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NOMECLATURA CIRÚRGICA Procedimentos, manobras e instrumentos cirúrgicos são reconhecidos mundialmente por denominações próprias das mais diversas procedências etimológicas. Tais denominações ou termos médicos obedecem a um conjunto de regras: CLASSIFICAÇÃO DOS TERMOS MÉDICOS 1) Sufixação 2) Epônimos 3) Sinônimos 4) Termos híbridos 1) SUFIXAÇÃO Em técnica cirúrgica é a regra mais utilizada. Agrega-se à palavra primitiva, que em geral é o nome do órgão/ tecido/ região anatômica, o sufixo que lhe proporcionará um novo sentido SUFIXAÇÃO DOS TERMOS PRINCIPAIS EM PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS PROCEDIMENTO SUFIXO PALAVRA PRIMITIVA TERMO COMPOSTO SIGNIFICADO Punção Centese Pericárdio Pericardiocentese Punção Pericárdio Incisão Tomia Tórax Toracotomia Abertura do tórax Sutura Rafia Gastro Gastrorrafia Síntese do estomago Extirpação Ectomia Nefro Nefrectomia Retirada do rim Reconstrução Plastia Períneo Perineoplastia Reconstrução de períneo Fixação Pexia Histero Histeropexia Fixação do útero Detenção Stasia Hemo Hemostasia Parar o sangramento Fusão Desse Artro Artrodese Fusão da articulação (anquilose) Composição Síntese Osteo Osteossíntese Reunião óssea 2) EPÔNIMOS Termos utilizados para identificar e denominar procedimentos ou intrumentos cirúrgicos. Utiliza o nome próprio do idealizador da técnica ou do instrumento. 3) SINÔNIMOS Termos médicos diferentes na grafia, mas com mesmo sentido ou significado ENXERTO AUTÓLOGO – Autoenxerto/ Transplante Autoplástico ENXERTO HOMÓLOGO – Aloenxerto/ Transplante Alogênico ENXERTO HETERÓLOGO – Xenoenxerto/ Trasplante Heteroplástico 4) TERMOS HÍBRIDOS Composição de palavras. Agregam-se duas palavras ou elementos de procedência linguística diferentes. Radioterapia - Radium (do latim) + Therapéia (do grego) Apendicite - Appendice (do Latim) + Ítis (do grego) Os instrumentais cirúrgicos são objetos que entram em contato de forma direta ou indireta com a região operatória, sendo utilizados para os mais variados procedimentos. Cada instrumental é projetado para uso particular e deve ser empregado somente para este propósito. Os materiais são classificados por função, seguindo os tempos fundamentais em cirurgia (diérese, hemostasia e síntese) ou especiais, como exemplos: ortopedia, oftalmologia, cardiovasculares e outros. INSTRUMENTAL CIRURGICO DIÉRESE Bisturi Bisturi elétrico (melhor hemostasia, porem necrosa as bordas da feria e retarda a cicatrização, aumentando o risco de infecções) Tesouras de Mayo (curvas ou retas, pontas fina-fina, romba-romba ou romba-fina) Tesouras de Metzenbaum (mais delicadas) HEMOSTASIA Pinça Halstead (mosquito), Pinça Kelly, Pinça Crile, Pinça Rochester-Pean, Pinça Kocher SÍNTESE Porta-agulhas (Mayo-Hegar, Mathieu, Olsen-Hegar) Agulhas Fios AUXILIARES Pinça Duval (assepsia) Pinça Backhaus (pano de campo) Pinça Allis (tecidual) Pinça de dissecação Pinça de dissecação dente de rato Afastadores Farabeuf ESPECÍFICOS Afastador de Gosset (cavidade abdominal) Afastador Finochieto (cavidade torácica) Emasculador (castração de grandes animais) Rugina, goiva, cisalha, trépano, cureta, martelo e osteótomo (ortopedia) Fio cirúrgico é uma porção de material sintético ou derivado de fibras vegetais ou estruturas orgânicas, flexíveis, de secção circular com diâmetro muito reduzido em relação ao comprimento. Destina-se à contenção ou fixação de estruturas orgânicas ou elementos usados em cirurgia através de suturas e nós. A escolha do material de sutura pode fazer a diferença entre ter um sucesso ou insucesso na cirurgia. Ao escolher um fio de sutura devemos considerar diversos fatores como resistência do material, características cicatriciais individuais e situação do tecido (podendo estar, normal, inflamado ou infeccionado). Não existe um material de sutura ideal, uma vez que ele sempre vai atuar como corpo estranho no organismo do animal. FIOS DE SUTURA Nos primórdios da cirurgia, os fios de sutura eram confeccionados domesticamente pelos cirurgiões. Com o passar do tempo os fio de sutura foram evoluindo, porém a preocupação com a infecção era constante, estimulando a procura por materiais ideais. Joseph Lister diminuiu a taxa de infecção confeccionando fios de sutura na véspera do procedimento, utilizando o acido carboxílico com solução desinfetante. A partir do século XX os fios de sutura começaram a ser estudados pelas indústrias, ocorrendo nos anos 70 o início da fabricação dos fios sintéticos absorvíveis. CARACTERISTICAS DO FIO IDEAL Ø Grande resistência à tração e torção, Não corrosível Ø Fácil visualização, Calibre fino e regular Ø Mole, flexível e pouco elástico (memória), Nós seguros Ø Ausência de reação tecidual (não alergênico), Esterilização fácil Ø Resistente a esterilizações repetidas, Baixa capilaridade E Custo baixo. Tais qualidades não são alcançadas por nenhum tipo de fio devido às múltiplas condições orgânicas e situações variadas para as quais são destinados. Para cada caso existe um fio mais indicado, que melhor se adapta a função específica. CAPILARIDADE de um fio é sua capacidade em reter líquidos e sujidades (contaminação). O fio ideal deve apresentar baixa capilaridade. A alta capilaridade aumenta a reação tecidual e o poder de rejeição do fio, ocasionando fistula no local da sutura. Fios multifilamentares possuem maior capilaridade do que os fios monofilamentares MEMÓRIA de um fio é sua capacidade em retornar a sua forma natural apos a realização do nó cirúrgico. CLASSIFICAÇÃO DOS FIOS Quanto à origem Ø Orgânicos Ø Animal Ø Vegetal Ø Inorgânicos: Natural, Sintéticos Quanto à absorção Ø Absorvíveis Ø Não absorvíveis Os fios absorvíveis podem ser de origem animal ou sintética. Os de origem animal são representados pelo categute, sendo os sintéticos fabricados de ácido poliglicólico e poliglactina 910. Os fios absorvíveis sintéticos mantém sua resistência total á tensão por um tempo de 15 dias. A sua reação inflamatória não é tão intensa em comparação aos de origem animal. Sua absorção completa por hidrólise ocorre em cerca de 90 a 120 dias São de fácil manuseio com uma boa configuração e permanência do nó. Os fios não absorvíveis podem ser de origem animal, vegetal, sintética e metálica. Apresentam pouca reação tecidual, permanecendo envolta por uma capa de tecido conjuntivo. Os fios de algodão e linho são os mais importantes representantes de material de origem vegetal. O fio de algodão, por seu baixo custo, é o mais usado. A sua reação tecidual é maior porque o algodão pode desfiar-se e as fibras separadas aumentarão a resposta tecidual. Fios absorvíveis orgânicos animal Categute (Primeira Guerra) Intestino de ruminantes Ø Multifilamentar Ø Pouca segurança nos nós Ø Elevada Capilaridade (contaminação) Ø Absorção dependente da fagocitose por macrófagos (rápida em tecidos infectados/ infeccionados) Ø Classificado como Simples ou Cromado (menor reação tecidual) Ø Tempo de absorção (resistência) – 33% em 7 dias e 68% em 28 dias Ø Cromado (maior tempo de absorção) Fios absorvíveis sintéticos (anos 60 e 70) Ácido poliglicólico PGA (ABS) Ø Multifilamentar Ø Absorção por hidrólise Ø Tempo de absorção – 33% em 7 dia e 80% em 14 dias Ø Mais resistente que o categute Ø Baixa segurança nos nós Ø Secciona facilmente tecidos friáveis Ø Menor reação tecidual comparado ao categute Poliglactina 910 (Vicryl) Ø Maior resistência comparada ao PGA em tecidos contaminados Ø Multifilamento Ø Menor reação tecidual que PGA Ø Absorção por hidrólise Ø Melhor segurança nos nós Poliglicaprone 25 (monocryl e caprofyl) Ø Monofilamentar Ø Mínima reação tecidual Ø Absorvido por hidrólise (120 dias) Ø Ótima segurança nos nósØ Tempo de absorção – 50% em 7dias e 80% em 14 dias Ø Contra-indicado para tecidos com lenta cicatrização Polidioxanona (PDS) Ø Monofilamentar Ø Elevada resistência Ø Absorção por hidrólise (6 meses) - 42% em 28 dias e 86% em 56 dias Ø Mínima reação tecidual Ø Boa segurança nos nós Ø Atualmente considerado o melhor fio de sutura absorvível Fios não absorvíveis orgânicos Seda Ø Multifilamentar (alta capilaridade) Ø Fácil manipulação Ø Pouca segurança em nós Ø Odontologia humana Ø DESUSO Algodão Ø Multifilamentar (alta capilaridade) Ø Baixo custo Ø Pode ser autoclavável Ø Perde 50% da resistência em 6 meses Ø Reatividade (rejeição) Ø Potencializa infecções Ø DESUSO Fios não absorvíveis sintéticos Nylon Ø Monofilamentar Ø Alta resistência à tensão Ø Mínima reação tecidual Ø Baixo custo Ø Elevada memória Ø Baixa segurança nos nós (exige 4 seminós) Ø Ótimo fio Polipropileno Ø Monofilamentar Ø Resistência inferior ao nylon Ø Fácil manipulação Ø Mínima reação tecidual Ø Menor capacidade trombogênica Ø Indicado para cirurgia cardíaca Poliéster (Ethibond) Ø Elevada reação tecidual Ø Elevada capilaridade Ø Baixa segurança nos nós Ø Elevada resistência Ø Indicação: Ortopedia Fio não absorvível natural (inorgânico) Ø Aço Inoxidável Ø Monofilamentar Ø Inerte biologicamente Ø Indicação: ortopedia Ø Ruptura com a manipulação CALIBRE DOS FIOS A numeração segue uma escala que parte do número zero, onde quanto maior o número de zeros mais fino é fio de sutura: Fios finos 6-0/ 5-0/ 4-0/ 3-0/ 2-0 Fios grossos 1 2 3 4 5 6 O maior calibre é o de nº 3, cujo diâmetro oscila entre 0,6 e 0,8mm. A numeração é progressivamente decrescente até o nº 1; a partir daí o fio é designado por 0,2. 0,3 e assim sucessivamente, até 12.0 que é o mais fino. Os fios de calibre zero a 4.0 são os mais utilizados na cirurgia. ESCOLHA DO FIO A escolha do fio é fundamentada no menor calibre que proporcione uma sutura resistente. Para tanto, o cirurgião deve considerar o tipo de estrutura a ser mantido e a tensão que exercerá sobre a sutura. A ponderação deverá recair sobre o caráter absorvível ou inabsorvível do fio. Nas várias situações, qualquer tipo de fio poderá servir, e a escolha dependerá do hábito, da experiência e do bom senso. Em outras situações, a sua escolha é muito importante e restrita. Devemos destacar que o método de usar o fio é tão importante quanto sua escolha. O fio deve possuir e conservar adequadamente a sua resistência tensiva até cumprir seus objetivos. PROFILAXIA DAS INFECÇÕES profilaxia das infecções é o conjunto de medidas destinadas a impedir o aparecimento de infecções no paciente cirúrgico, complicação importante desde os primórdios da cirurgia. O risco de contaminação do paciente cirúrgico por microrganismos deve ser levado em consideração durante todos os tempos cirúrgicos, pois durante os procedimentos forma-se uma solução de continuidade resultante da incisão, onde microrganismos exógenos e endógenos podem penetrar no ferimento cirúrgico, resultando em infecção. Desta forma torna-se imprescindível a aplicação de técnicas de profilaxia das infecções para manter a saúde do paciente cirúrgico. A profilaxia das infecções pode ser exercida através dos procedimentos abaixo: 1) ESTERILIZAÇÃO É o conjunto de meios e métodos empregados para inativar as formas viáveis de todos os microrganismos, inclusive os esporos, dos instrumentos cirúrgicos, campos estéreis, catéteres, agulhas etc..que entram em contato com tecidos estéreis ou entram no sistema vascular. 2) ASSEPSIA Conjunto de medidas e métodos que a equipe cirúrgica utiliza para inibir a proliferação dos micorganismos patogênicos em determinadas áreas ou locais ao realizar o ato cirúrgico, objetivando a prevenção do campo operatório e a ferida cirúrgica da contaminação – mesmo nas cirurgias sépticas. 3) ANTI-SEPSIA (tecidos vivo) Conjunto de medidas ou métodos que inibe a proliferação do microrganismo patogênico por determinado tempo, seja pela inativação e ou destruição dos mesmos. Termo empregado para pele, feridas, membranas e mucosas.(tecidos vivos) 4) DESINFECÇÃO (objetos inanimados) Conjunto de medidas empregadas para Inativar os microrganismos patogênicos em sua forma vegetativa, podendo ou não inativar os esporos na superfície de objetos inanimados tais como; paredes, chão, equipamentos etc., através do uso dos DESINFETANTES (agente químico, de efeito parcial, que inativa ou inibe os microrganismos). 5) DESCONTAMINAÇÃO Inativação e ou retirada de microrganismos patogênicos, com o objetivo de dar ao médico veterinário e ao pessoal de apoio, condições para a manipulação do instrumental cirúrgico e do material hospitalar com total segurança. CLASSIFICAÇÃO DOS ANTISSÉPTICOS Agente bactericida – capaz de inibir o crescimento dos microrganismos na forma vegetativa. Agente bacteriostáticos – capaz de inativar o crescimento dos microrganismos patogênicos. TIPOS DEGERMANTE – quando associado a um agente tensoativo (detergente). TÓPICO – quando associado a um veículo aquoso. TINTURA – quando associado a um veículo alcoólico. ANTI-SÉPTICO – DESINFETANTE – GERMICIDA: na prática são sinônimos, o correto seria anti-sepsia da pele e não desinfecção da pele. PREVENÇÃO CIRÚRGICA Atua em quatro campos básicos: I - Paciente: tricotomia (região/área cirúrgica), anti-sepsia da pele, água/sabão, álcool (desengordurar). II - Equipe Cirúrgica: gorro/máscara, desinquinação escrupulosa (sete a dez minutos das mãos e do ante-braço), uso do avental cirúrgico e luvas esterilizados, uso dos panos de campo esterilizados (dois níveis). Paramentação: técnica padronizada dentro dos princípios da assepsia cirúrgica. III - Material Cirúrgico: instrumental cirúrgico totalmente esterilizado mesmo os especiais, fios de sutura, gazes e compressas cirúrgicas, data da esterilização. IV - Sala/Centro Cirúrgico: localização isolada, piso e parede – não inflamáveis, boa ventilação, desinfecção geral periódica. CLASSIFICAÇÃO DO MATERIAL CIRÚRGICO QUANTO A SUA CONTAMINAÇÃO a) Material Não Crítico: São os que entram em contato com a pele íntegra do animal. Esses materiais devem ser limpos. Exemplo: termômetro clínico etc. b) Material Semi Crítico: São os que entram em contato com a pele não íntegra ou com as mucosas do animal. Esses materiais devem ser limpos. Exemplo: sonda endotraqueal, sonda uretral etc... c) Material Crítico: São os que penetram na pele e nas mucosas do animal. Esses materiais devem ser esterilizados. Exemplo: instrumentos de corte e de ponta. d) Material Contaminado: São os que entram em contato com o sangue, pus, excreções e secreções do animal, sem levar em consideração o grau de sujeira presente. Esses materiais devem ser esterilizados. ESTERILIZAÇÃO DO MATERIAL Existem diferentes métodos de esterilização, os quais estão classificados em dois grandes grupos: MÉTODOS FÍSICOS E MÉTODOS QUÍMICOS. ESTERILIZAÇÃO FÍSICA (calor úmido, calor seco, radiação, radiação, refrigeração) Ø Vapor saturado sob pressão (calor úmido) Método processado pela autoclave. O método de esterilização pelo calor úmido é o mais seguro e também o mais utilizado para esterilizar a maior parte dos materiais médico-hospitalares. Sua eficiência depende da penetração do vapor saturado sob pressão nos pacotes ou caixas, a uma determinada temperatura, durante um certo tempo. Cada tipo de material exige um tempo de exposição diferente e um determinado grau de temperatura. Os materiais esterilizáveis em autoclave são classificados em duas categorias: Materiais de superfície Materiais de borracha, vidro, aço inoxidável e outros. Nesses casos, o vapor saturado sob pressão circula, sem penetrar, na superfície dos materiais. Tempo de exposição necessário parapequena quantidade de material: 15 minutos em temperatura de 121°C e pressão de 1,5 atmosfera. Quando acondicionamos um maior número de materiais, precisamos de um tempo maior de exposição. Materiais de densidade. Basicamente as roupas que são espessas, formadas por fibras e, por isso, exigem a penetração do vapor saturado em todo as camadas de sua espessuras. O tempo de exposição é de 30 minutos em temperatura de 212°C e pressão de 1,5 atmosfera. Há vários tipos de modelos de autoclaves no mercado - as mais modernas já operam com temperaturas acima de 121°C, sendo o seu tempo total do seu ciclo bem menor. Ao utilizar uma autoclave deve-se observar o tempo, a temperatura e a pressão recomendados pelo fabricante. Ø Calor seco A esterilização é feita por meio do processo de flambagem ou pelo uso da estufa, e usada para o instrumental metálico. Flambagem: é utilizada basicamente em laboratórios, e consiste em aquecer o metal diretamente sobre a chama, até ficar rubro. Estufa (forno Pasteur): o material é acondicionado em caixas metálicas ou em recipientes de vidro refratário, resistentes a altas temperaturas. Estufas elétricas – temperaturas até 180°C; tempo de esterilização de 1 a 2 horas. Estufas raio infravermelho – temperatura até 280°C; tempo de esterilização de 15 a 30 minutos. Obs. Tempo de esterilização muito longo – amarela os instrumentos e demais objetos ESTERILIZAÇÃO QUÍMICA Ø Óxido de Etileno Ø Parafórmicos o Formaldeidos 10% e 8% (líquido) o Glutaraldeido 2% (liquido) DESINFETANTES E ANTI-SÉPTICOS Dentre as numerosas substâncias químicas que exercem a ação de desinfetantes ou anti-séptica, destacamos algumas pelo interesse particular que oferecem na higiene e na prática médica veterinária: Ø Ácido fênico ( valor histórico) Ø Álcoois 70% e 90% Ø Permanganato de potássio diluição 1/1.000 - 1/10.000 Ø Água Oxigenada Ø Ácido bórico Ø Formol Ø Lisoforme 10% Ø Hipoclorito de sódio 0,5% (líquido Dakin) Ø Tintura de iodo 1% a 2% Ø Sabão Ø Creolina Ø Mercúrio cromo Ø Timerosol (merthiolate) Ø Furacin Ø PVP-iodo 10% (povidine) Ø Álcool iodado 2% CARACTERÍSTICAS DO ANTISÉPTICO IDEAL Ø Amplo espectro de ação, Ação rápida Ø Efeito residual, Ativo em baixa concentração Ø Efeito cumulativo, Ser umectante Ø Solúvel em água, Eficaz á temperatura ambiente Ø Baixa Toxicidade, Ação bactericida imediata Ø Poder de penetração, Atuar na presença de pus e tecidos necrosados Ø De preferência colorido, Estável por longo período Ø Ter odor agradável e boa aceitação, Não corrosivo Ø Disponibilidade no mercado local, Baixo custo Três princípios básicos para uma boa esterilização: I. O instrumental antes da esterilização deve ter o menor número possível de microrganismos, sua limpeza deve ser rigorosa, para atingir o índice ideal de esterilização. II Todo o instrumental cirúrgico deve estar dispostos na melhor acomodação, de tal forma, a serem facilmente acessíveis ao agente esterilizante. III O empacotamento deve ser realizado de tal maneira que a esterilização seja mantida até o momento do seu uso. Ambiente Cirúrgico Em uma sala cirúrgica limpa e desocupada com sistema de ar convencional, o número de bactérias aerógenas existente é de apenas 01 um microrganismo por metro cúbico. Após a entrada da equipe cirúrgica, as bactérias aerógenas aumentam para cerca de 10 dez microrganismos por metro cúbico. Um indivíduo nu, com a pele normal, pode descamar 100.000 a 30.000.000 de partículas por minuto, das quais 1.000 a 10.000 são micróbios. Mesmo quando são utilizadas barreiras como a paramentação em geral, máscaras e gorros cirúrgicos, ainda assim, partículas são descamadas no ar. Uma importante causa de contaminação microbiana durante a cirurgia é a equipe cirúrgica, pela quebra do protocolo asséptico. A preparação rigorosa da equipe reduz o número de bactérias no ambiente cirúrgico, mas não as elimina. Protocolos adotados Para participação de qualquer atividade no centro cirúrgico é necessário estar com roupas específicas esterilizadas (avental cirúrgico, gorro, mascara, pro-pé etc...). Equipe cirúrgica: Uso do Gorro e máscara; Técnica da desinquinação [escovação] das mãos e antebraços; Técnica da paramentação [avental cirúrgico e luvas cirúrgicas] ; Disposição da equipe cirúrgica; Conhecimento da técnica operatória e do instrumental cirúrgico. Gorros e toucas · Devem cobrir todo o cabelo, impedindo que este seja fonte de contaminação. · Devem ser de tecido compacto e de tamanho suficiente para cobrir totalmente a área pilosa da cabeça. Máscara · Deve abranger as fossas nassais e a boca [constitui erro grosseiro de técnica cirúrgica a colocação da máscara sem englobar as fossas nassais] · Pequena alça metálica maleável na parte média de sua borda superior impede o embaçamento do óculos; Evite: expiração forçada, tossir, espirrar e falar ANTI-SEPSIA É o processo de eliminação ou inibição do crescimento dos microrganismos na pele e mucosas, sendo realizado através da aplicação de um agente anti-séptico. MICROBIOTA TRANSITÓRIA São os microrganismos presentes de fácil remoção por estarem alojados na camada mais superficial da pele (epiderme) - podendo variar de pessoa para pessoa, segundo as suas atividades ou hábitos de higiene. A simples lavagem com água corrente e sabão [anti-séptico] – remove a Microbiota transitória. MICROBIOTA RESINDENTE São os microrganismos que se alojam na camada mais profunda da pele [derme]. A multiplicação desses microrganismos encontra-se em equilíbrio permanente, formando uma população estável na pele onde vivem. As bactérias mais comumente encontradas são as Gram-positivas. [estafilococos] A remoção da Microbiota residente é praticamente impossível, - fazendo necessário o uso de agentes anti-sépticos para inativar ou inibir seu crescimento. DESINQUINAÇÃO – PROTOCOLO OBJETIVO A técnica da escovação das mãos e antebraços é um procedimento fundamental no preparo da paramentação. Tal procedimento chamamos de Desinquinação. Ao fazermos a desinquinação, estamos removendo a microbiota transitória ou temporária que há na superfície da pele (epiderme), e da microbiota residente ou permanente que se aloja em nível mais profundo da pele, (glândulas sebáceas). A desinquinação da equipe cirúrgica constitui uma medida de assepsia – através da escovação “funcionando como medida profilática da contaminação do campo cirúrgico”. A escova utilizada deve estar esterilizada e possuir cerdas firmes, finas e macias, para não causar traumas e irritação na pele, principalmente na face anterior do antebraço. 1º - Unhas curtas e limpas [cortá-las e limpá-las] 2º - Fazemos uma lavagem inicial das mãos, antebraços e cotovelos com água e sabão neutro. 3º - Empunhadura da escova: A parte de apoio da escova deve ser considerada em duas metades: direita e esquerda, reservadas para as mãos direita e esquerda. DESINQUINAÇÃO - PROTOCOLO ESCOVAÇÃO Deve ser feita com água corrente e espuma em abundância; Todas as partes devem ser lavadas simetricamente acrescentando sabão e água várias vezes. Com uma escova e solução degermante, a escovação tem início nas mãos e termina na região dos cotovelos; Tempo de duração: sete a dez minutos. Devemos iniciar a escovação pelas extremidades dos dedos, caminhando em sentido do cotovelo em direção a zona de transição entre a parte limpa [antebraço] e aparte contaminada. [braço] Seqüência das seis regiões: [mão e antebraço] 1ª Ponta dos dedos; 2ª Face palmar; 3ª Face dorsal; 4ª Espaços interdigitais; 5ª Face anterior - antebraço; 6ª Face posterior - antebraço. Deve ser seguida essa sequência na escovação – no mínimo 50 escovadas ou a duração mínima de sete minutos. Haverá uma redução da microbióta bacteriana de 50% após 6 minutos – a escovaçãodeve ser entremeada com água corrente para remoção da solução ensaboada e nova aplicação de solução degermante. Deve-se adotar a posição dos antebraços e mãos mais alta que os cotovelos (voltados para cima) a fim de evitar que a água e o degermante escorram de local contaminado para áreas já corretamente desenquinada. Lavagem final Após a desinquinação das mãos e os antebraços, os mesmos são lavados com água corrente em abundância – iniciando-se pelas pontas dos dedos em direção aos cotovelos, - mantendo-se sempre as mãos e os antebraços erguidos [angulo 90º] para cima, para que a água escorra da zona limpa para a zona de transição. Devendo permanecer nessa posição no lavabo até o escorrimento completo da água. SECAGEM - PROTOCOLO Para secagem das mãos e os antebraços usamos compressa estéril - aberta ou com uma dobra simples, cada face da compressa se destina a uma das mãos e o antebraço. É necessário dobrar a compressa após secar um dos cotovelos – isolando essa face considerada contaminada para que a outra face estéril enxugue o outro membro na mesma sequencia anterior. É importante a secagem completa das mãos para facilitar o calçamento das luvas. PARAMENTAÇÃO - PROTOCOLO A paramentação é o ato da preparação da equipe para o início dos procedimentos cirúrgicos. Etapa em que a equipe cirúrgica veste roupas [aventais e luvas cirúrgicas] esterilizadas que servirão como barreiras estéreis para poderem atuar na ferida cirúrgica, prevenindo o risco de uma contaminação. AVENTAL Apresentação Esterilizados, dobrados ao avesso, de modo especial, ficando as mangas por dentro, - facilitando assim o seu manuseio ao abri-lo (o cirurgião o toca somente pela face interna) Vestimenta Segura-se pelos dois cadarços (rabichos) da gola do avental - deixe que o avental desdobre e fique esticado na vertical. Jogue-o para cima, em um único movimento introduza ambas as mãos e antebraços em direção as mangas, sendo auxiliado pelo circulante de sala postado as suas costas que tocará somente na face interna do avental para ajustar ao corpo. Assim que as mãos ultrapassarem os punhos do avental, pegamos os cintos pelas pontas e os apresentamos lateralmente para o circulante, ajustar e amarra (cintura), na sequência os cadarços (rabichos) da gola e das costas. Havendo dificuldade ao tentar passar os punhos com as mãos, solicite auxilio ao circulante de sala que puxará a manga por dentro. O punho do avental cirúrgico deve ter uma pequena alça que fica ao redor da base do polegar evitando que o punho se desloque em direção ao cotovelo durante o procedimento cirúrgico não permitindo que o antebraço fique descoberto (desprotegido). Calçamento Luvas – Protocolo: Apresentação São apresentadas aos pares, acondicionadas em envelope duplo, já preparadas com talco no seu interior; Apresentadas nos tamanhos 6,0 a 9,5; [padrão] Cada elemento da equipe cirúrgica deve conhecer o número ideal das luvas que se ajusta corretamente e confortavelmente às suas mãos As luvas não devem ficar apertadas e, muito menos, folgadas. O principal cuidado ao calçar as luvas é não tocar com a mão nua a face externa da luva e vice-versa. O calçamento das luvas geralmente é bem mais facilitado quando as mãos estiverem totalmente secas. A luva é apresentada com o punho dobrado para fora, onde devemos segura-la pela face palmar após identificarmos: direita/ esquerda. Abertura do pacote das luvas; A parte do envelope tocada pela mão deve ficar para fora da mesa; sendo o punho dobrado apreendido pela face palmar; Introduz a mão na luva, primeiro localiza os quatro dedos e depois orienta o polegar para o respectivo dedo da luva; Finalmente a mão toda. Pega-se a luva restastante com a mão desenluvada pelo punho dobrado e introduz os quatro dedos internos da mão enluvada por baixo da dobra, pela face palmar; Calca-se pela mesma técnica anterior com introdução dos quatro dedos internos e depois o polegar; Finalmente a mão toda. Só agora, com ambas as mãos calçadas, podemos ajustar as luvas; Outra técnica de calçamento: Um membro da equipe já enluvado, expõe a luva na vertical – segurando-a com ambas as mãos pela face externa. A mão é introduzida diretamente na luva com facilidade.
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