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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA ENGENHARIA AMBIENTAL USO DA TOPOGRAFIA PARA AUXÍLIO DA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS Tuanne Barel Tonetto São José dos Campos – SP 2016 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA ENGENHARIA AMBIENTAL USO DA TOPOGRAFIA PARA AUXÍLIO DA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS Tuanne Barel Tonetto Trabalho de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Ambiental da Universidade Federal de São Carlos Orientador: Prof. MsC. Marco Antonio Albano Moreira São José dos Campos – SP 2016 i Banca Examinadora Trabalho de Graduação apresentado no dia 27 de novembro de 2016 perante a seguinte banca examinadora: Orientador: Prof. MsC. Marco Antonio Albano Moreira Convidado: Prof. Dra. Ana Maria da Silveira Professor da Disciplina: Prof. Ma. Adriana Cristiane Ruy ii "Dificuldades preparam pessoas comuns para destinos extraordinários" C. S. Lewis iii AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pela dádiva da vida. Seu fôlego de vida em mim sustentou-me e deu-me coragem para questionar realidades e propor sempre um novo mundo de possibilidades. À minha família, que com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida. Aos amigos que me foram dados de presente ao longo deste trajeto, dividindo conhecimentos, dúvidas e conquistas, especialmente à minha querida Raquel. Ao professor Edilson Milaré, pela dedicação como coordenador do curso de Engenharia Ambiental, sempre fazendo o melhor para os alunos. Agradeço também a todos os professores que me acompanharam durante a graduação, em especial do meu tutor orientador Prof. MsC. Marco Antonio e à Profa. Ma. Adriana, responsáveis pela realização deste trabalho. À Universidade Federal de São Carlos por ter me proporcionado a oportunidade de concretizar esse sonho, tornando-me uma Engenheira Ambiental. iv DEDICATÓRIA Dedico este trabalho à minha avó Maria e ao meu avô Armando "In Memorian", exemplo de luta, dedicação e amor que me fortalece sempre. Ao Danilo, alma com quem amo partilhar a vida. v RESUMO Os grandes impactos sociais e ambientais vêm sendo causados pela expansão urbana e a falta de estudos estruturais. Com isso fica claro que é necessário o uso racional e o manejo sustentável dos recursos naturais renováveis adotando medidas de recuperação das áreas degradadas exploradas inadequadamente. O objetivo deste estudo foi caracterizar a importância da topografia, principalmente na área ambiental, apresentando informações que esta atividade oferece para a recuperação de áreas degradadas, promovendo dessa maneira uma maior e melhor proteção ao meio ambiente. O levantamento topográfico planimétrico cadastral e a caracterização do uso e ocupação do solo foram realizados para que fosse possível identificar a localização das cercas existentes, áreas úmidas, corpos d’água, regiões com vegetação nativa, erosões, e também pontos para caracterizar a altimetria local em uma propriedade rural com área superficial de 5,8 ha, na localidade do Bairro do Salto, em Socorro, SP, no período de 12 de abril a 31 de maio de 2016; procurando atender à legislação vigente e às normas administrativas reguladoras. Por intermédio dos resultados obtidos foi terminado o mapa onde este contém todas as informações referentes ao estudo. Com o apoio do relatório fotográfico e o mapa elaborado, comprovaram-se irregularidades na propriedade, diante do que preconiza a Legislação Florestal vigente, ficando evidente a importância da topografia, na tomada de decisões, quando da elaboração de projetos de recuperação de áreas degradadas. vi ABSTRACT The great social and environmental impacts have been caused by urban sprawl and the lack of structural studies. Thus it is clear that the rational use and sustainable management of renewable natural resources by adopting recovery of degraded areas measured, inadequately explored is required. This study aimed to characterize the importance of topography, mainly in forestry, presenting critical information that this activity may offer to perform Recovery of Degraded Areas, promoting this way a bigger and better protection to the Environment. A planimetric cadastral survey and characterization of land use and occupation were made to make it possible to identify the location of existing fencing, wetlands, water bodies, areas with native vegetation, erosion, and also points to characterize the local altimetry in a rural property with a surface area of 5,8ha in the neighborhood Salto, in Socorro, SP, from April 12 to May 31, 2016, seeking to meet the current legislation and regulatory administrative rules. From the results obtained was terminated plan map where it contains all the information related to the study. With the support of the photographic report and map prepared, irregularities were proven in the property, before calling for the current Forest Law, staying clear the importance of topography, in making decisions when drafting projects recovery of degraded areas. vii SUMÁRIO Banca Examinadora ..................................................................................................................... i RESUMO ................................................................................................................................... v ABSTRACT .............................................................................................................................. vi LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................. viii NOMENCLATURA .................................................................................................................. ix 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................... 3 2.1 Áreas degradadas ............................................................................................................ 3 2.2 A topografia como ferramenta de recuperação de áreas degradadas .............................. 5 2.3 Métodos de recuperação de áreas degradadas ................................................................. 7 3 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................. 10 3.1 Métodos ......................................................................................................................... 10 3.2 Materiais e equipamentos .............................................................................................. 10 3.3 Procedimento experimental ........................................................................................... 12 3.4 Procedimento de cálculo ............................................................................................... 13 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................... 17 4.1Aplicações da topografia dentro da engenharia ambiental ........................................... 17 4.2 Disposições da legislação ambiental vigente ................................................................ 17 4.3 Planejamento para a recuperação da área degradada proposta ..................................... 22 4.4 Sugestão do melhor método/técnica de recuperação do local ....................................... 24 5 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 26 6 SUGESTÕES ........................................................................................................................ 27 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 28 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................. 32 APÊNDICE A....................................................................................................................... 33 viii LISTA DE FIGURAS Figura 1: Estação total modelo RUIDE utilizada ..................................................................... 11 Figura 2: Bastão com tripé e prisma ......................................................................................... 11 Figura 3: Delimitação da propriedade ...................................................................................... 12 Figura 4: Cultivo irregular em APP .......................................................................................... 14 Figura 5: Mata ciliar praticamente inexistente composta apenas por braquiária ..................... 14 Figura 6: Processo erosivo em margem do córrego ................................................................. 15 Figura 7: Presença somente de vegetação braquiária em APP para pastagem de animais. ...... 15 Figura 8: Croqui inicial do imóvel ........................................................................................... 19 Figura 9: Mapa de degradação ambiental do imóvel ................................................................ 20 Figura 10: Levantamento topográfico da situação atual do imóvel.......................................... 21 Figura 11: Projeto com adequações à legislação ambiental vigente ........................................ 21 Figura 12: Croqui do imóvel com suas curvas de nível ........................................................... 22 ix NOMENCLATURA Abreviações Símbolo Descrição ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas APP Área de Preservação Permanente EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária FATMA Fundação do Meio Ambiente GPS Global Positioning System / Sistema de Posicionamento Global IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IDEMA Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte IN Instrução Normativa INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária MP Medida Provisória NBR Norma Brasileira aprovada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas RL Reserva Legal SIG Sistemas de Informações Geográficas SIGAM Sistema Integrado de Gestão Ambiental SIRGAS 2000 Sistema de Referência Geocêntrico para a América do Sul 1 1 INTRODUÇÃO O ser humano, para suprir suas necessidades e anseios, faz uso da natureza, retirando dela materiais de consumo, como alimentos, minérios e pedras, combustível fóssil, madeira e seus derivados. É necessário que se faça o uso racional e o manejo sustentado dos recursos naturais renováveis e se adotem medidas de recuperação das áreas degradadas, exploradas inadequadamente (GLUFKE, 1999). A preocupação em recuperar áreas degradadas está ligada a fatores como recomposição da paisagem, conservação de recursos hídricos, fixação e conservação da fauna e da flora, preservação das encostas, contenção da erosão, prevenção do assoreamento dos cursos d’água e cumprimento da legislação ambiental vigente (GLUFKE, 1999). Para Reis, Zambonin e Nakazono (1999), uma determinada área que sofreu impacto de forma a impedir ou diminuir drasticamente sua capacidade de retornar ao estado original, por intermédio de seus meios naturais, é denominada área degradada. Por sua vez, Kageyama e Reis (1994) consideram área degradada aquela que, após distúrbio, teve eliminado seus meios de regeneração natural, não sendo, portanto, capaz de se regenerar sem a interferência antrópica. Declaram ainda que área perturbada é aquela que sofreu distúrbio, mas manteve meios de regeneração biótica. A regeneração natural, na ecologia, é chamada de resiliência ambiental. Atualmente, resiliência é a capacidade de voltar ao seu estado natural, principalmente após alguma situação crítica e fora do comum. Aplicando este conceito ao meio ambiente, define-se resiliência como a aptidão de um determinado sistema que lhe permite recuperar o equilíbrio depois de ter sofrido uma perturbação. Este conceito remete para a capacidade de restauração de um sistema. A noção de resiliência ambiental ficou conhecida a partir de 1970, graças ao trabalho do famoso ecologista canadiano C. S. Holling (ROSE, 2014). As alterações não planejadas e frequentes no uso do solo estão entre os principais fatores relacionados com o aumento da degradação ambiental. O processo de recuperação de uma área deve considerar a sucessão ecológica, fonte de informações do comportamento e da evolução de uma formação vegetal. Redente et al. (1993) ressaltam que nos casos em que a natureza não apresenta condições de se recompor, ou a recuperação 2 vegetal se apresenta muito lenta, é necessária a intervenção técnica para permitir que “[...] os processos de sucessão natural possam ser efetivos”. A recuperação de áreas degradadas pode ser conceituada como um conjunto de ações idealizadoras e executadas por especialistas das mais diferentes áreas de conhecimento humano e da Engenharia, que visam a proporcionar o restabelecimento das condições de equilíbrio e sustentabilidade existentes anteriormente em um sistema natural. O caráter multidisciplinar das ações que visam a proporcionar esse retorno deve ser tomado, fundamentalmente, como ponto de partida do processo. Assim, o envolvimento direto e indireto de técnicas de diferentes especializações permite a abordagem holística que se faz necessária (TESTONI, 2010). Nesse contexto, a topografia, ocupa posição primordial, deve ser um item indispensável à tomada de decisões para a realização de Recuperação de Áreas Degradadas, haja vista o que determina a Instrução Normativa IN-16 da Fundação do Meio Ambiente (FATMA, 2012). Segundo a mesma, para o processo, por exemplo, de Licenciamento Ambiental para a Recuperação de Áreas Degradadas, deverá ser apresentada a planta planialtimétrica da área do plano ou projeto, com hidrografia, Áreas de Preservação Permanente (APP) e detalhe do plano/projeto, em coordenadas geográficas com a informação do Datum de origem. Parada (1992) relata que uma simples observação “in loco” do terreno ou uma área em questão não permite uma prévia para a construção direta, já que se realizada por tentativas estará certamente sujeita a erros gravíssimos. A topografia consiste no conhecimento dos instrumentos e métodos os quais têm por finalidade reduzir os erros de observação “in loco” e determinar o contorno, dimensão e posição relativa de uma porção limitada da superfície terrestre, sem considerar a curvatura resultante da esfericidadeterrestre (LOCH, 2000). No campo da engenharia, a planta topográfica é a primeira e insubstituível peça de estudo. Nenhum projeto de construção de obras civis ou militares pode dispensar o prévio levantamento topográfico. Aliás, esta é uma exigência não apenas de caráter técnico, mas também ecológico e ambiental. É sobre as plantas topográficas que se estudam os terrenos e sobre estas que se elaboram os projetos. (LOCH, 2000). Dessa forma, o objetivo do trabalho foi caracterizar a importância da Topografia no ramo da Engenharia, principalmente na área ambiental, apresentando informações que esta atividade oferece para a recuperação de áreas degradadas, promovendo dessa maneira, uma maior e melhor proteção ao meio ambiente. 3 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Áreas degradadas O homem necessita transformar o meio natural em que vive, para lhe trazer situações de conforto e ambientes de sobrevivência, trabalho, lazer, entre outras ações humanas, como locomoção, com construções de estradas de ferro, rodagem, pontes etc. e, também, para canalização de cursos d’água para obras de saneamento e geração de energia elétrica. Problemas como aumento de processos erosivos, ausência ou diminuição da cobertura vegetal, deposição de lixo, superfície espelhada, entre outros tornam-se cada vez mais frequentes, de maneira que é verificada a utilização desordenada e intensiva dos recursos naturais causando degradação (ORTIS et. al 2012) . Conforme explica Lucena (2006), o conceito de degradação tem sido geralmente associado aos efeitos ambientais considerados negativos ou adversos e que decorrem principalmente de atividades ou intervenções humanas. Raramente o termo se aplica às alterações decorrentes de fenômenos ou processos naturais. Este conceito está sempre sujeito a variações de definição de acordo com a atividade em que os efeitos são gerados, na medida em que se expande o conhecimento humano. Para a ABNT, a degradação do solo é apontada como a “alteração adversa das características do solo em relação aos seus diversos usos possíveis, tanto os estabelecidos em planejamento, como os potenciais”, em sua NBR 10703 (1989). Pode-se compreender a partir desse conceito que o solo, como espaço geográfico, ultrapassa o sentido de matéria ou componente predominante abiótico do ambiente, sugerindo também que o impacto ambiental sempre é negativo. O Manual de Recuperação de Áreas Degradadas pela Mineração do IBAMA (1990) define área degradada como sendo “a degradação de uma área ocorre quando a vegetação nativa e a fauna forem destruídas, removidas ou expulsas; a camada fértil do solo for perdida, removida ou enterrada; e a qualidade e o regime de vazão do sistema hídrico forem alterados. A degradação ambiental ocorre quando há perda de adaptação às características físicas, químicas e biológicas e é inviabilizado o desenvolvimento socioeconômico”. 4 No campo da agronomia, DIAS & GRIFFITH (1998) definem a qualidade de um solo como a sua capacidade de manter o crescimento vegetal, o que inclui fatores como agregação, conteúdo de matéria orgânica, profundidade, capacidade de retenção de água, taxa de infiltração, capacidade tampão de pH, disponibilidade de nutrientes, etc. No campo das engenharias, Lucena (2006), conclui que certamente o conceito de solo degradado deve estar relacionado com a alteração da capacidade em se manter coeso e como meio físico de suporte para edificações, estradas, por exemplo. Solos adensados ou compactados podem caracterizar um processo de degradação (redução de sua taxa de infiltração, limitação na circulação de oxigênio, impedimento físico para o crescimento das raízes, menor disponibilidade de nutrientes, etc.). Afirma, inclusive, que o conceito de degradação é relativo, embora esteja sempre associado à noção de alteração ambiental adversa gerada, na maioria das vezes, por atividades humanas. Para conter o avanço desenfreado do surgimento de novas áreas degradadas foram criadas leis ambientais. As leis que tratam do meio ambiente no Brasil estão entre as mais completas e avançadas do mundo. Até meados da década de 1990, a legislação cuidava separadamente dos bens ambientais de forma não relacionada. O Novo Código Florestal Brasileiro (Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, oriundo do Projeto de Lei nº 1.876/99) é a lei brasileira que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa, tendo revogado o Código Florestal Brasileiro de 1965. Junto com o Novo Código, foi editada a Medida Provisória (MP) 571/2012 a fim de preencher as lacunas dos vetos. A MP foi modificada pelo Projeto de Lei de Conversão 21/2012, que por sua vez foi novamente sancionado com vetos da presidente na forma da Lei 12.727/2012, publicada juntamente ao Decreto 7.830/2012 para cobrir os pontos vetados. Independentemente dos elogios e críticas é indubitável que as questões ambientais há muito vinham merecendo uma revisão do Poder Legislativo frente aos avanços tecnológicos que hoje se apresentam de forma acelerada. É possível obter uma resposta bastante razoável ao combate à degradação a partir da correta prática dos instrumentos legais referentes à proteção e à educação ambiental por parte dos órgãos governamentais. Atualmente, com a consequente preocupação ambiental sobre as diversas mudanças globais, as aplicações e projetos não se concentram mais somente em construções e criações, mas, também, à análise e otimização de modo a propiciar estabilidade e viabilidade do meio. Assim, é de fundamental importância o conhecimento 5 do ambiente a ser tratado, suas características e peculiaridades, tornando a topografia elemento essencial (MASSITA, 2009). 2.2 A topografia como ferramenta de recuperação de áreas degradadas A palavra "Topografia" deriva das palavras gregas "topos" (lugar) e "graphen" (descrever) significando, portanto, a representação exata de um lugar, a determinação do contorno, dimensão e posição relativa de uma porção limitada da superfície terrestre, do fundo dos mares ou do interior de minas, desconsiderando a curvatura resultante da esfericidade da Terra. Compete ainda à Topografia, a locação, no terreno, de projetos elaborados de Engenharia. (DOMINGUES, 1979). Ribeiro (2006) afirma que, desde edifícios e obras viárias a sistemas de água e saneamento, planeamento urbanístico e paisagístico, entre outros, todos se desenvolvem em função do terreno sobre o qual assentam pelo que é fundamental o conhecimento pormenorizado desse mesmo terreno, tanto na fase do projeto, como na sua execução. É na Topografia que se encontram os métodos e os instrumentos que permitem esse conhecimento e asseguram uma correta implantação da obra ou serviço. Inicialmente, a topografia ocupava-se do estudo de locais restritos, pretendendo simplificar os problemas de representação provocados pela curvatura da Terra. No entanto, esta simplificação teve que ser ultrapassada uma vez que a necessidade de obter representações de superfícies cada vez maiores aboliu a limitação territorial (CASACA; MATOS; BAIO, 2007). Nos últimos anos houve um grande avanço no desenvolvimento de técnicas e tecnologias nas áreas de agrimensura, topografia, geodésia, cartografia geoprocessamento, sensoriamento remoto, aerofotogrametria, etc., que proporcionaram grande desenvolvimento evoluindo para as ciências geomáticas. (LEONARDI, 2011). As metodologias e técnicas utilizadas nos trabalhos topográficos, geodésicos e cartográficos evoluíram constantemente e as atualizações dos equipamentos aplicados aos levantamentos topográficos e geodésicos vêm aperfeiçoando os métodos de medições convencionais, com teodolitos, níveis, estação total,receptores GNSS ou remotos com restituições aerofotogramétricas, restituições por imagens orbitais, laser scanning terrestre e aerotransportado (LEONARDI, 2011). 6 Para Ribeiro (2006), uma das faces mais visíveis da topografia são os levantamentos topográficos, que consistem em todo o trabalho de campo e gabinete que permite a recolha e tratamento da informação necessária à produção de uma planta ou carta representativa do terreno em estudo. Para execução dos levantamentos, Erba (2005) recomenda o uso de poligonal aberta, poligonal fechada e poligonal apoiada, a irradiação para amarrar pontos de detalhes a um sistema de referência por meio da medição de uma direção e uma distância como auxilio para poligonal. Neste contexto, a topografia se torna instrumento imprescindível na recuperação de áreas degradadas. Testoni (2010) ressalta a obrigação em um levantamento de proceder a todas as operações necessárias para alcançar os objetivos da topografia. Para tanto, faz-se necessário um levantamento, isto é, a medição de ângulos e distâncias e a execução dos cálculos e desenhos indispensáveis para representar, fielmente em planta, os elementos colhidos no terreno. Portanto, a esta representação gráfica, na qual é mantida uma relação constante (escala) entre as dimensões gráficas e as respectivas dimensões do terreno e onde aparecem os acidentes topográficos de interesse, figurado por convenções, denomina-se planta topográfica. (LOCH, 2000). A caracterização ambiental de uma propriedade e o planejamento de uso das terras da propriedade utilizam-se da topografia para obter resultados exatos e devem ser feitos por técnicos. É necessário ter em mente que uma propriedade não é constituída somente de um tipo de solo e estes não ocorrem em apenas um tipo de declividade. Via de regra, a propriedade rural é dotada de terras planas, inclinadas, grotas, brejos, etc. (LUCENA, 2006). Como exemplo de utilização da topografia para áreas degradadas, a caracterização ambiental de um local depende, essencialmente, afirma Lucena (2006) do reconhecimento e levantamento topográfico da área a ser explorada; levantamento e anotações das informações básicas, a respeito das características principais dos solos e hidrologia; reconhecimento das características da flora, para preservá-la em locais a serem estudados em função dos levantamentos anteriores, e mapeamento da área. Um dos instrumentos usados pelos órgãos de controle e que necessitam dos dados topográficos é o CAR. O Cadastro Ambiental Rural (CAR) é um registro eletrônico, obrigatório para todos os imóveis rurais, que tem por finalidade integrar as informações 7 ambientais referentes à situação das Áreas de Preservação Permanente, das áreas de Reserva Legal, das florestas e dos remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de Uso Restrito e das áreas consolidadas das propriedades e posses rurais do país. (IDEMA, 2016). Para realizar o levantamento topográfico é necessária a utilização de equipamentos específicos como a Estação Total. De acordo com Massita (2009), a Estação Total obtém as cotas do terreno e armazena, em seu computador interno, variados levantamentos, podendo ser de diferentes locais, o que traz muita vantagem devido a automatização. Além de economizar tempo, esses dados podem ser diretamente enviados ao computador através de softwares específicos, como o DataGeosis, Topograph ou TopoEVN. Esses dados também podem ser utilizados na criação de mapas temáticos. Algumas ferramentas SIGs (Sistemas de Informações Geográficas) atuam na modelagem desses mapas para o manejo e recuperação das áreas degradadas, como os softwares ArcGIS, QGIS, SPRING, TerraView. Todos estes necessitam da topografia para obtenção dos dados do terreno lançados nos mesmos. Existem os níveis de detalhamento de acordo com Braga et al., (2007), sendo o levantamento por Caminhamento e o levantamento Inicial. O levantamento Cadastral acontece posterior ao levantamento das áreas, limites e perímetro, e faz a locação em coordenadas precisas (STODULSKI, 2006). A topografia, quando inserida na Engenharia Ambiental, deve ser considerada disciplina específica, pois traz consigo o ensino e aprendizagem do manuseio de equipamentos, em busca de benefícios tanto para o aperfeiçoamento do ensino no curso de Engenharia Ambiental, como mais praticidade, preparando o engenheiro que se depara com as necessidades do mercado de trabalho e principalmente com as do meio ambiente. 2.3 Métodos de recuperação de áreas degradadas Bakonyi (2012) demonstra estratégias de recuperação de áreas degradadas e divide em categorias - curto, médio e longo prazo. As estratégias de curto prazo adotam tecnologias que visam à pronta recuperação das áreas. Na lavoura, por exemplo, onde se faz necessária a correção da acidez do solo, adiciona-se cálcio e magnésio para eliminação 8 da toxicidade produzida pelo alumínio, e recomenda-se o plantio de leguminosas, pois são ricas em matéria orgânica e nitrogênio, adubando-as com fósforo e potássio. Uma das estratégias de médio prazo citadas por Bakonyi (2012) para áreas degradadas por pastagem é o sistema silvipastoril (SSP), isto é, a combinação intencional de árvores, pastagem e gado numa mesma área ao mesmo tempo e manejados de forma integrada, com o objetivo de incrementar a produtividade por unidade de área. Para outros sistemas agrícolas, o ideal é a introdução de sistemas agroflorestais, pois eles permitem um tempo menor para a recuperação, além de o aproveitamento econômico ser praticamente imediato. A lavoura agropecuária é a alternativa mais segura para a recuperação das áreas de pastagem degradadas do ponto de vista de retorno econômico e viabilidade agronômica a integração. As estratégias de longo prazo baseiam-se no abandono da área para que a vegetação natural se recomponha. Para tornar a recuperação dessas áreas mais acelerada, pode-se optar pelo manejo melhorado da vegetação secundária (capoeiras) que consiste no abandono ou “pousio” das áreas por um período de 05 a 15 anos. Esse fato conduz ao desenvolvimento de arbustos e árvores que acabam por formar uma floresta secundária no decorrer dos anos, proporcionando a recuperação da fertilidade (BAKONYI, 2012). Os problemas de degradação dos solos representam perdas econômicas, situações de risco podendo ser minimizados ou em parte solucionados pela Bioengenharia. As técnicas utilizadas para recuperação das encostas pela bioengenharia de solos têm aplicação e situações de instabilidade pouco profundas, ou seja, não há o envolvimento de massas de terreno de grande dimensão. Seu campo de atuação prevê também a estabilização de margens fluviais (MATOS, 2002). Alguns exemplos das técnicas de bioengenharia incluem: biomantas antierosivas, geotêxteis, paliçada viva e entrançado vivo. As obras de bioengenharia são construções bastante modernas e relativamente recentes, porém conta com algumas obras que datam dos anos 30 do século passado e que não conta com manutenção devido a dificuldades financeiras o que não as impede de continuarem a cumprir os objetivos para os quais fossem construídas (FERRARI, 2003). O conhecimento e a consideração da dinâmica destas formações vegetais artificiais, ou seja, a sucessão natural evita surpresas desagradáveis e reduz os custos de manutenção. Normalmente a vegetação pioneira evolui em etapas sucessivas até uma 9 associação vegetativa que exprima as condições ecológicas locais. Esta etapa constitui uma situação estável em longo prazo que não se altera a não ser que ocorram modificações, designadamente climáticas, das condições locais (LUCENA, 2006).A recuperação de áreas degradadas é um processo que deve obedecer ao grau de degradação ao qual o local foi exposto, ou seja, a situação em que a área se encontra, por exemplo: cultivada com lavoura; pastagem natural; pastagem plantada; se encontra com regeneração natural em estádio inicial ou de fragmentos de mata (QUADROS, 2009). Algumas técnicas “mais simples” auxiliam na recuperação dessas áreas, como a indução da regeneração natural, aplicação de técnicas de enriquecimento com nativas ou de técnicas de plantio ou implantação puro de nativas. 10 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Métodos A metodologia empregada neste trabalho baseia-se primeiramente numa revisão bibliográfica, com levantamentos de leitura específica em livros, principalmente os mais recentes relacionados à topografia, recuperação de áreas degradadas, matas ciliares, leis ambientais, normas brasileiras, entre outros. Posteriormente foi estabelecido contato com o proprietário do imóvel objeto de estudo, para verificação do aceite em contribuir com as informações necessárias para o desenvolvimento do trabalho e, em seguida, foi feito o agendamento das visitas para a coleta das informações através da medição em campo e para a confecção do relatório fotográfico que, com uso de uma câmera digital foram fotografadas várias situações da área em questão com o intuito de contribuir para a análise final do projeto. Para a obtenção dos dados e processamento das informações foram utilizados equipamentos como Estação Total e o software TopoEVN respectivamente. Os dados coletados foram então analisados e comparados com a bibliografia citada. Ao final, foi gerado o levantamento topográfico planimétrico cadastral, juntamente com o memorial descritivo e o relatório fotográfico. 3.2 Materiais e equipamentos Foram utilizados para execução deste trabalho os seguintes materiais e equipamentos: - Estação Total modelo RUIDE (figura 1); - Bastão com tripé e Prisma (figura 2); - Câmera fotográfica; - Computador com software TopoEVN e TopoEVN Planilha instalados. O bastão é um instrumento que serve para elevar o ponto topográfico com o objetivo de torná-lo visível, sendo comumente sustentado e apoiado por um tripé. Possui 11 um encaixe ou rosca para adaptação de antena GPS ou prisma. Neste trabalho, utilizou-se o prisma, que é um equipamento destinado à reflexão do sinal emitido por um distanciômetro ou neste caso, por uma Estação Total. Figura 1: Estação total modelo RUIDE utilizada Fonte: a autora Figura 2: Bastão com tripé e prisma Fonte: a autora 12 3.3 Procedimento experimental O presente estudo foi realizado no município de Socorro, no interior do estado de São Paulo, distante 132 km capital. O estudo desenvolveu-se em uma propriedade rural demonstrada na figura 1, contendo uma área superficial de 5,8925 ha, no período de 02 a 10 de maio de 2016, com a finalidade de realizar um levantamento topográfico para caracterizar o uso e ocupação do solo, a fim de avaliar se a propriedade estava de acordo com o que determina a Legislação Florestal vigente. Figura 3: Delimitação da propriedade Fonte: Google Earth, 2016 No dia 29 de abril de 2016 realizou-se uma prévia vistoria sobre a referida propriedade; e optou-se pelo levantamento planimétrico cadastral que além de caracterizar o uso e a ocupação do solo, apresenta informações fundamentais da propriedade como a localização das cercas existentes, áreas úmidas, corpos d’água, regiões com vegetação nativa, etc., uma vez que nessa vistoria ficou evidenciado que o imóvel não atende ao disposto na Legislação Florestal vigente, principalmente no que tange a Lei 6.938/1981 (Política Nacional do Meio Ambiente), que estipula e define, por exemplo, que o poluidor é obrigado a indenizar danos ambientais que causar, independente da culpa, e que o Ministério Público pode propor ações de responsabilidade civil por danos ao meio ambiente, como a obrigação de recuperar e/ou indenizar prejuízos causados. Dessa forma, 13 haverá a necessidade de elaboração de um projeto de Recuperação de Áreas Degradadas e Recomposição da Área de Preservação Permanente. 3.4 Procedimento de cálculo Para a realização deste levantamento topográfico na fase inicial de execução das medições, utilizou-se uma equipe de campo composta de duas pessoas, equipada com uma Estação Total modelo RUIDE, de precisão 0º00’02” e um bastão com prisma (ver figuras 1 e 2), sendo medidas as distâncias vante e ré entre as estações e irradiados os pontos necessários para apresentação do projeto. A propriedade estudada possui inicialmente 5,8 ha, quase o dobro do mínimo de módulos rurais exigidos pelo Instituto Nacional de Reforma Agrária (INCRA) definidos para a cidade de Socorro, (cada módulo rural equivalente a três hectares e cada módulo fiscal equivalente a 16 hectares), caso o imóvel precisasse ser georreferenciado. Esta informação juntamente com a de outros municípios pode ser facilmente obtida no site do INCRA através do endereço eletrônico: http://www.incra.gov.br. No entanto, devido a finalidade do levantamento da propriedade, os pontos e suas coordenadas foram coletados com a Estação Total, cabendo ressaltar que poderia ser utilizado um aparelho GPS para somente agilizar a etapa da medição. Conforme descrito na NBR 13.133 (1994), o levantamento planimétrico acrescido da determinação planimétrica da posição de certos detalhes visíveis ao nível e acima do solo e de interesse à sua finalidade, tais como: limites de vegetação ou de culturas, cercas internas, edificações, benfeitorias, barrancos, árvores isoladas, valos, valas, drenagem natural e artificial, etc., é chamado de Levantamento Topográfico Planimétrico Cadastral. Estes detalhes devem ser discriminados e relacionados nos editais de licitação, propostas e instrumentos legais entre as partes interessadas na sua execução. A escolha do levantamento topográfico planimétrico cadastral, empregando o uso de uma Estação Total, deu-se em virtude da área da propriedade ser considerada minifúndio de acordo com o INCRA, isto é, imóvel rural com área inferior a 1 (um) módulo fiscal mas ainda assim superior ao módulo rural. A classificação é definida pela Lei 8.629, de 25 de fevereiro de 1993 e leva em conta o módulo fiscal (e não apenas a metragem), que varia de acordo com cada município. Para o município de Socorro, cada módulo fiscal equivale a 16 hectares. O imóvel também se apresenta sem vegetação densa 14 que dificultasse os trabalhos, e principalmente pela precisão planimétrica que a Estação Total pode trazer, uma vez que o levantamento em campo é a etapa de maior importância, pois atrelado a ele está o restante das atividades a ser desenvolvidas na propriedade. As irregularidades ambientais encontradas na propriedade são demonstradas nas figuras 4, 5, 6 e 7. As fotografias foram extraídas do relatório fotográfico realizado. Figura 4: Cultivo irregular em APP Fonte: a autora Figura 5: Mata ciliar praticamente inexistente composta apenas por braquiária Fonte: a autora 15 Figura 6: Processo erosivo em margem do córrego Fonte: a autora Figura 7: Presença somente de vegetação braquiária em APP para pastagem de animais. Fonte: a autora Na segunda fase da execução, para o desenvolvimento dos trabalhos de escritório, quando do descarregamento dos dados levantados por meio da estação total, a etapa seguinte, foi o processamento das informações. “Descarregamento” significa extrair os dados obtidos em campoque estão armazenados dentro da memória do equipamento. Para este estudo foi utilizado o software TopoEVN Planilha. 16 O software utilizado para confecção do mapa, foi o TopoEVN. Um arquivo em formato “.dwg”, contendo todos os pontos que foram coletados em campo, foi gerado pelo software anterior, e assim, iniciou-se o processo de elaboração do mapa. Com o avanço do desenvolvimento do desenho foram criadas camadas (layers) para cada elemento do mapa, bem como a definição de hachuras, inserção do Norte, ajuste dos textos, confrontação, etc. O memorial descritivo e a tabela com as coordenadas de cada ponto, azimutes e distâncias também foram gerados através do software TopoEVN, tornando a leitura do desenho de fácil compreensão. Para finalização da planta, estruturas como carimbo, legenda e planta de situação sem escala foram inseridos para completar as informações do levantamento planimétrico. 17 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Aplicações da topografia dentro da engenharia ambiental A Engenharia Ambiental é o ramo da engenharia que atua na área voltada ao desenvolvimento sustentável, integrando as dimensões social, ecológica, tecnológica e econômica do meio ambiente. O principal objetivo é desenvolver técnicas de preservação do ar, da água e do solo, estudando os problemas do meio ambiente para o projetar, operar e construir sistemas de esgoto e água, sempre respeitando os limites de exploração ambiental. Desta forma, o engenheiro ambiental deverá saber reconhecer, interpretar e diagnosticar impactos ambientais negativos e positivos, avaliar o nível de danos ocorridos no meio ambiente e propor soluções integradas de acordo com o direito do ambiente vigente. Atualmente, com a certeza de que a humanidade depende do ambiente em que vive, a topografia ganhou importância em outros setores, inclusive na engenharia ambiental. A topografia determina analiticamente as medidas de área e perímetro, localização, orientação, variações no relevo, etc., e ainda as representa graficamente em cartas ou plantas topográficas. Ou seja, é a descrição minuciosa e exata de um lugar, servindo como instrumento fundamental para a implantação e acompanhamento de projetos elaborados. Com o auxílio da topografia, os engenheiros ambientais podem realizar diversas atividades, como manejo de florestas, reflorestamento e recuperação de áreas degradadas, já que para realizar tais atividades é necessário o conhecimento da área onde será efetuado o trabalho. Quanto maior o conhecimento da área objeto de trabalho, mais detalhado e melhor executado este será. A topografia contribui para a segurança de quem realiza o trabalho, além do mais, seria praticamente impossível a realização de um planejamento em áreas de médio e grande porte sem a topografia. 4.2 Disposições da legislação ambiental vigente 18 Segundo o artigo 4º do Novo Código Florestal (Lei n.º 12.651, de 25 de Maio de 2012), que dispõe sobre a delimitação das Áreas de Preservação Permanente, considera APP, em zonas rurais ou urbanas, as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, deverá reservar uma margem mínima de 30 (trinta) metros para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura. Entre outros casos citados na Lei, as nascentes d’água, leitos dos rios, córregos ou cursos d’água devem ser constituídas por Áreas de Preservação Permanente respeitando suas metragens a partir do leito de maior vazão ou nascente. O artigo 9º permite o acesso de pessoas e animais às Áreas de Preservação Permanente para obtenção de água e para a realização de atividades de baixo impacto ambiental, desde que não haja a supressão e não comprometimento da regeneração e da manutenção a longo prazo da vegetação nativa. Quanto ao instituto da Reserva Legal, o percentual mínimo em relação à área do imóvel para a composição da RL deve ser de 20% para a região onde a propriedade está inserida, pois não se localiza em meio a floresta Amazônica ou florestas em geral, cerrados e campos. A nova Legislação possibilita o cômputo das APPs no cálculo dos percentuais da RL para todas as propriedades sem distinção de tamanho, localização e desde que a área a ser computada esteja conservada ou em processo de recuperação. A partir do levantamento topográfico, do relatório fotográfico e dos demais dados obtidos, comprovou-se que a propriedade está irregular diante do que preconiza a Legislação Florestal reformada em 2012. Também foi observada uma pequena mudança do percurso do córrego natural devido ao uso inadequado do solo, causando erosão e o assoreamento do córrego, que por sua vez são ampliados pela falta de proteção do solo, ou seja, de cobertura vegetal nativa arbórea na margem, infringindo dessa forma, as APPs. As APPs são protegidas pela Lei anteriormente citada e tem a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora; proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. Além do mais, o imóvel estudado não possui uma área passível de averbação de Reserva Florestal Legal na porcentagem necessária (20% da área da propriedade) para o uso sustentável dos recursos naturais, à conservação dos processos ecológicos, à 19 conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção da fauna e flora nativas. A seguir, a figura 8 representa o croqui do imóvel. Figura 8: Croqui inicial do imóvel Por conseguinte, foram confeccionados três mapas, sendo o primeiro, um mapa de degradação do imóvel (figura 9); o segundo, o levantamento planimétrico da situação atual do imóvel (figura 10) e; por fim, o terceiro, um projeto do imóvel de acordo com a legislação ambiental vigente (figura 11). Os mapas foram confeccionados através do método da poligonação, que consiste em um polígono irregular do qual são medidos os ângulos entre alinhamentos consecutivos e as distâncias entre os vértices vizinhos, para se determinar as coordenadas retangulares de seus vértices. Para o transporte de coordenadas utilizando este método recomenda-se ter dois pontos de coordenadas conhecidas, para uma poligonal apoiada nos mesmos pontos e quatro pontos de coordenadas conhecidas para uma poligonal apoiada em pontos distintos. 20 A Norma Técnica do INCRA (2003) faz as seguintes recomendações para a aplicação da poligonação: proporcionar o levantamento de imóveis rurais, demarcando-o segundo limites respeitados pelos confrontantes, fornecendo coordenadas dos vértices e das divisas, permitindo a sua caracterização. A norma do INCRA exige para as poligonais topográficas de apoio um controle azimutal com pontos de Laplace. Já as poligonais de demarcação devem começar e terminar em pontos distintos com coordenadas conhecidas e azimutes de controle. Essa exigência de controle azimutal para o fechamento angular também é explicita na NBR 13.133 (1994). Figura 9: Mapa de degradação ambiental do imóvel 21 Figura 10: Levantamento topográfico da situação atual do imóvel Figura 11: Projeto com adequações à legislação ambiental vigente Também foi confeccionado o memorial descritivo do imóvel, que auxilia uma melhor leitura do levantamento (apêndice A). Caso os problemas apresentados na propriedade não forem mitigados, os impactos desses causarão mais danos à população local com o agravamento durante as estações de secas e enchentes. Um segundo croqui demonstrou as curvas de nível do terreno, obtidas através das cotas (altitudes)levantadas pela Estação Total no trabalho em campo e calculadas pelo 22 software TopoEVN (triangulação dos dados). A partir das curvas de nível observou-se a declividade do imóvel como visto na figura 12. Figura 12: Croqui do imóvel com suas curvas de nível Os mapas confeccionados auxiliam o profissional habilitado na tomada de decisões, quando da elaboração de projeto que vise à recuperação de áreas degradadas, possibilitando a delimitação da área que deverá ser motivo de recuperação e de reposição. 4.3 Planejamento para a recuperação da área degradada proposta Analisando os mapas confeccionados, observou-se que a maior parte da área degradada estudada neste trabalho compreendeu a região de onde deveria existir mata ciliar. As matas ciliares são matas que ocorrem ao longo dos cursos d’água e no entorno de lagos e de nascentes, sendo conhecidas também como matas ripárias, ribeirinhas ou de galeria. 23 Considerando que as matas ciliares são fundamentais para o equilíbrio ambiental, a sua recuperação pode trazer benefícios muito significativos sob vários aspectos. Em escala local, retêm grande quantidade de sedimentos, defensivos agrícolas (herbicidas) e nutrientes que vêm das áreas mais altas através das enxurradas, contribuindo para a manutenção da qualidade e quantidade da água das nascentes e rios. Proporcionam estabilidade das margens dos rios, evitando o assoreamento através das raízes das árvores e da serrapilheira depositada sobre o solo. Em escala regional, as matas ciliares fornecem abrigo e sustento para os animais silvestres e provém sombra nos cursos d’água para a sobrevivência de animais aquáticos como anfíbios, crustáceos e peixes. A mata ciliar também serve como barreira, reduzindo a propagação de pragas e doenças em culturas agrícolas. Em escala global, as florestas em crescimento fixam carbono, contribuindo para a redução dos gases do efeito estufa. A escolha da técnica de recuperação de pastagens mais adequada depende do diagnóstico bem feito sobre a situação real da pastagem degradada, da disponibilidade ou possibilidade da utilização de implementos e insumos, do nível técnico adotado e da estrutura da propriedade. Segundo o Sistema Integrado de Gestão Ambiental (SIGAM), a escolha do método de recuperação depende de vários fatores, entre eles: as pessoas envolvidas na recuperação; grau de degradação da mata ciliar; existência (ou não) de outras matas semelhantes na região e a distância entre elas, e os recursos financeiros disponíveis. Para a recuperação das matas ciliares é necessário fazer uma boa observação da área para definir qual a maneira mais eficiente e barata de se conseguir o retorno da vegetação. Neste ponto, entra-se com a topografia como pontapé inicial, fazendo a delimitação de todo o terreno e marcando as áreas a serem recuperadas, conforme instruções descritas previamente. A seguir estão alguns métodos de recuperação que podem ser aplicados em matas ciliares degradadas: - Transposição do Solo: Consiste em retirar uma camada superficial de solo de um local com mata nativa e transportar para o local que está em recuperação. Assim, as sementes contidas no solo germinarão e ajudarão na recomposição da mata. - Plantio de Mudas: Este método requer o estudo das espécies nativas da região e a ordenação do plantio de acordo com a sucessão ecológica das espécies. Pode ser 24 executado junto com os outros métodos, como o enriquecimento, aumentando as possibilidades de sucesso deste projeto de recuperação da mata ciliar. - Regeneração Natural: Consiste em isolar uma área, cercando-a, normalmente com arame liso ovalado. O processo pode ser auxiliado através da instalação de poleiros ecológicos que atraem a fauna local. - Nucleação: Consiste na combinação de elementos, tanto do meio biótico quanto do físico, que visa proporcionar condições de nichos de regeneração e melhoria da conectividade da paisagem, atuando como base para favorecer a sucessão ecológica. - Sistemas Agroflorestais (SAF): São sistemas de uso e ocupação do solo em que plantas lenhosas perenes são manejadas em associação com plantas herbáceas, arbustivas, arbóreas, culturas agrícolas, forrageiras e/ou em integração com animais. A conservação depende do grau de degradação da mata ciliar. Quanto mais degradada estiver, maior intervenção humana será necessária, pois a capacidade de regeneração pode estar comprometida. Portanto, é preciso avaliar as condições da área degradada antes de decidir o melhor modo de recuperar e conservar. 4.4 Sugestão do melhor método/técnica de recuperação do local Antes de decidir qual o melhor método ou técnica de recuperação do local é preciso firmar que, de acordo com a legislação atual as nascentes d’água, leitos dos rios, córregos ou cursos d’água devem ser constituídas por Áreas de Preservação Permanente respeitando suas metragens a partir do leito de maior vazão ou nascente. Na área da propriedade em estudo, constatou-se a falta da APP, uma pequena mudança do curso d’água realizada por uso inadequado do solo, principalmente pela cultura irregular de pomar, causando erosão ao longo desse curso, já que a mesma perdeu a vegetação arbórea ciliar, desrespeitando, dessa forma, as Áreas de Preservação Permanente, que são áreas protegidas por lei desde 1965, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a biodiversidade, o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. Ficou claro que a propriedade não possui uma área passível de averbação de Reserva Florestal Legal (20%), necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à 25 conservação dos processos ecológicos, da biodiversidade e ao abrigo e proteção da fauna e flora nativas. Assim sendo, uma vez instalado o processo de degradação deve-se fazer o apanhado dos fatores a ele associados a fim de definir a estratégia a ser utilizada na recuperação das características produtivas da vegetação. Se a área degradada foi utilizada para plantios agrícolas ou pastagens e apresenta boas condições de solo, sem nenhum sinal de erosão e compactação, como é o caso do imóvel objeto de estudo, deverá ser recuperada através de plantio de mudas, com preparo convencional do solo, ou somente com coveamento manual ou preparo só na linha de plantio. À vista disso, a recuperação da área degradada da mata ciliar deverá ser feita através do plantio de mudas, ainda mais por se tratar de uma área relativamente pequena, com menos de 15 mil m². As espécies a serem plantadas devem ser nativas das matas ciliares da região do plantio, pois são as mais adequadas para o ambiente e terão mais chances de crescimento e reprodução, garantindo a recuperação da mata. É fundamental o isolamento da área de animais de qualquer espécie, pois as mudas são facilmente dizimadas pelo gado, porcos, galinhas e etc. 26 5 CONCLUSÕES A Topografia ocupa uma posição de destaque dentro da Engenharia, aqui representada pelo ramo da Engenharia Ambiental, sua importância e aplicações estão diretamente ligadas ao planejamento. Pela importância e variedade dos dados que oferece, destaca-se de forma especial o mapeamento, pois possibilita uma análise completa dos dados apurados em campo para a tomada de decisões fundamentais na recuperação de áreas degradadas. Com o dimensionamento e delimitação da área degradada foi elaborado um planejamento para que ocorra uma estabilização e consequente recuperação desta. O levantamento topográfico e a caracterização do uso e ocupação do solo foram realizados para que fosse possível identificar a localização de pontos importantes do terreno,na busca incessante da melhor solução para a proteção do meio ambiente. Pela importância e variedade de dados que ofereceu o mapa elaborado a partir do levantamento planimétrico cadastral, o imóvel encontra-se em situação irregular perante o que preconiza a Legislação Florestal vigente, de 2012. Ao analisar a área degradada, foi possível determinar a melhor técnica para a sua recuperação, através dos elementos demonstrados no mapa da área degradada. Ressalta-se que a indicação da técnica adequada à recuperação está sujeita a modificações, pois são necessários estudos mais aprofundados sobre o tema, sendo apenas uma sugestão estudada através de pesquisas limitadas a este trabalho. Nota-se a grande importância dos levantamentos que podem ser realizados com a utilização das técnicas da topografia. Conclui-se, portanto, que a Topografia ocupa uma posição de destaque dentro da Engenharia Ambiental, visto que a variedade dos dados que oferece destaca-se de forma positiva, possibilitando uma análise completa dos dados apurados em campo para a tomada de decisões fundamentais na recuperação de áreas degradadas. 27 6 SUGESTÕES Durante a execução deste trabalho foi observada a carência de dados da região que proporcionariam um resultado mais preciso, bem como se notou a possibilidade de ampliar ou estender o estudo de caso apresentado. São listadas a seguir as percepções e sugestões para continuação deste: - Reavaliar a cobertura vegetal e o local com margem degradada, utilizando base cartográfica atualizada; - Monitorar a época de cheia do córrego para que seja possível manter um banco de dados; - Avaliar a porção do solo que foi removido da margem nos últimos anos em decorrência dos processos erosivos atuantes; - Realizar um levantamento das espécies que se encontram sobre a mata ciliar e remover as inadequadas, bem como ao longo da faixa de APP, - Comparar os custos de uma recuperação feita por meio de engenharia tradicional à bioengenharia de solos. 28 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAKONYI, S. M. C. Manejo e Recuperação de Áreas Degradadas. Curitiba, PR: IFP, 2012. BRAGA, F. P. S.; SOUZA FILHO, P. W. 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Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. BRASIL. Lei nº 12.727, de 17 de outubro de 2012. Altera a Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; e revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001, o item 22 do inciso II do art. 167 da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973, e o § 2o do art. 4o da Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012 BRASIL. Medida Provisória nº 571, de 25 de maio de 2012. Altera a Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nºs 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001. BRASIL. Projeto de Lei de Conversão nº 21, de 20 de setembro de 2012. Altera a Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; e revoga as Leis nºs 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001, o item 22 do inciso II do art. 167 da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, e o § 2º do art. 4º da Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. 29 BRASIL. Projeto de Lei nº 1.876, de 19 de outubro de 1999. 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