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Instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente (Lei nº 6.938/1981) .
POLÍTICA NACIONAL E SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
Frederico Amado
1. Introdução:
A Lei 6.938/81, Certidão de Nascimento do Direito Ambiental do Brasil, é
responsável pela única política nacional do meio ambiente brasileiro. Trata-se de
uma lei muito bem escrita, até por isso, foi pouco reformada. Ela foi editada em
um período ditatorial, tendo sido imposta ao Brasil, nove anos depois da
Conferência de Estocolmo. A ditadura esteve nesta convenção, mas não estava
sintonizada com a preservação do meio ambiente (vide as obras de Itaipu e
transamazônica, feitas sem licenciamento ambiental). Isso chamou a atenção da
comunidade internacional, pois o Brasil sempre se destacou pelas questões
ambientais, considerando o tamanho do seu território e pelo fato de que a maior
parte da floresta amazônica se encontra em seu solo, fazendo com que as pressões
crescessem. 
1.1 Art. 1º do Decreto 99274/90: 
Art. 1º Na execução da Política Nacional do Meio Ambiente cumpre ao
Poder Público, nos seus diferentes níveis de governo: 
Já naquela época, verificava-se a solidarização da responsabilidade entre os
entes federativos na realização da política nacional do meio ambiente, sendo a
todos eles deferido o poder de estabelecerem a política ambiental.
1
I - manter a fiscalização permanente dos recursos ambientais,
visando à compatibilização do desenvolvimento econômico com a
proteção do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
Todos os entes devem promover o desenvolvimento sustentável. 
II - proteger as áreas representativas de ecossistemas mediante
a implantação de unidades de conservação e preservação
ecológica;
Este item é uma determinação para criar unidades de conservação e outros
espaços especialmente protegidos. Eles são tão importantes que foram alçados às
normas constitucionais, estando previstos no art. 225 da Carta Magna.
III - manter, através de órgãos especializados da Administração,
o controle permanente das atividades potencial ou efetivamente
poluidoras, de modo a compatibilizá-las com os critérios vigentes de
proteção ambiental;
VI - identificar e informar, aos órgãos e entidades do Sistema
Nacional do Meio Ambiente, a existência de áreas degradadas ou
ameaçadas de degradação, propondo medidas para sua recuperação;
e
Os incisos III e VI se associam, pois o processo de licenciamento ambiental é
uma forma de exercer o controle permanente das atividades que geram poluição. 
IV - incentivar o estudo e a pesquisa de tecnologias para o uso
racional e a proteção dos recursos ambientais, utilizando nesse
2
sentido os planos e programas regionais ou setoriais de
desenvolvimento industrial e agrícola;
Aqui, é investir em estudos e pesquisas para cada vez mais reduzir a
degradação ambiental com tecnologias menos impactantes ao meio ambiente. 
V - implantar, nas áreas críticas de poluição, um sistema
permanente de acompanhamento dos índices locais de qualidade
ambiental;
O Zoneamento Industrial é um exemplo de aplicação deste inciso. 
VII- orientar a educação, em todos os níveis, para a participação
ativa do cidadão e comunidade na defesa do meio ambiente, cuidando
para que os currículos escolares das diversas matérias obrigatórias
contemplem o estudo da ecologia.
A Constituição, no art. 225, também a prevê em todos os níveis de ensino. A
Lei 9.795/99, Lei de Política Nacional de Educação Ambiental, não prevê que o
meio ambiente seja uma disciplina autônoma, mas que somente deve permear as
demais. 
A educação ambiental talvez seja a saída para o futuro equacionamento da
questão ambiental, tendo a Lei 9.795/99 instituído a PNEA, sendo definida como
o processo por meio do qual o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação
do meio ambiente. A lei ainda divide a educação ambiental em educação formal
(nas escolas) e informal (exercida fora delas). De acordo com o art. 225, § 1º,
inciso VI1, da Constituição, para efetivar o direito fundamental ao meio ambiente
1 A respeito do inciso VII do §1º do art. 225 que dispõe que: § 1º - Para assegurar a efetividade
desse direito, incumbe ao Poder Público: (...) VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma
3
ecologicamente equilibrado, incumbe ao Poder Público promover a educação
ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a
preservação do meio ambiente.
1.2. Art. 2º da Lei 6.938/81:
Este artigo elenca um rol de princípios que, em verdade, são diretrizes para
a política, sendo a terminologia princípios não muito adequada para este fim.
DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
Art.2º- A PNMA tem por objetivo a preservação, melhoria e
recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando
assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico,
aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da
vida humana, atendidos os seguintes princípios: 
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico,
considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser
necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;
Aqui é necessário fazer uma interpretação de acordo com a Constituição.
Quando a lei coloca o meio ambiente como patrimônio público, ele deve ser
identificado como BEM DE USO COMUM DO POVO e não como de titularidade de
pessoa jurídica de direito público. 
II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; 
da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de
espécies ou submetam os animais a crueldade. De acordo com o Supremo, a expressão na
forma da lei não deve ser considerada de modo a inviabilizar a aplicabilidade imediata do
dispositivo, tendo sido este o argumento utilizado para a declaração de inconstitucionalidade
da Farra do Boi e da Briga de Galo.
4
III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos
ambientais;
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas
representativas;
V- controle/zoneamento das atividades potencial ou
efetivamente poluidoras;
O controle se dá, principalmente, através do licenciamento ambiental e o
zoneamento é um instrumento de ordenamento do espaço. 
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias
orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; 
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental; 
VIII - recuperação de áreas degradadas;
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; 
X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive
a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação
ativa na defesa do meio ambiente.
Já em 1981 era prevista a educação ambiental em todos os níveis de ensino. 
1.3. Art. 4º da Lei 6.938/81 – Objetivos Específicos da PNMA:
Objetivo geral da PNMA é a melhoria e a recuperação da qualidade ambiental
propícia à vida, elencada no art. 3º supra. O artigo 4º, que veremos agora, traz os
objetivos específicos:
DOS OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO
AMBIENTE
5
Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:
I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social
com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio
ecológico; 
Princípio do Desenvolvimento Sustentável.
 
II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental
relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos
interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territóriose dos Municípios;
Os espaços ambientais protegidos são muito cobrados em provas e serão
vistos de forma individualizada no decorrer deste material.
III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade
ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos
ambientais;
Falamos destes padrões de qualidade quando tratamos do princípio do
controle.
IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias
nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais; 
V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à
divulgação de dados e informações ambientais e à formação de uma
consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade
ambiental e do equilíbrio ecológico; 
6
Princípio da informação, publicidade e educação.
VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais
com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente,
concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à
vida; 
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de
recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da
contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins
econômicos.
Princípios do poluidor-pagador e do usuário pagador. 
2. Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA:
Para implementar a PNMA, foi implementado o SISNAMA. Ele é formado por
órgãos e entidades de todas as esferas de governo. Ele é muito importante, pois
extremamente presente em provas. Por esta razão, é necessário conhecer bem o
art. 6° da Lei 6.938/81. Este artigo traz a estrutura federativa do SISNAMA:
DO SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
Art. 6º - Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do DF,
dos Territórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas
pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da
qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio
Ambiente - SISNAMA, assim estruturado: 
I - ÓRGÃO SUPERIOR: o Conselho de Governo, com a função
de assessorar o Presidente da República na formulação da política
nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os
recursos ambientais;
7
2.1- Conselho de Governo: a formulação da PNMA é feita pela Presidência
da República que é assessorada pelo Conselho de Governo, órgão superior do
SISNAMA. Este conselho é o órgão de cúpula do SISNAMA que faz parte da
estrutura do Poder Executivo, composto por todos os Ministros de Estado.
II - ÓRGÃO CONSULTIVO E DELIBERATIVO: o Conselho
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a finalidade de
assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de
políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos
naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e
padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado
e essencial à sadia qualidade de vida; (Redação Lei nº 8.028/90) 
2.2- CONAMA: o Conselho Nacional do Meio Ambiente é um conselho
deliberativo, composto por representantes de todas as esferas de governo, bem
como representantes da sociedade civil organizada, em atendimento ao
princípio da democratização. É órgão consultivo e deliberativo e edita atos como
resoluções, proposições, recomendações, dentre outros. Se cabe ao conselho de
governo assessorar a presidência, o CONAMA assessora o Conselho de Governo.
Vale aqui conhecer o que dispõe o art. 8º, outro artigo de conhecimento
fundamental desta lei:
DO CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
Art. 8º Compete ao CONAMA: (Redação nº 8.028, de 1990)
Ele traz as competências administrativas do CONAMA.
I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios
para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente
8
poluidoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo
IBAMA; ( Lei nº 7.804/89)
O estudo de Direito Ambiental requer certo jogo de cintura interpretativo,
pois existem dispositivos que não estão atualizados com a Constituição, como é o
caso deste inciso I do art. 8º. Alguns são mais evidentes e outros nem tanto.
Quanto a estes últimos casos é preciso atenção, pois as vezes as provas o cobram
literalmente, mesmo eles estando desatualizados, em virtude desta
desatualização, que não é patente. 
O CONAMA tem competência para editar ATOS NORMATIVOS a respeito do
ambiental, mediante proposta do IBAMA. A respeito, a Resolução principal do
CONAMA 237/97 regulamenta este inciso e versa sobre licenciamento. Porém, a
parte final do artigo, destacada, está desatualizada, pois há licenciamento federal,
estadual e municipal. Muitas vezes o inciso é copiado e colado em provas e quando
for a sua literalidade, deve ser considerado como correto, pois esta não é uma
desatualização tão escancarada como a que se vê em outros casos:
II - determinar, quando julgar necessário, a realização de
estudos das alternativas e das possíveis consequências ambientais de
projetos públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais,
estaduais e municipais, bem assim a entidades privadas, as
informações indispensáveis para apreciação dos estudos de impacto
ambiental, e respectivos relatórios, no caso de obras ou atividades de
significativa degradação ambiental, especialmente nas áreas
consideradas patrimônio nacional. (Redação Lei nº 8.028, de 1990)
Este inciso também deve ser considerado verdadeiro quando lançado em
sua integralidade no texto de provas, mas aqui também é necessária a
atualização. A função de realização de estudos e projetos elencados neste
dispositivo, atualmente vem sendo feita pelos órgãos ambientais que fazem o
9
licenciamento ambiental, na esfera federal, v.g. o IBAMA. Isso não é mais feito
pelo CONAMA. Porém, deve ser tomada redobrada atenção, pois se cobrada a
literalidade da lei, o inciso II deve ser tomado por correto:
IV- homologar acordos visando à transformação de penalidades
pecuniárias na obrigação de executar medidas de interesse para a
proteção ambiental;
O inciso III foi revogado. Ele previa que a última instância para julgar
recursos contra multas do IBAMA era o CONAMA. Isso acabou de 2009 pra cá. O
inciso IV trata da conversão da multa em medidas de reparação ou recuperação
ambiental. Este inciso também vem sendo exercido pelo IBAMA e outros órgãos
estaduais e municipais, valendo aqui a mesma observação feita no inciso II.
V - determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou
restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em
caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de participação
em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;
(R Lei 7.804/89)
Esta é uma competência exercida no processo administrativo. Em situações
mais graves, quando não houver mais recursos, o IBAMA pode requerer ao
CONAMA a aplicação desta penalidade. Apesar de não haver prazo especificado ele
deve existir. 
VI - estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais
de controle da poluição por veículos automotores, aeronaves e
embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes;
10
Esta é outra competência normativa, cabendo ao CONAMA editar resoluções
neste sentido. O PROCONVE regulamenta o setor de veículos automotores. Por
exemplo, a exigência de utilização de certo óleo diesel menos poluente nos
veículos que consomem tal combustível foi imposta por uma resolução deste
órgão, instituído com fulcro no inciso VI supra.
VII - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao
controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao
usoracional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos.
Esta competência é a mais importante, pois é a mais ampla, dando margem
ao CONAMA para a sua atuação em diversas áreas não mencionadas nos demais
incisos. Normas, critérios e padrões para a manutenção da qualidade do meio
ambiente é uma expressão muito ampla, que permite ao CONAMA uma
atuação extensiva. Alguns legalistas são contrários às resoluções do CONAMA,
mas o Supremo as vêm aceitando, como foi decidido no caso da ADPF dos pneus
usados. Ele manteve as resoluções do CONAMA que vedam esta importação,
exceto de países do MERCOSUL, sem que haja lei federal exigindo isso, mas, tão
somente, uma resolução do CONAMA.
Parágrafo único. O Secretário do Meio Ambiente é, sem prejuízo
de suas funções, o Presidente do Conama.(Incluído pela Lei nº 8.028,
de 1990)
2.3- Ministério do Meio Ambiente:
III - ÓRGÃO CENTRAL: a Secretaria do Meio Ambiente da
Presidência da República, com a finalidade de planejar, coordenar,
supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as
11
diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente; (Redação
dada pela Lei nº 8.028, de 1990)
Esta Secretaria não existe mais e foi substituída pelo Ministério do Meio
Ambiente. Ele é o órgão central que controla e supervisiona a efetivação da
PNMA. O CESPE já o considera, mas outras bancas consideram a SMAPR, por
isso, atenção.
2.4- Órgão Executor:
IV - ÓRGÃOS EXECUTORES: o Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e o Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico
Mendes, com a finalidade de executar e fazer executar a política e
as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente, de acordo
com as respectivas competências;
Tecnicamente, o IBAMA não é um órgão, mas uma autarquia federal. Ele é
uma entidade executora criada pela Lei 7.735/89. O IBAMA, quando nasceu tinha
função de exercício do poder de polícia e licenciamento na esfera federal e gestão
das unidades de conservação criadas pela União. Atualmente, ele não atua na
gestão das unidades de conservação que, em 2007, passou a ser de competência
do ICM-Bio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). As
unidades de conservação criadas pela União são cuidadas por ele. O IBAMA agora
só fiscaliza e licencia. 
2.5- Órgãos Seccionais:
V - ÓRGÃOS SECCIONAIS: os órgãos ou entidades estaduais
responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle e
12
fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação
ambiental; (Redação Lei 7.804, /89)
São órgãos e entidades estaduais de meio ambiente dos estados e DF.
2.6- Órgãos Locais:
VI - ÓRGÃOS LOCAIS: os órgãos ou entidades municipais,
responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas suas
respectivas jurisdições;
É o braço na estrutura do município.
RESUMINDO:
1. Sistema Nacional do Meio Ambiente: Formado pelo conjunto de órgãos e
instituições dos diversos níveis do Poder Público, incumbidos da proteção ambiental e
da implementação da Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA.
2. Antecedente histórico: Secretaria Especial do Meio Ambiente - SEMA, que
surgiu logo após a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano -
Estocolmo, 1972. Foi a resposta brasileira às pressões da comunidade internacional do
momento.
3. Estrutura do SISNAMA: Art. 6º da Lei 6.938/81, tendo a seguinte disposição,
sendo que, por ser um sistema nacional, não detém personalidade jurídica:
3.1) Órgão Superior: o Conselho de Governo, com a função de
ASSESSORAR o Presidente da República na formulação da política nacional
e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos
ambientais.
3.2) Órgão Consultivo e deliberativo: Conselho Nacional do Meio
Ambiente - CONAMA, com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao
Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio
13
ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua
competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente
ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida.
Destaca-se sua competência normativa, editando normas
complementares à lei - atuação secundum legem. O Conselho é formado por
representantes de cinco setores, a saber, órgãos federais, estaduais e
municipais, setor empresarial e SOCIEDADE CIVIL.
As competências do CONAMA estão disciplinadas no art. 8o da Lei
6.938/81, destacando-se sua atribuição para o estabelecimento de
padrões de qualidade ambiental, notadamente no que toca ao
licenciamento ambiental.
Avulta salientar a competência do CONAMA para revisão das
penalidades aplicadas pelo IBAMA.
3.3) Órgão Central: Ministério do Meio Ambiente (antiga Secretaria
do Meio Ambiente), a quem incumbe planejar, coordenar, supervisionar e
controlar a Política Nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o
meio ambiente.
3.4) Órgãos Executores: Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais renováveis - IBAMA e o Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade - ICMBIO. Ao Ibama compete exercer o
poder de polícia ambiental federal, executar ações da PNMA na esfera federal
e ações supletivas. Ao ICMBio compete a tarefa da conservação ambiental,
mediante a gestão das unidades de conservação federais.
3.5) Órgãos Seccionais: são órgãos ou entidades estaduais
constituídos na forma da lei e por ela incumbidos de preservar o meio
ambiente, assegurar e melhorar a qualidade ambiental, controlar e fiscalizar
ações potencial ou efetivamente lesivas aos recursos naturais e à qualidade
do meio.
3.6) Órgãos Locais: são órgãos ou entidades municipais incumbidos
legalmente de exercer a gestão ambiental no respectivo território e no âmbito
de sua competência, na forma a lei.
14
4. SISNAMA e a gestão do meio ambiente: O SISNAMA exerce a tutela ambiental
por meio dos seus órgãos executores federais (IBAMA e ICMBIO), estaduais e municipais,
em compasso com as normas legais e regulamentares (expedidas pelo CONAMA), sem
embargo da administração ambiental setorizada, tal como na área de recursos hídricos, a
ser realizada por órgãos específicos criados para tal fim (Sistema Nacional de Recursos
Hídricos).
5. Política nacional do meio ambiente: Trata-se das diretrizes gerais estabelecidas
na lei que têm o objetivo de harmonizar e de integrar as políticas públicas de meio
ambiente dos entes federados, procurando torná-las mais efetiva, por meio de
instrumentos tratados na própria lei, tendo como vetor a promoção do desenvolvimento
sustentável.
3. Instrumentos Para Implementar a PNMA – Art. 9º da Lei 6.938/81:
DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO
AMBIENTE
Art. 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio
Ambiente: 
O artigo 9º é quem traz esta previsão em um rol meramente
EXEMPLIFICATIVO. Grande parte do nosso estudo se dará em cima dos
desdobramentos deste dispositivo. Analisaremos aqui os instrumentos menos
importantes, deixando os mais importantes para uma análise pormenorizada à
frente no nosso material.
3.1- Padrões de Qualidade Ambiental:
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
15
3.1.1- Conceito: é possível definir os padrões de qualidade
ambiental, como o reflexo do estado ambiental de determinado ou determinados
recursos ambientais, usualmente fixados numericamente em normas ambientais
lastreadas em fundamentos técnicos, com o objetivo de manter o equilíbrio
ambiental e a saúde humana. Esteconceito é do professor. Tais padrões já foram
comentados quando abordamos o princípio do limite ou controle (padrões
máximos de poluição). Os padrões são instituídos Pelo Poder Público em
determinado bem da natureza, de modo a propiciar um desenvolvimento
sustentável. Os padrões de qualidade mais bem difundidos são o da água e do ar.
O Poder Público controla a qualidade da água para saber a qual fim ela se destina.
O mesmo ocorre com o ar. 
3.2- Zoneamento Ambiental: 
II - o zoneamento ambiental; (Regulamento)
De acordo com o artigo 2º do Decreto 4.297/02, se trata de um
instrumento de ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO a ser obrigatoriamente seguido
na implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas,
estabelecendo medidas e padrões de proteção ambiental destinados a
assegurar a qualidade ambiental, dos recursos hídricos e do solo e a conservação
da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das
condições de vida da população. Ainda, de acordo com o artigo 3º do regulamento,
o zoneamento tem por objetivo geral organizar, de forma vinculada, as decisões
dos agentes públicos e privados quanto a planos, programas, projetos e atividades
que, direta ou indiretamente, utilizem recursos naturais, assegurando a plena
manutenção do capital e dos serviços ambientais dos ecossistemas.
O tema é regulamentado por um decreto, pois, no Brasil, não há uma lei
geral para disciplinar o zoneamento ambiental como um todo. 
16
FACILITANDO O CONCEITO: ZONEAR é REPARTIR UM TERRITÓRIO EM
ZONAS, a fim de ORDENAR o seu uso e ocupação. Ele pode ser NACIONAL, por
REGIÕES, por ESTADOS e MUNICÍPIOS. Como o combate à poluição é uma
competência material comum de todos os entes, a todos eles cabem a
utilização deste instrumento. Por exemplo, se proibida a instalação de uma
indústria em determinada região em virtude do zoneamento realizado, o órgão
ambiental não poderá conceder licença para a instalação destas atividades
naquela região. A Lei Complementar 140/11 veio cobrir uma lacuna,
disciplinando a cooperação dos entes federativos na atuação legislativa
concernente ao meio ambiente. O artigo 7º desta lei disciplina as competências
federais, o 8º, estaduais, 9º municipais e 10 distritais. Competirá à União, na
forma do seu artigo 7º, inciso IX, elaborar o zoneamento ambiental de âmbito
nacional e regional. Os estados terão a incumbência de elaborar o zoneamento
ambiental de âmbito estadual, em conformidade com os zoneamentos de âmbito
nacional e regional. Contudo, inexiste previsão expressa na LC 140/2011 para
que os municípios promovam zoneamentos ambientais locais, sendo apenas
elencada a competência de elaborar o Plano Diretor, observando os zoneamentos
ambientais (artigo 9º, inciso IX).
3.3- Avaliação de Impactos Ambientais:
III - a avaliação de impactos ambientais; (AIA)
O nome mais utilizado para este instrumento é Estudo de Impacto
Ambiental – EIA, mas ambos devem ser considerados válidos para fazer menção a
tal instrumento. A avaliação de impacto ambiental é um instrumento de defesa do
meio ambiente, constituído por um conjunto de procedimentos técnicos e
administrativos que visam à realização da análise sistemática dos impactos
ambientais da INSTALAÇÃO ou OPERAÇÃO de uma atividade e suas diversas
alternativas, com a finalidade de embasar as decisões quanto ao seu
licenciamento.
17
3.3.1 - Noções Gerais: vimos que uma das peculiaridades que marca o
regime jurídico da licença ambiental, se comparada com as licenças
administrativas, é a necessidade que se tem nesta de elaboração prévia de um
estudo de impacto ambiental, como subsídio para a sua concessão. Estudos /
Avaliação de Impactos Ambientais é um gênero que possui algumas espécies. 
3.3.2- Definição Jurídica: ela consta do art. 1º, III da Resolução CONAMA
237/97:
São todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados
à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou
empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença
requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental,
relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de
recuperação de área degradada e análise preliminar de risco (artigo 1º, inciso III,
da Resolução CONAMA 237/97).
Este é um rol exemplificativo de estudos ambientais. O dispositivo é
falho para Frederico Amado, pois o principal estudo ambiental, mais complexo e o
único que tem previsão expressa no art. 225 da Constituição não foi previsto.
Cuida-se do Estudo de Impacto Ambiental, conhecido tradicionalmente por EIA.
Alguns autores (e tanto faz) preferem designá-lo como EPIA – Estudo Prévio de
Impacto Ambiental. Este é um estudo ambiental muito cobrado em provas de
concurso. 
3.3.3- Estudo de Impacto Ambiental: conforme estabelece a Constituição,
incumbe ao Poder Público “exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou
atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade”
(artigo 225, §1º, IV). As palavras destacadas (significativa, prévio e publicidade),
são de conhecimento obrigatório, pois dizem respeito às características do estudo
de impacto ambiental. 
Este estudo é PRÉVIO, elaborado antes da concessão da licença prévia;
apenas após que o órgão licenciador poderá aferir a viabilidade ambiental do
18
empreendimento para conceder ou negar a licença. O EIA deve ser prévio, à luz
dos princípios da precaução e prevenção, de forma que um estudo posterior é
considerado anômalo. 
A PUBLICIDADE é a segunda característica, pois EIA sigiloso é
inconstitucional. Porém, a publicidade é mitigada pelo sigilo industrial. Falta
legislação para regulamentar este estudo. O tema é disciplinado pela Resolução
CONAMA 01/86. Esta resolução foi recepcionada pela Constituição e é
importante, devendo ser conhecida. 
Por fim, a característica derradeira é a de que a realização deste estudo
prévio só será exigida em casos de SIGNIFICATIVA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
(efetiva ou potencial). Ou seja, não sendo o empreendimento apto a gerá-la, não
será caso de se exigir o EIA/EPIA, demandando a realização de um estudo
ambiental simplificado. Portanto, sua realização só será constitucional quando
estiverem presentes estas características. 
O empreendedor de projetos de significativo impacto ambiental é
OBRIGADO a APOIAR A IMPLANTAÇÃO E MANUTENÇÃO DE UNIDADE DE
CONSERVAÇÃO DO GRUPO DE PROTEÇÃO INTEGRAL, nos termos do
EIA/RIMA, que fixará o montante de recursos a ser destinado de acordo com
o grau de impacto ambiental causado pelo empreendimento, vedado
estabelecimento de percentual sobre os custos do empreendimento. 
Lei SNUC, Art. 36, § 1o O montante de recursos a ser destinado pelo
empreendedor para esta finalidade não pode ser inferior a meio por cento dos
custos totais previstos para a implantação do empreendimento, sendo o
percentual fixado pelo órgão ambiental licenciador, de acordo com o grau de
impacto ambiental causado pelo empreendimento. (Vide ADIN nº 3.378-6, de
2008)
Trata-se de obrigação definida pelo art. 36, caput e §1º da Lei do SNUC. O
STF concedeu medida cautelar para suspender a eficácia da expressão não pode
ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a implantação do
19
empreendimento, fixando a impossibilidade de estabelecimento do montante sobre
os custos e vinculando-oao impacto causado (ADI 3378).
3.3.4- Empreendimentos Capazes de Gerar Significativa Degradação
Ambiental: um dos problemas que existem é o de verificar quais os
empreendimentos aptos à geração de significativa degradação ambiental. Este é
um conceito jurídico indeterminado. Para facilitar esta compreensão, a Resolução
CONAMA 01/86, em seu art. 2º, apresenta um rol exemplificativo (tais como) de
hipóteses presumidas destes casos de significativa degradação:
I – Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento; 
II – Ferrovias; III– Portos e terminais de minério, petróleo e produtos
químicos; 
IV – Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, artigo 48, do DL 32/66; 
V– Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de
esgotos; 
VI – Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV;
VII– Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como:
barragem para fins hidrelétricos, acima de 10MW, de saneamento ou irrigação,
abertura de canais para navegação, drenagem e irrigação, retificação de cursos
d’água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias, diques; 
VIII – Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão); 
IX– Extração de minério, inclusive da classe II, definidas no Código de
Mineração; 
X– Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou
perigosos; 
Xl – Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia
primária, acima de 10MW; XII– Complexo e unidades industriais e agro-
industriais (petroquímicos, siderúrgicos, cloroquímicos, destilarias de álcool,
hulha, extração e cultivo de recursos hídricos); XIII – Distritos industriais e zonas
20
estritamente industriais – ZEI; XIV – Exploração econômica de madeira ou de
lenha, em áreas acima de 100 hectares ou menores, quando atingir áreas
significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista
ambiental; XV – Projetos urbanísticos, acima de 100 hectares ou em áreas
consideradas de relevante interesse ambiental a critério da Secretaria do Meio
Ambiente e dos órgãos municipais e estaduais competentes; 
XVI – Qualquer atividade que utilize carvão vegetal, em quantidade superior a
dez toneladas por dia; XVII – Projetos Agropecuários que contemplem áreas acima
de 1.000 ha ou menores, neste caso, quando se tratar de áreas significativas em
termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental, inclusive nas
áreas de proteção ambiental; XVIII– Empreendimentos potencialmente lesivos ao
patrimônio espeleológico nacional.
Portanto, outros casos além destes podem ser de significativa degradação.
Esta não é uma listagem de fácil memorização, devido à especificidade de seus
incisos e do extenso rol elencado. Este rol já foi cobrado pela Fundação Carlos
Chagas. 
3.3.5- Ausência de Discricionariedade: vale lembrar que, quando um
órgão dispensa o EIA, ou determina a sua realização por julgar presentes as suas
características, este ato administrativo será vinculado. Inexiste
discricionariedade administrativa na interpretação concreta de impacto ambiental
significativo para fins de o ente ambiental exigir ou não o EIA. Além da doutrina
majoritária, há diversas decisões dos Tribunais Regionais Federais, mas não dos
tribunais superiores. Em face disso, pode ser afirmado que, no mérito deste ato, é
possível a interferência do poder judiciário através, por exemplo, de uma ação civil
pública. 
3.3.6- Responsável Pela Elaboração do EIA: cabe ao proponente contratar
e pagar a equipe técnica multidisciplinar responsável pela elaboração do
Relatório de Impacto ao Meio Ambiente – RIMA. O RIMA é o documento que
21
conterá as conclusões do EIA, devendo ser apresentado em linguagem objetiva
e adequada à sua compreensão pela população, inclusive podendo ter ilustrações,
sendo de acessibilidade pública. 
O termo de referência é um ato administrativo com a relação de estudos
que devem ser realizados no EIA, para a adequada análise e concessão do
licenciamento. É com base neste termo de referência que o empreendedor
contratará e pagará a equipe multidisciplinar. As conclusões do RIMA não
vinculam o órgão ambiental. A equipe técnica poderá ter responsabilidade
ulterior e solidária com o empreendedor nas esferas civil, administrativa e
criminal2 pelas informações apresentadas, nos termos do artigo 11, parágrafo
único, da Resolução CONAMA 237/1997.
3.3.7-Conteúdo Mínimo do EIA: aqui, analisaremos quais os capítulos
essenciais de um estudo de impacto ambiental, o conteúdo mínimo do EIA.
i) diagnóstico ambiental da área de influência do projeto. Isso
abrange toda a área que será afetada pelo empreendimento licenciando; 
ii) a análise dos impactos ambientais e suas alternativas. Aqui
incide a análise dos impactos positivos, os benefícios ambientais (como, v.g. um
reflorestamento de mata ciliar como condicionante) e negativos do
empreendimento;
iii) a definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos;
iv) a elaboração do programa de acompanhamento; e
v) o monitoramento.
3.3.8- Parte Final do Estudo de Impacto Ambiental: após passar pelas
análises apontadas acima, o estudo deve chegar a uma conclusão sobre a
2 O estudo ambiental falso é crime ambiental nos termos do art. 69-A da Lei 9.605/98: Elaborar
ou apresentar, no licenciamento, concessão florestal ou qualquer outro procedimento administrativo,
estudo, laudo ou relatório ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por omissão:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. § 1o Se o crime é culposo: Pena - detenção, de 1
(um) a 3 (três) anos. § 2o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se há dano
significativo ao meio ambiente, em decorrência do uso da informação falsa, incompleta ou
enganosa. Artigo inserido pela Lei 11.284/06.
22
viabilidade ou não do projeto em análise. Aqui é estabelecida uma técnica de
ponderação, pois como ressaltado no início, todo empreendimento irá causar
certa poluição, sendo necessário se sopesar, de acordo com os impactos
positivos e negativos, se é adequada a realização daquela atividade. A análise é
casuística. Por exemplo, várias usinas hidrelétricas3 que foram idealizadas na
região amazônica foram repelidas pelo IBAMA, pois percebeu-se que o impacto
ambiental destas iniciativas eram extremos em comparação com a utilidade que
aquela geração de energia iria causar. O mesmo não foi o que se decidiu com a
implantação da usina de Belo Monte, pois, ponderando os impactos com o seu
tamanho e com a necessidade de geração de energia elétrica, o saldo para aquela
atividade foi positivo, devido à necessidade de fornecimento de energia elétrica
para o Brasil, no sentido de propiciar o desenvolvimento em suas regiões mais
remotas. 
Como já salientado, esta conclusão do estudo pela viabilidade ou não do
projeto NÃO vincula o órgão responsável pela concessão da licença. Em tese,
mesmo que o estudo aponte pela viabilidade do empreendimento, o órgão
ambiental pode entender o contrário no sentido de negar a concessão da licença. 
Existia uma disposição da Resolução CONAMA 01/86 que dizia que a equipe
técnica multidisciplinar não poderia estar vinculada ao proponente do projeto. Por
este dispositivo, ela não podia estar vinculada a ele, para garantia de sua
autonomia. No entanto, em um grave retrocesso, este dispositivo foi
expressamente revogado por um dispositivo da Resolução CONAMA 237/97. De lá
pra cá é possível esta atuação vinculada, até mesmo por empregadosdo
proponente do projeto. Grandes empresas, a exemplo da Vale, podem elaborar este
estudo apenas com os seus empregados. Isso gera uma quebra da autonomia da
equipe multidisciplinar que age de acordo com os interesses daquele que lhe
emprega e que busca o empreendimento. Atenção, isso é muito cobrado. 
3Enunciado – MPF: As usinas hidrelétricas e as que operem com reator nuclear deverão ter sua
localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas. ERRADO, pois a previsão feitano §5º do art. 226 da Constituição se refere apenas às que operem com reator nuclear. 
23
3.3.9 - Relatório de Impacto Ambiental: costuma-se utilizar o termo EIA-
RIMA4, fazendo-se menção a estes dois instrumentos juntos. Este documento não
consta do texto da Constituição, mas tão somente da Resolução CONAMA 01/86.
Este documento não se mistura com o Estudo de Impacto Ambiental.
O documento técnico, complexo e com uma linguagem de maior dificuldade
de compreensão é o EIA. Já o RIMA é outro documento que decorre do EIA. O
RIMA é consectário lógico do EIA. Aquele é um documento simples, de
linguagem acessível para quem quer que queira consultá-lo, contando apenas
com as conclusões extraídas daquele estudo realizado. 
3.3.10- Debate em Audiência Pública: a Resolução CONAMA 09/87 (a
terceira mais cobrada após, as resoluções 237/97 e 01/86) dispõe a respeito desta
audiência pública que deve ser realizada. É possível que se realize uma ou mais
audiências sobre este relatório, como foi o que se deu com as obras de integração
do Rio São Francisco em que várias cidades ribeirinhas tiveram suas audiências
públicas. 
# É obrigatória a audiência pública para debater o Relatório de
Impacto Ambiental? R- Infelizmente não. Em tese, é possível que haja um EIA-
RIMA sem a realização de uma audiência pública. Isso ocorre porque a
resolução que faz a previsão destas audiências diz que elas ocorrerão quando o
órgão ambiental entender necessário e designá-las ou quando houver
requerimento de entidade civil (em tese, qualquer pessoa jurídica), requerimento
do Ministério Público, ou houver um abaixo assinado subscrito por, ao menos,
cinquenta (50) cidadãos. Na prática, pelo menos uma destas situações se realiza,
mas, caso nenhuma delas se façam presentes, é possível que ela seja preterida. 
Supondo agora que, havendo o abaixo assinado, o órgão ambiental, devido à
sua pressa, concede a licença ambiental sem realizá-la. Diante disso, a Res.
4 Extraído do material de Direito Financeiro, quando realizado estudo sobre o Princípio da
Transparência: o EIA é o estudo de impacto ambiental. Ele dá publicidade através de uma
linguagem feita de técnico (contratado – ou o empregado – pelo interessado no empreendimento)
para técnico (do IBAMA). O RIMA, por sua vez dá transparência à publicidade dada pelo EIA. O
relatório de impacto ambiental é uma forma de se fazer compreensível as conclusões obtidas pelo
EIA, de forma a fazer com que este seja entendido pela comunidade em geral. 
24
CONAMA 09/87 prevê que a licença concedida desrespeitando este preceito
deverá ser cancelada. 
Portanto, quando obrigatória, a audiência pública funciona como uma
condição de regularidade do licenciamento que eventualmente vier a ser
concedido. 
Vale ainda conhecer dois importantes julgados tradicionais do STF que, ao
lado do art. 225, §1º, IV da Constituição, são o que mais se vê cair em provas
sobre este assunto relacionado tanto ao EIA, quanto ao RIMA. O primeiro deles foi
o caso da ADI 1.505, na qual a Constituição do Espírito Santo dispunha que a
audiência pública deveria ser autorizada por uma comissão da Assembleia
Legislativa daquele Estado, algo atípico que não vem previsto no modelo
federal. 
1. É inconstitucional preceito da Constituição do Estado do
Espírito Santo que submete o Relatório de Impacto Ambiental –
RIMA – ao crivo de comissão permanente e específica da
Assembleia Legislativa. 2. A concessão de autorização para
desenvolvimento de atividade potencialmente danosa ao meio
ambiente consubstancia ato do Poder de Polícia – ato da Administração
Pública – entenda-se ato do Poder Executivo (ADI 1.505, de
24.11.2004).
É de competência do executivo e não do legislativo analisar sobre a
necessidade ou não de realização de audiência pública para discussão sobre o
RIMA. 
O outro caso emblemático do Supremo foi o da Constituição de Santa
Catarina em que se previa exceção para a elaboração do EIA-RIMA, o que também
foi rechaçado:
(...) A norma impugnada, ao dispensar a elaboração de Estudo
Prévio de Impacto Ambiental no caso de áreas de florestamento ou
reflorestamento para fins empresariais, cria exceção incompatível
25
com o disposto no mencionado inciso IV do § 1.º do artigo 225 da
Constituição Federal. Ação julgada procedente, para declarar a
inconstitucionalidade do dispositivo constitucional catarinense
sob enfoque (ADI 1.086, de 10.08.2001).
Segundo Frederico Amado, o CESPE vem analisando inadequadamente
o assunto em suas provas. Questões dizendo que quaisquer leis estaduais não
podem dispor sobre a dispensa do RIMA são consideradas corretas com base
neste julgamento. Porém, o professor entende tais enunciados muito
precipitados, pois há casos em que seria possível tais dispensas, desde que
amparadas pelo que dispõe a normatização federal. Para ele, deve ser
analisado o caso específico, de modo que a lei estadual apenas não poderá
dispor sobre a dispensa do EIA-RIMA quando esta disposição violar o art.
225, §1º, IV da Constituição. 
CESPE TRF5 (2015): Os estados e municípios não podem legislar sobre o
EIA, pois se trata de matéria de competência da União, atualmente delegada por
lei ao CONAMA. 
ERRADO
3.4- Licenciamento e Revisão de Atividades:
IV - licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou
potencialmente poluidoras;
A função de controlar as atividades potencialmente causadoras de impactos
no meio ambiente está expressamente estabelecida pelo inciso V do § lº do art.
225 da Constituição Federal, que reza que, para assegurar a efetividade do direito
ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, incumbe ao Poder Público
"controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos
26
e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o
meio ambiente".
O sistema de licenciamento ambiental tem por finalidade assegurar que o
meio ambiente seja devidamente respeitado quando da INSTALAÇÃO ou do
FUNCIONAMENTO dos empreendimentos e obras.
Nesse contexto, o licenciamento ambiental desponta como um instrumento
que visa a dar concretude ao caput d o art. 225 da Constituição Federal, que
classifica o meio ambiente como um bem de uso comum do povo e essencial à
saída qualidade de vida. 
Embora as atividades em operação também estejam submetidas a ele, esse
controle é exercido em regra antes da instalação ou do funcionamento da
atividade econômica potencial ou efetivamente poluidora, já que para serem
efetivos os instrumentos de defesa e de preservação do meio ambiente devem se
pautar por uma atuação preventiva.
A intenção é fazer com que, mediante o embasamento de análises técnicas e
de avaliações de impacto ambiental, os impactos ambientais positivos possam ser
aumentados e os impactos ambientais negativos possam ser evitados, diminuídos
ou com pensados.
O inciso IV do art. 9° e o art. lo da Lei n°. 6.938/81 dispõem sobre a
exigibilidade do licenciamento ambiental para as atividades potencial ou
efetivamente causadoras de impacto ambiental, o que significa quedesde 1981 o
licenciamento ambiental é uma exigência para a instalação e o
funcionamento das atividades econômicas potencial ou efetivamente
poluidoras em todo o território nacional.
3.5- Incentivos e Desenvolvimento de Tecnologias:
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a
criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da
qualidade ambiental;
27
Cabe à administração pública fomentar, tanto no setor público, quanto no
setor privado, a realização de pesquisa para a adoção de tecnologias menos
impactantes para o meio ambiente. Este inciso tem uma ligação direta com o art.
170, VI da Constituição, que coloca a defesa do meio ambiente como princípio
informador da ordem econômica, prevendo um tratamento diferenciado às
empresas que promovam um menor impacto ambiental com a realização das suas
atividades, cabendo ao Poder Público utilizar a tributação ambiental como um
instrumento eficaz neste desiderato. 
3.6- Espaços Territoriais Especialmente Protegidos:
VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos
pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de
proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas
extrativistas; (Redação Lei 7.804/89) 
Este é o instrumento mais cobrado em provas, independentemente de qual
a banca examinadora. Sua importância é tão grande que ele foi
constitucionalizado. O art. 225, §1º, III, prevê os espaços ambientais
especialmente protegidos. Devido à sua importância, também será analisado
separadamente dos demais abaixo neste material.
CAPÍTULO VI - DO MEIO AMBIENTE
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações. § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe
ao Poder Público: (...)
28
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços
territoriais e seus componentes a serem especialmente
protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente
através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
3.7- Sistema Nacional de Informações Sobre o Meio Ambiente - SINIMA:
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
Cuida-se de um banco de dados ambientais, abastecido pelos órgãos do
SISNAMA e que é gerenciado pelo Ministério do Meio Ambiente. Vale registrar que
o a Lei 12.651/12 – Novo Código Florestal criou um cadastro novo, sendo este um
dos poucos pontos positivos desta nova lei. Este Cadastro Ambiental Rural –
CAR é um registro obrigatório para todas as posses e propriedades rurais do
Brasil, ele integra o SINIMA. Vide art. 29 do Novo Código Florestal:
CAPÍTULO VI - DO CADASTRO AMBIENTAL RURAL
Art. 29. É criado o Cadastro Ambiental Rural - CAR, no âmbito
do Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente - SINIMA,
registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para
todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações
ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de
dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e
econômico e combate ao desmatamento. (...)
3.8- Cadastro Técnico Federal de Atividades/Instrumentos de Defesa
Ambiental:
29
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos
de Defesa Ambiental;
O Cadastro Técnico Federal é um registro feito no IBAMA. Este é um dos
dois cadastros que existem. Este é feito por pessoas naturais ou jurídicas que se
dedicam a atividade de consultoria ambiental. O engenheiro florestal que
apresenta um laudo para uma empresa que realizará determinada atividade deve
ser registrado neste cadastro. Vide art. 17, I da Lei 6.938/81:
Art. 17. Fica instituído, sob a administração do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis –
IBAMA: I - Cadastro Técnico Federal de Atividades e
Instrumentos de Defesa Ambiental, para registro obrigatório de
pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a consultoria técnica
sobre problemas ecológicos e ambientais e à indústria e comércio de
equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de
atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; (Incluído Lei nº
7.804/89)
Veremos, abaixo, qual o outro cadastro além deste.
3.9- Penalidades:
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não
cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da
degradação ambiental.
São penalidades administrativas para punir os infratores da legislação
ambiental. Este tema será analisado ao final do material, quando for analisado os
artigos 70/76 da Lei 9.605/98. As penalidades estão listadas em abstrato nestes
dispositivos.
30
3.10- Relatório de Qualidade Sobre o Meio Ambiente:
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a
ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
Recursos Naturais Renováveis – IBAMA; (Incluído pela Lei nº 7.804,
de 1989)
Absurdamente, este relatório nunca foi realizado. 
A lei tem mais de trinta anos e este relatório não foi ainda regulamentado.
3.11- Prestação de Informações:
XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio
Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando
inexistentes;
É a garantia da prestação de informações ambientais. Chama-se aqui a
análise feita quando do estudo do princípio da informação e, principalmente a lei
que regulamenta este sistema de informações. 
3.12- Cadastro Técnico Federal de Atividades Poluidoras:
XII - o Cadastro Técnico Federal de ATIVIDADES
POTENCIALMENTE POLUIDORAS e/ou utilizadoras dos recursos
ambientais.
31
Este cadastro se volta para o registro das pessoas poluidoras. Ele também é
regulamentado pelo artigo 17 mencionado acima, mas em seu inciso II:
II - Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente
Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, para registro
obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a
atividades potencialmente poluidoras e/ou à extração, produção,
transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao
meio ambiente, assim como de produtos e subprodutos da fauna e
flora. (Incluído Lei nº 7.804, de 1989)
Os cadastros técnicos federais são registrados no IBAMA e não em
órgãos estaduais. Algumas provas exploram isso. A legislação estadual ou
municipal deve prever o seu próprio cadastro para poder exigi-lo.
3.13- Instrumentos Econômicos:
XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal,
servidão ambiental, seguro ambiental e outros. (Incluído pela Lei nº
11.284, de 2006)
Este é um rol exemplificativo. A concessão florestal, servidão ambiental e o
seguro ambiental são expressos, mas não são os únicos. Vimos anteriormente a
figura dos fundos ambientais públicos ou privados que têm esta mesma natureza.
Estes instrumentos geram algum tipo de intervenção do Estado na economia. 
3.13.1- Concessão Florestal: será analisada posteriormente por sua
importância. Ela é regulamentada pela Lei 11.284/06 que será analisada à frente.
Trata-se de um CONTRATO ADMINISTRATIVO no qual o poder público
outorga ao particular a EXPLORAÇÃO SUSTENTÁVEL DAS FLORESTAS
32
PÚBLICAS. O art. 3º, VII, da Lei 11. 284/06 define concessão florestal como “a
DELEGAÇÃO ONEROSA, feita pelo poder concedente, do direitode praticar manejo
florestal sustentável para exploração de produtos e serviços numa unidade de
manejo, mediante LICITAÇÃO, à pessoa jurídica, em consórcio ou não, que atenda
às exigências do respectivo edital de licitação e demonstre capacidade para seu
desempenho, por usa conta e risco e por prazo determinado.
3.13.2- Seguro Ambiental: Em síntese, o seguro ambiental é a modalidade
de seguro cujo objetivo é REPARAR os danos ambientais advindos da execução
das atividades econômicas, haja vista a responsabilidade em sede de meio
ambiente ser objetiva, baseada na teoria do risco integral. Tem respaldo nos
princípios do poluidor pagador e da prevenção.
há outra imensa lacuna no ordenamento ambiental brasileiro no que tange a
este tema. Por falta de vontade política, até hoje não foi criada uma lei geral para
ele, que é apenas citado de forma esparsa em algumas leis, como na da Política
Nacional dos Resíduos Sólidos. Ele aumenta o custo produtivo e, por isso, falta
esta vontade política. Ele é muito utilizado em outros países. O seguro seria um
valor adiantado logo após o dano para minimização imediata do impacto causado.
Há até mesmo um projeto pronto, mas que está engavetado por tais motivos.
3.13.3- Servidão Ambiental: é uma espécie de SERVIDÃO
ADMINISTRATIVA com regras especiais. A servidão é direito real sobre coisa
alheia. Nela, o “prédio dominante” é o interesse público ambiental. Ela é
regulamentada pelo art. 9º-A da Lei 6.983/81, alterado pelo Novo Código
Florestal, acrescentando ainda os artigos 9º-B e C. 
É instituída por instrumento PÚBLICO ou PARTICULAR, ou ainda, por
TERMO ADMINISTRATIVO firmado perante órgão integrante do SISNAMA, cujo
objetivo é a LIMITAÇÃO da propriedade de forma TOTAL ou PARCIAL autorizada
por seu proprietário ou possuidor, com o objetivo de preservar, conservar ou
recuperar os recursos ambientais.
33
Pela servidão, o PROPRIETÁRIO ou POSSUIDOR pode RENUNCIAR ao
direito de explorar os recursos ambientais daquele imóvel (urbano ou rural). Esta
renúncia pode ser DEFINITIVA ou TEMPORÁRIA (de pelo menos 15 anos). Isso
pode ser feito por filantropia ou com fins econômicos. Basta que seja feito um
instrumento com o órgão ambiental com o seu respectivo no cartório de registro
de imóveis. Aquele que, tendo uma fazenda com toda extensão preservada, resolva
renunciar à exploração dela, poderá negociar este título oriundo da renúncia com
outra pessoa que tenha dívida ambiental. 
O caso mais comum é o de reserva legal. Aquele que não possui reserva
ambiental em seu terreno pode adquirir uma servidão ambiental de outrem. Aquele
que aliena a servidão continua sendo proprietário de seu imóvel e, o adquirente
passa a ser proprietário da servidão. 
Cabe ao proprietário dizer se ela é definitiva ou temporária, podendo ainda
dizer qual é o conteúdo protetivo dela, qual a ação de proteção ambiental que será
realizada. A lei traz um conteúdo mínimo. Nas ÁREAS DE PRESERVAÇÃO
PERMANENTE e no PERCENTUAL MÍNIMO DE INSTITUIÇÃO DE RESERVA, NÃO
é possível a instituição de servidão ambiental, pois tais áreas já estão protegidas.
Tudo isto consta da Lei 6.938/81. Vide art. 9º-A:
Art. 9o-A. O proprietário ou possuidor de imóvel, pessoa natural
ou jurídica, pode, por instrumento público ou particular ou por termo
administrativo firmado perante órgão integrante do SISNAMA, limitar
o uso de toda a sua propriedade ou de parte dela para preservar,
conservar ou recuperar os recursos ambientais existentes, instituindo
servidão ambiental. (...) § 2o A servidão ambiental não se aplica às
Áreas de Preservação Permanente e à Reserva Legal mínima
exigida.5 
5 Enunciado – MPF: A servidão ambiental não poderá incidir sobre a área de reserva legal mínima
exigida e implicará restrição equivalente ou superior àquela que lhe for imposta. CERTO. Isto decore
da literalidade do §2º do art. 9º-A: a SA não se aplica às APP e à Reserva Legal Mínima exigida.
34
§ 3o A restrição ao uso ou à exploração da vegetação da área sob
servidão ambiental deve ser, no mínimo, a mesma estabelecida
para a Reserva Legal. (...) 
§ 5o Na hipótese de compensação de Reserva Legal, a servidão
ambiental deve ser averbada na matrícula de todos os imóveis
envolvidos 
§ 6o É vedada, durante o prazo de vigência da servidão
ambiental, a alteração da destinação da área, nos casos de
transmissão do imóvel a qualquer título, de desmembramento ou
de retificação dos limites do imóvel. (TUDO Incluído Lei 12.651, de
2012).
Constituída uma servidão ambiental perpétua ou temporária, aquele que
adquire o imóvel ou qualquer parte de eventual desmembramento dela, deve
respeitar os termos (propter rem). O Código Florestal (Lei 12.651/12) revogado
previa uma servidão florestal, ligada apenas aos recursos florestais, isto é, bem
mais restrita que esta. Ela foi extinta e convertida em servidão ambiental, nos
termos do §7º deste artigo:
§ 7o As áreas que tenham sido instituídas na forma de servidão
florestal, nos termos do art. 44-A da Lei n o 4.771, de 15 de setembro
de 1965, passam a ser consideradas, pelo efeito desta Lei, como de
servidão ambiental.
É o art. 9º-B que possibilita a forma desta servidão:
 Art. 9o-B. A servidão ambiental poderá ser onerosa ou
gratuita, temporária ou perpétua.
35
§ 1o O prazo mínimo da servidão ambiental temporária é de 15
(quinze) anos.6 
§ 2o A servidão ambiental perpétua equivale, para fins creditícios,
tributários e de acesso aos recursos de fundos públicos, à Reserva
Particular do Patrimônio Natural - RPPN, definida no art. 21 da Lei n o
9.985, de 18 de julho de 2000.
A lei 9.985/00 é a Lei das Unidades de Conservação, sendo a unidade de
conservação uma espécie de espaço ambiental protegido. Uma servidão ambiental
perpétua para fins de obtenção de crédito vale como uma Reserva Particular do
Patrimônio Natural (unidade de conservação do tipo uso sustentável) que é uma
das doze modalidades de unidades de conservação:
§ 3o O detentor da servidão ambiental poderá aliená-la, cedê-la
ou transferi-la, total ou parcialmente, por prazo determinado ou em
caráter definitivo, em favor de outro proprietário ou de entidade
pública ou privada que tenha a conservação ambiental como fim
social.
Importante! A negociação de servidões pode se dar até no mercado de
capitais. 
3.14. Penalidades disciplinares
As penalidades disciplinares são sanções administrativas impostas pelos
órgãos ambientais com o intuito de PREVINIR, INIBIR e de CORRIGIR as infrações
ambientais, que são todas as ações ou omissões que violem as regras jurídicas de
6 Enunciado – MPF: A servidão ambiental é um instrumento por meio do qual o proprietário institui
restrição ao uso ou à exploração da vegetação de uma área por prazo determinado de pelo menos 15
(quinze) anos. ERRADO. A servidão também poderá ser perpétua. Quando for temporária, o prazo
será determinado e o mínimo efetivamente é de 15 (quinze) anos.
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uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente, nos termos do
caput do art. 70 da Lei n. 9.605/98.
Tendo como base o poder de polícia conferido aos servidores dos órgãos
integrantes do SISNAMA e os Agentes de Capitanias dos Portos, essas foram
disciplinadas pela referida lei:
Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as seguintes
sanções, observado o disposto no art. 6º:
I - advertência;
II - multa simples;
III - multa diária;
IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora,
instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer
natureza utilizados na infração;
V - destruição ou inutilização do produto;VI - suspensão de venda e fabricação do produto;
VII - embargo de obra ou atividade;
VIII - demolição de obra;
IX - suspensão parcial ou total de atividades;
X – (VETADO)
XI - restritiva de direitos.
§ 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações,
ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as sanções a elas cominadas.
§ 2º A advertência será aplicada pela inobservância das disposições
desta Lei e da legislação em vigor, ou de preceitos regulamentares, sem
prejuízo das demais sanções previstas neste artigo.
§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por
negligência ou dolo:
I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de
saná-las, no prazo assinalado por órgão competente do SISNAMA ou
pela Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha;
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II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da
Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha.
§ 4° A multa simples pode ser convertida em serviços de preservação,
melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente.
§ 5º A multa diária será aplicada sempre que o cometimento da
infração se prolongar no tempo.
§ 6º A apreensão e destruição referidas nos incisos IV e V
do caput obedecerão ao disposto no art. 25 desta Lei.
§ 7º As sanções indicadas nos incisos VI a IX do caput serão aplicadas
quando o produto, a obra, a atividade ou o estabelecimento não
estiverem obedecendo às prescrições legais ou regulamentares.
§ 8º As sanções restritivas de direito são:
I - suspensão de registro, licença ou autorização;
II - cancelamento de registro, licença ou autorização;
III - perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais;
IV - perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento
em estabelecimentos oficiais de crédito;
V - proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de
até três anos.
Art. 73. Os valores arrecadados em pagamento de multas por infração
ambiental serão revertidos ao Fundo Nacional do Meio Ambiente,
criado pela Lei nº 7.797, de 10 de julho de 1989, Fundo Naval, criado
pelo Decreto nº 20.923, de 8 de janeiro de 1932, fundos estaduais ou
municipais de meio ambiente, ou correlatos, conforme dispuser o órgão
arrecadador.
Art. 74. A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico,
quilograma ou outra medida pertinente, de acordo com o objeto jurídico
lesado.
Art. 75. O valor da multa de que trata este Capítulo será fixado no
regulamento desta Lei e corrigido periodicamente, com base nos índices
estabelecidos na legislação pertinente, sendo o mínimo de R$ 50,00
(cinqüenta reais) e o máximo de R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões
de reais).
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Art. 76. O pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios,
Distrito Federal ou Territórios substitui a multa federal na mesma
hipótese de incidência.
Atualmente, a matéria encontra-se regulamentada pelo Decreto n. 6.514/08
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	1. Sistema Nacional do Meio Ambiente: Formado pelo conjunto de órgãos e instituições dos diversos níveis do Poder Público, incumbidos da proteção ambiental e da implementação da Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA.
	3. Estrutura do SISNAMA: Art. 6º da Lei 6.938/81, tendo a seguinte disposição, sendo que, por ser um sistema nacional, não detém personalidade jurídica:
	4. SISNAMA e a gestão do meio ambiente: O SISNAMA exerce a tutela ambiental por meio dos seus órgãos executores federais (IBAMA e ICMBIO), estaduais e municipais, em compasso com as normas legais e regulamentares (expedidas pelo CONAMA), sem embargo da administração ambiental setorizada, tal como na área de recursos hídricos, a ser realizada por órgãos específicos criados para tal fim (Sistema Nacional de Recursos Hídricos).
	5. Política nacional do meio ambiente: Trata-se das diretrizes gerais estabelecidas na lei que têm o objetivo de harmonizar e de integrar as políticas públicas de meio ambiente dos entes federados, procurando torná-las mais efetiva, por meio de instrumentos tratados na própria lei, tendo como vetor a promoção do desenvolvimento sustentável.

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