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www.cers.com.br 1 www.cers.com.br 2 CURSO DE 2ª FASE PENAL XXII EXAME DE ORDEM Aula 04 ENDEREÇAMENTO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ____ (Regra Geral) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____ VARA CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE _____ (Crimes da Competência da Justiça Federal) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE ______ (Crimes de competência do Tribunal do Júri) EXECELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ____ JUIZADO ESPECIAL DA COMARCA DE ______ (Crimes de competência do JECrim) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ ZONA ELEITORAL DA COMARCA DE ____ (crimes eleitorais) APRESENTAÇÃO DA RESPOSTA À ACUSAÇÃO Nome, já qualificado nos autos do processo às folhas ( ), por seu advogado e bastante procurador que a esta subscreve, conforme procuração em anexo, vem, muito respeitosamente a presença de Vossa Excelência, apresentar com fundamento nos artigos 396 e 396–A do Código de Processo Penal ou artigo 406 do Código de Processo Penal (Tribunal do Júri) ou artigo 104 da Lei nº 8.666/93 (Lei de Licitações) ou artigo 359, parágrafo único do Código Eleitoral (Crimes eleitorais) RESPOSTA À ACUSAÇÃO pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos: DOS FATOS DAS PRELIMINARES www.cers.com.br 3 OBSERVAÇÃO A sequência das preliminares é uma sugestão para facilitar na hora da prova. ARGUIÇÃO DAS PRELIMINARES Nas preliminares, deve-se fazer o levantamento de todas as falhas técnicas, de natureza processual, que possam existir na peça de acusação, como a ausência de justa causa, a inépcia da peça acusatória, falta de interesse processual da ação, crime prescrito, fato atípico, dentre outros. Lembrando que não se deve entrar no mérito propriamente dito da defesa, mas apenas discutir questões formais ou técnicas. Existe uma sequência a ser seguida para a alegação das preliminares, vejamos: 1. ART. 107 CP – CAUSAS EXTINTIVAS DE PUNIBILIDADE No caso de existir uma causa de extinção da punibilidade não era para sequer ter havido ação penal, razão pela qual elas devem ser arguidas preliminarmente. As causas extintivas de punibilidade genéricas estão previstas no artigo 107 do Código Penal. Observação É importante destacar que a revogação de um crime não necessariamente caracteriza o instituto da abolitio criminis, causa extintiva de punibilidade prevista no artigo 107, III do Código Penal. Por exemplo: Crime de estupro (artigo 213, do Código Penal) e o antigo crime de atentado violento ao pudor (crime antes previsto no artigo 214 do Código Penal, revogado pela Lei nº 12.015/09). Perceba que o artigo 214 do Código Penal foi revogado, mas o tipo penal foi incorporado a redação do artigo 213 do Código Penal, em atenção ao princípio da continuidade normativa, passando, portanto, o agente a res- ponder por crime único. Neste sentido, temos os julgados do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça indicados abaixo: “[...] embora a Lei nº 12.015/09 tenha revogado o art. 214 do Código Penal, não houve abolito criminis, uma vez que o atentado violento ao pudor, antes figura criminal autônoma, passou a integrar o crime de estupro (art. 213). [...]” (STF, Ext 1402, Rel. Min. Dias Toffoli, Segunda Turma, julgado em 24/11/2015, DJe 15/12/2015). “[...] Em respeito ao princípio da continuidade normativa, não há que se falar em abolitio criminis em relação ao delito do art. 214 do Código Penal, após a edição da Lei n. 12.015/2009. Os crimes de estupro e de atentado violento ao pudor foram reunidos em um único dispositivo [...]” (STJ, HC 238.917/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 14/03/2017, DJe 22/03/2017). www.cers.com.br 4 Lembrando que esse tema já caiu na segunda fase da OAB, mais especificamente no XVIII Exame de Ordem, sendo tese principal do mérito do recurso de Apelação. Importante! Ainda relacionado ao tema, precisamos destacar que, com o advento da alteração da lei n.º 12.015/09, que fundiu os dois dispositivos, o concurso material (artigo 69, do Código Penal) passou a ser im- possível, tendo em vista que não estamos mais diante de dois crimes autônomos. Neste sentido, temos um recente julgado do Superior Tribunal de Justiça: [.AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. ESTUPRO DE VULNERÁVEL. VÍTIMAS DIVERSAS (DUAS). CONCURSO MATERIAL. AFASTAMENTO. CONTINUIDADE DELITIVA SIMPLES. AGRAVO RE- GIMENTAL NÃO PROVIDO. 1. A jurisprudência desta Corte Superior decidiu que, nas hipóteses de crimes de estupro ou de atentado vio- lento ao pudor praticados com violência presumida, não incide a regra do concurso material nem da continuidade delitiva específica. Precedentes. 2. Agravo regimental não provido. (STJ, AgRg no HC 238.986/SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 06/10/2016, DJe 21/10/2016) Esse mesmo raciocínio é aplicado aos crimes de tráfico internacional de pessoa para fim de exploração sexual e tráfico interno de pessoa para fim de exploração sexual, previstos nos artigos 231 e 231-A, respectivamente, ambos do Código Penal. Tais delitos foram revogados pela Lei n.º 13.344/06, porém, as condutas foram incluí- das no artigo 149-A do Código Penal, passando a ser crime único de tráfico de pessoas. Perceba que antes essas condutas eram crimes contra a dignidade sexual. Agora, passou a ser crime contra a liberdade individual. Destaca-se que a Lei n.º 13.344/16 foi publicada no dia 07 de outubro de 2016 e dispõe sobre prevenção e repressão ao tráfico interno e internacional de pessoas e sobre medidas de atenção às vítimas, bem como altera dispositivos do Código Penal e do Código de Processo Penal. OBSERVAÇÃO Se o caso for de queixa-crime deve-se verificar se houve decadência ou perempção (art. 60 do Código de Pro- cesso Penal), pois se alegará em preliminar da resposta à acusação a ocorrência destes institutos. Normalmente em queixa-crime, é muito comum haver a existência de uma preliminar desta natureza, como a renúncia ao direito de queixa, o perdão, perempção, etc. www.cers.com.br 5
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