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EXAME DERMATOLÓGICO Comumente, a anamnese e o exame físico para a pele são realizados concomitantemente. Em alguns casos, é útil examinar o paciente após breve interrogatório a fim de que as perguntas sejam feitas de forma mais direcionadas. Uma anamnese direcionada ao problema é suficiente para a maioria dos distúrbios cutâneos. Se o paciente tiver queixas mais sistêmicas ou se houver suspeita de doenças como lúpus eritematoso ou vasculite, talvez haja necessidade de uma anamnese detalhada e abrangente. ANAMNESE Identificação: Importância para idade, sexo, procedência, profissão, procedência e fototipo Queixa principal e duraçãoHistória da doença atual Quando começou? Queima, coça ou dói? Em que parte do corpo começou? (localização) Como se espalhou? Se disseminou? (padrão de proliferação) Determinar ser a lesão é localizada, disseminada, universal ou generalizada Como a lesão se modificou (evolução) Alterações de tamanho, cor e secreção Evolução contínua ou em surtos Fator de provocação (desencadeante) Uso de medicações, situações de estresse Foi realizado algum tratamento prévio? Qual o resultado do tratamento História de outras doenças atuais Sinais de doença aguda Febre, calafrios, sudorese, cefaleia, náusea, vômitos, tosse e rinorréia Sinais de doença crônica Fadiga, anorexia, perda de peso e mal estar História patológica pregressa Cirurgias, alergias, medicamentos utilizados, vacinação, atopias (história de rinite, asma ou dermatites), doenças clínicas (diabetes, cardiopatias, doenças renais, metabólicas) e outras doenças dermatológicas História familiar Histórias de câncer, doenças clínicas e cutâneas, atopias (asma, rinite e dermatites) História Social Ocupação (se sujeito a exposição solar), atividade física, hobbies, viagens, alimentação, consumo de álcool, tabagismo, drogas recreacionais, história sexual, higiene, saneamento básico, exposição a animais, exposição solar e uso de protetor EXAME FÍSICO GERAL – INSPEÇÃO E PALPAÇÃO O exame deve ser feito em um ambiente iluminado (de preferência com iluminação natural), com temperatura confortável para o paciente. Sempre higienizar as mãos antes do inicio do exame Paciente com o mínimo de roupa possível - descobrindo as áreas do corpo à medida que são avaliadas (lembrando de recobri-las logo após avaliação). Roupas íntimas, meias e sapatos, óculos e maquiagem devem ser retirados Localização do examinador avaliando o paciente por vista frontal, lateral e posterior. Em lesões disseminadas, iniciar a avaliação a 1-2m do paciente, para avaliação geral da saúde cutânea verificando: Coloração da pele Assimetrias Turgor Palidez e icterícia Grau de dano provocado por radiação solar Estimativa do número e localização das lesões Avaliação seguinte da lesão aproximando de 20-30cm. É permitido auxilio de lupas Avalia-se as lesões quanto a: Figuras: Tipo da lesão – lesões elementares Lesões elevadas: Lesões deprimidas Lesões achatadas Lesões com mudança na superfície Lesões com fluido Lesões vasculares Forma Disposição Agrupadas Lineares Espalhadas/dispersas Isoladas Zosteriforme/dermatomérica – acompanham o dermátomo Distribuição (incluir examinação de couro cabeludo, boca, palmas e solas) Extensão Localizada – limita-se a um único local/região da pele Generalizada – difusa e uniforme em várias regiões cutâneas -Exemplo: rubéola e sarampo Disseminada – difusa e não uniforme (lesões individualizadas em várias regiões) -Exemplo: catapora (é possível isolar as lesões) Universal – comprometimento total da pele, incluindo o couro cabeludo Localização * Localizações características: flexural, extensora, intertriginosas, pele palmas e solas, dermatomérica, troncolar, extremidades inferiores. Padrão Simetria – se lesão ocorre ipsilateralmente Áreas de exposição Sítios de pressão – p.ex. região plantar Regiões intertriginosas (entre os dedos) Características Cor Avermelhada Violácea Acastanhada Acinzentada Azulada Hipocrômica Acrômica *Na palpação avaliar se a lesão esmaece a digito pressão ou a vitropressão *Descrever se a lesão possui mais de uma cor, se o centro/borda são de cores distintas Consistência e superfície – Avaliada por palpação Dura Firme Mole Escamosa Seca Úmida Móvel “Infiltrada” (preenchida por fluidos) *Avaliar nocicepção Camadas da pele envolvidas – se o processo afeta Epidérmico Dérmico Subcutâneo Anexial Combinação de mais de um componente anatomico Seguido da avaliação de: Unhas e pêlos Couro cabeludo e cabelos Sinais vitais Mucosas Hepatomegalia Esplenomegalia Articulações Linfonodos EXAME DE LINFONODOS Principais cadeias de linfonodos: Cadeias de cabeça a pescoço Occipitais Auriculares posteriores (retroauricular) Auriculares anteriores (pré auricular) Submandibulares Sublinguais Submentonianos Cervicais superficiais anteriores Cervicais superficiais posteriores Cervicais profundos Supraclaviculares Cadeias axilares Axilar anterior Axilar central/média Axilar posterior Infraclavicular Cadeias inguinais Inguinal superficial Inguinal profundo Anamnese: questionar sobre adenomegalia e linfedema Exame físico Inspeção Palpação Avaliar quanto a: Tamanho -Normal: diâmetro até 3 centímetros -Suspeição de malignidade: diâmetro acima de 3 centimetros Consistência -Normal: amolecido -Suspeição de malignidade: endurecido ou pétreo *Avaliar quanto a flutuabilidade - caso seja flutuante: suspeição de abscesso Mobilidade -Normal: móvel -Suspeição de malignidade: fixo, presença de aderência Sensibilidade -Normal: doloroso (sugestivo de inflamação) -Suspeição de malignidade: indolor Coalescência – fusão ou encontro de linfonodos adjacentes aumentados -Presença: sugestivo de tuberculose ganglionar ou malignidade Fístula – abertura com drenagem de secreção - Presença: sugestivo de tuberculose ganglionar ou micose Temperatura -Elevada: sugestivo de inflamação *Nódulo de Virchow: aumento linfonodal supraclavicular esquerdo. Sugestivo de metástase de câncer abdominal (gástrico, pancreático, vesicular) *Linfonodo sentinela: linfonodo com localização mais próxima da lesão. Primeiro local no trajeto linfático de migração das células tumorais (primeira barreira defensiva do organismo contra a disseminação do câncer), muito avaliado para analise da progressão de câncer de mama SEMIOTÉCNICA PALPAÇÃO LINFONODOS Iniciar a palpação pelos linfonodos occipitais (palpação bimanual) A palpação seguinte é feita com apenas uma mão, utilizando as polpas digitais dos 2º, 3º e 4º dedos Seguindo as cadeias cervicais, axilares e inguinais -Observações: *Linfonodo pré auricular: não confundir com glândula parótida *Linfonodo cervical: referência para palpação – m. esternocleidomastoide *Linfonodo submandibular: não confundir com glândula submandibular *Linfonodo axilar anterior: referência para palpação - borda do m. peitoral maior *Linfonodo axilar posterior: referência para palpação - borda m. latíssimo do dorso *Linfonodo axilar médio: referência para palpação - em direção ao oco axilar *Linfonodo inguinal: referência para palpação – artéria femoral, palpação com paciente deitado PUNÇÃO ASPIRATIVA POR AGULLHA FINA (PAAF) Indicações Determinar causa do aumento linfonodal Distinção entre tumores benignos e malignos Estadiar carcinoma metastático Avaliação de nódulo suspeito (maior que 3 cm, indolor, fixo, endurecido, ausência de sinais flogísticos e coalescentes) Contraindicações Infecção local (absoluta) Anticoagulação (relativa), procedimento com risco mínimo de sangramento, possibilidade se suspensão temporária de tratamento anticoagulante Recusa do paciente Complicações: hematoma e infecção local SEMIOTÉCNICA PAAF Antes de iniciar o procedimento, avaliar sinais vitais do pacientePaciente em posição de decúbito Separar os materiais: -Seringa 10 ml -Agulha 22 -Luvas de procedimento -Algodão -Álcool 70 4. Palpação do linfonodo, localizando e delimitando-o 5. Limpeza do local com algodão embebido com álcool 5. Estabilizar a região pressionando para baixo e para os lados com a mão não dominante, utilizando os 2º e 3º dedos 6. Introdução em 90° da agulha embutida com a seringa 7. Tracionar o êmbolo (criando uma pressão negativa) 7. Realizar movimentos de lateralização tracionando o êmbolo com a mão dominante 8. Soltar o êmbolo e retirar a agulha do linfonodo 9. Desacoplar a agulha da seringa 10. Tracionar o êmbolo para entrada de ar 11. Acoplar a agulha na seringa novamente 12. Realizar o esfregaço, pressionando o êmbolo até completa expulsão do conteúdo da agulha na lâmina de vidro 13. Identificação do paciente na lâmina (parte fosca), envio para analise citopatológica Resultados da análise citopatológica Benigno Maligno Indeterminado/suspeito Insuficiente/inadequado
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