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Registro de Empresa e Órgãos Responsáveis

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AULA 3
Registro de empresa: órgãos de registro de empresa; atos de registro de empresa; processo decisório do registro de empresa; inatividade da empresa; empresário irregular.
3.1 Registro de empresa e órgãos de registro de empresa:
A personalidade jurídica das pessoas privadas começa com a inscrição dos seus atos constitutivos (estatuto ou contrato social, que identificam o nome, a sede, etc. e o objeto social além de outros elementos). As sociedades simples são registradas no cartório de registro de pessoas jurídicas. Já as sociedades empresárias ou o empresário individual nas juntas comerciais.
OBS: A lei determina que as cooperativas, sociedades simples, sejam registradas nas juntas comerciais e que as sociedades de advogados, sociedades simples por força de lei, sejam registradas na Ordem dos Advogados do Brasil.
O art. 967 do CC/2002 estipula: “É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade”.
Constituição Federal:
“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; 
XXV - registros públicos; 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: 
III - juntas comerciais; 
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. 
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. 
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. 
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário”. 
Os órgãos responsáveis pelo registro de empresa organizam-se da seguinte maneira:
Art. 3º da Lei 8.934/94, lei que rege o registro mercantil no país, determina: “Os serviços do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins serão exercidos, em todo o território nacional, de maneira uniforme, harmônica e interdependente, pelo Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis (Sinrem), composto pelos seguintes órgãos: I - o Departamento Nacional de Registro do Comércio, órgão central Sinrem, com funções supervisora, orientadora, coordenadora e normativa, no plano técnico; e supletiva, no plano administrativo; II - as Juntas Comerciais, como órgãos locais, com funções executora e administradora dos serviços de registro”.
O Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC) cumpre a função de orientar, harmonizar e supervisionar as diretrizes gerais do registro nas Juntas Comerciais estaduais. O órgão, com base na lei, elabora instruções e outros atos com caráter normativo para pautar a execução dos serviços prestados pelas juntas. Alguns exemplos de instruções normativas: IN nº 123/2012 “Dispõe sobre a expedição de certidões, a sua utilização em atos de transferência de sede, abertura, alteração e inscrição de transferência de filiais, proteção ao nome empresarial e dá outras providências”; IN nº 121/2011 “Altera o Anexo da Instrução Normativa nº 114, de 30 de setembro de 2011, que “Aprova o quadro enumerativo dos atos empresariais sujeitos à aprovação prévia de órgãos e entidades governamentais para registro nas Juntas Comerciais e dá outras providências”. O DNRC também organiza e mantém o Cadastro Nacional das Empresas Mercantis, produzindo estatísticas, a fim de subsidiar a política econômica federal na área.
Embora devam obedecer às leis e às instruções do DNRC, as Juntas Comerciais são competentes para administrar os serviços de registro, não cabendo ao DNRC executar qualquer ato de registro. Assim, quando o DNRC identifica falhas a serem corrigidas nos serviços de uma junta endereçará representação às autoridades administrativas competentes, como o Secretário de Estado a que se vincule a Junta ou até mesmo ao governador do Estado, para que este concorde ou não com a intervenção do órgão federal.
As juntas comerciais subordinam-se ao DNRC em matéria de direito comercial, mas dependem da regulamentação do Executivo estadual em termos de direito administrativo e financeiro, regras relativas, por exemplo, aos funcionários e à dotação orçamentária destinada ao órgão estadual. A organização e atribuições das juntas comerciais são fixadas na mesma lei:
“Art . 5º Haverá uma junta comercial em cada unidade federativa, com sede na capital e jurisdição na área da circunscrição territorial respectiva.
Art. 6º As juntas comerciais subordinam-se administrativamente ao governo da unidade federativa de sua jurisdição e, tecnicamente, ao DNRC, nos termos desta lei.
Parágrafo único. A Junta Comercial do Distrito Federal é subordinada administrativa e tecnicamente ao DNRC.
Art. 7º As juntas comerciais poderão desconcentrar os seus serviços, mediante convênios com órgãos públicos e entidades privadas sem fins lucrativos, preservada a competência das atuais delegacias.
Art. 8º Às Juntas Comerciais incumbe:
I - executar os serviços previstos no art. 32 desta lei (atos pertinentes ao registro);
II - elaborar a tabela de preços de seus serviços, observadas as normas legais pertinentes;
III - processar a habilitação e a nomeação dos tradutores públicos e intérpretes comerciais;
IV - elaborar os respectivos Regimentos Internos e suas alterações, bem como as resoluções de caráter administrativo necessárias ao fiel cumprimento das normas legais, regulamentares e regimentais;
V - expedir carteiras de exercício profissional de pessoas legalmente inscritas no Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins;
VI - o assentamento dos usos e práticas mercantis.”
A junta comercial não pode criar requisitos ao ato de registro além daqueles previstos em lei e deve seguir a forma (procedimentos) fixada pelo DNRC. Se a junta comercial agir contra o previsto em lei, cabe mandado de segurança dirigido à justiça estadual, a fim de reconhecer a validade do registro. Se a atuação ilegal da junta se der em razão de cumprimento à instrução do DNRC, a competência para o mandado de segurança será da justiça federal. É o que determina o art. 109 da CF/88: “Aos juízes federais compete processar e julgar: VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais”.
3.2 Atos de registro de empresa:
São atos do registro de empresa: a matrícula, o arquivamento e a autenticação. Lei 8.934/94:
“Art. 32. O registro compreende:
I - a matrícula e seu cancelamento: dos leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes comerciais, trapicheiros e administradores de armazéns-gerais (OBS: os tradutores públicos e intérpretes comerciais são também habilitados e nomeados pela Junta);
II - O arquivamento:
a) dos documentos relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção de firmas mercantis individuais, sociedades mercantis e cooperativas;
b) dos atos relativos a consórcio e grupo de sociedade de que trata a Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976;
c) dos atos concernentes a empresas mercantis estrangeiras autorizadas a funcionar no Brasil;
d) das declarações de microempresa (OBS: e também as declarações de empresas de pequeno porte);
e) de atos ou documentos que, por determinação legal, sejam atribuídos ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins ou daqueles que possam interessar ao empresário e às empresas mercantis;
III - a autenticação dos instrumentos de escrituração das empresas mercantis registradas e dos agentes auxiliares do comércio, na forma de lei própria. (OBS: esses instrumentos são os livros comerciais e as fichas escriturais. A autenticação é requisito de validade da escrituração mercantil).
“Art. 39. As juntas comerciais autenticarão:
I - os instrumentos de escrituração das empresas mercantis e dos agentes auxiliares do comércio;
II - as cópias dos documentosassentados”.
3.3 Processo decisório do registro de empresa:
A lei 8.934/94 prevê 2 regimes de execução do registro de empresa: o da decisão colegiada e o singular.
“Art. 41. Estão sujeitos ao regime de decisão colegiada pelas juntas comerciais, na forma desta lei:
I - o arquivamento:
a) dos atos de constituição de sociedades anônimas, bem como das atas de assembléias gerais e demais atos, relativos a essas sociedades, sujeitos ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins;
b) dos atos referentes à transformação, incorporação, fusão e cisão de empresas mercantis;
c) dos atos de constituição e alterações de consórcio e de grupo de sociedades, conforme previsto na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976;
II - o julgamento do recurso previsto nesta lei.
Art. 42. Os atos próprios do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins, não previstos no artigo anterior, serão objeto de decisão singular proferida pelo presidente da junta comercial, por vogal ou servidor que possua comprovados conhecimentos de Direito Comercial e de Registro de Empresas Mercantis.
Parágrafo único. Os vogais e servidores habilitados a proferir decisões singulares serão designados pelo presidente da junta comercial”.
As juntas comerciais possuem 2 órgãos colegiados: o Plenário (comporta por 11 a 23 vogais, incluídos o presidente e o vice-presidente) e as Turmas (compostas por 3 membros dos vogais, excluídos o presidente e o vice-presidente). As turmas deliberam por maioria no prazo máximo de 05 dias. Extrapolado o prazo os interessados poderão requerer o arquivamento independente de deliberação a respeito.
Os demais atos de registro são decididos singularmente. Ex: o contrato social de uma sociedade limitada, sua alteração contratual e a inscrição do empresário individual são atos arquivados por decisão singular. Incumbe ao presidente da junta ou vogais por ele designados os atos singulares de registro. Podendo ainda designar funcionário público com conhecimento de direito comercial e de registro de empresa. O prazo para a deliberação singular é de 2 dias.
Ao Plenário compete julgar os recursos. “Art. 19. Ao plenário compete o julgamento dos processos em grau de recurso, nos termos previstos no regulamento desta lei”.
3.4 Inatividade da empresa:
“Art. 60. A firma individual ou a sociedade que não proceder a qualquer arquivamento no período de dez anos consecutivos deverá comunicar à junta comercial que deseja manter-se em funcionamento.
§ 1º Na ausência dessa comunicação, a empresa mercantil será considerada inativa, promovendo a junta comercial o cancelamento do registro, com a perda automática da proteção ao nome empresarial.
§ 2º A empresa mercantil deverá ser notificada previamente pela junta comercial, mediante comunicação direta ou por edital, para os fins deste artigo.
§ 3º A junta comercial fará comunicação do cancelamento às autoridades arrecadadoras, no prazo de até dez dias.
§ 4º A reativação da empresa obedecerá aos mesmos procedimentos requeridos para sua constituição.”
	Cumpre salientar que o cancelamento do registro por inatividade acarreta a irregularidade da sociedade empresária (caso ainda esteja em funcionamento), e não sua dissolução. Terá que arcar com as conseqüências do exercício irregular da atividade empresarial.
3.5 Empresário irregular:
	Como o registro não é da essência do conceito de empresário, a ausência de inscrição no registro de empresas não descaracteriza a condição de empresário individual ou sociedade empresária. Contudo, a pessoa física não registrada (empresário individual) sofrerá as seguintes restrições:
A) o empresário irregular não tem legitimidade ativa para o pedido de falência do seu devedor (art. 97, §1º, da Lei de Falência).

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