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Matéria Direito Civil IV parte 2

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DIREITO CIVIL IV - MATÉRIA P2
DA ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO.
1) Conceito. Uma pessoa convenciona com outra que concederá uma vantagem ou benefício em favor de terceiro, que não é parte no contrato. Dá-se a estipulação em favor de terceiro, pois, quando, no contrato celebrado entre duas pessoas, denominadas estipulante e promitente, convenciona-se que a vantagem resultante do ajuste reverterá em benefício de terceira pessoa, alheia à formação do vínculo contratual. Temos três figuras: o estipulante, o promitente e o beneficiário. Exemplos seguro de vida; separações judiciais consensuais; coletivas de trabalho, em que os acordos feitos pelos sindicatos beneficiam toda uma categoria (CC, art. 436).
DA PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO.
1) Conceito. Trata-se do denominado contrato por outrem ou promessa de fato de terceiro. O único vinculado é o que promete, assumindo obrigação de fazer que, não sendo executada, resolve-se em perdas e danos. Isto porque ninguém pode vincular terceiro a uma obrigação. As obrigações têm como fonte somente a própria manifestação da vontade do devedor, a lei ou eventual ato ilícito por ele praticado (CC, art. 439)
Aquele que promete fato de terceiro assemelha-se ao fiador, que assegura a prestação prometida. Se alguém, por exemplo, prometer levar um cantor de renome a uma determinada casa de espetáculos ou clube, sem ter obtido dele, previamente, a devida concordância, responderá por perdas e danos perante os promotores do evento, se não ocorrer a prometida apresentação na ocasião anunciada (CC, art. 440).
DOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS
1) Conceito. Vícios redibitórios são defeitos ocultos em coisa recebida em virtude de contrato comutativo, que a tornam imprópria ao uso a que se destina, ou lhe diminuam o valor. A coisa defeituosa pode ser enjeitada pelo adquirente, mediante devolução do preço e, se o alienante conhecia o defeito, com satisfação de perdas e danos. Exemplos: Defeitos em peças ou automóveis – aquecimentos excessivos, barulhos insuportáveis, doenças em gado, imóveis com problema de inundações e desvio de terra.(CC, arts. 441 e 443).
O adquirente tem duas opções: a)reclamar abatimento no preço (CC, art. 442); e, b) rejeitar a coisa, rescindir o contrato, solicitar a devolução do valor e se existir má fé requerer perdas e danos.
2) Fundamento jurídico. (Teoria do inadimplemento contratual) Todo alienante deve assegurar, ao adquirente a título oneroso, o uso da coisa por ele adquirida e para os fins a que é destinada. O alienante é de pleno direito, garante dos vícios redibitórios e cumpre-lhe fazer boa a coisa vendida. Os vícios redibitórios existem apenas nos contratos comutativos.
Geralmente o comprador não tem condições de examina coisa a fundo para descobrir os seus possíveis defeitos ocultos que a tornam imprestável ao uso a que se destina ou a diminuição sensível do seu valor.
3) Requisitos.
a) Que a coisa tenha sido recebida em virtude de contrato comutativo, ou de doação onerosa, ou remuneratória;
b) Que os defeitos sejam ocultos;
c) Que os defeitos existam no momento da celebração do contrato e que perdurem até o momento da reclamação;
d) Que os defeitos sejam desconhecidos do adquirente (comprador);
e) Que os defeitos sejam graves (Prejudicam o uso da coisa ou diminui-lhe o valor).
4) Ações.
a) Rejeitar a coisa, rescindindo o contrato e pleiteando a devolução do preço pago, mediante ação redibitória.
b) Conservá-la, apesar do defeito, reclamando abatimento de preço, através da ação “Quanti Minoris” (Redução do valor) ou estimatória (CC, art. 442).
As ações anteriores são conhecidas como ações edilícias.
Prazos para as ações: Os prazos para o ajuizamento das ações edilícias — redibitória e quanti minoris — são decadenciais: trinta dias, se relativas a bem móvel, e um ano, se relativas a imóvel, contados, nos dois casos, da tradição. Se o adquirente já estava na posse do bem, “o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade” (CC, art. 445). Exceções: Máquinas sujeitas a experimentação (Conta-se do seu perfeito funcionamento e efetiva utilização); e venda de animais (Cento e oitenta dias).
Hipóteses de descabimento de ações edilícias: 1- Coisa vendida conjuntamente (CC, art. 503); 2- Inadimplemento (CC, art. 389); 3- Erro quanto a qualidades essenciais do objeto (CC, arts. 139, I e 178, II)
Obs.: No Vício Redibitório o contrato é cumprido de modo imperfeito, enquanto no inadimplemento contratual ele é descumprido.
DA EVICÇÃO.
1) Conceito. Evicção é a perda da coisa em virtude de sentença judicial, que a atribui a outrem por causa jurídica preexistente ao contrato.
Todo alienante é obrigado não só a entregar ao adquirente a coisa alienada, como também a garantir-lhe o uso e gozo. Dá-se a evicção quando o adquirente vem a perder, total ou parcialmente, a coisa por sentença fundada em motivo jurídico anterior.
O fundamento da existência da evicção é favorecer aquele que constitui a relação jurídica em primeiro lugar.
A evicção restringe-se ao campo dos contratos comutativos.
2) Personagens: Há, na evicção, três personagens: o alienante, que responde pelos riscos da evicção; o evicto, que é o adquirente vencido na demanda movida por terceiro; e o evictor, que é o terceiro reivindicante e vencedor da ação. Exemplo: Luiz solicitou empréstimo a Caixa dando como garantia seu terreno, um ano depois Pedro comprou as terras de Luiz que eram a garantia da Caixa. Alienante: Luiz; Evicto: Pedro; e, Evictor: Caixa.
O alienante é obrigado a garantir ao comprador os riscos da evicção.
3) Risco (CC, art. 444).
4) Requisitos da Evicção.
a) Contrato oneroso (Onerosidade da aquisição);
b) Ignorância, pelo adquirente, do litígio. É possível também conhecer, mas não aceitar os riscos da evicção (CC, art. 457);
c) Anterioridade do direito do evictor;
d) Denunciação da lide ao alienante;
e) Perda total ou parcial da propriedade, posse ou uso da coisa alienada.
DOS CONTRATOS ALEATÓRIOS.
1) Conceito.
Contratos bilaterais são os que geram obrigações para ambos os contratantes, como a compra e venda, a locação, o contrato de transporte etc. Essas obrigações são recíprocas, estando a de um dos contratantes atrelada à do outro. Por isso são sempre onerosos. No entanto, considerando-se as expectativas de vantagens ou benefícios que as partes aguardam e alimentam por ocasião de sua celebração, os contratos bilaterais e onerosos podem revelar-se comutativos ou aleatórios.
Comutativos são os contratos de prestações certas e determinadas. As partes podem antever as vantagens e os sacrifícios, que geralmente se equivalem, decorrentes de sua celebração, porque não envolvem nenhum risco.
Na ideia de comutatividade está presente a de equivalência das prestações.
Contrato comutativo é, pois, o oneroso e bilateral, em que cada contraente, além de receber do outro prestação relativamente equivalente à sua, pode verificar, de imediato, essa equivalência.
Contrato aleatório é o bilateral e oneroso em que pelo menos um dos contraentes não pode antever a vantagem que receberá, em troca da prestação fornecida. Caracteriza-se, ao contrário do comutativo, pela incerteza, para as duas partes, sobre as vantagens e sacrifícios que dele podem advir. Exemplo: Venda de colheita futura, contrato de jogos, aposta e seguro – O contrato de seguro é comutativo, porque o segurado o celebra para se acobertar contra qualquer risco. No entanto, para a seguradora sempre aleatório, pois o pagamento ou não da indenização depende de um fato eventual. (CC, arts. 458).
No contrato comutativo o negócio não está ligado ao risco.
O vocábulo aleatório é originário do latim “alea”, que significa sorte, risco, azar, dependente do acaso ou do destino.
Venda de coisas futuras:
a) Risco concernente à própria existência da coisa.
b) Risco respeitante à quantidade da coisa esperada. Exemplo: O risco da aquisição da safra futura limitada a sua quantidade, pois deve ela existir, o contrato fica nulo se nada puder ser colhido (CC, art. 459).
c) Venda de coisas existentes,mas expostas a risco. Exemplo: A venda de mercadoria que está sendo transportada em alto-mar por pequeno navio, cujo risco de naufrágio o adquirente assumiu (CC, arts. 460 e 461).
DO CONTRATO PRELIMINAR.
1) Conceito. O contrato é um acordo de vontades que tem por fim criar, modificar ou extinguir direitos. Essa convergência de vontades geralmente ocorre de forma instantânea, mediante uma proposta e pronta aceitação. Outras vezes, não se mostra conveniente aos contraentes contratar de forma definitiva, seja porque o pagamento será feito de modo parcelado e em elevado número de prestações, seja pela necessidade de se aguardar a liberação de um financiamento, seja ainda por algum outro motivo de natureza particular, ou mesmo de mera conveniência. Nesse caso, podem os interessados celebrar um contrato provisório, preparatório, no qual prometem complementar o ajuste, celebrando o definitivo.
Essa avença constitui o contrato preliminar, que tem sempre por objeto a efetivação de um contrato definitivo. Enfim, contrato preliminar ou contrato-promessa, é aquele que tem por objeto a celebração de um contrato definitivo. Exemplo: Promessa ou compromisso de compra e venda (CC, art. 462 a 466).
DO CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR.
1) Conceito. É uma figura disciplinada nos arts. 467 à 471 do CC.
Nessa modalidade, um dos contraentes pode reservar-se o direito de indicar outra pessoa para, em seu lugar, adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes Exemplo: Compra de imóvel com a intenção de revender (CC, art. 467).
Tem sido utilizado para evitar despesas com nova alienação.
Participam desse contrato o promitente, que assume o compromisso de reconhecer o amicus ou eligendo; o estipulante, que pactua em seu favor a cláusula de substituição; e o electus, que, validamente nomeado, aceita sua indicação, que é comunicada ao promitente. A validade do negócio requer capacidade e legitimação de todos os personagens, no momento da estipulação do contrato.
DA EXTINÇÃO DO CONTRATO.
1) Introdução. O vínculo contratual é, por natureza, passageiro e deve desaparecer, naturalmente, tão logo o devedor cumpra a prestação prometida ao credor.
A extinção dá-se, em regra, pela execução, seja instantânea, diferida ou continuada. O cumprimento da prestação libera o devedor e satisfaz o credor.
Algumas vezes o contrato se extingue sem ter alcançado o seu fim, ou seja, sem que as obrigações tenham sido cumpridas. Várias causas acarretam essa extinção anormal. Algumas são anteriores ou contemporâneas à formação do contrato; outras, supervenientes.
2) Causas anteriores ou contemporâneas à formação do contrato. As causas anteriores ou contemporâneas à formação do contrato são: a) defeitos decorrentes do não preenchimento de seus requisitos subjetivos (capacidade das partes e livre consentimento), objetivos (objeto lícito, possível, determinado ou determinável) e formais (forma prescrita em lei), que afetam a sua validade, acarretando a nulidade absoluta ou relativa (anulabilidade); b) implemento de cláusula resolutiva, expressa ou tácita; e c) exercício do direito de arrependimento convencionado
a)Nulidade absoluta e relativa. A nulidade absoluta decorre de ausência de elemento essencial do ato, com transgressão a preceito de ordem pública, impedindo que o contrato produza efeitos desde a sua formação (ex tunc).
Tratando-se de vício originário, verificado na fase genética da obrigação, e sendo o caso de nulidade absoluta o pronunciamento da nulidade pode ser requerido em juízo a qualquer tempo, por qualquer interessado, podendo ser declarada de ofício pelo juiz ou por promoção do Ministério Público (CC, arts. 168, 170 e 184)
A anulabilidade advém da imperfeição da vontade, como por exemplo, quando uma declaração é emanada de um contratante relativamente incapaz, os efeitos são ex nunc, ou seja, o contrato vai produzir efeitos até a decretação pelo Poder Judiciário. Há prazo para se requerer a anulabilidade sob pena de convalidação (CC, art. 177).
b) Cláusula resolutiva. Na execução do contrato, cada contraente tem a faculdade de pedir a resolução, se o outro não cumpre as obrigações avençadas. Essa faculdade pode resultar de estipulação ou de presunção legal.
Quando as partes a convencionam, diz-se que estipulam a cláusula resolutiva expressa. Na ausência de estipulação, tal pacto é presumido pela lei, que subentende a existência da cláusula resolutiva. Neste caso, diz-se que é implícita ou tácita (CC, arts. 475, 421 e 422; CPC 461).
Boa parte da doutrina entende que tanto na hipótese de cláusula expressa ou tácita há a necessidade de um pronunciamento judicial.
c) Direito de arrependimento. Somente é possível se houver cláusula expressa (CC, art. 420).
3) Causas supervenientes à formação do contrato.
a) Resolução. A extinção do contrato mediante resolução tem como causa a inexecução ou incumprimento por um dos contratantes.
Resolução, portanto, é “um remédio concedido à parte para romper o vínculo contratual mediante ação judicial”. O inadimplemento por ser voluntário (culposo), ou não (involuntário).
a.1)Resolução por inexecução voluntária (Inadimplemento voluntário). A resolução por inexecução voluntária decorre de comportamento culposo de um dos contraentes, com prejuízo ao outro (*CC, arts. 475 e 409 a 411).
CC, art. 476: Qualquer dos contratantes pode, ao ser demandado pelo outro, utilizar-se de uma defesa denominada “exceptio nom adimpleti contractus” ou exceção do contrato não cumprido para recusar a sua prestação, no fundamento de que o demandante não cumpriu o que lhe competia. Aquele que não satisfaz a própria obrigação não pode exigir o implemento da do outro. Se o fizer, o último o porá, em defesa, a referida exceção, fundada na equidade, desde que as prestações sejam simultâneas (Exemplo: compra de um carro).
CC, art. 477:Procura-se acautelar os interesses do que deve pagar em primeiro lugar, protegendo-o contra alterações da situação patrimonial do outro contratante. Autoriza-se por exemplo o vendedor a não entregar a mercadoria vendida se algum fato superveniente à celebração do contrato acarretar diminuição no patrimônio do comprador, capaz de tornar duvidoso o posterior adimplemento de sua parte na avença, podendo aquele, neste caso, reclamar o preço de imediato ou exigir garantia suficiente.
a.2) Resolução por inexecução involuntária (Inadimplemento involuntário). A resolução pode também decorrer de fato não imputável às partes, como sucede nas hipóteses de ação de terceiro ou de acontecimentos inevitáveis, alheios à vontade dos contraentes, denominados caso fortuito ou força maior, que impossibilitam o cumprimento da obrigação.
CC, art. 393 e 399: É possível alguém ficar responsável mesmo acontecendo caso fortuito e força maior, desde que ocorra cláusula estipulada no contrato.
a.3) Resolução por onerosidade excessiva. Embora o princípio pacta sunt servanda ou da intangibilidade do contrato seja fundamental para a segurança nos negócios e fundamental a qualquer organização social, os negócios jurídicos podem sofrer as consequências de modificações posteriores das circunstâncias, com quebra insuportável da equivalência. Tal constatação deu origem ao princípio da revisão dos contratos ou da onerosidade excessiva ou da Teoria denominada “rebus sic stantibus”, que se opõe àquele, pois permite aos contratantes recorrerem ao Judiciário, para obterem alteração da convenção e condições mais humanas, em determinadas situações.
A resolução por onerosidade excessiva tem a característica de poder ser utilizada por ambas as partes, seja pelo devedor, seja pelo credor (CC, art. 479). Exemplo: Caso de guerra, que torna excessivamente oneroso para o devedor o seu adimplemento (CC, art. 478).
b) Resilição. A resilição não deriva de inadimplemento contratual, mas unicamente da manifestação de vontade, que pode ser bilateral ou unilateral. Resilir, do latim “resilire”, significa, etimologicamente, “voltar atrás”. A resilição bilateral denomina-se distrato, que é o acordode vontades que tem por fim extinguir um contrato anteriormente celebrado. A unilateral pode ocorrer somente em determinados contratos, pois a regra é a impossibilidade de um contraente romper o vínculo contratual por sua exclusiva vontade(CC, art. 472).
Qualquer contrato pode cessar pelo distrato. Contrato extinto não precisa ser dissolvido. Os efeitos da resilição são “ex nunc”.
c) Morte. A morte de um dos contratantes só acarreta a dissolução dos contratos personalíssimos (intuitu personae).
d) Rescisão. Entre nós, o termo rescisão é usado como sinônimo de resolução e de resilição. Deve ser empregado, no entanto, em boa técnica, nas hipóteses de dissolução de determinados contratos, como aqueles em que ocorreu lesão ou que foram celebrados em estado de perigo (C, arts. 156, 157 e 178, II)
DAS VÁRIAS ESPÉCIES DE CONTRATO.
1) Introdução. Após o estudo relacionado à teoria geral dos contratos, no qual se encontram os princípios e fundamentos básicos que servem de orientação para a generalidade dos ajustes e convenções bilaterais, passamos agora a tratar das várias espécies de contrato.
O Código Civil disciplina vinte e três contratos típicos. E o art. 425 permite a celebração de contratos atípicos, desde que as normas gerais sejam observadas.
O Código Civil de 2002 unificou o direito das obrigações. Não existe mais obrigação civil e obrigação comercial ou mercantil. Do direito brasileiro agora, o direito das obrigações é uno e indivisível. A parte geral do código comercial foi revogada.
DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA.
1) Conceito. Denomina-se compra e venda o contrato bilateral pelo qual uma das partes (vendedor) se obriga a transferir o domínio de uma coisa à outra (comprador), mediante a contraprestação de certo preço em dinheiro (CC, art. 421).
O contrato em apreço (mencionado) pode ter por objeto bens de toda natureza: corpóreos, compreendendo móveis e imóveis, bem como os incorpóreos.
A transferência de domínio é um ato complexo, pois depende de duas fases, tais quais: nas coisas móveis, além do contrato, a tradição (CC, art. 1.226 e 1.267); nas coisas imóveis, além do contrato (escritura) há necessidade do registro (CC, art. 1.227 e 1.245).
2) Unificação. (Vide última flechinha da introdução)
3) Natureza jurídica.
a) Sinalagmático ou bilateral: Obrigações recíprocas (Vendedor transfere o domínio x Comprador paga o preço em dinheiro).
b) Consensual, ou seja, se aperfeiçoa com o acordo de vontades.
c) Oneroso: ambas as partes tem sacrifícios e proveitos.
d) Comutativo ou aleatório: É a natureza jurídica de um contrato de compra e venda.
4) Elementos do contrato de compra e venda. São eles: Consentimento, preço e coisa.
O consentimento pressupõe a capacidade das partes para vender e comprar e deve ser livre e espontâneo, sob pena de anulabilidade, bem como recair sobre os outros dois elementos: a coisa e o preço.
O preço é o segundo elemento essencial da compra e venda, jamais ficando ao livre arbítrio de uma das partes. Precisa ser convencionado pelos contratantes.
O art. 481 do Código Civil refere-se a “coisa” como objeto da prestação do vendedor. No Código do Consumidor, o vocábulo “coisa” foi substituído por “produto”(CDC, art. 3º, § 1º).
5)Efeitos da compra e venda. Os principais efeitos da compra e venda são: a) gerar obrigações recíprocas para os contratantes: para o vendedor, a de transferir o domínio de certa coisa, e para o comprador, a de pagar-lhe certo preço em dinheiro (CC, art. 481); e b) acarretar a responsabilidade do vendedor pelos vícios redibitórios e pela evicção. Há também efeitos secundários dentre eles os apontados nos arts. 490 – Repartição das despesas; 491 – O direito de reter coisa ou preço; 492 – Responsabilidade pelos riscos., CC.
6)Limitações à compra e venda. Algumas pessoas sofrem limitações, decorrentes da falta de legitimação, em razão de determinadas circunstâncias ou da situação em que se encontram, que não se confundem com incapacidade. Só não podem vender ou comprar de certas pessoas. A lei, nessas hipóteses, não cogita de qualquer deficiência individual que constitua ou acarrete incapacidade genérica de agir. São pessoas maiores e dotadas de pleno discernimento, mas que, em face de sua posição na relação jurídica, isto é, por serem ascendentes, condôminos, tutores ou, ainda, cônjuges, ficam impedidas de comprar e vender até estarem devidamente legitimadas.
a) Venda de ascendente a descendente (CC, art. 496) – A finalidade da vedação é evitar as simulações fraudulentas: doações inoficiosas disfarçadas de compra e venda.
b) Aquisição de bens por pessoa encarregada de zelar pelos interesses do vendedor (CC, art. 497) - A intenção é manter a isenção de ânimo naqueles que, por dever de ofício ou por profissão, têm de zelar por interesses alheios, como o tutor, o curador, o administrador, o empregado público, o juiz e outros, que foram impedidos de comprar bens de seus tutelados, curatelados etc.
As proibições têm por fundamento a presunção de aproveitamento desleal da situação, na aquisição de bens confiados à sua gestão ou administração, em virtude da especial posição das pessoas a que se refere o texto.
c) Venda da parte indivisa em condomínio (CC, art.504) - A venda de parte indivisa a estranho somente se viabiliza, portanto, quando: a) for comunicada previamente aos demais condôminos; b) for dada preferência aos demais condôminos para aquisição da parte ideal, pelo mesmo valor que o estranho ofereceu; c) os demais condôminos não exercerem a preferência dentro do prazo legal. O direito de preferência é de natureza real, pois não se resolve em perdas e danos. O condômino que depositar o preço haverá para si a parte vendida. Tal não ocorrerá se este fizer contrapro­posta diferente da que ofereceu o estranho.
d) Venda entre cônjuges (CC, art.499). É possível desde que o bem seja extraído do patrimônio particular.
7)Venda ad corpus (pelo corpo) e venda ad mensuram (por medida).
Trata-se da venda ad mensuram, em que o preço é estipulado com base nas dimensões do imóvel. É quando se determina o preço de cada unidade, de cada alqueire, hectare ou metro quadrado (CC, art. 500, caput).
Na venda ad corpus a situação é diferente. Nessa espécie de venda o imóvel é adquirido como um todo, como corpo certo e determinado (p. ex., Chácara Palmeiras), caracterizado por suas confrontações, não tendo nenhuma influência na fixação do preço as suas dimensões. Presume-se que o comprador adquiriu a área pelo conjunto que lhe foi mostrado e não em atenção à área declarada (CC, art. 500, § 3º).
Ad mensuram: faltando área, o comprador poderá requerer abatimento do preço, complementação de área ou resolução contratual.
Presunção: Ad corpus 1/20 = 5% (Diferença tão pequena não justifica litígio).
8) Cláusulas especiais de compra e venda. O Código Civil atual disciplinou algumas cláusula especiais que podem ser encontradas nos contratos de compra e venda.
a) Retrovenda. É um instituto em desuso. Constitui, num pacto, pelo qual o vendedor reserva-se o direito de reaver o imóvel que está sendo alienado (CC, art. 505).
b) Venda a contento. Geralmente é um contrato relacionado a gêneros alimentícios também é conhecido esse contrato como “ad gustum”. O contrato somente estará perfeito e acabado após o comprador degustar e aprovar (CC, art. 509).
c) Pacto de preferência (Preempção). É o pacto, pelo qual o comprador de uma coisa, se obriga a oferecê-la ao vendedor, na hipótese de pretender futuramente vendê-la ou dá-la em pagamento, para que este use do seu direito de prelação. Esse pacto é personalíssimo. 
A preempção distingue-se da retrovenda. Nesta, o vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la, independente da vontade do comprador, não se podendo falar em preferência por inexistir terceiro ou estranho com quem se dispute a primazia.
d) Venda com reserva de domínio. A venda com reserva de domínio constitui modalidade especial de venda de coisa móvel, em que o vendedor tem a própria coisa vendida comogarantia do recebimento do preço. Só a posse é transferida ao adquirente. A propriedade permanece com o alienante (CC, art. 521). Exemplo: Compra e venda a crédito de bens móveis.
e) Da venda sobre documentos. Foi pela primeira vez disciplinada no Código Civil. A rapidez com que se desenvolvem, na atualidade, as atividades comerciais fez com que essa modalidade se desenvolvesse e se tornasse, na sociedade contemporânea, um imperativo para a eficiência, principalmente, nos negócios internacionais.
A sua finalidade é dar maior agilidade aos negócios que envolvam venda de mercadorias.
O vendedor, entregando os documentos, libera-se da obrigação e tem direito ao preço. Ocorre com frequência na venda de mercadoria que está depositada em armazém. O documento que o vendedor entrega ao comprador é denominado de warrant - Título que autoriza o comprador a retirar a mercadoria (CC, art. 529).
DA TROCA OU PERMUTA.
1) Conceito. É o contrato em que as partes se obrigam a prestar uma coisa por outra, que não seja dinheiro (CC, art. 533). É negócio bilateral e oneroso.
DO CONTRATO ESTIMATÓRIO.
É aquele em que uma pessoa (consignante) entrega bens móveis a outra (consignatária), ficando esta autorizada a vendê-los, obrigando-se a pagar um preço ajustado previamente, se não preferir restituir as coisas consignadas dentro do prazo ajustado (CC, art. 534). Exemplo: Comércio de joias e livros.
Esse tipo de contrato é também conhecido como venda consignada.
DO CONTRATO DE DOAÇÃO.
1) Conceito. É o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra. Natureza jurídica: Gratuito (porque constitui uma liberalidade, não sendo imposto qualquer ônus ou encargo ao beneficiário). Também é unilateral e formal ou solene. Só pode entre vivos.
2) Objeto da doação. Bens móveis e imóveis, corpóreos e incorpóreos, consumíveis e inconsumíveis.
3) Promessa de doação (Existem duas correntes).
a) Não é exigível, pois é um contrato gratuito.
b) A promessa é plenamente exigível por se tratar de direito disponível.
4) Espécie de doação.
a) Pura — Quando o doador não impõe nenhuma restrição ou encargo ao beneficiário, nem subordina a sua eficácia a qualquer condição. O ato constitui uma liberalidade plena.
b) Onerosa — Aquela em que o doador impõe ao donatário uma incumbência ou dever.
c) Remuneratória — É aquela em que o doador celebra como agradecimento. Exemplo: Doar a quem lhe salvou a vida.
d) Doação ao nascituro – Desde que haja nascimento com vida (CC, art. 542).
e) Casamento futuro — Constitui liberalidade realizada em consideração às núpcias próximas do donatário com certa e determinada pessoa (CC, art. 546).
f) Entre cônjuges — O art. 544 do novo Código Civil permite a doação entre cônjuges e importa em adiantamento do que lhes cabe por herança.
g) De ascendentes a descendentes — Proclama o art. 544 do Código Civil que a doação de ascendentes a descendentes importa adiantamento do que lhes cabe por herança.
h) Inoficiosa — É a que excede o limite legal (CC, art. 549). A penalidade é nulidade absoluta.
i) Doação com cláusula de retorno — O art. 547 do Código Civil estipula o retorno dos bens doados ao patrimônio do doador “se sobreviver ao donatário”.
5) Restrições Legais.
a) Doação pelo devedor já insolvente: Pessoa insolvente não pode doar (CC, art. 158).
b) Doação da parte inoficiosa: O art. 549 do Código Civil proíbe a doação que exceder 50% da parte que couber ao doador.
c) Doação de todos os bens do doador. O art. 548 do Código Civil proíbe, pois ele deve ter o mínimo para sobreviver.
d) Doação do cônjuge adúltero a seu cúmplice. Dispõe o art. 550 do Código Civil que tal doação “pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal”.
Tal proibição tem o propósito de proteger a família e repelir o adultério, que constitui afronta à moral e aos bons costumes.
6) Revogação da doação. A doação pode ser revogada “por ingratidão do donatário (CC, art. 557), ou por inexecução do encargo” (CC, art. 555), bem como pelos modos comuns a todos os contratos.
Descumprimento do dever estipulado na doação onerosa (CC, art. 558).
DA LOCAÇÃO DE COISAS.
1) Tipos: a) Rural : Lei 4.504/64 e Decreto 59.566/66; e b) Urbana: Lei 8.245/91 e Código Civil, artigos 565 e 578.
2) Conceito. Locação de coisas é o contrato pelo qual uma das partes se obriga a conceder à outra o uso e gozo de uma coisa não fungível, temporariamente e mediante remuneração. Segundo o art. 565 do Código Civil, é contrato pelo qual “uma das partes se obriga a ceder à outra, por tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa retribuição”. Trata-se de contrato que sempre desfrutou de enorme prestígio no direito privado, figurando hoje logo em seguida à compra e venda, no grau de utilização e importância no mundo negocial.
As partes denominam-se locador, senhorio ou arrendador; e locatário, inquilino ou arrendatário. O vocábulo arrendamento é sinônimo de locação, podendo ambos ser usados indistintamente. Entre nós, todavia, o primeiro é utilizado, preferentemente, para designar as locações imobiliá­rias rurais. A coisa não precisa ser necessariamente de propriedade do locador, uma vez que a locação não acarreta transferência do domínio, malgrado em geral as duas posições, de proprietário e senhorio, coincidam. A retribuição pelo uso e gozo da coisa chama-se aluguel ou renda.
Consensual, bilateral, * comutativo, * trato sucessivo e não solene (o contrato).
3) Elementos do contrato de locação. Do conceito de locação de coisas, três são os seus elementos fundamentais: o objeto, o preço e o consentimento. O objeto pode ser coisa móvel ou imóvel. O bem móvel deve ser infungível e é disciplinado pelo CC.
4) Obrigações do locador (CC, 566).
a) Entregar ao locatário a coisa alugada.
b) Garantir o uso pacífico da coisa.
c) Entregar a coisa em condições de uso.
5) Obrigações do locatário.
a) Pagar.
b) Usar e gozar de acordo com o convencionado.
c) Restituição.
d) Invasão – Comunicação.
6) Estrutura.
Título I – Disposições gerais.
Título II – Procedimento.
Título III – Disposições finais.
7) Espécies. Locação residencial, não residencial e por temporada.
LEI N. 8.245, DE 18 DE OUTUBRO DE 1991 (LOCAÇÕES DE MÓVEIS URBANOS)
Estudo do parágrafo único, art. 1º.
Alínea “a”			Alínea “b”
1 – Lei especial;			Lei especial
2,3 e 4 – Código Civil.
	DETERMINADO
	INDETERMINADO
	É obrigado a respeitar o prazo.
	90 dias
	a) Prazo: determinado.
	
	b) Cláusula de vigência
	
	c) Anotado (averbado)
	
Benfeitorias (art. 35 a 36)
Aluguel (art. 17 a 21)
Locação temporada: até 90 dias.
Deveres e direitos do locador e locatário (art. 22 a 26).
Direito de preferência (art. 27 a 34).
Das garantias locatícias (art. 37 a 44)
Art. 45 – Normas de ordem pública = Normas cogentes (se desrespeitar a Lei será considerada nula).
Locação residencial (art. 46 a 47) – Prazo mínimo 30 meses.
Locação para temporada (art. 48 a 50).
Locação não residencial (art. 51 a 57).
Requisitos para ação renovatória (art. 71 a 75):
a) Escrito.
b) Contratos com prazos determinados.
c) Todos os contratos somados deve ter no mínimo 5 anos.
d) Os últimos três anos devem ser explorados a mesma atividade.
e) Prazo para solicitar ação renovatória: seis primeiro meses do último ano de contrato.
Ação de despejo (art. 59 a 66).
Ação que o proprietário tira o inquilino do imóvel.
A ação de despejo pode ter ou não uma liminar (antecipação da sentença).
Ação de consignação (art. 67).
Quem propõe a ação é o inquilino. Tem a finalidade de interromper a mora. Pode ser depositada as chaves.
Ação revisional.
Busca adequação do exato valor do aluguel ao mercado (Mínimo de três anos para entra com essa ação).
Disposições finais (art. 79 a 90).
Autor		Pedido
Réu		Impugnação do pedido (resistência)
Dúplice
O autor em algumas ações se torna réu, ou seja,hora ele é autor e hora ele é réu. As ações renovatórias são dúplices.

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