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1 BIO Q U ÍM IC A TR A N S P O R T E D E ELÉ T R O N S FO S FO R ILA Ç Ã O OX ID A T IV A AU LA 3 Prof. Greice Montagner MIT O C Ô N D R IA A mitocôndria é o sítio do metabolismo oxidativo de eucariotos Contém: a piruvato desidrogenase, as enzimas do ciclo do ácido cítrico, as enzimas que catalisam a oxidação dos ácidos graxos, as enzimas e proteínas redox envolvidas no transporte de elétrons e na fosforilação oxidativa Por isso a mitocôndria é considerada a “usina de força” da célula. 2 MIT O C Ô N D R IA 3 MIT O C Ô N D R IA A membrana interna é composta por cerca de 75% de proteínas É livremente permeável a O2, CO2 e H2O e contém, além das proteínas da cadeia respiratória, várias proteínas de transporte que controlam a passagem de metabólitos, como ATP, ADP, o piruvato, o H+ e o fosfato A impermeabilidade controlada da MMI para a maioria dos íons e dos metabólitos permite a formação de um gradiente de íons através dessa barreira e resulta na compartimentalização das funções metabólicas entre o citosol e a mitocôndria 4 MIT O C Ô N D R IA Os equivalentes citosólicos reduzidos são transportados para dentro da mitocôndria O NADH produzido no citosol pela glicólise deve ter acesso à cadeia transportadora de elétrons para a oxidação aeróbica. Não há uma proteína transportadora de NADH na MMI. Somente os elétrons do NADH citosólico são transportados para a mitocôndria por um dos vários sistemas de transporte Circuito do malato-aspartato Circuito do glicerol-fosfato 5 LA N Ç A D E IR A MA LA T O -AS P A R T A T O CA R R E A D O R E S Encontrado no rim, fígado e coração de mamíferos Malato pode transpor a membrana mitocondrial, ao passo que o oxaloacetato não pode. Os e- transferidos a partir do NADH no citosol produzem NADH na mitocôndria Oxaloacetato (citosol) malato pela malato-desidrogenase citosólica acompanhada pela oxidação do NADH a NAD+ Malato atravessa a membrana mitocondrial 6 Malato (mitocôndria) oxaloacetato pela malato desidrogenase mitocondrial produzindo NADH Oxaloacetato aspartato (que pode atravessar a membrana mitocondrial) Citosol aspartato oxaloacetato Carreador de NADH 7 LA N Ç A D E IR A MA LA T O -AS P A R T A T O CA R R E A D O R E S 8 Presente no encéfalo (cérebro) e músculo esquelético A glicerol-3-fosfato desidrogenase catalisa a oxidação do NADH citosólico pela DHAP para produzir NAD+, o qual retorna à glicólise Os elétrons do glicerol-3-fosfato são transferidos para a flavoproteína- desidrogenase da MMI, formando FADH2, que fornece elétrons diretamente para CTE 9 LA N Ç A D E IR A GL IC E R O L-3-F O S F A T O CA R R E A D O R E S 10 TR A N S P O R T E D E E LÉ T R O N S Metabolismo aeróbio da glicose: papel do oxigênio? Aceptor final de elétrons Energia liberada: usada na forma de ATP que é resultado da fosforilação oxidativa (fosforilação do ADP produzindo ATP). Transporte de elétrons Fosforilação oxidativa Cadeia transportadora de elétrons: bombeia prótons (íons hidrogênio) através da MMI gerando um gradiente de pH (gradiente de prótons) energia estocada (acoplamento) 11 TRANSPORTE DE ELÉTRONS Os carreadores que transportam os elétrons a partir do NADH e FADH2 até O2 estão associados a membrana mitocondrial interna. São oxidados a NAD+ e FAD promovida pela cadeia de transporte de elétrons O oxigênio (aceptor final é oxidado a água). O processo é exergônico Carreadores: alguns centros redox são móveis e outros são proteínas integrais de membrana 12 TR A N S P O R T E D E E LÉ T R O N S 13 mitocôndria CO M P LE X O I (NADH: U B IQ U O N O N A -O X ID O R R E D U T A S E O U NADH DESIDROGENASE) O complexo I transfere elétrons a partir do NADH para a CoQ É o maior complexo protéico na MMI (parte integral da MMI) Contém uma molécula de flavinamononucleotídeo (FMN) e seis a sete grupos ferro-enxofre que participam no transporte de elétrons Os grupos ferro-enxofre estão presentes como grupos prostéticos de proteínas ferro-enxofre, e podem sofrer oxidação e redução de um elétron 14 15 CO M P LE X O I (NADH: U B IQ U O N O N A - OXIDORREDUTASE OU NADH DESIDROGENASE) TR A N S FE R Ê N C IA D E E LÉ T R O N S N O CO M P LE X O I O processo envolve a redução temporária de cada grupo cuja passagem dos elétrons para o próximo grupo permite a reoxidação do grupo anterior O NADH participa apenas em reações que envolvem a transferência de 2 elétrons A FMN e a CoQ podem transferir um ou dois elétrons por vez, proporcionando a formação de um conduto de elétrons entre o doador de dois elétrons, o NADH e os aceptores de um elétron, os citocromos 16 CO M P LE X O II (SU C C IN A T O D E S ID R O G E N A S E ) Contém a enzima do ciclo do ácido cítrico, a succinato-desidrogenase e três outras pequenas subunidades hidrofóbicas que transferem elétrons do succinato à CoQ. Seus grupos redox incluem o FAD ligado covalentemente à succinato- desidrogenase para o qual os elétrons são inicialmente transferidos, um grupo [4Fe-4S], dois grupos [2Fe-2S], e um citocromo b560. 17 O Complexo II permite que elétrons de potencial relativamente alto entrem na cadeia transportadora por uma via independente do Complexo I. Os Complexos I e II não operam em série, mas ambos resultam na transferência de elétrons para a CoQ a partir de substratos reduzidos – NADH e succinato. A CoQ serve como um ponto de captação de elétrons. 18 CO M P LE X O II (SU C C IN A T O D E S ID R O G E N A S E ) 19 CO M P LE X O II (SU C C IN A T O D E S ID R O G E N A S E ) CO M P LE X O III (UB IQ U IN O N A : C IT O C R O M O C O X ID O R R E D U T A S E ) Conhecido também como citocromo bc1: possui dois citocromos tipo b e um citocromo c1, parte integral da MMI Transfere elétrons da CoQ reduzida para o citocromo c1a partir de um centro [2Fe-2S], e para o citocromo b. Ciclo Q 20 21CO M P LE X O III (UB IQ U IN O N A : C IT O C R O M O C OXIDORREDUTASE) 22 CICLO Q CO M P LE X O IV (CIT O C R O M O C O X ID A S E ) Único transportador de elétrons no qual o ferro heme possui um ligante livre que pode reagir com O2. A citocromo c oxidase catalisa oxidações de quatro moléculas de citocromo c (Cyt c) reduzidas consecutivamente e a concomitante redução tetraeletrônica de uma molécula de O2 23 4 cit c (Fe2+) + 8H++ O2 → 4 cit c (Fe 3+) + 4H++ 2 H2O 24 CO M P LE X O IV (CIT O C R O M O C O X ID A S E ) 25 RE S U M O D O FLU X O D E E LÉ T R O N S E P R Ó T O N S P E LO S QUATRO COMPLEXOS DA CADEIA RESPIRATÓRIA FO R M A Ç Ã O D E ERO NAS MITOCÔNDRIAS E DEFESAS MITOCONDRIAIS 26 SÍN T E S E D E ATP: FO S F O R ILA Ç Ã O OX ID A T IV A A síntese endergônica do ATP a partir de ADP e Pi na mitocôndria é catalisada por uma ATP-sintase (ou complexo V), dirigida pelo processo de transporte de elétrons A energia livre liberada pelo transporte de elétrons através dos Complexos I –IV deve ser conservada em uma forma que a ATP sintase possa utilizá-la – é a energia de acoplamento 27 Parte da energia liberada pelo transporte de e- é usada para gerar a fosforilação do ADP. Energia liberada nas reações de oxidação ocasiona um aumento no bombeamento de prótons e gera um gradiente de pH. Além disso há uma diferença de voltagem através da membrana que é convertida em energia química armazenada pelo ATP 28 SÍN T E S E D E ATP: FO S F O R ILA Ç Ã O OX ID A T IV A A teoria quimiosmótica: “A energia livre do transporte de elétrons é conservadapelo bombeamento de H+ da matriz mitocondrial para o espaço intermembrana, criando um gradiente eletroquímico de H+ através da MMI. O potencial eletroquímico desse gradiente é aproveitado para a síntese de ATP.” Processo análogo ocorre em bactérias, cuja maquinaria transportadora de elétrons está localizada na membrana plasmática 29 SÍN T E S E D E ATP 30 ATP SINTASE O Também conhecida como ATP sintase bombeadora de prótons ou F1F0-ATPase Proteína transmembrana de multissubunidades com massa molecular de 450kDa Composta de duas unidades funcionais F0 e F1 F0 é um canal de prótons transmembrana F1é composta por várias subunidades (αβγδε) e dentre elas, a subunidade β catalisa a reação de síntese de ATP 31 32 ATP S IN T A S E AD E N IN A NU C LE O T ÍD E O E FO SFA T O TR A N SLO C A SE 33 REGULAÇÃO DA FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA Quando a fosforilação oxidativa é mínima, no estado de repouso, o gradiente eletroquímico na MMI acumula-se e impede a continuação do bombeamento de prótons, inibindo o transporte de elétrons, fazendo com que o pH no espaço intermembrana diminua. Quando a síntese do ATP aumenta, o gradiente eletroquímico é dissipado, permitindo o reinício do transporte de elétrons. 34 RE G U LA Ç Ã O D A F O S F O R ILA Ç Ã O O X ID A T IV A A fosforilação oxidativa é regulada pelas demandas energéticas celulares. A [ADP] intracelular e a razão massa-ação [ATP]/([ADP][Pi] são medidas do estado energético de uma célula. Em células hipoxicas (desprovidas de oxigênio), um inibidor proteico bloqueia a hidrolise de ATP pela atividade reversa da ATP-sintase, impedindo uma queda drástica na [ATP]. As respostas adaptativas à hipóxia, mediadas por HIF-1, reduzem a transferência de elétrons para a cadeia respiratória e modificam o complexo IV para que ele atue de maneira mais eficiente sob condições de baixo oxigênio. As concentrações de ATP e ADP estabelecem a velocidade de transporte de elétrons pela cadeia respiratória, por uma série de controles interconectados sobre a respiração, a glicólise e o ciclo do ácido cítrico. 35 36 37 INIBIDORES DA RESPIRAÇÃO BLOQUEIAM O FLUXO DE ELÉTRONS Inibidores: bloqueiam a cadeia transportadora de e- nos sítios correspondentes a cada um dos complexos respiratórios. Barbituratos (amital), rotenona: bloqueiam a transferência de e´da flavoproteína NADH-redutase para a coenzima Q. Antimicina A: bloqueio da transferencia de e- envolvendo citocromo b, coenzima Q e citocromo c1. Cianetos, azida, CO: transferencia de e- do citocromo aa3 para o oxigênio 38 39
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