E, ASSIM, DEPOIS DE ADVERTIDA DAS PENAS COMINADAS AO CRIME DE FALSO TESTEMUNHO, INQUIRIDA PELA AUTORIDADE POLICIAL SOBRE OS FATOS QUE MOTIVARAM O PRESENTE FEITO DISSE QUE: Nada mais disse. Nada mais havendo, mandou a Autoridade Policial que se encerrasse o presente termo que, lido e achado conforme, vai devidamente assinado. Eu ________, Escrivã(o) de Polícia, que o digitei.
Autoridade Policial
DEPOENTE: ____________________________
Escrivã(o) de Polícia 
SÉTIMA PEÇA NA ELABORAÇÃO DO FLAGRANTE
AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE
TERMO DE INTERROGATÓRIO DO CONDUZIDO
BOLETIM DE OCORRÊNCIA POLICIAL DE Nº
Às ( ) horas do dia ( ) do mês ( ) de do ano 2007, nesta cidade de Barreiras, Estado da Bahia, na sala do Cartório da Delegacia Circunscricional de Polícia, onde presente se encontrava o Bel. Carlos Cruz Ferro, comigo, Escrivã(o) de Polícia de seu cargo, ao final assinado, antes de iniciada a qualificação do conduzido, pela Autoridade Policial foram a ele esclarecidos seus direitos, previstos no art. 5º, LXII, LXIII, e LXIV, notadamente o seu direito de silêncio, conforme art. 5º, LXIII, da Constituição Federal, e art. 186 do Código de Processo Penal. Em seguida, passou a autoridade à QUALIFICAÇÃO DO CONDUZIDO: , brasileiro(a), , , RG. , natural de , nascido aos , filho de , residente e domiciliado . Cientificado das imputações que lhe são feitas e interrogado, nos termos do art. 187 do Código de Processo Penal, RESPONDEU: . Nada mais disse. Nada mais havendo, mandou a Autoridade Policial que se encerrasse o presente termo que, lido e achado conforme, vai devidamente assinado. Eu ________, Escrivã(o) de Polícia, que o digitei.
Autoridade Policial
CONDUZIDO: __________________________
Escrivã(o) de Polícia
OITAVA PEÇA NA ELABORAÇÃO DO FLAGRANTE
NOTA DE CULPA
Barreiras(BA), __ de _____ de 2007.
A autoridade acima comunica a: _______, vulgo “A___”, RG. _______ SSP/BA, brasileiro, solteiro, comerciante, natural de ___/BA, nascido em _______, filho _____________ E _______, residente na Rua _____________, bairro _____, nesta cidade.
Que se acha preso em flagrante na forma da Lei, POR INFRAÇÃO AO ARTIGO 121, § 2º INCISO II, C/C O ART. 14, INCISO II, AMBOS DO CÓDIGO PENAL, fato ocorrido, no dia de ontem, por volta das 15:40 horas.
LOCAL: Rua _____________, nº ____, bairro ___ Vista, nesta cidade.
CONDUTOR: _______________, já qualificado nos autos.
TESTEMUNHA: __________________, já qualificado nos autos.
TESTEMUNHA: ________________, já qualificado nos autos.
DELEGADO:
ESCRIVÃ(O):
CONDUZIDO: _____________________ 
MODELO Nº 03
(Modelo de Requerimento para instauração de inquérito policial em crime de ação privada e de Procuração)
ILMO SR DR DELEGADO DE POLÍCIA TITULAR DO 107º DISTRITO POLICIAL
MARIO SANTOS PEREIRA, brasileiro, casado, Comerciante, portador da Cédula de Identidade RG 12.564.987.SSP.SP, residente e domiciliado na Rua 1º de Agosto, 19, no bairro de Pereira Barreto, nesta Capital, vem, respeitosamente à presença de V.Sa., através de seu Procurador infrafirmado, com fulcro no artigo 5º, § 5º do C.P.P., 
REQUERER INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL
contra GERALDO BAPTISTA PEDREIRA, Brasileiro, solteiro, residente e domiciliado na Rua Antonio João, 583, no bairro da Casa Verde, nesta Capital de São Paulo, requerendo a instauração do competente Inquérito Policial por enquadrar a conduta da requerida no artigo 217 do Código Penal Brasileiro, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor :
O requerido, desde o mês de junho de 1996 vinha mantendo namoro com a menor MARIANA SANTOS PEREIRA, filha do requerente e de sua esposa MARIA SANTOS PEREIRA, nascida nesta capital aos 12.12.80, tendo freqüentado a residência dos mesmos e, demonstrando sempre bons propósitos, chegou a acenar à possibilidade de contrair casamento, tendo a mesma, inclusive, começado a preparar enxoval.
Entretanto, inusitadamente, o requerido deixou, sem qualquer satisfação, de freqüentar a residência de MARIANA, inclusive, deixando de ver a namorada, fato que deixou o requerente intrigado e que o fez interpelar à filha, tendo a mesma alegado desavença entre namorados.
Passados três meses do fato, o requerente notou sintomas de gravidez na filha MARIANA, tendo submetido a mesma a exame médico e sido constatado o estado. Instada a esclarecer o fato, MARIANA informou que em determinada data, quando encontrava-se a sós com o namorado na residência do requerente, este alegou que somente se casaria consigo se fosse virgem, tendo abalado a moça emocionalmente, fazendo-lhe crer que poderia perder o ente amado. Diante da exigência, permitiu que o mesmo a desnudasse e, em decorrência do fato, passaram a trocar carícias e a manter ato sexual, tendo, após o ato, GERALDO afirmado que se casaria com MARIANA, alegando que nada teria a temer.
Estarrecido com a declaração da filha, o requerente procurou GERALDO e este alegou que realmente teria a intenção de casar-se com MARIANA, não tendo realizado o ato em virtude de problemas financeiros e que, tão logo fossem sanados, o mesmo casar-se-ia com a filha do requerente.
Não obstante a promessa de casamento, passam-se já três meses da promessa, encontrando-se MARIANA arcando com as conseqüências do engodo perpetrado pelo requerente para manter relação sexual consigo, não vislumbando-se intenção naquele em reparar o ato, bem como de assumir a criança, produto da relação sexual.
Diante do exposto, requer-se a instauração do competente Inquérito Policial para apuração dos fatos, requerendo, desde já, oitiva de testemunhas, arroladas abaixo, depoimento pessoal do requerente e de sua filha, perícias e depoimento pessoal do requerido, para elucidar-se, dessa maneira, a veracidade das informações contidas na presente.
					Nestes termos,
					p.deferimento.
					São Paulo, 06 de dezembro de 1996.
					pp.Dr.HANS MARCOS OSTLUND
						OAb 111.111/SP
PROCURAÇÃO
Pelo presente instrumento particular de mandato que fez datilografar e assina, MARIO SANTOS PEREIRA, brasileiro, casado, comerciante, residente e domiciliado nesta Cidade na Rua 1º de Agosto, 19, constitui e nomeia seu bastante procurador ou onde com este instrumento se apresentar, o Dr.HANS MARCOS OSTLUND, brasileiro, casado, portador do CIC. 11.889.977, inscritona Ordem dos Advogados do Brasil, Secção de São Paulo, sob o nº 111.111, com residência e escritório nesta cidade, na rua Gomes Cardim, 342, a quem confere necessários poderes, inclusive os da cláusula " ad judicia ", especialmente para requerer a instauração de inquérito policial e, posteriormente, queixa-crime contra GERALDO BAPTISTA PEDREIRA, brasileiro, solteiro, residente e domiciliado na Rua Antonio João, 583, no bairro de casa verde, nesta Capital, pelo fato de haver este, em fins de junho de 1996, nesta cidade, abusando da inexperiência e justificável confiança de sua filha MARIANA SANTOS PEREIRA, então com dezesseis anos de idade, com ela mantido relações sexuais, desvirginando-a e engravidando-a. Poderá o referido Procurador atuar em qualquer instância, produzir provas, fazer alegações, interpor e arrazoar quaisquer recursos e contra-razoar os eventualmente interpostos, receber intimações e notificações e, enfim, praticar todos e quaisquer atos necessários ao fiel desempenho do presente mandato, inclusive substabelecer a quem convier, com ou sem reservas de iguais poderes, o que tudo dará por muito bom, firme e valioso.
São Paulo, 6 de dezembro de 1996
MARIO SANTOS PEREIRA
Modelos extraídos do livro ‘ Prática de Processo Penal ‘ - Fernando da Costa tourinho Fº - 1997.
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MODELO Nº 04
(Modelo de Requerimento da vítima)
ILMO.SR.DR.DELEGADO DE POLÍCIA DESTE MUNICÍPIO
BRUNO M.FRANCO, brasileiro, casado, comerciante, residente e domiciliado nesta cidade, na Rua Paissandu n.99, respeitosamente, vem, perante V.Sa., nos termos do artigo 5º, II do CPP, requerer a instauração de inquérito policial contra INOCÊNCIO PUREZA, brasileiro, maior, do comércio, solteiro, atualmente residindo em Ibitinga, onde trabalha na fábrica Monte-Belo, pelo seguinte fato :
1º)	O Suplicante é proprietário de uma loja de calçados, situada nesta cidade, na Praça da Matriz n.18, e, no dia 18 de maio próximo passado, determinou ao Suplicado, então seu empregado, se dirigisse ao escritório de Pedro da Silva, situado nesta cidade, na Rua XV de novembro, n.19, a fim de receber a quantia de R$ 180,00 (cento e oitenta reais) que lhe era devida e proveniente de vendas de calçados que fizera, no mês anterior, a sua família.
2º)	De volta, o Suplicado dissera ao Suplicante que estivera no escritório do devedor e este informara que somente em julho é que poderia liquidar o débito.
3º)	Todavia, anteontem, como o Suplicante precisasse daquele numerário para pagar uma promissória, dirigiu-se pessoalmente ao escritório de Pedro da Silva, e qual não foi seu espanto ao tomar conhecimento de que o Suplicado, no mesmo dia 18 de maio próximo passado, recebera a importância devida, tendo firmado um recibo, cuja fotocópia acompanha o presente.
4º)	Assim, tendo o Suplicado infringido o disposto no artigo 168, § 1º, III, 2ª figura do CP - apropriação indébita na sua forma qualificada -, a instauração de inquérito é medida que se impõe.
5º)	Além de Pedro da Silva, poderão testemunhar o fato Maria das Dores e Miguel Sanches, brasileiros, maiores, empregados do estabelecimento comercial do suplicante e, Ricardo da Conceição, contador, residente nesta cidade, na Rua Balpendi, 99.
Nestes termos, 	
Pede deferimento.
Cosmópolis, 15 de julho de 1990
Bruno M.Franco
Modelos extraídos do livro ‘ Prática de Processo Penal ‘ - Fernando da Costa tourinho Fº - 1997.
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MODELO Nº 05
(Modelo de Requisição do Promotor de Justiça)
Dr.Delegado
Tendo tido ciência, por intermédio de Antonio de Freitas, brasileiro, casado, natural deste Estaco, residente na Rua das Andorinhas, n.10, nesta cidade, que em dias da semana passada, na fazenda " Corumbataí ", de sua propriedade, situada neste município e comarca, seu administrador, Antonio Felisberto, por questão de nonada, agrediu e feriu, com um rebenque, seu filho Gilberto Felisberto, requisito instauração de inquérito a respeito, caso V.Sa. já não o tenha feito.
Para maior governo de V.Sa., esclareço terem sido testemunhas do fato Manoel Arcabouças e Ricardo dos Santos, trabalhadores rurais, alí residentes.
Aproveito o ensejo que se me apresenta para externar-lhe protestos de consideração e estima.
Éder Godoy
Promotor de Justiça
À Sua Senhoria o Senhor
Doutor Ruy Antunes da Silva Mello.
DD.Delegado de Polícia deste Município
Nesta.
Modelos extraídos do livro ‘ Prática de Processo Penal ‘ - Fernando da Costa tourinho Fº - 1997.
MODELO Nº 06
(Modelo de Requisição do Juíz)
Dr.Delegado
Tendo chegado ao meu conhecimento que Felisbina Santa Pureza, brasileira, presumivelmente casada, residente na Rua Sete de Setembro n.19, nesta cidade, de uns tempos a esta data, vem infligindo maus-tratos ao seu filho Clodoaldo, de 10 anos de idade, expondo a perigo sua saúde, em virtude dos trabalhos excessivos a que o sujeita, requisito a instauração de inquérito a respeito.
Além de outras testemunhas que poderão ser ouvidas no curso da investigação, deverão prestar esclarecimentos a professora Clotilde dos Santos, residente nesta Cidade, na Rua Tiradentes, n.16, que trouxe o fato ao meu conhecimento, e Zenóbio Pantaleão, alfaiate, residente na Rua Sete de Setembro n.27, nesta Cidade.
Aproveito a oportunidade para reiterar-lhe meus protestos de estima e consideração.
Dra.Sofia Stéfanie Tourinho Ostlund
Juíza de Direito
À Sua Senhoria o Senhor
Doutor Ruy Antunes da Silva Mello,
DD.Delegado de Polícia deste Município
Nesta.
Modelos extraídos do livro ‘ Prática de Processo Penal ‘ - Fernando da Costa tourinho Fº - 1997.
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MODELO Nº 07
(Modelo de Representação reduzida a termo)
Delegacia de Polícia de Cosmópolis
(crime de ação pública condicionada)
Aos vinte e um dais do mês de julho do ano de mil, novecentos e noventa, nesta cidade de Cosmópolis, deste Estado, na sede da Delegacia de Polícia, onde se achava o Sr.Dr.Ruy Antunes da Silva Mello, Delegado respectivamente comigo, Escrivão de seu cargo, ao final assinado, compareceu Sigismundo Pereira Filho, filho de Ambrosino Pereira e Maria das Dores Pereira, brasileiro, casado, lavrador, natural de itambé, Estado da Bahia, residente nesta cidade, na Rua Itapicuru, n;11, e declarou que, na qualidade de pai da menor Purificação Santina Pereira, atualmente com 17 anos de idade, e na conformidade da lei processual penal, vem representar contra Vivaldino das Proezas, com 23 anos de idade, presumivelmente solteiro, mecânico, residente e domiciliado nesta cidade, na Rua da Paz n.44, pelo fato de, em novembro do ano próximo passado, no quintal de sua residência, haver mantido relações sexuais com sua referida filha, desvirginando-a. Solicita, assim, seja instaurado inquérito policial a respeito, a fim de que possa, oportunamente, o DD.representante do Ministério Público promover a ação penal. Disse mais que, não podendo prover às despesas do processo, requer a esta autoridade lhe seja fornecido, para ser juntado aos autos, atestado de pobreza, para os fins do art.225, § 1º, I, combinado com o § 2º do mesmo artigo do CP. Nada mais. Lido e achado conforme, vai devidamente assinado. Eu, Amadeu Leão, escrivão que o datilografei e assino.
Dr.Ruy Antunes da Silva Mello
Sigismundo Pereira
Amadeu Leão
Modelos extraídos do livro ‘ Prática de Processo Penal ‘ - Fernando da Costa tourinho Fº - 1997.
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MODELO Nº 08
(Modelo de Representação feita por Procuração e Modelo de Procuração)
Ilmo.Sr.Dr.Delegado de Polícia deste Município
Euzébio Costa, brasileiro, casado, funcionário público estadual, residente e domiciliado nesta cidade, na rua Correa Telles n.10, por seu procurador infrafirmado (documento anexo), vem, respeitosamente, expor e requerer a V.Sa. o seguinte :
1º)	Em dias de fevereiro do ano em curso, nestacidade, Manuel Ricardino da Silva, brasileiro, casado, comerciante, residente e domiciliado nesta cidade, na Rua São José n.89, irresignado com o auto de infração, por sonegação fiscal, que o Suplicante, na qualidade de fiscal de rendas do Estado, contra ele lavrou, aos 31 de janeiro próximo passado, procurou denegrir a honra do suplicante.
2º)	Com efeito, passou o Suplicado a dizer a diversas pessoas desta cidade que aquele auto de infração somente fora lavrado porque se recusara a dar ao suplicante a importância de R$ 50.000,00 (Cinqüenta mil reais) que lhe fora solicitada para poder " fechar os olhos ".
3º)	Com trinta anos de serviço público e residindo nesta cidade, em que nasceu, sempre gozou de prestígio e consideração não só entre seus colegas como também em toda a sociedade, pela sua retidão de caráter e acendrado amor ao trabalho, razão pela qual lhe causou espécie e leviana e criminosa exprovação violenta que lhe fizera o suplicado.
4º)	As verrinas que lhe foram lançadas são, como não podiam deixar de ser, supinamente falsas, pois, e isto apenas para argumentar, como poderia o Suplicante exigir ou solicitar do Suplicado aquela soma para deixar de lavrar um auto de infração que obrigará o Suplicado a recolher aos cofres públicos, entre impostos e multa, tão-somente a cifra de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) ?
5º)	Assim, tendo ele infringido o disposto no artigo 138, "caput", do CP, vem, nos termos do parágrafo único do art.145, combinado com o artigo 141, II, do mesmo estatuto e art.5º, § 4º, do CPP, representar contra o Suplicado, autorizando e solicitando a instauração de inquérito policial a respeito, a fim de que possa o DD.Representante do Ministério Público, posteriormente, contra ele interpor ação penal.
Como testemunhas, poderão ser ouvidas, além de outras a juízo de V.Sa., Bernardino Campos, Comerciante, residente nesta cidade, na Rua Campos Salles, n.10, Francisco Rocha, do Comércio, residente na Rua Tamandaré, n.19, e Gilberto Tanajura, bancário, residente nesta cidade, na Rua Aymorés, n.23.
Nestes termos,
P.deferimento.
Esplanada, 04 de maio de 1990
pp.Hans Marcos Tourinho Ostlund
	Advogado
Modelos extraídos do livro ‘ Prática de Processo Penal ‘ - Fernando da Costa tourinho Fº - 1997.
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PROCURAÇÃO
Por este instrumento particular de mandato, datilografado e por mim assinado, eu, Euzébio Costa, brasileiro, casado, funcionário público estadual, residente e domiciliado nesta cidade, na Rua Correia Telles n.10, constituo e nomeio meu bastante Procurador, nesta cidade ou onde com este instrumento se apresentar, o Dr.Hans Marcos Tourinho Ostlund, brasileiro, CIC n.11.233.344, advogado na OAB, secção da Bahia, sob o n.445.566, residente nesta cidade e com escritório na Praça Tiradentes n.10, para o fim especial de, perante a autoridade competente, fazer representação, nos termos do § 4º do art.5º do CPP, contra Manuel Ricardino da Silva, brasileiro, casado, comerciante, residente e domiciliado nesta cidade, na rua São José, n.89, visando à instauração de inquérito policial, a fim de que, oportunamente, possa o DD.Promotor de Justiça contra ele promover a ação penal, como infrator do art.138 do CP, pelo fato de haver ele, em fevereiro do ano em curso, nesta cidade, dito a diversas pessoas que, na qualidade de fiscal de rendas do Estado, o outorgante lhe solicitara a quantia de R$ 50.000.00 (Cinqüenta mil reais), para não lavrar contra ele auto de infração por sonegação fiscal. Poderá o outorgado, ora constituído, praticar os atos necessários a fim de que o inquérito seja instaurado, arrolar testemunhas, requerer diligências e tudo quanto for necessário para o fiel desempenho do presente mandato, inclusive substabelecer a quem convier, com ou sem reservas de iguais poderes, o que tudo dará por firme e valioso.
Esplanada, 02 de maio de 1990
Euzébio Costa
(firma reconhecida)
Modelos extraídos do livro ‘ Prática de Processo Penal ‘ - Fernando da Costa tourinho Fº - 1997.
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VIII - AÇÃO PENAL
1. Conceito
O direito de ação é o direito subjetivo público de pleitear ao Poder Judiciário uma decisão sobre uma pretensão. 
Desde o momento em que o Estado instituiu a proibição da justiça privada, foi outorgado aos cidadãos o direito de recorrer a órgão estatais para a solução de seus conflitos de interesses. 
2. Espécies de ação penal no direito brasileiro
No processo penal é corrente a divisão subjetiva das ações, isto é, em função da qualidade do sujeito que detém a sua titularidade. 
Diante disto, levando-se em conta o sujeito que a promove, a ação penal pode ser pública ou privada. 
Ação penal pública: quando promovida pelo Ministério Público, e constitui regra do nosso Direito. 
Ação penal privada: quando promovida pelo particular. É privada, porque entendeu o Estado que certas infrações penais afetam muito mais o interesse particular que o social e, sem abrir mão do direito de punir, que irrefragavelmente lhe pertence como uma das expressões mais características da sua soberania, transferiu ao particular o direito de ação penal. 
Por outro lado, a ação penal pública pode ser condicionada ou incondicionada.
Ação penal pública incondicionada: quando o seu exercício não depende de manifestação da vontade de quem quer que seja. Exemplo: homicídio. 
Ação penal pública condicionada: quando a propositura da ação penal depende de uma manifestação de vontade. Essa manifestação de vontade se cristaliza num ato que se chama representação ou requisição. 
Seja condicionada, seja incondicionada, a ação penal inicia-se por um ato processual - a denúncia, que é apresentada pelo representante do Ministério Público. Tratando-se de ação penal privada, a sua peça inicial é denominada queixa-crime. 
A ação penal privada apresenta-se sob três modalidades:
a) ação penal privada, ou propriamente dita: que somente pode ser exercida pela vítima ou por quem legalmente a represente e, no caso de morte, por qualquer uma das pessoas citadas no art. 31;
b) ação penal privada subsidiária da pública: que é aquela iniciada por meio de queixa, quando embora se trate de crime de ação pública, o Promotor não haja oferecido denúncia no prazo legal (art. 29 do CPP);
c)	ação privada personalíssima: aquela cujo exercício cabe apenas ao ofendido. 
3. As condições da ação
São requisitos que subordinam o exercício do direito de ação. Para se poder exigir, no caso concreto, a prestação jurisdicional, faz-se necessário, antes de tudo, o preenchimento de certas condições, que se denominam condições de procedibilidade. São de duas ordens:
3.1. 	condições genéricas: exigidas sempre, pouco importando o tipo de ação penal (se pública ou privada). 
3.2.	condições específicas: exigidas num ou noutro caso, e, quando necessário, a lei penal ou processual consigna a exigência. 
As genéricas são três:
a) 	possibilidade jurídica do pedido:
Significa que o Estado tem possibilidade, em tese, de obter a condenação do réu, motivo pelo qual é indispensável que a imputação diga respeito a um fato considerado criminoso. Demanda-se, assim, que a imputação diga respeito a um fato típico, antijurídico e culpável. Em sendo o fato praticado atípico, não há infração; não havendo infração, não pode haver pretensão punitiva e, não havendo pretensão punitiva, não pode ser exercida a ação penal, devendo ser rejeitada a peça acusatória. 
b) 	legitimidade de parte:
Somente a parte legítima é que pode promover a ação penal. Assim, apenas o titular do bem ou interesse lesionado é que pode exercer a ação penal. 
O Estado é que detém o direito de punir, sendo, portanto, o titular desse direito, apenas ele é que poderá exercer a ação penal. Todavia, em determinados casos, poucos, aliás, sem abrir mão do seu direito de punir, o Estado transfere ao particular o jus persequendi in judicio, isto é, o direito de agir e de acusar - são os casos de ação penal privada.

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