Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PRODUÇÃO DE TEXTOS E FORMAÇÃO DE LEITORES PROF. CANADAS. EXEMPLOS DE GÊNEROS TEXTUAIS 1-) REPORTAGEM 10/04/2012 | 9H27 RedeTV! e empresas ligadas ao refrigerante Dolly são condenadas a pagar R$ 1 mi à Coca-Cola Do UOL, em São Paulo A RedeTV! e três empresas ligadas ao refrigerante Dolly terão de pagar R$ 1 milhão de indenização à Coca-Cola. A determinação é do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), que entendeu que o “Programa 100% Brasil”, exibido em 2003 pela RedeTV!, divulgou notícias, debates e entrevistas com o objetivo de prejudicar a imagem do refrigerante Coca-Cola, causando a redução de sua venda e, indiretamente, incrementando as vendas da concorrente Dolly. A Coca-Cola recorreu à Justiça alegando que os assuntos abordados no programa versavam sobre práticas ilícitas supostamente praticadas por ela, entre as quais sonegação fiscal, corrupção ativa, concorrência desleal e adição de substância entorpecente ao xarope do refrigerante. Já as duas empresas ligadas à Dolly (Detall-Part, detentora da marca Dolly, e Ragi Refrigerantes, responsável pelo engarrafamento e comercialização do refrigerante) disseram que os entrevistados participaram do programa como meros entrevistados e não receberam nenhum tipo de orientação com relação a suas declarações. A RedeTV! se defendeu no processo alegando que não tinha responsabilidade sobre o conteúdo do “Programa 100% Brasil”, pois a compra do espaço na grade da TV foi acertada entre a Dolly e um terceiro, com autorização para comercializar horários na grade de programação da emissora. Ex-funcionários De acordo com a decisão do TJSP, a intenção de denegrir a imagem da Coca-Cola era clara. “As reportagens e entrevistas veiculadas no programa tinham por único objeto explorar denúncias de irregularidades envolvendo a empresa autora [Coca-Cola], tanto que foram entrevistados basicamente ex-funcionários, parlamentares e outras autoridades públicas que, de alguma forma, guardavam relação com as acusações desferidas contra a requerente (Coca-Cola]”. Segundo o relator do processo, desembargador Francisco Loureiro, “é possível concluir, sem sombra de dúvida, que o objetivo maior do programa não era informar o público acerca de fatos relevantes e de notório interesse público, mas sim ofender a Coca-Cola”. Sobre a responsabilidade especifica da RedeTV!, o relator disse que o fato de a emissora comercializar horários de sua programação não a exime de responder pelos atos lesivos praticados por terceiros que adquirem tais espaços. E que cabia à RedeTV!, antes de exibir um programa produzido por terceiro, verificar o conteúdo da atração e deixar de exibi-la se constatado seu potencial lesivo. FONTE: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/04/10/redetv-e-empresas-ligadas-ao-refrigerante-dolly-sao-condenadas-a-pagar-r-1-mi-a-coca-cola.htm Quadro síntese Gênero textual (Tipo de texto) Reportagem Suporte (veículo de transmissão) Jornal (Internet): UOL NOTÍCIAS Características do tipo de texto Expositivo. Título “RedeTV! e empresas ligadas ao refrigerante Dolly são condenadas a pagar R$ 1 mi à Coca-Cola”. Autor Do UOL, em São Paulo Data 10/04/2012 | 9H27 Intencionalidade Informar ao leitor do jornal, os desdobramentos de ação judicial envolvendo grandes fabricantes de bebidas do tipo refrigerantes, ocorrida no Brasil. Características da linguagem Linguagem objetiva que vai direta ao assunto, sem rodeios, característica dos textos jornalísticos. 2-) CRÔNICA LÍNGUA BRASILEIRA “Outro dia eu vinha pela rua e encontrei um mandinho, um guri desses que andam sem carpim, de bragueta aberta, soltando pandorga. Eu vinha de bici, descendo a lomba pra ir na lancheria comprar umas bergamotas...” Se você não é gaúcho, provavelmente não entendeu nada do que eu estava contando. No Rio Grande do Sul a gente chama tangerina de bergamota e carne moída de guisado. Bidê, que a maioria usa no banheiro, é nome que nós demos para a mesinha de cabeceira, que em alguns lugares chamam de criado-mudo. E por aí vai. A privada, nós chamamos de patente. Dizem que começou com a chegada dos primeiros vasos sanitários de louça, vindos da Inglaterra, que traziam impresso “Patent” número tal. E pegou. Ir aos pés no RS é fazer cocô. Eu acho tri elegante, poético. “Com licença, vou aos pés e já volto”. Uma amiga carioca foi passear em Porto Alegre e precisou de um médico. A primeira coisa que ele perguntou foi: “Vais aos pés normalmente, minha filha?” Ela na mesma hora levantou e começou a fazer flexão. O Brasil tem dessas coisas, é um país maravilhoso, com o português como língua oficial, mas cheio de dialetos diferentes. No Rio de Janeiro é “e aí merrmão! CB, sangue bom!” Até eu entender que merrmão era “meu irmão” levou tempo. Pra conseguir se comunicar, além de arranhar a garganta com o erre, você precisa aprender a chiar que nem chaleira velha: “vai rolá umasch paradasch inschperrtasch.”. Na cidade de São Paulo eles botam um “i” a mais na frente do “n”: “ôrra meu! Tô por deintro, mas não tô inteindeindo o que eu tô veindo”. E no interiorr falam um erre todo enrolado: “a Ferrrnanda marrrcô a porrrteira”. Dá um nó na língua. A vantagem é que a pronúncia deles no inglês é ótima. Em Mins, quer dizer em Minas,eles engolem letras e falam Belzonte, Nossenhora. Doidemais da conta, sô! Qualquer objeto é chamado de trem. Lembrei daquela história do mineirinho na plataforma da estação. Quando ouviu um apito, falou apontando as malas: “Muié, pega os trem que o bicho ta vindo”. No Nordeste é tudo meu rei, bichinho, ó xente. Pai é painho, mãe é mainha, vó é vóinha. E pra você conseguir falar com o acento típico da região, é só cantar a primeira sílaba de qualquer palavra numa nota mais aguda que as seguintes. As frases são sempre em escala descendente, ao contrário do sotaque gaúcho. Mas o lugar mais interessante de todos é Florianópolis, um paraíso sobre a terra, abençoado por Nossa Senhora do Desterro. Os nativos tradicionais conhecidos como Manezinhos da Ilha, têm o linguajar mais simpático da nossa língua brasileira. Chamam lagartixa de crocodilinho de parede. Helicóptero é avião de rosca ( que deve ser lido rôschca). Carne moída é boi ralado. Se você quiser um pastel de carne precisa pedir um envelope de boi ralado. Telefone público, o popular orelhão, é conhecido como poste de prosa e a ficha de telefone é pastilha de prosa. Ovo eles chamam de semente de galinha e motel é lugar de instantinho. Dizem que isso tudo vem da colonização açoriana, inclusive a pronúncia deliciosa de algumas expressões, como “si quéisch quéisch, si não quéisch, disch”. Se você estiver por lá, viajando de carro, e precisar de alguma informação sobre a estrada pra voltar pra casa, deve perguntar pela “Briói”, como é conhecida a BR-101. Em Porto Alegre, uma empresa tentou lançar um serviço de entrega a domicílio de comida chinesa, o Tele China. Só que um dos significados de china no RS é prostituta. Claro que não deu certo. Imagina a confusão, um cara liga às 2 da manhã, a fim de uma loira, e recebe como sugestão Frango Xadrez com Rolinho Primavera e Banana Caramelada. Tudo isso é muito engraçado, mas às vezes dá problema sério. A primeira vez que minha mãe foi ao Rio de Janeiro, entrou numa padaria e pediu: “Me dá um cacete!!!”. Cacete pra nós é pão francês. O padeiro caiu na risada, chamou-a num canto e tentou contornar a situação. Ela ingenuamente emendou: “Mas o senhor não tem pelo menos um cacetinho?” (N. do T. – mandinho é garoto, carpim é meia, bragueta é braguilha, pandorga é pipa, bici é bicicleta, lomba é ladeira, lancheria é lanchonete.) (RAMIL, Kledir. Língua brasileira. In. Tipo Assim. Porto Alegre: RBS Publicações, 2003. Pp. 75-76.) Quadro síntese: Gênero textual (Tipo de texto) Crônica Suporte (veículo de transmissão) Livro (Tipo assim...) Características do tipo de texto Hibrido: Expositivo, narrativo, opinativo. Título “Línguabrasileira”. Autor Kledir Ramil Data Publicado em 2003, pela editora RBS Publicações de Porto Alegra –RS. Intencionalidade Compartilhar com o leitor, de modo bem humorado, as características típicas da Língua Portuguesa falada no Brasil. Procura destacar e valorizar o modo de falar do brasileiro, portanto, apresenta um ponto de vista positivo sobre o tema. Características da linguagem Predomínio do tempo presente, representado pelos verbos,com apelo à oralidade para criar o ambiente de proximidade com o leitor. 3-) CONTO (já disponibilizado) Continho Era uma vez um menino triste, magro e barrigudinho, do sertão de Pernambuco. Na soalheira danada de meio-dia, ele estava sentado na poeira do caminho, imaginando bobagem, quando passou um gordo vigário a cavalo: _ Você aí, menino, para onde vai essa estrada? _ Ela não vai não: nós é que vamos nela. _ Engraçadinho duma figa! Como você se chama? _ Eu não me chamo não, os outros é que me chamam de Zé (CAMPOS, Paulo Mendes. Continho. In: Para gostar de ler - vol. 1. São Paulo: Ática, 1977. Pág. 76. Quadro síntese: Gênero textual (Tipo de texto) Conto Suporte (veículo de transmissão) Livro (Série “Para gostar de ler – vol. 1) Características do tipo de texto Narrativo. Título “Continho”. Autor Paulo Mendes Campos Data Publicado em 1977, pela editora Ática, de São Paulo. Intencionalidade Contar uma história inventada (ficção). Proporcionar a reflexão sobre tema social. Características da linguagem Utilização de jargão típico das histórias infantis – “era uma vez” - para introduzir uma narrativa simples. Presença de discurso direto. Frases curtas e de fácil entendimento. � 4-) RECEITA CULINÁRIA Receita de torta de atum (massa batida em liquidificador) Ingredientes para a Massa: 1 xícara de farinha de trigo 1 xícara de amido de milho 3 ovos pequenos (ou 2 grandes) 1 ½ xícara de leite ½ xícara de óleo 1 colher (sopa) de fermento em pó 1 pitada de sal Manteiga para untar a forma Ingredientes para o Recheio: 1 lata de atum escorrido 1 xícara de ervilhas (frescas ou congeladas) 1 tomate picado ½ xícara de mussarela em cubos pequenos ½ xícara de cebola picada grosseiramente Cheiro verde a gosto Orégano a gosto Sal a gosto 1 colher (sopa) de azeite de oliva Modo de preparo: Em um recipiente, junte todos os ingredientes do recheio e misture bem. No liquidificador ou processador de alimentos, junte e bata todos os ingredientes da massa. Despeje metade da massa numa assadeira untada (20cmx30cm, se retangular ou 30cm de diâmetro, se redonda) Em seguida, espalhe o recheio e cubra com o restante da massa. Coloque em forno pré-aquecido a 180°C e asse por 30 min (aproximadamente), ou até dourar. Serve 12 a 18 porções (Fonte: http://tudogostoso.uol.com.br/receita/110745-torta-de-atum-de-liquidificador.html - receita enviada por Receita enviada por Ana Paula N. Barbosa) Quadro síntese Gênero textual (Tipo de texto) Receita culinária Suporte (veículo de transmissão) Site de receitas culinárias - Internet Características do tipo de texto Instrutivo. Título “Receita de atum de liquidificador”. Autor Ana Paula N. Barbosa Data Consultado em 12/04/2011 – às 11h50. Intencionalidade Instruir como reproduzir a receita em casa. Características da linguagem Linguagem direta e objetiva. Frases em forma de tópicos (lista). 5-) A FÁBULA. O LEÃO E O RATO. (La Fontaine) Certo dia, estava um Leão a dormir a sesta quando um ratinho começou a correr por cima dele. O Leão acordou, pôs-lhe a pata em cima, abriu a bocarra e preparou-se para o engolir. - Perdoa-me! - gritou o ratinho - Perdoa-me desta vez e eu nunca o esquecerei. Quem sabe se um dia não precisarás de mim? O Leão ficou tão divertido com esta ideia que levantou a pata e o deixou partir. Dias depois o Leão caiu numa armadilha. Como os caçadores o queriam oferecer vivo ao Rei, amarraram-no a uma árvore e partiram à procura de um meio para o transportarem. Nisto, apareceu o ratinho. Vendo a triste situação em que o Leão se encontrava, roeu as cordas que o prendiam. E foi assim que um ratinho pequenino salvou o Rei dos Animais. Moral da história: Não devemos subestimar os outros. Quadro síntese: O Leão e o Rato. Gênero textual (Tipo de texto) Fábula Suporte (veículo de transmissão) Digital – Internet. Características do tipo de texto Narrativo Título O leão e o rato Autor La Fontaine Data Século XVII Intencionalidade Transmitir um ensinamento moral (edificante). Realizar crítica social, contextualizada à época do escritor/autor. Características da linguagem Linguagem objetiva, sem descrições detalhadas, com vocabulário simples. 5-) POEMA Os Poemas Os poemas são pássaros que chegam não se sabe de onde e pousam no livro que lês. Quando fechas o livro, eles alçam vôo como de um alçapão. Eles não têm pouso nem porto Alimentam-se cada instante num par de mãos e partem. E olhas, então, essas tuas mãos vazias, no maravilhado espanto de saberes que o alimento deles já estava em ti... (QUINTANA, Mario. Nariz de vidro. São Paulo: Moderna, 1984.) Quadro síntese: poema. Gênero textual (Tipo de texto) Suporte (veículo de transmissão) Características do tipo de texto Título Autor Data Intencionalidade Características da linguagem
Compartilhar