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DIGESTÃO, ABSORÇÃO E DEGRADAÇÃO DOS CARBOIDRATOS – VIA GLICOLÍTICA Os carboidratos constituem a princial fonte de energia para os animais. Embora apresentem menos energia do que os lipídeos, por apresentarem menos ligaões C-C e C-H, suas unidades básicas são mais solúveis na corrente sangüínea e, conseqüentemente, mais rapidamente absorvidos, distribuídos e degradados no organismo. Digestão dos Carboidratos Os principais carboidratos da dieta são de origem animal (glicogênio) ou vegetal (amido). O amido é composto de duas frações estruturais, a amillose, de cadeia linear, e amilopectina, com ramificação. A α-1,6 α-1,4 O O H H H OH OH H OH H OH O O H H H OH OH H OH H OH O 4 O H H H O OH H OH H OH O 1H H H OH H OH H CH2 6 O O 1H H H OH H OH H OH O OH H H H OH H OH H OH Local de ação da α-amilase B � � � O amido e/ou o glicogênio sofrem a ação da α-amilase. Durante o processo de mastigação, o amido do alimento sofre a ação da α-amilase salivar, também conhecida como ptialina (do grego, ���α� �� �saliva), que atua brevemente, pois precisa de um pH neutro a levemente alcalino e é inativada após a deglutição pelo pH ácido do estômago. Os carboidratos são os únicos componentes da dieta cuja degradação tem início na boca. A degradação mais intensa da do amido (e glicogênio) da dieta ocorre mesmo no intestino delgado, pela ação das amilases pancreáticas. A ação dessas amilases resulta na quebra do amido (fig. 9.1) em oligosídeos menores (fig. 9.2-A). Os Fig. 9.1. Estrutura do amido (A), mostrando as cadeias laterais e seus pontos de ramificação; abaixo, as ligações glicosídicas encontradas no amido, as lineares (α-1,4) e a ramificação (α-1,6). oligosídeos são constituídos, em sua maior parte de maltotrioses, com três unidades de glucose, maltose e isomaltose com duas unidades de glucose ligadas por laços glicosídicos α-1,4 e α-1,6, respectivamente. Os oligosídeos maltose e isomaltose, juntamente com outros dissacarídeos não derivados do amido, tais como sacarose e lactose, são hidrolisados por enzimas ligadas à membrana celular de células da mucosa intestinal, glicoamilase, isomaltase, sucrase e lactase (fig. 9.2-B). � O H H H OH OH H OH H CH2 OH O O H H H OH H OH H CH2 OH OH Maltose A ���� O H H H OH OH H OH H CH2 O OH O H H H OH OH H OH H CH2 OH Isomaltose � � Dextrinas do amido Isomaltose Maltose Lactose Sacarose Celulose Amido Lactose Sacarose Celulose ESTÔMAGO Pâncreas Baixo pH interrompe ação da amilase salivar �-Amilase pancreática Isomaltose Maltose Lactose Sacarose Enzimas ligadas à membrana celular da mucose (Isomaltase, glicoamilase lactase, sucrase) Glicose Frutose galactose Celulose B INTESTINO DELGADO � Absorção dos Carboidratos 1. Cotransporte Fig. 9.2. (A) Produto da degradação do amido/glicogênio pela amilase pancreática maltose e isomaltose. (B) Esquema da digestão dos carboidratos em humanos, com seus respectivos produtos de degradação A maior parte dos açúcares são absorvidos pelo duodeno e o jejuno superior. Cada monossacarídeo tem seu mecanismo próprio de absorção. A galactose e a glucose são transportadas nas células da mucosa por um processo ativo, que requer energia e envolve uma proteína de transporte específica e exige uma captação simultânea de íons sódio. Este tipo de transporte ocorre ocorre sem a hidrólise direta do ATP. Em vez disso, é acoplado ao fluxo de íons contra seu gradiente eletroquímico. A glicose é bombeada para dentro da célula concomitante à entrada de Na+ (fig. 9.3). O íon sódio e a glicose ligam-se a uma proteína transportadora específica e entram juntos. Este tipo de movimento das duas substâncias recebe o nome de cotransporte. A este tipo de proteína dá-se o nome de simporte, porque esta carreia as duas substâncias no mesmo sentido, enquanto que um antiporte as transporta em sentidos opostos. Os íons sódio que entram junto com a glicose são bombeados para for a novamente pela enzima Na+-K+ ATPase (fig.9.3). A glicose absorvida pelas células de borda-em- escova das microvilosidades é libera por difusão ela parte basal das mesmas, e é transporta pelo sistema porta de circulação sanguínea para ser distribuído nos tecidos. {Na + + Glicose Glicose Na+ Na+ ATP ADP Na -K- ATPase + + Simporte � 2. Transporte facilitado Após a absorção pelo intestino e liberação na corrente sanguínea, a glicose não pode se difundir diretamente para as células, mas pode penetrar através de um mecanismo, o transporte facilitado, que é mediado por uma família de pelos menos cinco transportadores de glicose na membrana, denominados GLUT-1, -2, -3, -4 e -5. Estes transportadores são proteínas que, embora tenha grande semelhança na seqüência de aminoácidos de cadeia polipeptídica, apresentam diferenças em seus padrões de expressão tecidual. O GLUT-1, por exemplo é abundante nas hemácias, porém pouco nos músculos. O GLUT-4 é abundante no tecido adiposo e músculos esqueléticos. O número de atividade de GLUT-4 no tecido adiposo e músculo esquelético é aumentado pela insulina. Na difusão facilitada, o movimento da glicose está “a favor” de seu gradiente de concentração, ou seja, de uma elevada concentração de glicose fora da célula para uma concentração menor dentro da célula. Supõe-se que exista um transportador na membrana com dois estados de conformação. A glicose extra celular Fig. 9.3. Esquema do gradiente de Na+ que dirige o transporte ativo da glicose. Este sistema de simporte está presente nas presente nas membrana citoplasmática das células intestinais e renais. liga-se ao transportador, que então altera sua conformação, liberando a glicose dentro da célula (fig. 9.4). Glicose GLUT GLUT � Degradação da Glicose A glicose, após ser absorvida, sofre um processo de degradação efetuado por uma seqüência de reações enzimáticas denominada via glicolítica ou glicólise. O produto final da glicólise são duas moléculas de três carbonos, o ácido pirúvico (ou piruvato) (fig. 9.5) decorrente da quebra da glicose. C C CH3 O OH O C C CH3 O O- O + H+ Ácido pirúvico Piruvato 1. As reações da glicólise A conversão da glicose em piruvato ocorre em dois estágios. O primeiro, constituído das primeiras cinco reações, ocorre com um custo energético para a célula, onde a glicose e os intermediários seguintes são fosforilados com gasto de ATP, que é convertido a ADP doando um grupo fosfatos àqueles compostos. As reações do segundo estágio constuem um estágio de geração de energia, com um saldo de duas moléculas de ATP por molécula de glicose metabolizada. Duas moléculas de NADH são formadas quando o piruvato é produzido, enquanto que o NADH é reconvertido a NAD+ quando lactato (ou etanol) é produzido a partir do piruvato. 1.1. Fosforilação da glicose A glicose é fosforilida irreversivelmente, por meio de uma hexoquinase, na forma de glicose-6-fosfato a qual não se difunde através da membrana para Fig. 9.4. Representação esquemática do transporte facilitado da glicose através da membrana celular, através do transportador de glicose (GLUT). fora da célula, por não existirem transportadores específicos para estes compostos fosforilados e a sua carga elétrica negativa, tal qual a carga predominante na superfície interna da membrana citoplasmática, a repele para o interior do célula. Os mamíferos possuem várias isoenzimas de hexoquinase quecatalisam a fosforilação da glicose em glicose-6-fosfato: O H H H H OH OH H OH OH CH2 OH O H H H H OH OH H OH OH CH2 O P O O- O- ATP ADP Hexoquinase ou Glucoquinase Fig. 9.5. Fase endergônica: fosforilação da glicose 1.1.1. Hexoquinase: catalisa a fosforilação da glicose na maioria dos tecidos e é uma das três enzimas regulatórias da glicólise (vide regulação da glicólise) e apresenta as seguintes características: a) Ampla especificidade e inibição pelo produto: A hexoquinase tem uma ampla especificidade, podendo fosforilar várias hexoses além da glicose e é inibida pelo seu produto, a glicose-6-P, que se acumula na célula quando o metabolismo deste composto está baixo. b) Propriedades cinéticas: Possui um KM baixo, isto é, uma alta afinidade pelo substrato (a glicose), permitindo uma fosforilação eficiente da glicose mesmo quando esta está em baixas concentrações nos tecidos. 1.1.2. Glicoquinase: Ocorre no fígado e nas células beta do pâncreas, onde é a enzima predominante para a fosforilação da glicose, é também conhecida como hexoquinase D ou tipo IV. A glicoquinase difere da hexoquinase por precisar de uma concentração muito maior de glicose para atingir metade da saturação. Isto é, apresenta um KM muito mais alto que o da hexoquinase. Assim, a glicoquinase só funciona quando a concentração intracelular de glicose está elevada. Isto ocorre durante um breve período após a ingestão de uma refeição rica em carboidratos. A glucoquinase não é inibida pelo seu produto de reação, glicose-6-fosfato. A quantidade de glicoquinase aumenta com dietas ricas em carboidratos e por insulina. Tabela 9.1. Propriedades da hexoquinase e da glucoquinase Hexoquinase Glicoquinase Distribuiçãno nos tecidos KM Vmáx Glicemia mínima Inibição pela glicose-6-P Maioria dos tecidos Baixo (0,1 mmol/L) Baixa 2 mg%∗ Sim Fígado e células-beta Alto∗∗(10 mmol/L) Alta 200 mg%∗ � Não ∗mg% = miligramas de glicose por 100 mL de plasma; a glicemia normal no jejum é 70-90 mg% ou cerca de 5 mmol/L. ∗∗A velocidade da glicoquinase mostra uma curva sigmóide em função da concentração de glicose, o que indica se tratar de uma enzima alostérica. Portanto, ao invés do termo KM, deve- se usar o termo “meia saturação”. 1.2. Isomerização da glicose-6-fosfato A isomerização da glicose-6-fosfato (uma aldose fosfatada) em frutose-6- fosfato (uma cetose fosfatada) é catalisada pela fosfoglicose isomerase (Fig. 9.6). É uma reação reversível, não sendo uma etapa limitante ou reguladora da glicólise. Esta reação propicia a quebra simétrica da hexose em uma das etapas subseqüentes. O O H OH OH H H OH H OH P O OH OH O OH H H OH H OH O OH P O OH OH Fosfoglicose isomerase Fig. 9.6. Isomerização da glicose-6-P (uma aldose) em frutose-6-P (uma cetose). Representação em projeção de Fischer (A) e piranosídica/furanosídica (B). Glicose-6-P Frutose-6-P O OH H H H OH OH H OH H CH2O PO OH OH O CH2 OH H OH OH H CH2 H O OHPO OH OH Fosfoglicose isomerase A B 1.3. Fosforilação da frutose-6-fosfato A frutose-6-fosfato é fosforilada numa etapa irreversível pela fosfofrutoquinase-1. Esta enzima é o ponto determinante do controle da viaglicolítica e da gliconeogênese (a ser estudada posteriormente). Sua atividade, nos mamíferos, é controlada pela ação da insulina e do glucagon. O CH2 OH H OH OH H CH2 H O OHPO OH OH ATP ADP Fosfofrutoquinase O CH2 OH H OH OH H CH2 H O OPO OH OH P O OH OH Frutose-6-fosfato Frutose-1,6-bifosfato Fig.9.7. Fosforilação da frutose-6-P, em frutose-1,6-bifosfato, pela fosfofrutoquinase. � � � � � � � � � � � 1.3.1. A regulação da fosfofrutoquinase-1: A regulação da fosfoglucoquinase-1 se dá por meio de um efetor, a frutose-2,6-bifosfato, derivado da glicose-6- fosfato e produzido por uma enzima de atividade dupla, constituída de duas subunidades, uma subunidade “ativadora”, a fosfofrutoquinase-2 (PFK-2) e uma subunidade “desativadora”, a fosfofrutobifosfatase-2 (PBP-2). A PFK-1 tem a sua atividade potencializada pela presença da frutose-2,6-bifosfato, que se liga a um sítio específico da enzima, aumentando a atividade da mesma. Outra fator regulador dessa enzima é a concentração de ATP da célula. 1.3.1.1. A fosfofrutoquinase-2 (PFK-2): A PFK-2 é uma enzima diferente da PFK-1, por está em tandem (acoplada) com uma enzima com atividade oposta a esta, a fosfofrutobifosfatase-2 (PBP-2). Estas enzimas têm suas atividades controlada pela proteína quinase A (PK-A), que as fosforila colocando um grupo fosfato num resíduo específico de serina. A PFK-2 fosforilada passa do estado inativo para o ativo; a PBP-2, do ativo para o inativo. A PK-A é estimulada pela insulina. Uma fosfatase, estimulada pelo glucagon, retira os grupamentos fosfatos desativando a PFK-2 e ativando a PBP-2, que por sua vez, retira o fosfato do carbono 2 da frutose-2,6-bifosfato, o que leva a diminuição da atividade da PFK- 1. Insulina Glucagon Proteínas quinases PK-A 2ATP 2 ADP PFK-2 inat PBP-2 ativ PFK-2 ativ PBP-2 inativ PK-A P P 2Pi PFK-2 ativ PBP-2 inativ PFK-2 ativ PBP-2 inativ P P Fosfatase Fosfatase ATP ADP O CH2 OH H OH OH H CH2 H O OHPO OH OH O CH2 O H OH OH H CH2 H O OHPO OH OH P O OH OH Fig. 9.8. Controle da atividade da fosfofrutoquinase-2 (PFK-2) e fofofrutobifosfatase-2 (PBP-2), ativadaspela ação dainsulinae do glucagon, respectivamente � 1.3.1.2. Nível de energia da célula: A PFK-1 é inibida quando a concentração de ATP está alta e pela presença de citrato (ácido cítrico), que aumenta o efeito inibidor do ATP. Tanto a concentração de ATP como o ácido cítrico são indicadores de que o nível de energia na célula está alto. A PFK-1 também é inibida por H+, quando o nível de ácido láctico está alto na célula. O excesso do ácido láctico nos tecidos provoca um aumento da acidez do sangue (acidose). 1.4. Clivagem da frutose-1,6-bifosfato A aldolase A cliva a frutose-1,6-bifosfato em dihidroxicetona-fosfato e gliceraldeído-3-fosfato, numa reação reversível e sem regulação (fig. 9.9). O CH2 OH H OH OH H CH2 H O OPO OH OH P O OH OH Aldolase CH2 C CH2 OH O O P O OH OH C CH CH2 OH OH O P O OH OH O dihidroxicetona-fosfato gliceraldeído-3-fosfato Fig. 9.9. Ação da aldolase sobre a frutose-1,6-bifosfato produzindo dihidroxicetona-fosfato e gliceraldeído-3-fosfato. Triose-fosfato isomerase � 1.5. Isomerização da dihidroxicetona-fosfato A dihidroxicetona-fosfato é convertida a gliceraldeído e vice-versa pela triose-fosfato isomerase. A dihidroxicetona-fosfato deve ser isomerizada a gliceraldeído para que se dê continuidade à seqüência glicolítica, que só ocorre a partir do gliceraldeído-3-fosfato. Logo, a clivagem da aldolase resulta efetivamente em duas moléculas de gliceraldeído (fig. 9.9). 1.6. Oxidação do gliceraldeído-3-fosfato Como dito no item anterior, as reações subseqüentes ocorrem a partir do gliceraldeído-3-fosfato. Este se oxida a 1,3-bifosfoglicerato, um acil fosforilado de alta energia, pela enzima gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase; esta é a primeira reação de oxidação/redução da via glicolítica (fig.9.10). Nesta reação, participam um grupo fosfato inorgânico (Pi) e a coenzima NAD+, que recebe os elétrons e o hidrogênio retirados do gliceraldeído pela enzima, convertendo-se em NADH. O NADH tem que ser oxidado novamente a NAD+ para continuar recebendo mais elétrons dos processos oxidativos da célula. O NADH volta a NAD+ por dois processo: (1) oxidação do piruvato a ácido láctico e (2) cadeia respiratória (transportadora de elétrons). C CH CH2 H OH O P O O- O- O gliceraldeído-3-fosfato 1,3-bifosfoglicerato NAD++ Pi NADH C CH CH2 O OH O P O O- O- O P O O- O- Fig. 9.10. Oxidação do gliceraldeído-3- fosfato pela gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase. Nesta reação, o grupo carbonila do gliceraldeído doa o átomo de hidrogênio para o NAD+ e o carbono da carbonila liga-se a um grupamento fosfato formando acil fosforilado de alta energia. gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase 1.7. Formação de ATP a partir do 1,3-bifosfoglicerato O 1,3-bifosfoglicerato (1,3-BPG) é um composto cuja hidrólise do grupo fosfato em C-1 libera energia livre muito alta, cerca de -49,3 kJ/mol (-11,8 kcal/mol), o suficiente para formar um ATP, cuja reação de formação requer +30,5 kJ/mol (+7,3 kcal/mol). A hidrólise do 1,3-BPG (fig. 9.11) é realizada pela enzima fosfoglicerato quinase, que hidrolisa o fosfato do C-1 transferindo-o para um ADP produzindo ATP. � C CH CH2 O OH O P O O- O- O P O O- O- ADP + H2O ATP fosfoglicerato quinase 1,3-bifosfoglicerato 3-fosfoglicerato C CH CH2 OH OH O P O O- O- O 1,3-bifosfoglicerato + H2O 3-fosfoglicerato + Pi -49,3 kJ/mol (-11,8 kcal/mol) ADP + Pi ATP +30,5 kJ/mol (+7,3 kcal/mol) 1,3-bifosfoglicerato + H2O + ADP ATP + 3-fosfoglicerato -18,8 kJ/mol (-4,5 kcal/mol) A B Fig. 9.11. Formação de ATP a partir da hidrólise do 1,3-bifosfoglicerato pela fosfoglicerato quinase (A) e balanço energético da reação (B). � � 1.8. Formação do 2-fosfoglicerato O 3-fosfoglicerato é pouco energético para formar ATP. Para que isso ocorra, é necessário que o 3-fosfoglicerato se transforme num composto mais energético, uma vez que o fosfato no carbono 3 é menos reativo. Uma das etapas de se obter um composto com maior nível é a transferência do fosfato para o carbono 2 do glicerato, o que é realizado pela fosfoglicerato mutase (fig. 9.12). C CH CH2 OH O O P O O- O- OH C CH CH2 OH OH O P O O- O- O Fosfogliceromutase 3-fosfoglicerato 2-fosfoglicerato Fig. 9.12. Formação do 2-fosfoglicerato a partir do 3-fosfofoglicerato pela fosfogliceromutase � � 1.9. Formação do fosfoenolpiruvato A partir do 2-fosfoglicerato, dá-se a formação de um composto de alto nível de energia, que é o fosfoenopiruvato (PEP), resultante da retirada de uma molécula de água pela enolase. A hidrólise do PEP libera uma energia livre de -61 kJ/mol (-14,6 kcal/mol). Com a saída da molécula de água há a saída de um átomo de oxigênio, aumentando a enegia da molécula resultante (PEP) C CH CH2 OH O O P O O- O- OH C C CH2 OH O O P O O- O- H2O H2O Enolase 2-fosfoglicerato fosfoenolpiruvato (PEP) Fig. 9.13. Formação do fosfoenolpiruvato a partir da retirada de uma moécula de água do 2-fosfoglicerato. 1.10. Formação de ATP a partir do PEP A hidrólise do fosfoenolpiruvato pela piruvato quinase, semelhante à hidrólise do bifosfoglicerato, é uma reação exergônica com liberação de 61 kJ/mol (14 kcal/mol), que é acoplada à fosforilação do ATP, que consome 30,5 kJ/mol (7,3 kcal/mol). C C CH2 O- O O P O O- O- ADP + H2O ATP piruvato quinase C C CH3 O- O O fosfoenolpiruvato piruvato A B fosfoenolpiruvato + H2O piruvato + Pi -49,3 kJ/mol (-11,8 kcal/mol) ADP + Pi ATP +30,5 kJ/mol (+7,3 kcal/mol) fosfoenolpiruvato + H2O + ADP ATP + piruvato -18,8 kJ/mol (-4,5 kcal/mol) Fig. 9.14. Formação de ATP a partir da hidrólise do fosfoenolpiruvato pela piruvato quinase (A) e balanço energético da reação (B). � Insulina Glucagon P ATP ADP Proteína quinase Pi Proteína quinase Fosfatase Fosfatase Piruvato quinase fosforilada (menor atividade) Piruvato quinase desfosforilada (maior atividade) Alto nível de açúcar no sangue Piruvato quinase fosforilada (menor atividade) Baixo nível de açúcar no sangue Fosfoenolpiruvato + ADP Piruvato + ATP Frutose-1,6- bifosfato ATP Alanina + - Fig. 9.14. Regulação da atividade da piruvato quinase. Em condições de nível de glicose elevado, a insulina ativa uma fosfatase que remove um grupamento fosfato da piruvato quinase, que passa do estado de menor para o de maior atividade; com baixo nível de açúcar no sangue, o glucagon ativa uma proteína quinase específica que fosforila a piruvato quinase, levando-a para o estado de menor atividade. O nível de frutose-1,6 bifostato tem ação ativadora na enzima, enquanto que altos níveis de ATP e alanina têm ação repressora.
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