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A6 - Legislação de Segurança Privada

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LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA 
PRIVADA 
AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. José Paulo D. Pereira 
 
 
2 
 
 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula estudaremos sobre o Projeto de Lei nº 4.238/2012, mais 
conhecido como Estatuto da Segurança Privada. O projeto irá definir as normas 
e disciplina a criação, funcionamento, trabalho e regras gerais a serem adotas e 
obedecidas pelas empresas de segurança privada no Brasil. O projeto de lei 
também define e estabelece as normas de funcionamento de empresas de 
monitoramento de sistema eletrônico de segurança. 
 
TEMA 1 – O NOVO ESTATUTO DA SEGURANÇA PRIVADA – PL 4238/2012 
Atualmente o que regula o segmento das empresas de segurança privada 
é a Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983. 
Projeto de lei é um conjunto de normas que deve se submeter à tramitação 
no legislativo com o objetivo de se efetivar por meio de uma lei. No Brasil, um 
projeto de lei pode ter sua tramitação iniciada tanto na Câmara dos Deputados 
como no Senado Federal. Todo projeto de lei recebe um número específico ou 
protocolo, que lhe é designado a fim de facilitar sua identificação e 
acompanhamento. A discordância do chefe do Poder Executivo com 
determinado projeto de lei aprovado pelo Poder Legislativo, gera o veto, o qual 
poderá ser: total (veta o projeto de lei na íntegra) ou parcial (quando abrange 
texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea do projeto de lei). O Poder 
Legislativo, ao ser comunicado do veto, poderá, pela maioria de seus membros, 
derrubar o veto, devendo o projeto de lei ser reenviado ao chefe do Executivo 
para que este faça a promulgação do texto, conforme o art. 66, parágrafo 4º, da 
Constituição Federal. 
O PL nº 4.238/2012 é de fundamental importância para modernizar o 
segmento de segurança privada no país, uma vez que o cenário de hoje é 
completamente diferente do de 1983, quando foi sancionada a Lei nº 7.102/1983. 
Neste projeto há a definição dos tipos de serviços que poderão ser 
prestados pelas empresas de segurança privada. Nesta aula veremos as 
principais alterações. 
 
 
 
3 
TEMA 2 – DO SERVIÇO ORGÂNICO DE SEGURANÇA 
É importante diferenciarmos empresas especializadas de segurança de 
empresas de segurança orgânica. As empresas especializadas de segurança 
privada são aquelas que prestam serviços de vigilância patrimonial, transporte 
de valores, escolta armada, segurança pessoal, e também as empresas de 
cursos de formação de vigilantes. Já as empresas de serviços orgânicos de 
segurança são pessoas jurídicas de direito privado, autorizadas a constituir um 
setor próprio de vigilância patrimonial ou transporte de valores. Um banco, por 
exemplo, pode ter seu próprio serviço de transporte de valores, desde que 
atenda aos requisitos da lei. Sendo assim, as empresas de serviço orgânico de 
segurança devem preencher os seguintes requisitos, nos termos do art. 91 da 
Portaria 3.233/2012: 
a. Exercer atividade econômica diversa da vigilância patrimonial e transporte 
de valores; 
b. O serviço de segurança orgânica deverá ser feito pelos próprios 
empregados; 
c. O administradores, gerentes e empregados responsáveis pelo serviço 
orgânico, não poderão ter sentença criminal registrada. 
 
A empresa que possuir serviço orgânico de segurança só poderá usá-lo 
em proveito próprio e este poderá ser exercido somente dentro dos limites dos 
estabelecimentos da empresa, assim como nas residências de seus sócios e 
administradores para protegê-los. 
O projeto prevê que condomínios de casas ou de apartamentos, 
escritórios, prédios residenciais e salas – exceto portarias – poderão ter sua 
segurança orgânica, desde que preencham os requisitos elencados na lei e que 
tenham instalações específicas para guarda de armas e alarmes. 
 
TEMA 3 – DOS TIPOS DE SEGURANÇA PRIVADA 
O projeto prevê ainda que a segurança privada será prerrogativa das 
empresas constituídas com esse fim, e, portanto, não poderá haver qualquer tipo 
de serviços de segurança efetuados por autônomos ou cooperativas. 
A fiscalização da criação, funcionamento e demais regras atinentes ao 
setor serão fiscalizadas pela Polícia Federal, como nos moldes de hoje. 
Os tipos de segurança que poderão ser prestadas são: 
 
 
4 
1. Vigilância patrimonial; 
2. Segurança de eventos em espaços de uso comum; 
3. Segurança nos transportes coletivos, exceto aviação; 
4. Segurança em unidades de conservação; 
5. Monitoramento de sistemas eletrônicos de segurança e de rastreamento; 
6. Transporte de valores; 
7. Escolta de transporte de bens; 
8. Segurança do perímetro de muralhas e em guaritas de presídios. 
 
Nesse rol de serviços, gostaríamos de chamar a atenção para o serviço 
de monitoramento de sistemas eletrônicos de segurança, que atualmente é 
amplamente conhecido, mas que não se sujeita às regras da Lei nº 7.102/1983, 
como é o caso das empresas de monitoramento eletrônico, ou seja, seus 
trabalhadores não necessitam ter o curso de vigilante para que possam atuar no 
mercado. As empresas de segurança privada pretendem também poder 
comercializar produtos referentes à segurança eletrônica. Lembre-se de que as 
empresas de segurança privada não podem exercer outra atividade econômica 
que não a de segurança. 
Com relação à segurança de presídios, assunto muito importante 
atualmente, o projeto de lei prevê que haverá a necessidade de o presídio ser 
privatizado, porém os serviços atinentes à carceragem, revista íntima, contenção 
de rebeliões e aplicação de penalidades aos detentos não poderão ser feitos 
pelos agentes de segurança privada. Essas atividades continuarão sendo feitas 
por agentes de carceragem, que são funcionários públicos. 
Haverá ainda a possibilidade do exercício da segurança privada em 
transportes coletivos, algo que atualmente não é permitido, causando 
insegurança em trabalhadores e usuários. No caso da aviação, como há um 
rigoroso sistema de entrada e saída de passageiros e malas, a segurança 
privada não atuará. 
 
TEMA 4 – DOS REQUSITOS DE AUTORIZAÇÃO 
Atualmente nos termos do art. 4º da Portaria 3.233/2012, as empresas 
que desejam atuar no segmento de segurança privada devem ter no mínimo um 
capital social integralizado de 100 mil Ufir. 
 
 
5 
O projeto prevê que o capital social mínimo para a abertura de uma 
empresa de segurança irá variar de acordo com o segmento de atuação da 
empresa. Por exemplo: 
1. Para as que atuem em transporte de valores, R$ 2 milhões; 
2. Para as de gerenciamento de risco desse transporte, R$ 200 mil; 
3. Para as demais empresas, R$ 500 mil. 
 
Caso a empresa venha a atuar com vigilantes desarmados na segurança 
de patrimônio ou grandes eventos, o capital será de R$ 125 mil. 
Escolas de formação deverão possuir um capital de R$ 200 mil e as de 
monitoramento de sistemas eletrônicos de segurança de R$ 100 mil. 
Com o aumento do valor do capital social para a abertura de uma empresa 
de segurança, pretende-se selecionar as empresas que irão prestar tais 
serviços, ou seja, que possuam uma saúde financeira condizente com o serviço 
a ser efetuado. 
Haverá ainda a modalidade do seguro garantia, pois como sabemos, 
muitas empresas “quebram” e deixam os vigilantes sem receber seus haveres 
trabalhistas. Esse seguro irá cobrir obrigações trabalhistas, tributárias, 
previdenciárias e oriundas de responsabilização civil. É uma mudança 
importante, pois haverá uma maior segurança para o trabalhador, para o 
contratante e para o estado, pois atualmente, caso uma empresa deixe de pagar 
verbas de cunho trabalhista, nos termos da Súmula 331 do TST, o contratante 
será responsável pelopagamento. Acabará o velho jargão de que o contratante 
paga duas vezes pelos serviços. 
O art. 4º da Portaria 3.233/2012 “veda de forma ampla e expressa a 
participação direta ou indireta de estrangeiros na atividade de segurança 
privada”. 
Porém, os tribunais vêm aceitando que empresas criadas no Brasil, sob 
as regras da legislação local, mas com capital estrangeiro, possam atuar no 
segmento de segurança privada. O novo estatuto tenta proibir que estrangeiros 
atuem no segmento por meio de vedação explicita. Haverá uma discussão nos 
tribunais sobre tal tema, pois a Constituição prevê que somente empresas de 
jornalismo e de radiodifusão não possam ser criadas com capital estrangeiro. 
Houve, portanto, a revogação do art. 171 da CF. 
 
 
6 
Dessa forma, atualmente, apesar da lei vedar estrangeiros na atividade 
de segurança privada, os interessados vêm obtendo decisões favoráveis na 
justiça. Resta agora esperar a aprovação do novo estatuto para definirmos a 
questão. 
Faz-se importante ressaltar que a fiscalização das empresas de 
segurança privada continuará a cargo da Policia Federal. Dessa forma, o novo 
estatuto tenta criminalizar a atividade clandestina de segurança privada e 
estabelece que a Policia Federal poderá encerrar o funcionamento da empresa 
imediatamente, e que seus sócios responderão a processo criminal pelo 
exercício ilegal da atividade. 
 
TEMA 5 – DA JORNADA E A ATIVIDADE DE VIGILANTE 
Reza a CF no art. 7º, 
XIII - a duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e 
quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, 
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho. 
 
No item jornada, o maior problema enfrentado pelas empresas de 
segurança é referente ao intervalo na jornada 12x36. Essa é uma jornada muito 
usada pelas empresas de segurança privada, mas que tem trazido muitos 
problemas aos empresários. Atualmente as empresas têm enfrentado inúmeros 
processos judiciais pedindo a descaracterização da jornada 12x36 e o 
pagamento das horas excedentes da oitava como extra. Além do que, o MPT 
entende que essa jornada é ilegal, pois retira do vigilante o direito ao descanso 
intrajornada. No caso da jornada, o vigilante trabalha 12 horas ininterruptas, sem 
descanso para refeição (o chamado intervalo intrajornada). O novo estatuto tenta 
disciplinar a questão e diz que é legal a não fruição, mas com o pagamento em 
dinheiro pela não fruição desse intervalo. Caso seja aprovado, haverá uma 
redução brutal do passivo trabalhista das empresas, pois haverá uma lei 
respaldando tal tipo de jornada. 
 No tocante à formação escolar, o novo estatuto diz que para ser vigilante 
deverá o candidato ter concluído todo o Ensino Fundamental. Atualmente prevê 
a lei que o vigilante necessita da 4ª série (ou 5º ano) para poder fazer o curso. 
Para se ser vigilante supervisor, é necessário ter concluído o Ensino Médio e 
estar trabalhando para uma empresa de segurança privada. Ocorre que, por 
 
 
7 
questões mercadológicas, atualmente muitas empresas têm contratado 
vigilantes com Ensino Médio e muitas vezes trabalhadores com Curso Superior 
completo. 
Aos vigilantes que já tenham feito o curso de vigilante quando da entrada 
em vigor do novo estatuto, não serão exigidos os requisitos acima. 
 
NA PRÁTICA 
Um dos grandes problemas enfrentados pelas empresas de segurança 
atualmente e que o novo estatuto tentará resolver é o da jornada 12x36, e o 
cumprimento de cotas pelas empresas. A jornada 12x36, quando 
descaracterizada, traz um grande prejuízo econômico para a empresa, e o 
cumprimento das cotas chega a ser impossível pela falta de candidatos no 
mercado, mas as multas são aplicadas indistintamente, ou seja, sem se analisar 
a falta de mão-de-obra. 
 
FINALIZANDO 
Vimos que está para ser votado no Senado Federal o novo estatuto da 
segurança privada, e que este trará inúmeras mudanças no segmento. Tais 
mudanças serão de fundamental importância para que haja um regramento legal 
nesse mercado que possui importância fundamental para a sociedade, pois 
auxilia os entes públicos na tarefa de proporcionar segurança à sociedade. 
 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Senado Federal. Projeto de Lei n. 4.238/2012. Altera o art. 19 da Lei nº 
7.102, de 20 de junho de 1983, para dispor sobre o piso nacional de salário dos 
empregados em empresas particulares que explorem serviços de vigilância e 
transporte de valores. Disponível em: 
<http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=5
52197>. Acesso em: 14 mar. 2017.

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