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TRANSCRIÇÃO DE IMUNOLOGIA BÁSICA AULA 13 E 14 – (21/05) Reações de Hipersensibilidade Conceitos Distúrbio de hipersensibilidade é quando o sistema imune reage de forma exacerbada e isso pode vir a causar alguma doença. Nosso sistema imune está preparado para reagir a infecções com as respostas inata e adaptativa, mas algumas pessoas estão susceptíveis a uma lesão tecidual por conta de sua própria resposta imunológica, ou seja, por conta dessa resposta o indivíduo vai ter uma doença, portanto aquilo que era para está protegendo, está na verdade contribuindo para causar uma doença. Resumindo: na hipersensibilidade o indivíduo vai ter uma sensibilidade aumentada (exacerbada) que vai gerar uma lesão tecidual. Essa lesão ocorre nos próprios órgãos e células e irão resultar em doenças. Conceituando melhor: A hipersensibilidade são respostas inadequadas direcionadas ao tecido e células do hospedeiro. A natureza do antígeno causador das reações de hipersensibilidade podem ser os microrganismos, antígenos do próprio hospedeiro e as substâncias que não deveriam estar causando este tipo de reação. A condição em que o a natureza do antígeno é o microrganismo ocorre quando ele é resistente e o sistema imune se esforça para debelá-lo e assim acaba causando lesão no próprio tecido do hospedeiro. Na condição em que a natureza são os antígenos próprios, tem-se a quebra de tolerância. A tolerância central é a maturação das células T no timo de modo que aquelas células que reagem com antígenos próprios morrem e aquelas que não reagem são selecionadas. Tendo-se problema (quebra) desse mecanismo, as células T e B autoreativas vão para a circulação gerando doenças autoimunes resultando na hipersensibilidade por autoimunidade. A terceira condição é quando a natureza do antígeno são aquelas substâncias que não deveriam causar reações, mas está causando. É a chamada atopia. Atopia é uma condição em que alguns indivíduos produzem IgE em quantidade elevadas frente a alergenos comuns do ambiente. Os alergenos são aquelas substâncias capazes de desencadear uma resposta por IgE. Exemplificando: Pessoas com renite alérgica produzem IgE em quantidade elevados frente a alguns tipos de alergenos, como por exemplo pólen, pêlo, ácaros. No caso, esses alergenos de animais contêm proteases ou proteínas. A natureza desses antígenos são proteínas capazes de ativar células T e B e vão induzir a produção de IgE em quantidades elevadas, o que vai desencadear uma resposta chamada de atopica. Tipos de Hipersensibilidade Existem 4 tipos de hipersensibilidade. A autoimunidade é vista no tipo 2, tipo 3 e tipo 4 e respostas excessivas à infecções existe principalmente no tipo 4. A hipersensibilidade tipo 1 é mediada por IgE, a tipo 2 e 3 são mediadas por anticorpos IgM e IgG, e tipo 4 mediada por linfócitos. Reações de hipersensibilidade do Tipo 1 ou Reação Imediata Na hipersensibilidade mediada pelo Tipo 1 o antígeno é aquele do ambiente que deveria ser inócuo (na verdade, ele é inócuo para a maioria das pessoas), mas algumas pessoas por suscetibilidade genética produzem quantidade elevadas de IgE frente a doses do antígeno, e para essas pessoas esse antígeno é atopico. Na pessoa normal tem-se 1µg/ml de IgE, enquanto que nas pessoas alérgicas a quantidade é de 1000 µg/ml. Ou seja, a IgE sobe em quantidades elevadas no soro. Quem é atopico vive com quantidades elevadas de IgE no soro. O perfil Th2 é a “assinatura” da resposta pelo perfil de hipersensibilidade tipo 1. As citocinas que são liberadas pelo Th2 e que vão atuar na resposta são IL-4, IL-5 e IL-3. Na hipersensibilidade imediata a pessoa vai se expor ao alergeno, vai haver a polarização para Th2, vai ter a produção da citocina IL-4 que será a predominante/principal e quem vai permitir a troca da cadeia pesada da imunoglubulina para IgE. A IL-4 inibe o Th1 e direciona para a resposta de Th2. Alegenos são geralmente proteínas ou substâncias químicas ligadas a proteínas, têm baixo peso molecular. Quando algumas substâncias de baixo peso molecular, como os fármacos, entram no organismo irão se ligar as proteinas, ou seja será necessário a participação do hapteno carreador. Ou seja, sendo a substância muito pequena será preciso a ligação com proteínas do próprio organismo para induzir uma resposta de células T. Geralmente os alergenos tem alta solubilidade, são estáveis (são substâncias que ao serem ingeridas e inaladas conseguem passam por todos os fluidos, sendo absorvidas e encontradas pelas células dendriticas que estão abaixo dos epitélios). Ativam Th2. Lembrar que as células dendriticas estão abaixo do epitélio, no tecido conjuntivo, e ficam fazendo uma “ronda” procurando por antígenos. Uma alergia verdadeira é mediada por mecanismos imunológicos. No caso, os mastocitos são ativados pela IgE ou não: quando não é por IgE temos a não alergia e quando é ativado por IgE temos uma alergia. As células efetoras da hipersensibilidade imediata são os mastocitos, os basófilos e os eosinofilos. MASTÓCITOS Os mastócitos são células derivadas dos progenitores da medula óssea. Eles não ficam no sangue e amadurecem nos tecidos, residindo no tecido conjuntivo e estão muito envolvidos na resposta inflamatória e principalmente com o perfil Th2. A vida útil deles são de semanas à meses e possuem altos níveis de receptores FcεRI para IgE. Esse receptor tem alta afinidade por IgE. Quando o indivíduo tem alergia ao pólen ele tem uma pré-disposição a produzir IgE em grandes quantidades. Uma vez que o indivíduo se expõe ao antígeno (o pólen), esse pólen vai entrar pelas vias respiratórias, vai alcançar o endotélio e vai encontrar as células dendriticas que geralmente emitem pseudópodes e capturam o antígeno. As células dendríticas vão então processar o antigeno e apresentar via MHC classe II para as células T virgens (repouso) e estas irão se diferenciar para Th2 por conta do microambiente e das citocinas liberadas. A liberação de IL-12 e de interferon gama, que direcionam para o perfil Th1, ocorre quando a natureza do antígeno é um microorganismo. Nesses casos, os padrões moleculares associados aos patógenos (padrões do microrganismo) vão ativar os macrofogos causando inflamação e induzindo a liberação de IL-12 pelos macrofogos, e vão ativar as NK que passaram a liberar o interferon gama que por sua vez vai ativar os macrófagos, mantendo o microambiente para a ativação do Th1. Como o pólen não é um microrganismo, uma vez que é algo que deveria ser inoculo, não haverá a inflamação e nem a liberação dessas citocinas. Como regra geral tem-se que: alergenos em baixas quantidades e que não induzem inflamação e nem indução de citocinas (IL-12 e interferon gama) fazem a polarização para Th2, mesmo sem a estimulação de moléculas co-estimulatorias (B7 e CD28). Isso porque, usualmente a estimulação propriamente dita para esse perfil seria a partir da presença de helmintos. No caso mencionado, temos alergenos e não vermes. Th2 produz IL-4 e IL-2, se proliferar e faz expansão clonal, e posteriormente vai interagir com as células B uma vez que estas possuem CD40, e a célula T tem o CD40 ligante. O linfócito B irá ter uma sinalização celular culminando em uma recombinação de troca da cadeia pesada para IgE. O individuo vai produzir grandes quantidades de IgE que vai se ligar com os mastócitos que vai sensibilizá-los(fase de sensibilização). Assim, uma vez sensibilizado, quando houver outro contato com o alergeno, o mastócito vai degranular (fase de efetuação da resposta ou da provocação).Quando o antígeno encontra pelos menos duas IgE próximas ligada, tem-se essa ligação cruzada e se inicia toda uma cascata de sinalização celular, que tem três principais objetivos: 1. Sinais para ativação de genes de citocinas: o mastócito vai produzir citocinas. 2. Fosfolipideos de membrana que vão ser metabolizados: as vias da cicloxigenases e lipoxigenases a partir do acido araquidônico vão ser desencadeadas. 3. Degranulação do mastócito: essa célula possui vesículas que vão estar funcionalizadas a partir de uma cascata de sinais. Mediadores pré-formados é tudo que se tem antes do mastócito degranular, formando o conteúdo das vesículas. Esses mediadores pré-formados são histaminas e proteases. As vesículas são formadas pela por uma rede de proteoglicanos (sulfato de condroitina e heparina) que evitam/protegem a célula de ser digerida pelas proteases que estão nas vesículas. Os mediadores pré-formados são os responsáveis pela reação imediata. Tudo que é produzido depois da ativação é chamado de mediadores neoformados que são os fosfolipídios de membranas (que vão da origem a as prostaglandinas e os leucotrienos) e as citocinas que precisarão de sinalização para serem ativas e liberadas pelos mastócito. Fatores quimiotáticos para neutrófilos e eosinófilos também fazem parte. Quando o mastócito degranula existe uma reação chamada de imediata. Depois que os mediadores neo- formados são formados existe uma reação chamada reação de fase tardia. Essas duas fases (a imediata/“imediatissima” e a tardia) estão dentro da reação imediata ou reação tipo 1. A fase imediata (“imediatissima”) é consequência da ação da histamina (amina vasoativa) que causa a dilatação/inflamação, aumentando a permeabilidade vascular, fazendo a vasoconstrição das células endotélio que vão alargar permitindo a passagem das células (neutrófilos e macrófagos) por meio dessa facilitação da diapedese/rolamento mediada por histamina. Com esses processos, se terá ainda o extravasamento de líquidos do vaso para o tecido causando edema. Ou seja, os mastócitos vão causar toda essa reação inicial de inflamação, e são os mediadores recém formados ou neoformados quem vão perpetuar posteriormente essa inflamação (fase tardia). Vale destacar que os mastócitos podem ser ativados por outras substâncias, que não IgE, sendo caracterizada a reação anafilactóide (termo mais em desuso) ou reação não alérgica. Isso porque, diferentemente dessa situação, a alergia é desencadeada por mecanismos imunológicos. Assim, há pessoas que tem os mastócitos ativados/degranulados por fatores físicos, químicos, por fármacos (ex: codeína, morfina). Além disso, as anafilotoxinas do sistema complemento também podem degranular mastócitos para auxiliar na inflamação. De qualquer forma, essas situações não se caracterizam como uma reação verdadeiramente alérgica. BASÓFILOS Os basófilos vão ter uma função parecida com os mastócitos na hipersensibilidade do tipo 1, porque eles possuem os mesmos mediadores, contendo vesículas de histamina, e vão liberar as aminas biogênicas, mediadores lipídicos e as citocinas da mesma forma que os mastócitos. Só que os basófilos liberam em uma quantidade bem menor. Por isso que os mastócitos tem uma importância bem maior. MEDIADORES Mediadores neoformados> mediadores lipídicos e citocinas Mediadores pré-formados > enzimas (proteases) e aminas Histamina (aminas biogênicas) É importante lembrar que a histamina tem curta duração, então se o individuo tiver uma reação mediada por IgE, um inchaço, urticária, em poucas horas ele volta ao normal. Ou seja, digamos que apresentam uma curta duração comparado a outros tipos de doenças que vão ser falados a seguir, que também são da hipersensibilidade tipo 1, mas que demoram mais. Pode-se ter uma reação mediada por histamina, que vai ser rápida, tendo também a produção de mediadores lipídicos e citocínas que ainda vão ser formados, mas estes estarão em poucas quantidades, tendo-se portanto uma reação mediada mais por histamina. Ou seja, existem doenças, reações de hipersensibilidade a um ácaro por exemplo, que vão ser rápidas/agudas, enquanto que existem outras que podem ter uma reação mais crônica >>> Ex: rinite alérgica X asma. Assim, em uma asma crônica se tem a ação da histamina e de todos os outros mediadores por vários meses ou anos. Logo, a hipersensibilidade do tipo 1 pode ser uma coisa mais breve (uma alergia super-rápida), e pode ser uma doença crônica (asma) por conta do mesmo mecanismo, o que vai diferenciar é como a fase imediata e a tardia vão atuar >>> Se eu vou ter uma reação de fase tardia forte ou não, se eu vou ter outros fatores de doenças associados ou não (no caso da asma há todo um processo inflamatório bem mais complicado). A ação da histamina no endotélio causa o aumento da permeabilidade vascular, a vasodilatação via oxido nítrico e prostaciclinas, e contração muscular. Nas vias aéreas superiores e inferiores, a pessoas pode ter tosse, as vezes pode afetar os olhos causando sinusite (Lembrem que o edema de olhos e lábios está relacionado ao aumento da permeabilidade vascular e extravasamento de líquido). Salientando que essa reação é a que chamamos tipo 1 mediada por histamina. Pode até haver a fase tardia com a liberação dos outros mediadores, mas isso vai depender de pessoa pra pessoa: uns podem ter uma reação mais forte e outras não. Nos brônquios pode ter uma leve constrição, causando broncoespasmos com dificuldade de respirar. Algumas pessoas que tem alergia alimentar ou a alguma outra coisa desenvolvem dor de barriga, diarreia, vômito. Isso ocorre porque os mastócitos também estão presentes na mucosa do TGI, onde eles vão estar liberando os mediadores. OBS: A manifestação clinica vai depender do local/sítio onde o mastócito está sendo ativado, ou seja por qual via o alergeno está acessando. Se o alergeno é inalado, ele vai entrar em contato com os epitélios e os mastócitos do tecido conjuntivo abaixo da mucosa do tecido respiratório. Esses mastócitos do tecido conjuntivo são ricos em histamina, o que vai repercutir nas respostas/reações respiratórias como broncoespasmos, asma e rinite. Pode acontecer também do alergeno entrar pela pele tendo o contato com os mastócitos que estão na pele e isso irá causar urticária. Se o alergeno é injetado via parenteral, ele pode ativar mastócito em todo o corpo, e a pessoa ter uma reação que é chamada de anafilaxia. A Anafilaxia será o ápice dessas reações de hipersensibilidade do tipo 1, onde se terá mastócitos em todos os tecidos sendo desgranulados, originando uma vasodilatação generalizada, queda na pressão arterial, diminuição do débito cardíaco, hipotensão, choque, podendo levar à hipóxia e a pessoa pode morrer. Uma das formas de reverter a anafilaxia é o uso de epinefrina, para poder conter essa vasodilatação e aumentar o debito cardíaco. Recapitulando : Manifestações clinicas da hipersensibilidade Tipo 1: - Urticária (desencadeada pela histamina); - Angioedema, que é o edema da hipoderme (acomete principalmente a região das pálpebras); - Sintomas respiratórios na maioria das vezes; - Sintomas instestinais. Enzimas (presentes nas vesículas) Existem várias enzimas como triptase, quimase outras proteases como a carboxipeptidase e catepcina G. Elas vão causar dano tecidual. Isso porque essas reações alérgicaa deveriam ser, teoricamente, para matar microrganismos, uma vezque essas partículas inoculas são como desafio para organismo. Então se estará liberando essas proteases na tentativa de combater o microorganismo, mas na verdade vai estar sendo causado uma injuria tecidual no próprio hospedeiro. Mediadores lipídicos A partir do momento que esses mediadores são liberados, você tem o “pulo” para fase tardia. Ou seja, ocorre a liberação de quimiocinas para que as células inflamatórias cheguem ao local e perpetuem a reação que era imediata e agora vai ser tardia. Ela vai ser perpetuada através das células inflamatórias. Quem vai “chamar” essas células serão as prostaglandinas, os leucotrienos e o PAF (Fator de ativação de plaquetas). O PAF tem esse nome porque na época ele foi descoberto como agregador de plaquetas, mas ele faz mais do que apenas agregar plaquetas, ele é um derivado de fosfolipideo de membrana idêntico ao ácido araquidônico, mas não faz parte da cadeia do ácido araquidônico, ele também é um fosfolipideo que vai ser clivado pela fosfolipase A2, antuando também como quimiotático de eosinófilo. Observem que no momento da liberação dos mediadores lipídicos, se terá a quimiotaxia para células inflamatórias, como eosinófilos, neutrófilos e basófilos, sendo estes as células efetores da fase tardia. Th2 também vai ser recrutado na fase tardia. Citocinas As citocinas pró inflamatórias (TNF, IL-1. IL-6) vão estimular proteínas de fase aguda, vão ativar vários tipos de leucócitos, vão aumentar a produção de leucócitos pela medula óssea, são pirógenos endógenos (vão causar febre, induzindo o hipotálamo a produzir prostaglandinas).Fatores de crescimento, IL-3, fator de estimulação de colônia de granulocitos e monócitos também vão estar presentes. IL-4 vai ativar linfócito B a produzir mais IgE, IL-5 vai ativar eosinófilo, IL-13 vai produzir muco. Então temos um conjunto de citocinas direcionando para o perfil Th2, vão está promovendo o recrutamento de neutrófilos e eosinófilos, de modo que essas células vão estar na fase seguinte, a fase tardia. O Th2 estimula respostas imunes através de IgE e eosinófilos, sendo sua função primordial a de erradicar parasitas, mas aqui estamos vendo de outra forma > ação nas alergias. Ou seja, a função do th2 não deveria ser essa (causar doença/alergia) e sim, lutar contra parasitas invasores. Resumindo a função das citocinas: Resumindo a função do Th2: EOSINÓFILO Essa célula também participa da fase tardia, tendo uma importância muito grande na asma (fase tardia bem prolongada). Os eosinófilos irão maturar com IL-3, IL-5 e Fator de crescimento. Agindo como quimiotáticos para os eosinófilos temos a eotaxina, C5a, PAF, Leucotriena D4 (principalmente). Dentro dos eosinófilos há grânulos pré-formados como proteína básica principal, proteína catiônica eosinofílica e peroxidase eosinofilica. Essa peroxidase é responsável pela produção de ácido hipocloroso que tóxico para o microrganismos e para as nossas células também, e as outras duas são igualmente tóxicas para Helmintos e também para as nossas células. Então, quando esse eosinófilo é ativado dentro de uma condição alérgica, ele vai causar lesão tecidual. Assim, pensando na asma, que é uma doença crônica, se terá a perpetuação dessas células, sendo estas ativadas indefinidamente. Por isso é preciso estar controlando com inibidores de leucotrienos. Os eosinófilos vão estar liberando essa enzimas, e também vai estar perpetuando toda essa reação através das citocinas do perfil Th2. RESUMINDO Reação de fase imediatíssima: Reação desencadeada pelos mediadores pré-formados que são as histaminas e proteases. Mais fácil ver numa rinite alérgica, reação alimentar (reação alimentar também pode ser grave). Reação de fase tardia: Tem-se todo um conjunto de citocinas atuando e recrutando células inflamatórias, perpetuando essa inflamação. Essa reação de fase tardia vai estar mais presente nas doenças crônicas. TESTES PARA ANÁLISE DA HIPERSENSIBILIDADE IMEDIATA Quando se tem uma alergia a alguma coisa que você não sabe muito bem o que é, os especialistas em alergia fazem testes alérgicos para verificar para qual alergeno o indivíduo tem alergia. Existem dois testes para analisar a hipersensibilidade imediata. Um dos testes, o teste de cultura, consiste em: se coloca uma gota do alergeno que você está pesquisando, e como um dispositivo de plástico se faz uma leve pulsão no braço do paciente. Esse alergeno vai penetrar nas camadas da pele, e se ele encontrar com um mastócito sensibilizado, vai ter a formação de um halo e um eritema, indicando que houve a degranulação do mastócito e liberação de histamina. Geralmente, no braço do paciente se coloca o alergeno, a histamina e um controle negativo (solução fisiológica). Caso o halo seja formado ele será medido e dependendo do tamanho se dá o diagnóstico. O outro é o teste intradérmico, mais invasivo. É colocado na via subcutânea uma quantidade de 0,03 mL do antígeno e se o mastócito tecidual estiver sensibilizado por IgE, ele vai ser degranulado e vai ser observado, do mesmo jeito da anterior, a formação de pápula e um halo eritematoso, sendo medido da mesma forma. Só se faz o intradérmico se o teste de cultura for negativo. Nesses casos a reação que se observa nesses testes é a reação “imediatíssima” que acontece de 10 a 15 minutos, até uma hora no máximo, mas usualmente se espera 20 minutos. Vale destacar que a sensibilidade não é tão grande visto que muitas vezes pode dar um falso negativo por vários fatores (as vezes o paciente está tomando um antialérgico, a concentração do fármaco não é ideal...). TEORIA DA DESSENSIBILIZAÇÃO Com relação à Teoria da Dessensibilização, essa técnica consegue promover a diminuição da alergia. Se o individuo tem, por exemplo, alergia a um fármaco, é administrado doses crescentes desse fármaco, se conseguindo ao fim “driblar” a reação alérgica, uma vez que o organismo consegue tolerar. Na verdade, não se sabendo ao certo o mecanismo de ação pelo qual essa teoria funciona, o que se sabe é que ela funciona. Outro mecanismo que poderia se trabalhado, a fim de conter a alergia, seria a mudança de polarização da célula T, através de uma imunomodulação, uma vez que a polarização para determinado perfil é feita por citocinas. Entretanto na prática, propriamente dita, isso ainda não é aplicado. RESUMINDO Alguns exemplos de doenças alérgicas: renite alérgica, alergia alimentar e asma. Na asma, uma doença mais crônica, se terá uma hiperresponsividade das vias aéreas, broncoconstricção, inflamação. Ou seja, a asma é o outro extremo da hipersensibilidade, uma vez que enquanto a renite tende a ser mais leve, a asma vai ter toda uma perpetuação de resposta inflamatória. Ela é uma doença inflamatória crônica que vai ter todos esses mecanismos atuando e causando danos nos brônquios. Reações de hipersensibilidade do Tipo 2 Existe outro conjunto de doenças que se encaixam no tipo de hipersensibilidade do tipo 2. Nesses casos, os anticorpos, principalmente IgG e IgM, vão ser dirigidos contra componentes dos tecidos (células ou até mesmo componentes do próximo tecido do hospedeiro), são portanto geralmente reações autoimunes. As doenças autoimunes são estranhas, porque de alguma forma em algum momento da vida da pessoa, houve uma quebra do limite da tolerância. Passou a ocorrer então a produção de auto-anticorpos contra componentes próprios. Algumas vezes podem ocorre o mimetismo celular. Por exemplo, o individuo teve uma infecção por microrganismo e alguma molécula do próprio organismo é parecida com o antígeno do microrganismo, havendo assim a produção de anticorpo que vai ligar no antígeno próprio do individuo. A hipersensibilidade do tipo 2 tem três principais mecanismos de lesão. MECANISMOS DE LESÃO/DANO 1. Opsonização e Fagocitose Nesse primeiro mecanismo, ocorre a ligação do anticorpo à célula ou tecido, causando dano. Por algum motivo, houve a quebra da tolerância culminando na produção de auto-anticorpos contra componentes próprios. Imagine que isso aqui a célula da figura ao lado seja uma célula própria que tem antígenos sendo reconhecidos pelos próprios anticorpos IgG do indivíduo. Esses anticorpos IgG vão ativar o complemento, culminando na liberação principalmente de C3b e C4d que vão atuar como opsoninas. Uma vez que os macrófagos têm receptores para essas opsoninas, haverá uma exarcebação da opsonização e da fagocitose dessa célula própria. Esse é o mecanismo básico de reações mediadas do tipo 2 em direção a células. Isso acontece geralmente com hemácias. Como exemplo clássico de hipersensibilidade do tipo 2 temos as anemias hemolíticas autoimunes, onde se terá reações de anticorpos se dirigindo contra os antígenos das hemácias que serão fagocitadas provocando consequentemente as anemias hemolíticas, uma condição grave. No caso das anemias hemolíticas, elas podem ter causa idiopáticas ou por condições neoplásicas. Essas reações também ocorrem quando há problemas de transfusão de sangue por causa de antígenos ABO, uma vez que os anticorpos vão reconhecer os antígenos estranhos A ou B que o individuo não tem. Logo, o macrofago vai fagocitar e eliminar a célula. Quando os anticorpos IgG se ligam aos eritrócitos, haverá uma mudança conformacional nas hemácias e elas se tornam esferócitos. Depois acontece ativação do complemento e essas hemácias vão ser depuradas pelo baço. Quando é a IgM quem se liga a hemácia não vira esferócito, mas também vai ser ativado complemento, culminado na depuração dessas células. Muitas vezes você tem reações hemolíticas induzidas por fármacos, são as Reações contra eritrócitos induzido por drogas. Isso é muito comum no uso da Penicilina. Tendo-se o fármaco/metabólito e um antígeno eritrocitário, a lise da hemácia pode se dá de três formas: A) O fármaco se liga ao eritrócito e ficando aderido, ocorre a ativação complemento e a lise desses eritrócitos. B) O fármaco não está ligado ao eritrócito, ocorre a formação do complexo antígeno-anticorpo com o fármaco, ocorre a ativação do complemento e formação de C3b que se liga a esse complexo e também se liga no receptor CR1 da hemácia. Assim, como essa ligação antingeno-anticorpo e ativação ocorre muito próximo a hemácia, acaba havendo a lise dessa célula. Algumas hemácias vão participar do carreamento/depuração para o figado e para o baço e durante esse processo também pode acontecer lise, devido essa proximidade. C) Outro mecanismo é o quebra da autotolerância. O fármaco se liga aos antígeno da hemácia, alterando a conformação dessa proteína de superfície gerando neo-antígeno que não mais será reconhecido como próprio, e uma vez sendo reconhecido como estranho, o anticorpo que irá se ligar vai ativar o complemento, resultando na lise das hemácias. Resumindo: No primeiro caso temos a própria droga ligada a hemácia; no segundo temos a ligação da hemácia via C3b com complexo antígeno-anticorpo formado próximo a ela; e no último caso temos uma quebra de tolerância, em que o fármaco vai se ligar ao antígeno de superfície da hemácia, modificando-o em neo-antigeno e o tornando estranho ao organismo. Um outro caso de reações contra hemácias é a Doença Hemolítica do recém nascido ou Eritroblastose fetal. Muitas mães são RH negativo, ou seja, em suas hemácias não se tem o antígeno D. Essas mães podem dar a luz a filhos que tem antígenos D em suas hemácias (filho Rh positivo) e isso é um problema. Durante a gestação não há contato do sangue da mãe com o sangue do bebê, por causa do trofoblastos presente na estrutura da placenta que impede esse contanto. Entretanto se a mãe for RH negativo e tiver um filho RH positivo, no momento do parto pode ser que a mãe entre em contato com o sangue do bebê, de modo que a mãe vai se sensibilizar com as hemácias contendo o antígeno D. Ou seja, células B ou outras APCs podem reconhecer o antígeno, processar e apresentar para linfócitos T, uma vez que o sistema imunológico da mãe reconhece o antígeno D como estranho. Assim terá a ativação de células T, ativação de células B e produção de anticorpos IgM e principalmente de IgG, importante por atravessar a placenta. Esses anticorpos vão se ligar a hemácias do bebê que por ventura estejam livres na hora do parto, vão fagocitar eliminando-as e a mãe vai ficar com células B de memória para aquele antígeno. Essas células B de memória, em uma gravidez subsequente poderão causar problema, caso o filho seja Rh positivo. Isso porque as células B de memória vão produzir anticorpos anti Rh D que vão atravessar a placenta e em entrar em contato com o bebê, via IgG. Como resultado, o bebê Rh positivo terá anemia hemolítica, produzirá alta quantidade de produção de bilirrubina (por conta do metabolismo do grupo M) e essa bilirrubina é tóxica, podendo causar danos cerebrais para o bebê. Para evitar tal problema, os médicos administram a vacina Rogan no momento do parto do primeiro filho. Nessa vacina há anticorpos anti-antígeno D que irão se ligar aos antígenos D da hemácia do bebê Rh positivo. Assim, haverá a depuração pelo sistema complemento antes que o sistema imunológico da mãe Rh negativo entre em contato com esses antígenos D. Ou seja, as células B ou outras APCs não vão ter acesso a esses antígenos, logo não serão ativadas e conseqüentemente as células B não vão desenvolver memória. Vale destacas que os anticorpos da vacina possuem maior avidez pelos antígenos D que as células B e outras APCs Essa vacina tem uma maior avidez. Isso é uma forma de debelar o sistema imune da mãe. Quando o bebê já é afetado, como tratamento é feito plasmaferese, é como se fosse uma transfusão de plasma, onde do plasma são retirado os anticorpos maléficos. Conceituando melhor: a plasmaferese é um processo de remoção de elementos do plasma sanguíneo que possam ser responsáveis por algumas doenças. A indicação mais comum é para remoção de anticorpos e complexos autoimunes. 2. Inflamação mediada por receptor Fc, complemento e neutrófilo Esse é um mecanismo de dano muito semelhante ao outro. A diferença é que nesse segundo mecanismo teremos o tecido sendo lesionado, no primeiro mecanismo de opsonização e fagocitose vimos que é a célula a mais atingida. No caso, as células que nós mais demos atenção, sendo o “protótipo”, foram as hemácias. Nesse mecanismo teremos a inflamação, mas o anticorpo não irá se ligar a célula, sim aos tecidos. No tecido teremos um antígeno que vai ser reconhecido como “não próprio”, provavelmente devido uma doença autoimune, e os anticorpos vão se ligar a esse antígeno, ativando o complemento e culminando na liberação de anafilotoxinas, que são quimiotáticas para leucócitos (principalmente neutrófilos e macrófagos). Os neutrófilos serão as células efetoras causando a lesãotecidual nessas doenças, liberando elastase, catepsina G e outras envolvidas na lesão. Temos também as espécies reativas de oxigênio, de nitrogênio. A lesão estará ocorrendo de forma localizada. Esses antígenos podem ser provenientes de uma doença autoimune. De alguma forma existem antígenos específicos em algum órgão que não está sendo reconhecido como próprio, e o organismo entende que isso deve ser eliminado. No entanto, sendo do próprio organismo, não conseguimos eliminar esse. Dessa forma, temos uma inflamação crônica que deve ser tratada com antiinflamatórios, muitas vezes por toda a vida. Um exemplo de doença desse tipo é a Síndrome de Goodpasture. Nessa situação, o organismo vai reconhecer como antígeno alvo uma proteína chamada “proteína não colagenosa NC1” presente na membrana basal dos glomérulos e alvéolos. As doenças autoimunes podem ter causas genéticas, ou poder ser por conta de algum fator ambiental, alguma infecção, assim não se sabe ao certo a causa dessa quebra de tolerância, nas maiorias das vezes. O que se sabe é que de alguma forma esses antígenos passaram de próprios para “não próprios”. Alguns autores falam ainda que essa quebra pode ocorrer devido à ação de vírus ou de alguma bactéria que mudou a “cara” do antígeno, ocasionando a resposta do organismo contra aquele antígeno estranho. No caso da Síndrome de Goodpasture não se tem o mecanismo conhecido, mas sabe-se que acontece uma inflamação na membrana basal do glomérulo, ocorrendo a ativação do complemento, o influxo de neutrófilos, macrófagos, e ocorre a liberação de mediadores que irão causar a doença. Caso essa inflamação seja no glomérulo, temos uma nefrite (ocorre lesão glomerular, proteinúria). No caso dos alvéolos, teremos hemorragia pulmonar. Essas são as duas manifestações clínicas básicas dessa doença. Não há cura, o tratamento é controlar a inflamação crônica com antiinflamatórios. Outra doença semelhante é a Febre Reumática. No entanto, essa doença é um exemplo de reação cruzada/mimetismo molecular, onde o paciente tem antígenos miocárdicos parecidos com o de microorganismos patogênicos. A pessoa tem uma infecção por Streptococcus e depois tem um problema chamado de febre reumática, porque ocorre uma reação cruzada, pois o antígeno do microorganismo é parecido com o antígeno presente no coração. Ocorre uma inflamação, ativação de macrófagos, podendo ocorrer uma miocardite. 3. Mecanismos sem lesão celular e tecidual Nesse terceiro mecanismo de hipersensibilidade do tipo 2 não há lesão tecidual como no segundo mecanismo. Na figura ao lado está esquematizado uma célula epitelial da tireóide. Essa célula recebe estímulos do TSH pela hipófise, secretando os hormônios tireoidianos (T3 E T4). O anticorpo vai se ligar ao receptor do TSH, imitando/mimetizando a ação do TSH, havendo a sinalização celular, fazendo com que a célula produza os hormônios. Assim, o anticorpo não vai causar lesão, ele vai causar alteração da função repercutindo na produção de quantidades excessivas deT3 E T4, causando hipertireoidismo, também conhecido como Doença de Graves. A Doença de Graves será essa condição em que teremos auto anticorpos dirigidos para receptores de TSH na célula epitelial da tireóide. Esse receptor vai ser ”enganado”, havendo a estimulação desse receptor sem que haja o ligante apropriado que é o TSH. O anticorpo, imitando a ação do TSH, irá diminuir a produção do mesmo, pois irá acontecer um feedback negativo, ou seja, o organismo vai entender que não há necessidade de produzir TSH porque o nível de T3 e T4 já são suficientes. Dessa forma, ocorrerá uma estimulação crônica do receptor e produção de T3 e T4,devendo tratar esse hipertireoidismo. Ou seja, nesse terceiro mecanismo de dano o anticorpo não irá causar doença por lesão tecidual, causará uma doença por alteração de uma função no receptor. Outro exemplo de doença é a Miastenia grave. Nessa doença está envolvido o receptor de acetilcolina (Ach) da fenda sináptica da junção neuromuscular. A acetilcolina que é liberada da fenda pré- sináptica, por meio de vesículas, se ligará ao receptor nicotínico para promover a contração muscular. Nessa doença existe a produção de anticorpos para esse receptor de Ach e no momento que esse anticorpo se liga ao receptor, ocorrerá um antagonismo competitivo com a acetilcolina, desfavorecendo a ligação Ach ao seu receptor. Logo se terá pouca Ach se ligando, produzindo pouca ou nenhuma contração muscular. Por conta disso, o paciente não terá uma contração muscular satisfatória, e logo ele irá sentir muita fraqueza muscular e cansaço. Essa fraqueza atinge, principalmente, os músculos respiratórios e do crânio. Existe uma característica marcante em pacientes com essa doença que é a ptose (termo médico para referir à queda da pálpebra superior). O diagnóstico é feito, muitas vezes, aplicando-se um anticolinesterásico que vai inibir a enzima que degrada a Ach. Essa inibição vai elevar os níveis de Ach, melhorando o quadro do paciente, e permitindo o diagnostico da doença. Geralmente é utilizado a neostigmina e a fisostigmina. Também são usados no tratamento imunossupressores para diminuir a produção de anticorpos, corticosteróides. É uma doença que não tem cura, a pessoa tem fraqueza muscular generalizada, paralisia e torna-se uma doença grave. Reações de hipersensibilidade do Tipo 3 Essas doenças são também conhecidas como doenças por imunocomplexos. A semelhança entre a hipersensibilidade tipo 3 e a tipo 2 é que ambas são mediadas por anticorpos IgG e/ou IgM. A diferença básica é que na hipersensibilidade tipo 2 esse anticorpos estão dirigidos contra células e principalmente tecidos, e na hipersensibilidade tipo 3 se formam complexos imunes que são os responsáveis pela doença. Esses imunocomplexos podem ser maiores (mais fáceis de serem depurados) ou menores (depuração mais difícil e causam mais dano) e vão estar se depositando. A depuração ocorre no baço, pelas hemácias, pelo sistema retículo endotelial. Geralmente esse distúrbio é causado por um antígeno próprio, em poucas situações temos antígenos estranho, ou seja, são doenças autoimunes em que se tem a produção de anticorpos IgG e/ou IgM contra antígenos do seu próprio organismo formando esses complexos imunes que vão causar lesão e doença. Esses imunocomplexos vão se depositar em locais estratégicos, geralmente ,nos glomérulos, nas articulações e nos vasos, afetando múltiplos tecidos, principalmente as articulações. O protótipo dessa doença é o Lúpus eritematoso sistêmico. Nela há a produção de anticorpos contra DNA, histonas... sendo formados complexos imunes que se depositam e causam a sintomatologia dessa doença (artirite, glomerulonefrite e vasculite). Obs: Essa doença será tratada mais adiante. Como já foi dito anteriormente, não se sabe a causa de formação desses anticorpos, mas a quebra da tolerância imunológica é a principal hipótese. Normalmente, produzimos complexos imunes para debelar agentes infecciosos. Esses complexos são depurados da circulação via hemácia, via produtos do complemento. A ineficiência da depuração ocorre devido a um desequilíbrio, uma vez que os complexos imunes não estão sendo eliminados adequadamente. Outra hipótese é que a produção desses complexos está sendo superior a capacidade de depuração. Essas são duas possibilidades. Acredita se que com esse desequilíbrio de produção excessiva de anticorpos frente a uma quantidade excessiva de antígenos, se terá uma depuração ineficiente e deposiçãodesses imunocomplexos causando doença. Então, como são doenças autoimunes, você tem uma grande quantidade de antígenos, porque são antígenos próprios, uma vez que estão presentes no organismo. Por exemplo, tendo-se anticorpos anti- histonas, e sabendo que no organismo inteiro se tem histonas, logo há uma grande quantidade de antígenos. Dessa forma, haverá uma grande formação de imunocomplexos quando a doença está ativa, causando inflamação generalizada. A doença de hipersensibilidade tipo 3 começou a ser pesquisada no início do século XX. Naquela época, a difteria era tratada aplicando-se soro, se fazendo uma vacinação passiva. Isso era análogo ao que se faz no caso de picada de cobra (aplica-se um soro que contém anticorpos contra a toxina, para que a ação seja mais rápida e o organismo não precisa produzir os anticorpos). Para a difteria, se aplicava a toxina diftérica no cavalo, obtinha-se o soro do animal que continham anticorpos anti-toxina e isso era aplicavado no paciente. Esse pesquisador, Clemens Pirquet (em 1911) observou que os pacientes que recebiam esse soro apresentavam alguns sintomas que não eram comuns: febre, muitas dores nas articulações e inflamação nos rins (glomerulonefrite). Ele começou a investigar e chamou essa doença de Doença do Soro. A explicação para esses sintomas é que quando o indivíduo recebia o soro do animal, recebia junto também proteínas heterólogas (proteínas presentes em animais de diferentes espécies) presentes nesse soro. Essas proteínas são estranhas ao nosso corpo, e o organismo vai reconhecer essas proteínas heterólogas como antígenos, montar uma resposta, e os anticorpos vão ser produzidos contra esses antígenos, se tendo a formação de complexos imunes. No gráfico ao lado podemos ver um linha representando a concentração de antígenos, no eixo das ordenadas temos os níveis do soro e nas abscissas o tempo em dias. No dia Zero (momento que se aplica o antígeno) vemos altas concentrações do antígeno na circulação proveniente do soro do cavalo. Lá pelo sexto dia, haverá a formação de imunocomplexos uma vez que foram produzidos anticorpos contra esses antígenos. Lá pelo oitavo dia vamos ter a formação de imunocomplexos, cujo o pico será entre os dias 10 e 11. É nesse pico que se terá o agravamento dos sintomas da doença, representada por lesões vasculares, glomerulonefrites e lesão nas articulações. Tudo isso por causa da deposição de imunocomplexos e da inflamação que irá ocorrer. Lá pelo dia 14, teremos a diminuição dos imunocomplexos que serão depurados e haverá o anticorpo livre. A depuração ocorre porque o antígeno é finito, pois houve uma injeção desse soro e em um momento esse soro vai acabar. Não é como nas outra doenças em que há uma inflamação crônica causada por auto antígenos, assim sendo a Doença do Soro é autolimitada pois o soro(antígenos) acabam. Todas as doenças de hipersensibilidade do tipo III são chamadas Doenças do Soro-Like. Relembrando um pouco sobre a remoção de imunocomplexos pelas hemácias: Os complexos imunes antígeno-anticorpo irão se aglomerar e com a ativação do Complemento ocorrerá a deposição de C3b. Uma vez que as hemácias possuem receptor CR1 para C3b, esses complexos ficaram ligados a elas e serão carregadas para o fígado e o baço. Nesses locais se encontram macrófagos com receptores de grande afinidade para porção Fc das imunoglobulinas presente nos complexos, que assim removem esses imunocomplexos. Nas doenças autoimunes acredita-se que há alguma deficiência. No caso do Lúpus, por exemplo, já foi comprovado que alguns pacientes têm menores quantidades de C2 e C4. Não tendo C2 e C4 (componentes iniciais da via clássica) haverá a diminuição da produção C3b, prejudicando a ativação pela via clássica e diminuindo a depuração dos imunocomplexos. Ou seja, os antígenos estando em excesso já é um problema, e o fato de não se conseguir depurá-los por conta da diminuição de C3b, também já é outro problema. A figura ao lado mostra, em resumo, o mecanismo de dano. Há complexos imunes que vão se depositar no vaso, ativando do complemento, e promovendo o recrutamento de células inflamatórias, causando dano tecidual. Não esquecer que na hipersensibilidade tipo 2, o antígeno é fixo no tecido (como ocorre na Síndrome de Goodpasture> o antígeno vai está ou no pulmão ou no glomérulo). Já na hipersensibilidade tipo 3, os imunocomplexos vão migrar pelos vasos e estando na circulação passam pelas articulações e rins. A migração e circulação desses complexos é uma característica da fisiopatologia dessa doença. No indivíduo que tem Lúpus eritematoso sistêmico (doença muito comentado, pois é uma doença modelo) ocorre o acometimento de vários órgãos. Os complexos podem afetar não só rins e articulações. Afetam também pulmão e cérebro causando inflamação nesses locais, podendo gerar uma situação mais grave ou não dependendo de cada situação. Os antígenos podem ser tanto de DNA, histonas, ribonucleoproteínas, antígenos nucleares, antígenos das hemácias, antígenos de plaquetas (causando a anemia hemolítica, trombocitopenia). Vale destacar que a característica principal é que a partir do momento que o anticorpo se liga, formando imunocomplexos, estes irão migrar pelo organismo se depositando e causando lesões. O Lúpus é uma doença multifatorial existindo mecanismos genéticos associados. Já se sabe que indivíduos que tem o HLA-DR2 e HLA-DR3 (antígenos de histocompatibilidade humano) tem mais susceptibilidade a ter lúpus, sendo o sexo feminino o mais afetado (em uma proporção de 10 para 1) e alguns fatores ambientais podem estar envolvidos no início do desenvolvimento da doença (como a luz ultravioleta). Acredita-se que pode ter um início por conta de infecções, mas não está provado esse desencadeamento do lúpus por conta de infecções. Então, há uma quebra da tolerância onde as células B e células T, por algum momento, irão reconhecer os antígenos como estranhos desencadeando uma doença autoimune. Existe uma hipótese que diz que alguns antígenos do nosso organismo estão muito “escondidos” (por exemplo dentro de um tecido, não sendo expostos para o sistema imune), mas por conta de algum trauma, alguma infecção ou por necrose de céluas, esses antígenos (que não deveriam ser expostos , como DNA, nucleossoma, histonas) passar a ser expostos culminando na doença autoimune. Isso tudo é uma teoria, mas o que se sabe é que as células T e células B irão se tornar auto reativas e irão causar a doença. Vale dizer também que a questão da deficiência do complemento também é importante como fator desencadeante. A doença é tratada com imunossupressores. Existem pessoas que conseguem ser tratadas apenas com doses baixas de corticoides, mas isso não acontece em pessoas com nefrites. Existem 4 tipos de nefrites para lúpus chamada de nefrite lúpica, sendo a 4 a mais grave. Essas pessoas, nos casos mais graves, perdem totalmente a função renal e têm que fazer hemodiálise. Lúpus é uma doença que pode comprometer muito a qualidade de vida de uma pessoa, dependendo da gravidade. Nessa doença pode ocorre o acomentimento do SNC, causar hemorragias (por conta das anemias hemolíticas) e por vezes morte. Com relação às evidências “físicas” que caracterizam o lúpus, quando a doença está em atividade ocorre a queda capilar gerando uma alopecia muito profunda (geralmente isso ocorre só uma vez, mas pode ser recorrente). Quando o individuo faz uso de corticoides (análogo do cortisol– produzido pela supra-renal), esses medicamentos causam a retenção de líquidos, causar hiperglicemia, hipertensão, eles aumentam o catabolismo em detrimento do anabolismo culminando na síntese proteica diminuída e repercutindo numa demora do processo de cicatrização. A pele é bem fina, e o individuo pode ter também vasculite na ponta dos dedos (Fenômeno de Raynaud – principalmente nas extremidades). Além disso, o indivíduo fica com aparência da síndrome de Cushing (rosto de lua cheia). Outro exemplo de hipersensibilidade tipo 3 é a Glomerulonefrite pós-estreptocócica. Nessa doença (por mecanismos que ainda não são bem esclarecidos) quando o indivíduo tem uma infecção por estreptococos β-hemolíticos do tipo A, ele primeiro desenvolve a infecção e depois desenvolvem a glomerulonefrite, porque os antígenos desses microorganismos irão se depositar nos rins. O próprio mecanismo da doença ainda não está bem esclarecido, mas sabe-se que o antígeno do microrganismo vai para os rins causando a glomerulonefrite e os complexos imunes encontram-se nesses órgãos. Os complexos podem migrar, mas ficam essencialmente nos rins. Resumindo: Os antígenos da parede celular dos estreptococos se depositam na membrana basal glomerular (antígeno-alvo). Essa doença é autolimitante, o indivíduo fica cerca de 1 mês a 2 meses com esse problema e depois é resolvido por si só. Reações de hipersensibilidade do Tipo 4 ou Doenças mediadas por célula T As doenças mediadas por células T vão diferir de todas as outras 3 reações de hipersensibilidade porque é a única que será mediada exclusivamente por células (células T e citocinas). Todas as outras são por anticorpos (Tipo 1> IgE, Tipo 2 e 3> IgG e IgM). A maioria dessas doenças são autoimunes, mas não todas, e o mecanismo de lesão dessas doenças ocorrerá por conta de uma inflamação mediada por citocinas, ocorrendo ativação de células T dos três perfis: Th1, Th2 e Th17. A natureza do antígero será de três tipo: Autoantigenos, antígenos estranhos ou microorganismo. Esses antígenos proteicos estranhos são inócuos (como o látex, por exemplo) podendo causar uma reação do tipo 4. Microrganismo também podem causar doença de hipersensibilidade por causa da resistência ao serem debelados gerando reações de hipersensibilidade. Doenças/inflamações mediadas por citocinas irão ocorrer principalmente pelo perfil Th1 e Th17, e essa ativação de células T resultará na secreção de citocinas de cada perfil causando lesão tecidual, dando origem a doenças autoimunes e também a hipersensibilidade tardia. Temos exemplo de doenças causada apenas por Th1 e apenas por Th17, mas geralmente os dois perfis atuam na mesma doença. Na sua maioria, as doenças serão autoimunes e teremos uma condição específica chamada de hipersensibilidade tardia. Classificando quanto a origem/natureza do antígeno: Caso as reações mediadas por células T sejam doenças autoimunes (onde as células T são ativadas contra componentes próprios devido a quebra da tolerância) teremos a natureza do antígeno como sendo autoantígeno. Se for hipersensibilidade tardia teremos a natureza do antígeno como sendo antígeno protéico estranho ou microrganismos. Lembre-se que na hipersensibilidade do tipo 1 o indivíduo é hipersensível a alguma coisa, onde de alguma forma ele tem uma resposta exacerbada a algo que não deveria ter. Essa resposta ou é contra algo inócuo ou é a um microrganismo (que não consegue ser eliminado e causa mais dano ao hospedeiro). Então, hipersensibilidade é um dano ao tecido/célula do próprio organismo, por conta de uma resposta exacerbada, diante de algo inócuo ou de um microorganismo resistente (geralmente é a Mycobacterium tuberculosis que causa essa reação). FUNÇÃO Th1 INF-γ, IL-12 ativam esse perfil. A principal função de Th1 é estimular macrófago para que eles possam fagocitar e ter uma maior eficiência na sua fagocitose e eliminação do patógeno. Além de inibir Th2. FUNÇÃO TH17 Esse perfil é estimulado principalmente pelas citocinas Il-6, IL-1 e IL-23. Produz principalmente IL-17 (é um grande quimiotático e grande ativador de neutrófilo), IL-21 e IL-22. A função primordial do Th17 é atuar contra bactérias e fungos, mas na hipersensibilidade ele vai atuar causando a doença, sendo quimiotático para neutrófilo que terão uma função na doença de lesão tecidual por mecanismo já conhecidos (o próprio neutrófilo vai liberar seus produtos no meio, ocasionando a lesão). RESUMO DOS PERFIS No caso da inflamação mediada por esses perfis, teremos essas citocinas atuando e teremos principalmente ativação de macrófagos e neutrófilos causando lesão pelos mecanismos já conhecidos. OBS: A IL-10 é produzida pelo perfil Th1 para apresentar um feedback negativo, sendo responsável pelos mecanismos antinflamatórios. Ela não ativa macrófagos. Então, a lesão tecidual se dá por conta dessas células efetoras (macrófagos e neutrófilos). DOENÇAS Existe uma doença chamada de Artrite Reumatoide. É uma doença inflamatória das articulações (das extremidades), acometendo principalmente os punhos, as mãos, os dedos, os joelhos, os ombros e está relacionada a uma ativação de células (Th1 e TH17). Existe um aminoácido chamado de arginina. Durante a doença, em situações de estresse e inflamação, essa arginina é convertida enzimaticamente em citrulina, outro aminoácido. Já foi verificado, através de experimentos, que essa citrulina está envolvida como alvo para a ação dos anticorpos. Não se sabe exatamente o porquê e qual a razão disso, mas já foi visto que proteínas citrulinadas estão envolvidas nesse processo (como alvo para a ação dos anticorpos). Os livros e artigos mostram que, por algum motivo, fatores ambientais (estresse, infecções) podem estar citrulinando as proteínas (ou seja, arginina sendo convertida em citrulina) tornando-se um alvo para que essa doença comece a acontecer. O outro alvo seria o colágeno (acredita-se também que os anticorpos tenham o colágeno como alvo). Ocorre a ativação de células T (Th1 e TH17) e as citocinas produzidas por essas células irão fazer com que as células sinoviais produzam colagenase, que irão degradar o próprio colágeno da articulação do paciente. Outra coisa que acontece (por conta da ação inflamatória pela liberação de citocinas) é a ativação dos osteoclastos por conta dessas citocinas, estando envolvidos também na destruição do osso. Então teremos uma mistura de citocinas de Th1 e Th17, teremos INF-γ, ativação de macrófago, ativação de neutrófilo, destruição da cartilagem, uma série de danos na cartilagem do indivíduo, resultando inclusive em deformidades. Outra coisa interessante é que existem alguns anticorpos presentes no soro do paciente que são conhecidos como fator reumatoide. Não se sabe exatamente qual o mecanismo de atuação, mas acredita-se que ele se liga a porção Fc. O fator reumatoide é uma IgG que irá se ligar a porção Fc de outra IgG e IgM, culminando na inflamação através da formação desses complexos imunes e da ativação do complemento. Mas o mecanismo exato pelo qual o fator reumatoide causa a doença não é conhecido. Existem tratamentos mais recentes para atrite reumatoide que são com os imunobiológicos. Esses imunobiológicos são anticorpos produzidos especificamente, em laboratórios, para alguns componentes próprios do individuo. Por exemplo, se produzem anticorpos anti IL-6, anti IL-1 para neutralizar esses anticorpos para que eles causem menos danos e exerçam menos as suas funções. Os mais comumente usados no tratamento são medicamentos que modificam adoença na tentativa de conter a inflamação (metotrexato, azatioprina, predinisolona, corticosteroides...). Existe outro exemplo de doença causada por ativação de célula T, que é a Esclerose Múltipla. Já se sabe que o antígeno alvo nessa doença é o antígeno proteico presente na mielina (proteína básica da mielina). Ocorre da mesma forma: células T são ativadas contra essa proteína, vai haver uma destruição da mielina acarretando em defeitos na condução nervosa. Assim, o paciente vai ter problemas neurológicos na esclerose múltipla. Outro exemplo de doença auto imune causada por ativação de células T é a Diabetes mellitus tipo 1. Nela o alvo são antígenos de células beta pancreáticas. Essa doença acomete geralmente pessoas jovens, em que se tem uma destruição celular por células T citotóxicas e as TCD 4+. Há também a presença de auto-anticorpos. Nessa doença também vão ter as células TCD4+: Th1 e Th17, e haverá uma destruição das células beta pancreáticas e provavelmente o paciente não irá conseguir produzir insulina. A Hipersensibilidade Tardia, ela é conhecida assim, pois na maioria das vezes é uma hipersensibilidade causada por antígenos que são ambientais ou são microrganismos. Os antígenos ambientais são no caso, o látex (Ex: borracha, chinelos), os metais (ex: níquel de colares, brincos), as substâncias inócuas. Essas substâncias, em algumas pessoas, causam ativação de células T e geram uma resposta por células T, seja Th1 ou Th17 e causam lesão tecidual, podendo gerar uma descamação na pele por conta de células T. No caso da descamação da pele, a doença se chama dermatite de contato. Mas não existe apenas a dermatite de contato, se um paciente que é alérgico a um determinado medicamento, ingerir esse medicamento, também pode haver ativação de linfócitos T causando hipersensibilidade tardia, seja por via oral, injetável ou parenteral. Destacando sempre que uma das características dessas doenças é que elas são medidas por linfócitos T e normalmente, os sintomas aparecem cerca de 48h depois. Existem pessoas que tomam medicamento e às vezes apresentam exantemas (placas eritematosas na pele), popularmente conhecidas como pápulas. Essas pápulas são mediadas por células TCD4, liberação de citocinas, inflamação e ações mediadas por macrófagos que vão estar causando essas reações visíveis na pele. Geralmente quando a reação é mediada por TCD8 (ação citotóxica: granzimas e perforinas), essas reações cutâneas podem ser mais graves, evoluindo para lesões bolhosas. Ou seja, o que vai dizer se será um simples exantema ou uma lesão bolhosa é o tipo de célula envolvida. Os dois principais fármacos que causam alergia são os anti-inflamatórios não esteroidais e os antibióticos. Além da hipersensibilidade tardia causada por substâncias inócuas do ambiente ou fármacos, existe aquela causada por microrganismos persistentes. O exemplo é uma reação do tipo Th1 em que há uma ação contra microrganismos, principalmente intravesiculares como o bacilo Mycobacterium tuberculosis, por exemplo. Esse bacilo é resistente à fagocitose. Assim sendo, para conter uma infecção contra esse bacilo o organismo promove a formação dos granulomas. A formação dos granulomas é basicamente por atuação do perfil Th1. Há a liberação de interferon gama (que ativa macrófago) e TNF que vão estar recrutando leucócitos para o local. Os macrófagos que fagocitaram o microrganismo vão ficar no centro e vão aumentar de tamanho, uma vez que estarão produzindo, em maior quantidade, espécies reativas de oxigênio e os seus lisossomos estarão produzindo ainda mais enzimas. Esses macrófagos vão ser chamados de células epitelioides. Outra característica é que os macrófagos vão sofrer fusão uns com os outros, sendo chamados de células gigantes multinucleadas. A estrutura circular característica do granuloma possui esse aspecto em virtude da presença de vários macrófagos, linfócitos, neutrófilos, células gigantes e fibroblastos. A necrose resultante dos produtos dos macrófagos se chama necrose caseosa. A formação do granuloma é um exemplo de hipersensibilidade crônica. Isso porque o organismo está resistindo ao microrganismo, está conseguindo contê-lo, mas não está conseguindo debelá-lo/eliminá-lo. Um problema é que no local de formação desses granulomas (locais em que têm a ativação dos macrófagos) haverá necroses e também a fibrose do tecido. Inclusive, uma das características das pessoas que têm tuberculose é que elas têm esses pontos de necrose e fibrose nos pulmões (possíveis de serem visualizadas em radiografia). Vale destacar que pacientes com o HIV terão os granulomas desfeitos, permitindo que microrganismo tenha total acesso ao organismo, matando mais rapidamente a pessoa, uma vez que não haverá a formação do granuloma. Existe uma forma de saber se o paciente esteve ou está infectado com o M. tuberculosis. Isso é através do teste de PPD. Esse teste de PPD (Derivado Proteico Purificado) é um desafio antigênico em que eles injetam (injeção intradérmica) o antígeno purificado do microrganismo e se observa a formação de uma pápula ou uma “induração” no local cerca de 24 a 48h depois. Deseja-se apenas observar se haverá uma resposta por célula T, ou seja, se o paciente tem células T específicas para aquele antígeno. Se ele tiver células T de memória, aquelas células T vão ser ativadas, vai haver a produção de citocinas, o recrutamento de células inflamatórias e extravasamento de fibrinogênio que se transforma em fibrina e causa a “induração” e isso é medido. No caso dos pacientes que tomam biológicos (Ex: anti-TNF) é necessário fazer previamente o PPD e também 6 meses de isoniazida profilática. Isso porque um dos efeitos colaterais do uso desses biológicos é a suscetibilidade à infecções, uma vez que se estará inibindo as citocinas. Assim, uma pessoa que tem Tuberculose latente, poderá vir a desenvolver com o uso dessa medicação. Resumindo: A hipersensibilidade tardia se dá pela sinalização prolongada das citocinas levando a uma inflamação crônica, com a formação do granuloma e consequentemente a fibrose do tecido. Abordagens Terapêuticas
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