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Reações de Hipersensibilidade

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TRANSCRIÇÃO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
AULA 13 E 14 – (21/05) Reações de Hipersensibilidade 
 
Conceitos 
 
Distúrbio de hipersensibilidade é quando o sistema imune reage de forma exacerbada e isso pode 
vir a causar alguma doença. Nosso sistema imune está preparado para reagir a infecções com as respostas 
inata e adaptativa, mas algumas pessoas estão susceptíveis a uma lesão tecidual por conta de sua própria 
resposta imunológica, ou seja, por conta dessa resposta o indivíduo vai ter uma doença, portanto aquilo que 
era para está protegendo, está na verdade contribuindo para causar uma doença. 
Resumindo: na hipersensibilidade o indivíduo vai ter uma sensibilidade aumentada (exacerbada) que 
vai gerar uma lesão tecidual. Essa lesão ocorre nos próprios órgãos e células e irão resultar em doenças. 
 Conceituando melhor: A hipersensibilidade são respostas inadequadas direcionadas ao tecido e 
células do hospedeiro. 
A natureza do antígeno causador das reações de 
hipersensibilidade podem ser os microrganismos, antígenos 
do próprio hospedeiro e as substâncias que não deveriam 
estar causando este tipo de reação. 
A condição em que o a natureza do antígeno é o 
microrganismo ocorre quando ele é resistente e o sistema 
imune se esforça para debelá-lo e assim acaba causando lesão 
no próprio tecido do hospedeiro. 
Na condição em que a natureza são os antígenos 
próprios, tem-se a quebra de tolerância. A tolerância central é a maturação das células T no timo de modo 
que aquelas células que reagem com antígenos próprios morrem e aquelas que não reagem são 
selecionadas. Tendo-se problema (quebra) desse mecanismo, as células T e B autoreativas vão para a 
circulação gerando doenças autoimunes resultando na hipersensibilidade por autoimunidade. 
A terceira condição é quando a natureza do antígeno são aquelas substâncias que não deveriam 
causar reações, mas está causando. É a chamada atopia. Atopia é uma condição em que alguns indivíduos 
produzem IgE em quantidade elevadas frente a alergenos comuns do ambiente. Os alergenos são aquelas 
substâncias capazes de desencadear uma resposta por IgE. 
Exemplificando: Pessoas com renite alérgica produzem IgE em quantidade elevados frente a alguns 
tipos de alergenos, como por exemplo pólen, pêlo, ácaros. No caso, esses alergenos de animais contêm 
proteases ou proteínas. A natureza desses antígenos são proteínas capazes de ativar células T e B e vão 
induzir a produção de IgE em quantidades elevadas, o que vai desencadear uma resposta chamada de 
atopica. 
 
 
 
 
 
 
Tipos de Hipersensibilidade 
 
Existem 4 tipos de hipersensibilidade. A autoimunidade é vista no 
tipo 2, tipo 3 e tipo 4 e respostas excessivas à infecções existe 
principalmente no tipo 4. 
A hipersensibilidade tipo 1 é mediada por IgE, a tipo 2 e 3 são 
mediadas por anticorpos IgM e IgG, e tipo 4 mediada por linfócitos. 
 
 
Reações de hipersensibilidade do Tipo 1 ou Reação Imediata 
 
Na hipersensibilidade mediada pelo Tipo 1 o antígeno é aquele do ambiente que deveria ser inócuo 
(na verdade, ele é inócuo para a maioria das pessoas), mas algumas pessoas por suscetibilidade genética 
produzem quantidade elevadas de IgE frente a doses do antígeno, e para essas pessoas esse antígeno é 
atopico. Na pessoa normal tem-se 1µg/ml de IgE, enquanto que nas pessoas alérgicas a quantidade é de 
1000 µg/ml. Ou seja, a IgE sobe em quantidades elevadas no soro. Quem é atopico vive com quantidades 
elevadas de IgE no soro. 
O perfil Th2 é a “assinatura” da resposta pelo perfil de hipersensibilidade tipo 1. As citocinas que são 
liberadas pelo Th2 e que vão atuar na resposta são IL-4, IL-5 e IL-3. Na hipersensibilidade imediata a pessoa 
vai se expor ao alergeno, vai haver a polarização para Th2, vai ter a produção da citocina IL-4 que será a 
predominante/principal e quem vai permitir a troca da cadeia pesada da imunoglubulina para IgE. A IL-4 
inibe o Th1 e direciona para a resposta de Th2. 
Alegenos são geralmente proteínas ou substâncias químicas ligadas a proteínas, têm baixo peso 
molecular. Quando algumas substâncias de baixo peso molecular, como os fármacos, entram no organismo 
irão se ligar as proteinas, ou seja será necessário a participação do hapteno carreador. Ou seja, sendo a 
substância muito pequena será preciso a ligação com proteínas do próprio organismo para induzir uma 
resposta de células T. Geralmente os alergenos tem alta solubilidade, são estáveis (são substâncias que ao 
serem ingeridas e inaladas conseguem passam por todos os fluidos, sendo absorvidas e encontradas pelas 
células dendriticas que estão abaixo dos epitélios). Ativam Th2. 
Lembrar que as células dendriticas estão abaixo do epitélio, no tecido conjuntivo, e ficam fazendo 
uma “ronda” procurando por antígenos. 
Uma alergia verdadeira é mediada por mecanismos imunológicos. No caso, os mastocitos são 
ativados pela IgE ou não: quando não é por IgE temos a não alergia e quando é ativado por IgE temos uma 
alergia. 
 
As células efetoras da hipersensibilidade imediata são os mastocitos, os basófilos e os eosinofilos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
MASTÓCITOS 
 
Os mastócitos são células derivadas dos progenitores da medula óssea. Eles não ficam no sangue e 
amadurecem nos tecidos, residindo no tecido conjuntivo e estão muito envolvidos na resposta inflamatória 
e principalmente com o perfil Th2. A vida útil deles são de semanas à meses e possuem altos níveis de 
receptores FcεRI para IgE. Esse receptor tem alta afinidade por IgE. 
 
Quando o indivíduo tem alergia ao pólen ele tem uma pré-disposição a produzir IgE em grandes 
quantidades. Uma vez que o indivíduo se expõe ao antígeno (o pólen), esse pólen vai entrar pelas vias 
respiratórias, vai alcançar o endotélio e vai encontrar as células dendriticas que geralmente emitem 
pseudópodes e capturam o antígeno. As células dendríticas vão então processar o antigeno e apresentar via 
MHC classe II para as células T virgens (repouso) e estas irão se diferenciar para Th2 por conta do 
microambiente e das citocinas liberadas. 
A liberação de IL-12 e de interferon gama, que direcionam para o perfil Th1, ocorre quando a 
natureza do antígeno é um microorganismo. Nesses casos, os padrões moleculares associados aos 
patógenos (padrões do microrganismo) vão ativar os macrofogos causando inflamação e induzindo a 
liberação de IL-12 pelos macrofogos, e vão ativar as NK que passaram a liberar o interferon gama que por 
sua vez vai ativar os macrófagos, mantendo o microambiente para a ativação do Th1. Como o pólen não é 
um microrganismo, uma vez que é algo que deveria ser inoculo, não haverá a inflamação e nem a liberação 
dessas citocinas. 
 Como regra geral tem-se que: alergenos em baixas quantidades e que não induzem inflamação e 
nem indução de citocinas (IL-12 e interferon gama) fazem a polarização para Th2, mesmo sem a estimulação 
de moléculas co-estimulatorias (B7 e CD28). Isso porque, usualmente a estimulação propriamente dita para 
esse perfil seria a partir da presença de helmintos. No caso mencionado, temos alergenos e não vermes. 
Th2 produz IL-4 e IL-2, se proliferar e faz expansão clonal, e posteriormente vai interagir com as 
células B uma vez que estas possuem CD40, e a célula T tem o CD40 ligante. O linfócito B irá ter uma 
sinalização celular culminando em uma recombinação de troca da cadeia pesada para IgE. 
O individuo vai produzir grandes quantidades de IgE que vai se ligar com os mastócitos que vai 
sensibilizá-los(fase de sensibilização). Assim, uma vez sensibilizado, quando houver outro contato com o 
alergeno, o mastócito vai degranular (fase de efetuação da resposta ou da provocação).Quando o antígeno encontra pelos 
menos duas IgE próximas ligada, tem-se essa 
ligação cruzada e se inicia toda uma cascata de 
sinalização celular, que tem três principais 
objetivos: 
1. Sinais para ativação de genes de 
citocinas: o mastócito vai produzir citocinas. 
2. Fosfolipideos de membrana que vão 
ser metabolizados: as vias da cicloxigenases e 
lipoxigenases a partir do acido araquidônico 
vão ser desencadeadas. 
3. Degranulação do mastócito: essa 
célula possui vesículas que vão estar 
funcionalizadas a partir de uma cascata de 
sinais. 
 
 
Mediadores pré-formados é tudo que se tem antes do mastócito degranular, formando o conteúdo 
das vesículas. Esses mediadores pré-formados são histaminas e proteases. As vesículas são formadas pela 
por uma rede de proteoglicanos (sulfato de condroitina e heparina) que evitam/protegem a célula de ser 
digerida pelas proteases que estão nas vesículas. Os mediadores pré-formados são os responsáveis pela 
reação imediata. 
Tudo que é produzido depois da ativação é chamado de mediadores neoformados que são os 
fosfolipídios de membranas (que vão da origem a as prostaglandinas e os leucotrienos) e as citocinas que 
precisarão de sinalização para serem ativas e liberadas pelos mastócito. Fatores quimiotáticos para 
neutrófilos e eosinófilos também fazem parte. 
 
 
Quando o mastócito degranula existe uma reação 
chamada de imediata. Depois que os mediadores neo-
formados são formados existe uma reação chamada 
reação de fase tardia. Essas duas fases (a 
imediata/“imediatissima” e a tardia) estão dentro da 
reação imediata ou reação tipo 1. 
 A fase imediata (“imediatissima”) é consequência 
da ação da histamina (amina vasoativa) que causa a 
dilatação/inflamação, aumentando a permeabilidade 
vascular, fazendo a vasoconstrição das células endotélio 
que vão alargar permitindo a passagem das células 
(neutrófilos e macrófagos) por meio dessa facilitação da diapedese/rolamento mediada por histamina. Com 
esses processos, se terá ainda o extravasamento de líquidos do vaso para o tecido causando edema. Ou 
seja, os mastócitos vão causar toda essa reação inicial de inflamação, e são os mediadores recém formados 
ou neoformados quem vão perpetuar posteriormente essa inflamação (fase tardia). 
 
 
Vale destacar que os mastócitos podem ser ativados por outras substâncias, que não IgE, sendo 
caracterizada a reação anafilactóide (termo mais em desuso) ou reação não alérgica. Isso porque, 
diferentemente dessa situação, a alergia é desencadeada por mecanismos imunológicos. Assim, há pessoas 
que tem os mastócitos ativados/degranulados por fatores físicos, químicos, por fármacos (ex: codeína, 
morfina). Além disso, as anafilotoxinas do sistema complemento também podem degranular mastócitos 
para auxiliar na inflamação. De qualquer forma, essas situações não se caracterizam como uma reação 
verdadeiramente alérgica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BASÓFILOS 
Os basófilos vão ter uma função parecida com os mastócitos na hipersensibilidade do tipo 1, porque 
eles possuem os mesmos mediadores, contendo vesículas de histamina, e vão liberar as aminas biogênicas, 
mediadores lipídicos e as citocinas da mesma forma que os mastócitos. Só que os basófilos liberam em uma 
quantidade bem menor. Por isso que os mastócitos tem uma importância bem maior. 
 
MEDIADORES 
 
 
Mediadores neoformados> mediadores lipídicos e 
citocinas 
 
Mediadores pré-formados > enzimas (proteases) e aminas 
 
 
 
 
 Histamina (aminas biogênicas) 
É importante lembrar que a histamina tem curta duração, então se o individuo tiver uma reação 
mediada por IgE, um inchaço, urticária, em poucas horas ele volta ao normal. Ou seja, digamos que 
apresentam uma curta duração comparado a outros tipos de doenças que vão ser falados a seguir, que 
também são da hipersensibilidade tipo 1, mas que demoram mais. 
 Pode-se ter uma reação mediada por histamina, que vai ser rápida, tendo também a produção de 
mediadores lipídicos e citocínas que ainda vão ser formados, mas estes estarão em poucas quantidades, 
tendo-se portanto uma reação mediada mais por histamina. 
 Ou seja, existem doenças, reações de hipersensibilidade a um ácaro por exemplo, que vão ser 
rápidas/agudas, enquanto que existem outras que podem ter uma reação mais crônica >>> Ex: rinite alérgica 
X asma. Assim, em uma asma crônica se tem a ação da histamina e de todos os outros mediadores por vários 
meses ou anos. 
 Logo, a hipersensibilidade do tipo 1 pode ser uma coisa mais breve (uma alergia super-rápida), e 
pode ser uma doença crônica (asma) por conta do mesmo mecanismo, o que vai diferenciar é como a fase 
imediata e a tardia vão atuar >>> Se eu vou ter uma reação de fase tardia forte ou não, se eu vou ter outros 
fatores de doenças associados ou não (no caso da asma há todo um processo inflamatório bem mais 
complicado). 
 A ação da histamina no endotélio causa o 
aumento da permeabilidade vascular, a vasodilatação 
via oxido nítrico e prostaciclinas, e contração muscular. 
 Nas vias aéreas superiores e inferiores, a 
pessoas pode ter tosse, as vezes pode afetar os olhos 
causando sinusite (Lembrem que o edema de olhos e 
lábios está relacionado ao aumento da permeabilidade 
vascular e extravasamento de líquido). 
 Salientando que essa reação é a que chamamos 
tipo 1 mediada por histamina. Pode até haver a fase 
tardia com a liberação dos outros mediadores, mas isso vai depender de pessoa pra pessoa: uns podem ter 
uma reação mais forte e outras não. 
 Nos brônquios pode ter uma leve constrição, causando broncoespasmos com dificuldade de respirar. 
Algumas pessoas que tem alergia alimentar ou a alguma outra coisa desenvolvem dor de barriga, diarreia, 
vômito. Isso ocorre porque os mastócitos também estão presentes na mucosa do TGI, onde eles vão estar 
liberando os mediadores. 
OBS: A manifestação clinica vai depender do local/sítio onde o mastócito está sendo ativado, ou seja por 
qual via o alergeno está acessando. Se o alergeno é inalado, ele vai entrar em contato com os epitélios e os 
mastócitos do tecido conjuntivo abaixo da mucosa do tecido 
respiratório. Esses mastócitos do tecido conjuntivo são ricos em 
histamina, o que vai repercutir nas respostas/reações respiratórias 
como broncoespasmos, asma e rinite. Pode acontecer também do 
alergeno entrar pela pele tendo o contato com os mastócitos que 
estão na pele e isso irá causar urticária. Se o alergeno é injetado via 
parenteral, ele pode ativar mastócito em todo o corpo, e a pessoa 
ter uma reação que é chamada de anafilaxia. 
A Anafilaxia será o ápice dessas reações de hipersensibilidade do tipo 1, onde se terá mastócitos em 
todos os tecidos sendo desgranulados, originando uma vasodilatação generalizada, queda na pressão 
arterial, diminuição do débito cardíaco, hipotensão, choque, podendo levar à hipóxia e a pessoa pode 
morrer. Uma das formas de reverter a anafilaxia é o uso de epinefrina, para poder conter essa vasodilatação 
e aumentar o debito cardíaco. 
Recapitulando : Manifestações clinicas da hipersensibilidade Tipo 1: 
- Urticária (desencadeada pela histamina); 
- Angioedema, que é o edema da hipoderme (acomete principalmente a região das pálpebras); 
- Sintomas respiratórios na maioria das vezes; 
- Sintomas instestinais. 
 
 Enzimas (presentes nas vesículas) 
 Existem várias enzimas como triptase, quimase outras 
proteases como a carboxipeptidase e catepcina G. Elas vão causar 
dano tecidual. Isso porque essas reações alérgicaa deveriam ser, 
teoricamente, para matar microrganismos, uma vezque essas 
partículas inoculas são como desafio para organismo. Então se 
estará liberando essas proteases na tentativa de combater o 
microorganismo, mas na verdade vai estar sendo causado uma 
injuria tecidual no próprio hospedeiro. 
 
 
 Mediadores lipídicos 
 
 
 
 
 
 A partir do momento que esses mediadores são liberados, você tem o “pulo” para fase tardia. Ou 
seja, ocorre a liberação de quimiocinas para que as células inflamatórias cheguem ao local e perpetuem a 
reação que era imediata e agora vai ser tardia. Ela vai ser perpetuada através das células inflamatórias. 
 Quem vai “chamar” essas células serão as prostaglandinas, os leucotrienos e o PAF (Fator de ativação 
de plaquetas). O PAF tem esse nome porque na época ele foi descoberto como agregador de plaquetas, mas 
ele faz mais do que apenas agregar plaquetas, ele é um derivado de fosfolipideo de membrana idêntico ao 
ácido araquidônico, mas não faz parte da cadeia do ácido araquidônico, ele também é um fosfolipideo que 
vai ser clivado pela fosfolipase A2, antuando também como quimiotático de eosinófilo. 
 Observem que no momento da liberação dos mediadores lipídicos, se terá a quimiotaxia para células 
inflamatórias, como eosinófilos, neutrófilos e basófilos, sendo estes as células efetores da fase tardia. Th2 
também vai ser recrutado na fase tardia. 
 Citocinas 
 
 As citocinas pró inflamatórias (TNF, IL-1. IL-6) vão 
estimular proteínas de fase aguda, vão ativar vários tipos 
de leucócitos, vão aumentar a produção de leucócitos 
pela medula óssea, são pirógenos endógenos (vão causar 
febre, induzindo o hipotálamo a produzir 
prostaglandinas).Fatores de crescimento, IL-3, fator de 
estimulação de colônia de granulocitos e monócitos 
também vão estar presentes. 
 IL-4 vai ativar linfócito B a produzir mais IgE, IL-5 vai ativar eosinófilo, IL-13 vai produzir muco. 
 Então temos um conjunto de citocinas direcionando para o perfil Th2, vão está promovendo o 
recrutamento de neutrófilos e eosinófilos, de modo que essas células vão estar na fase seguinte, a fase 
tardia. 
 O Th2 estimula respostas imunes através de IgE e eosinófilos, sendo sua função primordial a de 
erradicar parasitas, mas aqui estamos vendo de outra forma > ação nas alergias. Ou seja, a função do th2 
não deveria ser essa (causar doença/alergia) e sim, lutar contra parasitas invasores. 
 
 
Resumindo a função das citocinas: 
 
 
 
 
 
Resumindo a função do Th2: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EOSINÓFILO 
 
Essa célula também participa da fase tardia, tendo uma importância muito grande na asma (fase 
tardia bem prolongada). 
 Os eosinófilos irão maturar com IL-3, IL-5 e Fator de crescimento. Agindo como quimiotáticos para os 
eosinófilos temos a eotaxina, C5a, PAF, Leucotriena D4 (principalmente). 
 Dentro dos eosinófilos há grânulos pré-formados como proteína básica principal, proteína catiônica 
eosinofílica e peroxidase eosinofilica. Essa peroxidase é responsável pela produção de ácido hipocloroso que 
tóxico para o microrganismos e para as nossas células também, e as outras duas são igualmente tóxicas para 
Helmintos e também para as nossas células. 
 Então, quando esse eosinófilo é ativado dentro de uma condição alérgica, ele vai causar lesão 
tecidual. Assim, pensando na asma, que é uma doença crônica, se terá a perpetuação dessas células, sendo 
estas ativadas indefinidamente. Por isso é preciso estar controlando com inibidores de leucotrienos. 
 Os eosinófilos vão estar liberando essa enzimas, e também vai estar perpetuando toda essa reação 
através das citocinas do perfil Th2. 
 
 
 RESUMINDO 
 
Reação de fase imediatíssima: Reação desencadeada 
pelos mediadores pré-formados que são as histaminas 
e proteases. Mais fácil ver numa rinite alérgica, reação 
alimentar (reação alimentar também pode ser grave). 
 
Reação de fase tardia: Tem-se todo um conjunto de 
citocinas atuando e recrutando células inflamatórias, 
perpetuando essa inflamação. Essa reação de fase 
tardia vai estar mais presente nas doenças crônicas. 
 
 
TESTES PARA ANÁLISE DA HIPERSENSIBILIDADE IMEDIATA 
 
Quando se tem uma alergia a alguma coisa que você não sabe muito bem o que é, os especialistas 
em alergia fazem testes alérgicos para verificar para qual alergeno o indivíduo tem alergia. Existem dois 
testes para analisar a hipersensibilidade imediata. 
 Um dos testes, o teste de cultura, consiste em: se coloca uma gota do alergeno que você está 
pesquisando, e como um dispositivo de plástico se faz uma leve pulsão no braço do paciente. Esse alergeno 
vai penetrar nas camadas da pele, e se ele encontrar com um mastócito sensibilizado, vai ter a formação de 
um halo e um eritema, indicando que houve a degranulação do mastócito e liberação de histamina. 
 Geralmente, no braço do paciente se coloca o alergeno, a histamina e um controle negativo (solução 
fisiológica). Caso o halo seja formado ele será medido e dependendo do tamanho se dá o diagnóstico. 
 O outro é o teste intradérmico, mais invasivo. É colocado na via subcutânea uma quantidade de 0,03 
mL do antígeno e se o mastócito tecidual estiver sensibilizado por IgE, ele vai ser degranulado e vai ser 
observado, do mesmo jeito da anterior, a formação de pápula e um halo eritematoso, sendo medido da 
mesma forma. Só se faz o intradérmico se o teste de cultura for negativo. 
Nesses casos a reação que se observa nesses testes é a reação “imediatíssima” que acontece de 10 a 
15 minutos, até uma hora no máximo, mas usualmente se espera 20 minutos. Vale destacar que a 
sensibilidade não é tão grande visto que muitas vezes pode dar um falso negativo por vários fatores (as 
vezes o paciente está tomando um antialérgico, a concentração do fármaco não é ideal...). 
 
TEORIA DA DESSENSIBILIZAÇÃO 
Com relação à Teoria da Dessensibilização, essa técnica consegue promover a diminuição da alergia. 
Se o individuo tem, por exemplo, alergia a um fármaco, é administrado doses crescentes desse fármaco, se 
conseguindo ao fim “driblar” a reação alérgica, uma vez que o organismo consegue tolerar. Na verdade, não 
se sabendo ao certo o mecanismo de ação pelo qual essa teoria funciona, o que se sabe é que ela funciona.
 Outro mecanismo que poderia se trabalhado, a fim de conter a alergia, seria a mudança de 
polarização da célula T, através de uma imunomodulação, uma vez que a polarização para determinado 
perfil é feita por citocinas. Entretanto na prática, propriamente dita, isso ainda não é aplicado. 
 
RESUMINDO 
Alguns exemplos de doenças alérgicas: renite alérgica, alergia 
alimentar e asma. Na asma, uma doença mais crônica, se terá uma 
hiperresponsividade das vias aéreas, broncoconstricção, inflamação. Ou 
seja, a asma é o outro extremo da hipersensibilidade, uma vez que 
enquanto a renite tende a ser mais leve, a asma vai ter toda uma 
perpetuação de resposta inflamatória. Ela é uma doença inflamatória 
crônica que vai ter todos esses mecanismos atuando e causando danos 
nos brônquios. 
 
 
Reações de hipersensibilidade do Tipo 2 
 Existe outro conjunto de doenças que se encaixam no tipo de hipersensibilidade do tipo 2. 
 Nesses casos, os anticorpos, principalmente IgG e IgM, vão ser dirigidos contra componentes dos 
tecidos (células ou até mesmo componentes do próximo tecido do hospedeiro), são portanto geralmente 
reações autoimunes. As doenças autoimunes são estranhas, porque de alguma forma em algum momento 
da vida da pessoa, houve uma quebra do limite da tolerância. Passou a ocorrer então a produção de auto-anticorpos contra componentes próprios. 
 Algumas vezes podem ocorre o mimetismo celular. Por exemplo, o individuo teve uma infecção por 
microrganismo e alguma molécula do próprio organismo é parecida com o antígeno do microrganismo, 
havendo assim a produção de anticorpo que vai ligar no antígeno próprio do individuo. 
 A hipersensibilidade do tipo 2 tem três principais mecanismos de lesão. 
 
MECANISMOS DE LESÃO/DANO 
 
1. Opsonização e Fagocitose 
Nesse primeiro mecanismo, ocorre a ligação do anticorpo à célula ou tecido, causando dano. Por algum 
motivo, houve a quebra da tolerância culminando na produção de auto-anticorpos contra componentes 
próprios. 
 Imagine que isso aqui a célula da figura ao lado seja 
uma célula própria que tem antígenos sendo reconhecidos 
pelos próprios anticorpos IgG do indivíduo. Esses anticorpos 
IgG vão ativar o complemento, culminando na liberação 
principalmente de C3b e C4d que vão atuar como 
opsoninas. Uma vez que os macrófagos têm receptores para 
essas opsoninas, haverá uma exarcebação da opsonização e 
da fagocitose dessa célula própria. Esse é o mecanismo 
básico de reações mediadas do tipo 2 em direção a células. 
 
Isso acontece geralmente com hemácias. 
Como exemplo clássico de hipersensibilidade do 
tipo 2 temos as anemias hemolíticas autoimunes, 
onde se terá reações de anticorpos se dirigindo 
contra os antígenos das hemácias que serão 
fagocitadas provocando consequentemente as 
anemias hemolíticas, uma condição grave. No caso 
das anemias hemolíticas, elas podem ter causa 
idiopáticas ou por condições neoplásicas. 
 Essas reações também ocorrem quando há problemas de transfusão de sangue por causa de 
antígenos ABO, uma vez que os anticorpos vão reconhecer os antígenos estranhos A ou B que o individuo 
não tem. Logo, o macrofago vai fagocitar e eliminar a célula. 
 
 Quando os anticorpos IgG se ligam aos eritrócitos, haverá uma 
mudança conformacional nas hemácias e elas se tornam esferócitos. Depois 
acontece ativação do complemento e essas hemácias vão ser depuradas pelo 
baço. Quando é a IgM quem se liga a hemácia não vira esferócito, mas também 
vai ser ativado complemento, culminado na depuração dessas células. 
 
 
 
 
 
 
 
Muitas vezes você tem reações hemolíticas induzidas por fármacos, são as Reações contra eritrócitos 
induzido por drogas. Isso é muito comum no uso da Penicilina. Tendo-se o fármaco/metabólito e um 
antígeno eritrocitário, a lise da hemácia pode se dá de três formas: 
 A) O fármaco se liga ao eritrócito e ficando aderido, ocorre a ativação complemento e a lise desses 
eritrócitos. 
 
 
 
 
 
 
B) O fármaco não está ligado ao eritrócito, ocorre a formação do complexo antígeno-anticorpo com o 
fármaco, ocorre a ativação do complemento e formação de C3b que se liga a esse complexo e também se 
liga no receptor CR1 da hemácia. Assim, como essa ligação antingeno-anticorpo e ativação ocorre muito 
próximo a hemácia, acaba havendo a lise dessa célula. Algumas hemácias vão participar do 
carreamento/depuração para o figado e para o baço e durante esse processo também pode acontecer lise, 
devido essa proximidade. 
 
 
 
C) Outro mecanismo é o quebra da autotolerância. O fármaco se liga aos antígeno da hemácia, alterando 
a conformação dessa proteína de superfície gerando neo-antígeno que não mais será reconhecido como 
próprio, e uma vez sendo reconhecido como estranho, o anticorpo que irá se ligar vai ativar o complemento, 
resultando na lise das hemácias. 
 
 
 
 
Resumindo: No primeiro caso temos a própria droga ligada a hemácia; no segundo temos a ligação da 
hemácia via C3b com complexo antígeno-anticorpo formado próximo a ela; e no último caso temos uma 
quebra de tolerância, em que o fármaco vai se ligar ao antígeno de superfície da hemácia, modificando-o em 
neo-antigeno e o tornando estranho ao organismo. 
 
 
 
 
Um outro caso de reações contra hemácias é a Doença Hemolítica do recém nascido ou 
Eritroblastose fetal. 
 Muitas mães são RH negativo, ou seja, em suas hemácias não se tem o antígeno D. Essas mães 
podem dar a luz a filhos que tem antígenos D em suas hemácias (filho Rh positivo) e isso é um problema. 
 Durante a gestação não há contato do sangue da mãe com o sangue do bebê, por causa do 
trofoblastos presente na estrutura da placenta que impede esse contanto. 
 Entretanto se a mãe for RH negativo e tiver um filho RH positivo, no momento do parto pode ser que 
a mãe entre em contato com o sangue do bebê, de modo que a mãe vai se sensibilizar com as hemácias 
contendo o antígeno D. Ou seja, células B ou outras APCs podem reconhecer o antígeno, processar e 
apresentar para linfócitos T, uma vez que o sistema imunológico da mãe reconhece o antígeno D como 
estranho. 
 Assim terá a ativação de células T, ativação de células B e produção de anticorpos IgM e 
principalmente de IgG, importante por atravessar a placenta. Esses anticorpos vão se ligar a hemácias do 
bebê que por ventura estejam livres na hora do parto, vão fagocitar eliminando-as e a mãe vai ficar com 
células B de memória para aquele antígeno. 
 Essas células B de memória, em uma 
gravidez subsequente poderão causar problema, 
caso o filho seja Rh positivo. Isso porque as células 
B de memória vão produzir anticorpos anti Rh D 
que vão atravessar a placenta e em entrar em 
contato com o bebê, via IgG. 
 Como resultado, o bebê Rh positivo terá 
anemia hemolítica, produzirá alta quantidade de 
produção de bilirrubina (por conta do metabolismo 
do grupo M) e essa bilirrubina é tóxica, podendo 
causar danos cerebrais para o bebê. 
 Para evitar tal problema, os médicos administram a vacina Rogan no momento do parto do primeiro 
filho. Nessa vacina há anticorpos anti-antígeno D que irão se ligar aos antígenos D da hemácia do bebê Rh 
positivo. Assim, haverá a depuração pelo sistema complemento antes que o sistema imunológico da mãe Rh 
negativo entre em contato com esses antígenos D. Ou seja, as células B ou outras APCs não vão ter acesso a 
esses antígenos, logo não serão ativadas e conseqüentemente as células B não vão desenvolver memória.
 Vale destacas que os anticorpos da vacina possuem maior avidez pelos antígenos D que as células B 
e outras APCs Essa vacina tem uma maior avidez. 
 Isso é uma forma de debelar o sistema imune da mãe. 
 Quando o bebê já é afetado, como tratamento é feito plasmaferese, é como se fosse uma transfusão 
de plasma, onde do plasma são retirado os anticorpos maléficos. 
 Conceituando melhor: a plasmaferese é um processo de remoção de elementos do plasma 
sanguíneo que possam ser responsáveis por algumas doenças. A indicação mais comum é para remoção de 
anticorpos e complexos autoimunes. 
 
 
 
 
 
2. Inflamação mediada por receptor Fc, complemento e neutrófilo 
 Esse é um mecanismo de dano muito semelhante ao outro. A diferença é que nesse segundo 
mecanismo teremos o tecido sendo lesionado, no primeiro 
mecanismo de opsonização e fagocitose vimos que é a 
célula a mais atingida. No caso, as células que nós mais 
demos atenção, sendo o “protótipo”, foram as hemácias. 
 Nesse mecanismo teremos a inflamação, mas o 
anticorpo não irá se ligar a célula, sim aos tecidos. No 
tecido teremos um antígeno que vai ser reconhecido como 
“não próprio”, provavelmente devido uma doença 
autoimune, e os anticorpos vão se ligar a esse antígeno, ativando o complemento e culminando na liberação 
de anafilotoxinas, que são quimiotáticas para leucócitos (principalmente neutrófilos e macrófagos). 
 Os neutrófilos serão as células efetoras causando a lesãotecidual nessas doenças, liberando 
elastase, catepsina G e outras envolvidas na lesão. Temos também as espécies reativas de oxigênio, de 
nitrogênio. A lesão estará ocorrendo de forma localizada. 
 Esses antígenos podem ser provenientes de uma doença autoimune. De alguma forma existem 
antígenos específicos em algum órgão que não está sendo reconhecido como próprio, e o organismo 
entende que isso deve ser eliminado. No entanto, sendo do próprio organismo, não conseguimos eliminar 
esse. Dessa forma, temos uma inflamação crônica que deve ser 
tratada com antiinflamatórios, muitas vezes por toda a vida.
 Um exemplo de doença desse tipo é a Síndrome de 
Goodpasture. Nessa situação, o organismo vai reconhecer como 
antígeno alvo uma proteína chamada “proteína não colagenosa 
NC1” presente na membrana basal dos glomérulos e alvéolos. 
 As doenças autoimunes podem ter causas genéticas, ou 
poder ser por conta de algum fator ambiental, alguma infecção, 
assim não se sabe ao certo a causa dessa quebra de tolerância, nas maiorias das vezes. O que se sabe é que 
de alguma forma esses antígenos passaram de próprios para “não próprios”. Alguns autores falam ainda que 
essa quebra pode ocorrer devido à ação de vírus ou de alguma bactéria que mudou a “cara” do antígeno, 
ocasionando a resposta do organismo contra aquele antígeno estranho. 
 No caso da Síndrome de Goodpasture não se tem o mecanismo conhecido, mas sabe-se que 
acontece uma inflamação na membrana basal do glomérulo, ocorrendo a ativação do complemento, o 
influxo de neutrófilos, macrófagos, e ocorre a liberação de mediadores que irão causar a doença. 
 Caso essa inflamação seja no glomérulo, temos uma nefrite (ocorre lesão glomerular, proteinúria). 
No caso dos alvéolos, teremos hemorragia pulmonar. Essas são as duas manifestações clínicas básicas dessa 
doença. Não há cura, o tratamento é controlar a inflamação crônica com antiinflamatórios. 
 Outra doença semelhante é a Febre Reumática. No entanto, essa doença é um exemplo de reação 
cruzada/mimetismo molecular, onde o paciente tem antígenos miocárdicos parecidos com o de 
microorganismos patogênicos. A pessoa tem uma infecção por Streptococcus e depois tem um problema 
chamado de febre reumática, porque ocorre uma reação 
cruzada, pois o antígeno do microorganismo é parecido com o 
antígeno presente no coração. Ocorre uma inflamação, 
ativação de macrófagos, podendo ocorrer uma miocardite. 
3. Mecanismos sem lesão celular e tecidual 
 
Nesse terceiro mecanismo de 
hipersensibilidade do tipo 2 não há lesão 
tecidual como no segundo mecanismo. 
 Na figura ao lado está esquematizado 
uma célula epitelial da tireóide. Essa célula 
recebe estímulos do TSH pela hipófise, 
secretando os hormônios tireoidianos (T3 E T4).
 O anticorpo vai se ligar ao receptor do 
TSH, imitando/mimetizando a ação do TSH, 
havendo a sinalização celular, fazendo com que 
a célula produza os hormônios. Assim, o anticorpo não vai causar lesão, ele vai causar alteração da função 
repercutindo na produção de quantidades excessivas deT3 E T4, causando hipertireoidismo, também 
conhecido como Doença de Graves. 
 
A Doença de Graves será essa condição em que 
teremos auto anticorpos dirigidos para receptores de 
TSH na célula epitelial da tireóide. Esse receptor vai ser 
”enganado”, havendo a estimulação desse receptor sem 
que haja o ligante apropriado que é o TSH. 
 
 
O anticorpo, imitando a ação do TSH, irá diminuir a 
produção do mesmo, pois irá acontecer um feedback 
negativo, ou seja, o organismo vai entender que não há 
necessidade de produzir TSH porque o nível de T3 e T4 já 
são suficientes. Dessa forma, ocorrerá uma estimulação 
crônica do receptor e produção de T3 e T4,devendo tratar 
esse hipertireoidismo. 
 Ou seja, nesse terceiro mecanismo de dano o 
anticorpo não irá causar doença por lesão tecidual, causará 
uma doença por alteração de uma função no receptor. 
 
 Outro exemplo de doença é a Miastenia grave. 
Nessa doença está envolvido o receptor de acetilcolina 
(Ach) da fenda sináptica da junção neuromuscular. 
 A acetilcolina que é liberada da fenda pré-
sináptica, por meio de vesículas, se ligará ao receptor 
nicotínico para promover a contração muscular. 
 Nessa doença existe a produção de anticorpos 
para esse receptor de Ach e no momento que esse 
anticorpo se liga ao receptor, ocorrerá um antagonismo 
competitivo com a acetilcolina, desfavorecendo a ligação Ach ao seu receptor. Logo se terá pouca Ach se 
ligando, produzindo pouca ou nenhuma contração muscular. 
Por conta disso, o paciente não terá uma contração 
muscular satisfatória, e logo ele irá sentir muita fraqueza 
muscular e cansaço. Essa fraqueza atinge, principalmente, 
os músculos respiratórios e do crânio. Existe uma 
característica marcante em pacientes com essa doença que 
é a ptose (termo médico para referir à queda 
da pálpebra superior). 
 O diagnóstico é feito, muitas vezes, aplicando-se um anticolinesterásico que vai inibir a enzima que 
degrada a Ach. Essa inibição vai elevar os níveis de Ach, melhorando o quadro do paciente, e permitindo o 
diagnostico da doença. Geralmente é utilizado a neostigmina e a fisostigmina. 
 Também são usados no tratamento imunossupressores para diminuir a produção de anticorpos, 
corticosteróides. É uma doença que não tem cura, a pessoa tem fraqueza muscular generalizada, paralisia e 
torna-se uma doença grave. 
 
 
Reações de hipersensibilidade do Tipo 3 
Essas doenças são também conhecidas como doenças por imunocomplexos. A semelhança entre a 
hipersensibilidade tipo 3 e a tipo 2 é que ambas são mediadas por anticorpos IgG e/ou IgM. A diferença 
básica é que na hipersensibilidade tipo 2 esse anticorpos estão dirigidos contra células e principalmente 
tecidos, e na hipersensibilidade tipo 3 se formam complexos imunes que são os responsáveis pela doença.
 Esses imunocomplexos podem ser maiores (mais fáceis de serem depurados) ou menores 
(depuração mais difícil e causam mais dano) e vão estar se depositando. A depuração ocorre no baço, pelas 
hemácias, pelo sistema retículo endotelial. 
 Geralmente esse distúrbio é causado por um antígeno próprio, em 
poucas situações temos antígenos estranho, ou seja, são doenças 
autoimunes em que se tem a produção de anticorpos IgG e/ou IgM contra 
antígenos do seu próprio organismo formando esses complexos imunes 
que vão causar lesão e doença. Esses imunocomplexos vão se depositar 
em locais estratégicos, geralmente ,nos glomérulos, nas articulações e nos 
vasos, afetando múltiplos tecidos, principalmente as articulações. 
 O protótipo dessa doença é o Lúpus eritematoso sistêmico. Nela há a produção de anticorpos contra 
DNA, histonas... sendo formados complexos imunes que se depositam e causam a sintomatologia dessa 
doença (artirite, glomerulonefrite e vasculite). Obs: Essa doença será tratada mais adiante. 
 Como já foi dito anteriormente, não se sabe a causa de formação desses anticorpos, mas a quebra 
da tolerância imunológica é a principal hipótese. 
 Normalmente, produzimos complexos imunes para debelar agentes infecciosos. Esses complexos são 
depurados da circulação via hemácia, via produtos do complemento. A ineficiência da depuração ocorre 
devido a um desequilíbrio, uma vez que os complexos imunes não estão sendo eliminados adequadamente. 
Outra hipótese é que a produção desses complexos está sendo superior 
a capacidade de depuração. Essas são duas possibilidades. 
 Acredita se que com esse desequilíbrio de produção excessiva 
de anticorpos frente a uma quantidade excessiva de antígenos, se terá 
uma depuração ineficiente e deposiçãodesses imunocomplexos 
causando doença. 
 Então, como são doenças autoimunes, você tem uma grande quantidade de antígenos, porque são 
antígenos próprios, uma vez que estão presentes no organismo. Por exemplo, tendo-se anticorpos anti-
histonas, e sabendo que no organismo inteiro se tem histonas, logo há uma grande quantidade de 
antígenos. Dessa forma, haverá uma grande formação de imunocomplexos quando a doença está ativa, 
causando inflamação generalizada. 
 A doença de hipersensibilidade tipo 3 começou a ser pesquisada no início do século XX. Naquela 
época, a difteria era tratada aplicando-se soro, se fazendo uma vacinação passiva. Isso era análogo ao que se 
faz no caso de picada de cobra (aplica-se um soro que contém anticorpos contra a toxina, para que a ação 
seja mais rápida e o organismo não precisa produzir os anticorpos). 
 Para a difteria, se aplicava a toxina diftérica no cavalo, obtinha-se o soro do animal que continham 
anticorpos anti-toxina e isso era aplicavado no paciente. Esse pesquisador, Clemens Pirquet (em 1911) 
observou que os pacientes que recebiam esse soro apresentavam alguns sintomas que não eram comuns: 
febre, muitas dores nas articulações e inflamação nos rins (glomerulonefrite). Ele começou a investigar e 
chamou essa doença de Doença do Soro. 
 A explicação para esses sintomas é que quando o indivíduo recebia o soro do animal, recebia junto 
também proteínas heterólogas (proteínas presentes em animais de diferentes espécies) presentes nesse 
soro. Essas proteínas são estranhas ao nosso corpo, e o organismo vai reconhecer essas proteínas 
heterólogas como antígenos, montar uma resposta, e os anticorpos vão ser produzidos contra esses 
antígenos, se tendo a formação de complexos imunes. 
 No gráfico ao lado podemos ver um linha 
representando a concentração de antígenos, no eixo das 
ordenadas temos os níveis do soro e nas abscissas o tempo 
em dias. 
 No dia Zero (momento que se aplica o antígeno) 
vemos altas concentrações do antígeno na circulação 
proveniente do soro do cavalo. Lá pelo sexto dia, haverá a 
formação de imunocomplexos uma vez que foram 
produzidos anticorpos contra esses antígenos. 
 Lá pelo oitavo dia vamos ter a formação de 
imunocomplexos, cujo o pico será entre os dias 10 e 11. É 
nesse pico que se terá o agravamento dos sintomas da doença, representada por lesões vasculares, 
glomerulonefrites e lesão nas articulações. Tudo isso por causa da deposição de imunocomplexos e da 
inflamação que irá ocorrer. 
 Lá pelo dia 14, teremos a diminuição dos imunocomplexos que serão depurados e haverá o 
anticorpo livre. A depuração ocorre porque o antígeno é finito, pois houve uma injeção desse soro e em um 
momento esse soro vai acabar. Não é como nas outra doenças em que há uma inflamação crônica causada 
por auto antígenos, assim sendo a Doença do Soro é autolimitada pois o soro(antígenos) acabam. 
Todas as doenças de hipersensibilidade do tipo III são chamadas Doenças do Soro-Like. 
 
 
 
 
Relembrando um pouco sobre a remoção de imunocomplexos pelas hemácias: 
Os complexos imunes antígeno-anticorpo irão se 
aglomerar e com a ativação do Complemento ocorrerá a 
deposição de C3b. Uma vez que as hemácias possuem 
receptor CR1 para C3b, esses complexos ficaram ligados a 
elas e serão carregadas para o fígado e o baço. 
 Nesses locais se encontram macrófagos com 
receptores de grande afinidade para porção Fc das 
imunoglobulinas presente nos complexos, que assim 
removem esses imunocomplexos. 
 Nas doenças autoimunes acredita-se que há 
alguma deficiência. No caso do Lúpus, por exemplo, já foi 
comprovado que alguns pacientes têm menores 
quantidades de C2 e C4. 
 Não tendo C2 e C4 (componentes iniciais da via 
clássica) haverá a diminuição da produção C3b, 
prejudicando a ativação pela via clássica e diminuindo a depuração dos imunocomplexos. Ou seja, os 
antígenos estando em excesso já é um problema, e o fato de não se conseguir depurá-los por conta da 
diminuição de C3b, também já é outro problema. 
 A figura ao lado mostra, em resumo, o 
mecanismo de dano. Há complexos imunes que vão se 
depositar no vaso, ativando do complemento, e 
promovendo o recrutamento de células inflamatórias, 
causando dano tecidual. 
 Não esquecer que na hipersensibilidade tipo 
2, o antígeno é fixo no tecido (como ocorre na 
Síndrome de Goodpasture> o antígeno vai está ou no 
pulmão ou no glomérulo). Já na hipersensibilidade 
tipo 3, os imunocomplexos vão migrar pelos vasos e estando na circulação passam pelas articulações e rins. 
A migração e circulação desses complexos é uma característica da fisiopatologia dessa doença. 
No indivíduo que tem Lúpus eritematoso 
sistêmico (doença muito comentado, pois é uma 
doença modelo) ocorre o acometimento de vários 
órgãos. Os complexos podem afetar não só rins e 
articulações. Afetam também pulmão e cérebro 
causando inflamação nesses locais, podendo gerar 
uma situação mais grave ou não dependendo de cada 
situação. 
 Os antígenos podem ser tanto de DNA, 
histonas, ribonucleoproteínas, antígenos nucleares, antígenos das hemácias, antígenos de plaquetas 
(causando a anemia hemolítica, trombocitopenia). 
 Vale destacar que a característica principal é que a partir do momento que o anticorpo se liga, 
formando imunocomplexos, estes irão migrar pelo organismo se depositando e causando lesões. 
O Lúpus é uma doença multifatorial existindo mecanismos genéticos associados. Já se sabe que 
indivíduos que tem o HLA-DR2 e HLA-DR3 (antígenos de histocompatibilidade humano) tem mais 
susceptibilidade a ter lúpus, sendo o sexo feminino o mais afetado (em uma proporção de 10 para 1) e 
alguns fatores ambientais podem estar envolvidos no início do desenvolvimento da doença (como a luz 
ultravioleta). Acredita-se que pode ter um início por conta de infecções, mas não está provado esse 
desencadeamento do lúpus por conta de infecções. 
 Então, há uma quebra da tolerância onde as células B e células T, por algum momento, irão 
reconhecer os antígenos como estranhos desencadeando uma doença autoimune. 
 Existe uma hipótese que diz que alguns antígenos do nosso organismo estão muito “escondidos” 
(por exemplo dentro de um tecido, não sendo expostos para o sistema imune), mas por conta de algum 
trauma, alguma infecção ou por necrose de céluas, esses antígenos (que não deveriam ser expostos , como 
DNA, nucleossoma, histonas) passar a ser expostos culminando na doença autoimune. Isso tudo é uma 
teoria, mas o que se sabe é que as células T e células B irão se tornar auto reativas e irão causar a doença.
 Vale dizer também que a questão da deficiência do complemento também é importante como fator 
desencadeante. 
 A doença é tratada com imunossupressores. Existem pessoas que conseguem ser tratadas apenas 
com doses baixas de corticoides, mas isso não acontece em pessoas com nefrites. Existem 4 tipos de nefrites 
para lúpus chamada de nefrite lúpica, sendo a 4 a mais grave. Essas pessoas, nos casos mais graves, perdem 
totalmente a função renal e têm que fazer hemodiálise. 
 Lúpus é uma doença que pode comprometer muito a qualidade de vida de uma pessoa, dependendo 
da gravidade. Nessa doença pode ocorre o acomentimento do SNC, causar hemorragias (por conta das 
anemias hemolíticas) e por vezes morte. 
 Com relação às evidências “físicas” que caracterizam o lúpus, quando a doença está em atividade 
ocorre a queda capilar gerando uma alopecia muito profunda (geralmente isso ocorre só uma vez, mas pode 
ser recorrente). 
 Quando o individuo faz uso de corticoides (análogo do cortisol– produzido pela supra-renal), esses 
medicamentos causam a retenção de líquidos, causar hiperglicemia, hipertensão, eles aumentam o 
catabolismo em detrimento do anabolismo culminando na síntese proteica diminuída e repercutindo numa 
demora do processo de cicatrização. A pele é bem fina, e o individuo pode ter também vasculite na ponta 
dos dedos (Fenômeno de Raynaud – principalmente nas extremidades). Além disso, o indivíduo fica com 
aparência da síndrome de Cushing (rosto de lua cheia). 
Outro exemplo de hipersensibilidade tipo 3 é a Glomerulonefrite pós-estreptocócica. Nessa doença 
(por mecanismos que ainda não são bem esclarecidos) quando o indivíduo tem uma infecção por 
estreptococos β-hemolíticos do tipo A, ele primeiro 
desenvolve a infecção e depois desenvolvem a 
glomerulonefrite, porque os antígenos desses 
microorganismos irão se depositar nos rins. 
 O próprio mecanismo da doença ainda não está 
bem esclarecido, mas sabe-se que o antígeno do 
microrganismo vai para os rins causando a 
glomerulonefrite e os complexos imunes encontram-se 
nesses órgãos. Os complexos podem migrar, mas ficam essencialmente nos rins. 
 Resumindo: Os antígenos da parede celular dos estreptococos se depositam na membrana basal 
glomerular (antígeno-alvo). Essa doença é autolimitante, o indivíduo fica cerca de 1 mês a 2 meses com esse 
problema e depois é resolvido por si só. 
Reações de hipersensibilidade do Tipo 4 ou Doenças mediadas por célula T 
As doenças mediadas por células T vão diferir de todas as outras 3 reações de hipersensibilidade 
porque é a única que será mediada exclusivamente por células (células T e citocinas). Todas as outras são 
por anticorpos (Tipo 1> IgE, Tipo 2 e 3> IgG e IgM). 
 A maioria dessas doenças são autoimunes, mas não 
todas, e o mecanismo de lesão dessas doenças ocorrerá por 
conta de uma inflamação mediada por citocinas, ocorrendo 
ativação de células T dos três perfis: Th1, Th2 e Th17. 
 A natureza do antígero será de três tipo: 
Autoantigenos, antígenos estranhos ou microorganismo. 
Esses antígenos proteicos estranhos são inócuos (como o 
látex, por exemplo) podendo causar uma reação do tipo 4. 
Microrganismo também podem causar doença de hipersensibilidade por causa da resistência ao serem 
debelados gerando reações de hipersensibilidade. 
 Doenças/inflamações mediadas por citocinas irão 
ocorrer principalmente pelo perfil Th1 e Th17, e essa 
ativação de células T resultará na secreção de citocinas de 
cada perfil causando lesão tecidual, dando origem a 
doenças autoimunes e também a hipersensibilidade tardia. 
 Temos exemplo de doenças causada apenas por 
Th1 e apenas por Th17, mas geralmente os dois perfis atuam na mesma doença. Na sua maioria, as doenças 
serão autoimunes e teremos uma condição específica chamada de hipersensibilidade tardia. 
 Classificando quanto a origem/natureza do antígeno: Caso as reações mediadas por células T sejam 
doenças autoimunes (onde as células T são ativadas contra componentes próprios devido a quebra da 
tolerância) teremos a natureza do antígeno como sendo autoantígeno. Se for hipersensibilidade tardia 
teremos a natureza do antígeno como sendo antígeno protéico estranho ou microrganismos. 
 Lembre-se que na hipersensibilidade do tipo 1 o indivíduo é hipersensível a alguma coisa, onde de 
alguma forma ele tem uma resposta exacerbada a algo que não deveria ter. Essa resposta ou é contra algo 
inócuo ou é a um microrganismo (que não consegue ser eliminado e causa mais dano ao hospedeiro). 
 Então, hipersensibilidade é um dano ao tecido/célula do próprio organismo, por conta de uma 
resposta exacerbada, diante de algo inócuo ou de um microorganismo resistente (geralmente é a 
Mycobacterium tuberculosis que causa essa reação). 
 
FUNÇÃO Th1 
INF-γ, IL-12 ativam esse perfil. A principal função de Th1 
é estimular macrófago para que eles possam fagocitar e ter uma 
maior eficiência na sua fagocitose e eliminação do patógeno. 
Além de inibir Th2. 
 
 
FUNÇÃO TH17 
Esse perfil é estimulado principalmente pelas citocinas Il-6, 
IL-1 e IL-23. Produz principalmente IL-17 (é um grande quimiotático 
e grande ativador de neutrófilo), IL-21 e IL-22. 
 A função primordial do Th17 é atuar contra bactérias e 
fungos, mas na hipersensibilidade ele vai atuar causando a doença, 
sendo quimiotático para neutrófilo que terão uma função na 
doença de lesão tecidual por mecanismo já conhecidos (o próprio 
neutrófilo vai liberar seus produtos no meio, ocasionando a lesão). 
RESUMO DOS PERFIS 
No caso da inflamação mediada por esses perfis, 
teremos essas citocinas atuando e teremos principalmente 
ativação de macrófagos e neutrófilos causando lesão pelos 
mecanismos já conhecidos. 
 OBS: A IL-10 é produzida pelo perfil Th1 para apresentar 
um feedback negativo, sendo responsável pelos mecanismos 
antinflamatórios. Ela não ativa macrófagos. 
 Então, a lesão tecidual se dá por conta dessas células 
efetoras (macrófagos e neutrófilos). 
 
 
DOENÇAS 
Existe uma doença chamada de Artrite Reumatoide. É uma doença inflamatória das articulações (das 
extremidades), acometendo principalmente os punhos, as mãos, os dedos, os joelhos, os ombros e está 
relacionada a uma ativação de células (Th1 e TH17). 
Existe um aminoácido chamado de arginina. Durante a doença, em situações de estresse e 
inflamação, essa arginina é convertida enzimaticamente em citrulina, outro aminoácido. Já foi verificado, 
através de experimentos, que essa citrulina está 
envolvida como alvo para a ação dos anticorpos. Não 
se sabe exatamente o porquê e qual a razão disso, 
mas já foi visto que proteínas citrulinadas estão 
envolvidas nesse processo (como alvo para a ação dos 
anticorpos). 
 Os livros e artigos mostram que, por algum 
motivo, fatores ambientais (estresse, infecções) 
podem estar citrulinando as proteínas (ou seja, 
arginina sendo convertida em citrulina) tornando-se um alvo para que essa doença comece a acontecer.
 O outro alvo seria o colágeno (acredita-se também que os anticorpos tenham o colágeno como alvo). 
Ocorre a ativação de células T (Th1 e TH17) e as citocinas produzidas por essas células irão fazer com 
que as células sinoviais produzam colagenase, que irão degradar o próprio colágeno da articulação do 
paciente. Outra coisa que acontece (por conta da ação inflamatória pela liberação de citocinas) é a ativação 
dos osteoclastos por conta dessas citocinas, estando envolvidos também na destruição do osso. 
 Então teremos uma mistura de citocinas de Th1 e Th17, teremos INF-γ, ativação de macrófago, 
ativação de neutrófilo, destruição da cartilagem, uma série de danos na cartilagem do indivíduo, resultando 
inclusive em deformidades. 
 Outra coisa interessante é que existem alguns anticorpos presentes no soro do paciente que são 
conhecidos como fator reumatoide. Não se sabe exatamente qual o mecanismo de atuação, mas acredita-se 
que ele se liga a porção Fc. O fator reumatoide é uma IgG que irá se ligar a porção Fc de outra IgG e IgM, 
culminando na inflamação através da formação desses complexos imunes e da ativação do complemento. 
Mas o mecanismo exato pelo qual o fator reumatoide causa a doença não é conhecido. 
 Existem tratamentos mais recentes para atrite reumatoide que são com os imunobiológicos. Esses 
imunobiológicos são anticorpos produzidos especificamente, em laboratórios, para alguns componentes 
próprios do individuo. Por exemplo, se produzem anticorpos anti IL-6, anti IL-1 para neutralizar esses 
anticorpos para que eles causem menos danos e exerçam menos as suas funções. Os mais comumente 
usados no tratamento são medicamentos que modificam adoença na tentativa de conter a inflamação 
(metotrexato, azatioprina, predinisolona, corticosteroides...). 
 
Existe outro exemplo de doença causada por ativação 
de célula T, que é a Esclerose Múltipla. Já se sabe que o 
antígeno alvo nessa doença é o antígeno proteico presente na 
mielina (proteína básica da mielina). Ocorre da mesma 
forma: células T são ativadas contra essa proteína, vai haver 
uma destruição da mielina acarretando em defeitos na 
condução nervosa. Assim, o paciente vai ter problemas 
neurológicos na esclerose múltipla. 
Outro exemplo de doença auto imune causada por 
ativação de células T é a Diabetes mellitus tipo 1. Nela o alvo 
são antígenos de células beta pancreáticas. 
 Essa doença acomete geralmente pessoas jovens, em 
que se tem uma destruição celular por células T citotóxicas e as 
TCD 4+. Há também a presença de auto-anticorpos. Nessa 
doença também vão ter as células TCD4+: Th1 e Th17, e haverá 
uma destruição das células beta pancreáticas e provavelmente 
o paciente não irá conseguir produzir insulina. 
 
A Hipersensibilidade Tardia, ela é conhecida assim, pois na maioria das vezes é uma 
hipersensibilidade causada por antígenos que são ambientais ou são microrganismos. 
 Os antígenos ambientais são no caso, o látex (Ex: borracha, chinelos), os metais (ex: níquel de 
colares, brincos), as substâncias inócuas. Essas substâncias, em algumas pessoas, causam ativação de células 
T e geram uma resposta por células T, seja Th1 ou Th17 e causam lesão tecidual, podendo gerar uma 
descamação na pele por conta de células T. 
 No caso da descamação da pele, a doença se chama dermatite de contato. Mas não existe apenas a 
dermatite de contato, se um paciente que é alérgico a um determinado medicamento, ingerir esse 
medicamento, também pode haver ativação de linfócitos T causando hipersensibilidade tardia, seja por via 
oral, injetável ou parenteral. 
 Destacando sempre que uma das características dessas doenças é que elas são medidas por 
linfócitos T e normalmente, os sintomas aparecem cerca de 48h depois. 
 Existem pessoas que tomam medicamento e às vezes apresentam exantemas (placas eritematosas 
na pele), popularmente conhecidas como pápulas. Essas pápulas são mediadas por células TCD4, liberação 
de citocinas, inflamação e ações mediadas por macrófagos que vão estar causando essas reações visíveis na 
pele. Geralmente quando a reação é mediada por TCD8 (ação citotóxica: granzimas e perforinas), essas 
reações cutâneas podem ser mais graves, evoluindo para lesões bolhosas. Ou seja, o que vai dizer se será um 
simples exantema ou uma lesão bolhosa é o tipo de célula envolvida. 
 Os dois principais fármacos que causam alergia são os anti-inflamatórios não esteroidais e os 
antibióticos. 
 Além da hipersensibilidade tardia causada por substâncias inócuas do ambiente ou fármacos, existe 
aquela causada por microrganismos persistentes. O exemplo é uma reação do tipo Th1 em que há uma ação 
contra microrganismos, principalmente intravesiculares como o bacilo Mycobacterium tuberculosis, por 
exemplo. Esse bacilo é resistente à fagocitose. Assim sendo, para conter uma infecção contra esse bacilo o 
organismo promove a formação dos granulomas. 
 A formação dos granulomas é 
basicamente por atuação do perfil Th1. Há a 
liberação de interferon gama (que ativa 
macrófago) e TNF que vão estar recrutando 
leucócitos para o local. Os macrófagos que 
fagocitaram o microrganismo vão ficar no 
centro e vão aumentar de tamanho, uma 
vez que estarão produzindo, em maior 
quantidade, espécies reativas de oxigênio e 
os seus lisossomos estarão produzindo 
ainda mais enzimas. Esses macrófagos vão ser chamados de células epitelioides. Outra característica é 
que os macrófagos vão sofrer fusão uns com os outros, sendo chamados de células gigantes multinucleadas. 
A estrutura circular característica do granuloma possui esse aspecto em virtude da presença de 
vários macrófagos, linfócitos, neutrófilos, células gigantes e fibroblastos. 
 A necrose resultante dos produtos dos macrófagos se chama necrose caseosa. 
 A formação do granuloma é um exemplo de hipersensibilidade crônica. Isso porque o organismo está 
resistindo ao microrganismo, está conseguindo contê-lo, mas não está conseguindo debelá-lo/eliminá-lo. 
 Um problema é que no local de formação desses granulomas (locais em que têm a ativação dos 
macrófagos) haverá necroses e também a fibrose do tecido. Inclusive, uma das características das pessoas 
que têm tuberculose é que elas têm esses pontos de necrose e fibrose nos pulmões (possíveis de serem 
visualizadas em radiografia). 
 Vale destacar que pacientes com o HIV terão os granulomas desfeitos, permitindo que 
microrganismo tenha total acesso ao organismo, matando mais rapidamente a pessoa, uma vez que não 
haverá a formação do granuloma. 
 
 
 
 
 
 
 
Existe uma forma de saber se o paciente esteve ou está 
infectado com o M. tuberculosis. Isso é através do teste de PPD. Esse 
teste de PPD (Derivado Proteico Purificado) é um desafio antigênico 
em que eles injetam (injeção intradérmica) o antígeno purificado do 
microrganismo e se observa a formação de uma pápula ou uma 
“induração” no local cerca de 24 a 48h depois. 
 Deseja-se apenas observar se haverá uma resposta por célula 
T, ou seja, se o paciente tem células T específicas para aquele 
antígeno. Se ele tiver células T de memória, aquelas células T vão ser 
ativadas, vai haver a produção de citocinas, o recrutamento de 
células inflamatórias e extravasamento de fibrinogênio que se 
transforma em fibrina e causa a “induração” e isso é medido. 
 No caso dos pacientes que tomam biológicos (Ex: anti-TNF) é 
necessário fazer previamente o PPD e também 6 meses de isoniazida 
profilática. Isso porque um dos efeitos colaterais do uso desses 
biológicos é a suscetibilidade à infecções, uma vez que se estará 
inibindo as citocinas. Assim, uma pessoa que tem Tuberculose 
latente, poderá vir a desenvolver com o uso dessa medicação. 
 
 
Resumindo: 
A hipersensibilidade tardia se dá pela sinalização 
prolongada das citocinas levando a uma inflamação 
crônica, com a formação do granuloma e 
consequentemente a fibrose do tecido. 
 
 
 
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