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Uso da Topografia para auxílio da Recuperação de Áreas Degradadas - Trabalho de Graduação

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS 
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
ENGENHARIA AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
USO DA TOPOGRAFIA PARA AUXÍLIO DA RECUPERAÇÃO DE 
ÁREAS DEGRADADAS 
 
 
 
Tuanne Barel Tonetto 
 
 
 
 
 
São José dos Campos – SP 
2016 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS 
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
ENGENHARIA AMBIENTAL 
 
 
USO DA TOPOGRAFIA PARA AUXÍLIO DA RECUPERAÇÃO DE 
ÁREAS DEGRADADAS 
 
 
Tuanne Barel Tonetto 
 
 
Trabalho de Graduação apresentado ao Curso 
de Engenharia Ambiental da Universidade 
Federal de São Carlos 
 
 
Orientador: 
Prof. MsC. Marco Antonio Albano Moreira 
 
 
São José dos Campos – SP 
2016 
 
 i 
Banca Examinadora 
Trabalho de Graduação apresentado no dia 27 de novembro de 2016 perante a 
seguinte banca examinadora: 
Orientador: 
Prof. MsC. Marco Antonio Albano Moreira 
 
Convidado: 
Prof. Dra. Ana Maria da Silveira 
 
Professor da Disciplina: 
Prof. Ma. Adriana Cristiane Ruy 
 
 
 
 ii 
"Dificuldades preparam pessoas comuns para destinos extraordinários" 
C. S. Lewis 
 
 
 iii 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradeço a Deus pela dádiva da vida. Seu fôlego de vida em mim sustentou-me e 
deu-me coragem para questionar realidades e propor sempre um novo mundo de 
possibilidades. 
À minha família, que com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que 
eu chegasse até esta etapa de minha vida. 
Aos amigos que me foram dados de presente ao longo deste trajeto, dividindo 
conhecimentos, dúvidas e conquistas, especialmente à minha querida Raquel. 
Ao professor Edilson Milaré, pela dedicação como coordenador do curso de 
Engenharia Ambiental, sempre fazendo o melhor para os alunos. Agradeço também a todos 
os professores que me acompanharam durante a graduação, em especial do meu tutor 
orientador Prof. MsC. Marco Antonio e à Profa. Ma. Adriana, responsáveis pela realização 
deste trabalho. 
À Universidade Federal de São Carlos por ter me proporcionado a oportunidade 
de concretizar esse sonho, tornando-me uma Engenheira Ambiental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 iv 
DEDICATÓRIA 
 
 
Dedico este trabalho à minha avó Maria e ao meu avô Armando "In Memorian", 
exemplo de luta, dedicação e amor que me fortalece sempre. Ao Danilo, alma com quem 
amo partilhar a vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 v 
RESUMO 
 
Os grandes impactos sociais e ambientais vêm sendo causados pela expansão 
urbana e a falta de estudos estruturais. Com isso fica claro que é necessário o uso racional e 
o manejo sustentável dos recursos naturais renováveis adotando medidas de recuperação 
das áreas degradadas exploradas inadequadamente. O objetivo deste estudo foi caracterizar 
a importância da topografia, principalmente na área ambiental, apresentando informações 
que esta atividade oferece para a recuperação de áreas degradadas, promovendo dessa 
maneira uma maior e melhor proteção ao meio ambiente. O levantamento topográfico 
planimétrico cadastral e a caracterização do uso e ocupação do solo foram realizados para 
que fosse possível identificar a localização das cercas existentes, áreas úmidas, corpos 
d’água, regiões com vegetação nativa, erosões, e também pontos para caracterizar a 
altimetria local em uma propriedade rural com área superficial de 5,8 ha, na localidade do 
Bairro do Salto, em Socorro, SP, no período de 12 de abril a 31 de maio de 2016; 
procurando atender à legislação vigente e às normas administrativas reguladoras. Por 
intermédio dos resultados obtidos foi terminado o mapa onde este contém todas as 
informações referentes ao estudo. Com o apoio do relatório fotográfico e o mapa 
elaborado, comprovaram-se irregularidades na propriedade, diante do que preconiza a 
Legislação Florestal vigente, ficando evidente a importância da topografia, na tomada de 
decisões, quando da elaboração de projetos de recuperação de áreas degradadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 vi 
ABSTRACT 
 
The great social and environmental impacts have been caused by urban sprawl 
and the lack of structural studies. Thus it is clear that the rational use and sustainable 
management of renewable natural resources by adopting recovery of degraded areas 
measured, inadequately explored is required. This study aimed to characterize the 
importance of topography, mainly in forestry, presenting critical information that this 
activity may offer to perform Recovery of Degraded Areas, promoting this way a bigger 
and better protection to the Environment. A planimetric cadastral survey and 
characterization of land use and occupation were made to make it possible to identify the 
location of existing fencing, wetlands, water bodies, areas with native vegetation, erosion, 
and also points to characterize the local altimetry in a rural property with a surface area of 
5,8ha in the neighborhood Salto, in Socorro, SP, from April 12 to May 31, 2016, seeking to 
meet the current legislation and regulatory administrative rules. From the results obtained 
was terminated plan map where it contains all the information related to the study. With 
the support of the photographic report and map prepared, irregularities were proven in the 
property, before calling for the current Forest Law, staying clear the importance of 
topography, in making decisions when drafting projects recovery of degraded areas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 vii 
SUMÁRIO 
 
Banca Examinadora ..................................................................................................................... i 
RESUMO ................................................................................................................................... v 
ABSTRACT .............................................................................................................................. vi 
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................. viii 
NOMENCLATURA .................................................................................................................. ix 
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................... 3 
2.1 Áreas degradadas ............................................................................................................ 3 
2.2 A topografia como ferramenta de recuperação de áreas degradadas .............................. 5 
2.3 Métodos de recuperação de áreas degradadas ................................................................. 7 
3 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................. 10 
3.1 Métodos ......................................................................................................................... 10 
3.2 Materiais e equipamentos .............................................................................................. 10 
3.3 Procedimento experimental ........................................................................................... 12 
3.4 Procedimento de cálculo ............................................................................................... 13 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................... 17 
4.1Aplicações da topografia dentro da engenharia ambiental ........................................... 17 
4.2 Disposições da legislação ambiental vigente ................................................................ 17 
4.3 Planejamento para a recuperação da área degradada proposta ..................................... 22 
4.4 Sugestão do melhor método/técnica de recuperação do local ....................................... 24 
5 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 26 
6 SUGESTÕES ........................................................................................................................ 27 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 28 
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................. 32 
APÊNDICE A....................................................................................................................... 33 
 
 
 
 viii 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1: Estação total modelo RUIDE utilizada ..................................................................... 11 
Figura 2: Bastão com tripé e prisma ......................................................................................... 11 
Figura 3: Delimitação da propriedade ...................................................................................... 12 
Figura 4: Cultivo irregular em APP .......................................................................................... 14 
Figura 5: Mata ciliar praticamente inexistente composta apenas por braquiária ..................... 14 
Figura 6: Processo erosivo em margem do córrego ................................................................. 15 
Figura 7: Presença somente de vegetação braquiária em APP para pastagem de animais. ...... 15 
Figura 8: Croqui inicial do imóvel ........................................................................................... 19 
Figura 9: Mapa de degradação ambiental do imóvel ................................................................ 20 
Figura 10: Levantamento topográfico da situação atual do imóvel.......................................... 21 
Figura 11: Projeto com adequações à legislação ambiental vigente ........................................ 21 
Figura 12: Croqui do imóvel com suas curvas de nível ........................................................... 22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ix 
NOMENCLATURA 
 
Abreviações 
Símbolo Descrição 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 
APP Área de Preservação Permanente 
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária 
FATMA Fundação do Meio Ambiente 
GPS Global Positioning System / Sistema de Posicionamento Global 
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis 
IDEMA 
Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande 
do Norte 
IN Instrução Normativa 
INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária 
MP Medida Provisória 
NBR Norma Brasileira aprovada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas 
RL Reserva Legal 
SIG Sistemas de Informações Geográficas 
SIGAM Sistema Integrado de Gestão Ambiental 
SIRGAS 
2000 
Sistema de Referência Geocêntrico para a América do Sul 
 
 
 
 
 
 
 
 
 1 
1 INTRODUÇÃO 
 
O ser humano, para suprir suas necessidades e anseios, faz uso da natureza, 
retirando dela materiais de consumo, como alimentos, minérios e pedras, combustível 
fóssil, madeira e seus derivados. É necessário que se faça o uso racional e o manejo 
sustentado dos recursos naturais renováveis e se adotem medidas de recuperação das áreas 
degradadas, exploradas inadequadamente (GLUFKE, 1999). 
A preocupação em recuperar áreas degradadas está ligada a fatores como 
recomposição da paisagem, conservação de recursos hídricos, fixação e conservação da 
fauna e da flora, preservação das encostas, contenção da erosão, prevenção do 
assoreamento dos cursos d’água e cumprimento da legislação ambiental vigente 
(GLUFKE, 1999). 
Para Reis, Zambonin e Nakazono (1999), uma determinada área que sofreu 
impacto de forma a impedir ou diminuir drasticamente sua capacidade de retornar ao 
estado original, por intermédio de seus meios naturais, é denominada área degradada. 
Por sua vez, Kageyama e Reis (1994) consideram área degradada aquela que, após 
distúrbio, teve eliminado seus meios de regeneração natural, não sendo, portanto, capaz de 
se regenerar sem a interferência antrópica. Declaram ainda que área perturbada é aquela 
que sofreu distúrbio, mas manteve meios de regeneração biótica. 
A regeneração natural, na ecologia, é chamada de resiliência ambiental. 
Atualmente, resiliência é a capacidade de voltar ao seu estado natural, principalmente após 
alguma situação crítica e fora do comum. Aplicando este conceito ao meio ambiente, 
define-se resiliência como a aptidão de um determinado sistema que lhe permite recuperar 
o equilíbrio depois de ter sofrido uma perturbação. Este conceito remete para a capacidade 
de restauração de um sistema. A noção de resiliência ambiental ficou conhecida a partir de 
1970, graças ao trabalho do famoso ecologista canadiano C. S. Holling (ROSE, 2014). 
As alterações não planejadas e frequentes no uso do solo estão entre os principais 
fatores relacionados com o aumento da degradação ambiental. O processo de recuperação 
de uma área deve considerar a sucessão ecológica, fonte de informações do 
comportamento e da evolução de uma formação vegetal. Redente et al. (1993) ressaltam 
que nos casos em que a natureza não apresenta condições de se recompor, ou a recuperação 
 
 2 
vegetal se apresenta muito lenta, é necessária a intervenção técnica para permitir que “[...] 
os processos de sucessão natural possam ser efetivos”. 
A recuperação de áreas degradadas pode ser conceituada como um conjunto de 
ações idealizadoras e executadas por especialistas das mais diferentes áreas de 
conhecimento humano e da Engenharia, que visam a proporcionar o restabelecimento das 
condições de equilíbrio e sustentabilidade existentes anteriormente em um sistema natural. 
O caráter multidisciplinar das ações que visam a proporcionar esse retorno deve ser 
tomado, fundamentalmente, como ponto de partida do processo. Assim, o envolvimento 
direto e indireto de técnicas de diferentes especializações permite a abordagem holística 
que se faz necessária (TESTONI, 2010). 
Nesse contexto, a topografia, ocupa posição primordial, deve ser um item 
indispensável à tomada de decisões para a realização de Recuperação de Áreas 
Degradadas, haja vista o que determina a Instrução Normativa IN-16 da Fundação do Meio 
Ambiente (FATMA, 2012). Segundo a mesma, para o processo, por exemplo, de 
Licenciamento Ambiental para a Recuperação de Áreas Degradadas, deverá ser 
apresentada a planta planialtimétrica da área do plano ou projeto, com hidrografia, Áreas 
de Preservação Permanente (APP) e detalhe do plano/projeto, em coordenadas geográficas 
com a informação do Datum de origem. Parada (1992) relata que uma simples observação 
“in loco” do terreno ou uma área em questão não permite uma prévia para a construção 
direta, já que se realizada por tentativas estará certamente sujeita a erros gravíssimos. A 
topografia consiste no conhecimento dos instrumentos e métodos os quais têm por 
finalidade reduzir os erros de observação “in loco” e determinar o contorno, dimensão e 
posição relativa de uma porção limitada da superfície terrestre, sem considerar a curvatura 
resultante da esfericidadeterrestre (LOCH, 2000). 
No campo da engenharia, a planta topográfica é a primeira e insubstituível peça de 
estudo. Nenhum projeto de construção de obras civis ou militares pode dispensar o prévio 
levantamento topográfico. Aliás, esta é uma exigência não apenas de caráter técnico, mas 
também ecológico e ambiental. É sobre as plantas topográficas que se estudam os terrenos 
e sobre estas que se elaboram os projetos. (LOCH, 2000). 
Dessa forma, o objetivo do trabalho foi caracterizar a importância da Topografia 
no ramo da Engenharia, principalmente na área ambiental, apresentando informações que 
esta atividade oferece para a recuperação de áreas degradadas, promovendo dessa maneira, 
uma maior e melhor proteção ao meio ambiente. 
 
 3 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
2.1 Áreas degradadas 
 
O homem necessita transformar o meio natural em que vive, para lhe trazer 
situações de conforto e ambientes de sobrevivência, trabalho, lazer, entre outras ações 
humanas, como locomoção, com construções de estradas de ferro, rodagem, pontes etc. e, 
também, para canalização de cursos d’água para obras de saneamento e geração de energia 
elétrica. Problemas como aumento de processos erosivos, ausência ou diminuição da 
cobertura vegetal, deposição de lixo, superfície espelhada, entre outros tornam-se cada vez 
mais frequentes, de maneira que é verificada a utilização desordenada e intensiva dos 
recursos naturais causando degradação (ORTIS et. al 2012) . 
Conforme explica Lucena (2006), o conceito de degradação tem sido geralmente 
associado aos efeitos ambientais considerados negativos ou adversos e que decorrem 
principalmente de atividades ou intervenções humanas. Raramente o termo se aplica às 
alterações decorrentes de fenômenos ou processos naturais. Este conceito está sempre 
sujeito a variações de definição de acordo com a atividade em que os efeitos são gerados, 
na medida em que se expande o conhecimento humano. 
Para a ABNT, a degradação do solo é apontada como a “alteração adversa das 
características do solo em relação aos seus diversos usos possíveis, tanto os estabelecidos 
em planejamento, como os potenciais”, em sua NBR 10703 (1989). Pode-se compreender a 
partir desse conceito que o solo, como espaço geográfico, ultrapassa o sentido de matéria 
ou componente predominante abiótico do ambiente, sugerindo também que o impacto 
ambiental sempre é negativo. 
O Manual de Recuperação de Áreas Degradadas pela Mineração do IBAMA 
(1990) define área degradada como sendo “a degradação de uma área ocorre quando a 
vegetação nativa e a fauna forem destruídas, removidas ou expulsas; a camada fértil do 
solo for perdida, removida ou enterrada; e a qualidade e o regime de vazão do sistema 
hídrico forem alterados. A degradação ambiental ocorre quando há perda de adaptação às 
características físicas, químicas e biológicas e é inviabilizado o desenvolvimento 
socioeconômico”. 
 
 4 
No campo da agronomia, DIAS & GRIFFITH (1998) definem a qualidade de um 
solo como a sua capacidade de manter o crescimento vegetal, o que inclui fatores como 
agregação, conteúdo de matéria orgânica, profundidade, capacidade de retenção de água, 
taxa de infiltração, capacidade tampão de pH, disponibilidade de nutrientes, etc. 
No campo das engenharias, Lucena (2006), conclui que certamente o conceito de 
solo degradado deve estar relacionado com a alteração da capacidade em se manter coeso e 
como meio físico de suporte para edificações, estradas, por exemplo. Solos adensados ou 
compactados podem caracterizar um processo de degradação (redução de sua taxa de 
infiltração, limitação na circulação de oxigênio, impedimento físico para o crescimento das 
raízes, menor disponibilidade de nutrientes, etc.). Afirma, inclusive, que o conceito de 
degradação é relativo, embora esteja sempre associado à noção de alteração ambiental 
adversa gerada, na maioria das vezes, por atividades humanas. 
Para conter o avanço desenfreado do surgimento de novas áreas degradadas foram 
criadas leis ambientais. As leis que tratam do meio ambiente no Brasil estão entre as mais 
completas e avançadas do mundo. Até meados da década de 1990, a legislação cuidava 
separadamente dos bens ambientais de forma não relacionada. O Novo Código Florestal 
Brasileiro (Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, oriundo do Projeto de Lei nº 1.876/99) é 
a lei brasileira que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa, tendo revogado o Código 
Florestal Brasileiro de 1965. Junto com o Novo Código, foi editada a Medida Provisória 
(MP) 571/2012 a fim de preencher as lacunas dos vetos. A MP foi modificada pelo Projeto 
de Lei de Conversão 21/2012, que por sua vez foi novamente sancionado com vetos da 
presidente na forma da Lei 12.727/2012, publicada juntamente ao Decreto 7.830/2012 para 
cobrir os pontos vetados. 
Independentemente dos elogios e críticas é indubitável que as questões ambientais 
há muito vinham merecendo uma revisão do Poder Legislativo frente aos avanços 
tecnológicos que hoje se apresentam de forma acelerada. É possível obter uma resposta 
bastante razoável ao combate à degradação a partir da correta prática dos instrumentos 
legais referentes à proteção e à educação ambiental por parte dos órgãos governamentais. 
Atualmente, com a consequente preocupação ambiental sobre as diversas 
mudanças globais, as aplicações e projetos não se concentram mais somente em 
construções e criações, mas, também, à análise e otimização de modo a propiciar 
estabilidade e viabilidade do meio. Assim, é de fundamental importância o conhecimento 
 
 5 
do ambiente a ser tratado, suas características e peculiaridades, tornando a topografia 
elemento essencial (MASSITA, 2009). 
 
2.2 A topografia como ferramenta de recuperação de áreas degradadas 
 
A palavra "Topografia" deriva das palavras gregas "topos" (lugar) e "graphen" 
(descrever) significando, portanto, a representação exata de um lugar, a determinação do 
contorno, dimensão e posição relativa de uma porção limitada da superfície terrestre, do 
fundo dos mares ou do interior de minas, desconsiderando a curvatura resultante da 
esfericidade da Terra. Compete ainda à Topografia, a locação, no terreno, de projetos 
elaborados de Engenharia. (DOMINGUES, 1979). Ribeiro (2006) afirma que, desde 
edifícios e obras viárias a sistemas de água e saneamento, planeamento urbanístico e 
paisagístico, entre outros, todos se desenvolvem em função do terreno sobre o qual 
assentam pelo que é fundamental o conhecimento pormenorizado desse mesmo terreno, 
tanto na fase do projeto, como na sua execução. É na Topografia que se encontram os 
métodos e os instrumentos que permitem esse conhecimento e asseguram uma correta 
implantação da obra ou serviço. 
Inicialmente, a topografia ocupava-se do estudo de locais restritos, pretendendo 
simplificar os problemas de representação provocados pela curvatura da Terra. No entanto, 
esta simplificação teve que ser ultrapassada uma vez que a necessidade de obter 
representações de superfícies cada vez maiores aboliu a limitação territorial (CASACA; 
MATOS; BAIO, 2007). 
Nos últimos anos houve um grande avanço no desenvolvimento de técnicas e 
tecnologias nas áreas de agrimensura, topografia, geodésia, cartografia geoprocessamento, 
sensoriamento remoto, aerofotogrametria, etc., que proporcionaram grande 
desenvolvimento evoluindo para as ciências geomáticas. (LEONARDI, 2011). 
As metodologias e técnicas utilizadas nos trabalhos topográficos, geodésicos e 
cartográficos evoluíram constantemente e as atualizações dos equipamentos aplicados aos 
levantamentos topográficos e geodésicos vêm aperfeiçoando os métodos de medições 
convencionais, com teodolitos, níveis, estação total,receptores GNSS ou remotos com 
restituições aerofotogramétricas, restituições por imagens orbitais, laser scanning terrestre 
e aerotransportado (LEONARDI, 2011). 
 
 6 
Para Ribeiro (2006), uma das faces mais visíveis da topografia são os 
levantamentos topográficos, que consistem em todo o trabalho de campo e gabinete que 
permite a recolha e tratamento da informação necessária à produção de uma planta ou carta 
representativa do terreno em estudo. 
Para execução dos levantamentos, Erba (2005) recomenda o uso de poligonal 
aberta, poligonal fechada e poligonal apoiada, a irradiação para amarrar pontos de detalhes 
a um sistema de referência por meio da medição de uma direção e uma distância como 
auxilio para poligonal. 
Neste contexto, a topografia se torna instrumento imprescindível na recuperação 
de áreas degradadas. Testoni (2010) ressalta a obrigação em um levantamento de proceder 
a todas as operações necessárias para alcançar os objetivos da topografia. Para tanto, faz-se 
necessário um levantamento, isto é, a medição de ângulos e distâncias e a execução dos 
cálculos e desenhos indispensáveis para representar, fielmente em planta, os elementos 
colhidos no terreno. Portanto, a esta representação gráfica, na qual é mantida uma relação 
constante (escala) entre as dimensões gráficas e as respectivas dimensões do terreno e onde 
aparecem os acidentes topográficos de interesse, figurado por convenções, denomina-se 
planta topográfica. (LOCH, 2000). 
A caracterização ambiental de uma propriedade e o planejamento de uso das terras 
da propriedade utilizam-se da topografia para obter resultados exatos e devem ser feitos 
por técnicos. É necessário ter em mente que uma propriedade não é constituída somente de 
um tipo de solo e estes não ocorrem em apenas um tipo de declividade. Via de regra, a 
propriedade rural é dotada de terras planas, inclinadas, grotas, brejos, etc. (LUCENA, 
2006). 
Como exemplo de utilização da topografia para áreas degradadas, a caracterização 
ambiental de um local depende, essencialmente, afirma Lucena (2006) do reconhecimento 
e levantamento topográfico da área a ser explorada; levantamento e anotações das 
informações básicas, a respeito das características principais dos solos e hidrologia; 
reconhecimento das características da flora, para preservá-la em locais a serem estudados 
em função dos levantamentos anteriores, e mapeamento da área. 
Um dos instrumentos usados pelos órgãos de controle e que necessitam dos dados 
topográficos é o CAR. O Cadastro Ambiental Rural (CAR) é um registro eletrônico, 
obrigatório para todos os imóveis rurais, que tem por finalidade integrar as informações 
 
 7 
ambientais referentes à situação das Áreas de Preservação Permanente, das áreas de 
Reserva Legal, das florestas e dos remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de Uso 
Restrito e das áreas consolidadas das propriedades e posses rurais do país. (IDEMA, 2016). 
Para realizar o levantamento topográfico é necessária a utilização de 
equipamentos específicos como a Estação Total. De acordo com Massita (2009), a Estação 
Total obtém as cotas do terreno e armazena, em seu computador interno, variados 
levantamentos, podendo ser de diferentes locais, o que traz muita vantagem devido a 
automatização. Além de economizar tempo, esses dados podem ser diretamente enviados 
ao computador através de softwares específicos, como o DataGeosis, Topograph ou 
TopoEVN. 
Esses dados também podem ser utilizados na criação de mapas temáticos. 
Algumas ferramentas SIGs (Sistemas de Informações Geográficas) atuam na modelagem 
desses mapas para o manejo e recuperação das áreas degradadas, como os softwares 
ArcGIS, QGIS, SPRING, TerraView. Todos estes necessitam da topografia para obtenção 
dos dados do terreno lançados nos mesmos. 
Existem os níveis de detalhamento de acordo com Braga et al., (2007), sendo o 
levantamento por Caminhamento e o levantamento Inicial. O levantamento Cadastral 
acontece posterior ao levantamento das áreas, limites e perímetro, e faz a locação em 
coordenadas precisas (STODULSKI, 2006). 
A topografia, quando inserida na Engenharia Ambiental, deve ser considerada 
disciplina específica, pois traz consigo o ensino e aprendizagem do manuseio de 
equipamentos, em busca de benefícios tanto para o aperfeiçoamento do ensino no curso de 
Engenharia Ambiental, como mais praticidade, preparando o engenheiro que se depara 
com as necessidades do mercado de trabalho e principalmente com as do meio ambiente. 
 
2.3 Métodos de recuperação de áreas degradadas 
 
Bakonyi (2012) demonstra estratégias de recuperação de áreas degradadas e 
divide em categorias - curto, médio e longo prazo. As estratégias de curto prazo adotam 
tecnologias que visam à pronta recuperação das áreas. Na lavoura, por exemplo, onde se 
faz necessária a correção da acidez do solo, adiciona-se cálcio e magnésio para eliminação 
 
 8 
da toxicidade produzida pelo alumínio, e recomenda-se o plantio de leguminosas, pois são 
ricas em matéria orgânica e nitrogênio, adubando-as com fósforo e potássio. 
Uma das estratégias de médio prazo citadas por Bakonyi (2012) para áreas 
degradadas por pastagem é o sistema silvipastoril (SSP), isto é, a combinação intencional 
de árvores, pastagem e gado numa mesma área ao mesmo tempo e manejados de forma 
integrada, com o objetivo de incrementar a produtividade por unidade de área. Para outros 
sistemas agrícolas, o ideal é a introdução de sistemas agroflorestais, pois eles permitem um 
tempo menor para a recuperação, além de o aproveitamento econômico ser praticamente 
imediato. A lavoura agropecuária é a alternativa mais segura para a recuperação das áreas 
de pastagem degradadas do ponto de vista de retorno econômico e viabilidade agronômica 
a integração. 
As estratégias de longo prazo baseiam-se no abandono da área para que a 
vegetação natural se recomponha. Para tornar a recuperação dessas áreas mais acelerada, 
pode-se optar pelo manejo melhorado da vegetação secundária (capoeiras) que consiste no 
abandono ou “pousio” das áreas por um período de 05 a 15 anos. Esse fato conduz ao 
desenvolvimento de arbustos e árvores que acabam por formar uma floresta secundária no 
decorrer dos anos, proporcionando a recuperação da fertilidade (BAKONYI, 2012). 
Os problemas de degradação dos solos representam perdas econômicas, situações 
de risco podendo ser minimizados ou em parte solucionados pela Bioengenharia. As 
técnicas utilizadas para recuperação das encostas pela bioengenharia de solos têm 
aplicação e situações de instabilidade pouco profundas, ou seja, não há o envolvimento de 
massas de terreno de grande dimensão. Seu campo de atuação prevê também a 
estabilização de margens fluviais (MATOS, 2002). Alguns exemplos das técnicas de 
bioengenharia incluem: biomantas antierosivas, geotêxteis, paliçada viva e entrançado 
vivo. 
As obras de bioengenharia são construções bastante modernas e relativamente 
recentes, porém conta com algumas obras que datam dos anos 30 do século passado e que 
não conta com manutenção devido a dificuldades financeiras o que não as impede de 
continuarem a cumprir os objetivos para os quais fossem construídas (FERRARI, 2003). 
O conhecimento e a consideração da dinâmica destas formações vegetais 
artificiais, ou seja, a sucessão natural evita surpresas desagradáveis e reduz os custos de 
manutenção. Normalmente a vegetação pioneira evolui em etapas sucessivas até uma 
 
 9 
associação vegetativa que exprima as condições ecológicas locais. Esta etapa constitui uma 
situação estável em longo prazo que não se altera a não ser que ocorram modificações, 
designadamente climáticas, das condições locais (LUCENA, 2006).A recuperação de áreas degradadas é um processo que deve obedecer ao grau de 
degradação ao qual o local foi exposto, ou seja, a situação em que a área se encontra, por 
exemplo: cultivada com lavoura; pastagem natural; pastagem plantada; se encontra com 
regeneração natural em estádio inicial ou de fragmentos de mata (QUADROS, 2009). 
Algumas técnicas “mais simples” auxiliam na recuperação dessas áreas, como a indução da 
regeneração natural, aplicação de técnicas de enriquecimento com nativas ou de técnicas 
de plantio ou implantação puro de nativas. 
 
 10 
3 MATERIAIS E MÉTODOS 
 
3.1 Métodos 
 
A metodologia empregada neste trabalho baseia-se primeiramente numa revisão 
bibliográfica, com levantamentos de leitura específica em livros, principalmente os mais 
recentes relacionados à topografia, recuperação de áreas degradadas, matas ciliares, leis 
ambientais, normas brasileiras, entre outros. 
Posteriormente foi estabelecido contato com o proprietário do imóvel objeto de 
estudo, para verificação do aceite em contribuir com as informações necessárias para o 
desenvolvimento do trabalho e, em seguida, foi feito o agendamento das visitas para a 
coleta das informações através da medição em campo e para a confecção do relatório 
fotográfico que, com uso de uma câmera digital foram fotografadas várias situações da 
área em questão com o intuito de contribuir para a análise final do projeto. 
Para a obtenção dos dados e processamento das informações foram utilizados 
equipamentos como Estação Total e o software TopoEVN respectivamente. Os dados 
coletados foram então analisados e comparados com a bibliografia citada. Ao final, foi 
gerado o levantamento topográfico planimétrico cadastral, juntamente com o memorial 
descritivo e o relatório fotográfico. 
 
3.2 Materiais e equipamentos 
 
Foram utilizados para execução deste trabalho os seguintes materiais e 
equipamentos: 
- Estação Total modelo RUIDE (figura 1); 
- Bastão com tripé e Prisma (figura 2); 
- Câmera fotográfica; 
- Computador com software TopoEVN e TopoEVN Planilha instalados. 
O bastão é um instrumento que serve para elevar o ponto topográfico com o 
objetivo de torná-lo visível, sendo comumente sustentado e apoiado por um tripé. Possui 
 
 11 
um encaixe ou rosca para adaptação de antena GPS ou prisma. Neste trabalho, utilizou-se o 
prisma, que é um equipamento destinado à reflexão do sinal emitido por um distanciômetro 
ou neste caso, por uma Estação Total. 
 
 
Figura 1: Estação total modelo RUIDE utilizada 
Fonte: a autora 
 
 
Figura 2: Bastão com tripé e prisma 
Fonte: a autora 
 
 12 
3.3 Procedimento experimental 
 
O presente estudo foi realizado no município de Socorro, no interior do estado de 
São Paulo, distante 132 km capital. O estudo desenvolveu-se em uma propriedade rural 
demonstrada na figura 1, contendo uma área superficial de 5,8925 ha, no período de 02 a 
10 de maio de 2016, com a finalidade de realizar um levantamento topográfico para 
caracterizar o uso e ocupação do solo, a fim de avaliar se a propriedade estava de acordo 
com o que determina a Legislação Florestal vigente. 
 
 
Figura 3: Delimitação da propriedade 
Fonte: Google Earth, 2016 
 
No dia 29 de abril de 2016 realizou-se uma prévia vistoria sobre a referida 
propriedade; e optou-se pelo levantamento planimétrico cadastral que além de caracterizar 
o uso e a ocupação do solo, apresenta informações fundamentais da propriedade como a 
localização das cercas existentes, áreas úmidas, corpos d’água, regiões com vegetação 
nativa, etc., uma vez que nessa vistoria ficou evidenciado que o imóvel não atende ao 
disposto na Legislação Florestal vigente, principalmente no que tange a Lei 6.938/1981 
(Política Nacional do Meio Ambiente), que estipula e define, por exemplo, que o poluidor 
é obrigado a indenizar danos ambientais que causar, independente da culpa, e que o 
Ministério Público pode propor ações de responsabilidade civil por danos ao meio 
ambiente, como a obrigação de recuperar e/ou indenizar prejuízos causados. Dessa forma, 
 
 13 
haverá a necessidade de elaboração de um projeto de Recuperação de Áreas Degradadas e 
Recomposição da Área de Preservação Permanente. 
 
3.4 Procedimento de cálculo 
Para a realização deste levantamento topográfico na fase inicial de execução das 
medições, utilizou-se uma equipe de campo composta de duas pessoas, equipada com uma 
Estação Total modelo RUIDE, de precisão 0º00’02” e um bastão com prisma (ver figuras 1 
e 2), sendo medidas as distâncias vante e ré entre as estações e irradiados os pontos 
necessários para apresentação do projeto. 
A propriedade estudada possui inicialmente 5,8 ha, quase o dobro do mínimo de 
módulos rurais exigidos pelo Instituto Nacional de Reforma Agrária (INCRA) definidos 
para a cidade de Socorro, (cada módulo rural equivalente a três hectares e cada módulo 
fiscal equivalente a 16 hectares), caso o imóvel precisasse ser georreferenciado. Esta 
informação juntamente com a de outros municípios pode ser facilmente obtida no site do 
INCRA através do endereço eletrônico: http://www.incra.gov.br. 
No entanto, devido a finalidade do levantamento da propriedade, os pontos e suas 
coordenadas foram coletados com a Estação Total, cabendo ressaltar que poderia ser 
utilizado um aparelho GPS para somente agilizar a etapa da medição. 
Conforme descrito na NBR 13.133 (1994), o levantamento planimétrico acrescido 
da determinação planimétrica da posição de certos detalhes visíveis ao nível e acima do 
solo e de interesse à sua finalidade, tais como: limites de vegetação ou de culturas, cercas 
internas, edificações, benfeitorias, barrancos, árvores isoladas, valos, valas, drenagem 
natural e artificial, etc., é chamado de Levantamento Topográfico Planimétrico Cadastral. 
Estes detalhes devem ser discriminados e relacionados nos editais de licitação, propostas e 
instrumentos legais entre as partes interessadas na sua execução. 
A escolha do levantamento topográfico planimétrico cadastral, empregando o uso 
de uma Estação Total, deu-se em virtude da área da propriedade ser considerada 
minifúndio de acordo com o INCRA, isto é, imóvel rural com área inferior a 1 (um) 
módulo fiscal mas ainda assim superior ao módulo rural. A classificação é definida pela 
Lei 8.629, de 25 de fevereiro de 1993 e leva em conta o módulo fiscal (e não apenas a 
metragem), que varia de acordo com cada município. Para o município de Socorro, cada 
módulo fiscal equivale a 16 hectares. O imóvel também se apresenta sem vegetação densa 
 
 14 
que dificultasse os trabalhos, e principalmente pela precisão planimétrica que a Estação 
Total pode trazer, uma vez que o levantamento em campo é a etapa de maior importância, 
pois atrelado a ele está o restante das atividades a ser desenvolvidas na propriedade. 
As irregularidades ambientais encontradas na propriedade são demonstradas nas 
figuras 4, 5, 6 e 7. As fotografias foram extraídas do relatório fotográfico realizado. 
 
 
Figura 4: Cultivo irregular em APP 
Fonte: a autora 
 
 
 
Figura 5: Mata ciliar praticamente inexistente composta apenas por braquiária 
Fonte: a autora 
 
 
 
 15 
 
Figura 6: Processo erosivo em margem do córrego 
Fonte: a autora 
 
 
 
Figura 7: Presença somente de vegetação braquiária em APP para pastagem de 
animais. 
Fonte: a autora 
 
Na segunda fase da execução, para o desenvolvimento dos trabalhos de escritório, 
quando do descarregamento dos dados levantados por meio da estação total, a etapa 
seguinte, foi o processamento das informações. “Descarregamento” significa extrair os 
dados obtidos em campoque estão armazenados dentro da memória do equipamento. Para 
este estudo foi utilizado o software TopoEVN Planilha. 
 
 16 
O software utilizado para confecção do mapa, foi o TopoEVN. Um arquivo em 
formato “.dwg”, contendo todos os pontos que foram coletados em campo, foi gerado pelo 
software anterior, e assim, iniciou-se o processo de elaboração do mapa. 
Com o avanço do desenvolvimento do desenho foram criadas camadas (layers) 
para cada elemento do mapa, bem como a definição de hachuras, inserção do Norte, ajuste 
dos textos, confrontação, etc. O memorial descritivo e a tabela com as coordenadas de cada 
ponto, azimutes e distâncias também foram gerados através do software TopoEVN, 
tornando a leitura do desenho de fácil compreensão. Para finalização da planta, estruturas 
como carimbo, legenda e planta de situação sem escala foram inseridos para completar as 
informações do levantamento planimétrico. 
 
 
 17 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
4.1 Aplicações da topografia dentro da engenharia ambiental 
 
A Engenharia Ambiental é o ramo da engenharia que atua na área voltada ao 
desenvolvimento sustentável, integrando as dimensões social, ecológica, tecnológica e 
econômica do meio ambiente. O principal objetivo é desenvolver técnicas de preservação 
do ar, da água e do solo, estudando os problemas do meio ambiente para o projetar, operar 
e construir sistemas de esgoto e água, sempre respeitando os limites de exploração 
ambiental. Desta forma, o engenheiro ambiental deverá saber reconhecer, interpretar e 
diagnosticar impactos ambientais negativos e positivos, avaliar o nível de danos ocorridos 
no meio ambiente e propor soluções integradas de acordo com o direito do ambiente 
vigente. 
Atualmente, com a certeza de que a humanidade depende do ambiente em que 
vive, a topografia ganhou importância em outros setores, inclusive na engenharia 
ambiental. A topografia determina analiticamente as medidas de área e perímetro, 
localização, orientação, variações no relevo, etc., e ainda as representa graficamente em 
cartas ou plantas topográficas. Ou seja, é a descrição minuciosa e exata de um lugar, 
servindo como instrumento fundamental para a implantação e acompanhamento de 
projetos elaborados. 
Com o auxílio da topografia, os engenheiros ambientais podem realizar diversas 
atividades, como manejo de florestas, reflorestamento e recuperação de áreas degradadas, 
já que para realizar tais atividades é necessário o conhecimento da área onde será efetuado 
o trabalho. Quanto maior o conhecimento da área objeto de trabalho, mais detalhado e 
melhor executado este será. A topografia contribui para a segurança de quem realiza o 
trabalho, além do mais, seria praticamente impossível a realização de um planejamento em 
áreas de médio e grande porte sem a topografia. 
 
4.2 Disposições da legislação ambiental vigente 
 
 
 18 
Segundo o artigo 4º do Novo Código Florestal (Lei n.º 12.651, de 25 de Maio de 
2012), que dispõe sobre a delimitação das Áreas de Preservação Permanente, considera 
APP, em zonas rurais ou urbanas, as faixas marginais de qualquer curso d’água natural 
perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, 
deverá reservar uma margem mínima de 30 (trinta) metros para os cursos d’água de menos 
de 10 (dez) metros de largura. Entre outros casos citados na Lei, as nascentes d’água, leitos 
dos rios, córregos ou cursos d’água devem ser constituídas por Áreas de Preservação 
Permanente respeitando suas metragens a partir do leito de maior vazão ou nascente. 
O artigo 9º permite o acesso de pessoas e animais às Áreas de Preservação 
Permanente para obtenção de água e para a realização de atividades de baixo impacto 
ambiental, desde que não haja a supressão e não comprometimento da regeneração e da 
manutenção a longo prazo da vegetação nativa. 
Quanto ao instituto da Reserva Legal, o percentual mínimo em relação à área do 
imóvel para a composição da RL deve ser de 20% para a região onde a propriedade está 
inserida, pois não se localiza em meio a floresta Amazônica ou florestas em geral, cerrados 
e campos. A nova Legislação possibilita o cômputo das APPs no cálculo dos percentuais 
da RL para todas as propriedades sem distinção de tamanho, localização e desde que a área 
a ser computada esteja conservada ou em processo de recuperação. 
A partir do levantamento topográfico, do relatório fotográfico e dos demais dados 
obtidos, comprovou-se que a propriedade está irregular diante do que preconiza a 
Legislação Florestal reformada em 2012. 
Também foi observada uma pequena mudança do percurso do córrego natural 
devido ao uso inadequado do solo, causando erosão e o assoreamento do córrego, que por 
sua vez são ampliados pela falta de proteção do solo, ou seja, de cobertura vegetal nativa 
arbórea na margem, infringindo dessa forma, as APPs. As APPs são protegidas pela Lei 
anteriormente citada e tem a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a 
paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora; 
proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. 
Além do mais, o imóvel estudado não possui uma área passível de averbação de 
Reserva Florestal Legal na porcentagem necessária (20% da área da propriedade) para o 
uso sustentável dos recursos naturais, à conservação dos processos ecológicos, à 
 
 19 
conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção da fauna e flora nativas. A seguir, a 
figura 8 representa o croqui do imóvel. 
 
 
Figura 8: Croqui inicial do imóvel 
 
Por conseguinte, foram confeccionados três mapas, sendo o primeiro, um mapa de 
degradação do imóvel (figura 9); o segundo, o levantamento planimétrico da situação atual 
do imóvel (figura 10) e; por fim, o terceiro, um projeto do imóvel de acordo com a 
legislação ambiental vigente (figura 11). Os mapas foram confeccionados através do 
método da poligonação, que consiste em um polígono irregular do qual são medidos os 
ângulos entre alinhamentos consecutivos e as distâncias entre os vértices vizinhos, para se 
determinar as coordenadas retangulares de seus vértices. Para o transporte de coordenadas 
utilizando este método recomenda-se ter dois pontos de coordenadas conhecidas, para uma 
poligonal apoiada nos mesmos pontos e quatro pontos de coordenadas conhecidas para 
uma poligonal apoiada em pontos distintos. 
 
 20 
A Norma Técnica do INCRA (2003) faz as seguintes recomendações para a 
aplicação da poligonação: proporcionar o levantamento de imóveis rurais, demarcando-o 
segundo limites respeitados pelos confrontantes, fornecendo coordenadas dos vértices e 
das divisas, permitindo a sua caracterização. A norma do INCRA exige para as poligonais 
topográficas de apoio um controle azimutal com pontos de Laplace. Já as poligonais de 
demarcação devem começar e terminar em pontos distintos com coordenadas conhecidas e 
azimutes de controle. Essa exigência de controle azimutal para o fechamento angular 
também é explicita na NBR 13.133 (1994). 
 
 
Figura 9: Mapa de degradação ambiental do imóvel 
 
 
 
 21 
 
Figura 10: Levantamento topográfico da situação atual do imóvel 
 
 
 
Figura 11: Projeto com adequações à legislação ambiental vigente 
 
Também foi confeccionado o memorial descritivo do imóvel, que auxilia uma 
melhor leitura do levantamento (apêndice A). 
Caso os problemas apresentados na propriedade não forem mitigados, os impactos 
desses causarão mais danos à população local com o agravamento durante as estações de 
secas e enchentes. 
Um segundo croqui demonstrou as curvas de nível do terreno, obtidas através das 
cotas (altitudes)levantadas pela Estação Total no trabalho em campo e calculadas pelo 
 
 22 
software TopoEVN (triangulação dos dados). A partir das curvas de nível observou-se a 
declividade do imóvel como visto na figura 12. 
 
 
Figura 12: Croqui do imóvel com suas curvas de nível 
 
Os mapas confeccionados auxiliam o profissional habilitado na tomada de 
decisões, quando da elaboração de projeto que vise à recuperação de áreas degradadas, 
possibilitando a delimitação da área que deverá ser motivo de recuperação e de reposição. 
 
4.3 Planejamento para a recuperação da área degradada proposta 
 
Analisando os mapas confeccionados, observou-se que a maior parte da área 
degradada estudada neste trabalho compreendeu a região de onde deveria existir mata 
ciliar. As matas ciliares são matas que ocorrem ao longo dos cursos d’água e no entorno de 
lagos e de nascentes, sendo conhecidas também como matas ripárias, ribeirinhas ou de 
galeria. 
 
 23 
Considerando que as matas ciliares são fundamentais para o equilíbrio ambiental, 
a sua recuperação pode trazer benefícios muito significativos sob vários aspectos. Em 
escala local, retêm grande quantidade de sedimentos, defensivos agrícolas (herbicidas) e 
nutrientes que vêm das áreas mais altas através das enxurradas, contribuindo para a 
manutenção da qualidade e quantidade da água das nascentes e rios. Proporcionam 
estabilidade das margens dos rios, evitando o assoreamento através das raízes das árvores e 
da serrapilheira depositada sobre o solo. Em escala regional, as matas ciliares fornecem 
abrigo e sustento para os animais silvestres e provém sombra nos cursos d’água para a 
sobrevivência de animais aquáticos como anfíbios, crustáceos e peixes. A mata ciliar 
também serve como barreira, reduzindo a propagação de pragas e doenças em culturas 
agrícolas. Em escala global, as florestas em crescimento fixam carbono, contribuindo para 
a redução dos gases do efeito estufa. 
A escolha da técnica de recuperação de pastagens mais adequada depende do 
diagnóstico bem feito sobre a situação real da pastagem degradada, da disponibilidade ou 
possibilidade da utilização de implementos e insumos, do nível técnico adotado e da 
estrutura da propriedade. 
Segundo o Sistema Integrado de Gestão Ambiental (SIGAM), a escolha do 
método de recuperação depende de vários fatores, entre eles: as pessoas envolvidas na 
recuperação; grau de degradação da mata ciliar; existência (ou não) de outras matas 
semelhantes na região e a distância entre elas, e os recursos financeiros disponíveis. 
Para a recuperação das matas ciliares é necessário fazer uma boa observação da 
área para definir qual a maneira mais eficiente e barata de se conseguir o retorno da 
vegetação. Neste ponto, entra-se com a topografia como pontapé inicial, fazendo a 
delimitação de todo o terreno e marcando as áreas a serem recuperadas, conforme 
instruções descritas previamente. 
A seguir estão alguns métodos de recuperação que podem ser aplicados em matas 
ciliares degradadas: 
- Transposição do Solo: Consiste em retirar uma camada superficial de solo de um 
local com mata nativa e transportar para o local que está em recuperação. Assim, as 
sementes contidas no solo germinarão e ajudarão na recomposição da mata. 
- Plantio de Mudas: Este método requer o estudo das espécies nativas da região e 
a ordenação do plantio de acordo com a sucessão ecológica das espécies. Pode ser 
 
 24 
executado junto com os outros métodos, como o enriquecimento, aumentando as 
possibilidades de sucesso deste projeto de recuperação da mata ciliar. 
- Regeneração Natural: Consiste em isolar uma área, cercando-a, normalmente 
com arame liso ovalado. O processo pode ser auxiliado através da instalação de poleiros 
ecológicos que atraem a fauna local. 
- Nucleação: Consiste na combinação de elementos, tanto do meio biótico quanto 
do físico, que visa proporcionar condições de nichos de regeneração e melhoria da 
conectividade da paisagem, atuando como base para favorecer a sucessão ecológica. 
- Sistemas Agroflorestais (SAF): São sistemas de uso e ocupação do solo em que 
plantas lenhosas perenes são manejadas em associação com plantas herbáceas, arbustivas, 
arbóreas, culturas agrícolas, forrageiras e/ou em integração com animais. 
A conservação depende do grau de degradação da mata ciliar. Quanto mais 
degradada estiver, maior intervenção humana será necessária, pois a capacidade de 
regeneração pode estar comprometida. Portanto, é preciso avaliar as condições da área 
degradada antes de decidir o melhor modo de recuperar e conservar. 
 
4.4 Sugestão do melhor método/técnica de recuperação do local 
 
Antes de decidir qual o melhor método ou técnica de recuperação do local é 
preciso firmar que, de acordo com a legislação atual as nascentes d’água, leitos dos rios, 
córregos ou cursos d’água devem ser constituídas por Áreas de Preservação Permanente 
respeitando suas metragens a partir do leito de maior vazão ou nascente. Na área da 
propriedade em estudo, constatou-se a falta da APP, uma pequena mudança do curso 
d’água realizada por uso inadequado do solo, principalmente pela cultura irregular de 
pomar, causando erosão ao longo desse curso, já que a mesma perdeu a vegetação arbórea 
ciliar, desrespeitando, dessa forma, as Áreas de Preservação Permanente, que são áreas 
protegidas por lei desde 1965, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a 
biodiversidade, o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. 
Ficou claro que a propriedade não possui uma área passível de averbação de 
Reserva Florestal Legal (20%), necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à 
 
 25 
conservação dos processos ecológicos, da biodiversidade e ao abrigo e proteção da fauna e 
flora nativas. 
Assim sendo, uma vez instalado o processo de degradação deve-se fazer o 
apanhado dos fatores a ele associados a fim de definir a estratégia a ser utilizada na 
recuperação das características produtivas da vegetação. 
Se a área degradada foi utilizada para plantios agrícolas ou pastagens e apresenta 
boas condições de solo, sem nenhum sinal de erosão e compactação, como é o caso do 
imóvel objeto de estudo, deverá ser recuperada através de plantio de mudas, com preparo 
convencional do solo, ou somente com coveamento manual ou preparo só na linha de 
plantio. 
À vista disso, a recuperação da área degradada da mata ciliar deverá ser feita 
através do plantio de mudas, ainda mais por se tratar de uma área relativamente pequena, 
com menos de 15 mil m². As espécies a serem plantadas devem ser nativas das matas 
ciliares da região do plantio, pois são as mais adequadas para o ambiente e terão mais 
chances de crescimento e reprodução, garantindo a recuperação da mata. É fundamental o 
isolamento da área de animais de qualquer espécie, pois as mudas são facilmente 
dizimadas pelo gado, porcos, galinhas e etc. 
 
 
 26 
5 CONCLUSÕES 
 
A Topografia ocupa uma posição de destaque dentro da Engenharia, aqui 
representada pelo ramo da Engenharia Ambiental, sua importância e aplicações estão 
diretamente ligadas ao planejamento. Pela importância e variedade dos dados que oferece, 
destaca-se de forma especial o mapeamento, pois possibilita uma análise completa dos 
dados apurados em campo para a tomada de decisões fundamentais na recuperação de 
áreas degradadas. 
Com o dimensionamento e delimitação da área degradada foi elaborado um 
planejamento para que ocorra uma estabilização e consequente recuperação desta. O 
levantamento topográfico e a caracterização do uso e ocupação do solo foram realizados 
para que fosse possível identificar a localização de pontos importantes do terreno,na busca 
incessante da melhor solução para a proteção do meio ambiente. 
Pela importância e variedade de dados que ofereceu o mapa elaborado a partir do 
levantamento planimétrico cadastral, o imóvel encontra-se em situação irregular perante o 
que preconiza a Legislação Florestal vigente, de 2012. Ao analisar a área degradada, foi 
possível determinar a melhor técnica para a sua recuperação, através dos elementos 
demonstrados no mapa da área degradada. Ressalta-se que a indicação da técnica adequada 
à recuperação está sujeita a modificações, pois são necessários estudos mais aprofundados 
sobre o tema, sendo apenas uma sugestão estudada através de pesquisas limitadas a este 
trabalho. Nota-se a grande importância dos levantamentos que podem ser realizados com a 
utilização das técnicas da topografia. 
Conclui-se, portanto, que a Topografia ocupa uma posição de destaque dentro da 
Engenharia Ambiental, visto que a variedade dos dados que oferece destaca-se de forma 
positiva, possibilitando uma análise completa dos dados apurados em campo para a tomada 
de decisões fundamentais na recuperação de áreas degradadas. 
 
 
 27 
6 SUGESTÕES 
 
Durante a execução deste trabalho foi observada a carência de dados da região que 
proporcionariam um resultado mais preciso, bem como se notou a possibilidade de ampliar 
ou estender o estudo de caso apresentado. São listadas a seguir as percepções e sugestões 
para continuação deste: 
- Reavaliar a cobertura vegetal e o local com margem degradada, utilizando base 
cartográfica atualizada; 
- Monitorar a época de cheia do córrego para que seja possível manter um banco 
de dados; 
- Avaliar a porção do solo que foi removido da margem nos últimos anos em 
decorrência dos processos erosivos atuantes; 
- Realizar um levantamento das espécies que se encontram sobre a mata ciliar e 
remover as inadequadas, bem como ao longo da faixa de APP, 
- Comparar os custos de uma recuperação feita por meio de engenharia tradicional 
à bioengenharia de solos. 
 
 
 28 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BAKONYI, S. M. C. Manejo e Recuperação de Áreas Degradadas. Curitiba, PR: IFP, 
2012. 
BRAGA, F. P. S.; SOUZA FILHO, P. W. M; Sedimentologia e Morfologia da Praia 
de Macromé de Ajuruteua, Pará: Um Estudo Para Definição de Índices de 
Sensibilidade Ambiental ao Derramamento de Óleo, 2007, Dissertação 
(Mestrado) Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica, 
Universidade Federal do Pará, Belém, 2007. 
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do 
Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá 
outras providências. 
BRASIL. Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993. Dispõe sobre a regulamentação dos 
dispositivos constitucionais relativos à reforma agrária, previstos no Capítulo 
III, Título VII, da Constituição Federal. 
BRASIL. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação 
nativa; altera as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de 
dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos 
4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida 
Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. 
BRASIL. Lei nº 12.727, de 17 de outubro de 2012. Altera a Lei no 12.651, de 25 de 
maio de 2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis 
nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 
11.428, de 22 de dezembro de 2006; e revoga as Leis nos 4.771, de 15 de 
setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, a Medida Provisória no 
2.166-67, de 24 de agosto de 2001, o item 22 do inciso II do art. 167 da Lei no 
6.015, de 31 de dezembro de 1973, e o § 2o do art. 4o da Lei no 12.651, de 25 
de maio de 2012 
BRASIL. Medida Provisória nº 571, de 25 de maio de 2012. Altera a Lei nº 12.651, de 
25 de maio de 2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera 
as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, 
e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nºs 4.771, de 15 de 
setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 
2.166-67, de 24 de agosto de 2001. 
BRASIL. Projeto de Lei de Conversão nº 21, de 20 de setembro de 2012. Altera a Lei 
nº 12.651, de 25 de maio de 2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação 
nativa; altera as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de 
dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; e revoga as Leis nºs 
4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, a Medida 
Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001, o item 22 do inciso II do art. 
167 da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, e o § 2º do art. 4º da Lei nº 
12.651, de 25 de maio de 2012. 
 
 29 
BRASIL. Projeto de Lei nº 1.876, de 19 de outubro de 1999. Dispõe sobre Áreas de 
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