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MICROBIOLOGIA ESPECIAL - VÍRUS FAMÍLIA TOGAVIRIDAE Toga = aparência frouxa do envelope do vírion. Infectam aves, mamíferos e insetos. Causam arboviroses e doenças variadas (encefalites, artrites…). Em humanos temos o vírus da rubéola, que não é transmitido por vetores, mas se encaixa na família. Mais comum são as encefalites, que podem ser do oeste, do leste e venezuelanas, associadas à presença dos vetores (mosquitos). Causam infecções inaparentes ou fatais, principalmente em equinos jovens. Essas doenças são presentes no Brasil, porém esporadicamente. Esses vírus aglutinam hemácias de ganso, então pode ser feita aglutinação e hemaglutinação como diagnóstico. Os pássaros são reservatórios do vírus, que não é resistente ao ambiente, sendo sensível a desinfetantes comuns, cloro, fenol e altas temperaturas. Há 2 gêneros, o Rubivirus (com o vírus da rubéola) e Alfavírus (mais de 30 espécies). Este último tem característica zoonótica e se replica tanto em células de mamíferos quanto de insetos. INTRODUÇÃO: vírus pequeno (60 nm), esféricos ou levemente pleomórficos (devido a característica de envelope frouxo), capsídeo icosaédrico, envelopado e RNA+(fs). Na sua estrutura possui espículas na superfície do envelope de glicoproteínas E1 e E2 (possui também E3, mas menos significativa). As proteínas não estruturais ficam mais próximas à ponta 5’. REPLICAÇÃO: ocorre com ligação da E2 ao receptor. O vírus é endocitado. Ao ter uma queda de pH, se funde com a membrana da vesícula e libera o NC no citoplasma, liberando o genoma. Este vai ser diretamente traduzido pelos ribossomos dando origem ao RNA genômico. Há produção das poliproteínas, uma delas dá origem às proteínas não estruturais e outra, às estruturais através de clivagem das mesmas, formando C, E1, E2 e E3. Há formação de RNA antigenômico (RNA-) que é utilizado como molde para produção do genoma do vírus. As glicoproteínas de envelope vão se depositando na membrana plasmática. O NC forma-se, aproxima-se da membrana plasmática e sai da célula por brotamento. Ocorre inteiramente no citoplasma. Encefalomielite viral eqüina: fonte de infecção: aves silvestres infectadas, sendo a via de eliminação através do sangue e a inoculação é pela pele (porta de entrada) através da picada do mosquito. As aves são mais susceptíveis, humanos e equinos são hospedeiros acidentais/terminais. Animais jovens são mais suscetíveis. Nenhum caso em humanos no Brasil. Os humanos, equinos e aves domesticas são hospedeiros acidentais e terminais, não geram viremia, não tendo transmissão de um equino para outro. Distribuição: encontrados principalmente nas américas. Infecta as células nervosas, causando um caso clínico neurológico (andar em círculos, falta de coordenação…). Diagnóstico: PCR, IV (indireto), soroneutralização e inibição da hemaglutinação. - Vírus da Encefalite Equina Venezuelana (VEEV): maior ocorrência na América Central, Norte da América do Sul e México. Cepas podem ser mais e menos patogênicas. - Vírus da Encefalite Equina do Leste (EEEV): é o mais patogênico (90% de fatalidade), é o que é mais presente no Brasil. - Vírus da Encefalite Equina do Oeste (EEEW): menos patogênico (40-80% de fatalidade). FAMILIA CORONAVIRIDAE Recebe esse nome devido ao aspecto de coroa. Apresenta diversas formas clínicas (diarreia, encefalite, hepatite, respiratória, renal…). São vírus sujeitos a alta frequência de recombinações, apresentam grande variação antigênica e vários sorotipos. Apresenta 2 subfamílias, sendo elas Torovirinae e Coronavirinae, sendo o gênero Coronavírus (dividido em alfa, beta e gamma) o principal na veterinária. São vírus de médios a grandes (50-200nm), capsídeo helicoidal. Envelopado, sua forma varia de esférico a pleomórfico, RNA+ (fs). São bem sensíveis a pH baixo, temperatura, detergentes, porém sensíveis à ambientes secos e temperaturas baixas. O envelope contém 4 glicoproteínas (HE, E, M e S). A proteína S é a principal responsável por ativar o SI, induzir anticorpos e fazer a ligação ao receptor celular. M é de membrana, E transmembrana e HE hemaglutinina. REPLICAÇÃO: ocorre inteiramente no citoplasma. Há entrada através da ligação do receptor com a proteína S. Há endocitose, queda do pH, permitindo a fusão do vírus com a vesícula endocítica, liberando o genoma. Há tradução direta somente de uma parte do genoma que codifica a polimerase viral. Essa polimerase viral sintetiza uma fita de RNA- a partir do genoma do vírus (cópia anti-genômica). A partir dessa são produzidos os RNAm (chamados de RNAm subgenômicos). Nesse ponto podem ocorrer mutações, devido a polimerase viral, pode dar origem a diferentes proteínas, gerando novos sorotipos. Há produção das proteínas virais, síntese do RNA genômico, montagem e brotamento a partir do Complexo de Golgi ou RER e egresso do vírus por exocitose. Vírus da Gastrenterite Transmissível dos Suínos, Vírus da Diarreia Epidêmica Suína Vírus da Bronquite Infecciosa das Galinhas (IBV): Acomete galinhas de todas as idades (hospedeiro mais importante) e outras aves. Os sinais cínicos são mais graves em galinhas com menos de 6 semanas. • Doença entérica, respiratória, reprodutiva, digestiva e renal • Disseminada no Brasil e no mundo • Doença pode ser prevenida através de vacinação e princípios de biossegurança Transmissão por aerossóis, materiais e equipamentos contaminados, pela água de bebida • Sinais clínicos – Bronquite – Traqueíte – Infertilidade – Queda na produção de ovos – Defeitos na casca Diagnóstico: PCR, IDGA, ELISA dir e indir, SN, HI (sendo os 3 últmos por sorologia pareada). Vírus da Peritonite Infecciosa Felina (VFIP): Doença grave multisistêmica, fatal em quase todos os casos. Muito comum e fatal em gatos jovens (menos de 2 anos). A transmissão é fecal-oral, sendo muito semelhante ao coronavírus felino, houve uma mutação do FeCoV – FIPV, onde perdeu tropismo por enterócitos e adquiriu por macrófagos, afetando também as células endoteliais dos vasos. Possui duas apresentações clínicas: ● PIF úmida ou efusiva, a forma mais grave e aguda da doença, ocorre comprometimento dos vasos sanguíneos da cavidade abdominal, gerando peritonite e ascite. Relacionada a produção de anticorpos (imunocomplexos) que se depositam nos vasos. Há falha na resposta mediada por células, os anticorpos não são protetores e acentuam a infecção (dão origem a mais imunocomplexos, piorando o caso). O SI não consegue combater o vírus. ● PIF seca ou não efusiva: é a forma crônica da doença. Apresenta sinais inicialmente inespecíficos (falta de apetite, perda de peso), icterícia. É comum observar alterações oculares (formação de granuloma e necrose em diferentes tecidos). A resposta imune mediada por células funciona, mas destrói o número de macrófagos infectados, gerando uma proteção incompleta da doença. Diagnóstico: ME, PCR, ELISA indireto, IF indireto FAMÍLIA CIRCOVIRIDAE Dividida em 2 gêneros, Circovirus e Gyrovirus. Dentro dos Gyrovirus temos o Vírus da Anemia Infecciosa das Galinhas (CAV), e nos Circovirus tem o Circovirus Suíno Tipo 1 e 3, (PCV1 e PCV2), Vírus da Doença das Penas e Bicos dos Psitacídeos (BFDV) e Circovírus dos pombos (PiCV). As doenças causam lesões nos tecidos linfóides e imunossupressão, facilitando a contaminação e morte por outros agentes. No caso dos suínos a transmissão é muito fácil e mesmo que se recupere, ocorre seu lesionamento fisiológico sendo “atrasado” por toda a vida. São vírus pequenos, não envelopados, DNA circular de fita simples (só Cirvovirus e parvovírus são assim). Apresentam proteína VP1, com função estrutural e funcional. O genoma codifica mais duas proteínas: VP2 e VP3, sendo que estas são não estruturais. Proteínas: ● VP1: são as mais abundantes. Múltiplas cópias desta única proteína formam o capsídeo viral, está associada com areplicação do DNA. ● VP2: auxilia VP1 na conformação do capsídeo (montagem do vírus). ● VP3: não se sabe exatamente sua função na replicação, mas induz a apoptose em células do timo de galinhas infectadas. Na doença ocorre a redução no tamanho do timo gerando uma depressão de LT. REPLICAÇÃO: Circovirus são os menores vírus capazes de replicação em células de mamíferos, e por isso requerem a participação de várias proteínas das células hospedeiras (há uma abundância de polimerase e nucleotídeos, que o vírus usa pra replicar seu genoma). Ocorre no núcleo das células e envolve a síntese de uma molécula de DNA de fita dupla a partir do DNAfs. A replicação ocorre durante a fase S do ciclo celular (fase de síntese de DNA - replicação). Primeiro o vírus se liga no receptor da célula alvo, penetrando e chegando no núcleo. Dentro dele há produção de uma fita complementar de DNA, o DNA replicativo intermediário (fita dupla). Depois é produzido RNAm, que é traduzido pelos ribossomos, formando VP1,2 e 3 e ocorre replicação do genoma a partir do DNAfd. O genoma é então encapsulado pelas múltiplas cópias de VP1 e termina sua montagem no núcleo da célula. Não está muito elucidada a saída do vírus da célula nem como ocorre a montagem. Sensibilidade: são vírus extremamente estáveis no ambiente, pois resistem a incubação entre 56/70º C, pH até 3 e clorofórmio por 15 min. São muito resistentes: permanece e dissemina-se no ambiente! Os animais podem se infectar tanto um animal com o outro como o vírus presente no ambiente, principalmente os de suínos. Infecções com os membros da família Circoviridae são associadas com doenças potencialmente fatais em animais. As mais importantes são as infecções pelo CAV (chicken anemia virus) e pelo PCV2 (porcine circovirus 2 - doença multissistêmica do definhamento suíno). Anemia infecciosa das galinhas (CAV): acomete mais aves jovens, principalmente frangos de corte. Doença importante em pintinhos, pois ocorre infecção de forma vertical via ovo a partir da mãe com infecção subclínica (por ter o SI mais desenvolvido ela não desenvolve a doença). Galinhas são a única espécie suscetível a infecção. Transmissão: Vertical é a mais importante, mas pode ocorrer de maneira horizontal pelo contato direto ou indireto, instalações contaminadas, fômites, sendo a via fecal-oral a mais importante, pois a disseminação do vírus se dá principalmente através das fezes. A doença gera hemorragias, depleção de linfócitos e falhas nas funções dos macrófagos, gerando facilidade para adquirir infecções secundárias, que podem levar à morte do indivíduo. Diagnóstico: Diretos: Isolamento viral (cultivo de células com efeito citopático arredondamento e morte das células), IF e PCR. Nos indiretos (métodos sorológicos) pode ser feito ELISA, SN (capacidade do AC de neutralizar a ação do vírus) e IF. Circovirose Suína: PCV2 é indicado como agente causador da Circovirose Suína, o tipo 1 não tá relacionado com a doença. É uma síndrome mundialmente disseminada, hoje em dia tem-se vacinação, mas os animais ainda podem apresentar quadro clínico. Afeta leitões a partir das 6 semanas de vida. Também chamada de Síndrome Multissistêmica do Definhamento Suíno (SMDS) ou Síndrome da Refugagem. O vírus infecta células do sistema imunológico, como macrófagos, linfócitos e células dendríticas. Ele se replica dentro dessas células e se dissemina pelo organismo, além de produzir desequilíbrio das substâncias mediadoras da imunidade, morte de linfócitos e falhas na reposição de células linfóides, gerando imunodeficiência. Transmissão: pode ocorrer vertical e horizontal, sendo a principal forma oronasal. O vírus está no ambiente, eliminado por fezes ou secreções nasais, pois faz viremia (por macrófagos e outras células) e se distribui por todo o organismo, caindo na corrente sanguínea e se distribuindo por todos por órgãos. Pode gerar uma infecção subclínica (são os cofatores infecciosos que definham o sistema imune desse animal ou pode ser não infecciosos que são os problemas de manejo). É uma doença imunossupressora e multifatorial (associada a problemas de manejo). Cerca de 3-10% de mortalidade, mas os animais sobreviventes tornam-se refugos (não acompanham o desenvolvimento do lote), sendo então uma doença de grande importância econômica. Atualmente há vacina logo que o animal entra na creche, duas semanas para desenvolver imunidade. ➢ Causa depleção imunitária e o animal fica muito susceptível a ocorrência de outras infecções. Como sinais clínicos apresenta emagrecimento progressivo, anorexia, diarreia, aumento dos linfonodos (principalmente os ilíacos), dispneia e ocorrência de várias co-infecções. Diagnóstico: Baseado no histórico clínico dos animais, pode se observar lesões macroscópicas encontradas nos órgãos, mas o ideal é fazer uma confirmação laboratorial (mandar linfonodos, principalmente). Os métodos de diagnóstico são principalmente diretos devido aos AC que podem ser encontrados pela vacinação, ou por causa de infecções subclínicas. Utiliza-se IHQ (mudança de cor onde o AC estiver ligado no tecido), IF e PCR. ● Doença Multisistêmica do definhamento Suíno: Circovirose suína (PCV2), afeta principalmente sistema linfático e causa imunossupressão, é uma doença multifatorial ocorrendo outros fatores além do vírus, como manejo para auxiliar na disseminação do vírus. FAMÍLIA PARVOVIRIDAE Parvus=pequeno, é um dos menores vírus conhecidos. Têm capacidade de aglutinar eritrócitos. Foram vírus descobertos na década de 1960 e afetam insetos e vertebrados, são vírus restritos a espécie hospedeira (tem parvo de cão, de suíno etc). É um dos vírus mais resistentes ao ambiente, tem resistência à inativação no meio ambiente e a maioria dos solventes lipídicos, é estável sob pH entre 3 e 9, e 56ºC por 60 min. São inativados com: formalina, hipoclorito de e UV. É dividida em 2 subfamílias, sendo elas Parvovirinae e Densovirinae (que só afeta insetos). Na parvoviriae temos de importância o gênero Parvovirus. São vírus esféricos, de capsídeo icosaédrico e desprovidos de envelope. São compostos de 80% proteína e 20% DNA, possuem um genoma constituído por uma fita simples de DNA (5kpb). Seu genoma codifica as proteínas VP1,2,3 sendo estas estruturas do capsídeo. A VP2 é a principal componente da partícula vírica (90%), interage com o receptor, e é responsável pela indução de imunidade no hospedeiro. Além disso, a VP2 é responsável pela aglutinação de eritrócitos – atividade hemaglutinante importante para o diagnóstico. Há também produção de proteínas não estruturais: NS1 (replicação do genoma viral) e NS2 (formação do capsídeo, controle da expressão gênica e replicação do genoma). Dependem de células na fase S do ciclo celular ou fase em divisão para a sua replicação, é nesta fase que ocorre a auto-replicação das moléculas de DNA. Utiliza a maquinaria celular para a síntese de DNA e replicação do genoma viral. Tem grande influência sobre a patogenia das infecções pelos parvovírus. A replicaçao ocorre no núcleo das células e depende de fatores celulares que estão presentes somente quando a célula está em fase S ou G2, a DNA polimerase e nucleotídeos. CICLO REPLICATIVO: vírus se liga nos receptores celulares, penetra por via endocítica, os endossomos são transportados próximo ao núcleo da célula. Ocorre diminuição do pH no interior dos endossomos, ocasionando na liberação do genoma através dos poros nucleares. A partir do genoma DNA é feito um molde para a produção de RNAm, sendo este um DNA dupla fita (com ação da polimerase celular). A partir desse molde é feita a produção das proteínas virais, VP1, VP2, VP3 e replicação do material genético, ocorrendo liberação do vírus. Vírus da Panleucopenia Felina (FPLV): É uma doença entérica e sistêmica altamente contagiosa (causa enteritee leucopenia). Possui alta taxa de letalidade (50-90%) em gatos não vacinados com menos de um ano. Tem distribuição mundial. Pode afetar tanto domésticos quanto selvagens, mas é controlada pela vacinação, que é realizada de forma rotineira. A transmissão fecal-oral A doença clínica em sua forma mais grave é observada em filhotes não vacinados (incidência da doença X idade do animal). Nesses animais, as taxas de morbidade e mortalidade são elevadas. Nos animais adultos e vacinados não há apresentação de sinais da doença, ocorre infecção subclínica. Há tropismo por células hematopoiéticas (leucopenia) e células intestinais, os vírus se multiplicam nessas células atrofiando-as. Isso causa diarreia, desidratação intensa, vômito etc. Parvovírus canino (CPV-2): acomete também, principalmente, as vilosidades intestinais. É uma doença altamente contagiosa, sendo uma das principais causas de diarréia de origem infecciosa em cães com idade inferior a seis meses. Surgiu na final da década de 70 e se disseminou, provavelmente originada do FPLV, pois são muito parecidos. É causada pelo CPV-2 e gera destruição, atrofia e necrose das vilosidades intestinais (há destruição das criptas, por isso ocorre a diarreia hemorrágica). Transmissão: fecal-oral (são eliminados títulos altos nas fezes, por um longo período). Mais comum acometer cães com menos de 6 meses são mais acometidos (alta taxa de mortalidade em filhotes não vacinados) e cães de rua, pois estes geralmente não são vacinados. A transmissão é fecal/oronasal. É necessário limpeza e desinfecção do ambiente, pois o vírus pode permanecer por até 6 meses ali. A doença causa enterite grave, leucopenia, vômitos, anorexia, diarreia hemorrágica, desidratação e miocardite. O único tratamento é de suporte e aguardar o animal se recuperar, antibióticos são dados devido à infecções secundárias. Parvovírus suíno (PPV): Uma das causas mais importantes e frequentes de falhas reprodutivas. Causa mortalidade embrionária, mumificação fetal, abortamentos, natimortalidade e nascimento de leitões inviáveis (pois o vírus se multiplica nas células fetais). Pode também gerar infertilidade e repetições de cio nas fêmeas. Transmissão: fecal-oral (títulos altos nas fezes, por um longo período), pode ocorrer através dos fetos também, sendo necessário retirá-los do ambiente. Os machos também podem transmitir para as fêmeas susceptíveis. A vacinação das fêmeas deve ser feita antes da cobertura e de machos jovens deve ser feita sempre. A doença está amplamente disseminada (estabilidade do vírus no ambiente), necessário limpeza e desinfecção do ambiente, pois a principal fonte de infecção são instalações contaminadas. Diagnóstico: Como métodos diretos temos a detecção de antígenos virais nas fezes e/ou tecidos/células através de ME, ELISA, Hemaglutinação (parvovírus canino aglutina eritrócitos de suínos e no suíno aglutina eritrócitos de cobaias), IV (cultivo celular nas células de rim de cão, suíno ou gato) e PCR (há amplificação do genoma do vírus. Maior acurácia -90%). Nos métodos indiretos há a detecção de Ac, ELISA, HI e SN. FAMÍLIA PAPILLOMAVIRIDAE Os vírus da família Papillomaviridae infectam mamíferos e aves. Formam verrugas características de propriedade oncogênica - lesões tumorais, benignas e malignas, nos epitélios cutâneo e mucoso. São altamente espécie/tecido-específico (cada papiloma infecta uma espécie específica, bem como cada lugar específico). Tem distribuição mundial e seus hospedeiros são diversos: bovinos, caninos, ovinos, equinos, felino, coelho, aves etc. ➢ Não é possível fazer o isolamento em cultivo celulares convencionais devido a necessidade do vírus de um epitélio em diferenciação (em isolamento não há essa diferenciação, aí o vírus não consegue se multiplicar). São vírus bastante resistente no meio ambiente (Temperaturas altas e pH baixo) e solventes lipídicos (Éter e clorofórmio). Porém são susceptíveis a Formalina e Hipoclorito de sódio 0,2%. São pequenos, não envelopados, de capsídeo icosaédrico. Possui no capsídeo 2 proteínas, sendo elas L1 (principal) e L2 (principal componente da partícula vírica (80%), interage com o receptor, é responsável pela indução de imunidade no hospedeiro). Seu material genético é DNA fita dupla circular (78 kpb). Possui uma estrutura diferente, pois é conjugado com histonas celulares (que faz compactação), formando um complexo semelhante à cromatina celular. Seu genoma é pequeno, mas sua organização é muito complexa. O genoma é composto de 7 regiões principais: - 3 oncogenes (E5, E6 e E7): modulam os processos de transformação celular, induzem mudança nas células para que elas se multipliquem e se proliferem, gerando um aspecto de verruga; - 2 genes que codificam proteínas reguladoras (E1 e E2): modulam a transcrição e replicação; - 2 genes que codificam proteínas estruturais (L1 e L2). REPLICAÇÃO: ocorre no núcleo. Há adsorção das células basais do epitélio por ligação com L1, ocorre uma vesícula e endocitose até o núcleo com perda do capsídeo, liberando o genoma. A vesícula entra nos poros nucleares e os primeiros indicadores de transcrição são a expressão das proteínas E1 e E2. Genoma é replicado no núcleo formando proteínas virais. Genoma é replicado no núcleo em fases distintas. As diferentes etapas da replicação ocorrem sucessivamente de acordo com o estágio de diferenciação das células. Durante esse processo de diferenciação ocorre a replicação do genoma. Infecta primeiro as células basais formando de 300 a 400 cópias do genoma. A medida que o epitélio vai se diferenciando junto com a divisão celular, gera um número de cópias constantes e formação de novas partículas virais. Isso tudo acontece no núcleo e a montagem é coordenada pelas proteínas L1 e L2, podendo ocorrer a formação de partículas sem material genético. Há liberação por desestabilização da queratina intracelular (E4). ➢ O vírus é inoculado por microlesões, infecta o epitélio das células basais. No núcleo ele replica seu genoma, a medida que as células vão se diferenciando e subindo no epitélio, ele vai produzindo outras proteínas. O vírus vai se replicando e no fim há liberação do vírus conforme descamação das células. Papilomavírus: é específico por espécie animal, pode haver infecção inter-espécie, no entanto não é produtiva. Ocorre infecção por microlesões, há o tropismo pelo epitélio cutâneo ou mucoso e o vírus necessita da diferenciação celular do epitélio para replicar seu genoma. Há aspecto de verruga que deve-se à proliferação celular, e não à destruição. Associado a diversas neoplasias: urogenitais e pulmonares em humanos, câncer de pele em humanos e coelhos. câncer do TGI superior e bexiga em bovinos, carcinoma oral em cães. No entanto, o mecanismo molecular não é bem conhecido ainda. A maior parte dos vírus não progride para câncer, pode estar relacionado somente ao início do processo tumorigênico. O período de incubação varia de acordo com o local infectado. Na pele (mão e pés) em humanos leva de 6 a 18 meses, porém em genitais em humanos de 2 a 6 meses. De maneira geral, nas mucosas o período é mais rápido. Sarcoide Equino: doença causada pelo papilomavírus bovino tipo 1 e 2 infectando os equinos causando formação de verrugas e lesões avermelhadas. É um tumor localizado com aspecto mais agressivo, pode ter tratamento por remoção cirúrgica. Quando o papiloma bovino infecta o equino não ocorre infecção produtiva, não produz novos vírus, apenas infecta e causa as lesões por ser um caso interespécie. Diagnóstico: através de observação das lesões. Pode ser feito um exame histológico identificando neoplasia intra epitelial - não é feito cultivo celular. Pode ser feito também PCR, Southern blot – “padrão ouro” (técnica molecular mais utilizada em pesquisa, não no dia a dia). Há também o métodode Hibridização, onde há detecção de pequenos fragmentos de DNA ou RNA a partir de sondas específicas (sequências de nucleotídeos). Imunologia: Lesões benignas tendem a regredir espontaneamente, lesões pequenas nem precisam de tratamento, regridem sozinhas, porém algumas com curso mais longo podem progredir para o câncer. As lesões podem ocorrer tanto em imunossuprimidos como imunocompetentes. Após infecção primária animais ficam mais resistentes somente ao mesmo papiloma, pois não existe resistência cruzada entre os tipos (se foi infectado pelo tipo 1, só cria resistência ao tipo 1). Prevenção e Controle: Evitar manter animais contaminados junto com suscetíveis, fazer remoção cirúrgica e vacinação autógena produzida através do papiloma do próprio animal, as verrugas são coletadas, maceradas, inativadas e produz-se a vacina, que pode ser tanto curativa quanto preventiva. O ideal é fazer uma vacina específica por propriedade e buscar coletar diferentes animais dentro da propriedade. FAMÍLIA ORTHOMYXOVIRIDAE Possui o vírus Influenza (ou vírus da gripe). Ortho = verdadeiro; myxo = muco. São vírus grandes, pleomórficos (esféricos, filamentosos, forma de rim), RNAfs +, segmentado, são vírus envelopados e tem a presença de proteínas HA e N, são elas que caracterizam o sorotipo. HA é a mais importante, se liga no receptor da célula permitindo a entrada do vírus no citoplasma. É o epítopo imunodominante, aglutina eritrócitos. São bem sensíveis à solventes lipídicos, calor e pH baixo, mas conseguem sobreviver bem em regiões/épocas bem frias podendo ficar por até 30 dias no ambiente. Internamente ele possui de 7 a 8 segmentos de RNA, que dependem do gênero. Os segmentos se rearranjam em nucleocapsídeos helicoidais, formados pela proteína NP com genoma e umas enzimas. O genoma segmentado permite recombinações, surgimento de novas cepas, gerando alta variabilidade antigênica das glicoproteínas de superfície devido às mutações. REPLICAÇÃO: ocorre dentro do núcleo. O vírus se liga ao receptor de ácido siálico presente nas células (ligação de HA). O vírus vai ser endocitado, ao chegar perto do endossomo vai acidificando, permitindo a fusão do envelope com a membrana endocítica. O genoma então penetra no núcleo através de poros. Serão então produzidos transcritos de RNA em RNAm através da polimerase viral que o vírus trás junto. Ele é traduzido originando as proteínas virais, e serve de molde para produção do RNA genômico. O vírus se monta (parte no núcleo, parte no citoplasma) e sai da célula através de brotamento. ➢ Neuraminidase: faz clivagem da ligação da HA com ácido siálico, no momento que ele está saindo da célula. Isso impede que os vírus egressos fiquem aderidos à membrana da célula. As vacinas impedem a ação da neuraminidase, fazendo com que o vírus permaneça “grudado” na célula e desta forma quando a célula morre, não consegue agir. Infectam humanos e animais, causam infecções respiratórias a milhares de anos, causando gripe ou influenza. É altamente influenciado por regiões frias e possuem alta variabilidade genética. Os hospedeiros naturais do vírus são aves aquáticas e migratórias (o vírus entra e se multiplica, mas não causa sinal clínico). São vírus restritos ao trato respiratório, são capazes de ultrapassar as barreiras naturais como muco e cílios, destruindo as barreiras naturais. Podem chegar nas células do pulmão, causando pneumonia. Há 6 gêneros dentro da familia, sendo estes A, B, C, Isavirus, Thogotovirus e Quaranjavirus. Influenza A: infectam aves, mamíferos e humanos. Possuem 8 segmentos no genoma e 2 glicoproteínas principais (HA e NA - com muita variabilidade antigênica). São mais patogênicos e podem ser associados a surtos, epidemias e pandemias. Influenza B: infectam humanos, possuem 8 segmentos no genoma. HA e NA tem menos variabilidade. Influenza C: infectam humanos, suínos. Estão pouco associados à doenças, geralmente causam uma infecção subclínica. Possuem 7 segmentos genômicos. INFLUENZA A: são classificados pelas HA e N. Há 16 tipos de H e 11 de N. Nem todas as combinações são patogênicas para os hospedeiros que infectam. Existem diversos subtipos prevalentes na população. Nos humanos é comum H1N1, em equínos H7N7 e H3N8, e em suínos, H1N1 e H3N2. Devido à grande variabilidade nos sorotipos, a OMS efetuou uma maneira de nomenclatura universal. Primeiro o vírus recebe seu gênero (A, B, C), depois uma classificação de acordo com o hospedeiro de origme, origem geográfica, número da amostra, ano de isolamento e subtipo de (HA\NA) Tipo/hospedeiro/origem/cepa/ano/HA e NA. Ex: A/human/Hong Kong/1/68(H3N2) Mutação do vírus: em aves são mais estáveis, o vírus está mais adaptado ao hospedeiro, por se tratar de um hospedeiro natural. Em mamíferos está mais sujeito a mutações, principalmente nas glicoproteínas. As mutações podem acontecer de 2 formas: - Mutações pontuais (antigenic drift): Polimerase fazendo mutação do genoma e produz erros, colocando um nucleotídeo diferente. Esse nucleotídeo pode gerar alterações nos aminoácidos, causando diferenças antigênicas nas glicoproteínas de envelope, incapacitando o SI de reconhecer e se proteger. - Recombinações (antigenic shift): ocorre quando 2 vírus diferentes infectam o mesmo animal ao mesmo tempo, na mesma célula. Lá dentro ocorre troca de segmentos genômicas, formando um terceiro vírus com fragmentos mistos. Suínos são mais susceptíveis às recombinações. Isso está relacionado aos receptores de ác. Siálico, pois os suínos possuem os dois tipos de receptores, podendo ser infectados tanto por vírus aviários quanto de mamíferos, o que gera maior propensão ao ressortimento: Possuem receptores conformação α2,3 (aves) e α2,6 (mamíferos), Diagnóstico: PCR, ELISA, HA (diretos) e Inibição da HA, SN (indiretos). Tratamento: Muito relacionado ao SI, se estiver bastante limitado pode levar à morte, caso contrário o animal se cura sozinho. Nos humanos é usado o Fosfato de Oseltamivir\Tamiflu, que se liga na Neuraminidase e impede a ação dela. De maneira geral, o tratamento não é feito na medicina veterinária, devido ao seu custo elevado, Portanto, a melhor forma de controle é a prevenção: lavagem das mãos e desinfecção em geral (pedilúvio, instrumentos etc). H1N1: A OMS decretou em 2010 o início da fase pós-pandêmica do vírus Influenza Pandêmica (H1N1) 2009. De acordo com a OMS, o monitoramento epidemiológico mostrou que o vírus H1N1 não sofreu mutação para formas mais letais, a resistência ao antiviral fosfato de oseltamivir não se desenvolveu de forma importante e a vacina se mostrou uma medida eficaz para proteger a população. FAMÍLIA FLAVIVIRIDAE Flav = amarelo. Possui o vírus da febre amarela, que causa icterícia. Possui 3 principais gêneros: Flavivirus, Pestivirus e Hepacivírus. Flavivirus: compreende mais de 70 vírus, transmitidos por insetos, carrapatos etc. Pestivirus: infectam somente os animais. Gênero importante para a veterinária. Dentro dele há a Peste Suína Clássica (CSFV), Vírus da diarreia Viral Bovina tipos 1,2 e 3 (BVDV), e Vírus da Doença da Fronteira (BDV) Hepacivirus: infectam apenas humanos. São vírus pequenos, esféricos, de capsídeo icosaédrico, RNAfs positivo e são envelopados. O gênero pestivírus contém 3 glicoproteínas no envelope, sendo E1, E2 (imunodominante, se liga no receptor da célula) e Erns. Já os outros gêneros possuem apenas 2 glicoproteínas de envelope. Por serem envelopados são facilmente inativados por álcoois, calor, pH baixo etc, porém os Pestivírus são um pouco mais resistentes do que os outros gêneros. Esse gênero também possui o maior genoma entre eles. REPLICAÇÃO: Replicação ocorre no citoplasma. Há ligação de E2 aos receptores celulares. Após a entrada na célula (endocitose), há acidificação do endossomo e fusão do envelope viral na membrana.O genoma é liberado e traduzido diretamente, facilitado pela região IRES. Após a tradução é gerada uma poliproteína, que é clivada por enzimas celulares e virais, originando as proteínas estruturais e não estruturais, dando início a replicação. As proteínas não estruturais auxiliam na clivagem da poliproteína e na replicação do genoma. A replicação do genoma é através de uma fita de RNA-, que serve de molde para produção de uma uma fita RNA+, sendo o próprio genoma do vírus. Ele então é montado e sai da célula por brotamento. BVDV - Vírus da diarreia Viral Bovina: A distribuição é mundial. Acomete bovinos e outros ruminantes domésticos e silvestres. A transmissão ocorre por contato direto entre os animais através das mucosas (oronasal/genital), além de poder acontecer infecção transplacentária, sendo que esta pode causar aborto. Esse vírus pode possuir 2 biotipos em relação à produção da proteína BS3: - Citopatogênico (CP): expressa a proteína NS3, está em menor proporção, pois se origina do NCP. É mais virulento. Causam efeito citopático em culturas. - Não-citopatogênico (NCP): é o mais circulante, acomete mais os animais. Não causa efeito citopático em culturas celulares, infectam e causam doenças em bovinos. Não expressa a proteína NS3. Após uma replicação primária o vírus pode atingir vários órgãos a partir de viremia. Pode permanecer no trato respiratório, causando rinite, secreções etc. Pode causar úlceras na mucosa oral, diarreia, hemorragias, aborto e mumificações em animais prenhes. Dependendo da fase que contamina a fêmea (40-120d), o feto pode ser infectado formando um animal persistentemente infectado, que nunca montará uma resposta imune, pois o vírus faz parte do organismo dele. Ao fazer uma vacinação não serão produzidos anticorpos, devido à essa tolerância que foi produzida. Esses animais são uma fonte de contaminação do ambiente, sendo um problema em rebanhos. ● Precisa ser feito um diagnóstico diferencial para febre aftosa, pois também produz vesículas. Há uma forma mais grave da doença, chamada doença das mucosas. É uma doença hemorrágica que acontece quando um animal persistentemente infectado se infectar por um biotipo citopatogênico. Ocorrem úlceras intensas em diversos locais, levando à uma hemorragia grave e morte. Uma forma de se identificar os animais persistentemente infectados é vacinar e verificar se desenvolveu anticorpos ou não. Diagnóstico: Material: sangue com anticoagulantes, soro, órgãos (baço, timo, linfonodos, intestino, fetos inteiros, dependendo do tamanho, placenta). Direto: Cultivo celular, IF, ELISA, PCR. Indireto: SN e ELISA. FAMÍLIA ADENOVIRIDAE: Isolados pela primeira vez da glândula adenoide de humanos. São bastante espécie-específicos e são divididos em 4 gêneros, sendo o Mastadenovírus o mais importante na MV, infectando mamíferos de diversas espécies. São vírus que causam uma doença respiratória leve ou somente infecção subclínica. Possui maior importância para cães o Adenovírus canino tipo 1 (hepatite infecciosa canina) e tipo 2 (traqueobronquite infecciosa). Não são envelopados, sendo então resistentes à vários desinfetantes. Podem ser inativados por 50- 60ºC durante 5 minutos. Capsídeo icosaédrico, DNA (fd) linear. Possuem estrutura complexa (produzem várias proteínas estruturais e não estruturais). A principal é a proteína 4, uma espícula, desenvolve imunidade do hospedeiro e se liga no receptor da célula para invadir. Seu capsídeo icosaédrico é composto de 7 proteínas, sendo que a IV é a mais importante. O genoma é associado com 4 proteínas, que empacotam o genoma (como se fosse a cromatina celular) e tem forma helicoidal. Este genoma pode codificar mais ou menos 40 proteínas. Seus genes são presentes nas 2 cadeias de DNA, transcritos em direções opostas. Os transcritos sofrem splicing, onde uma mesma região do genoma pode originar diferentes mRNAs que são produzidos por clivagem e remoção de sequências internas (remoção de introns). O genoma é dividido em 12 regiões de transcrição, sendo dividido entre iniciais, intermediária e tardia. Destas regiões, os genes iniciais codificam proteínas não-estruturais, os intermediários codificam proteínas envolvidas no controle do ciclo celular, moduladores da resposta imune, fatores de transcrição e as tardias codificam proteínas estruturais. REPLICAÇÃO: Proteínas virais (Fibra/IV) se ligam a receptores celulares e há entrada na célula por endocitose. As vesículas endocíticas são transportadas até o núcleo – diminui o pH da vesícula e libera o genoma. Há penetração do genoma no núcleo. Ocorre então a produção de transcritos através da RNA polimerase celular. Depois de serem transcritos, os genes iniciais e intermediários, há produção dessas proteínas. Ocorre replicação do genoma e transcrição dos genes tardios, bem como as proteínas estruturais. Essas proteínas são traduzidas no citoplasma, então voltam para o núcleo. O vírus então sofre um processo de montagem dentro do núcleo, gerando um acúmulo de vírions que saem da célula por lise celular. ➢ A replicação no núcleo das células produz corpúsculos de inclusão basofílicos. Adenovírus aviário Avidenovírus – Bronquite das codornas (FAdVA): Respiratórios e digestivos (enterite e diarreia), codornas jovens – alta mortalidade; Siadenovírus – Aden. de Perus (TAdV-A): Esplenomegalia em frangos de corte, doença do baço marmóreo dos faisões, enterite hemorrágica dos perus; Atadenovírus – Sin. queda da postura (DAdV-A): Despigmentação dos ovos, desuniformidade. CAdV-2: agente da Laringotraqueíte infecciosa canina. Faz parte do complexo “tosse dos canis”. É uma doença respiratória multifatorial. Produtos irritantes predisponentes, temperatura, imunossupressão, contato com outros cães, podem ajudar a desenvolver a doença. Pode haver presença de mais de um agente. A transmissão se dá por contato direto (oronasal) ou indireto (aerossóis). O vírus contamina o epitélio mucosa nasal, faringe, traquéia, brônquios e pulmões, causando rinite, conjuntivite, faringite e amigdalite. Há replicação do vírus no epitélio da mucosa nasal, faringiana, criptas tonsilares, traquéia e brônquios. Diagnóstico: isolamento viral em cultivo celular, PCR, hemaglutinação no vírus aviários (o vírus da bronquite das codornas consegue aglutinar eritrócitos de ratos e ovinos e o vírus da síndrome da queda de postura consegue aglutinar eritrócitos de aves). ELISA direto e indireto, imunofluorescência direto e indireto, inibição da hemaglutinação, soroneutralização. Hepatite infecciosa: o agente está presente nas vacinas V8 e V10, causa infecção hepática. Pode dar hemorragia, icterícia e comprometimento do funcionamento do fígado. É grave, porém, incomum de ser relatada, devido à vacina.
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