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Aula 08 - História do Direito

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Disciplina História do Direito
Aula 08
Tema: Alta Idade Média
A alta idade média inicia-se no século V e vai até a consolidação do feudalismo.
A mistura entre o direito romano e o direito dos bárbaros faz com exista um peculiar jurídico próprio da época.
O direito costumeiro dos bárbaros: a Lei Sálica
O direito dos bárbaros resulta de uma consolidação de costumes, sendo a Lei Sálica o exemplo maior.
As disposições da Lei Sálica mostram bem a espécie de sociedade existente. Depois do primeiro título, relativo ao chamamento ao juízo (juízo popular e costumeiro), passa-se a normas relativas ao furto, ao roubo, a diversas formas de violência contra a pessoa. Vê-se ali que a violência não era reprimida com a prisão, esta invenção moderna do direito, mas com castigos e sobretudo multas ou indenizações, já que a multa prevista não era paga ao Estado mas à vítima, sua família, ou outra pessoa designada. Os castigos são públicos e espetaculares, assim como os processos.
As multas variavam segundo as características pessoais da vítima, velho, mulher jovem e em idade fértil, homem adulto, romano, bábaro, etc.
O roubo em flagrante merecia a pena de morte. A descrição detalhada da lei mostra que tudo podia ser roubado, até sinetes de vacas. Em tudo isto, vemos o desaparecimento do Estado, da vida civil. As penas são torturas e castigos inflingidos aos contraventores. São quase que formas de vingança privada. Não existe qualquer idéia de prisão.
O direito romano dos bárbaros (Lex romana babarorum)
Ao lado de uma “legislação” como esta, os reinos bárbaros também tentaram conservar alguma coisa do direito romano. Havendo populações romanizadas vivendo nos seus territórios, a edição de um direito romano barbarizado ou vulgar desempenhava um papel político importante, pois podia significar uma garantia de legitimidade política e de aceitação.
Exemplos disso são: Lex Burgundiorum, Lex Romana Visigothorum, dentre outras.
Os concílios e a Igreja
Para compreender a importância que a Igreja detém nos séculos V a XI, é preciso destacar duas coisas: (1) o vazio político, ou incompletude política, da civilização medieval e (2) as instituições eclesiásticas que passam a existir.
O “vazio” político medieval só existe quando o comparamos quer com a estrutura romana quer com a estrutura estatal moderna.
Vale a pena mencionar especificamente o papel desempenhado pela Igreja latina porque nela sobreviverão elementos da romanidade e por ela se impõem mecanismos de regulação da vida social que adquirem crescente força.
O direito medieval feudal
A sociedade medieval, em que o sistema feudal vigora para as relações de detenção da terra, é uma sociedade de ordens e estamentos. Seu direito é um direito de ordens: os homens dividem-se em oratores, bellatores, laboratores, isto é, aqueles que oram (clérigos, padres, monges, freiras, penitentes), aqueles que lutam (cavaleiros e senhores) e aqueles que trabalham (servos). Uma concepção organicista que justifica uma divisão de trabalho determinada historicamente desde o fim da Antiguidade clássica.
Havia dois sistemas de relações: o feudal (relativo a vassalagem e tenência da terra) e outro senhorial (relativo à apropriação da renda da terra, relação senhorial entre servo e senhor.
Em suma, o sistema feudal disciplina as relações entre senhores, e o sistema senhorial entre senhores e não-senhores.
Governar é sobretudo administrar a justiça. Antes do estabelecimento de poderes estatais nacionais, as decisões de justiça retributiva ou corretiva eram muitas vezes proferidas por assembléias populares, com processo oral e sistema de provas era o dos ordálios, cheios de testemunhas, desafios e duelos.
 
4.1 As cortes senhoriais
Oriunda do sistema carolíngeo, as cortes senhoriais eram presididas pelo senhor da região, sendo seu tema central as terras: heranças e contestações de heranças, retomadas de terras, instalação em terras de outrem, servidões, esbulhos possessórios, etc.
As cortes senhoriais entram em crise quando o sistema político vê-se disputado por senhores inferiores em ascensão (econômica e militar), por senhores superiores (reis e príncipes) e pela jurisdição paralela da Igreja (bispados, papado).
Disputas entre senhores resolvem-se ou com o processo ou com a guerra. A guerra é uma espécie de ordálio entre os senhores. Por isso, não é incomum que antes da guerra sejam invocados argumentos jurídicos, direitos tradicionais e históricos, mas não havendo acordo, ou senhor superior capaz de arbitrar o conflito, a guerra feudal assume esta característica de duelo em que Deus julgará.
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