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Estruturalismo
· Wilhelm Wundt (1832-1920) 
Tirando a Psicologia da Filosofia, trazendo para o campo da ciência
 Wilhelm Wundt (1832-1920) , criou na Alemanha o primeiro laboratório de pesquisa em Psicologia: “A ambição de Wundt era estabelecer uma identidade independente para a Psicologia. (...) Ele acreditava que os psicólogos deveriam investigar ‘os processos elementares da consciência humana', suas combinações, relações e interações. É comum descrever Wundt como um ‘químico' da vida mental que estudava seus ‘átomos' sistematicamente. Muito apropriadamente, o método de Wundt é em geral chamado de estruturalismo (Davidoff, 2001; p. 9-10).
 Ele foi, nos primeiros anos da evolução da Psicologia como disciplina científica distinta / autônoma, um baluarte. Wilhelm Wundt que determinou o objecto de estudo, o método de pesquisa, os tópicos a serem estudados e os objectivos da nova ciência. Formado em Medicina ele criou um espaço compatível com os laboratórios das ciências naturais. Este laboratório tornou-se um centro de investigação, local onde acorreram psicólogos e estudantes de todo o mundo. Esta foi a forma mais eficaz de Wundt atingir o seu principal objetivo que era contribuir para o processo de autonomia da Psicologia – separando-se, nesse contexto, e apenas nesse, da Filosofia .
 Era, naquele período, um ramo do saber estar acoplado à Filosofia – estudo do saber, daquele que é “amigo” e “amante” do saber. A Mecânica, a Física, a Biologia, a Fisiologia, a Química cresciam velozmente respondendo às demandas das pessoas: tecidos fabricados, carro, eletricidade, remédios etc.
 Foi influenciado pelas descobertas da Química . Na Química todas as substâncias são compostas por átomos. Wundt foi então decompor a mente nos seus elementos mais simples, que são as sensações .
 Tanto para Wundt como para os seguidores do estruturalismo, as operações mentais resultam da organização de sensações elementares que se relacionam com a estrutura do Sistema Nervoso.
 Wundt recorre aos métodos experimentais das Ciências Naturais , particularmente às técnicas usadas pelos fisiologistas , e adaptou os seus métodos científicos de investigação aos objetivos da Psicologia. Desta forma, a Fisiologia e a Filosofia ajudaram a moldar: o objeto de estudo e os métodos de investigação dessa ciência que emergia.
 Wundt define como objeto da Psicologia o estudo da mente , da experiência consciente do Homem - a consciência - e é no seu laboratório, em Leipzig, que ele vai procurar conhecer os elementos constitutivos da consciência . Suas interrogações era: Como se relacionam? Como se associação? Haveira uma concepção? Haveria uma associação ou associacionismo? Etc.
 Para atingir estes seus objetivos, nosso estimado Wundt utiliza como método de estudo a introspecção controlada . Esse método consiste em, no laboratório, observadores treinados descreverem as suas experiências resultantes de uma situação experimental. Através da introspecção , os sujeitos descreviam as suas percepções resultantes de estímulos visuais , auditivos e tácteis . Exemplo: os sujeitos experimentais ouviam um som e em seguida descreviam o que sentiam. Para Wundt só este método permite o acesso à experiência consciente do indivíduo.
 O emprego da introspecção veio da Física . Nesta ciência este método tinha sido utilizado para estudar a luz e o som. Ele também foi usado na Fisiologia em que fora aplicado ao estudo dos órgãos dos sentidos.
 A introspecção ou percepção interior , tal como é praticada no laboratório criado por Wundt, seguia condições experimentais restritas e obedecia a regras explícitas.
 Wundt criou então esse instrumento: a “ introspecção ” , também denominada de “ analítica ”.
 
 Rigor científico de Wundt
 No seu Laboratório Wundt treinava os cientistas para que eles respondessem a perguntas específicas e bem definidas sobre as próprias experiências vividas ali dentro do espaço criado por ele. Wundt era rigoroso e exigia que os observadores tivessem experiência em realizar, pelo menos dez mil observações e apenas a partir daí trabalhava com eles.
 Em um estudo ele e seus colegas escutaram a pulsação de um metrônomo. Esse instrumento rítmico mecânico é programado para emitir rítmicos específicos. Quando uma série de pulsações terminava, os psicólogos relatavam suas percepções: “ligeira tensão enquanto esperava que o instrumento fosse acionado”, “leve excitação quando o rítmico aumentou”, “um todo harmonioso quando o som terminou” etc.
 Diz Hayes (in Davidoff, 2001; p. 11) que relatar “(...) uma experiência imediata com exatidão não é nada fácil (...).
(...) Na conversação cotidiana freqüentemente confundimos aquilo que sabemos [...] com aquilo que vemos [...]. Por exemplo, supunha que eu devesse descrever minha experiência imediata a um introspeccionista ‘analítico', dizendo: ‘Bem, vejo a máquina de escrever e duas mesas e o abajur e...' . O introspeccionista, com um sorriso zombeteiro nos lábios, diria: ‘Ora, sejamos francos. No máximo, o que você está vendo é uma pequena parte da superfície do abajur. Uma minúscula porção de evidência da qual você infere o abajur inteiro! Como conseguiremos analisar a experiência imediata se pessoas como você ficam contaminando a experiência com inferências? Por que não admite? O que você realmente vê é uma porção semi-circular de cinza ao lado de porções de marrom, azul e vermelho. Chamar a isso de abajur defronte a uma estante de livros é puro inferência de sua parte. De agora em diante, depois disso, observe melhor!” .
 Davidoff (2001) comenta que o programa de pesquisa de Wundt tinha duplo objetivo, isto é, de analisar e logo após sintetizar (análise/síntese). Isso significa que após quebrar a consciência em seus elementos, ele tentava juntá-las de novo, combinando os elementos e tendo então alguma compreensão de percepções e julgamentos complexos.
 
Wundt e a introspecção qualitativa
 Raramente Wundt usava o tipo de introspecção qualitativa em que o sujeito apenas descreve as suas experiências interiores , não sendo sujeito a qualquer método objetivo e rigoroso .
 A introspecção qualitativa era mais utilizada por Titchener e Külpe - alunos de Wundt.
 Wundt tratava, principalmente, julgamentos conscientes acerca do tamanho, intensidade e duração de vários estímulos físicos. Só um pequeno número de estudos envolvia o relato de natureza qualitativa e subjetiva , tal como o carácter agradável ou não de diferentes estímulos ou a qualidade de determinadas sensações.
 As áreas investigadas por Wundt abrangeram os domínios da sensação, percepção, atenção, sentimentos, reação e associação.
 Para alguns estudiosos e historiadores, Wundt é o Pai da Psicologia ou o Pai da Psicologia Experimental.
 
Quem foi mesmo o primeiro criador de um Laboratório de Psicologia ?
 William James - antes de Wundt - nos Estados Unidos da América, estabeleceu o seu próprio Laboratório na Universidade de Harvard, em Cambridge, Massachusetts.
 Esse Laboratório de Psicologia era mais modesto que o de Wundt. Mas foi o primeiro.
 Ele foi montado mais para fins de ensino e demonstração dos fatores fisiológicos que influenciam a Psicologia.
 A contribuição de James, entretanto, tem pouco a ver com Laboratórios. Ele chegou a dizer disse não gostava deles, chegando a considerá-los mais como aborrecimento do que alguma coisa valiosa.
 
· Edward Bradford Titchener (1867-1927)
 Edward B. Titchener alterou o sistema de Wundt, enquanto jurava ser um leal seguidor, um discípulo obediente. Mas como ser criativo, ele transgredia - com fundamentação, é claro e óbvio – seu próprio mestre.
 Ele propôs uma nova abordagem que designou estruturalismo . Afirmou então o estruturalismo apresentava a forma de Psicologia postulada por Wundt. Entretanto, os dois sistemas são diferentes eo rótulo de estruturalismo só pode ser aplicado à concepção de Titchener.
 Assim, o estruturalismo foi estabelecido por Titchener como a primeira escola de pensamento no campo da Psicologia.
 Para Wundt a mente tem o poder de sintetizar espontaneamente elementos. Já Titchener, se centrava nos elementos que compõe a estrutura da consciência , desvalorizando a sua associação.
 Segundo Titchner, a tarefa fundamental da Psicologia é a de descobrir a natureza das experiências conscientes elementares, ou seja, analisar a consciência nas suas partes constituintes para assim determinar a sua estrutura .
 Para tal Titchener modificou o método introspectivo de Wundt . Ele se aproximou mais de Külpe, designando o método de: introspecção qualitativa.
 Esse método consistia no seguinte: os observadores descreviam o seu estado consciente após submetidos a um dado estímulo .
 Titchener opôs-se à abordagem wundtiana no aspecto do uso de equipamentos e a sua concentração em medidas objetivas.
 De acordo com Titchener, o objeto da Psicologia é - à semelhança de Wundt - a experiência consciente . Ele afirmou que todas as ciências compartilham deste mesmo objeto , ocupando-se cada qual de um aspecto diferente .
 O objeto de estudo é assim a experiência enquanto dependente das pessoas que passam por ela. Exemplo: a luz e o som são estudados por físicos e psicólogos . Como os físicos estudam? Eles vêem esses fenómenos da perspectiva dos processos físicos envolvidos. Esses fenômenos não necessitam que as pessoas passem pela experiência. Tais fenômenos são considerados como independentes da experiência das pessoas.
 Como os psicólogos estudam a luz e o som? Os psicólogos, ao contrário dos físicos, estudam os fenómenos , as sensações , em termos do modo como são vivenciados pelo indivíduo, dependendo assim das experiência das pessoas.
 Titchener define a consciência como a soma das nossa experiências num dado momento de tempo .
 Já para ele, a mente é a soma das nossas experiências acumuladas ao longo da vida.
 Mente e consciência são realidades semelhantes.
 Entretanto, a consciência envolve processos mentais que ocorrem no momento.
 Já a mente envolve o acumulo total destes processos.
 Para Titchener, os problemas ou finalidades da Psicologia seriam:
· Reduzir os processos conscientes nos seus componentes mais simples; 
· Determinar as leis mediante as quais esses elementos se associam, e 
· Conectar esses elementos às suas condições fisiológicas.
 Logo, os objetivos da Psicologia coincidem com os das ciências naturais.
 Titchener propôs TRÊS estados elementares de consciência :
• as sensações; 
• as imagens; 
• os estados afetivos.
 As sensações são os elementos básicos da percepção e ocorrem nos sons, nas visões, nos cheiros e em outras experiências evocadas por objetos físicos do ambiente.
 As imagens são elementos de ideias e estão no processo que reflete experiências não concretamente presentes no momento, como a lembrança de uma experiência passada.
 Os estados afetivos - afectos ou sentimentos - são elementos da emoção que estão presentes em experiências como o amor, o ódio ou a tristeza.
 Edward Titchner escreveu assim, os elementos da mente:
“O mundo da Psicologia contém aparências e nuanças e toques; é o mundo da escuridão e da luz, do ruído e do silêncio, do áspero e do macio; seu espaço às vezes é grande e às vezes é pequeno, como sabem todos aqueles que, na idade adulta, voltaram a [...] casa de infância; seu tempo às vezes é curto e às vezes é longo [...]. Contém também pensamentos, emoções, memórias, imaginações, volições [escolhas] que naturalmente atribuímos à mente...“ (Titchner, in Davidff, 2001; p. 10).
 A era do estruturalismo acaba quando Titchener morre.
 
· Contribuições do Estruturalismo para a Psicologia
 Titchener e os estruturalistas deram, sem dúvida, contribuições importantes à Psicologia.
 Definiram claramente o objeto de estudo - a experiência consciente .
 Os seus métodos de pesquisa seguiram a melhor tradição científica , envolvendo a observação , experimentação e medição .
 Como a consciência era melhor percebida pela pessoa que tinha a experiência consciente , o método de estudo do objeto deveria ser uma auto-análise – o método introspectivo.
 Embora o objeto de estudo dos estruturalistas esteja hoje ultrapassado , a introspecção é ainda usada em muitas áreas da Psicologia.
 
· Críticas ao Estruturalismo
 As críticas mais fortes ao estruturalismo foram dirigidas ao seu método : a introspecção .
 A introspecção praticada nos Laboratórios de Titchener e Külpe estava voltada mais para os relatos subjetivos dos elementos da consciência .
 Já a introspecção wundtiana estava voltada mais para respostas objetivas a estímulos externos.
 O movimento estruturalista foi também acusado de artificialismo por causa da sua tentativa de analisar processos conscientes através da sua decomposição em elementos.
 Os críticos alegavam que a totalidade de uma experiência não pode ser recuperada por nenhuma associação das suas partes elementares.
 Para estes críticos, a experiência não ocorre em termos de sensações, imagens ou estados afetivos, mas em totalidades unificadas .
 Algo da experiência consciente é inevitavelmente perdido em qualquer esforço artificial de analisá-la. A Gestalt fez uso desta crítica para lançar o seu movimento contra o estruturalismo.
 Para Titchener, a Psicologia Animal – faz estudos com animais em Laboratório Experimental, objetivando produzir conhecimentos para humanos e para os próprios animais, desvelando o compromisso da Psicologia Ambiental Ecológico - e a Psicologia Infantil nada tinham de Psicologia. Essas suas colocações também foram muito criticadas.
 
Refletindo: do passado para a atualidade 
 Fazendo uma notificação e uma análise atual – afastando-se dos tempos de Ewundt e seus alunos - podemos imaginar o quão foi importante a Psicologia Animal para o irrompimento da Etologia – que tem em Konrad Lorenz um dos seus fundadores. Para alguns psicólogos a Etologia – pelo menos parte dela – é Psicologia , algo como Psicologia Etológica. Deve-se lembrar dos muitos psicólogos que brilham nessa área, como a professora doutora Maria Margarida do curso de Psicologia da UFES – Ver, mais adiante, a História Capixaba da Psicologia .
 
Continuando a História dos estruturalistas
 A Psicologia desenvolvia-se também em áreas que os estruturalistas excluíam.
"A mente pode observar todos os fenómenos excepto os seus próprios… O órgão observador e o órgão observado são idênticos, e a sua acção não pode ser pura e natural. Para observar, o nosso intelecto deve fazer uma pausa em sua actividade; contudo, o que se quer observar é precisamente essa actividade. Se não se puder fazer essa pausa, não se pode observar; se se conseguir fazê-la, nada há a observar. Os resultados desses métodos são proporcionais ao seu carácter absurdo" – diz Comté.
 
História Internacional da Psicologia
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