Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
* * * Então, a história das peripécias humanas está perpassada por um valor e uma energia éticos ou a-éticos presentes na conduta das pessoas e nas sociedades: um projeto de justiça e liberdade, de solidariedade e paz, uma espécie de lei da liberdade que luta contra a injustiça. Então, lendo o riquíssimo livro da experiência histórica, temos a chance de organizar no século XXI um projeto global válido para todos os homens.” (PEGORARO, Olinto. Ética dos maiores mestres através da história. Petrópolis: Vozes, 2006, p. 58) “Os séculos e milênios passados são para nós um imenso acervo de experiência [...]: experiência do bem e do mal, do justo e do injusto [...]. * * * TEMA DA DISCUSSÃO ÉTICA E DIREITO: a justiça como eixo dessa articulação, dentro dos pensamentos clássico e moderno. * * * PENSAMENTO MODERNO Cisão acentuada entre ÉTICA e DIREITO Maior expressão: o chamado Positivismo Jurídico Estrito (Normativista) Universo Jurídico: um sistema próprio * * * PENSAMENTO MODERNO Direito transformado em Justiça: alijada desse universo jurídico Uma reflexão: nenhum sistema jurídico positivo estrito (por melhor que seja) aplaca a “sede de justiça” Racionalidade Poiética Funcionalista Formalista Sistêmico Instrumentalizador Pragmatista * * * PROBLEMA/DESAFIO (Re) pensar a relação possível entre Ética e Direito, em que a justiça seja a articuladora dessa relação Pensamento de Henrique Cláudio de Lima Vaz (Vazeano): retomada do pensamento clássico de matriz aristotélica-tomista, com apoio na dialética hegeliana como método: universalidade, particularidade e singularidade (circular) * * * CAPITULO I Discute-se: Processo de formação e desenvolvimento do chamado “Ethos” filosófico “Physis” (Natureza), “Ethos” (Etos – uma espécie de habitualiade (de modo de vida) suprassumido pela racionalidade ética) e “Nomos” (Lei) como categorias ordenadoras da vida gregária: as noções de “Isonomia” (Igualdade) e “Eunomia” (Eqüidade) tornam-se fundamentais para uma equilibrada convivência humana. * * * CAPITULO I “Dike”: é a expressão dessa justa ordenação da vida, com qualidade mensurante e capaz de resistir a formas variadas de desajustes e desequilíbrios. É a expressão da própria justiça Toda essa racionalidade conjugada – “Physis”, “Ethos” e “Nomos” – expressa na justiça (categoria ordenadora fundamental) levaria a se estabelecer uma estreita relação de articulação pensada entre Ética e Direito em duas dimensões estruturantes: a dimensão objetiva da chamada “Razão Prática” e a dimensão intersubjetiva da “Vida Prática” * * * CAPITULO II Relação Ética e Direito – dimensão objetiva da “Razão Prática” nos planos da universalidade, da particularidade e da singularidade Dimensão objetiva universal – Ética e Direito são expressões de princípios e regras daquele campo de racionalidade do “Ethos” (Etos), que traz, em suma, o bem como fim da ação humana * * * CAPITULO II Dimensão objetiva particular – A situação empírica exige aquele agir para o bem como fim (teleologia), mesmo diante de fatores influenciadores (condicionantes, mas não determinantes) ao agente, sejam eles psicológicos, sociais e históricos Dimensão objetiva singular – Consciência e comprometimento com que cada ação, mesmo em face das mais vulnerabilizantes situações reais, seja voltada para a efetiva realização daquele bem de cada um, que assim ganha projeção como bem comum Fundamentação ontológica do ser e teleológica do bem que a “Razão Prática” tem se esforçado para sedimentar * * * CAPITULO III Sem perder de vista aquele processo de formação e desenvolvimento da racionalidade do “ethos” (etos) e com essa fundamentação agregada (onto-teleológica: ser para o bem), passa-se à relação Ética e Direito na chamada estrutura intersubjetiva da “Vida Prática”, também dentro da dialética da universalidade, particularidade e singularidade * * * CAPITULO III Dimensão Intersubjetiva Universal – relação de reconhecimento e aceitação do “alter-ego” (outro-eu) convivendo sob a normatividade e a teleologia do bem de todos Dimensão Intersubjetiva Particular – consecução desse bem comum (entre e para todos), em um esforço de superação de vicissitudes psicológicas, sociais e históricas referentes sujeitos em suas inter-relações (na alteridade) * * * CAPITULO III Dimensão Intersubjetiva Singular – ações (concretas) de promoção e expansão do bem de todos, dando-se a cada qual o que lhe é devido, gerando a mais viva consciência de se ser e se viver para esse bem Fundamentação: onto-antropo-axiológica (relações de alteridade – entre o ser humano pessoa – baseadas na busca de promoção do bem de cada um e de todos na convivência humana (teleologia do bem comum) * * * CAPITULO IV A justiça emerge nessas duas estruturas triádicas de relações entre Ética e Direito e como valor fundamental do “Ethos” (Etos) de uma sociedade ético-jurídica Justiça na estrutura objetiva da “Razão Prática” Fim/Bem/Valor/Justiça = universalidade objetiva da “razão prática” Norma/Lei/Direito/Justiça = particularidade objetiva da “razão prática” Intuição do Bem/Ação Justa/ Justiça (a ser realizada) = singularidade objetiva da “razão prática” * * * CAPITULO IV Justiça na estrutura intersubjetiva da “Vida Prática” Justiça como virtude e como lei - universalidade intersubjetiva da “vida prática” Justiça como categoria reguladora do “cronotopo” psicológico, social e histórico das inter-relações – particularidade intersubjetiva da “vida prática” Justiça como orientadora efetiva da existência e da convivência humana, baseada na igualdade e na eqüidade – singulariade intersubjetiva da “vida prática” * * * CONSIDERAÇÕES FINAIS Questiona-se o modelo de convencionalismos ou determinismos naturalistas como “base apropriada” para a ordenação da vida gregária Aparente ou até mesmo “pseudo-ordem” Nota-se um aprofundamento de desigualdades e iniqüidades, reveladoras de uma séria crise de justiça Esgarçamento do próprio tecido social Aniquilamento da noção de bem comum * * * CONSIDERAÇÕES FINAIS Camuflado e/ou não percebido um falacioso (sofístico) “discurso resolutivo” apoiado em uma “hipertrofia legalista” (“inflado legalismo arbitrário”): “pés-de-barro desse modelo Fala-se de uma ordem jurídica (até questionável a idéia de ordem, diante das desordens jurídicas), além do que ela em si tem sido mais formal (riscos de um formalismo “desontologizado” e “desteleologizado”) Não seria isso insuficiente para a expectativa constante e emergente de uma ordenação mais justa da vida em coletividade * * * CONSIDERAÇÕES FINAIS Trata-se de se buscar uma ordem jurídica justa Logo, a questão crucial continua sendo ter e manter uma estrutura essencial de justiça e dela o pensamento de Vaz, ao reconstruir o clássico em diálogo com o moderno, não se afastou
Compartilhar