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FUNCIONALISMO TRABALHO.rtf

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2. FUNCIONALISMO
	A escola psicológica do funcionalismo não foi uma criação proposital. Na verdade, os pesquisadores associados a mesma, tinham como objetivo inicial a crítica as limitações da psicologia de Wundt e ao estruturalismo de Tichener, e não a sua substituição. No entanto, foi o próprio Tichener, ao nomear sua escola de estruturalista, por ser opositora ao pensamento que ele considerava funcionalista, deu visão ao novo movimento e contribuiu para a sua divulgação.
	A Psicologia funcional, como o próprio nome indica, interessa-se pelo funcionamento da mente. Os funcionalistas estudavam a mente não do ponto de vista da sua composição (uma estrutura de elementos mentais), mas como um aglomerado de funções ou processos que levam a consequências práticas no mundo real. 
 	De fato, os funcionalistas adotaram muitas das descobertas feitas nos laboratórios dos estruturalistas. Eles não eram contra a introspecção, e nem ao estudo experimental da consciência. A sua oposição voltava-se para as definições anteriores de psicologia que não possuíam as considerações acerca das funções utilitárias e práticas da mente. 
 	O principal interesse dos psicólogos funcionalistas, era a utilidade dos processos mentais para o organismo nas suas permanentes tentativas de se adaptar ao meio ambiente. Os processos mentais eram consideradas atividades que levavam a consequências práticas, o que levou a que os psicólogos se interessassem mais pelos problemas do mundo real. 
	William James foi o principal percursor da Psicologia funcional é considerado ainda hoje por muitos como o maior psicólogo americano. Mas, mesmo quando trabalhou ativamente em Psicologia, manteve-se independente, recusando-se a ser absorvido por qualquer ideologia, sistema ou escola. James não foi seguidor nem fundador, nem discípulo nem líder mas, embora não tenha fundado a Psicologia funcional, escreveu e pensou com clareza dentro da atmosfera funcionalista. 
	James acreditava que era possível investigar estados de consciência examinando a própria mente por meio da introspecção, sendo este o objeto e respectivo método de estudo, de acordo com James. 
 	Uma das maiores contribuições de James foi a sua Teoria da Emoções. Supunha-se que a experiência subjetiva de um estado emocional precede a expressão ou a ação corporal física, por exemplo, se vemos um urso assustamo-nos e fugimos, logo o medo surge antes da reacção corporal de fuga. James inverte esta noção, afirmando que o despertar de uma resposta física precede o surgimento da emoção, especialmente nas emoções que designou de "mais rudes" como o medo, a raiva, a angústia e o amor. De acordo com James, no exemplo anterior, vemos o urso, fugimos, e então temos medo. Para validar a sua teoria, James recorreu à observação introspectiva de que, se as mudanças corporais como o aumento dos batimentos cardíacos, a aceleração da respiração e a tensão muscular não ocorressem, não haveria emoção. 
	O funcionalismo permitiu que os psicólogos complementassem o método da introspecção com outras técnicas de obtenção de dados, como a pesquisa fisiológica, testes mentais, questionários e descrições objectivas do comportamento. 
	Uma critica, apresentada especialmente por Titchener, relacionava-se com a definição de Psicologia. Os estruturalistas afirmavam que o funcionalismo nada tinha de Psicologia, pois não se restringia ao objeto de estudo e à metodologia do estruturalismo. De acordo com Titchener, qualquer abordagem que não fosse a análise introspectiva da mente em seus elementos, não era Psicologia, no entanto era exatamente esta a definição de Psicologia que os funcionalistas questionavam e se empenhavam em substituir. 
	O funcionalismo tornou-se parte da principal corrente da Psicologia americana. A sua precoce e vigorosa oposição ao estruturalismo teve um grande valor para o desenvolvimento da Psicologia dos Estados Unidos. Também foi importante a transferência da ênfase da estrutura para a função, uma das consequências deste aspecto foi a pesquisa sobre o comportamento animal, que não fazia parte da abordagem estruturalista e que veio a ser um elemento fundamental da Psicologia.
	No entanto, o funcionalismo já não existe hoje como escola distinta de pensamento. Devido ao seus sucesso, já não há necessidade de se manter como uma escola e deixou a sua marca na Psicologia americana contemporânea, especialmente coma a ênfase na aplicação dos métodos e das descobertas da Psicologia a problemas do mundo real.
	Atualmente a psicologia americana é funcionalista tanto em termos de orientação como de atitude. Evidencia-se a ênfase nos testes, na aprendizagem, na percepção e em outros processos funcionais que ajudam a nossa adaptação e nos ajustam ao ambiente.

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