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ESTUDOS ORIENTADOS - LÍNGUA PORTUGUESA

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Unidade de Educação a Distância 
 
 
 
Estudos orientados - Língua Portuguesa 
 
 
 Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mírian Lúcia Brandão Mendes 
 
 
 
 
 
BELO HORIZONTE / 2013 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 
 
ESTRUTURA FORMAL DA UNIDADE DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
 
 
 
REITOR 
JOAO PAULO BARROS BELDI 
 
VICE-REITORA 
JULIANA SALVADOR FERREIRA DE MELLO 
 
COORDENAÇÃO GERAL 
SINARA BADARO LEROY 
 
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA 
FERNANDA MACEDO DE SOUZA ZOLIO 
RIANE RAPHAELLA GONÇALVES GERVASIO 
 
AUXILIAR PEDAGÓGICO 
FABÍOLA MARIA FERREIRA 
MARÍLIA RODRIGUES BARBOSA 
 
DESIGNER INSTRUCIONAL 
JUCÉLIA SOARES COELHO 
EQUIPE DE WEB DESIGNER 
CARLOS ROBERTO DOS SANTOS JÚNIOR 
FILIPE AFONSO CALICCHIO SOUZA 
GABRIELA SANTOS DA PENHA 
LUCIANA REGINA VIEIRA 
 
REVISORA DE TEXTO 
MARIA DE LOURDES SOARES MONTEIRO RAMALHO 
 
SECRETARIA 
LUANA DOS SANTOS ROSSI 
MARIA LUIZA AYRES 
 
MONITORIA 
ELZA MARIA GOMES 
 
AUXILIAR ADMINISTRATIVO 
MARIANA TAVARES DIAS RIOGA 
THAYMON VASCONCELOS SOARES 
 
AUXILIAR DE TUTORIA 
FLÁVIA CRISTINA DE MORAIS 
MIRIÃ NERES PEREIRA 
VANESSA OLIVEIRA BARBOSA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 
Legenda 
 
 
 
 
 
Nosso Tema 
 
 
 
 
 
Síntese 
 
Referências Bibliográficas 
 
 
 
 
 
 
Saiba mais 
 
 
 
 
 
 
Reflexão 
 
 
 
 
Material complementar 
 
 
Atividade 
 
 
 
 
Dica 
 
 
 
 
 
Importante 
 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 
 
Sumário 
 
Unidade 1: Leitura e escrita no Ensino Superior ........................................................ 9 
 
Unidade 2: Gêneros textuais ............................................................. .......................28 
 
Unidade 3: A organização do texto ..........................................................................46 
 
Unidade 4: A coerência e coesão textuais ...............................................................60 
 
Unidade 5: Produção de texto ..................................................................................84 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
 
 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton Página | 6 
 
Nosso Tema 
 
 
Prezado (a) aluno (a), 
Com o propósito de oferecer um Ensino Superior de qualidade, a Coordenação Geral dos Cursos de 
EaD do Centro Universitário Newton, com o apoio institucional, elaborou a disciplina “Estudos 
Orientados em EaD – Língua Portuguesa”, especialmente dirigida a você, que está ingressando no 
Ensino Superior, tendo em vista enriquecer seu desempenho nas atividades ligadas à Língua 
Portuguesa. 
 
Visa a uma formação mais coerente com as necessidades do mercado, pois, comunicar-se de forma 
precisa é fundamental nas mais diversas atividades, seja na elaboração e exposição de projetos, até 
mesmo na participação em processos seletivos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Você sabe, certamente, que as questões de Conhecimentos Gerais do Enade compreendem o 
conhecimento da nossa língua, além disso, mesmo na parte específica, as técnicas de interpretação, 
sumarização e redação auxiliam a compreensão das questões e, também, o desenvolvimento das 
respostas. 
 
Clique no link a seguir e veja esta 
reportagem que mostra como 
candidatos perdem vagas por erros 
de português! 
 
http://g1.globo.com/bom-dia-
brasil/noticia/2012/04/pesquisa-revela-
que-candidados-perdem-vaga-por-erros-
de-portugues.html 
 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
 
 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton Página | 7 
 
Fique atento (a) para o que se segue. Nesta disciplina, como você vai perceber, as atividades 
ocorrerão por meio do Portal Universitário, são obrigatórias e serão avaliadas para que você sinta o 
seu progresso ao realizá-las. 
 
Queremos participar de seu sucesso, mas sabemos que não há receitas mágicas e conselhos 
infalíveis para a escrita de um bom texto. Entretanto, é fato que quem lê melhor aprende a pensar 
melhor e a escrever com mais espontaneidade. Por isso acreditamos, também, que muito pode 
ser aperfeiçoado nesse sentido. Por esta razão, a nossa proposta é provocar você, jovem graduando, 
para uma reflexão sobre a leitura e o texto escrito. 
 
Contamos com você nesta caminhada. Estaremos sempre junto de você e torcendo por seu sucesso ! 
Qualquer dúvida, entre em contato com a monitoria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
 
 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton Página | 8 
 
 
Reflexão 
 
 
Para iniciar, gostaríamos de levar você a refletir sobre a leitura respondendo a algumas perguntas . 
 
 Como se deu a sua formação enquanto leitor? 
 Quanto do seu tempo é reservado para a leitura? 
 Você gosta de ler? 
 Qual é sua leitura preferida? Como você vê a leitura na sociedade? 
 Você acha que a leitura pode modificar a vida de alguém? 
 
E, então, o que você concluiu? Veja: o indivíduo não pode ser completo quando ele não sabe ler e 
interpretar as situações que o rodeiam. Leitura não significa simplesmente decifrar o que os textos 
nos apresentam, é muito mais. Significa perceber tudo que acontece no nosso cotidiano: as 
conversas entre amigos, a fala do professor, a interpretação de um filme, entre várias outras 
situações. 
 
Pesquisas mostram que a pessoa que não possui o hábito da leitura, quando lê sente dificuldade 
para fazer uma análise, apresenta menos facilidade para se relacionar, se expressar no convívio 
social e profissional, além de tornar-se pobre de vocabulário. Ainda que quanto mais pratiquemos a 
leitura mais informações estão a nossa disposição , imperioso se faz continuar essa busca incessante 
pelo conhecimento, por abrir horizontes. A leitura deve tornar-se hábito, vício, deleite, e prazer, visto 
que ela favorece o pensar, o querer e o sentir. A leitura estimula, inspira e provoca a inteligência. 
 
A arte de ler e escrever foi durante muitos anos 
monopólio sagrado de pequenas elites. Por volta de 
1750, no amanhecer da Revolução Industrial, haviam 
decorrido quase 5 mil anos sobre o aparecimento dos 
primeiros rudimentos da arte da escrita. Contudo, mais 
de 90% da população mundial não tinham acesso a 
essa arte. A leitura não era domínio de todas as 
pessoas, apenas uma minoria privilegiada podiadesvendar o mistério dos símbolos que envolvem as 
letras e a escrita. Fonte: Disponível em: http://verdadeumfato.blogspot.com.br/2010/06/
verdade-sobre-biblia.html 
Acesso em: 29/07/2013 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
 
 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton Página | 9 
 
Hoje, porém, a leitura é considerada um dos meios mais eficazes para o desenvolvimento da 
aprendizagem permitindo romper barreiras educacionais. 
 
O cidadão é alguém que chega à vida adulta capacitado a ler e entender manuais, embalagens de 
produtos, relatórios, poesias, formulários, gráficos, tabelas, artigos de jornal e todas as outras formas 
da escrita cotidiana. 
 
Que técnico não necessita ler um 
manual ao instalar uma máquina; a 
dona de casa, ao instalar um 
aparelho eletrônico; a criança, ao 
contato com o vídeo game? Existe até 
a necessidade de nos informarmos 
com as bulas contidas nos 
medicamentos. Assim, nada justifica a 
ausência de leitura, pois, em nosso 
cotidiano, ela está presente em todos 
os momentos. 
 
A Internet trouxe-nos uma oportunidade ímpar, pois ela faz com que naveguemos por diversos 
assuntos enriquecendo-nos e proporcionando-nos a capacidade de análise, comparações e 
conclusões.. Com ela, a leitura chega mais facilmente a nossos lares, os livros estão mais acessíveis 
e as informações chegam mais rapidamente ao nosso conhecimento. 
 
As páginas que se seguem levarão você a perceber melhor a importância da leitura e da escrita. 
Então, vamos começar? 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Disponível em: 
http://f.i.uol.com.br/folha/informatica/images/08351342.jpg 
Acesso em: 30/07/2013 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
 
 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton Página | 10 
 
Unidade 1: Leitura e Escrita no Ensino Superior 
 
“Além de saber ler é necessário saber o que se está lendo. [...] Cria-se um leitor quando, depois de 
aprender a ler o que está escrito, aprende-se a ler o não está.” 
(Marina Colasanti) 
1. Conteúdo Didático 
 
Nesta unidade, estudaremos a importância da Leitura e da Escrita no Ensino Superior. Veremos que 
a compreensão de sentido dependerá dos conhecimentos prévios que você tem sobre o assunto que 
está sendo lido. É sobre esse processo de produção de sentido na leitura que falaremos no item 
seguinte. Acompanhe. 
 
1.1 Leitura, inferências, apreensão e compreensão de sentido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sem dúvida, a leitura intensa e criativa põe em ação os sentimentos, a vontade, a memória, a 
imaginação e a inteligência, mas para adentrar em um universo de conhecimento é preciso 
concentrar-se, abrir o livro com dedicação e disposição para dedicar-se à leitura. No Ensino Superior, 
você irá entrar em contato com diversos textos científicos que exigirão uma boa dose de 
Fonte: Disponível em: http://leiturarecomendada.blogspot.com 
Acesso em 17/07/2013 
 
Fonte: Disponível em: 
http://src.odiario.com/Imagem/2013/04/24/m_leitura-cartazaberto-4-
custon.jpg Acesso em:27/07/2013 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
 
 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton Página | 11 
 
concentração e dedicação. Essas o (a) ajudarão a compreender e interpretar os mais diversos tipos 
de textos. 
Entretanto, é importante que a leitura seja feita com um lápis ou uma caneta nas mãos. Tudo que não 
for bem decifrado, ou que agrade a você, merece ser sublinhado, enfatizado, anotado, pois anotar é 
guardar. Aquela citação que nos chama a atenção merece ser lembrada quando precisamos das 
palavras certas para concordar ou discordar de algo. Além disso, anotar torna a leitura reflexiva e útil, 
pois, quando nos faltar a inspiração, bastará nos lembrarmos daquela passagem que foi devidamente 
destacada ou das boas ideias que foram registradas em nosso arquivo de anotações para aproveitá-
las. Se você procurar biografias de grandes pensadores e escritores, dificilmente encontrará algum 
que não tenha mantido um “diário de pesquisa” ou anotações. 
 
 
Mas como compreender melhor um livro ou um texto escrito? 
 
 
Compreender um livro, um texto ou um autor consiste em ler com tranquilidade captando os conceitos 
fundamentais. 
Leia o texto, a seguir, que lhe dará um passo a passo para você realizar uma leitura eficiente. 
 Em qualquer tipo de leitura, há por trás um propósito. 
Se você se depara com um texto acadêmico, seu objetivo é definido pelo seu 
propósito. Geralmente, um entendimento mais detalhado do texto lhe é exigido. 
 
Mas, em linhas gerais, há certas estratégias para se fazer uma leitura eficiente de 
qualquer texto. 
Definido o objetivo ou propósito da leitura, tente seguir estas indicações abaixo: 
 
1ª : VISÃO DE TODO - LEITURA CORRIDA/SUPERFICIAL 
• Observe o leiaute do texto, títulos, imagens, subtítulos, autoria, ou seja, 
elementos periféricos do texto, mas que têm importância para compreendê-
lo. 
• Tente ler o texto sem preocupações, com o simples objetivo de perceber a 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
 
 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton Página | 12 
 
temática do texto. 
• Pergunte-se: "De que trata o texto? Ele é relevante para meus propósitos?" 
2ª : VISÃO DAS PARTES - LEITURA ANALÍTICA 
• Tente detectar as ideias chaves do texto: tese [ponto de vista do autor], 
objetivos, argumentos de defesa, exemplo. 
• Tente extrair as ideias principais de cada parágrafo, separando-as das 
secundárias. 
• Sublinhe as partes principais. 
3ª : VISÃO SINTÉTICA - RECONSTRUÇÃO DA LEITURA 
• Releia as partes sublinhadas. Cada parte deve estar organizada de modo a 
constituir-se em uma unidade de sentido. 
• Monte um texto/resumo com as partes sublinhadas utilizando conectivos e 
acrescentando palavras coesivas para ligar cada ideia do texto. 
• (Re) Leia o seu texto/resumo e compare com o original. 
Obedecendo a essas três etapas de leitura, seu entendimento melhorará a cada dia. 
 
Fonte: Disponível em: http://aprendaaestudar.blogspot.com.br/2009/04/estrategias-para-um-leitura-eficiente.html Acesso em: 
26/07/2013 
 
Ajuda muito, também, se você ler outros livros do mesmo autor, observando, na teoria, a linha de 
raciocínio que ele segue. A leitura conduz ao pensamento e o pensamento conduz à escrita. 
É preciso ler para compreender e, para que a compreensão ocorra, devemos ser capazes de 
estabelecer associações desse texto do momento com outros já lidos, por isso a compreensão é 
também um exercício de convivência sociocultural. Segundo Ângela Kleiman (2004, p. 14), 
A concepção hoje predominante nos estudos de leitura é a de leitura como 
prática social, que na linguística aplicada, é subsidiada teoricamente pelos 
estudos do letramento, nessa perspectiva, os usos da leitura estão ligados 
à situação; são determinados pelas histórias dos participantes, pelas 
características das instituições em que se encontram, pelo grau de 
formalidade ou de informalidade da situação, pelo objetivo da atividade de 
leitura, diferindo segundo o grupos social. 
 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua PortuguesaAutoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
 
 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton Página | 13 
 
 Por essa visão da autora, nota-se que, atualmente, a leitura vem sendo tratada em um novo contexto 
teórico que considera as práticas sob um aspecto crítico e voltado para atividades, sobretudo, 
sociointerativas. 
 
De maneira geral, podemos dizer que compreender é decodificar e inferir. Para compreender, 
partimos dos conhecimentos trazidos pelo texto e dos conhecimentos pessoais para inferir um sentido 
como produto de nossa leitura. Compreender um texto é realizar inferências a partir das informações 
dadas no texto e situadas em contextos mais amplos. Desse modo, pode-se dizer que as inferências 
são aquelas informações que o leitor adiciona ao texto. Não podemos deixar de destacar a sua 
participação ativa, enquanto leitor, para que surja a compreensão do texto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É importante que você apure sua sensibilidade e sua inteligência de leitor para desenvolver a 
capacidade de escrever. Para isso é necessário: 
• ler identificando as ideias do texto; 
• ler percebendo o tipo de texto que está sendo lido e o modo como foi organizado; 
• ler estabelecendo relações entre o que estamos lendo e o que pensamos; 
• ler tirando conclusões sobre o que lemos. 
Depois de ter aprendido alguns pontos chave para uma leitura eficiente, vamos falar sobre a 
escrita, acompanhe. 
 
 
Os conhecimentos prévios exercem uma influência muito 
grande para compreendermos um texto. São estes os 
conhecimentos responsáveis pela nossa compreensão: 
• Conhecimentos linguísticos; 
• Conhecimentos factuais (enciclopédicos); 
• Conhecimentos específicos (pessoais); 
• Conhecimentos de normas (institucionais, culturais, 
sociais); 
• Conhecimentos lógicos (processos). 
 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
 
 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton Página | 14 
 
 1.2. Escrita no Ensino Superior 
 
Sabemos que a escrita é fundamental para o 
exercício de várias profissões. Você já deve ter 
passado por alguma situação em que precisou 
elaborar uma redação no trabalho, ou se 
comunicar com outras empresas, a partir da 
modalidade escrita, de forma clara. 
 
 
No entanto, para muitos, o ato de escrever não é agradável, pois a pouca ou total ausência da escrita 
foi uma das lacunas deixadas pelos ensinos fundamental e médio. Contudo, no ensino superior, a 
produção de textos deve fazer parte da rotina acadêmica. Após a leitura de um poema, de um trecho 
de um romance, de um texto científico, de uma reportagem, ou de um debate, você deve se sentir 
estimulado a elaborar um texto sobre o tema sugerido. 
 
Escrever é parte inerente ao universitário e não costuma 
ser tarefa fácil para ninguém. Normalmente, as pessoas 
"sofrem" muito quando têm que colocar suas ideias no 
papel. 
 
Durante muitos anos, o ensino da língua não se destinou 
à produção, à leitura e à interpretação de textos, mas se 
limitou a exigir do aluno as nomenclaturas gramaticais, 
uma vez que essas são exigidas pelas provas e 
concursos em geral. O resultado de tal postura foi um 
universitário que, muitas vezes, mal sabe escrever e, o 
pior, que pode passar quatro anos na universidade sem 
sabê-lo. 
 
A sociedade exige do profissional, seja ele engenheiro, advogado, jornalista, dentista ou professor, a 
capacidade de passar para o papel os seus estudos, divulgando assim o seu trabalho. Escrever 
significa comunicar-se e todos sabem que, nas empresas e instituições, a comunicação se faz, muito 
mais, por meio da modalidade escrita do que da oral. Para isso, são necessários conhecimentos 
específicos da elaboração da redação, como veremos mais à frente na nossa disciplina. 
Fonte: Disponível em: 
http://blogassuntosdiversos.blogspot.com.br/2012/02
/escrevendo-so-por-escrever.html 
Acesso em: 30/07/2013 
Fonte: Disponível em: 
http://www.revistadigital.com.br/wp-
content/uploads/2012/06/vest.jpg 
Acesso em: 30/07/2013 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
 
 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton Página | 15 
 
No Ensino Superior, além das leituras de textos científicos, você, também, produzirá textos 
acadêmicos (resenha, resumo, artigo científico, relatórios, entre outros), cada um com características 
próprias. Nas unidades que se seguem, falaremos sobre a construção e as particularidades desses 
textos. Para o momento, é importante você saber que, ao redigir um texto, é necessário considerar a 
intencionalidade, pois, de acordo com a intenção toda a estrutura do texto se modifica. 
 
Vamos saber mais sobre esse assunto no próximo item. 
 
 1.2 Linguagem como manifestação do pensamento e os diferentes tipos de 
textos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A linguagem é a atividade humana que, nas representações de mundo que constrói, revela aspectos 
históricos, sociais e culturais. É por meio da linguagem que o ser humano organiza e dá forma às 
suas experiências. Não há ação sem pensamento, assim, a linguagem passa a ser encarada como 
forma de ação, ação sobre o mundo dotada de intencionalidade. O uso da linguagem ocorre na 
interação social e pressupõe a existência de interlocutores1,mas, além do intuito comunicativo, a 
 
1 Interlocutor: cada um dos participantes de um diálogo. 
 
Fonte: Disponível em: http://4.bp.blogspot.com/-LazZGve_m_U/TbEJ4-
ThGiI/AAAAAAAAACk/WICg6fvAAss/s1600/linguagem.jpg 
Acesso em: 30/07/2013 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
 
 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton Página | 16 
 
linguagem deve dar conta, também, das necessidades subjetivas, que se expressam nas palavras, 
nos sentimentos, nas sensações, nas emoções. 
 
São exemplos de diferentes linguagens utilizadas pelo ser humano: as línguas, a pintura, a dança, os 
logotipos, os quadrinhos, os sistemas gestuais, entre outros. Toda produção cultural está fundada na 
linguagem e materializada sob a forma de texto. 
 
Você provavelmente está acostumado a ver a palavra texto. Mas sabe qual o seu conceito? 
Para entendê-lo, pense nas duas seguintes situações: 
 
1) Você foi visitar um amigo que está hospitalizado e, pelos corredores, você vê placas com 
a palavra "Silêncio". 
 
2) Você está andando por uma rua e vê um pedaço de papel, jogado no chão, onde está 
escrito "Ouro". 
 
Em qual das situações uma única palavra pode constituir um texto? 
 
Na situação 1, a palavra "Silêncio" está dentro de um contexto significativo por meio do 
qual as pessoas interagem: você, como leitor das placas, e os administradores do hospital, 
que têm a intenção de comunicar a necessidade de haver silêncio naquele ambiente. Assim, 
a palavra "Silêncio" é um texto. 
 
Na situação 2, a palavra "Ouro" não é um texto. É apenas um pedaço de papel encontrado 
na rua por alguém. A palavra "Ouro", na circunstância em que está, quer dizer o quê? Não 
há como saber. 
 
Mas e se a palavra "Ouro" estiver escrita em um cartaz pendurado nas costas de um 
daqueles homens que ficam nas esquinas do centro das cidades grandes que anunciam a 
compra de ouro?Aí sim, nessa situação, a palavra "Ouro" constitui um texto, porque se 
encontra num contexto significativo em que alguém quer dizer algo para outra pessoa (no 
caso, vender/comprar ouro) e, então anuncia isso. 
 
Texto é, então, uma sequência verbal (palavras), oral ou escrita, que forma um todo que 
tem sentido para um determinado grupo de pessoas em uma determinada situação. 
 
O texto pode ter uma extensão variável: uma palavra, uma frase ou um conjunto maior de 
enunciados, mas ele obrigatoriamente necessita de um contexto significativo para existir. 
 
 
Fonte: Disponível em: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/texto-voce-sabe-qual-o-conceito.htm Acesso em: 
26/07/2013 
 
 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
 
 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton Página | 17 
 
O texto representa o resultado material do ato de comunicação e de escolhas conscientes (ou 
inconscientes) feitas pelo sujeito falante dentre as Categorias de língua e os Modos de organização 
do discurso. Esses modos de organização do discurso são princípios de organização do material 
linguístico, que se dá de acordo com certas finalidades. 
 
Apesar de os discursos se caracterizarem pela sua heterogeneidade, ou seja, a homogeneidade 
textual quase não existe, é possível classificar os textos de acordo com a predominância do discurso 
que eles apresentam. A situação de comunicação é que determina a organização e a estrutura das 
sequências linguísticas encontradas em cada texto. São quatro os modos principais de organização 
do discurso que contribuem para construir textos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com relação ao sujeito produtor do texto, podemos dizer que ele ocupa o centro de uma situação de 
comunicação que constitui um espaço de troca no qual ele se põe em relação com seu parceiro ou 
interlocutor. Em uma situação de comunicação, utiliza, estrategicamente, categorias de língua 
ordenadas nos modos de organização do discurso para produzir sentido, por meio da configuração de 
um texto. Cada um desses modos de organização tem uma finalidade discursiva e um princípio de 
organização. Agora, vamos analisar cada um deles: 
 
 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
 
 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton Página | 18 
 
 
Modos de organização textual 
Modo enunciativo: 
 
Referente aos protagonistas, seres da fala, internos ao ato de 
linguagem. Essa categoria organiza a posição dos sujeitos da 
linguagem e testemunha a posição que o locutor mantém com seu 
interlocutor, com o que é dito em seu discurso e com a realidade 
exterior. 
 
Modo descritivo: 
Reconstrói e qualifica universos segundo códigos sociais e de 
acordo com a finalidade de comunicação na qual está inserida. 
Nomeação e qualificação são componentes da construção 
descritiva. 
 
Modo narrativo: 
Permite a construção de uma realidade a partir do desenrolar de 
ações sucessivas. A ordem narrativa é descrita em torno de 
relações conceituais entre tipos de fazer (do ponto de vista dos 
atores) e tipos de ser (de qualificação dos atores). 
 
Modo argumentativo: 
É um processo intersubjetivo que envolve um sujeito que 
desenvolve uma posição e outro que é alvo dessa argumentação. 
Para que essa persuasão ocorra, é necessário que eles 
compartilhem representações socioculturais. Procedimentos 
semânticos e discursivos funcionam para validar a argumentação. A 
argumentação nos proporciona um momento de criticidade, ou seja, 
por ela podemos ser leitores e espectadores na defesa de pontos 
de vista e, a partir dessa análise, verificarmos com qual nos 
identificamos melhor. 
 
QUADRO 1 
Fonte: Própria autora 
 
Veja alguns exemplos desses tipos de texto para que você os conheça, caracterize e 
identifique. 
 
Exemplo de Texto Narrativo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conta a lenda que um velho funcionário público de Veneza noite e dia, dia e noite rezava 
e implorava para que o seu Santo o fizesse ganhar sozinho na loteria cujo valor do 
prêmio o faria realizar todos seus desejos e vontades. Assim passavam os dias, as 
semanas, os meses e anos. E nada acontecia. Até que, no dia do Santo, de tanto que 
seu fiel devoto chorava e implorava, o Santo surgiu do nada e, numa voz de desespero 
e raiva, gritou: - Pelo menos, meu filho, compra o bilhete!! 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
 
 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton Página | 19 
 
Exemplo de texto descritivo: 
 
 
“A árvore é grande, com tronco grosso e galhos longos. É cheia de cores, pois tem o 
marrom, o verde, o vermelho das flores e até um ninho de passarinhos. O rio espesso 
com suas águas barrentas desliza lento por entre pedras polidas pelos ventos e gastas 
pelo tempo.” 
 
 
Exemplo de texto argumentativo: 
 
Uma nova ordem 
 
Nunca foi tão importante no país uma cruzada pela moralidade. As denúncias que se 
sucedem, os escândalos que se multiplicam, os casos ilícitos que ocorrem em diversos 
níveis da administração pública exibem, de forma veemente, a profunda crise moral por 
que passa o país. 
 
O povo se afasta cada vez mais dos políticos, como se estes fossem símbolos de todos 
os males. As instituições normativas, que fundamentam o sistema democrático, caem 
em descrédito. Os governantes, eleitos pela expressão do voto, também engrossam a 
caldeira da descrença e, frágeis, acabam comprometendo seus programas de gestão. 
 
Para complicar, ainda, estamos no meio de uma recessão que tem jogado milhares de 
trabalhadores na rua, ampliando os bolsões de insatisfação e amargura. 
Não é de estranhar que parcelas imensas do eleitorado, em protesto contra o que veem 
e sentem, procurem manifestar sua posição com o voto nulo, a abstenção ou o voto em 
branco. Convenhamos, nenhuma democracia floresce dessa maneira. 
 
A atitude de inércia e apatia dos homens que têm responsabilidade pública os 
condenará ao castigo da história. É possível fazer-se algo, de imediato, que possa 
acender uma pequena chama de esperança. O Brasil dos grandes valores, das grandes 
ideais, da fé e da crença, da esperança e do futuro necessita, urgentemente, da ação 
solidária, tanto das autoridades quanto do cidadão comum, para instaurar uma nova 
ordem na ética e na moral. 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
 
 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton Página | 20 
 
 Você sabia que os textos podem ser heterogêneos, como o romance, por exemplo, que é um texto 
narrativo com vários trechos descritivos? Veja o exemplo abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O trecho que você leu pertence a um dos mais belos romances da nossa literatura romântica, 
Iracema, de José de Alencar. Você deve ter percebido a presença das passagens narrativas e 
descritivas no romance, o que confirma a heterogeneidade do texto. Desse modo, podemos dizer que 
um mesmo texto pode conter passagens narrativas, descritivas e argumentativas. 
 
Já com relação à intenção de comunicação, pode-se dizer que ela pode ser configurada em diversosgêneros textuais: carta pessoal, e-mail, charge, publicidade, entre outras. Em nosso convívio social, 
“Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. 
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da 
graúna e mais longos que seu talhe de palmeira. 
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como 
seu hálito perfumado. 
Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde 
campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, 
alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas. [...]” 
 
ALENCAR José de. Iracema.Rio de Janeiro: Ed. José Aguilar, 1959 
Fonte: Disponível em: http://cristhianoaguiar.com.br/blog/wp-
content/uploads/2012/10/iracema.jpg 
Acesso em: 29/07/2013 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
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Unidade de Educação a Distância | Newton Página | 21 
 
deparamo-nos com esses vários gêneros textuais, cada um com suas particularidades, como você 
poderá perceber na Unidade 2. 
 
Chegamos ao final desta unidade, mas antes de avançar para a próxima, sugerimos que você visite 
as nossas seções “Teoria na prática” e “Síntese”. Aproveite este momento para avaliar o seu 
aprendizado e colocá-lo em prática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
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Unidade de Educação a Distância | Newton Página | 22 
 
2. Teoria na Prática 
 
 
As questões que se seguem são referentes ao texto abaixo. Leia-o, com atenção, e responda 
corretamente: 
 
a) Qual é o tipo textual que predomina neste texto? 
b) Quais são as personagens presentes? 
c) O texto nos apresenta duas situações de comunicação com um interlocutor (personagem) 
comum às duas. Identifique-as. 
d) Qual o conteúdo da mensagem (oral e escrita) trocada entre os interlocutores na primeira 
situação de comunicação? 
O diretor do banco 
E o homem, empurrado, apenas sentiu o empurrão. Caminhava absorto, mas contente, espraiando a 
alma, desabado de cuidados e fastios. Era o diretor de banco, o que acabava de fazer a visita de 
pêsames ao Palha. Sentiu o empurrão, e não se zangou; consertou o sobretudo e a alma, e lá se foi 
andando tranquilamente. 
Convém dizer, para explicar a indiferença do homem, que ele tivera, no espaço de uma hora, 
comoções opostas. Fora primeiro à casa de um Ministro de Estado, tratar de requerimento de um 
irmão. O ministro, que acabava de jantar, fumava calado e pacífico. O diretor expôs atrapalhadamente 
o negócio, tornando atrás, saltando adiante, ligando e desligando as frases. Mal sentado, para não 
perder a linha do respeito, trazia na boca um sorriso constante e venerador; e curvava-se, pedia 
desculpas. O Ministro fez algumas perguntas; ele, animado, deu respostas longas, extremamente 
longas, e acabou entregando um memorial. Depois ergueu-se, agradeceu, apertou a mão ao Ministro, 
este acompanhou-o até à varanda. Aí fez o diretor duas cortesias, - uma em cheio, antes de descer a 
escada, - outra em vão, já embaixo, no jardim; em vez do ministro, viu só a porta de vidro fosco, e na 
varanda, pendente do teto, o lampião de gás. Enterrou o chapéu, e saiu. Saiu humilhado, vexado de si 
mesmo. Não era o negócio que o afligia, mas os cumprimentos que fez, as desculpas que pediu, as 
atitudes subalternas, um rosário de atos sem proveito. Foi assim que chegou à casa do Palha. 
Em dez minutos, tinha a alma espantada e restituída a si mesma, tais foram as mesuras do dono da 
casa, os “apoiados” de cabeça, e um raio de sorriso perene, não contando oferecimentos de chá e 
charutos. O diretor fez-se então severo, superior, frio, poucas palavras; chegou a arregaçar com 
desdém a venta esquerda, a propósito de uma ideia do Palha, que a recolheu logo, concordando que 
era absurda. Copiou do Ministro o gesto lento. Saindo, não foram dele as cortesias, mas do dono da 
casa. 
Estava outro, quando chegou à rua, daí o andar sossegado e satisfeito, o espraiar da alma devolvida a 
si própria, e a indiferença com que recebeu o embate do Rubião. Lá se ia a memória dos seus rapapés; 
agora o que ele rumina saborosamente são os rapapés de Cristiano Palha. 
 
 (Machado de Assis. Quincas Borba) 
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Unidade de Educação a Distância | Newton Página | 23 
 
e) Caracterize os elementos espaço-temporais dessa narrativa, isto é, onde se passam os 
acontecimentos da narrativa e por quanto tempo? 
 
 
 
 
 
 
 
Leia o texto (e/ou escute a música) e responda, em seguida, às questões: 
Cotidiano 
Chico Buarque 
Todo dia ela faz tudo sempre igual 
Me sacode às seis horas da manhã, 
Me sorri um sorriso pontual 
E me beija com a boca de hortelã. 
Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar 
E essas coisas que diz toda mulher. 
Diz que está me esperando pro jantar 
E me beija com a boca de café. 
Todo dia eu só penso em poder parar; 
Meio-dia eu só penso em dizer não, 
Depois penso na vida pra levar 
E me calo com a boca de feijão. 
Seis da tarde, como era de se esperar, 
Ela pega e me espera no portão 
Diz que está muito louca pra beijar 
Agora vejamos as possíveis respostas: 
a) O narrativo. 
b) Diretor do banco, Cristiano Palha, Ministro de Estado. 
c) As duas situações acontecem com o Diretor do Banco, primeiro quando visita o 
Ministro de Estado, onde foi não foi bem recebido, por isso saiu humilhado. A 
segunda situação acontece na casa de Cristiano Palha, onde foi recebido com 
cordialidades. Nessa segunda situação, as cortesias não foram do Ministro que tratou 
Cristiano Palha com a mesma frieza que fora tratado na casa do Ministro de Estado. 
d) O requerimento de um irmão, ou seja, assunto de negócios. 
e) Por 1 hora, na casa do Ministro de Estado, na casa de Cristiano Palha e na rua. 
 
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E me beija com a boca de paixão. 
Toda noite ela diz pra eu não me afastar; 
Meia-noite ela jura eterno amor 
E me aperta pra eu quase sufocar 
E me morde com a boca de pavor. 
Todo dia ela faz tudo sempre igual: 
Me sacode às seis horas da manhã, 
Me sorri um sorriso pontual 
E me beija com a boca de hortelã. 
Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar 
E essas coisas que diz toda mulher. 
Diz que está me esperando pro jantar 
E me beija com a boca de café. 
Todo dia eu só penso em poder parar; 
Meio-dia eu só penso em dizer não, 
Depois penso na vida pra levar 
E me calo com a boca de feijão. 
Seis da tarde, como era de se esperar, 
Ela pega e me espera no portão 
Diz que está muito louca pra beijar 
E me beija com a boca de paixão. 
Toda noite ela diz pra eu não me afastar; 
Meia-noite ela jura eterno amor 
E me aperta pra eu quase sufocar 
E me morde com a boca de pavor. 
Todo dia ela faz tudo sempre igual: 
Me sacode às seis horas da manhã, 
Me sorri um sorriso pontual 
E me beija com a boca de hortelã. 
(HOLLANDA, Chico Buarque de. “Cotidiano”.Construção, 1971, Philips, Faixa 2) 
 
a) Há duas pessoas neste texto: ela e eu. Quem é “ela”? Quem é o “eu”? 
b) Na terceira estrofe, o autor rompe um pouco com a estrutura que usou para todas as 
outras. Como ele faz isso? 
c) “Todo dia eu só penso em poder parar.” Parar o quê? Parar de quê? Parar por quê? 
d) “Meio-dia eu só penso em dizer não”. Dizer não para o quê? Dizer não por quê? 
e) “Depois penso na vida pra levar”. Que vida é essa? 
f) “E me calo com a boca de feijão”. Se cala por quê? 
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g) Há uma refeição que as personagens não fazem juntas. Qual é? Que elementos do texto 
indicam isso? 
h) Neste texto, o autor usa a linguagem coloquial. Que elementos do texto nos permitem dizer 
isso? Por que ele faz uso dessa linguagem? 
i) Por que a última estrofe é a repetição da primeira? 
j) O que esse texto quer dizer? Qual parece ter sido a intenção do autor? 
 
Agora veja as possíveis respostas: 
 
a) O texto fala do dia a dia de um casal ainda jovem de classe média bem tradicional. O homem 
(ele) é quem trabalha para dar conforto à família, enquanto a mulher (ela) fica em casa 
cuidando dos afazeres domésticos. 
 
b) Em todas as estrofes, o pensamento da personagem gira em torno da sua rotina com sua 
esposa, mas na terceira estrofe, ele pensa no seu trabalho, ele pensa sozinho na sua vida 
profissional. Em todas as estrofes ela fala “dela”. Somente na terceira ele usa explicitamente 
o pronome “eu”. 
 
c) O homem parece estar cansado da vida maçante que leva, de todos os dias fazer a mesma 
coisa no trabalho. Interessante notar que ele, nas outras estrofes, fala com carinho da mulher 
e do que ela faz. Já no trabalho, ele pensa em parar e dizer não para a rotina entediante. Mas 
logo ele se lembra de que precisa do dinheiro do seu trabalho para levar a vida, para 
continuar vivendo e se resigna, se conforma. 
 
d) Para sua vida sem lazer, sem direitos. Vida de proletário, de trabalhador assalariado. Dizer 
não talvez porque ele não se sinta feliz e acredita que merece uma vida melhor, com mais 
oportunidades, com mais cultura, com mais bens. 
 
e) É sua vida junto da esposa, pois é ele que paga as despesas da casa e quem deve dar boas 
condições de vida para sua mulher e, provavelmente, planeja ter filhos e quer dar a eles o 
melhor que puder. 
 
f) A refeição que as personagens não fazem juntas é o almoço. A mulher diz que espera o 
marido para jantar e o beija com a boca de café, indicando que a ação se passa pela manhã. 
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Seis da tarde ela o espera no portão, de onde se pode concluir que ele, como todo 
trabalhador comum, só volta para casa nesse horário e que eles passarão o horário do jantar 
juntos. 
 
g) A linguagem coloquial se faz notar pelo uso do pronome para começar a frase (me beija, me 
sacode); no uso do “pra” no lugar de “para”; no uso de expressões coloquiais como “ela 
pega”, “vida pra levar” e o pleonasmo “sorri um sorriso”. 
 
h) A última estrofe é a repetição da primeira para mostrar que a história se repete todos os dias. 
Para, junto com o título, dizer que a vida da personagem, que por sua vez representa uma 
camada da nossa sociedade, é repetir sempre a mesma rotina, sem perspectivas de 
mudanças. 
 
i) A intenção do autor parece ser denunciar uma faceta perversa da nossa sociedade, que é o 
trabalho e a rotina entediante, sem tempo e nem dinheiro para o lazer e a cultura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 3. Síntese 
 
 
Querido (a) aluno (a), 
 
Nesta unidade, buscamos entender melhor a importância da leitura e da escrita no Ensino Superior. 
 
Vimos que compreender um livro, um texto ou um autor consiste em ler com tranquilidade captando 
conceitos fundamentais. 
 
Aprendemos, também, que a situação de comunicação é que determina a organização e a estrutura 
das sequências linguísticas encontradas em cada texto. 
 
Chegamos ao final da primeira unidade. Esperamos que o estudo desta unidade possa ajudar você 
nas suas atividades de leitura e que seja colocado em prática na produção dos textos. 
 
Vamos em frente, pois, ainda, temos muito que aprender sobre “Os gêneros textuais” na Unidade 2. 
 
Até breve! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Unidade 2: Gêneros Textuais 
 
1. Conteúdo Didático 
 
 Caro (a) aluno (a), 
Na unidade anterior, falamos sobre a leitura e a escrita no Ensino Superior. Nesta unidade, 
estudaremos a conceituação de gêneros textuais, quais são as características que diferenciam os 
gêneros e por que os gêneros se modificam ao longo do tempo, investigaremos e analisaremos os 
textos como produto de interação. Para isso, buscaremos exemplos de charges, de tirinhas, de 
notícias e de textos publicitários, analisando o seu público alvo, os aspectos linguísticos e vocabulário 
foram utilizados. 
Então, está preparado (a)? 
1.1 Gêneros textuais: conceito 
O texto é uma criação que inclui em si o criador e o leitor, pois, o autor está sempre presente na obra 
como parte constituinte de sua forma artística. Por essa razão, o processo de produção e o próprio 
texto são criações dialógicas. Quero dizer que o texto é um ato de comunicação impressa, 
constituído de um elemento da comunicação verbal onde há manifestações empíricas (sem caráter 
científico) sobre o ponto de vista dos discursos de outrem (subordinado a uma determinada ideologia) 
e do discurso próprio de quem produz esse determinado texto. 
 
Isto significa que o texto é compreendido como representação de atos, elementos e relações culturais 
diversificadas, surgida como signo da relatividade de um campo com diferentes focalizações 
(interdiscursividade, intertextualidade e estilo individual) visto, assim, como objeto privilegiado de 
manifestações culturais. Cabe ao elaborador construir um texto com elementos de intertextualidade e 
com seu modo particular de reflexão sobre o mundo e sobre a realidade social. 
 
Como não vivemos isolados, o autor utiliza-se de outros discursos, outros 
textos, que envolvem um diálogo com outras pessoas, com o mundo e com 
as suas experiências pessoais. Na verdade, o escritor/produtor de um texto 
é um leitor da realidade que o cerca, fazendo uma releitura do mundo e 
criando um novo texto. 
 
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Unidade de Educação a Distância | Newton Página | 29 
 
 Sendo assim, pode-se dizer que interagir com o outro é uma forma de produzir linguagem, é adquirir 
conhecimento, é conhecer mundosdiversificados, e é a partir da interação que tudo se agiliza, que há 
a internalização de um saber construído com o outro. Isso pode ser aplicado em qualquer situação da 
vida, a partir da interação comunicativa, da troca de experiências entre todos os sujeitos envolvidos 
no processo. Por isso, a língua não é um produto acabado, é um eterno e ininterrupto processo de 
interação. Sempre há o que dizer ou o que escrever e maneiras diferentes de fazê-lo com base na 
história discursiva de cada sujeito envolvido no processo de interação. 
 
Por conseguinte, não há textos totalmente inéditos, nem discursos totalmente 
não comprometidos; e, além do mais, existem sempre maneiras diferentes de 
falar e linguagens diversas, refletindo as múltiplas experiências sociais. Observe 
a imagem abaixo e repare na intertextualidade com a obra de Leonardo Da Vinci, 
sugerida pela marca Bombril: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assim, confirmamos que o texto é um instrumento fundamental para adquirir conhecimento, 
capacidade produtiva, comunicativa e de estruturação gramatical, tendo em vista sua ampla 
possibilidade de fazer o ser social assimilar e compreender a partir das palavras, conectando 
Fonte: Disponível em: http://4.bp.blogspot.com/-
O4t7GKia1eM/T-C6F6-
8qeI/AAAAAAAACJc/IOTUlJLAo34/s400/monbijou.jpg 
 
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Unidade de Educação a Distância | Newton Página | 30 
 
linguagem e vida. Isto porque a produção textual, seja ela oral ou escrita, é uma forma de dialogar 
com outrem, é instaurar o elo entre o sujeito e o mundo onde vive, por meio da intertextualidade e da 
intersubjetividade. 
 
O sujeito expõe suas ideias, anseios, temores, expectativas de seu tempo, de seu grupo social em 
um processo de produção textual. Para isso, ele lança mão de diferentes gêneros textuais que o 
ajudarão a disponibilizar sua criação, mostrando a sua realidade, inserida em uma sociedade, em um 
determinado momento histórico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como nos ensina Bakhtin, gêneros textuais definem-se principalmente por 
sua função social. São textos que se realizam por uma (ou mais de uma) razão 
determinada em uma situação comunicativa (um contexto) para promover 
uma interação específica. Trata-se de unidades definidas por seus conteúdos, 
suas propriedades funcionais, estilo e composição organizados em razão do 
objetivo que cumprem na situação comunicativa. 
Explicando melhor: isso significa que, a cada vez que produzo um texto, 
seleciono um gênero... 
• em função daquilo que desejo comunicar; 
• em função do efeito que desejo produzir em meu interlocutor; 
• em função da ação que desejo produzir no meio em que me inscrevo. 
 
Fonte: Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/conceito-genero-
textual-seu-uso-aula-735561.shtml?page=2Acesso em 29/07/2013 
 
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Para ampliar seus conhecimentos, assista ao vídeo que trata sobre Gêneros Textuais, clicando no 
link a seguir: 
http://www.youtube.com/watch?v=OQPw-xUK_tk 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E por falar em gêneros textuais, precisamos nos deter neste aspecto. Muitas 
vezes nos confundimos quando vamos estabelecer a diferença entre tipos e 
gêneros textuais. Não é correto afirmar que uma carta pessoal ou um e-
mail, é um tipo de texto. Eles são, na verdade, gêneros textuais. 
 
É importante notar que os gêneros não são entidades naturais, mas são artifícios culturais 
construídos pelo homem e, como tal, estão sujeitos a mudanças e adaptação históricas. Isso significa 
que os gêneros textuais obedecem a certos moldes de composição de texto determinados pelo 
contexto em que são produzidos, pelo público a que se destinam, por sua intenção, por seu contexto 
de circulação. Vários são os gêneros discursivos. Somente para ilustrar, podemos citar o conto, a 
história em quadrinhos, a carta, o bilhete, a receita, o anúncio, o ensaio, o editorial, o e-mail. 
 
Fonte: Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=OQPw-xUK_tk 
Acesso em: 28/07/2013 
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Unidade de Educação a Distância | Newton Página | 32 
 
Podemos, assim, definir gênero textual como textos materializados, encontrados no dia a dia e que 
apresentam características sociocomunicativas definidas pelos conteúdos que expressam, pelas 
propriedades funcionais, pelo estilo e composição. 
 
Ele, o gênero, cumpre uma função social específica. Ou seja, nós, quase que intuitivamente, 
sabemos que gênero utilizar em momentos específicos de interação, de acordo com a função social 
que ele representa. 
 
Se preciso comunicar aos meus filhos, que estão dormindo 
neste momento, que vou até o banco e que voltarei em meia 
hora, qual é o gênero que eu utilizarei? Certamente um 
pequeno bilhete, deixado sobre a mesa do café da manhã. Se 
preciso me comunicar com alguém, que está em reunião de 
trabalho no momento, a qual não posso interromper, 
provavelmente, enviarei uma mensagem de celular. Assim, 
acabamos nos interagindo e utilizando o meio adequado, com 
a linguagem adequada. Escrever um e-mail a um amigo não é 
o mesmo que escrever um e-mail para uma universidade 
pedindo informações sobre um processo de vestibular, por 
exemplo. 
 
 
Não podemos nos esquecer de que um bom texto não é aquele que apresenta características 
literárias, mas aquele que é adequado à situação comunicacional para a qual foi produzido. Para isso, 
devemos levar em consideração a escolha do gênero, da estrutura, do conteúdo, do estilo e do nível 
de língua. Se esses estiverem adequados ao interlocutor, o texto cumpre a sua finalidade. 
 
A título de ilustração, mencionamos acima alguns gêneros textuais. E, para complementar a lista, 
você conhecerá outros, para que possa se lembrar de que o gênero textual também pode ser 
vinculado a uma produção oral, como um telefonema, ou um sermão, ou uma aula expositiva, ou uma 
reunião de condomínio. Ainda complementando a lista, podemos citar o aviso, um comunicado, um 
edital, um informe, uma citação, um ofício, uma petição, um memorial, um requerimento, um abaixo 
assinado, uma nota promissória, um termo de compromisso. 
 
Não é preciso ir muito longe para notar que, enquanto produção vinculada a objetivos sociais, os 
gêneros se modificam ao longo do tempo, visto estarem todos atrelados aos fins históricos e 
Fonte: Disponível em: 
http://1.bp.blogspot.com 
 Acesso em: 31/07/2013 
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comunicacionais de uma época. Os bilhetes que os namorados escreviam na década de 50 não são 
nem um pouco parecidos com os bilhetes escritos hoje, se é que os namorados hoje fazem uso deste 
recurso, afinal a tecnologia já está mudando este hábito. As mudanças nos códigos das leis também 
interferem na produção dos textos deuma petição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para engrossar ainda mais a listagem, citamos outros gêneros: diário, agenda, anotações pessoais, 
romance, blog, piadas, cardápio, horóscopo, lista de compras, dentre outros. 
 
Não se esqueça de que somos seres sociais, vinculados a um momento histórico. A nossa maneira 
de comunicar também está conectada a tais fatores e, portanto, é mutável. 
 
 1.1.1 Charges 
 
A charge é um gênero discursivo que possui a finalidade de criticar, de forma bem pontual, algum 
acontecimento contemporâneo ao momento em que é reproduzida. Ela é constituída de uma 
ilustração e é usualmente acompanhada por texto escrito. Também pode apresentar personagens e, 
normalmente, expressa a visão e (re)leitura de uma realidade político-social que o artista quer 
registrar. É frequente o uso do humor que ajuda o escritor a melhor expressar a sua visão crítica da 
realidade em análise. 
Veja uma charge bem atual. 
 
Fonte: Disponível em: http://nefcristo.files.wordpress.com/2013/04/bilhete.jpg 
Acesso em: 31/07/2013 
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Fica claro para nós, ao lermos o texto, que há uma crítica, bem contundente, em relação aos gastos 
indevidos do dinheiro dos cofres públicos que privilegiam alguns em detrimento dos gastos que 
deveriam ser feitos para a melhoria da saúde e educação públicas. Ao estudar as expressões 
corporais, notamos na posição da perna esquerda sobre a outra, o descanso de quem não precisa 
trabalhar muito para conseguir o seu intento. E as feições são bem maquiavélicas, quase que 
demoníacas. Ou seja, estão traçando um plano que irá prejudicar quem os elegeu, mas, neste 
momento, isto não importa. Fala mais alto o interesse pessoal. Veja agora a próxima charge: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Disponível em: http://fernandocabral.org/Charges/Charge-24-07-
2011.jpg Acesso em: 17 jul. 2013. 
Fonte: Disponível em: 
http://www.panoramablogmario.blogger.com.br/zope4.jpg 
Acesso em: 17 jul. 2013 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
 
 
 
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Observe o local. As pessoas envolvidas. E tente responder: Onde moram estas pessoas? Como 
vivem? Quem são elas? O que estão fazendo? Sobre o que estão comentando? São pessoas 
letradas? O que faz com que esta charge seja engraçada? O que o escritor pretende criticar? 
 
Imaginamos que você tenha chegado à conclusão de que se trata de uma crítica ao plano de 
aceleração do crescimento do governo, que pretende fazer com que o país possa crescer 
economicamente, dando às pessoas mais oportunidade de entrarem para a era tecnológica e dando 
ao Brasil a oportunidade de se tornar mais competidor no mercado internacional. Contudo, notamos 
que, apesar da intenção de crescimento, o governo ainda não foi capaz de exterminar a pobreza que 
ainda faz parte do cotidiano dos brasileiros. E é este contraste entre a pobreza presente e a 
necessidade de crescimento no mercado internacional que torna a charge engraçada. 
 
Dando continuidade, faremos algumas análises de tirinhas. Vamos lá? 
 
 1.1.2 Tirinha 
 
Trata-se de uma série de vinhetas, que, em inglês, recebe o nome de comic strips. São usualmente 
publicadas diariamente em vários meios de comunicação, principalmente em jornais. Normalmente 
são produzidas por equipes, com editores, escritores, artistas gráficos. Contudo, podem, também, ser 
criadas por anônimos e são usualmente divulgadas na Internet. Geralmente possuem poucos 
quadros, com uma piada rápida e de fácil entendimento. 
 
Vamos analisar algumas? 
Veja, na tirinha a seguir,,como os comportamentos mudam com o passar do tempo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Disponível em: http://imguol.com 
 Acesso em: 17 jul. 2013. 
 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
 
 
 
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Fica perfeitamente clara a mudança comportamental das pessoas que antes, ao esperarem em uma 
fila de um banco ou num ponto de ônibus, interagiam, conversando sobre assuntos triviais. Hoje, 
preferimos o mundo virtual. Os nossos celulares são o instrumento de comunicação entre nós e os 
distantes. Ignoramos aqueles que fisicamente estão perto de nós e preferimos manter contato com as 
pessoas que, fisicamente, estão ausentes. 
 
Vamos ler mais uma: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E agora? O que você me diz a respeito desta? Note que há uma crítica velada em relação à 
dificuldade que a população brasileira encontra quanto aos empréstimos. Pelo fato de as taxas de 
juros serem muito altas, somente outro empréstimo é capaz de fazer com que um anterior seja pago. 
Ou seja, trata-se de uma crítica às altas taxas de juros bancários que tornam a vida do cidadão mais 
e mais difícil de ser regularizada. 
 
Veja que as charges e as tirinhas precisam estar muito bem situadas dentro de um contexto social. 
Se uma pessoa não tiver esta informação contextual, certamente não compreenderá o que acabamos 
de analisar. É impossível compreendê-las sem o momento situacional. 
 
Vamos prosseguir? Também é nosso objetivo analisar textos publicitários. Este será o nosso próximo 
assunto. Preparado (a)? 
 
Fonte: Disponível em: http://imguol.com Acesso em: 17 /07/ 2013. 
 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
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1.1.3 Publicidade 
 
O texto publicitário exige uma linguagem bem especial já que objetiva persuadir o leitor, ou seja, 
procura despertar no interlocutor o desejo de comprar algo, uma ideia, um produto ou, simplesmente, 
aderir a uma causa. 
 
Veja, por exemplo, a imagem que foi utilizada pelo governo americano para recrutar americanos para 
se alistarem para a Segunda Guerra Mundial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Observe que o olhar direto, o dedo em riste, a palavra you, em destaque, são uma ordem. Ou seja, 
passa-se a ideia de que não se admite um não como resposta. O objetivo aqui é despertar o 
sentimento patriota de que you (você) é importantíssimo para o governo e para a guerra. 
 
 
 
 
 
 
“Quero VOCÊ no exército americano. Seção de recrutamento mais 
próxima.” (Tradução nossa) 
 
Fonte: Disponível em: 
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/1/1d/Unclesamwantyou.jpg/220px
-Unclesamwantyou.jpg. Acesso em: 17 /07/ 2013. 
 
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Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
 
 
 
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Agora veja a próxima imagem: 
 
Esta imagem argumenta em favor do 
fim da intervenção americana no 
Vietnã. Observe que o texto aqui foi 
totalmente dispensável.Bastou uma 
imagem para comunicar o objetivo: a 
retirada dos americanos do território 
vietnamita. 
 
 
 
 
 
 
Assim, podemos verificar que os textos publicitários estabelecem uma interlocução direta e se 
utilizam de diversos recursos da linguagem para conseguir a adesão do leitor. Para isso, vários são 
os gêneros discursivos usados: anúncios (em revistas, jornais, outdoors, televisão), panfletos, 
folhetos, fôlderes, fliers, entre outros. 
 
A boa publicidade procura mostrar ao leitor que o produto anunciado é a possibilidade de realização 
de um sonho ou de satisfação de uma necessidade. Desta maneira, o desafio maior desses textos é 
promover a associação entre um produto ou ideia a ser divulgado (a) e alguma necessidade ou 
desejo de seu público leitor. Para isso, bons argumentos serão necessários, além de uma retórica 
convincente. O público alvo, também, deve ser levado em conta para ser escolhido o melhor meio de 
circulação. Com isso, a estrutura do texto, também, deve se adequar ao contexto de circulação. Em 
um anúncio televisivo, por exemplo, além do texto, da imagem, a música também é um elemento a 
ser considerado. Esse último elemento estará ausente em um anúncio de jornal, que precisará dizer 
mais com um elemento a menos. 
 
Questionamos: Quais são os elementos importantes para uma boa publicidade? Você tem um 
minuto para pensar... Conseguiu enumerá-los? Então, confira: título, que deverá ser curto, em 
destaque, e deve atrair a atenção imediata do leitor, criando uma identificação entre o produto ou 
ideia a ser divulgada e seu público-alvo. O texto, que tem a função de apresentar os principais 
argumentos para convencer o leitor a adotar o comportamento desejado. Tais argumentos devem ser 
apresentados em sintonia com o público que se deseja atingir. Esses argumentos precisam ser 
Fonte: Disponível em: http://1.bp.blogspot.com/-
jXVJjGo9LdI/T57pUi0SKGI/AAAAAAAADXs/QZaA4Vru0JE/s320/GUERRA+DO
+VIETN%C3%83.png Acesso em: 29/07/2013 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
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objetivos, diretos. A assinatura, que aparece no canto direito inferior, ao lado do texto, fechando 
assim o anúncio, e estabelece a marca do produto / campanha que está sendo divulgado (a). O leitor 
precisa se identificar com esta marca. Ela acaba se tornando parte de seu dia a dia. As imagens, que 
são elementos extraordinários de persuasão e devem ser exploradas em todo o seu potencial. 
 
Alguns anúncios ficaram tão marcantes, que não esquecemos os seus slogans. Vamos nos lembrar 
de alguns? 
 
 
 
 
 
 
 
 
Veja a imagem seguinte: O jogo de cores que despertam em nosso cérebro o desejo de nos 
alimentar, a imagem bem montada dos alimentos que parecem saudáveis; o tomate parece ter sido 
colhido neste momento. Com a vantagem de possuir somente 27 calorias por porção, essa 
informação torna a maionese ainda mais agradável visto estarmos todos preocupados em não ganhar 
peso. Tudo isto mostrado em uma foto bem montada e projetada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Coca-Cola é isso aí.” 
“Globo e você: tudo a ver.” 
“Se é Bayer, é bom.” 
“Hellmanns: a verdadeira maionese.” 
 
 
Fonte: Disponível em: 
http://www.mundodomarketing.com.br/images/materias/hellmanns_limi
tada_blog.jpg . Acesso em: 17 jul. 2013. 
 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
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 Para finalizar esta unidade, passemos ao próximo assunto: a notícia. 
 
 1.1.4 Notícia 
 
Veremos quais são as características estruturais de uma notícia, qual é sua finalidade, em que 
contextos circula e qual é o perfil de seus leitores, como é a linguagem utilizada na sua elaboração. 
 
Vamos iniciar este assunto de maneira diferente. Primeiro lhe daremos a notícia, depois analisaremos 
como o texto foi tecido. Mãos à obra. 
 
Dilma quer rever tarifas e critica qualidade de transportes 
A presidente alegou que o governo federal se antecipou às manifestações na redução 
das tarifas de ônibus e metrô. 
 
 
 
Ao fazer um relato dos cinco pactos em resposta às manifestações, a presidente Dilma Rousseff 
prometeu uma “ampla reunião” sobre a planilha de cálculo das tarifas. O encontro deverá reunir gestores 
públicos e prestadores de serviços de transportes, mas a presidente evitou dar mais detalhes. 
 
Dilma discursava durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), 
colegiado que reúne empresários e representantes políticos e da sociedade civil, e admitiu a baixa 
qualidade do transporte público brasileiro, comparando-o a uma lata de sardinhas. "(O transporte público 
brasileiro é de) má qualidade, extremamente apertados - como sardinha - e com uma frequência não tão 
adequada em várias partes do nosso país", disse. 
 
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Autoras: Gleides Ander Nonato 
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A presidente alegou que o governo federal se antecipou às manifestações na redução das tarifas de 
ônibus e metrô. Ela lembrou que a isenção de PIS/Cofins, no setor, e a redução dos encargos da folha de 
pagamentos provocou uma redução de 7,23% no preço das passagens. Dilma criticou ainda gestões 
anteriores pela falta de investimentos em mobilidade urbana. 
 
"A questão urbana é extremamente grave em outros países do mundo também, em países ricos e 
desenvolvidos. Num país pobre como o nosso - entre parênteses pobre, porque não foi investido o 
suficiente nos últimos anos nessa área. Nós somos pobres nessa área. Não foi investido, primeiro, por 
causa da crise da dívida e, segundo, porque não foi investido", afirmou. 
 
"O trânsito na cidade é como a circulação do sangue no nosso organismo, portanto, não foi uma questão 
menor que desencadeou as manifestações de junho, foi uma questão muito importante", acrescentou a 
presidente. 
 
 
 
 
 
Como vivemos na era da informação, somos bombardeados de notícias a cada minuto pelos meios 
de comunicação aos quais estamos expostos: a televisão, a Internet, jornais revistas. Estes meios 
nos apresentam acontecimentos importantes quase que instantaneamente. O trecho acima é um 
exemplo disso. Foi retirado do site Terra, local onde podemos investigar as últimas notícias a cada 
meia hora. Às vezes, até em menor tempo. 
 
Passemos ao texto: Com que finalidade ele foi escrito? A quem ele se 
dirigiu? Como está estruturado? 
 
 
Para início de conversa, a notícia é um texto que apresenta o registro de fatos, sem que haja a 
interferência de opinião de quem a está relatando. Possui a finalidade de informar de modo objetivo e 
preciso as circunstâncias em que aconteceram os fatos de interesse público e geral. Para que o leitor 
encontre de modo rápido as informações principais, as notícias são redigidas de acordo com uma 
estrutura característica deste gênero. Possui um título que tem a função de chamar atenção do leitor. 
A primeira parte do texto da notícia segue, preferencialmente, a técnica conhecida como pirâmide 
invertida. Ou seja, apresentam-se as informações básicas no início do texto, que terá o nome de lide 
ou lead. À medida que o texto continua, o leitor acompanharáa articulação e o desenvolvimento das 
informações apresentadas no lide. 
Fonte: Disponível em: http://noticias.terra.com.br/brasil/politica/dilma-quer-rever-tarifas-e-critica-qualidade-de-
transportes,62205e0b22eef310VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html. 
Acesso em: 17 jul. 2013. 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
 
 
 
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O lide é a primeira frase ou, às vezes, as duas primeiras frases que permitem ao leitor responder às 
seguintes perguntas: o quê? quem? quando? Ou seja, saberemos o que aconteceu, quem estava 
envolvido e quando ocorreu. 
 
Quanto à linguagem, opta-se pela obediência às normas do padrão culto, e costuma ser definida por 
frases curtas, com uma estrutura sintática básica que envolve sujeito – predicado – complemento. 
Obviamente que cada escritor possui o seu estilo, e escapar destas regras que normalmente são 
seguidas não significará que o mesmo empobreceu a sua notícia. 
 
Voltemos às perguntas formuladas anteriormente: Com que finalidade ele foi escrito? A quem ele se 
dirigiu? Como está estruturado? 
 
O texto oferecido a você foi escrito com a finalidade de passar uma informação? Sim. Ele se dirigiu à 
população brasileira interessada em ler a respeito dos aspectos políticos da administração de nosso 
país? Sim. Está estruturado de maneira que podemos identificar a ideia central logo após o título e o 
subtítulo? Sim. Possui isenção de opinião pessoal do autor? Sim. Foi utilizada a língua padrão culta? 
Sim. 
 
Podemos, então, concluir que se trata de um bom texto jornalístico com a 
finalidade de nos informar? Se a sua resposta foi um SIM, então podemos 
concluir que se trata de um texto bem redigido. 
 
Prezado(a) aluno(a), chegamos ao final desta unidade . Esperamos que tenha se deliciado com esta 
nova maneira de ver como a comunicação é importante em nossas vidas e como estamos inseridos 
em sua construção. 
 
Aguardamos você na próxima unidade, nela analisaremos a construção do texto acadêmico. 
 
 
 
 
 
 
 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
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2. Teoria na Prática 
 
 
Questão 1 - Após a leitura do capítulo, faça a leitura do texto que se segue e responda às perguntas 
referentes a ele. 
 
Novo bisturi 'inteligente' detecta tecido com câncer instantaneamente 
 
'iKnife' analisa fumaça liberada por corte elétrico em paciente. 
Equipamento pode ajudar a evitar cirurgias adicionais. 
 
 
 
 
 
 
 
Uso do bisturi 'inteligente' é demonstrado por um médico usando um pedaço de músculo 
animal, no Hospital St Mary, em Londres (Foto: Sang Tan/AP e Luke MacGregor/Reuters) 
 
Pesquisadores do London Imperial College, no Reino Unido, desenvolveram um bisturi 
“inteligente” que pode detectar em segundos se um tecido que está sendo cortado é 
canceroso ou não. A novidade promete tornar as cirurgias para retirada de tumores mais 
efetivas no futuro, evitando operações adicionais. 
 
A tecnologia une um bisturi elétrico com um espectrômetro de massa capaz de fazer análises 
químicas. Muitas vezes, cirurgiões não conseguem identificar visualmente se um tecido é 
saudável ou canceroso. O resultado é que, nas operações para retirar câncer dos seios, por 
exemplo, é necessária uma intervenção adicional em um quinto dos casos. O novo 
equipamento se chama “iKnife” e é desenhado para analisar amostras da fumaça que surge 
quando o tecido é cortado pela corrente elétrica do bisturi. 
 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
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Ele acaba de ser testado em 91 pacientes e acertou a identificação de tecido com câncer em 
100% das vezes. Os resultados estão publicados na “Science Translational Medicine”. Até o 
surgimento do “iKnife”, o procedimento equivalente adotado era o de enviar amostras de 
tecido para exame em laboratório enquanto o paciente permanece sedado. No entanto, cada 
nova análise demora cerca de meia hora, enquanto o novo bisturi elétrico consegue checar se 
as células são cancerosas em apenas três segundos. 
 
NOVO bisturi 'inteligente' detecta tecido com câncer instantaneamente. Globo.com., 2013. Disponível em: 
<http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2013/07/novo-bisturi-inteligente-detecta-tecido-com-cancer-instantaneamente.html>. Acesso em 
17 jul. 2013. 
 
Agora reflita... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questão 2 - ANALISE a charge abaixo e ESCOLHA a alternativa correta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
a. Qual é a finalidade do texto acima? 
 
b. Como esta finalidade é atingida? 
 
c. O autor do texto foi cuidadoso e ofereceu informações que possam 
responder às perguntas: o quê?, quem?, quando?, como? 
Identifique, no texto, as respostas para tais perguntas. 
 
d. Você acha que esta notícia tem como público alvo a comunidade 
científica? Por quê? 
 
e. Ao analisar o texto, é possível detectar a técnica da pirâmide 
invertida? 
Fonte: Disponível em: http 
http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRISm3Rlp0Z0sMPf3ELu59OP
M5e8MjSVX0-J7AwVOIiIWE5LFBfqA Acesso em: 20/07/2013 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
 
 
 
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Podemos afirmar que: 
A) Nem todos acreditam mais naquilo que os políticos afirmam. 
B) Podemos garantir que o candidato está mentindo. 
C) Todos os presentes certamente apoiam o candidato. 
D) O candidato deseja que o apoiem, já que fala a verdade. 
E) Aquele que usa roupa nova não usou dinheiro público. 
 
Veja as possíveis respostas às perguntas acima: 
 
Questão 1 
a. A finalidade do texto é informar o surgimento de um novo bisturi capaz de detectar células 
cancerígenas. 
 
b. O texto informa de maneira clara e concisa como o bisturi pode, em apenas três segundos, 
detectar se os tecidos que estão sendo removidos em uma cirurgia são cancerígenos. 
 
c. Os envolvidos são pesquisadores do London Imperial College, os quais desenvolveram o 
bisturi e o apresentaram à comunidade britânica. A informação foi divulgada no dia 17 de 
julho de 2013. A tecnologia une um bisturi elétrico com um espectrômetro de massa capaz 
de fazer análises químicas e, em apenas três segundos, é capaz de fazer a análise, evitando 
a espera prolongada de uma análise, com o paciente em cirurgia ou em uma nova 
intervenção cirúrgica. 
 
d. Não. Ela tem como público alvo a comunidade não científica. Ela utiliza a linguagem padrão 
culta, mas não utiliza de jargão específico da área, possibilitando aos leigos compreenderem 
a importância de tal invenção. 
 
e. Sim. É possível. No primeiro parágrafo é dada a notícia principal e maiores detalhes são 
adicionados nos parágrafos subsequentes. 
 
Questão 2 
Resposta A 
 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
 
 
 
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3. Síntese 
 
 
Caro

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