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RESPONSABILIDADE CIVIL

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RESPONSABILIDADE CIVIL
	Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Se não há violação, não há responsabilidade civil. Precisa existir o dano.
Responsabilidade Civil é o dever/obrigação secundário que alguém tem de reparar/indenizar a vítima por um dano causado por uma conduta lícita ou ilícita do agente. 
O dever nunca é primário, sempre nasce da violação de um dever primário, será um descumprimento, isso de acordo com o princípio da incolumidade das esferas jurídicas alheias, diz que não podemos invadir o patrimônio alheio sem o consentimento do mesmo, baseado no dever de não lesar ninguém, todos temos um dever genérico de cuidar. Assim como a violação desse dever, de um direito, de uma esfera jurídica, surge a responsabilidade civil. 
	Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.
A responsabilidade civil pode ser causada também por situações contratuais, extracontratuais e fatos das coisas animais.
Na prova – pode ser questionado coisas do tipo:
Que espécie de responsabilidade civil é?
Qual tipo de responsabilidade civil?
Quem tem legitimação ativa para mover ação?
Como advogado do zoológico vocês encontram que meios...
Quem tinha a guarda?
Os elementos ou pressupostos gerais da responsabilidade civil são os seguintes: 
conduta ou ato humano
nexo de causalidade 
dano ou prejuízo
A culpa não é um elemento geral da responsabilidade civil e, sim, um elemento acidental.
O primeiro elemento da responsabilidade civil tem por núcleo a noção de voluntariedade, podendo ser positiva ou negativa (ação ou omissão). Na voluntariedade, a pessoa tem consciência daquilo que se faz, está ausente nos atos reflexos, no sonambulismo e na hipnose, por exemplo. A regra geral é de que a conduta deve ser ilícita, mas também pode haver responsabilidade civil decorrente de ato lícito, por isso, a ilicitude não pode ser um elemento geral.
A responsabilidade civil pode ser ato próprio como também pode ocorrer por ato de terceiro ou por fato da coisa ou do animal, chamada responsabilidade civil indireta. Neste último caso haverá conduta humana mesmo que por omissão. As presunções de culpa não existem mais no Código Civil Brasileiro sendo substituída, na maioria das vezes, pela responsabilidade objetiva.
O nexo de causalidade é o vínculo que une a conduta humana ao resultado danoso. As teorias explicativas do nexo de causalidade são as seguintes:
a) Equivalência de condições (conditio sinequa non): para essa teoria todos os antecedentes fáticos que contribuírem para o resultado são causa dele. Deve ser limitada para não levar o intérprete ao infinito. Bending diz que se levar a teoria ao infinito poderia se cometer o absurdo de condenar o marceneiro que fez a cama onde foi cometido o adultério.
b) Causalidade adequada: foi criada por Von Kreies e afirma que causa é o antecedente causal abstratamente idôneo à realização do resultado segundo um juízo de probabilidade. Também não foi adotada pelo Código Civil Brasileiro.
c) Causalidade direta e imediata: para outros autores, como Gustavo Tepedino e Pablo Stolze, foi adotado pelo Código Civil Brasileiro e afirma que a causa serviria apenas o antecedente fático ligado necessariamente ao resultado danoso como uma consequência direta e imediata.
O dano é a lesão a um interesse jurídico tutelado, material ou moral. Para que um dano seja indenizável é preciso alguns requisitos: violação de um interesse jurídico material ou moral, certeza de dano, mesmo dano moral tem que ser certo e deve haver a subsistência do dano.
Para que haja responsabilidade civil é preciso que haja o rompimento de um equilíbrio jurídico-econômico e/ou psicológico.
Não existe uma reparação integral e sim repor o mais próximo possível.
O objetivo da responsabilidade civil é atingir o princípio da Restitutio in Integrum restituir a vitima integralmente.
A responsabilidade civil nasce da falta da reparação natural.Ex: máquina com fotos / carro batido...
Uma das grandes funções da responsabilidade civil é ser:indenitária – compensatória – punitivo
	Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização.
É o dever (secundárias) que alguém tem de repor, reparar um direito que foi violado, por um fato próprio do agente, ou pelo fato de outrem (responsáveis, pais, curadores, tutores, empregadores). Ou ainda pelo fato das coisas animadas (art. 936) ou inanimadas (art. 937 – 938) que estiverem sob o meu poder de comando ou de direção (guarda).
	Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.
	Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.
	Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
	Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
FASE DA VINGANÇA = Quem nos legou muito na responsabilidade civil foram os franceses.Parte-se de uma fase em que a justiça é feita com as próprias mãos, onde, inclusive, era permitido retaliar o outro. 
FASE DA COMPOSIÇÃO VOLUNTÁRIA = Passamos a fase em que a vítima escolhia um bem que ela quisesse do seu ofensor, denominado “poena”, realizando o resgate de culpa. E encerramos com a fase em que o Estado delimita a forma de indenização.
Era permitido à vítima realizar a vingança com as próprias mãos, em sua maioria de forma muito rudimentar, pois lhe era autorizado inclusive retaliar o seu agressor.
A vítima observa que ela não ganha nada, simplesmente ‘machucando’, fazendo justiça com as próprias mãos, assim de forma voluntária, passa a escolher um bem de seu agressor, pelo qual o agressor ficaria livre de punição, sendo assim através da entrega de um bem, “poena”, o agressor alcançaria o “resgate da culpa”.
 A fase da compulsão tarifaria é de que o Estado passa a tarifar o valor ou o bem que o ofensor deveria entregar a vítima. É importante para nós, porque é o momento no direito romano, entre o que seria delitos públicos e delitos privados.
AQUILIANA = Lex Aquilia – Primeiro interessava o dano, e após a culpa. Enquanto que agora se procede ao inverso. Primeiro a culpa e depois o dano. Na Lex Aquilia basta uma levíssima culpa para indenizar. Entretanto há exceções a esse conceito como é o caso da súmula145, que exige a comprovação de uma culpa grave, para as situações em que é dada uma carona alguém e vem a sofrer um acidente, e esse carona tem o direito de indenizar desde que comprove a culpa grave do condutor.
IN LEGE AQUILIA ET LEVISSIMA CULPA = LÉVISSIMA CULPA
	Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
	Nesse artigo está incluso de forma implícita também a imperícia, bem como o dolo. 
O RISCO NASCE DO FATO E NÃO DA FALHA
RESPONSABILIDADE CIVIL TEM QUE TER O DANO
Responsabilidade moral: para que haja responsabilidade moral não há necessidade que haja o prejuízo efetivo, de um dano. Basta um pensamento, uma ação. A pessoa pode ter uma responsabilidade moral e não ter jurídica.
	Responsabilidade jurídica (civil e penal): para que haja a responsabilidade jurídica é necessário que haja um prejuízo real, efetivo. Necessariamente quando a pessoa tem responsabilidade jurídica ela também terá a moral. TEM QUE NASCER SEMPRE DA VIOLAÇÃO
A Diferença entre responsabilidade penal e civil – trabalha-se sempre com a violação de um direito, independente da esfera.
	Responsabilidade penal: para que haja responsabilidade penal o dano tem que atingir a coletividade, o interesse público é atingido. Por isso sendo legítimo o Ministério Público para ingressar com a ação. A pena é personalíssima. Temos a figura dos inimputáveis, que não responderão pelos seus atos, e para os quais também não será possível transferir essa indenização. Pena restritiva de direitos ou privativa de liberdade. O foco principal é o agente causador do dano, porque todo o direito é pensado em função dessa questão, dessa pessoa.
	Responsabilidade civil: para que haja responsabilidade civil a ordem atingida é a privada, a do particular, por isso que é ele que deve mover a ação, excepcionalmente o Ministério Público. A pena ultrapassa a pessoa do causador do dano (responsabilidade indireta). Embora nós tenhamos a figura dos incapazes, não temos a figura dos inimputáveis, isso porque mesmo tendo um incapaz causando um dano, teremos alguém a quem imputar o dever de indenizar, ao contrário do penal. Além disso, o próprio incapaz que tiver patrimônio terá o dever de indenizar (art. 928, CC). A pena sempre será pecuniária. O foco principal é a vítima, justamente para atingir o princípio da restituição do dano, mas há um momento em que a responsabilidade civil volta seus olhos ao causador do dano, que é o momento punitivo, em que se analisa o caráter punitivo. 
	Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.
Eficácia civil da sentença penal
	“Actiocivilisdelicto”
	A sentença penal transitada em julgada é título executivo judicial, art. 63, CPP.
	Art. 63 CPP. Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros.
Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá ser efetuada pelo valor fixado nos termos do inciso IV do caput do art. 387 deste Código sem prejuízo da liquidação para a apuração do dano efetivamente sofrido.
	
	Art. 387– o juiz ao proferir sentença condenatória, IV – fixará um mínimo de indenização. 
	
	Art. 475 – I, §2, CPC.
O cumprimento da sentença far-se-á conforme os arts. 461 e 461-A desta Lei ou, tratando-se de obrigação por quantia certa, por execução, nos termos dos demais artigos deste Capítulo.
§ 2º Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta.
O PROCESSO CIVIL PODE SER SUSTADO = Art. 110 CPC. Se o conhecimento da lide depender necessariamente da verificação da existência de fato delituoso, pode o juiz mandar sobrestar no andamento do processo até que se pronuncie a justiça criminal.
Parágrafo único. Se a ação penal não for exercida dentro de 30 (trinta) dias, contados da intimação do despacho de sobrestamento, cessará o efeito deste, decidindo o juiz cível a questão prejudicial.
Art. 935, CC – regra geral independentes, posso ajuizar ação civil, independente do processo criminal. Mas pode ser que uma decisão interfira na outra. Art. 64, CPP, § único – o juiz do civil poderá sobrestar o processo civil.
	Art. 110. Se o conhecimento da lide depender necessariamente da verificação da existência de fato delituoso, pode o juiz mandar sobrestar no andamento do processo até que se pronuncie a justiça criminal.
Parágrafo único. Se a ação penal não for exercida dentro de 30 (trinta) dias, contados da intimação do despacho de sobrestamento, cessará o efeito deste, decidindo o juiz cível a questão prejudicial.
	Art. 935 cc. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.
	Art. 64 cpp. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação para ressarcimento do dano poderá ser proposta no juízo cível, contra o autor do crime e, se for caso, contra o responsável civil. (Vide Lei nº 5.970, de 1973)
Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz da ação civil poderá suspender o curso desta, até o julgamento definitivo daquela.
 Exceções: quando o juiz do crime decidir sobre a existência do fato e a autoria, é melhor que se suspenda a ação civil, para que não haja decisões contrapostas. 
Qual a eficácia civil da sentença penal absolutória? É óbvio que essa decisão intervirá no processo civil, se a decisão for ao sentido de negativa de autoria, inexistência de autoria, o que é diferente de quando é absolutória por insuficiência de provas, ou então por prescrição, ou extinção de punibilidade não influem no juízo cível. 
Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.
EXCLUDENTES:
ARTIGO 188 cc
	Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.
Legitima Defesa – Exercício Regular de Um Direito – Estado de necessidade = estas não são excludentes de indenizar. Só retiram a ilicitude da conduta do agente. PODEM GERAR O DEVER DE INDENIZAR. 
Legítima defesa = se for só legitima defesa entre o agente e a outra pessoa, não tem o dever de indenizar. Se foi absolvido porque agiu por legitima defesa putativa – dever de indenizar. 
Estrito cumprimento de dever – Exercício regular de um Direito - se não houve abuso não precisa indenizar – se houver abuso, passa a ser ato ilícito.
O ato lícito quando atingir terceiros, se tem a responsabilidade torna a resp civil
Sempre quando atingir terceiros, tem o dever de indenizar – ato licito também indeniza.
Legítima defesa: Art. 188, I, CC**** Exercício Regular do Direito: art. 188, I, CC.
Estado de necessidade:Art. 188,lI, CC c/c art. 929 e 930, CC. Não produz efeitos no juízo cível a ponto de proibir o ingresso de um processo cível. Sendo assim no caso de um acidente de trânsito em que um caminhão A vem desgovernado, e o caminhão B em sentido contrário para não provocar uma batida desvia para o acostamento e atropela uma pedestre. No âmbito criminal consegue ser absolvido com base no estado de necessidade,entretanto não estará isente de responder no cível, e mesmo não tendo sido o causador deverá indenizar e após entrar com uma ação de regresso contra o caminhão A.
Art 929 cc
	Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram.
Teoria do dano injusto – o exemplo da menina na rua esperando.
A fonte geradora da responsabilidade, no exemplo da menina na rua sendo atropelada pelo carro A q desviou do B - ele praticou ato licito estado de necessidade. – mas pode ter que indenizar e depois regressar processualmente ao B. 
Não há culpa se é ato licito – mas pode ter que indenizar igual.
A culpa é um erro de conduta. 
Art 930 cc
	Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado.
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o dano (art. 188, inciso I).
 
AS SENTENÇAS ABSOLUTORIAS PELA EXCLUDENTES DO DIREITO 
* Sentença por falta de culpabilidade podem ou não produzir efeitos no juízo cível, impedindo ou não a ação indenizatória. Tudo depende da espécie de teoria (subjetiva ou objetiva) que deverá fundamentar a ação indenizatória. Se for subjetiva, a culpa é elemento imprescindível, assim, se foi absolvido no crime porque não teve culpa, essa sentença produzirá efeitos e perderá na ação indenizatória, caso ingresse com esta.
A teoria que fundamenta a responsabilidade médica é subjetiva (art. 951).
	art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.
Caso seja objetiva, a culpa é dispensada por completo, bastando o dano e o nexo causal. Logo, se o motorista do ônibus foi absolvido por falta de culpa, não impedirá a ação contra a empresa de ônibus dos passageiros- contrato de transporte (teoria objetiva- art. 730).
RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR PELOS ATOS DOSSEUS EMPREGADOS (ex: sentença absolvendo o motorista de uma empresa de transporte que atropelou pessoas em estado de necessidade): a sentença absolutórianão produzirá efeitos no cível e, consequentemente, não obstará a ação de indenização contra a empresa, porque se trata de uma responsabilidade contratual, aplicando-se a teoria objetiva. Ou seja: o risco da atividade gera a obrigação, mesmo não tendo havido culpa do agente. Assim, é irrelevante a prova da culpa do motorista, que só será importante para que a empresa possa dele reaver aquilo que despendeu (direito de regresso). Contudo, quando o fundamento da indenização for a teoria subjetiva (ex.: médico acusado de matar a paciente em um procedimento cirúrgico), então a sentença penalabsolutória produz efeitos no civil. 
Significa dizer: a sentença penal absolutória influirá na esfera cível dependendo do fundamento da indenização (teoria objetiva ou subjetiva). Se a indenização depender da constatação da culpa e na esfera penal ficar comprovada a inexistência de culpa, então a sentença absolutória impede a persecução da indenização.
Entretanto, quando o fundamento da indenização for a teoria subjetiva, como por exemplo, um médico acusado de matar a paciente, essa sentença impediria a ação de indenização 
A sentença absolutória que tira a culpa impedirá a ação de indenização dependendo dos fundamentos dessa sentença, se for uma teoria baseada no risco, pouco me importará o exame da culpa.
Fontes geradoras do dever de indenizar
Ato Ilícito (art. 186 e 187): (Extracontratual) – aquiliana - delitual
Descumprimento Contratual - contratual
Boa-fé objetiva – extracontratual – pré e pós 
Ato lícito – extracontratual 
O ato ilícito é tão jurídico quanto atos lícitos, entretanto enquanto que um gera direitos e deveres para que faz, os atos ilícitos geram somente deveres.
O fato não interessa para o Direito Civil. 
O Ato ilícito encontra-se nos artigos 186 ou 187 cc
	Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
É importante estudar este ponto da matéria porque:
Que elementos a vitima tem q comprovar?
O elemento cerne do ilícito é a contrariedade do direito
Cerne e completantes - São os elementos que vao dizer o que se tem que comprovar no processo para se ter uma ação culposa ou dolosa.
Assim:
- Precisa-se de uma conduta humana + conduta culposa ou dolosa + nexo causal + dano
Tendo as situações acima, se tem Suporte fático suficiente.
QUESTÕES DE TRABALHO:
O ato ilícito é um ato contrario a direito e portanto, não pode ser jurídico.
	Os atos ilícitos, em que pesem doutas opiniões em contrário, são atos jurídicos por repercutirem na esfera jurídica, sendo regulados pelo Direito. Aliás, o adjetivo “jurídico” pode ser empregado em dois sentidos. Num primeiro, enquanto algo que repercute no mundo do Direito, que diz respeito ao Direito; este o utilizado acima. Num segundo, enquanto algo que está conforme ao Direito. É lógico que, neste segundo sentido, os atos ilícitos não seriam jurídicos, mas antijurídicos.
O tema é tratado nos arts. 186 e seguintes do Código Civil.
Segundo o art. 186, ato ilícito é toda ação ou omissão voluntária, negligente ou imprudente que viola direito e causa dano a outrem.
O artigo 186 e 187 trazem somente o suporte fático e neste caso aonde esta o preceito. Ou eles contem o suporte fático e o preceito do ato ilícito?
Suporte fático é um conjunto de fatos ou fato que o direito entendeu tão importante a ponto de ser criado uma norma jurídica referente ao mesmo. É quando incide a norma nos fatos e transforma assim em fatos jurídicos. 
	N.J.
FATO			F.J.
	S.F.
	FATO JURÍDICO STRICTO SENSU: é porque dispensa a conduta humana. Eventos da natureza ou volitiva.
	ATOS-FATOS JURÍDICOS	: conduta humana avolitiva (dispensa a vontade na prática do ato). Exemplo: quem casualmente encontrar algum tesouro, quem por acaso descobrir uma nova fórmula. Ou então a prescrição e a decadência. Atos fatos reais, caducificantes e indenizativos. 	
	ATOS JURÍDICOS LATO SENSU : conduta humana volitiva, exteriorizada de forma livre e consciente. VONTADE
ATOS JURÍDICOS STRICTO SENSU: as pessoas não escolhem os efeitos, porque eles derivam da lei, do texto legal. Ex: emancipação, adoção. É irrevogável, irretratável. 
NEGÓCIO JURÍDICO (art. 104 ao 184): ato humano voluntário, mas as partes tem plena liberdade de escolha de pactuar coisas diversas, que encontra limite em uma lei de ordem pública. 
ATOS ÍLICITOS: Não existe ato ilícito nulo ou anulável, porque eles não transitam no plano da validade. 
CERNE> contrariedade ao direito
COMPLETANTES> conduta dolosa ou culposa + nexo+ dano
No plano da validade questiona-se quanto à vontade: quem? O quê? Como? Agente capaz, objeto lítico, possível, na forma estabelecida em lei. 
Suporte Fático + Preceito
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Conduta humana + dolo ou culpa + dano+ nexo causal
Suporte Fático: só há suporte fático, não há preceito. O preceito está no art. 927, CC: 
	Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitosde outrem. 
Art. 186 – contrariedade ao direito: conduta humana + dolosa ou culposa + causar (nexo causal) + dano. É NECESSÁRIO TODOS ESTES ELEMENTOS NO ART. 186, caso contrário não haverá. De regra, faltando um desses elementos não haverá o dever de indenizar. 
O ato ilícito do art. 186 exige a culpa, no sentido lato sensu, como elemento imprescindível ou indispensável a sua caracterização, além do dano e do nexo causal, assim sendo, o CC/02 manteve a teoria subjetiva como sendo a regra geral , se faltar esse elemento comprovados no processo, o agente não terá o dever de indenizar nos termos do art. 186, CC. 
A responsabilidade civil que nasce do ato ilícito, seja do art. 186, seja do art. 187, dará ensejo a uma espécie de responsabilidade chamada extracontratual ou aquiliana ou delitual. 
Já outra grande fonte geradora é o descumprimento contratual, também chamado de inadimplemento contratual ou inexecução contratual, neste caso a responsabilidade não nasce do ato ilícito, mas do contrato que foi descumprido por uma das partes. Essa fonte dá ensejo a outra fonte de responsabilidade chamada de contratual. 
Art. 187, CC = abuso de direito
	Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Critério: objetivo – finalístico.
Prescinde da culpa – ou seja, dispensa a culpa.
Os elementos que a vítima deverá comprovar a conduta humana, o dano e o nexo causal.
Tem que ter um direito subjetivo, começa tudo certo, lícito, a conduta obedece ao direito. Deve exercê-lo e agir de forma a ultrapassar os limites desse direito, abusando assim do direito.
Direito subjetivo
Direito propriamente dito: sujeitos a uma prestação da outra parte, a outra parte deve prestar, como o pagamento de aluguel, a compra de algo. Então a parte para de pagar e viola esse seu direito, nascendo assim para o credor a pretensão, que é o direito de exigir essa prestação e se dá antes da ação. São direitos em que a pretensão irá prescrever. 
Potestativo: não é um direito sujeito à prestação, ele é direito a sujeição da outra parte, ou seja, não é um direito que pode ser violado, e somente faz ele valer quando ela move a ação, e por isso está sujeita a decadência. São os casos dos processos anulatórios. 
	Descumprimento contratual (art. 389, CC/02)para que haja o descumprimento contratual é necessário que haja um contrato para ser cumprido antes da existência do dano, um vínculo jurídico denominado contrato, descumprimento esse que acarretará em obrigações, da violação das normas estabelecidas no contrato, do inadimplemento contratual, inexecução contratual. 
	Pontes de Miranda dizia que existia uma fase pré-contratual e que a mesma também podia ser indenizada.
Boa-fé objetiva: Já dizia Staub que antes do contrato existe um contato social entre as partes, e dele normas de conduta que devem ser observadas, que não decorrem do contrato, porque senão seriam deveres principais, sendo, portanto deveres anexos, laterais ou secundários, esses deverem decorrem da boa-fé objetiva. 
Os deveres são fidelidade, dever de cooperação, dever de segurança, dever de proteção, dever de prestação de contas, dever de informação, etc. No momento em que uma das partes descumprir qualquer um desses deveres acessórios a parte estaria descumprindo a boa-fé objetiva. Pontes já dizia que é necessário uma fase preliminar ao contrato, e o descumprimento de um desses deveres dessa fase, acarreta na quebra de confiança de um quase-contrato. Boa-fé: art. 113, 187 e 422, CC. Esse último afirma que apesar da boa-fé dever ser observada durante o contrato, também deverá ser observada a fase pré-contratual. 
	Art. 113 cc. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
	Art. 187 cc. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
	Art. 422 cc. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Ato lícito: art. 188, II + 929 e 930.
	Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.
	Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram.
	Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado.
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o dano (art. 188, inciso I).
O sujeito age de acordo com o que ordenamento jurídico determina, e pode também ser fonte de responsabilidade civil, não se questinando entretanto a culpa do agente, uma vez que a mesma é perfeita, pois em acordo com o ordenamento jurídico, tão somente o dano e o nexo causal. 
Um caso específico de ato lícito é aquele onde o agente age em estado de necessidade nos termos do art. 188, II, CC, deteriorar algo ou machucar alguém a fim de eliminar perigo eminente. Deve ser o único meio possível, ele não pode ter outra saída, outra escolha. Quando nos referimos a esta fonte de responsabilidade civil devemos sempre observar que a lei, o direito admite aquela ação como sendo lícita, contudo não é aceitável que essa pessoa sofra um dano de forma injusta, que é o dano injustamente sofrido, o art. 929 permite o pedido de indenização, enquanto que o art. 930 permite a ação de regresso, não devendo portanto colocar esse fundamento na petição inicial uma vez que a base legal alegada deverá ser o art. 188, II c/c art. 929. 
Por essa razão uma vez absolvido no juízo criminal, essa sentença não produzirá eficácia a ponto de impedir a acciocivilisdelicto, e não é isso que irá importar para o montante da indenização. O único momento em que o juiz irá analisar a culpa do agente em sua conduta será na questão punitiva, no dano moral, fora isso a conduta não irá influir na questão do montante da indenização. 
ELEMENTOS/ PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL
Elementos que a vítima deverá comprovar no processo para ter êxito na sua ação, quais os documentos que se deve pedir, o que deve ser provado no processo. 
Advém do art. 186 do Código Civil, entretanto eles deverão ser observados para todo e qualquer fonte de responsabilidade civil, qualquer que seja a espécie de responsabilidade, seja, pré ou pós contratual, ou ainda extracontratual. A ÚNICA coisa que pode alterar esses pressupostos será a teoria que se aplica nela. 
ART. 186 “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
A VÍTIMA DEVE COMPROVAR OS SEGUINTES ELEMENTOS:
(ação ou omissão) CONDUTA HUMANA DOLOSA OU CULPOSA:
A nossa conduta diária é ou uma ação (conduta positiva – “agir “in committendo””) ou uma omissão (conduta negativa – “agir “in ommitendo””).
Na omissão a pessoa tem que ter a obrigação legal ou contratual de agir, segundo tem que ter condições para tanto naquele momento, para agir e o dano deve provir dessa omissão. É um não fazer que acaba fazendo, dessa omissão deve surgir o dano. 
No caso do médico, ele deve fazer tudo que possa para contribuir para a culpa, tudo que estiver ao seu alcance. Junto com essa ação ou omissão deve ser analisado também um elemento anímico, a culpa, no sentido latu sensu, ou seja,abrange o dolo ou a culpa stricto sensu (negligência, imprudência e imperícia). 
Quando os autores se referem a culpa, eles se referem na realidade ao dolo, quando se tratar de culpa stricto sensu, eles referirão qual é a culpa, seja ela negligência, imperícia ou ainda imprudência. Está mal empregado porque, o dolo é uma vontade, mas a culpa também é, onde o agente que age com culpa, age de forma voluntária com consciência de que está agindo errado, os atos involuntários seriam os atos reflexos para o direito civil, como a hipnose, ou sonambulismo. 
No dolo a pessoa quer a ação ou omissão e vai em busca do resultado, agir deliberadamente e intencionalmente. A culpa stricto sensu é considerado um erro de conduta (desvio de agir correto), é necessário somente um elemento (negligênciaou imperícia ou imprudência), mas não é um agir tão grave quanto o dolo, é o médico que dá receita por telefone, que dá receita com letra ilegível, que fica deitado não vê o paciente e manda medicá-lo, é negligente o dono do carro que não faz a devida manutenção do veículo. 
* A negligência é a omissão, a inação, é o não fazer que acaba fazendo.
* A imprudência (é um agir positivo, uma ação, agir as pressas e causar danos, agir açodadamente, dirigir em excesso de velocidade, vítima que passa no meio dos carros, não respeita a faixa de segurança). 
Quando falamos em imperícia do médico deve ser provada por meio de perícia que também será realizada por um médico perito.Primeiro tentamos ver se o médico tem outra culpa, ou melhor, tentar provar de outras formas, documentos, testemunhas de que o médico estava com pressa e gritava pelos corredores que não iria esperar o anestesista para fazer a cirurgia.
* A imperícia é a inobservância das normas técnicas ao desenvolver uma atividade que de regra é profissional. Imperito é um médico residente, um motorista recém habilitado. É um médico que atinge um órgão diferente daquele que seria objeto da cirurgia.
NEGLIGÊNCIA = NÃO FAZER
IMPRUDÊNCIA = FAZER ERRADO
EXEMPLO DO MOTORISTA: é imprudente quando excede a velocidade e negligente ao deixar a vítima lá.
EXEMPLO DO MÉDICO: é imprudente ao trocar o tipo de cirurgia, é imperito em realizar aquela cirurgia e negligente ao fugir do hospital ao perceber piora no quadro na paciente.
	GRADAÇÕES DA CULPA (§ único, art. 944, CC)
	Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização.
>CULPA GRAVE: é aquela que decorre de um comportamento extremamente grosseiro pela parte, se equipara ao dolo, embora não o seja.
> CULPA LEVE: é a culpa normal, o desvio de conduta que se espera de uma pessoa normal dentro da sociedade.
> CULPA LEVÍSSIMA: é aquela cometida por uma pessoa extremamente cuidadosa, que é causada por um quase sem querer.
Trata sobre essa questão da gradação da culpa, de que o juiz não deve aplicar a diminuição da pena de acordo com o dano que a mesma causou.
> Culpa “in custodiendo”: é falha na custódia das coisas, no zelo das coisas, inanimadas ou animadas;
>Culpa “in vigilando”: utilizada para as pessoas e para as coisas;
>Culpa “in eligenda”: mais utilizada pelo ato do empregador, pelo que o empregado causava a terceiros.
*** Não são mais tão utilizadas porque o novo Código Civil adotou novas nomenclaturas. 
Erro de diagnóstico: é um erro grosseiro do médico que impede a cura ou a sobrevida da paciente. Agora quando o médico indica um hospital, um anestesista ele pode ser responsabilizado pela culpa “ineligenda”. Será uma culpa objetiva do hospital, enquanto que os médicos serão tratados como responsabilidade subjetiva. 
2) IMPUTABILIDADE: art.928, o incapaz responde pelos prejuízos que causar. Quem será o réu da nossa ação, a quem vamos imputar o réu da nossa ação. Imputar é atribuir alguém capacidade de responder pelo dano causado, seja por fato próprio dele ou pelo fato de outrem, ou pelo fato das coisas, segundo Cavalieri Filho. Aqui não temos a figura dos incapazes, pois sempre atribuímos o dano a alguém, mesmo tendo sido causado por incapaz, chamando assim os responsáveis, os pais, enfim. Significa que eu preciso saber quem foi que causou o dano, ainda que seja um incapaz, ou o que foi que causou o dano, em se tratando de coisa, para poder responsabilizar o guardião. 
	Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.
Com o advento do novo Código Civil, surge o rompimento definitivo do princípio da irresponsabilidade dos amentais, ao dizer que o incapaz responde pelos prejuízos que causar, aumentando assim o leque dos incapazes, ou seja, qualquer incapaz poderá responder com seu patrimônio (art. 928, CC). Nesse artigo não é referida a culpa, sendo assim será uma responsabilidade objetiva. Até porque na doutrina nunca chegamos a conclusão se os incapazes agem ou não com culpa.
O INCAPAZ RESPONDERÁ PELOS PREJUÍZOS QUE CAUSAR SE:
1) os responsáveis não tiverem a obrigação de responder. (essa hipótese nunca será possível, a não ser que seja lido da seguinte forma, os responsáveis legais); trata-se de uma responsabilidade subsidiária. Portanto numa ação deve colocar a escola e os pais como responsáveis solidários, e subsidiária ao incapaz. COLOCAR DE IMEDIATO NO PÓLO PASSIVO O MENOR.
2) os não dispuserem de meios suficientes: os responsáveis tem a obrigação, mas não tem dinheiro o suficiente. A passagem do patrimônio dos responsáveis para os incapazes não precisa ser feita somente depois de esgotadas as possibilidades do responsável, sendo assim posso tirar um pouco dos responsáveis e um pouco do menor. A RESPONSABILIDADE SERÁ SUBSIDIÁRIA E MITIGADA, a indenização deverá ser equitativa, não prejudicará o incapaz e não terá lugar quando privá-lo das suas necessidades ou as pessoas que dele dependam. 928, CC.O incapaz pode sim ser responsabilizado, mas deverá ser subsidiária porque deve-se tentar os responsáveis primeiro, e mitigada, porque deverá ser equitativa. 
3) DANO:não existe responsabilidade civil sem o dano. Dano é (art. 186) a violação de direito, é a lesão ao direito. É a violação desse direito, rompemos com esse equilíbrio. Eu preciso retirar o dano sofrido, indenizando. Os requisitos do dano são:
> certeza: porque o dano não pode ser hipotético, “não se indenizam danos hipotéticos”. 
> Atualidade: no sentido, de regra, que o dano já deve ter sido produzido, que o dano já deve ter ocorrido. Ainda que se ligue com chances perdidas, não podem ser chances hipotéticas, tem que ser chances reais, sonhos não se indenizam. A exceção que há é a possibilidade de indenização de danos futuros, que ainda não se manifestaram, mas é certo que ocorrerão, ainda que num futuro próximo. DANOS EMERGENTES E LUCROS CESSANTES (art. 402cc). 
	Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.
> Subsistência: o dano deve ser algo sério, não pode ser algo que se esvai com o tempo, deve haver uma durabilidade, sendo o caso de doença que atingem a pessoa pelo resto de sua ida, a perda de um membro, a perda de um órgão. 
> Dano direito/ imediato: é aquele que atinge a vítima diretamente, imediatamente. A exceção a isso é o dano por ricochete, que é o dano que funciona como uma bala e vai ricocheteando e atingindo outras pessoas, vítimas reflexas, mediatas, indiretas. 
> Injusto: tem que ser injusto porque a vítima sofreu o dano de forma imerecida, ela não contribuiu para o dano, não deu causa a ele.
***Quando faltar um desses requisitos não haverá dano.
O sistema brasileiro de responsabilidade civil em matéria de danos é atipificado, ouseja, aberto, permitindo sempre a entrada de novos danos, por exemplo, no art. 186 o código diz violar direitos e causar danos, não especifica quais. 
		ESPÉCIES DE DANOS NO DIREITO BRASILEIRO
DANOS MATERIAIS OU PATRIMONIAL
Atinge bens que tenham conteúdo econômico, que seja suscetíveis de uma valoração econômica. São as perdas e danos (art. 402), danos emergente (é tudo aquilo que a vítima já tinha e perdeu com o acidente, é a diminuição efetiva do patrimônio, deve ser comprovado por três orçamentos de praxes, e se cobra o de menor valor – a condenação ao pagamento de danos materiais no valor de R$ 5000,00, corrigidos ao juros de 1% ao mês até a data do efetivo pagamento). É o que a vítima tinha antes do dano e diminuiu. 
Lucros cessantes devem ser comprovados, porque o veículo ficou parado 90 dias. Lucros que deixou de ganhar ou que deixará de ganhar, no caso de haver um dano físico à vítima. Alimentos decorrentes do ato ilícito também são lucros cessantes, pensão alimentícia que normalmente são pedidas liminarmente. Para pedir a pensão devo pensar se é caso de morte da vítima ou é caso de incapacidade da vítima, devo verificar se ela era maior ou menor de idade, incapaz absoluta, relativa, temporária, enfim.
Os alimentos (estão dentro dos lucros cessantes): decorrem do ato ilícito, e tem algumas características do direito de família, como o binômio possibilidade-necessidade (é o direito de família que revela quem são os credores dos alimentos).
Quando a vítima morreu: art. 948, CC. ERA MAIOR DE IDADE OU MENOR? SE MENOR, SE ERA POBRE? DARÁ DIREITO DE ALIMENTOS AOS PAIS SE PAUPÉRRIMO. O PEDIDO DA PENSÃO SERÁ SEMPRE DE 2/3 DO SALÁRIO DA VÍTIMA NO MOMENTO DA MORTE. 
	Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações:
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família;
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima.
Despesas com o tratamento da vítima: danos patrimoniais da espécie danos emergentes;
Despesas com o funeral: danos patrimoniais da espécie danos emergentes;
Luto da família (despesas da família, engloba danos morais, bem como danos materiais).
Prestação de alimentos à quem o morto os devia: de regra serão para os filhos menores e a viúva, uma presunção de que eles dependiam do morto, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima. (quanto aos maiores é aceitável que seja cobrado até o morto completar 65 anos ou 70 anos, quando se trata de menores até o mesmo completar 25 anos). 
QUANTO PEDIR, QUAL O TERMO INICIAL DO PEDIDO E O TERMO FINAL DO PEDIDO. Quanto mais a idade da vítima se aproximar dos 65 anos, deve se estender o pedido da pensão, ou seja, morreu com 30 pede até os 75, comprova que ele estava bem de saúde, que seus pais também era longevos.
MORTE DE MAIOR DE IDADE: homem que deixou viúva e dois filhos menores, todos dependiam dele. Deve-se provar ao certo quanto o mesmo ganhava por mês, para então pedir 2/3 do salário que ele percebia no momento em que morreu. Para o caso dele ser desempregado, o Tribunal presume que o homem poderia ingressar no mercado de trabalho e receber um salário mínimo nacional, sendo portanto pleiteado 2/3 do salário mínimo. O termo final levará em conta a idade provável da vítima, qual seja, 65 anos, que é a expectativa de vida. Ou pode pensar em pedir até os 70 porque há decisões do nosso tribunal de que o gaúcho vive até os 70 anos. *** a que menos se discute é de 65 anos. 
EXCEÇÃO: em contestação, porque pagar 45 de pensão às filhas, podendo o juiz decidir que metade da pensão será paga a mulher até a idade que o morto completar 65 anos, enquanto que a outra metade que cabe às filhas deverá ser paga até a idade de 25 anos (ou 24) das mesmas, que é a previsão (presunção) de término do estudo. 
EXCEÇÃO: pensão vitalícia é somente para algum incapaz ou então alguém que tinha uma doença que impossibilitasse para o trabalho. 
IMPORTANTE: É errado associar os alimentos a um novo casamento, seria condenar a viúva a ficar num eterno celibato. Bem como estabelecer como termo final a maioridade civil aos filhos. Não se compensam, não se abatem, nem se confundem as pensões geradas pelo ilícito ou então provindas da previdência social, a única coisa que se abate é o DPVAT.
MORTE DE UM MENOR DE IDADE: tinha 06 anos de idade e era uma criança paupérrima, de parcos recursos. Quando a criança é pobre os pais entendem que os pais tem direito de pensionamento, isso porque ele irá ajudar aquela família. Não interessa a profissão dos pais. A criança será o esteio, o arrimo da família. Os pais receberão 2/3 do salário mínimo porque ele não trabalhava no momento do acidente dos 14 anos até os 25 anos (porque toda criança menor de 14 anos não pode trabalhar) e 1/3 (porque presume-se que aos 25 anos o morto constituiria família e 1/3 iria para sua nova família) do salário mínimo dos 25 anos até os 65 anos do menor morto (expectativa de vida do morto). Isso pra fins de cálculo, porque após o transito em julgado, ou então quando da concessão de liminar se pagará durante o curso do processo, ou seja, antes do morto completar esses 14 anos. Se o menor tinha 16 anos e percebia um salário de 1000,00, devo pedir 2/3 do salário integral percebido pelo menor.
Quando a vítima sofreu incapacidade parcial ou total (art. 949 e 950, CC): a vítima não morre, mas fica incapaz de exercer a sua atividade profissional. PERGUNTA-SE A VÍTIMA PODE EXERCER AQUELA PROFISSÃO QUE ELA EXERCIA ANTES? NÃO ENTÃO É TOTALMENTE INCAPAZ. 
	Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.
	Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.
INCAPACIDADE TOTAL OU PARCIAL: 
INCAPACIDADE TOTAL E PERMANENTE: se pede o salário integral que ele recebia, se ele não trabalhava pede-se um salário mínimo de forma vitalícia. 
INCAPACIDADE PARCIAL E PERMANENTE: o perito deve informar o percentual de redução do salário da vítima em função da incapacidade a ser pago de forma vitalícia.
INCAPACIDADE PARCIAL E TEMPORÁRIA: o perito deverá informar o percentual de redução do salário da vítima em razão da incapacidade a ser pago até o restabelecimento da mesma.
INCAPACIDADE PERMANENTE OU TEMPORÁRIA: 
IMPORTANTE: sempre que o juiz condenar ao pagamento de pensão alimentícia decorrente do ato ilícito deverá determinar a constituição de um capital, que é uma garantia que o devedor deverá oferecer seja através de imóveis, aplicações, títulos da dívida pública ou fiança que assegure o pagamento de todos os anos da pensão devida. Essa regra é obrigatória. Ver art. 475 - Q, CPC, acrescentar a súmula 313, STJ, que estabelece como obrigatória a regra. A constituição de um capital conforme o art. 475 – Q do CPC e súmula 313 do STJ. Este bem será impenhorável por lei conforme § 1, a não ser que substitua esse bem. GARANTIA FIDEJUSÓRIA: fiança. 
Ver também art 3º, inciso IV, da Lei 8.009/90. O Superior entende que não cabe prisão, porque a CF entende que o inciso refere-se tão somente a alimentos decorrentes do direito de família. Seria melhor se afirmasse que não pode pedir prisão porque o capital já está assegurado. 
O § 2º afirma que pode o juiz substituir essa constituição por desconto em folha da pensão, desde que trabalhe há anos na empresa. 
O §3 é a possibilidade de rever ou exonerar o devedor da pensão nesses casos,quando houver um fato superveniente, devendo ser comprovado tudo. 
IMPORTANTE: A obrigação de pagar a indenização transmite-se aos herdeiros até as forças da herança (art. 943, CC). 
	Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança.
AÇÃO: Da situação fática, das responsabilizações, dos danos (danos materiais, danos morais). Pedido: danos materiais, danos morais, danos estéticos, a perda de uma chance. 
DANOS MORAIS OU EXTRAPATRIMONIAL
É aquele dano que atinge outra esfera, que num primeiro momento não pode ser avaliado.
1) Conceito:é a lesão a um direito personalíssimo
Artigo 11 (características) {a proteção dos direitos personalíssimos perpassa a morte - transeficacização}
Artigo 12 é uma medida preventiva e há também a responsabilização civil (medida repressiva), 
Artigos 13 – 21, CC – rol dos direitos.
Espécies de direitos personalíssimos: direito à vida, integridade psicofísica e a liberdade (art. 13 ao 15); 
Direito ou proteção ao nome – prenome- sobrenome – pseudônimo (art. 16 ao 19); 
Direito ou proteção a honra ou imagem ( art. 20) 
Vida privada ou intimidade (art. 21)
É a lesão ou violação a um dos direitos personalíssimos que deverá causar na vítima efeitos negativos, tais como dores, humilhações, vergonha, vexame, constrangimento, etc. Abalando-a psicologicamente que transbordem a normalidade da vida de relações ou a tolerabilidade. O sofrimento, a dor são consequências do dano moral e não o conceito de dano moral. 
Honra subjetiva: é como nós nos vemos, só a pessoa física pode sentir os efeitos dessa violação, dor, sofrimento, mágoa, etc.
Honra objetiva:é como a sociedade nos enxerga, boa fama, crédito, e, portanto pode ser protegida também a honra objetiva das pessoas jurídicas. Súmula 227, STJ – a pessoa jurídica tem direito a dano moral, respondemos porque sua honra objetiva foi violada. Art. 52, CC, proteção aos direitos personalíssimos se estende a pessoa jurídica também naquilo que couber.
	STJ Súmula nº 227 - 08/09/1999 - DJ 20.10.1999
Pessoa Jurídica - Dano Moral
    A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.
	Art. 52 cc. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
2) Evolução no Direito Brasileiro: tivemos grande dificuldade de ser aceito no direito brasileiro, porque não se aceitava a indenização da mãe pela dor sofrida pela perda do filho. Surgiram assim três correntes:
> negativista (Gabba e Savigny): argumentos apontados seria a falta do preço da dor, quanto vale as lágrima de dor de uma mãe pela perda do filho; falta de um efeito penoso durável; abre um número indeterminado de vítimas; único poder nas mãos de uma única pessoa.
>intermediária: aceitava a indenização moral desde que ela tivesse reflexo no patrimônio da vítima, ou seja, tinha um dano material misturado.
>Positivista (Minozzi, Mazzeauos, Pontes, Beviláqua): dizia que é possível indenizar um dano moral puro, isto é, sem qualquer reflexo no patrimônio. Diziam que não é a falta do preço da dor, porque não é a dor que está sendo paga, mas sim algo que aquela mãe possa usar para amenizar o seu sofrimento, a sua dor, algo que sirva de bálsamo para aquele vazio deixado pela morte do filho, ele compensa aquela dor e não repara. Além disso, não é possível que se deixe impune o ofensor, servindo assim para punir o ofensor. Quanto a falta de um efeito penoso os positivistas diziam que os negativistas estão confundindo dois momentos do dano moral, ora dizer que uma mãe sofre pela morte de um filho já é reconhecimento de um dano, agora analisar quanto tempo dura é um segundo momento para fixar o valor da indenização. Não pode confundir a existência do dano com a fixação da indenização. E quanto ao número de vítimas, mostra que se houvessem mais de um afetado, demonstra que o dano efetivamente ocorreu. O juiz é quem deve fixar quem são as pessoas legitimada para receber tal indenização. E quanto ao argumento de que o dano fica nas mãos do juiz, não era impedimento porque todos os outros danos ficam nas mãos do juiz. 
*** Essas correntes permaneceram no direito brasileiro até 1960, quando saiu uma súmula do STF, 491, que dizia que é indenizável a morte de filho menor ainda que não exercesse atividade remunerada. Quem pôs fim a essa fase da irreparabilidade foi a CF/88, em seu art. 5, incisos V e X, indeniza-se a imagem, a honra. E é necessário superar a fase da unacumulabilidade, que se deu pós CF, nos anos 90 com a súmula 37 do STJ, assenta que é cumulável num mesmo fato danos morais e materiais, independentes e que podem ser cumulados numa mesma ação. 
	STJ Súmula nº 37 - 12/03/1992 - DJ 17.03.1992
Indenizações - Danos - Material e Moral - Mesmo Fato - Cumulação
    São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato.
3) Aplicabilidade:
4) Prova: de regra todos os danos são comprovados pela vítima, através de recebidos, notas fiscais, orçamentos, contudo no que tange ao dano moral, uma vez comprovada a situação fática pela vítima, o dano moral surge como evidente, invertendo-se o ônus da prova, é o que o tribunal chama de dano moral in reibsa, a coisa fala por si própria, trata-se de uma presunção relativa, juris tantum. Por exemplo a mãe que perde um filho no acidente tem presumido o seu dano moral. Dano material via ricochete não se presume, se prova para pleitear. 
5) Legitimadade Ativa: Quem pode pleitear o dano moral??? Principalmente das vítimas por ricochete. Vítima já morreu e os herdeiros pedem.
Qualquer um que tenha sofrido um dano moral, vítimas direitas ou dano imediato, vítimas indiretas ou dano mediato. Dano por ricochete é o dano que a vítima indireta sofreu por reflexo do dano sofrido diretamente pela vítima. Quem pleiteia dano por ricochete pleiteia um dano próprio, a sua dor, o seu dano, porque a sua integridade psicofísica foi atingida (jure proprio), a vítima não precisa morrer para pedir o dano por ricochete. É o dano sofrido por uma pessoa que sofre os reflexos sofridos pelo dano da vítima direta, moral ou material. Dano por ricochete é a forma como chega na pessoa, não é uma espécie.
Tem limite o dano por ricochete?? Não, qualquer pessoa que tenha sofrido o dano reflexo, no Brasil não há limitação. Aos parentes mais próximos (cônjuge, ascendentes, descendentes, irmãos, avós) o dano moral se presume. Agora tio pedindo pela tia deve ser provado, assim como amigos, noivos, parentes mais longínquos deve ser comprovado o legítimo interesse e o nexo causal (ligação com a vítima). A pensão é uma forma de dano material por ricochete. 
6) Transmissibilidade por direito hereditário: o dano moral pode ser transmitido para os herdeiros, eu sofri um dano e morri, meus herdeiros podem exigir esse direito. A vítima morreu sem ajuizar a ação, os herdeiros podem?? STJ
VÍTIMA SOFREU A LESÃO, INGRESSOU COM A AÇÃO E MORREU: chama-se substituição processual art. 43, CPC e art. 943, CC. Está consolidado esse posicionamento.
	Art. 43. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a substituição pelo seu espólio ou pelos seus sucessores, observado o disposto no art. 265.
	Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança.
VÍTIMA SOFREU A LESÃO, NÃO AJUÍZOU E MORREU: não é o dano que se transmite, mas sim o direito de ver aquele dano reparado, porque se transmite como natureza patrimonial. O STJ tem inclinação nesse sentido. Não está consolidado ainda. 
7) Fixação ou Arbitramento: compensatório e punitivo, método bifásico.
O juiz deve levar em conta o binômio compensação (satisfação) – punição. Compensação é a trabalhar a ideia de amenizar o sofrimento. Já a punição tem a finalidade de precaver, de desestimular o dano. Para ambos os lados tenho que provar quem era, qual a extensão do dano, como o dano foi causado, qual a gravidade.Além disso o juiz deve levar em conta o princípio da razoabilidade e o principio da proporcionalidade, ou seja, ele não deve fixar em um valorínfimo que não sirva para nada e nem num valor exorbitante a ponto de enriquecer a vítima.
O método bifásico leva em conta o dano causado e após as circunstâncias do fato e após foi feita a conclusão. Arbitra-se o valor básico ou inicial da indenização, considerando-se o interesse jurídico lesado, em conformidade com os precedentes jurisprudenciais acerca da matéria. Após procede-se a fixação definitiva da indenização, ajustando-se o seu montante às peculiaridades do caso com base nas suas circunstâncias, elevando-se ou reduzindo-se de acordo com as circunstâncias do fato.
8) Banalização do Instituto:o que se entende por isso e trazer uma jurisprudência que retrate isso, sem ementa, todo o processo.
Ver súmula 325, STJ, pedi a condenação de dano moral cujo valor deverá ser arbitrado judicialmente sendo o valor da causa o valor de alçada, e se pedir dano material o valor será somente o do dano material. Condenação de dano moral, valor sugestivo, podendo ser o valor da causa o valor de alçada. E por fim , pode pedir um valor certo, dano moral cujo dano moral deverá ser fixado em R$, que será o valor da causa, devendo somar se tem dano material também. 
	STJ Súmula nº 325 - 03/05/2006 - DJ 16.05.2006
Remessa Oficial para Reexame ao Tribunal - Parcelas da Condenação Suportadas pela Fazenda Pública - Devolução
    A remessa oficial devolve ao Tribunal o reexame de todas as parcelas da condenação suportadas pela Fazenda Pública, inclusive dos honorários de advogado
Se o juiz concede o dano moral, ele deve julgar procedente, condenando também a sucumbência recíproca. 
Súmula 362, STJ: A correção do dano moral começará a partir do arbitramento do valor.
	STJ Súmula nº 362 - 15/10/2008 - DJe 03/11/2008
Correção Monetária do Valor da Indenização do Dano Moral
    A correção monetária do valor da indenização do dano moral incide desde a data do arbitramento.
Súmula 370, STJ: deixa cheques pós-datados, e os cheques são depositados, isso é a quebra da boa-fé objetiva, aquele que depositou tu tem que depositar o valor daqueles cheques + danos morais, independente de ter fundo ou não.
	STJ Súmula nº 370 - 16/02/2009 - DJe 25/02/2009
Caracterização - Dano Moral - Apresentação Antecipada de Cheque Pré-Datado
    Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado.
Súmula 385, STJ - inscrição negativa indevida, quando não foi aquela conta que negativou a pessoa, quando a pessoa já não tem mais crédito. Não tem direito a dano moral, tendo como direito tirar a inscrição indevida. 
	STJ Súmula nº 385 - 27/05/2009 - DJe 08/06/2009
Anotação Irregular em Cadastro de Proteção ao Crédito - Cabimento - Indenização por Dano Moral
    Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento.
Súmula 403, STJ: usar a minha imagem, sem a minha autorização. Dá direito a dano moral, mas desde que seja com fins econômicos e sociais. 
	STJ Súmula nº 403 - 28/10/2009 - DJe 24/11/2009
Prova do Prejuízo - Indenização pela Publicação de Imagem de Pessoa - Fins Econômicos ou Comerciais
    Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais.
IMPORTANTE DISTINÇÃO
!!!
DANO POR RICOCHETE: é um dano próprio que surgiu de um dano causado por outrem. 
Jus 
proprio
MORTO: sofre o dano depois de morto (parágrafo único art. 12 ou art. 20) Nada a ver com dano, nem transmissibilidade. Dano moral da pessoa já falecida. 
TRANSMISSIBILIDADE POR DIREITO HEREDITÁRIO: viva quando sofre o dano e depois morre. Quem pode pleitear
??
Jus 
hereditatis
DANOS ESTÉTICOS: é a lesão que altera a harmonia externa da vítima, o aspecto morfológico da vítima para o pior. 
É o aleijão, as deformações ou deformidades, as cicatrizações horrendas, basta que altera o aspecto externo, exterior da pessoa. 
Por muito tempo o dano estético estava abarcado pelo dano moral, e era um “bis in idem” pedi-lo separadamente. O STJ no final dos anos 90 passa a entender que o dano estético era um “tertium genus”, diferente do dano material e moral. Essa posição acabou sumulando a matéria permitindo a cumulação desses danos numa mesma ação (súmula 387, STJ). 
	STJ Súmula nº 387 - 26/08/2009 - DJe 01/09/2009
Licitude - Cumulação - Indenizações de Dano Estético e Dano Moral
    É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral.
O uso de disfarces, próteses, perucas e etc, que sirvam para amenizar o dano causado na vítima, não afasta nem diminui o valor do dano estético. Sempre que se tiver um dano estético, também se terá um dano moral, porque este é uma lesão à integridade psicofísica. Ele tem a mesma dificuldade de valoração que o dano moral, é por isso que muitas vezes o Tribunal repete o valor do dano moral para o dano estético. A única coisa que não é dano estético é a perda de um órgão interno, mas a cicatrização dessa perda pode ser considerada dano estético. 
A principal causa são as cirurgias plásticas. Paraplegia e tetraplegia também dá direito a dano estético. 
Art. 949, CC – é o fundamento do dano estético, indenizará o ofendido das despesas do tratamento e todos os demais gastos.
Art. 950, CC – incluirá pensão correspondente ao trabalho que se inabilitou. 
	Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.
	Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.
A PERDA DE UMA CHANCE: Surgiu com os franceses no caso do cavalo campeão, depois com o erro médico de diagnóstico. NÃO É UM LUCRO CESSANTE, tem mais características de dano material, e às vezes nem a isso se assemelha. 
É um dano que ceifa, que corta, que retira da vítima, uma chance ou uma oportunidade de melhoria de vida, embora indenize-se chances ou oportunidades, elas devem ser REAIS, SÉRIAS, VIÁVEIS, e não remotas, hipotéticas, quimeras (sonhos). 
Trabalha-se com a probabilidade de certeza. Na perda de uma chance o que se busca é um percentual da chance que foi retirada da vítima, calculada sobre o benefício final. Como há um acidente que tira a minha certeza de um benefício final, eu vou trabalhar com as chances de obter aquele resultado final. Oposta àquela certeza há a possibilidade de hipótese, quanto mais longe da hipótese e perto da certeza, maior o benefício que eu posso pleitear em cima do benefício final. 
NUNCA se terá a certeza de ganho daquele benefício final, mas minhas chances eram grande de obter aquele resultado final, portanto nunca peço o montante final, e sim uma porcentagem. 
Já o lucro cessante já é da pessoa, só não integrou o patrimônio ainda. O erro grosseiro de diagnóstico que tira as chances de cura ou de sobrevida de um paciente já são aceitos em nosso TJ. É interessante o consentimento por escrito, porque muitas vezes a prova testemunhal não é aceita. 
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. TESTEMUNHA DE JEOVÁ. TRANSFUSÃO DE SANGUE. DIREITOS FUNDAMENTAIS. LIBERDADE DE CRENÇA E DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. PREVALÊNCIA. OPÇÃO POR TRATAMENTO MÉDICO QUE PRESERVA A DIGNIDADE DA RECORRENTE. A decisão recorrida deferiu a realização de transfusão sanguínea contra a vontade expressa da agravante, a fim de preservar-lhe a vida. 
A postulante é pessoa capaz, está lúcida e desde o primeiro momento em que buscou atendimento médicodispôs, expressamente, a respeito de sua discordância com tratamentos que violem suas convicções religiosas, especialmente a transfusão de sangue. Impossibilidade de ser a recorrente submetida a tratamento médico com o qual não concorda e que para ser procedido necessita do uso de força policial. Tratamento médico que, embora pretenda a preservação da vida, dela retira a dignidade proveniente da crença religiosa, podendo tornar a existência restante sem sentido. Livre arbítrio. Inexistência do direito estatal de "salvar a pessoa dela própria", quando sua escolha não implica violação de direitos sociais ou de terceiros. Proteção do direito de escolha, direito calcado na preservação da dignidade, para que a agravante somente seja submetida a tratamento médico compatível com suas crenças religiosas. AGRAVO PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70032799041, Décima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Cláudio Baldino Maciel, Julgado em 06/05/2010)
Advogado que perde prazo recursal, prazo contestacional, não comparece na audiência principal, deixa a ação decair e prescrever. OBSERVAR
4) NEXO CAUSAL:retiramos este elemento do art. 186, através do verbo causar, é o liame, o vínculo, a ligação que necessariamente deve haver entre a conduta do agente e o resultado final (dano), a conduta deve ser a causa, e o dano necessariamente o seu efeito, a sua consequência. O nexo deve estar comprovado no processo, embora excepcionalmente já existem situações que o presumem, ou até mesmo o flexibilizem. A regra é sem nexo sem indenização. Pode haver uma responsabilidade sem a existência da culpa, mas de regra não pode existir uma responsabilidade civil sem nexo causal e sem o dano, elementos estes indispensáveis a qualquer espécie de responsabilidade civil. 
Quando a causa é única é fácil de se verificar se há nexo causal, o problema surge quando existirem multiplicidade de causas ou causalidade múltipla, pois neste caso torna-se difícil apurar qual delas contribui efetivamente para a causação do dano. Devemos nos perguntar quem matou, foi o primeiro agente? O segundo? O terceiro? Será que todos contribuíram para a morte de mesma forma? Existem três teorias para tentar explicar a causalidade múltipla, quais sejam: 
>equivalência das condições “conditio sinequa non”:por esta teoria todos essas causas se equivalem, ou seja, nenhuma é mais importante que a outra assim a vítima, os familiares, poderiam ajuizar ação contra qualquer um dos agentes. Essa teoria veio em socorro da vítima. Essa teoria recebeu da doutrina fortes criticas por levar a um infinito de causas, sem resolver o problema do nexo. Foi abandonada pela responsabilidade civil.
> causalidade adequada: por essa teoria o juiz analisa causa por causa, retrocedendo até a primeira causa e ELE decide qual a causa mais eficaz, ou mais adequada na produção do resultado final. Essa teoria tem recebido críticas da doutrina por entender que a escolha da causa é deixada exclusivamente ao juiz, o que é temerário. Nós encontramos ainda na jurisprudência a aplicação da causalidade adequada. Há de se observar que há uma confusão de nomenclaturas, sendo comum encontrar causalidade adequada pelo dano direto e imediato, ou seja, confusão entre as duas últimas teorias.
>causalidade direta e imediata ou interrupção do nexo causal: criou através do artigo 1.060 do CC/16, que diz “o dano deve ser direto e imediato” mesma redação do art. 403, “por efeito direto e imediato”, ou seja, a pessoa deve responder pelo dano causado diretamente e imediatamente, concausas, fatos e causas que vão se sucedendo entre a primeira conduta e o resultado final. Para Agostinho Alvim, responde pelo dano quem o houver causado de forma direta e imediata, ligando a conduta ao resultado final, se nesse interregno as concausas podem ou não romper com o nexo causal existente. Se romperem com esse nexo o agente anterior não poderá ser responsabilizado pelo evento final (morte como no exemplo). Tudo depende da espécie de concausa, se elas forem preexistentes ou supervenientes. Concausas preexistentes são as que já existiam, isto é algo ligado as condições de saúde da vítima que preexistiu e que servem para agravar a situação, essas concausas não rompem com o nexo anterior, ao contrário elas prolongam o nexo e obrigam o agente a responder pelo dano final. Já as concausas superveniente, ou seja, causas novas, fatos novos, independentes do anterior, autônomas, essas concausas rompem com o nexo anteriormente existentes e libertam o agente anterior do dever de indenizar (novo acidente, erro médico, incêndio do hospital). Essa teoria foi muito bem aceita pelo STF. 
	Da Sociedade Personificada
Art. 1.060 cc. A sociedade limitada é administrada por uma ou mais pessoas designadas no contrato social ou em ato separado.
Parágrafo único. A administração atribuída no contrato a todos os sócios não se estende de pleno direito aos que posteriormente adquiram essa qualidade.
	Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.
	
Isso é diferente da pluralidade do nexo causal, ou seja, quando várias pessoas contribuem para a causação do dano. Todas as condutas ajudaram na realização do dano, nenhuma conduta interrompe. E peço portanto uma condenação solidária ao pagamento de tais coisas. Na execução eu posso cobrar de um a indenização total e a este cabe a sub-rogação para cobrar dos demais após. 
EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE: legítima defesa, exercício regular de um direito, caso fortuito (deve haver imprevisibilidade e inevitável) ou de força maior, fato de terceiro, são excludente porque atuam diretamente no nexo causal, rompendo-a. 
CULPA CONCORRENTE: a conduta do agente e da vítima concorreram para o dano (art. 945), o juiz verifica qual dessas condutas foi mais responsável pelo dano. Se o juiz não verificar quem foi o mais culpado, ele condena a 50% cada. 
TEORIAS QUE FUNDAMENTAM A RESPONSABILIDADE CIVIL
TEORIA SUBJETIVA (CULPA)
Foi trazida pelos franceses, tudo aquilo que por sua falha causar, fica obrigado a reparar. É necessário analisar o comportamento, a conduta do agente causador do dano, isto é, é necessário provar a sua culpa na produção do evento danoso, culpa no sentido lato sensu (dolo ou culpa stricto sensu – negligência, imperícia, imprudência). É uma teoria que exige muito da vítima, que de regra é quem deve fazer prova desse elemento anímico ou subjetivo chamado culpa. 
Art. 1.382, do Código Francês + art. 186, CC. Segundo Von Ihering sem culpa não há reparação. 
	Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
	Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.
Complemento: imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.
Todos os profissionais que tenham paciente ficam protegidos por este dispositivo. Protegidos porque a vítima deve comprovar a culpa dos mesmos. 
A responsabilidade direta dos profissionais liberais será provada mediante a comprovação da culpa, ou seja, aplica-se a teoria subjetiva, agora se estiver vinculado a uma pessoa jurídica a responsabilidade será diferente. 
TEORIA OBJETIVA (RISCO)
No final do século XIX, início do século XX, o progresso estava a colocar em risco a vida das pessoas. Por isso na França surgiu uma teoria de que o fato nasce das coisas, que não se baseia na culpa, somente no fato danoso.
Por essa teoria todo aquele que desenvolve uma atividade perigosa e alfere lucros dessa atividade, deve assumir os riscosque ela possa causar a terceiros. Isso significa que pela teoria objetiva a vitima fica dispensada por completo da prova da culpa do agente. Basta que prove o dano e o nexo causal. NÃO SE TRATA DE CULPA PRESUMIDA, MAS DE DISPENSA TOTAL DA CULPA. E uma teoria que prescinde da culpa. 
A presunção de culpa apenas serve para inverter o ônus da prova passando para o agente causador do dano (réu) o ônus de provar que não foi o culpado. Se no final do processo restar comprovada a sua não culpa o juiz devera julgar improcedente a ação porque a teoria é objetiva. 
Decreto 2.681/12 – estradas de ferro
A primeira CF que trouxe a responsabilidade civil do Estado foi a de 1946, e após a CF de 88 no art. 37, § 6. A lei do meio ambiente, dos danos nucleares, a lei dos acidente de trabalho, também trazem exemplos de responsabilidade objetiva, bem como o código de defesa do consumidor. O que significava que na época o juizsó podia aplicar a teoria objetiva caso houvesse uma lei específica para o caso, caso contrário deveria utilizar a teoria subjetiva.
Mas após o CC/02, embora tenha mantido a teoria da culpa como regra geral, deu um destaque, uma importância espetacular a teoria objetiva, porque ele praticamente objetivou todas as relações jurídicas. 
Art. 931 – uma grande clínica que comprasse de outra empresa as próteses de silicone não poderia utilizar o CDC não podia usar porque não preenchia os requisitos, porque não enquadrava como relação de consumo, mas esse artigo veio a permitir que mesmo que não seja uma relação de consumo, será uma relação civil que deu problemas e por isso merece reparação.
	Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação.
Art. 933 – as pessoas responderão mesmo que não haja culpa, teoria objetiva
	Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
Art. 936 – art 938 – coisas animadas e inanimadas segue a teoria do risco.
	Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
Além desses artigos o Código Civil ainda trouxe a grande cláusula geral da teoria objetiva, ou cláusula genérica, no § único do art. 927, permitindo que o juíza aplique num determinado caso concreto quando não tiver nenhuma lei que a mencione expressamente, só faltando lei.
	Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
A clausula geral éuma técnica legislativa, através da qual o legislador passa para o juiz o dever de criar o direito no caso concreto, para tanto o código se utiliza de termos vagos, imprecisos, abertos e até mesmo confusos, propositadamente, permitindo ao juiz moldar o artigo e aplicá-lo ao caso concreto. Segundo Miguel Reale é uma forma de o Código jamais envelhecer, estando sempre pronto a atender as necessidades da sociedade. O juiz não poder julgar ao seu bel prazer, pois mesmo sendo uma cláusula aberta ela sempre traz alguns requisitos que o julgador deve observar para justificar a sua decisão. Só assim evitar á decisionismos jurídicos ou arbitrariedades. 
A teoria objetiva ocorrerá quando tiver uma lei ou o juiz o aplicar, e ele aplicará quando se deparar com uma situação que não tem lei, atividade normalmente desenvolvida pela autor, mas risco a outrem. A doutrina começa a se posicionar e tentar explicar esses requisitos dizendo que essa atividade deve ser profissional, também deverá ser frequente, uma atividade desenvolvida frequentemente, mais um atividade que exponha em risco alguém, que crie um ônus maior a uma das partes, potencialidade de dano, risco, perigosa. 
Teoria do risco proveito: o que é chamariz de bandido, que expõe as pessoas em riscos, aos emolumentos o ônus. 
Teoria do risco criado: situação que embora não gera lucros, expõe em risco as pessoas, como atropelamentos, cachorros, piscinas. 
Risco integral: seria aplicada no caso das usinas nucleares
Risco administrativo:
Três situações deixam em dúvida como deve ser aplicada essa teoria?
Nos casos de acidente de trânsito? Carro versus pessoa, quem conduz a coisa perigosa deve assumir o risco e controlar a coisa perigosa, portanto será aplicada a teoria objetiva. Aplica-se o risco criado segundo o Carlos Roberto Gonçalves, podendo assim ser aplicada mesmo quando não há atividade profissional. Por enquanto todas as hipóteses em que é aplicada essa teoria é nos casos em que há atividade profissional. Por enquanto quando não é profissional ainda não podemos adotar com certeza a teoria do risco, tem-se ensinado que em acidente de transito poderia. A doutrina diz que não pode aplicar aos profissionais liberais, porque esta expressa no CDC e que por ser uma lei especial se sobrepõe ao CC, uma lei geral, art. 951, CC. 
	Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.
ESPÉCIES DE RESPONSABILIDADE CIVIL
De regra o ordenamento jurídico acolheu a teoria dualista, ou seja, extracontratual, aquiliana ou delitual e a responsabilidade contratual. Mesmo recebemos acirradas críticas da doutrina, principalmente de Aguiar Dias que entende ou defende que a teoria deveria ser monista, ou seja, uma única responsabilidade sem divisão já que os efeitos são os mesmos. De qualquer maneira a doutrina seguiu a linha francesa e manteve a decisão dependendo é claro da sua fonte geradora. Deve-se analisar caso a caso. Não é a espécie de responsabilidade que vai me dizer qual é a teoria. 
Diferenças entre as duas espécies?
Contratual viola um contrato já existente, enquanto que na extracontratual será o ato ilícito, será a violação do dever genérico de não lesar ninguém.
Contratual é quando antes do dano já há um vinculo jurídico que as liga antes do dano, enquanto que na extracontratual o vinculo jurídico surge após o dano, antes não há. 
Na contratual o ônus da prova é do réu, devedor. Enquanto que na extracontratual o dever de provar será da autora da ação, da vítima. 
Na capacidade do agente, porque na contratual ela é extremamente importante sob pena de causar a nulidade do ato e sua ineficácia. Agora na extracontratual a capacidade não importa, por força do art. 928, porque capacidade negocial eles não tem, mas delitual sim.
Juros, os juros sob o montante da indenização serão de 1% ao mês para ambas as responsabilizações, o que muda é o termo inicial, na contratual se conta a partir da citação conforme o art. 405, CC, na extracontratual segundo o art. 398, CC e súmula 54 STJ os juros serão contados a partir do evento danoso. 
	Art. 405. Contam-se os juros de mora desde a citação inicial.
	Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora, desde que o praticou.
	STJ Súmula nº 54 - 24/09/1992 - DJ 01.10.1992
Juros Moratórios - Responsabilidade Extracontratual
    Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade extracontratual.
	
Quando a responsabilidade for contratual é importante verificar que espécie de obrigação decorre

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