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Parte 3-1: Escolha do Reator Rota química Desempenho do Reator Ana Maria Furtado Escolha do Reator INTRODUÇÃO O reator é o coração de quase todos os processos químicos. Conhecimento da cinética das reações e do projeto do reator é o que distingue o engenheiro químico dos demais engenheiros. Escolha do Reator INTRODUÇÃO Reatores são normalmente projetos para atender a necessidade especifica. Mesmo no caso do reatores Tanques agitados, o equipamento é customizado (tipo de agitador, pontos de alimentação e de retirada de produto, superfície de troca térmica e instrumentação). INTRODUÇÃO Poucos reatores industriais são projetados exclusivamente com base em modelagem. Normalmente, os reatores são projetados a partir de reatores de planta piloto ou de projetos anteriores. Escolha do Reator Reator Operação de maneira segura e eficiente. O bom desempenho do reator é o principal fator para que o processo seja economicamente e ambientalmente viável (reduzir ou evitar a formação de resíduos). Escolha do Reator Escolha do Reator Fatores : • Rota química • Desempenho do Reator • Parâmetros ou variáveis de processo: Concentração de reagentes; Temperatura; Pressão; Fases presentes no meio reacional; Sistema catalítico, quando houver. Escolha da rota Várias rotas que podem levar a produção de um produto. Objetivo: Produzir o produto A A ROTA 1 ROTA 2 ROTA 3 ROTA 4 Escolha da rota Como escolher a Rota? Quais são os critérios? Fatores considerados na escolha da rota + viável: Econômico (Lucro) Técnico Segurança/Saúde Sustentabilidade Escolha da rota Exemplos de tópicos abordados: • Análise econômica inicial: Potencial econômico: $ das MP, produtos e subprodutos • Fornecimento MP e auxiliares de processo, estoques, tendências de mercado etc. – exemplo: Catalisadores • Características das MP e subprodutos (limites de explosividade, toxidez etc.) • Menor formação de subprodutos. • Tipos de reações: reversível, simples, múltiplas. Avaliação Econômica Inicial Através dos custos das Matérias-primas e dos produtos, verificar se rota é atrativa economicamente, considerando que um rendimento estequiométrico é obtido. Escolha da rota Exemplo (bem simples!) de avaliação econômica: Produção de cloreto de vinila. CAS: é um número de registro no banco de dados do Chemical Abstracts Service (divisão da Chemical American Society) que auxilia na identificação do produto em banco de dados. www.cetesb.so.gov.br/userfiles/file/laboratorios/fil/cloreto_de_vinila.pdf Escolha da rota Rotas Possíveis 1 C2H2 + HCl C2H3Cl 2 C2H4 + Cl2 C2H4Cl2 C2H4Cl2 C2H3Cl + HCl 3 C2H4 + ½ O2 + 2HCl C2H4Cl2 + H2O C2H4Cl2 C2H3Cl + HCl 4 C2H4 + ½ Cl2 + 1/4 O2 C2H3Cl + ½ H2O (acetileno) (eteno) (dicloroetano) Escolha da rota Material Custo $/kg Massa molar kg/kmol C2H3Cl 0,42 62 C2H2 0,94 26 C2H4 0,53 28 HCl 0,35 36 Cl2 0,21 71 Nota: O2 e H2O com custos desprezíveis Potencial econômico = (valor Produto) – (custo Matéria-prima) Potencial econômico = 𝒄𝒐𝒆𝒇. 𝒆𝒔𝒕 ∗ 𝑴.𝑴𝒐𝒍𝒂𝒓 ∗ 𝒄𝒖𝒔𝒕𝒐 − 𝒄𝒐𝒆𝒇. 𝒆𝒔𝒕 ∗ 𝑴.𝑴𝒐𝒍𝒂𝒓 ∗ 𝒄𝒖𝒔𝒕𝒐 𝒎𝒑𝒑𝒓𝒐𝒅 C2H2 + HCl C2H3Cl PE = (62 * 0,42) – (26*0,94 + 36*0,35) = 26,04 – 37,04 = -11,00 $/Kmol Potencial Econômico ($/Kmol) - Rota 1 Potencial Econômico ($/Kmol) - Rota 2 C2H4 + Cl2 C2H4Cl2 C2H4Cl2 C2H3Cl + HCl Situação 1: Subproduto HCl não será comercializado PE = (62 * 0,42) – (28*0,53 + 71*0,21) = 26,04 – 29,75 = -3,71 $/Kmol Situação 2: Subproduto HCl será comercializado PE = (62 * 0,42 + 36*0,35) – (28*0,53 + 71*0,21) = 38,64-29,75 = 8,89 $/Kmol C2H4 + Cl2 C2H3Cl + HCl Potencial Econômico ($/Kmol) - Rota 3 PE = (62 * 0,42) – (28*0,53 + 36*0,35) = 26,04 – 27,44 = -1,40 $/Kmol C2H4 + ½ O2 + 2HCl C2H4Cl2 + H2O C2H4Cl2 C2H3Cl + HCl C2H4 + ½ O2 + HCl C2H4Cl2 + H2O Potencial Econômico ($/Kmol) - Rota 4 PE = (62 * 0,42) – (28*0,53 + ½*71*0,21) = 26,04 – 22,29 = 3,75 $/Kmol C2H4 + ½ Cl2 + 1/4 O2 C2H3Cl + ½ H2O Obtenção do monômero Cloreto de vinila (MVC) Rota eteno/cloro ou “processo balanceado” (Rota 4) rota: cloração do eteno (rota 2) rota: oxicloração do eteno (rota 3) Ref. : Tecnologia do PVC - 2ª edição | Revista e ampliada Ref. : Tecnologia do PVC - 2ª edição | Revista e ampliada Fluxograma de Blocos Desempenho do Reator Conversão = 𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 𝑛𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎çã𝑜 Seletividade = 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑗𝑎𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 * fator estequiométrico Rendimento= 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑗𝑎𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎çã𝑜 * fator estequiométrico fator estequiométrico = 𝑚𝑜𝑙 𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑟𝑒𝑞𝑢𝑒𝑟𝑖𝑑𝑜 𝑚𝑜𝑙 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 Para outros tipos de reação: Nota: Reação de Polimerização: O desempenho é avaliado através da medição da distribuição do peso molecular do polímero (propriedades) Reações bioquímicas: O desempenho é normalmente avaliado por resultados de laboratório, devido a dificuldade de prever tais reações teoricamente. Exemplo – Produção de Benzeno Determine a conversão, seletividade e a produtividade da produção do benzeno em relação ao tolueno e ao H2. Vazões de Alimentação e efluentes do Reator Exemplo – Produção de Benzeno Conversão Tolueno= 372−93 372 = 0,75 Seletividade Benzeno/tolueno= 282−13 (372−93) ∗ 1 = 0,96 Seletividade Benzeno/H2= 282−13 (1858 −1583) ∗ 1 = 0,98 Rendimento Benzeno/H2= 282−13 1858 ∗ 1 = 0,14 Rendimento Benzeno/tolueno= 282−13 372 ∗ 1 = 0,72 Conversão H2 = 1858−1583 1858 = 0,15 Desempenho do Reator Conversão = 𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 𝑛𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎çã𝑜 Seletividade = 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑗𝑎𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 * fator estequiométrico Rendimento = 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑗𝑎𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎çã𝑜 * fator estequiométrico Reagente na alimentação = Reagente Virgem + Reagente Reciclado O rendimento do reator é importante para os casos onde não é possível ter o reciclo. Desempenho do Reator A conversão do reator tem grande influência sobre o restante do processo, logo uma ESTIMATIVA DA CONVERSÃO deve ser feita! A produção de subprodutos deve ser minimizada (custos de matéria-prima, energia e tratamento/disposição) - SELETIVIDADE Objetivo: Ter o máximo de Seletividade para uma dada Conversão. Tipos básicos de Reações 1) Simples 2) Múltiplas: onde, pelo menos um reagente pode ser consumido em mais de uma reação. • Paralelas ou competitivas • Série ou consecutivas • Série e paralelo Tipos básicos de Reações Reações Simples: Tipos básicos de Reações Reações múltiplas em paralelo: Tipos básicos de ReaçõesReações múltiplas em série: Tipos básicos de Reações Reações múltiplas em série e paralelo: Taxa de reação A taxa de reação de um dado componente é definida por: Onde: ri é taxa ou velocidade da reação do componente i (kmol.m-3.s-1). Ni é o número de mols do componente i (kmol). V é o volume reacional (m3). t é o tempo (s). Velocidade ou taxa de reação pode ser definida como sendo a mudança de concentração de um dos reagentes dividida pelo intervalo de tempo no qual a mudança ocorre. Taxa de reação Se V = constante 𝑟𝑖 = 𝑘𝑖 𝐶𝑖 𝑎 Onde: 𝑘𝑖 é a constante de velocidade da reação 𝑎 é a ordem da reação Desempenho do Reator 1º Caso: Reações Simples: A taxa da reação é expressa por uma única equação cinética. A B + C Não é possível manipular a Seletividade. A Seletividade não sofre influência da conversão Objetivo: Ter o máximo de Seletividade para uma dada Conversão. Seletividade = 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑗𝑎𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 * fator estequiométrico Desempenho do Reator 1º Caso: Reações Simples: Assim, neste caso, o objetivo será minimizar o custo do reator (volume do reator) para uma dada conversão. META INÍCIAL: Seletividade é característica da reação Conversão : 95% (reações irreversíveis) Conversão : 95% do equilíbrio (reações reversíveis) Desempenho do Reator 1º Caso: Reações múltiplas São sistemas onde é necessário mais de uma equação cinética para expressar a taxa da reação. Problema: Produção do Produto Indesejado Custo Separação Eficiência no Reator Desempenho do Reator 1º Caso: Reações múltiplas Custo da matéria-prima domina o custo global do processo. Objetivo é minimizar a formação de subproduto (maximizar a Seletividade) para uma dada conversão. Desempenho do Reator 2º Caso: a) Reações múltiplas em paralelo A D A I 𝑟1 = 𝑘1 𝐶𝐴 𝑎1 (eq. 1) 𝑟2 = 𝑘2 𝐶𝐴 𝑎2 (eq. 2) Onde: r1 e r2 : taxas ou velocidades da reação (kmol.m -3.s-1). k1 e k2 : constante de velocidade ou cinética da reação. a1 e a2: ordem da reação. CA: Concentração molar do reagente no reator Desempenho do Reator 2º Caso: a) Reações múltiplas em paralelo A D A I 𝑟1 = 𝑘1 𝐶𝐴 𝑎1 (eq. 1) 𝑟2 = 𝑘2 𝐶𝐴 𝑎2 (eq. 2) Dividindo as equações (2) por (1) 𝑟2 𝑟1 = 𝑘2 𝑘1 𝐶𝐴 (𝑎2−𝑎1) Seletividade 𝒓𝟐 𝒓𝟏 𝑟2 𝑟1 = 𝑘2 𝑘1 𝐶𝐴 𝑎 𝑠𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑎 = 𝑎2 − 𝑎1 ou 𝒓𝟏 𝒓𝟐 Desempenho do Reator 2º Caso: a) Reações múltiplas em paralelo Qual será a meta para a Conversão e Seletividade? 𝑟2 𝑟1 = 𝑘2 𝑘1 𝐶𝐴 𝑎 Seletividade máxima r2/r1 𝐦𝐢𝐧𝐢𝐦𝐨 Sabendo que alta conversão no reator tende a decrescer 𝐶𝐴 , 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑞𝑢𝑒: Caso 1: 𝒂2 > 𝒂1 𝒂 = (+) Caso 2: 𝒂2 < 𝒂1 𝒂 = (-) Desempenho do Reator Caso 1: 𝒂2 > 𝒂1 𝒂 = (+) A medida que Conversão 𝐶𝐴 𝒓𝟐 𝒓𝟏 Seletividade 𝑟2 𝑟1 = 𝑘2 𝑘1 𝐶𝐴 𝑎 = 𝑘′𝐶𝐴 𝑎 Seletividade 𝑟2 𝒓𝟏 A D A I Desempenho do Reator 𝒂2 > 𝒂1 𝒂 = (+) Se a Conversão Seletividade Desempenho do Reator Caso 2: 𝒂2 < 𝒂1 𝒂 = (-) A medida que Conversão 𝐶𝐴 𝒓𝟐 𝒓𝟏 Seletividade Seletividade 𝑟2 𝒓𝟏 A D A I 𝑟2 𝑟1 = 𝑘2 𝑘1 𝐶𝐴 𝑎 = 𝑘′ 𝐶𝐴 𝑎 Desempenho do Reator 𝒂2 < 𝒂1 𝒂 = (-) Se a Conversão Seletividade Desempenho do Reator 2º Caso: a) Reações múltiplas em paralelo META INÍCIAL DE DESEMPENHO: Quando a Seletividade aumentar com o aumento da Conversão: Conversão : 95% (reações irreversíveis) Conversão : 95% do equilíbrio (reações reversíveis) Seletividade = f(conversão) Quando a Seletividade diminuir o aumento da Conversão Conversão : 50% (reações irreversíveis) Conversão : 50% do equilíbrio (reações reversíveis) Seletividade = f(conversão) Desempenho do Reator 2º Caso: b) Reações múltiplas em série A D D I 𝑟1 = 𝑘1 𝐶𝐴 𝑎1 (eq. 1) 𝑟2 = 𝑘2 𝐶𝐷 𝑎2 (eq. 2) Qual será a meta para a Conversão e Seletividade? 𝑟2 baixo CD baixa. Isto significa que o reator deve ser operado com baixa concentração do produto, ou seja, com baixa conversão. Seletividade será máxima mantendo 𝑟2 baixo. Desempenho do Reator 2º Caso: b) Reações múltiplas em série META INÍCIAL DE DESEMPENHO: Conversão : 50% (reações irreversíveis) Conversão : 50% do equilíbrio (reações reversíveis) Seletividade = f(conversão) Desempenho do Reator OBSERVAÇÃO: Reações múltiplas também podem ocorrer devido a impurezas presentes na alimentação. Neste caso, estas reações também deverão ser minimizadas, entretanto, a maneira mais eficiente não é alterando as condições do reator e sim através da inclusão do sistema de separação na alimentação (retirar as impurezas).
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