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CULPABILIDADE. Conceito: 1ª corrente: Trata-se do terceiro elemento do crime. É um juízo de censura extraído da análise da posição do sujeito ativo frente o fato que praticou. É o juízo de reprovação pessoal que se realiza sobre a conduta típica e ilícita praticada pelo agente. 2ª corrente: É pressuposto da pena. Não faz parte do conceito de crime. Teoria Psicológica – Sistema causal-naturalista de Liszt e Beling. Para eles culpabilidade, em suma, significava o vínculo psicológico que ligava o agente ao fato ilícito por ele cometido. O delito, assim, era a ação típica, antijurídica e culpável. Culpabilidade tinha espécies (dolo/culpa – elementos subjetivos). Culpabilidade tinha como elemento a imputabilidade (É a possibilidade de se responsabilizar alguém pela prática de determinado fato previsto pela lei penal). Crítica da Teoria Psicológica Normativa: Tratar do dolo e da culpa como espécies de culpabilidade. Teoria Psicológica Normativa – Sistema Neoclássico – Metodologia Neokantista (Frank). Não possui espécies. Elementos da culpabilidade: Imputabilidade, Exigibilidade de conduta diversa, Culpa e Dolo. Crítica da Teoria Normativa Pura: Culpa e Dolo não faz parte da culpabilidade e sim da conduta (Dolo seria a vontade e a consciência de realizar o fato proibido pela lei e a culpa, uma vontade defeituosa). Teoria Normativa Pura (Teoria Finalista) – Hans Welzel. Base Finalista. Elementos da culpabilidade: Imputabilidade, Potencial consciência da ilicitude e Exigibilidade de conduta diversa. Entende que tanto o dolo como a culpa faz parte da conduta, portanto faz parte da Tipicidade. Toda ilicitude putativa. Teoria Normativa Limitada da Culpa. Idem a anterior. Observação: Anota-se que esta Teoria distingue-se da Teoria Normativa Pura no tratamento dos descriminantes putativos. Quando o erro recai sobre o fato e sobre a ilicitude. ELEMENTOS DA CULPABILIDADE 1) Imputabilidade. Conceito: É a possibilidade de se atribuir a alguém a responsabilidade pela prática de uma infração penal. Imputabilidade é a possibilidade de se atribuir, imputar o fato típico e ilícito ao agente. Hipóteses da inimputabilidade: inimputabilidade por doença mental e por imaturidade natural. Observação:, a) Imputabilidade é sinônimo de responsabilidade? Resposta: Não. Imputabilidade é pressuposto e responsabilidade é consequência. A imputabilidade é a possibilidade de se atribuir, imputar o fato típico ao agente. b) É possível que uma pessoa seja imputável, mas não responsável? Resposta: Sim, exemplo: imunidade parlamentar. Critérios de definição da imputabilidade. a) Biológico: Para dizer se uma pessoa é inimputável ou não leva em conta o desenvolvimento mental do agente independentemente da sua capacidade de discernimento no momento da conduta (Art. 27 do CP). b) Psicológico: O agente possui capacidade de discernimento no momento da conduta. c) Biopsicológico: Leva em consideração o desenvolvimento mental do agente e ainda se ele no momento da conduta tinha discernimento (Art. 26 do CP). Como regra, nossa legislação adotou como critério de definição da imputabilidade, o critério biopsicológico. Afasta a imputabilidade: Menores (inimputáveis), embriaguez involuntária e doença mental. O conceito de menoridade e maioridade, no Código Civil, não são considerados para efeitos penais. Doença mental deve ser provada por laudo médico – Critério adotado biopsicológico. EMBRIAGUÊZ ORIGEM GRAU Acidental: a) Caso fortuito: O agente ingere bebida se saber que causa embriaguez. b) Força maior: O agente é obrigado a ingerir a substância. Completa: afasta a culpabilidade. Incompleta: diminuição da pena. Não Acidental: a) Voluntária: O agente quer embriagasse. b) Culposa: O agente fica bêbado sem querer. Completa ou Incompleta: O agente responde normalmente. Preordenada: O agente bebe para cometer um crime. Completa ou Incompleta: Agravante de pena. Patológica (Doença) Completa: Art. 26 do CP. Incompleta: Art. 26, parágrafo único do CP. Ingestão da bebida. Momento da conduta. Aplicação da Teoria “Actio libera in causa” O agente bebia, previu o atropelamento e tem vontade de atropelar. Quando do atropelamento estava completamente embriagado. Responde por dolo direto: homicídio doloso. O agente bebia, previu o atropelamento e ignorou. Dolo eventual: homicídio doloso. O agente bebia, previu o atropelamento, mas acreditou que poderia evitá-lo. Culpa consciente. O agente bebia e não previu o resultado, embora fosse previsível. Culpa inconsciente. 2)Exigibilidade de conduta diversa. Consiste na expectativa social de um comportamento diferente daquele que foi adotado pelo agente. Afasta a exigibilidade de conduta diversa: Coação irresistível e obediência hierárquica manifestamente ilegal. Coação irresistível (coação moral), se a coação é física afasta a tipicidade. Obediência hierárquica (Art. 22 do CP) a uma ordem não manifestamente ilegal. A ordem deve partir de superior hierárquico no âmbito da administração pública. Essa ordem não pode ser manifestamente ilegal. 3) Potencial consciência da ilicitude. Vai ser analisada se o sujeito quando da prática da conduta tinha possibilidade de saber que fazia algo proibido. Conhecimento real da ilicitude. Potencial conhecimento da ilicitude. Erro de proibição (erro sobre a ilicitude do fato). Erro de tipo (Exclui o dolo, se for invencível, exclui o dolo e a culpa se for vencível afasta o dolo e responde pela culpa). Causa que exclui (afasta) a potencial consciência da ilicitude: Erro de proibição. Diferença de erro de proibição e erro de tipo: ERRO DE PROIBIÇÃO ERRO DE TIPO O sujeito erra sobe a proibição, ou seja, não sabe que sua conduta é ilícita. O sujeito erra sobe o fato, quer dizer, ele não tem consciência da realidade fática. Pode ser vencível ou invencível. Pode ser vencível ou invencível. Invencível: afasta a potencial consciência de ilicitude e automaticamente afasta a exigibilidade de conduta. Invencível: afasta o dolo e a culpa. Vencível: atenuante, não afasta a culpabilidade. Vencível: afasta o dolo.
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