Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Alcione da Silva Arruda A química dos organismos vivos está organizada em torno do carbono. O carbono contribui com mais da metade do peso seco das células. Ele pode formar ligações simples com o hidrogênio, assim como ligações simples e duplas com oxigênio e nitrogênio. BIOMOLÉCULAS Fonte: Nelson e Cox, 2011 Geometria da ligação do carbono. BIOMOLÉCULAS Fonte: Nelson e Cox, 2011 Átomos de carbono covalentemente ligados em biomoléculas podem formar cadeias lineares, ramificadas e estruturas cíclicas. BIOMOLÉCULAS Alcione da Silva Arruda Nenhum outro elemento químico consegue formar moléculas com tanta diversidade de tamanho, formas e composição. A maioria das biomoléculas podem ser consideradas como derivadas dos hidrocarbonetos. Isso confere propriedades químicas específicas à molécula, formando várias famílias de compostos orgânicos. BIOMOLÉCULAS Alcione da Silva Arruda Exemplos típicos de biomoléculas álcoois; aminas; aldeídos e cetonas; ácidos carboxílicos. Muitas biomoléculas são polifuncionais (dois ou mais grupos funcionais). A biomolécula pode então possuir características químicas diferentes. BIOMOLÉCULAS Alcione da Silva Arruda A propriedade química de um composto é determinada pela química de seu grupo funcional. Também pela sua disposição no espaço tridimensional. São pequenas moléculas dissolvidas na fase aquoso (citossol) das células. BIOMOLÉCULAS Alcione da Silva Arruda Esses moléculas inclui os aminoácidos comuns (aa); nucleotídeos; açúcares e seus derivados fosforilados e ácidos mono, di e tricarbaxílicos. Polares ou carregadas; solúveis em água; presentes em concentrações micromolar a milimolar. BIOMOLÉCULAS Alcione da Silva Arruda Esses moléculas estão aprisionadas no interior das células, porque a membrana plasmática é impermeável a elas. Essas moléculas nas células refletem um processo evolutivo. São indispensáveis à vida da célula, pois são responsáveis pela formação das proteínas, ácidos nucleicos, lipídeos e carboidratos. BIOMOLÉCULAS Sua formação se dá diretamente por meio das vias fotossintéticas e respiratórias. Participam diretamente dos processos de formação de protoplasto e geração de energia e são universais. Existem outras biomoléculas pequenas, específicas para certos tipos de células ou organismos - metabólitos secundários. Alcione da Silva Arruda BIOMOLÉCULAS Alcione da Silva Arruda Esses exercem papéis específicos para a vida da planta. Não participam dos processos de formação de protoplasto e geração de energia. Muitos são mediadores em processos de interação das plantas com o ambiente, não ocorrem universalmente nas plantas. BIOMOLÉCULAS Alcione da Silva Arruda Apresentam ampla diversidade estrutural como taninos, flavonóides, alcalóides, glicosinolatos, pigmentos, ceras, etc. Um grande número de metabolismo secundário têm atividade biológica. Muitos estão relacionados a defesa da planta, outros são importantes medicinalmente. BIOMOLÉCULAS Alcione da Silva Arruda É O ESTUDO DO CONJUNTO DE PEQUENAS MOLÉCULAS EM UMA DADA CÉLULA. BIOMOLÉCULAS Alcione da Silva Arruda São moléculas biológicas – polímeros com peso molecular acima 5.000. A síntese de uma macromolécula é a atividade que mais consome energia na célula. Elas podem passar por processamentos adicionais que resultam em complexos maiores – ribossomos. MACROMOLÉCULAS Alcione da Silva Arruda Proteínas – aminoácidos Ácidos nucleicos – nucleotídeos Lipídeos – derivados de hidrocarbonetos Polissacarídeos – açúcar simples MACROMOLÉCULAS Alcione da Silva Arruda As ligações covalentes e os grupos funcionais definem o seu funcionamento das macromoléculas. Assim como seu arranjo, isto é, sua estereoquímica. Composto contendo carbono normalmente existe como estereoisômeros. moléculas com as mesmas ligações químicas, porém, com diferentes configurações. MACROMOLÉCULAS Fonte: Nelson e Cox, 2011 Configuração de isômeros geométricos MACROMOLÉCULAS Fonte: Nelson e Cox, 2011 Isômeros são compostos bem definidos. Cada um possuindo propriedades químicas únicas. Outro tipo de estereoisômero, ocorre quando o carbono possui diferentes ligantes – centro quiral. MACROMOLÉCULAS Fonte: Nelson e Cox, 2011 Assimetria molecular MACROMOLÉCULAS Alcione da Silva Arruda Uma molécula com somente um carbono quiral pode ter dois estereoisômeros. O número de estereoisômeros aumentam com o número de carbono quiral na molécula. Diferente dessa configuração é a CONFORMAÇÃO molecular. O arranjo espacial dos grupos substituintes sem quebrar nenhuma de suas ligações, é livre para assumir diferentes posições no espaço. MACROMOLÉCULAS Glicina Dipolar Protonada Fonte: Lehninger, 2003 (modificado) Alcione da Silva Arruda Carnes (aves, peixes); grãos secos e ovos Frutas Vegetais Leite e seus derivados Gorduras, óleos e doces Sementes, grãos, cereais e seus derivados PROTEÍNAS Alcione da Silva Arruda As proteínas são polímeros de aminoácidos. Vinte diferentes aminoácidos normalmente são encontrados em proteínas. Asparagina Descoberto em 1806 em aspargo Descoberto em 1938 Treonina Aminoácidos Fonte: Nelson e Cox, 2011 Grupo amino Grupo carboxil Átomo de carbono alfa (α) R – (cadeia lateral) varia em estrutura, tamanho e carga elétrica. Influenciam na solubilidade dos aminoácidos (aa) em água. Características dos Aminoácidos Alcione da Silva Arruda Existem outros aminoácidos. Aminoácidos comuns são designados com abreviações de três letras e símbolos de uma letra. Essa nomenclatura é utilizada como atalho para indicar a composição e a sequência de aminoácidos polimerizados em proteínas. Características dos Aminoácidos Aminoácidos Três Letras Uma Letra Glicina Gly G Alanina Ala A Prolina Pro P Valina Val V Leucina Leu L Isoleucina Ile I Metionina Met M Fenilalanina Phe F Tirosina Tyr Y Triptofano Trp W Alcione da Silva Arruda Características dos Aminoácidos Alcione da Silva Arruda Aminoácidos Três Letras Uma Letra Serina Ser S Treonina Thr T Cisteína Cys C Asparagina Asn N Glutamina Gln Q Lisina Lys K Histidina His H Arginina Arg R Aspartato Asp D Glutamato Glu E Características dos Aminoácidos Fonte: Nelson e Cox, 2011 Grupo amino Grupo carboxil Átomo de carbono alfa (α) Os resíduos de aminoácidos em proteínas são exclusivamente estereoisômeros L. Enantiômeros Centro Quiral dos Aminoácidos Fonte: Nelson e Cox, 2011 Resíduos de D-aminoácidos podem ser encontrados em pequenos peptídeos, em parede celular bacteriana e certos peptídeos antibióticos. As células são capazes de sintetizar especificamente os isômeros L de aminoácidos. Porque os sítios ativos das enzimas são assimétricos, sendo nesse caso, específicos a esse tipo de aminoácidos. Centro Quiral dos Aminoácidos Alcione da Silva Arruda O conhecimento das propriedades químicas dos aminoácidos comuns é essencial para a compreensão da bioquímica. A classificação dos aminoácidos está baseada na sua polaridade ou tendências em interagir com água em pH biológico. A polaridade dos grupos R varia muito, desde apolares e hidrofóbicos, polares e hidrofílicos. Classificação dos Aminoácidos 1) Grupos R alifáticos, apolares (Hidrofóbicos) - R é um hidrocarboneto (alanina, valina, leucina, isoleucina - hidrofóbicos, glicina – pouco hidrofóbico, metionina e prolina). Fonte: Lehninger, 2003 (modificado) Alanina Valina Leucina Isoleucina Classificação dos Aminoácidos Fonte: Lehninger, 2003 (modificado) Glicina Metionina Prolina Classificação dos Aminoácidos 2) Grupos R aromáticos – são relativamente apolares e hidrofóbicos (fenilalanina, tirosina e triptofano). Fenilalanina Tirosina Triptofano Fonte: Lehninger, 2003 (modificado) Classificação dos Aminoácidos A tirosina e o triptofano e, em menor extensão, a fenilalanina, absorvem luz ultravioleta. Isto explica a forte absorbância de luz, característica da maioria das proteínas em um comprimento de onda de 280 nm. Essa propriedade é explorada pelos pesquisadores na caracterização de proteínas. Alcione da Silva Arruda Classificação dos Aminoácidos 3) Grupos R não-carregados, polares – são mais solúveis em água, ou mais hidrofílicos (serina, treonina, cisteína, asparagina e glutamina). Fonte: Lehninger, 2003 (modificado) Classificação dos Aminoácidos Alcione da Silva Arruda A asparagina e a glutamina são amidas originadas de outros dois aminoácidos também encontrados em proteínas. Aspartato e Glutamato A cisteína forma o aminoácido dimérico cistina. Ligações dissulfeto permitem junções covalentes entre duas cadeias polipeptídicas. Classificação dos Aminoácidos 4) Polares carregados 4.1) Positivamente - apresentam em R um grupo de caráter básico (lisina, arginina e histidina). 4.2) Negativamente - possuem em R um segundo grupo carboxílico e caráter ácido (aspartato e glutamato). Alcione da Silva Arruda Classificação dos Aminoácidos Fonte: Lehninger, 2003 (modificado) Classificação dos Aminoácidos Fonte: Lehninger, 2003 (modificado) Classificação dos Aminoácidos 1) 4-hidroxiprolina – encontrada nas proteínas da parede celular das plantas e também no colágeno. 2) 5-hidroxilisina – encontrada no colágeno. 3) 6-N-metil-lisina – é um constituinte da miosina. Alcione da Silva Arruda Aminoácidos Incomuns com Funções Importantes 4) -carboxiglutamato – encontrado na proteína da coagulação do sangue, a protrombina, e em certas proteínas que ligam Ca2+ como parte da sua função biológica. 5) Selenocisteína – caso raro onde ocorre introdução durante a síntese protéica em vez e ser criado por modificação pós-síntese. Alcione da Silva Arruda Aminoácidos Incomuns com Funções Importantes 6) Desmosina – derivado da lisina, é encontrado na proteína fibrosa elastina. 7) Ornitina e citrulina – não são constituintes de proteínas mas, são intermediários-chave na biossíntese da arginina e no ciclo da uréia. Alcione da Silva Arruda Aminoácidos Incomuns com Funções Importantes Os grupos amino, carboxil e grupos R de alguns aminoácidos funcionam como ácidos e bases fracos. Quando o aminoácido sem seu grupo R é dissolvido em água a pH neutro, ele passa a existir na forma dipolar – Zwitterion. O aminoácido se comportam como ácido ou base na solução aquosa – Anfóteras ou anfólitos. Alcione da Silva Arruda Aminoácidos podem atuar Como ácidos e bases H2N-CH-C-O - +H3N-CH-C-O - +H3N-CH-C-OH Forma aniônica Forma dipolar Forma catiônica (solução básica) (solução ácida) R R R O O O Alcione da Silva Arruda Aminoácidos podem atuar Como ácidos e bases A Curva de Titulação Determina as Cargas Elétricas dos Aminoácidos Glicina Dipolar Protonada Alcione da Silva Arruda Aminoácidos podem atuar Como ácidos e bases Fonte: Lehninger, 2003 (modificado) Alcione da Silva Arruda Todos os aminoácidos são derivados de intermediários da glicólise, do ciclo do ácido cítrico ou da via das pentoses - fosfato. O nitrogênio entra nessas vias através do glutamato ou da glutamina. Os organismos variam muito em sua capacidade de sintetizar os 20 aminoácidos comuns. Enquanto a maior parte das bactérias e plantas podem sintetizar os 20 aminoácidos. Aminoácidos Essenciais e Não Essenciais Fonte: Lehninger, 2003 (modificado) Alcione da Silva Arruda Os mamíferos sintetizam apenas alguns deles, geralmente aqueles com vias de síntese mais simples. Esses são os aminoácidos não essenciais – não necessários na dieta. Os demais são os essenciais, devem ser obtidos através do alimento. Aminoácidos Essenciais e Não Essenciais Fonte: Nelson e Cox, 2011 Não Essenciais Essenciais condicionais Essenciais Alanina Arginina Fenilalanina Asparagina Cisteína Histidina Aspartato* Glutamina Isoleucina Glutamato* Glicina Leucina Serina* Prolina Lisina Tirosina Metionina Treonina Triptofano Valina Aminoácidos Essenciais e Não Essenciais Alcione da Silva Arruda Proteínas são as macromoléculas biológicas mais abundantes nas células. Elas participam praticamente de qualquer processo que ocorra em uma célula. Ocorrem em grande variedade. São os instrumentos através dos quais a informação genética é expressa. PROTEÍNAS Alcione da Silva Arruda As proteínas são encontradas em diversos tamanhos, desde peptídeos a enormes polímeros com massas moleculares muito grande. Elas podem possuírem diversas funções diferentes Enzimas, hormônios, anticorpos, transportadores.... Todas as proteínas são constituídas de aminoácidos. PROTEÍNAS Formação de um dipedtídeo Resíduo Fonte: Lehninger, 2003 (modificado) Ligação Peptídica Pentapepitídeo Resíduo Amino Terminal Carboxila Terminal Fonte: Lehninger, 2003 (modificado) Ligação Peptídica Alcione da Silva Arruda 1) Proteínas Simples - por hidrólise liberam apenas aa. 2) Proteínas Conjugadas - por hidrólise liberam também outros compostos como, carboidratos, lipídeos ou metais. - Glicoproteína - Lipoproteína - Metaloproteína Grupo Prostético - parte não-aminoácidos. Grupos Químicos das Proteínas Alcione da Silva Arruda A separação e purificação das proteínas ocorre com base nas suas propriedades. A adição de sais faz com que elas se precipitem. Elas podem ser separadas por métodos cromatográficos. Os processos de purificação requerem quantificação ou avaliação da proteína de interesse na presença de outra proteína. Separação e Purificação de Proteínas É baseadano comportamento das proteínas frente a diferentes tipos de solventes - purificação de proteínas. 1) Cromatografia em coluna Fonte: Lehninger, 2003 Separação e Purificação de Proteínas 2) Cromatografia de Troca Iônica 3) Exclusão de Tamanho 4) Afinidade Fonte: Lehninger, 2003 Separação e Purificação de Proteínas 5) Eletroforese M A1 A2 A3 A4 A5 Alcione da Silva Arruda Fonte: Lehninger (2003) Fonte: Arruda et al., (2004) Separação e Purificação de Proteínas Albuminas - solúveis em água e soluções salinas diluídas. Globulinas - solúveis em soluções salinas diluídas. Glutelinas - solúveis em soluções alcalinas ou ácidas diluídas, insolúveis em soluções neutras. Prolaminas - solúveis em soluções alcóolicas a 70 - 80%. Alcione da Silva Arruda Separação e Purificação de Proteínas Sementes de cereais Sementes de leguminosas 70% das proteínas totais são glutelinas e prolaminas em proporções iguais. 80% das proteínas são albuminas e globulinas, predominando as globulinas. Alcione da Silva Arruda Separação e Purificação de Proteínas Alcione da Silva Arruda O que faz com que uma proteína tenha função enzimática, hormonal, estrutural ou até mesmo uma proteína de defesa? Como as proteínas se diferenciam bioquimicamente? Estrutura das Proteínas Fonte: Nelson e Cox (2011) modificado Primária Quaternária Secundária Terciária Secundária Estrutura das Proteínas Alcione da Silva Arruda É caracterizada pela presença de ligações peptídicas e ligações dissulfeto. O elemento mais importante de sua estrutura é a sequência de aminoácidos. NH3+ Pro Ala Asp Lys Thr Asn Val Lys Ala Ala Trp Gly Lys COO- Estrutura Primária Alcione da Silva Arruda Descreve as estruturas regulares tridimensionais formadas por segmentos da cadeia polipeptídicas. A estrutura se estabiliza por ligação de hidrogênio α – hélice β - pregueada Estrutura Secundária Alcione da Silva Arruda Descreve o dobramento final da cadeia polipeptídica por interações de regiões com a estrutura regular (α-hélice ou β-pregueada) ou de regiões sem estrutura definida. A estrutura se estabiliza, além das ligações de hidrogênio, por interações hidrofóbicas, ligações iônicas ou salinas e pontes dissulfeto. Estrutura Terciária Alcione da Silva Arruda Descreve a associação de duas ou mais cadeias polipeptídicas. A estrutura se estabiliza, também pelas ligações de hidrogênio, por interações hidrofóbicas, ligações iônicas ou salinas e pontes dissulfeto. Estrutura Quaternária Alcione da Silva Arruda 1) Fibrosas - proteínas de forma alongadas, são insolúveis em água, participam das estruturas. Exemplo: Queratina, colágeno. 2) Globulares - proteínas esféricas, solúveis em água, com uma ou mais cadeias polipeptídicas, geralmente de função dinâmica. Exemplo: Enzimas, hormônios, transportadoras. Estrutura das Proteínas Alcione da Silva Arruda Cada tipo de proteína possui uma estrutura tridimensional única. Cada proteína possui também uma sequência única de aminoácidos. A estrutura tridimensional confere função a proteína. Proteínas com sequências de aminoácidos diferentes possuem funções diferentes. Estrutura das Proteínas Alcione da Silva Arruda Toda proteína inicia sua existência no ribossomo como uma sequência linear de resíduos de aminoácidos. Este polipeptídeo deve ser dobrado durante e após sua síntese, para assumir sua conformação nativa. A perda de estrutura tridimensional suficiente para causar a perda de função é chamada de DESNATURAÇÃO. Desnaturação de Proteínas As proteínas são moléculas dinâmicas. Suas funções dependem de modo quase invariável de interações com outras moléculas. Estas interações causam mudanças sutis ou não na conformação da proteína. Alcione da Silva Arruda Função das Proteínas Alcione da Silva Arruda a) Proteínas Transportadoras Proteínas presentes nas membranas plasmáticas e nas membranas intracelulares de todos os organismos. Exemplo: a glicose se liga em sítios específicos na proteína e é transportada através das membranas. Função das Proteínas Alcione da Silva Arruda b) Proteínas nutrientes e de armazenamento Sementes que armazenam proteínas nutritivas. Exemplo: proteínas das sementes do trigo, milho e arroz, ovoalbumina (ovo) e a caseína (leite). Função das Proteínas Fonte: Lehninger, 2003 c) Proteínas contráteis ou de motilidade Proteínas com capacidade de contraírem-se, mudarem de forma, ou de se deslocarem no meio ambiente. Exemplo: A tubulina é a proteína com a qual os microtúbulos são construídos. Fibroína - componente da teia de aranha. Função das Proteínas d) Proteínas de defesa Defendem os organismos contra invasão de outras espécies ou as protegem de ferimentos. Exemplo: Anticorpos, ricina (proteína vegetal tóxica). Fonte: Lehninger, 2003 Função das Proteínas Alcione da Silva Arruda e) Proteínas reguladoras Ajudam a regular a atividade celular ou fisiológica. Exemplo: Hormônios Função das Proteínas Fonte: Lehninger, 2003 f) Enzimas Grupo de proteínas mais especializado e exibem atividade catalítica. Exemplo: A luciferina e o ATP é catalisada pela enzima luciferase - luz emitida pelo vaga-lume. Função das Proteínas Alcione da Silva Arruda São duas as condições fundamentais da vida. O organismo deve ser capaz de autorreplicar Ele deve ser capaz de catalisar reações química com eficiência e seletividade ENZIMAS • Definição: –Catalisadores biológicos; –Longas cadeias de pequenas moléculas chamadas aminoácidos. • Função: –Viabilizar a atividade das células, quebrando moléculas ou juntando-as para formar novos compostos. • Com exceção de um pequeno grupo de moléculas de RNA com propriedades catalíticas, chamadas de RIBOZIMAS, todas as enzimas são PROTEÍNAS. Grupo amino Grupo carboxila Átomo de carbono alfa (α) Alcione da Silva Arruda ENZIMAS •Apresentam alto grau de especificidade; •São produtos naturais biológicos; •Reações baratas e seguras; •São altamente eficientes, acelerando a velocidade das reações (105 a 1017 + rápida); Alcione da Silva Arruda CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS ENZIMAS •São econômicas, reduzindo a energia de ativação; •Não são tóxicas; •Condições favoráveis de pH, temperatura, entre outros. Alcione da Silva Arruda CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS ENZIMAS Século XIX - poucas enzimas identificadas - Adição do sufixo ”ASE” ao nome do substrato: * gorduras (lipo - grego) – LIPASE * amido (amylon - grego) – AMILASE - Nomes arbitrários: * Tripsina e pepsina – proteases Alcione da Silva Arruda NOMENCLATURA DAS ENZIMAS 1955 - Comissão de Enzimas (EC) da União Internacional de Bioquímica (IUB) nomear e classificar. Cada enzima código com 4 dígitos que caracteriza o tipo de reação catalisada:1° dígito - classe 2° dígito - subclasse 3° dígito - sub-subclasse 4° dígito - indica o substrato Alcione da Silva Arruda NOMENCLATURA DAS ENZIMAS 1. Oxido-redutases (reações de oxidação-redução ou transferência de elétrons) 2.Transferases (transferem grupos funcionais entre moléculas) 3. Hidrolases (reações de hidrólise) 4. Liases (catalisam a adição de grupos a ligações duplas ou formação de ligações duplas por remoções de grupo) 5. Isomerases (transferência de grupos dentro da mesma molécula para formar isômeros) 6. Ligases (catalisam reações de formação de novas moléculas a partir da ligação entre duas pré-existentes, sempre às custas de energia) Alcione da Silva Arruda Classificação das Enzimas Comissão de Enzimas - Classes Exemplos de Subclasses Tipo de reação catalisada Classe Hidratases Adicionam H2O à ligas duplas Liases Quinases Transferem fosforilas do ATP Transferase Mutases Movem fosforilas dentro da mesma molécula Isomerase Sintases Síntese independente de ATP Transferases Sintetases Síntese dependente de ATP Ligases Alcione da Silva Arruda Classificação das Enzimas - Subclasses ADP + D-Glicose-6-fosfato ATP + D-Glicose IUB - ATP: glicose fosfotransferase E.C. 2.7.1.1 2 - classe - Transferase 7 - subclasse - Fosfotransferases 1 - sub-subclasse - Fosfotransferase que utiliza grupo hidroxila como receptor 1 - indica ser a D-glicose o receptor do grupo fosfato Nome trivial: Hexoquinase Alcione da Silva Arruda Classificação das Enzimas Região da molécula enzimática que participa da reação com o substrato. Pode possuir componentes não protéicos:cofatores. Possui aminoácidos auxiliares e de contato. Coenzima: molécula orgânica complexa. NAD+ HOLOENZIMA Porção protéica APOENZIMA Grupamento prostético Ativador: Íons inorgânicos que condicionam a ação catalítica das enzimas. Fe²+ Cofator Alcione da Silva Arruda Sítio Ativo das Enzimas Algumas enzimas que contêm ou necessitam de elementos inorgânicos como cofatores. ENZIMA COFATOR PEROXIDASE Fe+2 ou Fe+3 CITOCROMO OXIDASE Cu+2 ÁLCOOL DESIDROGENASE Zn+2 HEXOQUINASE Mg+2 UREASE Ni+2 Alcione da Silva Arruda Cofatores Enzimáticos Coenzima Abreviatura Reação catalisada Origem Nicotinamida adenina dinucleotídio NAD+ Oxi-redução Niacina ou Vitamina B3 Nicotinamida adenina dinucleotídio fosfato NADP+ Oxi-redução Niacina ou Vitamina B3 Flavina adenina dinucleotídio FAD Oxi-redução Riboflavina ou Vitamina B2 Maioria deriva de vitaminas hidrossolúveis Classificam-se em: - transportadoras de hidrogênio - transportadoras de grupos químicos Transportadoras de hidrogênio Coenzima: cofator é uma molécula orgânica complexa. Alcione da Silva Arruda Coenzimas Coenzima Abrev. Reação catalisada Origem Coenzima A CoA-SH Transferência de grupo acil Pantotenato ou Vitamina B5 Biotina Transferência de CO2 Biotina ou Vitamina H Piridoxal fosfato PyF Transferência de grupo amino Piridoxina ou Vitamina B6 Metilcobalamina Transferência de unidades de carbono Cobalamina ou Vitamina B12 Tetrahidrofolato THF Transferência de unidades de carbono Ácido fólico Tiamina pirofosfato TPP Transferência de grupo aldeído Tiamina ou Vitamina B1 Transportadoras de grupos químicos Alcione da Silva Arruda Coenzimas Emil Fischer (1894): alto grau de especificidade das enzimas originou Chave-Fechadura , que considera que a enzima possui sitio ativo complementar ao substrato. Alcione da Silva Arruda Ligação Enzima – Substrato Koshland (1958): Encaixe Induzido , enzima e o substrato sofrem conformação para o encaixe. O substrato é distorcido para conformação exata do estado de transição. Alcione da Silva Arruda Ligação Enzima – Substrato E + S E S P + E Substrato se liga ao SÍTIO ATIVO da enzima Alcione da Silva Arruda Componentes da Reação Não são consumidos na reação H2O2 H2O O2 + Catalase E + S E + P Alcione da Silva Arruda Atividade Catalíticas das Enzimas Atuam em pequenas concentrações 1 molécula de Catalase decompõe 5 000 000 de moléculas de H2O2 pH = 6,8 em 1 min. Número de renovação = n° de moléculas de substrato convertidas em produto por uma única molécula de enzima em uma dada unidade de tempo. Alcione da Silva Arruda Atividade Catalíticas das Enzimas Aceleram reações químicas Ex: Decomposição do H2O2 H2O2 H2O O2 + Catalase Condições da Reação Velocidade Relativa Sem Catalisador 1 Platina 2,77 x 104 Catalase 6,51 x 108 Alcione da Silva Arruda Atividade Catalíticas das Enzimas Não alteram o estado de equilíbrio •Abaixam a energia de ativação; •Keq não é afetado pela enzima. Não apresenta efeito termodinâmico global •G não é afetada pela enzima. Diferença entre a energia livre de S e P Caminho da Reação Energia de ativação com enzima Energia de ativação sem enzima S P Alcione da Silva Arruda Atividade Catalíticas das Enzimas Fonte: Lehninger, 2003 Conformação das Enzimas (C) Fonte: Lehninger, 2003 Conformação das Enzimas Fatores que alteram a velocidade de reações enzimáticas: - pH; - temperatura; - concentração dos substratos; - presença de inibidores. Alcione da Silva Arruda Atividade Enzimática O efeito do pH sobre a enzima deve-se às variações no estado de ionização dos componentes do sistema à medida que o pH varia. Velocidade da Reação Velocidade Máxima pH Ótimo Efeito do pH Alcione da Silva Arruda Influência do pH A estabilidade de uma enzima ao pH depende: - temperatura; - força iônica; - natureza química do tampão; - concentração de íons metálicos contaminantes; - concentração de substratos ou cofatores da enzima; - concentração da enzima. ENZIMA pH ÓTIMO Pepsina 1,5 Tripsina 7,7 Catalasa 7,6 Arginasa 9,7 Fumarasa 7,8 Alcione da Silva Arruda Influência do pH temperatura dois efeitos ocorrem: (a) a taxa de reação aumenta, como se observa na maioria das reações químicas; (b) a estabilidade da proteína decresce devido a desativação térmica. Enzima temperatura ótima para que atinja sua atividade máxima, é a temperatura máxima na qual a enzima possui uma atividade constante por um período de tempo. Velocidade da Reação Velocidade Máxima Temperatura Ótima Efeito da Velocidade Alcione da Silva Arruda Influência da Temperatura O efeito da temperatura depende: - pH e a força iônica do meio; - a presença ou ausência de ligantes. Acima desta temperatura, o velocidade de reação devido a temperatura é compensado pela perda de atividade catalítica devido a desnaturação térmica. ENZIMA TEMPERATURA ÓTIMA (°C) Pepsina 31,6 Tripsina 25,5 Urease 20,8 Alcione da Silva Arruda Influência da Temperatura Velocidade de transformação do S em P quantidade de E. (E1) (E2) (E3) (E4) Alcione da Silva Arruda Influênciada [E] 1913 Leonor Michaelis -Enzimologista Maud Menten - Pediatra E + S ES E + P Etapa rápida Etapa lenta Alcione da Silva Arruda Cinética Enzimática Fonte: Marzzoco e Torres, 2007 Cinética Enzimática v = Vmax [S] Km + [S] [S] v Vmax 2 v = Vmax Km v = Vmax 2 Alcione da Silva Arruda Cinética Enzimática v = Vmax [S] Km + [S] [S] v Vmax 2 v = Vmax Km v = Vmax 2 A B C Alcione da Silva Arruda Cinética Enzimática Qualquer substância que reduz a velocidade de uma reação enzimática. INIBIDORES IRREVERSÍVEIS REVERSÍVEIS COMPETITIVOS NÃO COMPETITIVOS INCOMPETITIVO Alcione da Silva Arruda Inibidores Enzimática • inibidor se combina com um grupo funcional (sítio ativo) da enzima. • inibidor se liga à enzima formando um complexo ESTÁVEL. • forma-se uma ligação COVALENTE entre o inibidor e a enzima. Alcione da Silva Arruda Inibidor Enzimático Irreversível Inativação da Acetilcolinesterase pelo DIPF Acetilcolinesterase Inativado pelo diisopropilfluorfosfato (DIPF) Ligação covalente Alcione da Silva Arruda Inibidor Enzimático Irreversível • inibidor forma com a enzima um complexo INSTÁVEL • inibição NÃO envolve modificação COVALENTE • Tipos de inibidores reversíveis • competitivos • não competitivos • incompetitivos Alcione da Silva Arruda Inibidor Enzimático Reversível Estrutura semelhante à do substrato Liga-se ao Sítio Ativo da Enzima E + S ES E + P EI + I Inibidor Competitivo Produto Substrato Enzima Inibidor Alcione da Silva Arruda Inibição Reversível Competitiva [substrato] necessária para que a enzima funcione normalmente afinidade da enzima pelo substrato Na presença do inibidor competitivo Alcione da Silva Arruda Inibição Reversível Competitiva Enzima Sítio Ativo IC S IC IC IC S P P S S S S S S S P P P P Alcione da Silva Arruda Inibição Reversível Competitiva • Inibidor tem semelhança estrutural com o substrato • O inibidor se liga no sítio ativo da enzima • Aumento da [substrato] diminui a inibição • Em uma concentração suficientemente alta de substrato a VELOCIDADE da reação atinge a Vmáx observada na ausência do inibidor Alcione da Silva Arruda Inibição Reversível Competitiva E + S ES E + P EI + S + I + I EIS • NÃO se liga ao sítio ativo da enzima Inibidor Não Competitivo Inibidor Enzima Substrato Produto Alcione da Silva Arruda Inibição Reversível Não-competitiva • Inibidor não tem semelhança estrutural com o substrato • NÃO se liga no sítio ativo da enzima • Aumento da [substrato] não diminui a inibição • A VELOCIDADE máxima DIMINUI na presença do inibidor Alcione da Silva Arruda Inibição Reversível Não-competitiva Inibidor incompetitivo se liga reversivelmente, em um sítio próprio, ao complexo ES. I não tem semelhança estrutural com o S I se liga a um sítio diferente do sítio ativo da E Fonte: Lehninger, 2003 (modificado) Inibição Incompetitiva Alcione da Silva Arruda ENZIMAS
Compartilhar