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Matéria Processo Civil I P2

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RESPOSTA DO RÉU
Noções gerais.
O réu, quando citado, pode ter uma série de reações (pura e simples omissão, apresentação de pedido contra o autor, rendição), além da apresentação de defesa propriamente dita (responder a ação). Há também outras reações como a impugnação ao valor da causa e a decisão do réu pela utilização de algumas figuras de intervenção de terceiros.
O Código de Processo Civil considera resposta do réu: a contestação, a exceção e a reconvenção.
Direito de defesa.
O direito de defesa está previsto no art. 5º, LV da CF/88, é o contraposto do direito de ação. Tanto o direito de ação quanto o direito de defesa, têm a mesma natureza, pois ambos representam o direito a tutela jurisdicional.
A defesa é a forma pela qual o réu objetiva uma decisão de improcedência da ação. O réu não busca, na defesa, o reconhecimento de uma afirmação de direito, mas sim excluir o direito do autor.
O réu não está obrigado a se defender, pois a defesa não é nem uma obrigação, nem um dever.
Classificação do direito de defesa.
I) Defesa de mérito.
Nessa modalidade, o réu procura resistir ao pedido mediato do autor, ou seja, visa atacar o mérito da causa, e não ao processo. O réu objetiva demonstrar que ao autor não assiste razão naquilo que postula. Subdividem-se em:
	a) Direta: O réu nega a ocorrência dos fatos que o autor alegou na petição inicial, afirmando que tais fatos não ocorreram, ou que ocorreram diferentemente, ou aceita como verdadeiros os fatos, mas discorda das consequências jurídicas pretendidas pelo autor.
	b) Indireta: O réu admite os fatos, como apresentados na petição inicial, mas as estes contrapõe outros, que sejam impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor (art. 326).
Essa distinção entre defesa de mérito direta e indireta é importante para a aplicação das regras referentes ao ônus da prova (art. 333). Cabe ao autor a prova do fato constitutivo do seu direito e ao réu a prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
Se o réu promover defesa de mérito direta, o ônus da prova recairá sobre o autor; se, todavia, alegar fatos que possam interferir no pedido do autor, o ônus da prova desses fatos estará carreado a ele, réu.
II) Defesa Processual.
Nessa modalidade o objetivo do réu consiste em procurar impedir que seja proferida decisão de mérito ou protelar o momento em que venha a ser exarada. Subdivide-se em:
	a) Peremptória (própria): É aquela que, se reconhecida, tem o condão de extinguir o processo, sem gerar sentença de mérito. São exemplos as alegações de inépcia da petição inicial, ilegitimidade, litispendência, coisa julgada ou perempção.
	b) Dilatória (imprópria): Nessa defesa, as alegações do réu, mesmo sendo acolhidas, não ocasionam a extinção do processo, mas apenas uma momentânea paralisação, pois a matéria trazida pelo réu visa o ajuste de uma questão processual, e não o fim prematuro do processo. Exemplos: Exceções (tanto de incompetência como suspeição ou impedimento), conexão ou incontinência, incapacidade da parte, defeito de representação ou preliminar etc.
Prazo para a resposta.
No procedimento comum ordinário, o prazo para oferecimento de contestação, exceção e reconvenção é de quinze dias (art. 297), observadas as seguintes regras:
	a) Quando a citação for pelo correio ou por oficial de justiça, o prazo conta-se a partir da juntada aos autos do aviso de recebimento ou do mandato de citação cumprido.
	b) Na citação por meio eletrônico, o prazo correrá na data do efetivo acesso ao teor da citação acompanhada da íntegra eletrônica dos autos ou do primeiro dia útil seguinte a tal acesso, ou ainda, não havendo o acesso à citação em dez dias cotados do envio dela para o portal eletrônico.
	c) Quando for por edital, até o dia fixado pelo juiz como de validade do edital (art. 232, IV), que pode variar de vinte a sessenta dias.
	d) Se houver vários réus, o prazo para a resposta é comum (art. 298, caput), mas só se inicia após realizada todas as citações.
	e) Quando a citação ocorrer por carta de ordem, carta precatória ou carta rogatória, o prazo é contado da juntada da carta aos autos.
	f) Quando vários réus tiverem diferentes procuradores (art. 191), ou quando se tratar de Defensor Público, o prazo é contado em dobro.
	g) Quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público, o prazo é contado em quádruplo (art. 188).
	h) Caso a citação seja nula, e o réu tenha comparecido apenas para alegar a nulidade, o prazo só tem fluência a partir da data da intimação ao réu ou a seu advogado da decisão que decretou a nulidade da citação.
A defesa, em regra, deve ser deduzida por escrito. Todavia, o art. 278, caput, autoriza resposta oral, no procedimento sumário.
A contestação é o meio, por excelência, de exercício do direito de defesa, pois esta peça processual veicula fundamentalmente a impugnação de mérito, ou seja, ao pedido do autor, bem como algumas modalidades de defesa processual.
As exceções são incidentes processuais, que podem ser provocados por qualquer das partes (art. 304), mas que, ainda que acatadas, não ocasionam a extinção do processo, pois objetivam apenas o acerto de alguma irregularidade de que o processo padece.
A reconvenção é uma nova ação, proposta pelo réu contra o autor, no bojo do mesmo procedimento já em curso e que foi iniciado pelo autor. A reconvenção não substitui a defesa, pois mesmo que o réu apresente reconvenção, não está isento do ônus da impugnação ao pedido da ação principal.
Revelia é a situação em que se coloca o réu que não contesta. Pouco importa tenha ele se utilizado dos outros modos de defesa (exceção ou reconvenção). Será revel se não praticar o ato processual consistente em contestar, com todos os seus requisitos, ou seja praticado no prazo, através de advogado regularmente habilitado.
Efeitos da revelia:
	a) Desnecessidade de prova (art. 319).
	b) Desnecessidade de intimações.
Providências preliminares é o conjunto de atitudes possíveis do juiz, após o encerramento do prazo para a resposta do réu.

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