Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade Salgado de Oliveira – Universo Profª. Renata Dias/ Direito Civil II 11ª Aula 1 – Extinção das Obrigações – Pagamento: Ao estudarmos os elementos conceituais das obrigações vimos, dentre outros elementos que a transitoriedade é características de todas as obrigações, pelo que, impossível imaginar uma relação obrigacional perene. Conclui-se, portanto, que toda relação obrigacional nasce com a finalidade de se extinguir. Em regra, a extinção de uma obrigação é verificada com a efetivação do pagamento, sendo este entendido como o meio comum�, mas não o único. É a partir desse momento que se põe termo a relação que ligava credor e devedor, desobrigando-se o último. A referência a terminologia “pagamento�” não se restringe à quitação de dívida pecuniária, pois como aprendemos em aulas anteriores o débito pode se referir ao dar, fazer e até ao não fazer, de modo que, abrange o cumprimento de qualquer obrigação seja qual for sua modalidade. Já fizemos referência quanto à impossibilidade de se efetuar o pagamento (cumprimento) da prestação, situação esta, que enseja a análise da culpabilidade do devedor. Nesse sentido, se o cumprimento da prestação se impossibilitou, inviabilizando o pagamento, sem a culpa do devedor, a obrigação estará resolvida e, em caso de culpa reverter-se-á em perdas e danos. Obs1: As perdas e danos não configuram o pagamento, mas substituem o mesmo. Obs2: O pagamento deve estar ligado a sua causa originária (ao que foi avençado). Assim é de suma importância o vínculo obrigacional, que indica o que deve ser pago, por quem e a quem. 2 – Quem paga - Solvens: Em regra o pagamento será efetivado por quem contraiu a obrigação, ou seja, o devedor originário (1º interessado no cumprimento da prestação). Aprendemos na última aula, que o dever de pagamento poderá ser atribuído a um terceiro, circunstância denominada cessão de débito�. Pode, ainda, ser efetivado por terceiro, por meio de um representação, onde o representante efetuaria tão somente o ato do pagamento, não assumindo o papel do devedor. Além dessas circunstâncias o CC/02 prevê a possibilidade de um terceiro efetivar o pagamento restando identificar qual o seu interesse na relação obrigacional. Obs: Pagamento é dever, mas também direito do devedor. Obs2: Modernamente o pagamento é interpretado à luz de uma dinâmica cooperativa (em atendimento ao princípio da boa-fé objetiva) entre o credor e o devedor para que se chegue ao fim almejado, qual seja, o adimplemento da obrigação. Em não se tratando de prestação infungível, entende-se que o pagamento deve ser aceito pelo credor e, como bem assevera Venosa (2005, p. 208) “o pagamento, mormente aquele feito em dinheiro, não tem cor nem bandeira”. Aliás, o CC/02 possibilita, através da disposição do art. 304, que qualquer interessado (interesse jurídico) na quitação da dívida promova o pagamento. Resumidamente, seriam quatro as circunstâncias onde se identificaria a figura do Solvens, quais sejam: o próprio devedor (devedor originário); o novo devedor (cessionário - cessão de débito); terceiro interessado: é aquele quem tem interesse jurídico na relação independente da aceitação do devedor, por correr o risco de ter que suportar as conseqüências do inadimplemento (art.304). Ele não só tem o direito de pagar como pode usar de meios coercitivos para tal. Ex: É de interesse do fiador quitar a dívida do afiançado. Pois se não o faz no vencimento, pode ter a situação agravada pelos efeitos da mora. terceiro não interessado: é aquele que tenha outro interesse (moral, familiar), que não jurídico, não estando vinculado à relação obrigacional. Efetua o pagamento em nome e por conta do devedor (salvo oposição deste�) ou em nome próprio. No primeiro caso terá direito de efetuar o pagamento pelos meios coercitivos�. Ex: Tio que paga a dívida do sobrinho Obs1: O pagamento efetuado pelo interessado (juridicamente) lhe dá o direito de sub-rogação� nos direitos do credor. Obs2: Se o terceiro não interessado efetua o pagamento em seu nome, terá direito ao reembolso (art. 305). O fato de querer ajudar o devedor não significa que o solvens abrirá mão do reembolso, ademais, o não ressarcimento configuraria o enriquecimento sem causa, proibido pelo nosso Ordenamento Jurídico. Obs3: Se o terceiro não interessado efetua o pagamento por mera liberalidade ou por espírito de filantropia nada poderá reaver�. Nesse caso, geralmente o solvens o faz em nome do devedor. Obs4: Em regra o pagamento é feito com o conhecimento do devedor. Se for efetivado perante desconhecimento ou oposição do devedor importante analisar a seguinte circunstância: se terceiro (interessado ou não interessado) adianta o pagamento, sabendo que o débito é passível de discussão e que será debatido pelo devedor, ele não terá direito ao ressarcimento, pois assume o risco (art. 306). Poderá receber, entretanto, a parte que beneficiou o devedor, se o débito não foi completamente desconsiderado. Importante ressaltar o pagamento no sentido da entrega da coisa, quando importar em transmissão da propriedade. Presume-se que o devedor da coisa a ser entregue é parte legítima para efetuar o pagamento devido a sua legitimidade para dispor da coisa e, portanto, tal atribuição não seria passível de substituição (art. 307). Afinal, como entregar algo que não me pertence? Ex: O tutor não pode dar em pagamento, imóvel do pupilo sem a autorização judicial. Se terceiro o faz, o pagamento é ineficaz e o devedor terá direito à indenização. Entretanto, se o fizer, sendo coisa fungível, poderá ser restituída, desde que não tenha sido consumida pelo credor, situação em que o devedor poderá pedir perdas e danos para o terceiro não podendo, entretanto, exigir nada do credor de boa-fé. Se o credor a consumiu nada lhe poderá ser cobrado, comprovada a sua boa fé (parágrafo único do art. 307). Ex: Terceiro não pode entregar os 20 Kg de laranja devidos por não ser dono da coisa, mas se o faz (por ser coisa fungível) e o credor recebeu de boa fé (acha que pertence ao solvens) e consumiu a coisa, o pagamento se valida e a relação se extingue, restando ao prejudicado reclamar contra quem, sem autorização efetivou o pagamento. 3 – Quem recebe – Accipiens: Em regra o pagamento será direcionado aquele que figura como detentor de direitos na obrigação, ou seja, o credor originário. Também na aula anterior, discutimos a possibilidade de o direito de crédito ser transmitido à terceiro, circunstância denominada cessão de crédito. Existe, ainda, a possibilidade de se verificar a imposição legal de pagamento como figura o caso dos herdeiros de credor falecido. Resumidamente, as circunstâncias abaixo identificariam a figura do Solvens (art. 308): - o próprio credor (credor originário); - o novo credor (cessionário - cessão de crédito); - aquele que por direito o represente�. Obs1: O pagamento feito a outro que não na figura do accipiens será considerado válido se for ratificado pelo credor ou seu representante. Vale lembrar a regra que diz: “que paga mal paga duas vezes”. Nesse sentido, pagando a terceiro não legitimado e não havendo ratificação do credor, a dívida permanecerá (art. 308). Obs2: O pagamento efetivado ao chamado credor putativo� (suposto credor ou credor aparente - por falsidade do accipiens ou por engano voluntário do devedor) será válido (eficaz) se o Solvens estiver de boa fé, restando ao credor verdadeiro cobrar o que foi recebido indevidamente pelo accipiens (art. 309). Obs3: Se o pagamento foi dirigido a terceiro que não o verdadeiro credor, mas restar comprovado o benefício do mesmo (pagamento revertido em seu favor mesmo que indiretamente) será considerado válido (art. 308). Afinal, o Ordenamento Jurídico não permite o enriquecimento sem causa. Alguns sujeitos não poderão figurar como accipiens, apesar de serem credores, por não possuírem capacidade�. Assim, o incapaz credor não poderá dar quitação. Nesse sentido o pagamento feito (cientemente)a um incapaz seria considerado inválido, salvo se o solvens comprovar que o pagamento foi revertido em benefício do incapaz� (art. 310). Situação semelhante, em que o credor não estaria legitimado a figurar como accipiens pode ser caracterizada pelo pagamento de crédito penhorado, desde que o solvens soubesse da situação (art. 312). Neste caso o pagamento estava sob constrição judicial para assegurar a execução promovida por terceiro. 4 – Condições do pagamento: 4.1 – O que se paga - Objeto do pagamento: O que se espera diante de uma obrigação é o cumprimento (pagamento�) da prestação que fora avençada quando da formação da relação obrigacional, não sendo possível (sem concordância do accipiens) que a prestação seja substituída (seja mais ou menos valiosa) (art. 313). Tal expectativa decorre do princípio da boa-fé objetiva no cumprimento da obrigação e caracteriza a identidade da prestação, seja de dar, fazer ou não fazer. Deve-se, também, respeitar a forma de cumprimento convencionada. Nesse sentido, mesmo sendo divisível, a obrigação não poderá ser cumprida periodicamente, se assim não ficou convencionado (art. 314). Portanto, concluímos que a indivisibilidade no cumprimento das obrigações pode decorrer da própria natureza da prestação ou da convenção entre as partes. 4.2 – Prova do pagamento: A prova� configura a demonstração material do fato, no caso, do pagamento e o solvens tem direito a essa prova (quitação – reconhecimento do credor da liberação do devedor), podendo reter o pagamento, caso lhe seja negada a referida prova, não sendo caracterizada a sua mora (art. 319). Nesse caso, poderá ingressar em juízo, valendo a decisão judicial como prova de pagamento. A quitação é materializada pelo recibo, documento “idôneo”, que deve atender às exigências do art. 320 do Código Civil e que pode ser formalizado por instrumento público ou particular. Em casos onde a quitação seria representada pela devolução do documento (ex: promissória), a perda do mesmo ou a negativa do credor e devolvê-lo poderá ser substituída por declaração de pagamento e de compromisso de inutilização do documento perdido (art. 321) ou por recibo. Obs1: Segundo Tepedino (p. 614) ”Se por um lado, a quitação é a prova do pagamento por excelência, isso não exclui que o adimplemento possa ser demonstrado por outros meios...”. Ex: depósito. Obs2: Se após a quitação o credor verificar a imprecisão da prestação poderá reclamar a diferença desde que comprove tal situação. Algumas circunstâncias levam a presunção (relativa – admite prova em contrário) de que o pagamento fora integralmente efetuado. São elas: pagamento da última prestação de obrigação periódica faz presumir o pagamento das anteriores (art. 322); entrega do título faz presumir o pagamento, tendo o credor sessenta dias para provar a falta do pagamento (art. 324). Finalmente, vale ressaltar que as despesas com o pagamento correm por conta do solvens, salvo tenha sido estipulado o contrário ou se a para a causa das despesas tenha concorrido o credor, ficando nessas circunstâncias por sua conta. (art. 325) 4.3 – Lugar do pagamento: A regra reza que o pagamento será feito no domicílio do devedor, caso não tenha sido estipulado o contrário pelas partes ou pela lei (art. 327). Sendo designados dois ou mais lugares caberá a escolha ao credor. Se por força maior o pagamento não puder se efetivar no local convencionado o devedor o fará em outro local (art. 329). Vale ressaltar, ainda, que se o pagamento periódico se fizer reiteradamente em local diverso do combinado, presume-se (relativamente) que o credor concordou (art. 330). O pagamento recebe as seguintes denominações segundo o local do pagamento. - quérable: cabe ao credor procurar o devedor em seu domicílio para receber o pagamento (regra). - portable: cabe ao devedor procurar o credor em seu domicílio ou outro local por ele indicado para efetuar o pagamento (exceção que se dá por convenção). Obs1: A habitualidade pode inverter o que fora convencionado devido ao princípio da boa-fé objetiva (art. 330). Ex.: O contrato prevê um pagamento quérable e o devedor insiste em procurar o credor para efetuar o pagamento. Obs2: A definição acima é importante para caracterização ou não da mora. Ex: Se definida a forma quérable e no vencimento o credor não procura o devedor para que este efetive o pagamento, não será ao último imputada a mora. Ex: A lei condiciona o pagamento em local diverso do determinado desde que, por motivos considerados graves e que não represente prejuízo ao credor (art. 329). Ex: local onde ocorram epidemias, catástrofes naturais, assaltos constantes... 4.4 – Tempo do pagamento: O momento do pagamento deve obedecer ao que fora estabelecido pelas partes, valendo como referência para se estabelecer a inadimplência ou a mora. Se não se estabeleceu data para o pagamento, entende-se que ele poderá ser exigido a qualquer tempo, inclusive, imediatamente (art. 331). Obs1: Há situações em que mesmo no silêncio das partes, o tempo para cobrança pode ser estipulado a partir de análises circunstancias, tendo em vista o princípio da boa-fé objetiva. Ex: Emprestado trator para arar a terra, a cobrança da devolução deve se dar em tempo razoável para realização do serviço. Obs2: Entende-se como data do pagamento, as vinte e quatro horas do dia do vencimento. Ressalta-se, entretanto, que alguns pagamentos dependem do horário especial de alguns estabelecimentos (Ex: bancos), donde o pagamento poderia se frustrar mesmo antes das 24 hs�. Não havendo estipulação de prazo o pagamento é considerado “simples”, caso contrário, será denominado “a termo”. Sendo a termo o devedor pode antecipar o pagamento, caso isso não fira interesse do credor, entretanto não poderá exigir vantagens que não tenham sido estipuladas (Ex: descontos...). Ex: compro animais que devem ser entregues em um mês, tempo necessário para construção do local que irá acomodá-los. O credor não pode exigir o pagamento antes do vencimento (salvo as exceções do art. 333 – situações onde se faz uma previsão de não cumprimento da obrigação), assim como o devedor não pode exigir a dilação do seu prazo (salvo caso fortuito ou força maior). As questões abaixo dizem respeito ao conteúdo estudado na presente aula 1 – O pagamento feito à terceiro que não ao credor é considerado válido? Por quê? 2 – Imaginem a situação onde o devedor quer pagar e o credor se recusa a receber. O devedor é obrigado acatar a recusa do credor? Por quê? 3 – O pagamento de uma obrigação de fazer infungível pode ser realizado por terceiro? Por quê? 4 – Comente a situação: a mãe de um devedor quer pagar o débito de seu filho, oferecendo ao credor o valor que lhe era devido e o mesmo se recusa a receber, alegando que quem lhe deve é o filho. 5 –Quem figura como accipiens na obrigação solidária ativa? 6 – O pagamento de prestação divisível, necessariamente, será efetuado de forma parcelada? Por quê? 7 – Comente a situação: Julia deve a Soraia a entrega de determinado objeto. Ocorre que Soraia mudou-se para outro país o que acarretou uma despesa maior para efetivação do pagamento. 8 – Analise a situação: Fiador de uma dívida falece e, portanto, a garantia se perde. O credor exige a restituição da garantia, mas o devedor nada faz. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: - DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil brasileiro: Teoria geral das obrigações. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2004. v.2. - FIUZA, César. Direito Civil: curso completo. 8. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2004. - LISBOA, Roberto Senise. Manual de Direito Civil: obrigações e responsabilidade civil. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004. v.2. - RODRIGUES, Silvio. Direito Civil: parte geral das obrigações. 30. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. v.2. - ROSA, Pedro Henrique de Miranda. Direito Civil: parte geral e teoria geral das obrigações. Rio de Janeiro: Renovar, 2003. - TEPEDINO, Gustavo, BARBOZA, Heloisa Helena,MORAES, Maria Celina Bodin de. Código Civil interpretado segundo a Constituição da República. Rio de Janeiro: Renovar, 2004. v. 1. - VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: Teoria geral das obrigações e teoria geral dos contratos. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2005. v. 2. O presente material foi elaborado para fins didáticos, entretanto, não substitui a bibliografia adotada pela instituição para efeito de avaliação. Sua função é, tão somente, orientar o aluno com os principais tópicos a serem tratados em sala de aula. As obras utilizadas para suas elaboração devem ser consultadas pelos alunos para aprofundamento do conteúdo. A alteração ou indevida utilização do conteúdo aqui exposto ensejará as penalidades cabíveis � Existem outros meios de se extinguir a obrigação, que serão oportunamente estudados. � O pagamento se refere à quitação, solvabilidade, cumprimento, resolução, adimplemento...no tempo, lugar e forma devidos, dentre outras terminologias. Venosa (2005, p.206), entretanto, entende como adequada a utilização do termo “pagamento” para o cumprimento de obrigação pecuniária. � Considera-se inviável, a cessão de uma prestação infungível. � Segundo Washington de Barros aceitando o credor não poderia o devedor se opor (deveria antecipar o pagamento). Entretanto, deve-se levar em conta os interesses do credor, do terceiro e do devedor. Se o terceiro interessado paga a dívida com a anuência do devedor a situação não gera maiores repercussões, entretanto, se o faz com a oposição do devedor, há que se analisar as razões do mesmo, pois se não houver um justo motivo, seu protesto deverá ser desconsiderado. O interesse social de cumprimento das obrigações é mais relevante que um mero “capricho” do devedor (princípio da função social das relações obrigacionais). � Caio Mário (citado por Tepedino p. 594) atribui-lhe o mesmo direito se fizer o pagamento em nome e por conta própria. � Sub-rogação é a transferência dos direitos do credor para aquele que solveu a obrigação. � O entendimento da liberalidade no pagamento será colhido na análise do caso concreto. Venosa (2005, p. 210) entende que, o pagamento do não interessado, sempre acarretará o direito de ressarcimento, salvo se o solvens (quem pagou) abrir mão da restituição, situação que configuraria o caráter filantrópico. � São considerados representantes: os legais (pais, tutores e curadores com relação aos incapazes), os judiciais (nomeados pelo juiz como depositário judicial, sindico na falência...) e os convencionais (portadores de mandato). O accipiens nem sempre estará munido de mandato formal, o que poderá ser substituído, por exemplo, pela quitação emitida pelo credor (art. 311). � Credor putativo é aquele que aos olhos de todos passa como verdadeiro credor. O engano deve ser escusável (perdoável), ou seja, um erro que qualquer um naquelas circunstâncias cometeria. A ignorância não pode caracterizar a negligência do devedor. � Não importa se a incapacidade é relativa ou absoluta, por uma questão de equidade afasta-se o instituto da nulidade e anulabilidade para tutelar o impedimento do enriquecimento sem causa – por um critério de justiça, tendo em vista o proveito do menor. � Antunes Varela, citado por Tepedino, entende que se desconhecida a incapacidade (sem culpa do devedor) o pagamento seria considerado válido, mesmo que não revertido em benefício do credor. � Em se tratando de pagamento em dinheiro, se faz necessária a observação da moeda corrente (aquela que tem curso legal no país - art. 315), sendo proibida (Lei 10.192/01) a negociação com moeda estrangeira salvo nos contratos de importação e exportação, compra e venda de cambio e aqueles celebrados com pessoa residente e domiciliada no exterior. Também são proibidos os pagamentos em ouro, salvo estipulação em legislação especial (art. 318). � Em regra, a prova deve ser documental, pois em juízo não se admite a prova testemunhal nos termos do art. 227 do CC/02. Tal regra é passível de discussão no caso concreto. � Segundo Venosa (205, p. 226) “modernamente é possível o pagamento por via informatizada, permitindo que o acesso às contas bancárias seja feito nas 24 horas”. �PAGE � �PAGE �1�
Compartilhar