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Teoria Classica VS Keynesiana axiomas

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Teoria Classica VS Keynesiana 
A principal distinção entre Keynes e os Clássicos seria que os últimos considerariam ajustes imediatos a choques de demanda agregada, preservando à economia a posição de pleno emprego, enquanto Keynes se preocuparia em apontar razões pelas quais tal ajuste poderia ser demorado, exigindo a ajuda da política econômica. Para os clássicos o equilíbrio e de longo prazo podendo estar desequilibrado no curto prazo, então para os clássicos não há problema nisso, pois a economia sempre se ajustará pós-choques para levar a economia ao longo prazo. Para Keynes esses ajustes podem demorar e por isso são necessárias políticas econômicas. A TG rompe Keynes com a escola clássica – é como estas forças financeiras interagem com a produção e com o consumo para determinar o emprego, produto e preços. O tratado sobre a moeda, anterior a TG, ainda possui traços da economia clássica, mas Keynes já vê a moeda, não apenas como um intermediário de trocas, vê também como uma reserva de valor. A visão clássica afirma que basicamente isto ocorre por dois motivos. O primeiro deles é devido ao fato de que os fluxos de recebimentos e pagamentos são diferentes. Em outras palavras, a entrada dos rendimentos de um agente não coincide com os pagamentos que o mesmo tem que efetuar. Desta forma este precisa reter moeda para as transações. Alguns autores dizem que neste caso, há incerteza no sistema econômico (sempre válido lembrar esta incerteza não é keynesiana). Portanto, os agentes demandam moeda para motivos de transação. Se os fluxos de recebimento e pagamento fossem idênticos, segundo estes autores, este tipo de motivo não existiria. O segundo motivo se deve a imprevisibilidade das despesas dos agentes, sejam eles empresas ou famílias. Não é seguro que todos os valores das despesas futuras dos agentes. Desta forma, os agentes demandam moeda por motivo de precaução. É oportuno dizer que os economistas clássicos tratavam a moeda como a mercadoria padrão, dizendo de outro modo, aquele bem que poderia ser utilizado como referência para que fosse possível realizar trocas indiretas. Mas esse é um exemplo de finalidade da moeda e não utilidade dessa. 
Axioma da Produção O processo produtivo implica em demoras e defasagens. Deve se levar em conta que a decisão de produzir antecede, necessariamente, a colocação do produto no mercado. A firma produz sob comando ou sob a expectativa de demanda. Isto conferia um caráter inevitavelmente especulativo à atividade produtiva, segundo Keynes. Os objetivos que levam as firmas a produzir, são os de multiplicação da riqueza, ou seja, a firma não produz para obter satisfação ou utilidade, mas para multiplicar a riqueza. Como seu objetivo não é o consumo, a riqueza gerada deve assumir uma forma geral, isto é, um poder de compra genérico, existente na forma monetária. A firma aplica dinheiro para obter mais dinheiro. (Numa eco monetária os agentes possuem objetivos definidos em termos monetários – Por sua liquidez a riqueza monetária está defendida contra flutuações de demanda que afetam mercadorias ou ativos específicos – O poder de comando sobre trabalho, conferido pela moeda, é o indicador mais significativo do volume de riqueza acumulado por uma firma). O objetivo da firma para Keynes é a acumulação e não a utilidade como para os clássicos. Para Keynes a firma produz para ter lucro (acumulação de riqueza/moeda). Para os clássicos a firma produz para ter mais mercadorias. 
Axioma da Decisão O poder de decisão não é distribuído de forma igualitária, ou seja, a decisão não é tomada de forma igualitária entre os agentes que participam do processo produtivo: trabalhadores e capitalistas. No capitalismo, o capital é “escasso”, comparativamente ao trabalho (não é). As firmas são os mais importantes agentes para determinar as leis de movimento da economia. Em economias monetárias o dinheiro compra mercadorias e dinheiro pode ser obtido por geração de renda ou pela obtenção de crédito (discricionariamente). As firmas tem preferência ao acesso ao crédito pela natureza dos ativos que tem. 
 Para os clássicos o poder de decisão dos capitalistas e dos trabalhadores é o mesmo. Para Keynes isso não ocorre e, as firmas possuem muito mais acesso ao crédito, logo é a firma quem decide o quanto ganhar/ lucrar, basta que elas gastem. O que determina esse poder de gastar é o acesso ao crédito. 
Axioma da Não Pré – Conciliação de Planos A estratégia dos agentes é especulativa. Como existe um tempo entre a decisão de produzir e a efetivação da venda (compra por parte dos consumidores) e não existe uma instituição que informe sobre o que produzir, as decisões da firma (sobre o que e quando produzir) vão depender de expectativas e não de informações. (Para Keynes o risco não é calculável, a decisão é tomada sobre expectativas) Uma economia monetária é caracterizada pela existência de agentes cujos objetivos são definidos em termos monetários, sendo esses agentes os mais importantes da determinação das “leis de movimento” desta economia e cujas estratégias são de natureza inevitavelmente especulativas. 
Axioma da Irreversibilidade do Tempo Existem decisões que são consideradas cruciais nos processos econômicos. Estas decisões caracterizam processos irreversíveis, cujo desenrolar, uma vez iniciado, só pode ser detido à custa de grandes perdas e cujas condições iniciais não podem ser repostas. São decisões de investimento. Para processos que envolvam decisões cruciais (decisões de investimento), a repetição é impossível, e, portanto, para estas, o aprendizado é impossível. O cálculo e o aprendizado serão possíveis em decisões repetitivas como, por exemplo, as de produção ou consumo. Decisões de produção: são decisões reversíveis. Podem ser tomadas com base em cálculos precisos de vantagens e desvantagens porque são baseadas em expectativas de curto termo com base em comportamentos adaptativos (curto prazo). Decisões de investimento: são decisões consideradas irreversíveis porque são baseadas em expectativas de longo termo com base em comportamentos criativos – Animal Spirits (a criatividade do investidor tomará o lugar do impossível cálculo previsto de vantagens e desvantagens – Longo Prazo). São processos que envolvem incerteza porque se referem a fatos futuros distantes. Quanto maior for o horizonte desses processos, mais irrelevante se torna a informação que deu suporte a tomada de decisão. Para diminuir tais incertezas são criadas estratégias e instituições para os agentes se defenderem como: o desenvolvimento de contratos futuros denominados em dinheiro, a preferência pela liquidez, e o comportamento convencional. 
Axioma das propriedades da Moeda Numa economia monetária a moeda tem elasticidade negligíveis de produção e substituição. Isto significa que a disponibilidade de moeda deve ser relativamente insensível à demanda e que suas funções não podem ser exercidas por substitutos. A assinatura de contratos que garantam o fornecimento de serviços produtivos e meios de produção no futuro imediato, que cubra o período de produção, torna se um dos pilares sobre os quais se assenta a produção capitalista. Ser a unidade de medida e meio de liquidação para estes contratos é a função principal da moeda, ou seja, a moeda é aquilo por cuja entrega contratos são liquidados. Os agentes aceitam contratos em moeda porque o meio pelo qual eles serão liquidados tem (ou espera se que tenha) poder de compra estável. É para garantir o atributo de liquidez da moeda que Keynes preconiza serem negligíveis as duas elasticidades, de produção e substituição. Um obejeto cuja quantidade esteja sujeita a variações bruscas não estaria a salvo de excessos de oferta ou demanda que afetam outros ativos. A percepção de que os riscos de perda de poder de compra da moeda pudessem ser elevados destruiriam sua função de unidade de contratos, forçando os agentes a buscar alternativas menos eficazes para a coordenação das atividades. 
Criação de Moeda O principal atributo da moeda é o da liquidez.O grau de outros ativos que não a moeda depende das facilidades existentes para sua conversibilidade em moeda. 
A liquidez é um conceito bidimensional (Poder de conservação em dinheiro; Conservação de valor). Um ativo é tanto mais líquido quanto mais rapidamente puder seu detentor convertê lo em dinheiro. Um ativo é tanto mais líquido coeteris paribus, quanto maior for sua capacidade de conservação de valor. Um ativo é considerado líquido quando existe um mercado permanente e organizado para itens existentes, o que se requer market maker – instituição cuja função é ordenar os mercados ao servir do comprador ou vendedor residual com o objetivo de estabilizar cotações. Quando se compra um título há um mercado de revenda isso transforma o ativo em mais líquido (market maker). Se não há mercado, as pessoas são obrigadas a se manter presas naquele título, por exemplo, por dois anos, então esses ativos são ilíquidos. A moeda é representada pelo conjunto de ativos que compreende a moeda legal e seus substitutos perfeitos (depósito à vista – cheques). Pode se agrupar os ativos em três grupos segundo seu grau de liquidez (e, portanto, de seu grau de substituição com a moeda). Ativos plenamente líquidos são os substitutos perfeitos da moeda, de conversibilidade imediata e valor pré-fixados. Ativos líquidos são imperfeitos (que devem oferecer outras formas de retorno que não apenas a liquidez para compensar esta imperfeição) porque seu valor não pode ser garantido a priori. Ativos ilíquidos, cuja revenda é muito difícil e que, assim, são demandados por seus rendimentos e não como reserva de valor. 
Demanda por Moeda O primeiro motivo para demandar moeda seria o de realizar transações. Keynes associa a esta demanda por moeda a ideia de gastos rotineiros para girar a renda corrente; estariam compreendidos tantos os saldos mantidos pelas famílias para a realização dos seus gastos quanto o das firmas para a cobertura dos seus gastos de produção. O segundo motivo para demandar moeda seria precaução. Em outras palavras, o motivo precaucionário é o que corresponde mais à ideia de que a moeda é um ativo seguro, com o qual se pode atravessar um futuro incerto e nebuloso até que as perspectivas e escolhas se tornem mais definidas. A demanda especulativa por moeda se dá, porém, não quando não se tem pistas sobre o futuro, mas ao contrário, quando se tem expectativas definidas (mas não necessariamente corretas, o que é impossível saber a priori) sobre o futuro. Esta é uma demanda por moeda para “espera”: se as expectativas são de uma alta futura das taxas de juros torna se melhor esperar que isso ocorra para só então se fazer aplicações. O agente que entretiver expectativas opostas, em contraste, tentará comprar títulos no presente, tendo demanda especulativa nula. O motivo financeiro refere se à demanda por moeda em avanço de alguma despesa discricionária (um investimento, por exemplo) planejada. O motivo financeiro é um meio termo entre a demanda transacional por moeda, já que está relacionada a um plano definido de dispêndido, a precaucionária/especulativa, já que representa a formação de saldos inativos de moeda por algum tempo. 
A Não-Neutralidade da Moeda É atributo de liquidez que permite à moeda não ser neutra no longo período. A existência de ativos líquidos, que em uma situação de incerteza oferecem como retorno a segurança, faz com que seja possível ao indivíduo abster se do consumo sem investir. É incerteza que cerca decisões cruciais, como as de investimento em ativos de capital real, que abre o espaço da não-neutralidade da moeda no longo período.

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