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2 Coletânea Civil - Parte Geral - Direitos Reais - Rede Juris (1)

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Exame de Ordem 
Direito Civil (Parte Geral / Direitos Reais) 
Profª Luciana Jordão 
 
 
 
 
redejuris.com 
 
1 
 
 
 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Civil (Parte Geral / Direitos Reais) 
Profª Luciana Jordão 
 
 
 
 
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Sumário 
PARTE GERAL ..............................................................................................................................................................................5 
1. CONTEÚDO DO CÓDIGO CIVIL ........................................................................................................................................5 
1.1 ObjetivoS da LINDB .........................................................................................................................................................5 
1.2 Vigência, validade e eficácia das normas ........................................................................................................................5 
2. DA PESSOA NATURAL .....................................................................................................................................................7 
2.1 Personalidade e capacidade ...........................................................................................................................................7 
2.2 Teorias sobre a personalidade (art. 2o, CC) ....................................................................................................................7 
2.3 Tipos de direitos da personalidade .................................................................................................................................8 
2.4 Características dos direitos da personalidade ................................................................................................................8 
2.5 Capacidade ...................................................................................................................................................................11 
2.6 Representação x Assistência .........................................................................................................................................12 
2.7 Emancipação .................................................................................................................................................................15 
2.8 Extinção da pessoa natural ...........................................................................................................................................17 
3. DO DOMICÍLIO ..............................................................................................................................................................18 
4. DOS BENS ......................................................................................................................................................................20 
5. TEORIA DOS FATOS JURÍDICOS .....................................................................................................................................25 
6. ELEMENTOS DO NEGÓCIO JURÍDICO: Escada Ponteana ...............................................................................................25 
6.1 Plano de Existência .......................................................................................................................................................26 
6.2 Plano de Validade .........................................................................................................................................................26 
6.3 Plano de Eficácia ...........................................................................................................................................................28 
6.4 Condição .......................................................................................................................................................................28 
6.5 Termo ...........................................................................................................................................................................30 
6.6 Encargo .........................................................................................................................................................................31 
7. VÍCIOS DO NEGÓCIO JURÍDICO e teoria das nulidades .................................................................................................31 
7.1 ERRO .............................................................................................................................................................................33 
7.2 DOLO ............................................................................................................................................................................34 
7.3 COAÇÃO ........................................................................................................................................................................35 
7.4 ESTADO DE PERIGO – Ausente no CC16 .......................................................................................................................36 
7.5 LESÃO– Ausente no CC16 .............................................................................................................................................37 
7.6 FRAUDE CONTRA CREDORES ........................................................................................................................................38 
7.7 SIMULAÇÃO ..................................................................................................................................................................38 
RESPONSABILIDADE CIVIL .........................................................................................................................................................39 
8. ATOS ILÍCITOS e responsabilidade ................................................................................................................................39 
8.1 Responsabilidade ..........................................................................................................................................................40 
8.2 Nexo de causalidade - Teorias explicativas ...................................................................................................................43 
8.3 Concausalidade .............................................................................................................................................................45 
8.4 Excludentes totais de nexo causal ................................................................................................................................45 
8.5 Excludentes de responsabilidade civil ..........................................................................................................................46 
9. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA .........................................................................................................................................46 
9.1 PRESCRIÇÃO ..................................................................................................................................................................47 
9.2 DA DECADÊNCIA ...........................................................................................................................................................48 
10. DA PROVA .....................................................................................................................................................................49 
 
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Direito Civil (Parte Geral / Direitos Reais) 
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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES ........................................................................................................................................................49 
11. Conceito e características.............................................................................................................................................49 
11.2 Obrigação de dar coisa certa - art. 233 - 242, CC ..........................................................................................................50 
11.3 Art. 1.214 CC - Melhoramentos e frutos .......................................................................................................................51 
11.4 Arts. 1.219-1.222, CC - Benfeitorias ..............................................................................................................................51 
11.5 Obrigação de dar coisa incerta - arts. 243 - 246, CC .....................................................................................................52 
11.6 Obrigação de fazer - arts. 247 - 249, cc ........................................................................................................................52 
11.7 Obrigação de não fazer - arts. 250 - 251, cc .................................................................................................................53 
11.8 Obrigações alternativas - arts. 252 - 256, cc (Obrigação disjuntiva) .............................................................................54 
11.9 Obrigações Divisíveis e Indivisíveis ...............................................................................................................................55 
11.10 Obrigação indivisível com pluralidade de devedores ...................................................................................................55 
11.11 Obrigação indivisível com pluralidade de credores ......................................................................................................56 
11.12 Obrigações solidárias ....................................................................................................................................................57 
11.13 Inoponibilidade das exceções pessoais em obrigações solidárias ATIVAS – 273 e 274, CC ..........................................60 
11.14 Oponibilidade das exceções pessoais em obrigações solidárias passivas – 281, CC .....................................................60 
11.15 Adimplemento e Extinção das Obrigações ...................................................................................................................61 
11.16 Quem Deve Pagar (solvens, Solvente) - art. 304-307, CC .............................................................................................62 
11.17 A Quem se Deve Pagar (ACCIPIENS) .............................................................................................................................62 
11.18 Lugar do Pagamento - arts. 327-330, CC ......................................................................................................................63 
11.19 Venire contra factum proprium ....................................................................................................................................64 
11.20 Tempo do pagamento ..................................................................................................................................................64 
11.21 Pagamento em consignação - arts. 334-345, CC...........................................................................................................64 
11.22 Pagamento com Sub-Rogação ......................................................................................................................................65 
11.23 Imputação do Pagamento - arts. 352-355, CC ..............................................................................................................66 
11.24 Novação - arts. 360-367, CC..........................................................................................................................................66 
12. COMPENSAÇÃO DE DÍVIDAS ARTS. 368-380, CC...........................................................................................................67 
DOS CONTRATOS ......................................................................................................................................................................67 
13. CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS ................................................................................................................................68 
14. PRINCÍPIO DA Função Social do Contrato: CONSEQUÊNCIAS E OBJETIVOS DA APLICAÇÃO .........................................70 
14.1 Formação dos Contratos...............................................................................................................................................71 
14.2 Fase pré-contratual, Tratativas, fase de puntuação ou negociações preliminares .......................................................71 
15. PROPOSTA OU POLICITAÇÃO ........................................................................................................................................73 
16. ACEITAÇÃO ...................................................................................................................................................................74 
16.1 Lugar do Contrato .........................................................................................................................................................76 
16.2 Estipulação em Favor de Terceiro - arts. 436-438, CC ..................................................................................................76 
16.3 Promessa de Fato de Terceiro - arts. 439-440, CC ........................................................................................................76 
16.4 Contrato com pessoa a declarar ou contrato com cláusula pro amico eligendo - arts. 467- 471, CC ...........................77 
16.5 Contrato preliminar (pactum de contrahendo) - arts. 462-466, CC ..............................................................................77 
16.6 Contratos aleatórios - arts. 458-461, CC .......................................................................................................................78 
16.7 Outras classificações .....................................................................................................................................................78 
17. VÍCIOS REDIBITÓRIOS ...................................................................................................................................................78 
18. EVICÇÃO........................................................................................................................................................................81 
19. EXTINÇÃO DO CONTRATO ............................................................................................................................................84 
 
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20. RESILIÇÃO: as partes decidem encerrar o contrato ......................................................................................................85 
21. RESOLUÇÃO: circunstância posterior à formação do contrato .....................................................................................86 
21.1 Resolução DO CONTRATO Por onerosidade excessiva ou revisão ................................................................................88 
CONTRATOS EM ESPÉCIE ..........................................................................................................................................................89 
22. COMPRA E VENDA ........................................................................................................................................................89 
22.1 Preço por avaliação ......................................................................................................................................................8922.2 Preço por cotação .........................................................................................................................................................90 
22.3 Preço unilateral ............................................................................................................................................................90 
22.4 Despesas - art. 490, CC (Salvo disposição em contrário…) ...........................................................................................90 
22.5 Riscos - art. 492 - Res perit domino ..............................................................................................................................90 
22.6 Venda de ascendente a descendente ...........................................................................................................................91 
23. RETROVENDA ................................................................................................................................................................91 
24. VENDA A CONTENTO ....................................................................................................................................................91 
25. PREEMPÇÃO OU PREFERÊNCIA: móvel ou imóvel ........................................................................................................92 
25.1 Da Venda com Reserva de Domínio..............................................................................................................................92 
25.2 Da Venda Sobre Documentos .......................................................................................................................................93 
25.3 Do Contrato Estimatório ou de consignação ................................................................................................................94 
25.4 Da Doação.....................................................................................................................................................................94 
25.5 Do Comodato ................................................................................................................................................................96 
25.6 Do Mútuo .....................................................................................................................................................................97 
25.7 Do Mandato ..................................................................................................................................................................97 
26. DA FIANÇA E AVAL (ARTs. 818, ss, CC) ........................................................................................................................100 
DIREITO DAS COISAS ...............................................................................................................................................................100 
27. Características dos direitos reais ................................................................................................................................101 
28. CLASSIFICAÇÕES .........................................................................................................................................................102 
28.1 Ações Possessórias (554 e ss., do CPC) .......................................................................................................................103 
28.2 Esbulho: Reintegração de posse. ................................................................................................................................103 
28.3 Turbação de Posse: Manutenção de Posse ................................................................................................................103 
28.4 Posse ameaçada: Interdito Proibitório .......................................................................................................................104 
28.5 Constituto Possessório ...............................................................................................................................................104 
29. Art. 1.225, CC. São direitos reais: ...............................................................................................................................104 
29.1 Classificação ................................................................................................................................................................105 
29.2 Propriedade ................................................................................................................................................................105 
29.3 Desapropriação...........................................................................................................................................................106 
29.4 Formas de aquisição da propriedade imóvel ..............................................................................................................106 
29.5 Usucapião ...................................................................................................................................................................106 
29.6 Aquisição de imóvel por acessão: meio originário .....................................................................................................107 
29.7 Formas de aquisição da propriedade móvel ...............................................................................................................107 
29.8 Perda de propriedade .................................................................................................................................................107 
29.9 Condomínio ................................................................................................................................................................108 
29.10 Direito de Superfície ...................................................................................................................................................108 
29.11 Servidão ......................................................................................................................................................................109 
29.12 Usufruto ......................................................................................................................................................................109 
 
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PARTE GERAL 
 
1. CONTEÚDO DO CÓDIGO CIVIL 
LINDB (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro) Decreto-lei 4.657, de 1942, 
alterado pela lei 12.376, de 2010: normas de hermenêutica. Superdireito. 
Parte Geral: Pessoas, bens e fatos jurídicos. 
Parte especial: direito das obrigações, direito de empresa, direito das coisas/reais, direito 
de família e direito das sucessões. 
 
1.1 OBJETIVOS DA LINDB 
Aplicação das leis em geral. 
“Lei de Introdução às Leis”. Superdireito. Regra primeira de interpretação e de aplicação 
das leis. Normas de hermenêutica. Interpretação. 
Regras de Direito Internacional Privado. Dependendo do caso concreto aplica-se a lei 
local ou lei de Estado estrangeiro. Soberania nacional. Resolve conflitos entre normas. 
 
1.2 VIGÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA DAS NORMAS 
Validade: compatibilidade formal e material com o sistema jurídico. 
- formal: que observa regras relacionadas ao processo de criação e 
promulgação de uma lei. Exemplo: EC, art. 60, §1º, CF. 
- material: compatibilidade com relação à matéria. Matéria reservada a lei 
complementar não pode ser objeto de lei ordinária. Lei de competência 
privativa da União. 
Vigência: critério temporal, período de validade da norma. Da data de vigência até a da 
revogação. 
Eficácia: possibilidade de produção concreta de efeitos. 
- social: a norma é eficaz porquehá condições fáticas exigíveis para seu 
cumprimento. Ex.: obrigatoriedade de instalação de “mata-cachorro” em 
motocicletas, mas o equipamento não está disponível no mercado. Norma 
 
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ineficaz, pois não há condições fáticas que permitam a produção de 
efeitos. 
- Técnica: a norma é eficaz porque há condições técnico-normativas 
exigíveis para seu cumprimento. Ex.: Art. 7o, I, CF. Norma ineficaz, pois não 
há lei complementar que permita a produção de efeitos. 
Vigor: realização efetiva de resultados jurídicos. Lei 1.060, de 1950. Lei 5.791, de 1971. 
 
Inexistência de lei (Art. 4o, LINDB) 
- Analogia: aplicação de norma destinada a caso semelhante. 
- Costumes 
- Princípios gerais do Direito 
- Doutrina 
- Jurisprudência 
- Equidade 
 
Aplicação temporal da lei 
Vigência: publicação no DOU. 
Vigor: depende do período de vacatio legis. Regra: 45 dias depois de oficialmente 
publicada (art. 1o, LINDB) com inclusão da data da publicação e do último dia do prazo 
(art. 8º, LC 95/1998). 
 
Código Civil. Lei 10.406, de 10 de janeiro, publicado em 11 de janeiro. Entrada em vigor: 
11 de janeiro de 2003. 
 
Revogação. Perda da vigência. (ver art. 2o, LINDB) 
- Expressa. Art. 2.045, CC02. Revogam-se a Lei no 3.071, de 1o de janeiro de 
1916 - Código Civil e a Parte Primeira do Código Comercial, Lei no 556, de 
25 de junho de 1850. 
- Tácita. Lei 6515, separação judicial, EC66. 
 
 
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- Revogação Total: Ab-rogação. 
- Revogação Parcial: Derrogação. 
 
Regra sobre revogação. Deverá prevalecer: Lex superior, Lex posterior, Lex specialis. 
 
Direitos de personalidade: lei do domicílio. (art. 7o, LINDB) 
Bens: lei de onde se situam os bens. (art. 8o, LINDB) 
Obrigações: lei do local onde são constituídas. (art. 9o, LINDB) 
Sucessões: lei do domicílio do de cujus, ou ausente. (art. 10, LINDB) 
Empresas estrangeiras no Brasil: lei do Estado onde se constituíram. (art. 11, LINDB) 
Competência da autoridade judiciária: ver art. 12, LINDB) 
 
2. DA PESSOA NATURAL 
Naturais ou físicas: considera não só aspectos físicos, inclui qualidades espirituais. Só ser 
humano. (Animais e entidades espirituais não são considerados) 
Jurídicas. 
 
2.1 PERSONALIDADE E CAPACIDADE 
Personalidade: valor, qualidade ou atributo do ser humano. Clóvis Beviláqua: “a aptidão, 
reconhecida pela ordem jurídica a alguém, para exercer direitos e contrair obrigações”. 
(art. 1o, CC. Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil) 
Natimorto. Não adquire personalidade. Exame para constatação de nascimento com 
vida: docimasia hidrostática de Galeno. 
 
2.2 TEORIAS SOBRE A PERSONALIDADE (ART. 2O, CC) 
Natalista: a personalidade só começa com o nascimento com vida. Crítica: tratamento de 
coisa. 
Personalidade condicional: a aquisição da personalidade depende do nascimento com 
vida. 
 
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Concepcionista: personalidade protege direitos de natureza essencial, vinculados ao ser, 
desde a concepção, mas os efeitos de direitos patrimoniais só podem ser verificados com 
o nascimento com vida. 
STF: ora natalista, ora concepcionista. 
STJ: concepcionista pois reconhece reparação de dano moral ao nascituro. Exemplo: 
Wanessa Camarco x Rafinha Bastos. 
 
2.3 TIPOS DE DIREITOS DA PERSONALIDADE 
Inatos: direito à vida, à integridade física e moral. 
Adquiridos: reflexos da condição de indivíduo reconhecidos pelo direito positivo (direito 
autoral). 
 
2.4 CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE 
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são 
intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação 
voluntária. 
 
Intransmissíveis: não podem ser transferidos a terceiros . 
Irrenunciáveis: não podem ser renunciados ou abandonados. 
Indisponíveis: são intransmissíveis e irrenunciáveis. 
CESSÃO DE USO: Direito à imagem, direito autoral. 
PRETENSÃO DE EXIGIR REPARAÇÃO: transmissível aos herdeiros porque o direito de ação 
tem natureza patrimonial. 
Não podem sofrer limitação voluntária. Enunciado nº 4, CJF/STJ. Art.11: o exercício dos 
direitos da personalidade pode sofrer limitação voluntária, desde que não seja 
permanente nem geral. 
Absolutos: Oponíveis erga omnes, caráter geral. 
Ilimitados: O rol do código é exemplificativo (numerus apertus) e não numerus clausus. 
Com o progresso podem surgir outros. 
 
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Imprescritíveis: Não se extinguem pelo uso, nem pelo tempo, nem pela inércia em sua 
defesa. (A pretensão de reparação por dano não se confunde com o direito e é 
prescritível). 
Impenhoráveis: Não sujeitos à penhora. Reflexos patrimoniais são penhoráveis 
(exemplo: lucro proveniente de direito autoral). 
Inexpropriáveis: Não podem sofrer desapropriação. 
Vitalícios. 
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e 
reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida 
prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou 
colateral até o quarto grau. 
 
Atos de disposição do próprio corpo e direito à integridade física 
Quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons 
costumes atos de disposição do próprio corpo só são permitidos por exigência médica ou 
para fim de transplante (órgãos duplos ou regeneráveis, por exemplo). (Art. 13, CC) 
A disposição gratuita total ou parcial do próprio corpo para depois da morte é válida, 
com objetivo científico, ou altruístico e pode ser revogado a qualquer tempo (Art. 14, 
CC). 
Tratamento médico ou cirurgia não pode ser imposto a alguém caso signifique risco de 
vida (ar. 15, CC). É obrigação do profissional de saúde informar a família e o paciente 
sobre os riscos procedimentais e proteger a inviolabilidade do corpo humano. 
 
Nome é a designação ou sinal pelo qual a pessoa se identifica. (Art. 16. Toda pessoa tem 
direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome). 
Aspecto público: interesse público em identificar as pessoas. Lei de Registros Públicos. 
Aspecto individual: direito pessoal de proteger o nome e impedir e reprimir abusos 
ligados ao nome. 
 
 
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Art. 56, Lei n. 6.015/1973. O interessado, no primeiro ano após ter atingido a maioridade 
civil, poderá, pessoalmente ou por procurador bastante, alterar o nome, desde que não 
prejudique os apelidos de família, averbando-se a alteração que será publicada pela 
imprensa. 
Art. 57. A alteração posterior de nome, somente por exceção e motivadamente, após 
audiência do Ministério Público, será permitida por sentença do juiz a que estiver sujeito 
o registro, arquivando-se o mandado e publicando-se a alteração pela imprensa, 
ressalvada a hipótese do art. 110 desta Lei. 
 
Pode ser alterado o prenome em razão de fundada coação ou ameaça decorrente de 
colaboração com a apuração de crime, substituição por apelidos públicos notórios, 
prenomes que gerem constrangimento.Casos de mudança de sobrenome: casamento, divórcio, adoção, reconhecimento de 
filiação, transsexualismo, enteado(a) que acrescente sobrenome de padrasto ou 
madrasta, proteção à testemunha. 
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou 
representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção 
difamatória. 
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. 
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao 
nome. 
 
Palavra, imagem e voz humana 
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à 
manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a 
publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, 
a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, 
a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. 
 
 
 
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Proteção à intimidade 
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do 
interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato 
contrário a esta norma. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para 
requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. 
 
2.5 CAPACIDADE 
É projeção do valor personalidade. Pode sofrer limitações. 
Capacidade de direito ou de gozo: possibilidade de aquisição de direitos. Cabe a todos 
os seres. Herança, doações. Se há personalidade, há capacidade de direito. 
Capacidade de fato, de exercício ou de ação: exercício dos atos da vida civil sem 
assistência ou representação. Não exercício pessoal dos atos da vida civil: menores, 
desenvolvimento mental incompleto. 
 
CAPACIDADE PLENA = CAPACIDADE DE DIREITO + CAPACIDADE DE FATO 
CAPACIDADE LIMITADA = INCAPACIDADE = CAPACIDADE DE DIREITO 
 
Incapacidade absoluta e relativa: restrição legal ao exercício dos atos da vida civil. 
O suprimento da incapacidade absoluta (art. 3o, CC) se dá por representação. Falta de 
representação: nulidade (166, I, CC). 
O suprimento da incapacidade relativa (art. 4o, CC) se dá por assistência. Falta de 
assistência: anulabilidade (171, I, CC). 
 
 
Lei 13.146, de 2015. 
Art. 3o, CC. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil 
os menores de 16 (dezesseis) anos. 
I - (Revogado); 
II - (Revogado); 
 
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III - (Revogado). 
Art. 4o, CC. São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua 
vontade; 
IV - os pródigos. 
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. 
 
IMPORTANTE: Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas 
por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios 
suficientes. 
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá 
lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. 
 
Boa-fé de terceiro. Art. 180, CC. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, 
para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando 
inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior. 
 
2.6 REPRESENTAÇÃO X ASSISTÊNCIA 
Pode ocorrer representação legal ou voluntária. (art. 115, CC). 
A produção de efeitos depende dos limites dos poderes concedidos ao representante. 
(art. 116, CC). 
Autocontrato é proibido, salvo cláusula autorizativa expressa no contrato. Má-fé.. (Art. 
117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o 
representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo). 
Promissória, cheque em branco para banco. Visa garantir pagamento de juros por parte 
de mutuário (cláusula-mandato). 
 
 
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AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. EMBARGOS DO DEVEDOR. NOTA 
PROMISSÓRIA. CAMBIAL EMITIDA EM BRANCO. VALIDADE. ÔNUS DA PROVA. 1. A nota 
promissória emitida ou aceita em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé 
antes da cobrança ou do protesto. 2. Deve ser comprovada a má-fé do credor quando 
de seu preenchimento, mesmo porque não se olvida a confiança presumida depositada 
na pessoa do portador com poderes tácitos para preenchê-la (súmula 387 do STF). 3. 
Para desconstituir a existência de título executivo extrajudicial é necessário suporte 
fático relevante, cujo ônus incumbe ao devedor. 4. O instrumento de confissão de dívida 
é instrumento hábil a lastrear a execução, mormente quando alicerçada em contrato 
assinado por duas testemunhas. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. 
(TJGO, AGRAVO DE INSTRUMENTO 28490-84.2015.8.09.0000, Rel. DR(A). SERGIO 
MENDONCA DE ARAUJO, 4A CAMARA CIVEL, julgado em 23/04/2015, DJe 1774 de 
29/04/2015) 
 
Cabe ao representante provar sua condição às pessoas com quem contratar em nome do 
representado. (art. 118, CC). 
 
"APELACAO CIVEL. ACAO DE ANULACAO DE ESCRITURA DE COMPRA E VENDA DE 
IMOVEL. PROCURACAO. SUBSTABELECIMENTO. FORMALIDADES. QUITACAO DE 
PAGAMENTO. INEXISTENCIA. NEGOCIO SIMULADO. 1 - A PROCURACAO PARA 
ALINEACAO DE IMOVEL DEVE CONTER A DESCRICAO DE PODERES ESPECIFICOS PARA 
TANTO E NAO APENAS VERSAR SOBRE PODERES GERAIS (ARTIGO 661, § PRIMEIRO, CC 
O ENUNCIADO 193 DA III JDC). 2 - E COMUM QUE DOS NEGOCIOS DE GRANDE MONTA 
RESULTE COMPROVANTE DE QUITACAO DE PAGAMENTO. INCUMBIRIA A ADQUIRENTE 
DO IMOVEL DEMONSTRAR QUE PAGOU POR ELE, A FIM DE PROVAR O FATO EXTINTIVO 
DO DIREITO DA AUTORA (ARTIGO 333, II, CPC). NAO O FAZENDO, DEIXA EM ABERTO A 
DUVIDA QUANTO A PROBIDADE DA NEGOCIACAO. 3 - O INSTITUTO DO MANDATO SE 
CARACTERIZA QUANDO ALGUEM DE OUTREM PODERES PARA, EM SEU NOME, 
PRATICAR ATOS OU ADMINISTRAR INTERESSES (ARTIGO 653, CC). SE O REPRESENTANTE 
ATUA NA GESTAO DE SEUS PROPRIOS INTERESSES, O NEGOCIO SUBSISTE APENAS SE SE 
 
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COMPROVAR A BOA-FE DA PROCURACAO E O BENEFICIO RECIPROCO DAS PARTES. 
RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO." 
(TJGO, APELACAO CIVEL 124628-5/188, Rel. DES. ALMEIDA BRANCO, 4A CAMARA CIVEL, 
julgado em 26/06/2008, DJe 151 de 12/08/2008) 
 
AGRAVO REGIMENTAL EM APELAÇÃO CÍVEL. SEGUIMENTO NEGADO. AÇÃO DE 
COBRANÇA. ABANDONO DA CAUSA. EXTINÇÃO DO FEITO. OBSERVÂNCIA DOS DITAMES 
PREVISTOS NO PARÁGRAFO 1º DO ARTIGO 267 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. PESSOA 
JURÍDICA. TEORIA DA APARÊNCIA. SÚMULA 240 DO STJ. INAPLICABILIDADE. PEDIDO DE 
RECONSIDERAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE FATOS NOVOS. 1 - Efetivadas as intimações do 
advogado e pessoal da parte autora para que, em 48 (quarenta e oito) horas, imprimam 
andamento ao feito e tendo a demandante permanecido em estado de inércia, extingue-
se o processo sem julgamento do mérito. 2 - A jurisprudência do STJ, no que concerne a 
citações/intimações de pessoas jurídicas, adota a teoria da aparência, segundo a qual 
considera-se válida a citação feita na pessoa dequem, sem nenhuma reserva, 
identifica-se como representante da sociedade empresária, mesmo sem ter poderes 
expressos de representação, e assina o documento de recebimento. 3 - In casu, não há 
que se falar em necessidade de requerimento da parte ré para a extinção do processo 
por abandono da causa (Súmula 240 do STJ), haja vista que não houve a integralização da 
relação processual. Ademais, não é admissível que a recorrente, agora, pretenda se valer 
da própria torpeza (nemo potest venire contra factum proprium). 4 - Não demonstrado 
fato novo a embasar a pretensão regimental, deve ser mantido o decisum que negou 
seguimento à apelação cível, nos termos do artigo 557, caput do Código de Processo 
Civil, não cabendo, assim, a reforma da decisão agravada regimentalmente. Agravo 
Regimental conhecido e desprovido. 
(TJGO, APELACAO CIVEL 572973-66.2008.8.09.0137, Rel. DR(A). SERGIO MENDONCA DE 
ARAUJO, 4A CAMARA CIVEL, julgado em 13/03/2014, DJe 1509 de 24/03/2014) 
 
 
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Negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado é 
anulável se o outro contratante tinha conhecimento (art. 119, CC). PRAZO DECADENCIAL: 
180 dias a contar da conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade. 
Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em nome do 
representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o 
fazendo, responder pelos atos que a estes excederem. 
Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses 
com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele 
tratou (ou seja, se havia terceiro de má-fé). 
Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negócio ou da 
cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação prevista 
neste artigo. 
 
2.7 EMANCIPAÇÃO 
Art. 5o, CC. A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica 
habilitada à prática de todos os atos da vida civil. 
Art. 56, LRP, 6.015/1973. O interessado, no primeiro ano após ter atingido a maioridade 
civil, poderá, pessoalmente ou por procurador bastante, alterar o nome, desde que não 
prejudique os apelidos de família, averbando-se a alteração que será publicada pela 
imprensa. 
OBSERVAÇÕES: 
A Maioridade ocorre no primeiro momento do dia do aniversário. 
Aniversário em 29 de fevereiro: maioridade em 1o de março. 
É irrevogável. 
Pais podem responder solidariamente pelos danos causados pelo filho emancipado. 
 
Três espécies de emancipação (art. 5o, CC) 
Voluntária: pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante 
instrumento público, independentemente de homologação judicial, se o menor tiver 
dezesseis anos completos. 
 
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Art. 89, LRP. No cartório do 1° Ofício ou da 1ª subdivisão judiciária de cada comarca 
serão registrados, em livro especial, as sentenças de emancipação, bem como os atos 
dos pais que a concederem, em relação aos menores nela domiciliados. 
Art. 90, LRP. O registro será feito mediante trasladação da sentença oferecida em 
certidão ou do instrumento, limitando-se, se for de escritura pública, as referências da 
data, livro, folha e ofício em que for lavrada sem dependência, em qualquer dos casos, 
da presença de testemunhas, mas com a assinatura do apresentante. 
 
Judicial: por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos. 
Art. 91, LRP. Quando o juiz conceder emancipação, deverá comunicá-la, de ofício, ao 
oficial de registro, se não constar dos autos haver sido efetuado este dentro de 8 (oito) 
dias. 
 
Legal: pelo casamento; pelo exercício de emprego público efetivo; pela colação de grau 
em curso de ensino superior; pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência 
de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos 
completos tenha economia própria. 
 
OBSERVAÇÕES: Rol numerus clausus (taxativo). 
União estável não emancipa porque não precisa de autorização dos pais. 
Divórcio ou viuvez anterior aos 18 anos não desfazem emancipação. 
Casamento nulo faz retornar a incapacidade (Impedidos de casar: irmãos, ascendentes e 
descendentes, 1.521, CC). 
Casamento anulável, se o casamento foi de boa-fé, não retorna a incapacidade (1.550, 
CC: exemplo do menor de 16, celebrante inabilitado). 
Emprego público efetivo não equivale à aprovação em concurso. 
Colação de grau em curso de nível superior. 
Menor com economia própria e suficiente para não depender mais dos pais. Exemplo: 
comerciantes, empresários, desenvolvedores de softwares, blogueiros. 
Herdeiro por sucessão causa mortis não está abarcado no rol. 
 
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2.8 EXTINÇÃO DA PESSOA NATURAL 
Primeiro caso: morte natural. 
Art. 6o A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos 
ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva. 
 
Morte real: prova-se com certidão de óbito. Ocorre com o fim da atividade encefálica e 
extingue a capacidade, e as obrigações. 
 
Morte civil. Embora vivo, alguém é tratado como se estivesse morto. (Exemplo: 
Recebimento de pensão por parte de família de militar que perde o posto). 
Art. 1.816, CC. São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do herdeiro excluído 
sucedem, como se ele morto fosse antes da abertura da sucessão. 
 
Morte presumida sem prévia decretação de ausência (art. 7o, CC) ocorre quando é 
extremamente provável a morte de alguém que estava em perigo de vida ou que 
estivesse desaparecido em campanha ou feito prisioneiro (até dois anos após o término 
da guerra). 
O requerimento de declaração de morte presumida depende de serem. É necessário que 
a sentença estabeleça data provável do falecimento. 
Art. 88, LRP. Poderão os Juízes togados admitir justificação para o assento de óbito de 
pessoas desaparecidas em naufrágio, inundação, incêndio, terremoto ou qualquer outra 
catástrofe, quando estiver provada a sua presença no local do desastre e não for possível 
encontrar-se o cadáver para exame. 
 
Morte presumida com prévia decretação de ausência (art. 7o, CC) ocorre quando pessoa 
desaparece sem deixar notícias. O desaparecido não estava em perigo de vida. 
Se o desaparecido não deixar representante para administrar seus bens, cabe ao juiz, a 
requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarar a ausência, e 
nomear um curador. O juiz também nomeia curador quando o ausente deixa mandatário 
que não quer ou não pode exercer o mandato, ou que não tem poderes suficientes. 
 
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Legítimo curador: cônjuge que não esteja separado judicialmente ou de fato por mais de 
dois anos antes da declaração da ausência (Art. 25, CC). 
2a opção: pais desimpedidos. 
3a opção: descendentes desimpedidos. 
Última opção: juiz escolhe um curador. 
 
Pedido de abertura da sucessão provisória: 1 ano se o ausente não tiver procurador; 3 
anos se houver representante (Art. 26). Necessário prestar caução. 
Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da 
sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitivae o 
levantamento das cauções prestadas. 
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente 
conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele. 
 
Comoriência: morte simultânea, não necessariamente no mesmo lugar. 
Art. 8o. Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo 
averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão 
simultaneamente mortos. 
 
3. DO DOMICÍLIO 
Domicílio: local onde responde por obrigações ou aquele em que estabelece sede 
principal de sua residência ou de seus negócios. 
Residência: estado de fato. Radicação em determinado lugar, local onde alguém se 
estabelece habitualmente 
Morada ou habitação: local de estadia provisória, hotel, casa de praia. 
 
Domicílio da pessoa natural: lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo 
definitivo (art. 70, CC). 
Diversas residências: qualquer uma é domicílio. 
Relações concernentes à profissão: local onde esta é exercida também é domicílio. 
 
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Profissão em lugares diversos: cada local é domicílio para as relações correspondentes. 
 
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o 
lugar onde for encontrada. 
Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o 
mudar. 
Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às 
municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, 
da própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem. 
 
Domicílio da Pessoa Jurídica 
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: 
I - da União, o Distrito Federal; 
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; 
III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; 
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e 
administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos 
constitutivos. 
§ 1o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um 
deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. 
§ 2o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por 
domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas 
agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder. 
 
Espécies de domicílio 
Voluntário: decorre da fixação de residência com ânimo definitivo em determinado 
local. 
Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o 
preso. 
 
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Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do 
servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, 
onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se 
encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; 
e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença. 
Legal ou necessário: decorre de mandamento legal para determinadas pessoas. 
De eleição: decorrem do ajuste feito entre partes em contrato. 
Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se 
exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes. 
 
4. DOS BENS 
Conceito filosófico: são os objetos do desejo humano. 
Conceito jurídico: toda utilidade física ou ideal que seja objeto de um direito subjetivo. 
São espécies de coisas (tudo o que não é humano é uma coisa) economicamente 
utilizáveis. Podem ser classificados em corpóreos (tangíveis ou materiais) e incorpóreos 
(intangíveis ou imateriais). São tangíveis quando possuem existência física, são os 
percebidos pelos sentidos. São objetos de contratos de compra e venda. Ex.: imóveis, 
jóias, dinheiro etc. São intangíveis aqueles com existência abstrata e que não podem ser 
percebidos pelos sentidos. São objetos de contratos de cessão (transferência). Não 
podem ser objeto de usucapião. Ex.: propriedade literária, direito autoral, marcas e 
patentes, direito à sucessão aberta etc. 
 
Imóveis: tudo aquilo que estiver incorporado ao solo, no sentido amplo. Podem ser 
objeto de Hipoteca. 
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou 
artificialmente. 
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: 
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; 
II - o direito à sucessão aberta. 
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: 
 
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I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem 
removidas para outro local; 
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. 
 
 por natureza: o solo e sua superfície mais acessórios (árvores, frutos) mais 
adjacências (espaço aéreo, subsolo); 
 por acessão física, industrial ou artificial: tudo quanto o homem incorporar 
permanentemente ao solo, não podendo removê-lo sem destruição. Exs.: 
sementes plantadas, construções. Os materiais provisoriamente separados de 
um prédio, não perdem o caráter de imóveis. 
 Por acessão intelectual ou por destinação: exploração industrial, 
aformoseamento ou comodidade: ar condicionado, escadas de emergência, 
máquinas agrícolas. Estão servindo ao imóvel e não ao proprietário. Ex.: 
máquinas, tratores, veículos, etc. Podem, a qualquer momento, ser 
mobilizados. 
 por disposição legal: direitos reais sobre imóveis. Ex.: direito de propriedade, 
de usufruto, o uso, a habitação, a servidão, a enfiteuse; penhor agrícola, 
direito à sucessão aberta (cuja herança é formada exclusivamente de bens 
móveis, renuncia depende de consentimento do cônjuge, independentemente 
do regime de bens. );etc. 
 
Móveis: possuem movimento próprio ou podem ser removidos sem danos. Podem ser 
objeto de Penhor. (EXCEÇÃO: navios e aeronaves são móveis, mas podem ser 
hipotecados). 
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força 
alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. 
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: 
I - as energias que tenham valor econômico; 
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; 
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. 
 
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Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, 
conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da 
demolição de algum prédio. 
 
 por natureza: são os bens suscetíveis de movimento próprio ou por força 
alheia. Ex.: uma cadeira, um boi, um carro, um livro, etc. O Navio e o Avião 
são bens móveis sui generis, de natureza especial, sendo tratados, em vários 
aspectos, como se fossem imóveis, necessitando de registro e admitindo 
hipoteca. Ambos têm nacionalidade. 
 por disposição legal: direitos reais sobre bens móveis (propriedade, usufruto); 
direitos de obrigação e as ações respectivas; os direitos do autor. 
 por equiparação pela doutrina: a energia elétrica 
 
OBSERVAÇÕES 
Os bensmóveis se adquirem pela tradição; os bens imóveis se adquirem pela transcrição 
da escritura pública no Cartório de Registro de Imóveis; 
Outorga uxória - os bens imóveis para serem alienados, por pessoa casada, necessitam 
do consentimento do cônjuge; os móveis não. 
 
Bens Fungíveis são os bens móveis que podem ser substituídos por outros da mesma 
espécie, qualidade e quantidade. Ex.: arroz, feijão, papel, dinheiro etc. (art. 85, CC). 
Bens Infungíveis são os bens que não podem ser substituídos por outros da mesma 
espécie, qualidade e quantidade. Ex.: os imóveis, um carro, uma jóia, livro de edição 
esgotada, etc. 
 
Bens Consumíveis são bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria 
coisa. Admite apenas uma utilização. Ex.: cigarro, giz, alimentos, tinta de parede, etc 
(Art. 86, CC). 
Bens Inconsumíveis são os que proporcionam reiterados usos. Ex.: vestido, sapato, etc. 
(Art. 86, CC). 
 
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Bens Divisíveis são os que podem ser partidos em porções reais e distintas, formando 
cada qual um todo perfeito. Ex.: papel, quantidades de arroz etc (Art. 87, CC). 
Bens Indivisíveis são os bens que não podem ser partidos em porções, (por 
determinação legal ou vontade das partes) pois deixariam de formar um todo perfeito. 
Ex.: uma jóia, um anel, uma régua, a herança etc (Art. 87, CC). 
Bens Singulares são todas as coisas que embora reunidas, se consideram independentes 
das demais. São considerados em sua individualidade. Ex.: um cavalo, uma casa, etc 
(Art. 89-91, CC). 
Bens Coletivos são as coisas que se encerram agregadas em um todo. Ex. Biblioteca, 
massa falida, espólio, fundo de comércio, etc. Nas coisas coletivas, em desaparecendo 
todos os indivíduos, menos um, fica extinta a coletividade. (Art. 89-91, CC). 
 
Dos Bens Reciprocamente Considerados (Art. 92-97, CC). 
Principais são os que existem por si só, têm existência própria. Ex.: o solo, um crédito, 
uma jóia, etc. 
Acessórios são as coisas cuja existência pressupõe a de um bem principal. Ex.: uma 
árvore, um prédio, os juros, a cláusula penal, os frutos, etc. 
Regra: o bem acessório segue o principal. Quem for proprietário do principal, será 
também do acessório. 
 
Benfeitorias são melhoramentos executados (com trabalho ou intervenção do 
proprietário ou possuidor) em um bem qualquer. 
 necessárias: as que têm por fim conservar ou evitar que o bem se deteriore. 
Ex.: restauração de telhado, de assoalhos, de alicerces. 
 úteis: são as que aumentam ou melhoram o uso da coisa. Ex.: garagem, 
varanda. 
 voluptuárias – são as de mero embelezamento. Ex.: uma pintura artística, 
uma piscina etc. 
 
 
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Frutos podem ser: 
 naturais – da natureza: Ex.: fruto de uma árvore, nascimento de um animal; 
 industriais – intervenção direta do homem, produto manufaturado; 
 civis - rendimentos produzidos pela coisa principal. Ex.: juros, aluguel. 
 
Produtos são utilidades que se extraem da coisa. Ex.: pedras de uma pedreira, minerais 
de uma jazida, etc. 
Pertenças são bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo 
duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro bem. Ex.: móveis em uma 
casa, maquinário de uma fábrica, quadros de um apartamento (Art. 93). 
 
Bens Públicos são os que pertencem a uma entidade de direito público. Ex.: bens 
pertencentes à União, ao Estado, aos Municípios; 
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de 
direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que 
pertencerem. 
Art. 99. São bens públicos: 
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; 
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou 
estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os 
de suas autarquias; 
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, 
como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. 
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens 
pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de 
direito privado. 
 de uso comum do povo: os rios, os mares, ruas, praças, estradas, etc. 
 de uso especial são os bens públicos (edifícios, terrenos) destinados ao serviço 
público. Ex: prédio da Secretaria da Fazenda. 
 
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 Dominicais são os que constituem o patrimônio da União, Estado e 
Municípios, sem uma destinação especial. Ex.: terras devolutas, terrenos da 
marinha, etc. 
 
OBSERVAÇÕES: 
 os bens públicos são inalienáveis, com exceção dos dominicais (necessitam de 
autorização legislativa); 
 todos os bens públicos são IMPENHORÁVEIS e não podem ser HIPOTECADOS; 
nem podem ser objeto de USUCAPIÃO; 
 o uso dos bens públicos de uso comum do povo pode ser gratuito ou oneroso. 
 
Res Nullius são as coisas de ninguém, são as coisas sem dono. Exs.: pérolas no fundo do 
mar, coisas abandonadas, animais selvagens, peixes do mar, etc. 
Coisas Fora do Comércio são coisas que não podem ser objeto de alienação e oneração. 
Coisas insuscetíveis de apropriação - Exs.: o ar, a luz solar, as águas do alto mar, etc. 
Coisas legalmente inalienáveis: o bem de família; os bens gravados com cláusula de 
inalienabilidade; os bens das fundações; os bens públicos de uso comum e uso especial. 
 
5. TEORIA DOS FATOS JURÍDICOS 
Princípios 
Autonomia da Vontade, Autonomia Privada (pacta sunt servanda) 
Função Social dos Contratos 
Boa-fé 
Prevalência da vontade ou intenção dos agentes 
Interpretação restritiva dos negócios jurídicos benéficos (doação de bem viciado). 
 
6. ELEMENTOS DO NEGÓCIO JURÍDICO: ESCADA PONTEANA 
Plano de Existência: Agente, Vontade, Objeto e Forma 
 
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Plano de Validade: Agente capaz e legítimo, Vontade Livre consciente e de boa-fé, 
Objeto lícito, possível e determinado ou determinável, Forma prescrita ou não defesa em 
lei. (art. 104, CC) 
Plano de Eficácia: Condição, Termo e Encargo. 
 
6.1 PLANO DE EXISTÊNCIA 
A falta de pressupostos torna inexistente o negócio. 
Agente é o emissor da vontade. Sujeito de direitos e obrigações. Nascituro não pode ser 
parte em negócio jurídico. Sociedade pode, ainda que irregular (12, § 2o, CPC). 
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em 
benefício próprio, nem aproveita aos co-interessados capazes, salvo se, neste caso, for 
indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum. 
Declaração de vontade dirigida aos fins pretendidos pelas partes. 
Ex: Contratos sem assinatura. 
Contratos registrados em cartório e não apresentados ao consumidor, ineficácia da 
cláusula. 
Efeito vinculativo e liberatório do silêncio. 
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o 
autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa. 
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada 
do que ao sentido literal da linguagem. 
Art. 113. Os negócios jurídicos devemser interpretados conforme a boa-fé e os usos do 
lugar de sua celebração. 
Declaração de vontade (expressa e voluntária: celebrar contrato), manifestação de 
vontade (ato pelo qual se presume desejo implícito: não deixar testamento). 
Objeto é a coisa ou prestação sobre a qual incide o ato material e imaterial. 
Forma: sinal externo que permita a visualização do negócio. Oral, escrita, mímica... 
 
6.2 PLANO DE VALIDADE 
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: 
 
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I - agente capaz; 
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
III - forma prescrita ou não defesa em lei. 
Manifestação de vontade livre e de boa-fé. 
Se a vontade não for livre, tem-se vício de vontade, em que os prejuízos atingem 
somente os envolvidos. 
Vícios internos: erro e lesão; e vícios externos: dolo e coação. 
Se a vontade não é de boa-fé, tem-se vício social, fraude contra credores e simulação em 
que os prejuízos atingem a terceiros. 
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão 
quando a lei expressamente a exigir. 
 
Reserva mental. Vou pagar, se conseguir um emprego. Promessa de casamento em que 
noivo desaparece na hora da cerimônia. 
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva 
mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha 
conhecimento. 
 
Agente deve ser capaz e legitimado. 
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra 
em benefício próprio, nem aproveita aos co-interessados capazes, salvo se, neste caso, 
for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum. 
 
A incapacidade absoluta torna o negócio nulo. Ver art. 166, I. Negócio nulo não 
convalida. Anulável convalida. 
 
Objeto lícito, possível e determinado ou determinável. 
Idôneo, não proibido ou não adequado (penhor de casa), contrato para eliminação de 
desafeto. 
 
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Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, 
ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado. 
 
Impossibilidade física, viajar em cauda de cometa. 
Impossibilidade jurídica legal, negociar herança de pessoa viva (426, CC), 
Impossibilidade jurídica contratual, dois contratos de exclusividade. 
Objeto Identificável (Art. 243, CC. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e 
pela quantidade) 
Forma livre ou prescrita em lei. Há 3 tipos de forma: livre, especial ou solene (lei) e 
contratual (era livre, mas as partes estabeleceram contrato). 
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão 
quando a lei expressamente a exigir. 
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos 
negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de 
direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo 
vigente no País. 
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento 
público, este é da substância do ato. 
 
6.3 PLANO DE EFICÁCIA 
Aptidão para produzir efeitos no mundo jurídico. 
O titular possui Direito Eventual, pois depende de elementos acidentais além dos 
essenciais. Há, para o titular o direito de agir para resguardar direito eventual. 
Elementos acidentais: condição (futuro e incerto), termo (futuro e certo) e encargo. 
 
6.4 CONDIÇÃO 
Evento futuro e incerto (pode ou não ocorrer). 
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade 
das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto. 
 
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Classificação: Casuais (independe da vontade das partes: Grande nação esmeraldina no 
Mundial de Clubes, casamento de terceiro) e Potestativas (casamento da parte). 
Condição suspensiva e resolutiva. 
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto 
esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa. Pode morar aqui 
depois de casar. 
Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio 
jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido. 
Pode morar aqui até casar. 
 
Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública 
ou aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo 
efeito o negócio jurídico (contraditória), ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das 
partes (puramente potestativa - overbooking). 
 
Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados: 
I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas; 
II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita; 
III - as condições incompreensíveis ou contraditórias. 
 
Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de 
não fazer coisa impossível. Pode morar aqui até o Vila Nova ganhar o Mundial de Clubes. 
 
Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e, pendente esta, 
fizer quanto àquela novas disposições, estas não terão valor, realizada a condição, se 
com ela forem incompatíveis. Doação de bem sob condição suspensiva. Mais tarde o 
doador constitui hipoteca sobre o bem doado. Realizada a condição, a hipoteca não terá 
valor por ser incompatível com a condição. 
 
 
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Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito 
a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a 
sua realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já 
praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme 
aos ditames de boa-fé. 
Doação de fazenda para graduado em Direito. O gado já comprometido será vendido e a 
renda será do doador da fazenda, ainda que o graduando tenha a propriedade do bem 
após a condição. 
Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição cujo implemento 
for maliciosamente obstado pela parte a quem desfavorecer, considerando-se, ao 
contrário, não verificada a condição maliciosamente levada a efeito por aquele a quem 
aproveita o seu implemento. Condição maliciosa. 
 
6.5 TERMO 
Evento futuro e certo. 
Termo inicial (ou suspensivo ou dies a quo) e final (ou resolutivo ou dies ad quem). 
Termo e condição. Você ganhará um carro se se formar até os 24 anos. 
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito. 
Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, 
excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento. 
§ 1o Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o 
seguinte dia útil. 
§ 2o Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia. 
§ 3o Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no 
imediato, se faltar exata correspondência. 
§ 4o Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto. 
Art. 133. Nos testamentos, presume-se o prazoem favor do herdeiro, e, nos contratos, 
em proveito do devedor, salvo, quanto a esses, se do teor do instrumento, ou das 
circunstâncias, resultar que se estabeleceu a benefício do credor, ou de ambos os 
contratantes. 
 
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Art. 134. Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exeqüíveis desde logo, salvo 
se a execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depender de tempo. 
 
6.6 ENCARGO 
É uma determinação que, imposta pelo autor de liberalidade (doações e testamentos, 
promessa de recompensa), a esta adere, restringindo-a. 
Anterior ao negócio é condição suspensiva. Se posterior, é encargo puro. 
Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando 
expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição 
suspensiva. 
Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o 
motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico. 
Não cumprimento de encargo: revogação do encargo por ação revocatória proposta pelo 
instituidor; ou obrigação de cumprimento (cominatória) proposta pelo MP, se a 
sociedade tiver interesse ou pelo terceiro beneficiário. (Ver 1938 e 562) 
 
7. VÍCIOS DO NEGÓCIO JURÍDICO E TEORIA DAS NULIDADES 
Nulidade (nulidade absoluta): A declaração de nulidade tem efeito ex tunc. 
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo 
decurso do tempo. 
 
Negócio inexistente não produz qualquer efeito jurídico. Negócio nulo não pode produzir 
efeitos, mas, sua existência pode ter consequências no mundo jurídico. Ex. Venda nula 
pode servir como prova de boa-fé para fins de usucapião. Negócio nulo ofende a ordem 
pública/sociedade. Não pode ser suprida pelo juiz. Pode ser pronunciada de ofício, 
alegada por qualquer interessado ou MP. 
 
Casos de nulidade absoluta 
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: 
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; 
 
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II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; 
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; 
IV - não revestir a forma prescrita em lei; 
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; 
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa; 
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. 
 
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido 
for na substância e na forma. 
§ 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: 
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais 
realmente se conferem, ou transmitem; 
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; 
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. Parágrafo único. 
Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro. 
Nulidades textuais: decorrem do texto da lei. 
Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente 
para a subsistência do doador. 
Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no 
momento da liberalidade, poderia dispor em testamento 
 
 
Anulabilidade (nulidade relativa). A declaração de anulabilidade tem efeito ex nunc. Visa 
proteger pessoas vítimas de vícios de consentimento ou vícios sociais. Protege interesses 
privados. Os vícios podem ser afastados. Pode ser suprida pelo juiz. A confirmação tem 
efeito ex tunc: retroage a data do ato. Não pode prejudicar terceiro. Deve ser requerida 
pela parte interessada 
Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro. 
 
 
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Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade 
emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência 
normal, em face das circunstâncias do negócio. 
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa. Art. 
171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: 
I - por incapacidade relativa do agente; 
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra 
credores. 
 
7.1 ERRO 
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade 
emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência 
normal, em face das circunstâncias1 do negócio. 
Diferente de ignorância (mente in albis). 
Enunciado 12. Art. 138: Na sistemática do art. 138, é irrelevante ser ou não escusável o 
erro, porque o dispositivo adota o princípio da confiança. 
 
Espécies de erro 
Substancial ou essencial: aspectos relevantes do negócio, causa. 
Art. 139. O erro é substancial quando: 
I - interessa à natureza do negócio (error in negotia – doação, que, na verdade era 
venda), ao objeto principal da declaração (error in corpore – Fusca novo, que, na verdade 
era antigo), ou a alguma das qualidades a ele essenciais (error in substantia - Tela de 
pintor famoso que, na verdade, era cópia/ Candelabros de prata); 
II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a 
declaração de vontade (error in persona – Casamento/golpe), desde que tenha influído 
nesta de modo relevante; 
 
1 Causa e Motivo. Motivo: razão de cada um para celebrar o negócio. Causa: objetivo do negócio, 
junção de motivos das partes. Permuta de casa e chácara. Motivo de um é a casa, do outro, a chácara. Causa: 
alterar a propriedade dos bens. Falso motivo como invalidante da vontade: art. 140, CC. 
 
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III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou 
principal do negócio jurídico (error iuris – importação de pneus – regra especial sobre 
negócios jurídicos). 
Erro acidental: erros menores, que, se conhecidos, não impediriam o negócio. Erro de 
cálculo. 
Art. 142. O erro de indicação da pessoa (error in persona) ou da coisa (error in corpore), a 
que se referir a declaração de vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e 
pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada. 
Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade. 
 
Falso motivo. Compra de óculos novo porque ocorreu desaparecimento dos óculos 
antigos. 
Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão 
determinante. 
 
7.2 DOLO 
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa. 
Dolus causam (essencial, substancial, principal). É o que está no art. 145. 
Dolus bonus e Dolus malus. 
Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental 
quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo. 
Dolus incidens (acidental – perdas e danos). 
Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a 
respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado (dolo negativo ou omissão 
dolosa), constitui omissão dolosa, provando-se que sem

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