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Análise Jurídica do Filme Filadélfia

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Centro Universitário da Grande Dourados - UNIGRAN
Trabalho de Argumentação Jurídica
Acadêmico: Francisco Bertine de Sousa RGM: 012.5988 4º Semestre “C”
1) Ficha catalográfica.
Título original: Philadelphia.
Título no Brasil: Filadélfia.
País de origem: Estados Unidos da América.
Gênero: Drama.
Tempo de duração: 125 minutos.
Ano de lançamento: 1993.
Estúdio/Distribuição: Sony Pictures.
Direção: Jonathan Demme.
Roteiro: Ron Nyswaner.
Elenco principal:	Tom Hanks		- Andrew Beckett
Denzel Washington	- Joe Miller
Jason Robards		- Charles Wheeler
Antonio Banderas	- Miguel Alvarez
Joanne Wooward	- Sarah Beckett
Mary Steenburgen	- Belina Conine
Charles Napier	- Juiz Garnett
Karen Finley		- Dr. Gillman
Época que se passa a história: Década de 1990.
Local: Filadélfia, no Estado da Pensilvânia, Estados Unidos da América.
Enredo: Um jovem e promissor advogado é demitido da firma de advocacia em que trabalhava sob alegação de incompetência, mas sabe que a verdadeira razão é porque tem AIDS. Determinado a defender sua dignidade e reputação profissional, Andrew Beckett contrata outro advogado, Joe Miller, para processar os patrões por demissão injusta. Joe reluta em aceitar o caso – apesar de ter crescido conhecendo as dores do preconceito racial, o advogado negro nunca tinha antes encarado seus próprios preconceitos contra o homossexualismo e a AIDS. Os dois iniciam uma luta intensa contra a intolerância da sociedade. 
2) Tema central do filme e suas implicações jurídicas.
O filme “Filadélfia” trata do preconceito contra o homossexualismo e os portadores do vírus da AIDS, e também sobre o racismo.
Como implicações jurídicas poderíamos citar:
O artigo 1º, inciso III da Constituição Federal de 1988 (CF/88) que tem como fundamento a dignidade da pessoa humana.
O artigo 3º, inciso I e IV da CF/88 onde se constituiu o objetivo fundamental, respectivamente; de construir uma sociedade livre, justa e solidária; e promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
O artigo 5º, inciso X da CF/88 que fala que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo... a inviolabilidade do direito a vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e a propriedade, nos termos seguintes: são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
Outra questão abordada é a privacidade onde a relação profissional implica ou não desvendar a esfera privada. No caso a doença infecta contagiosa.
Poderíamos citar ainda a Lei n. 7.716, de 05 de janeiro de 1989, que trata dos preconceitos de raça e de cor.
Outro tema bastante polêmico tratado no filme é a questão da união homoafetiva, como por exemplo, na cena em que Miguel Alvarez (Antonio Banderas), ao informar que é o companheiro de Andrew Peckett (Tom Hanks), é ameaçado de expulsão do hospital porque não é parente próximo do doente, levantando diretamente o problema da importância do relacionamento jurídico das uniões entre pessoas do mesmo sexo. O parágrafo 3º do artigo 226 da CF/88, informa que a família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado... para efeito de proteção do Estado é reconhecida a união estável entre homem e mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar a conversão em casamento. Com o reconhecimento de uniões entre pessoas do mesmo sexo no Brasil (também chamadas de uniões homoafetivas) como entidade familiar, por analogia à união estável, foi declarado possível pelo Supremo Tribunal Federal em 05 de maio de 2011 no julgamento conjunto da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) n. 4277. Desta forma, no Brasil, são reconhecidos às uniões estáveis homoafetivas todos os direitos conferidos às uniões estáveis entre um homem e uma mulher.
3) Identificação dos personagens suas características e papel que desempenham.
Andrew Beckett (Tom Hanks) é um jovem advogado que trabalha para um tradicional escritório de advocacia da Filadélfia. Após descobrirem que ele é portador do vírus da AIDS, Andrew é demitido da empresa sob a alegação de incompetência, ele procura vários advogados que recusam ajudá-lo, até encontrar Joe Miller. Em seu testemunho falou que foi procurado pelo escritório de advocacia, onde foi convidado a trabalhar. Disse aceitou o emprego porque admirava os advogados que lá trabalhavam, grandes conhecedores da lei e pessoas totalmente competentes. Disse que não falou que era gay, inicialmente, mas que iria falar para Charles Wheeler, só que um dia no clube de tênis percebeu que Charles e seus sócios eram homofóbicos. Ele falou que adorava advogar porque algumas vezes participava em fazer justiça. Durante o interrogatório da Dra. Belina Conine falou como adquiriu o vírus, em uma sala de cinema, e que poderia ter transmitido a doença para seu parceiro, sendo dessa maneira desonesto com Miguel Alvarez, seu companheiro.
Joe Miller (Denzel Washington), um advogado negro que é homofóbico, é procurado por Andrew Beckett para levar seu caso até o tribunal, inicialmente ele rejeita, mas após uma conversa com sua esposa e verificar o preconceito que as pessoas na biblioteca tinham ao ver a situação de Andrew, resolve assumir o caso. Durante o julgamento, este homem é forçado a encarar seus próprios medos e preconceitos.
O advogado expõe a doença, e deixa claro que Andrew escondeu a doença para continuar sua vida, uma opção, ele não mentiu, apenas omitiu essa situação, porém os empregadores violaram a lei demitindo por preconceito. Questionou a preferência sexual de alguns da empresa e mostrou como eles tratavam este caso como preconceito. O caso não é só sobre a AIDS, também sobre o ódio das pessoas em geral, relutância e temor aos homossexuais e como isto levou seu cliente a ser demitido. Colocou o empregador contra a parede, deixando claro que Andrew foi vitima de preconceito por ser homossexuais e por estar com AIDS. O que faz com que tenhamos, de certa maneira, alguma compaixão por ele.
Joe Miller trabalha com dedicação no caso de Andrew e consegue mostrar aos jurados como seu cliente se sentiu humilhado e rejeitado ao ser despedido por causa do preconceito. Acompanhe seus argumentos iniciais (Trecho do filme):
Senhoras e senhores do júri. Esqueçam tudo que viram na TV e nos filmes. Não haverá testemunhos vitais no último minuto, nem confissões repentinas e lacrimosas. Só lhes será apresentado um simples fato. Andrew Beckett foi demitido. Ouvirão duas explicações para o fato: a nossa e a deles. Depende de vocês atravessarem todas as camadas da verdade, até determinar qual das versões é a mais verdadeira. Eu preciso lhes provar certas coisas. Primeira Beckett foi... é um advogado brilhante, excelente. Segunda: Sofrendo de uma doença que o enfraquecia, ele tomou a compreensível, pessoal e legítima decisão de não falar de sua doença. Terceira: seus empregadores descobriram a doença dele, e a doença de que falo não é a AIDS. Quarta: Eles entraram em pânico e por isso fizeram o que a maioria de nós quer fazer, que é manter a AIDS e todos os aidéticos o mais longe possível do resto das pessoas. O comportamento deles pode lhes parecer sensato. Afinal, a AIDS é uma doença mortal e incurável, mas não obstante a opinião que tenha de Wheeler e sócios em termos morais e humanos, ao despedirem Beckett porque ele tinha AIDS, eles violaram a lei.
Belina Conine (Mary Steenburgen): Advogada de defesa da firma de advocacia. Iniciou seu trabalho da seguinte forma: Fato: O trabalho de Andrew Beckett em seu trabalho variava de competente e bom para, frequentemente, medíocre, e até, às vezes, de uma incompetência flagrante. Fato: ele se diz vítima de mentiras e malícia. Fato: foi Andrew Beckett que mentiu, esforçando-se ao máximo para ocultar sua doença dos chefes. Fato: ele teve sucesso pela empreitada. Os sócios da Wyant Wheeler não sabiam que Beckett tinhaAIDS quando o demitiram. Fato: Andrew Beckett está morrendo. Fato: Andrew Beckett está com raiva, porque o seu estilo de vida, o seu comportamento imprudente, encurtaram a sua vida. E em sua raiva, em sua revolta, está partindo para o ataque e quer fazer alguém pagar.
Durante o testemunho da Srta. Burton perguntou se ela havia sido promovida a pouco tempo, e como ela foi promovida se acabara de testemunhar que o Sr. Wheeler era racista.
Sr. Laird (Roger Corman): foi a primeira testemunha no tribunal do júri. Beckett venceu a causa de sua empresa, e quando foi dar seu testemunho disse que seu trabalho foi satisfatório, sendo que em depoimento anterior, onde se encontrava sob juramento, disse que ficou impressionado com a excelência e a qualidade de trabalho de Andrew Beckett.
Mellissa Benedick (Kathryn Witt): foi a segunda a testemunhar. Trabalhava na Wash, Ulmer e Brahm, em Washington, como assistente do escritório, onde Walter Kenton também trabalhava, e todos sabiam que ela tinha adquirido AIDS depois de uma transfusão de sangue. Admitiu que não fosse diferente dos outros que adquiriu a doença (homossexuais), só queria sobreviver.
Athea Burton (Ana Deavere Smith): terceira pessoa a testemunhar trabalhava como assistente no mesmo escritório de Andrew Beckett, disse que a assistente do Sr. Wheeler havia falado que ele tinha feito alguns comentários preconceituosos (racistas) sobre ela. 
Srta. O’hara foi a quarta a testemunhar. Falou sobre o dia em que encontraram a queixa que havia se perdido e que teria sido o motivo da demissão de Beckett, Jamey havia encontrado no arquivo central, onde ficam arquivados os documentos dos casos já encerrados. Ao ser interrogada por Joe Miller foi perguntada se antes desse incidente havia alguma queixa sobre a qualidade de trabalho do Andrew pelos donos do escritório. Ela respondeu que não.
Na sequência o Sr. Jamey Collins (Bradley Whitford) testemunhou (quinta testemunha) O advogado de defesa perguntou se ele havia escondido os documentos com a intenção de prejudicar Andrew. Respondeu que não. Depois foi perguntado se o mesmo era gay.
Walter Kenton (Robert Ridgely): Um dos sócios do escritório de advocacia que notou a lesão em Beckett e percebeu que era a mesma de Mellissa Benedick, uma assistente que trabalhava na Wash, Ulmer e Brahm, em Washington, e contraiu AIDS através de uma transfusão de sangue, e todos no escritório sabiam que era devido ao vírus HIV. Sexta pessoa a testemunhar no tribunal do júri, disse que realmente viu os hematomas em Andrew Beckett e que sabia que o mesmo estava com AIDS.
Charles Wheleer (Jason Rorbards) é um dos sócios do prestigioso escritório de advocacia Wyant, Wheeler, Hellerman, Tetlow & Braown na Filadélfia, onde Andrew trabalha, que ao descobrir que o mesmo possui AIDS o demite, por causa de sua doença, mas alega falta de competência. Em sua testemunha falou para a advogada de defesa, que não sabia que Andrew Beckett tinha AIDS, e não o demitiu por isso. Falou que o contratou porque era uma revelação, um advogado promissor, havia se destacado na Faculdade de Direito Penn. Quando perguntado pela acusação se era gay, respondeu que não. 
Sr. Bob Seidman (Ron Vawter): Quando interrogado por Joe, disse que suspeitava da doença de Andrew. E não tinha avisado para seus sócios, arrependendo-se por isso.
Juiz Garnett (Charles Napier)
Miguel Alvarez (Antonio Banderas): Companheiro de Andrew Beckett, continuous a o seu lado até sua morte.
Sarah Beckett (Joanne Wooward): A mãe de Andrew Beckett esteve ao seu lado nos momentos mais difíceis, assim como todo sua família, sendo importante no apoio para Andrew seguir com sua causa.
Resultado do Julgamento: Causa ganha em favor de Andrew Beckett. O escritório de advocacia deveria pagar 143.000,00 dólares – pelos salários e benefícios perdidos; 100.000,00 dólares pela angustia e humilhação sofrida; e 4.782.000,00 dólares como punição aos réus (indenização); Totalizando 5.025.000,00 dólares.
Devido sua atuação no filme o ator Tom Hanks recebeu o Oscar e Globo de Ouro de melhor ator e o Urso de Prata. O filme também foi o vencedor do prêmio de melhor canção original (Bruce Springsteen com Streets of Philadelphia) – Oscar e Globo de Ouro.

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