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INDÚSTRIA QUÍMICA BRASILEIRA Indústria química no Brasil: do descobrimento a 1911 1520: 1º. Engenho de açúcar 1808: produção de açúcar, aguardente, sabão, potassa (carbonato de potássio), barrilha (carbonato de sódio), salitre (nitrato de potássio) cloreto de amônio e cal (óxido de cálcio). 1881: Fundada a empresa Matarazzo – ramo alimentício 1883: 1ª. Fábrica de ácido sulfúrico (SP) 1890: Cia. de fabricação de ácidos, barrilha e chlorureto de cal (RJ). Veio a ser o embrião da Bayer do Brasil 1888: 1ª. Cia de cimento 1891: Cia Artactica Brasileira de cervejas e outras bebidas. Indústria química no Brasil: de 1905 a 1918 • 1905: Moinho Santista (SP) pertencente ao grupo Bunge • Instalação de multinacionais: Bayer, Union Carbide, Rhodia • Primeira Guerra Mundial: faltam matérias-primas. • 1915: Fundação da Cia. Aga de gás acumulado • 1918: Indústrias Votorantim de cerâmica • Entre guerras o Brasil assistiu ao crescimento do parque químico que procurava substituir produtos até então importados Indústrias químicas instaladas no Brasil de 1919 a 1939 Ano de Fundação Nome da Empresa Município da Unidade Fabril Produtos 1920 Kodak Brasileira São Paulo (SP) Produtos para fotografia 1921 Esso química Rio de Janeiro (RJ) Produtos derivados de petróleo 1923 Pirelli Santo André (SP) Cabos e condutores elétricos, pneus eartigos de borracha 1926 Knoll Rio de Janeiro (RJ) Produtos farmacêuticos 1936 Refinaria Ipiranga Rio Grande (RG) Refinaria de Petróleo 1937 DuPoint do Brasil Barra Mansa (RJ) Produto Químico 1937 Johnson & Johnson São José dos Campos (SP) Produtos farmacêuticos Indústrias químicas instaladas no Brasil de 1940 a 1945 Ano de Fundação Nome da Empresa Município da Unidade Fabril Produtos 1941 Laboratório Biosintética São Paulo (SP) Produtos Farmacêuticos 1941 Sandoz Rezende (RJ) Produtos Farmacêuticos 1942 Indústria de Produtos Químicos Alca Itapira (SP) Ácido láctico, lactado de cálcio, lactado de etila 1943 Société Anonyme du Gaz de Rio de Janeiro Rio de Janeiro (RJ) Benzeno, toluenoi, xileno 1944 Bristol - Myers Squibb Brasil São Paulo (SP) Produtos Farmacêuticos 1945 Ind. Química Mantiqueira Lorena (SP) Explosivos, peróxidos de hidrogênio, ácido oxálico Indústrias químicas instaladas no Brasil de 1946 a 1960 Ano de Fundação Nome da Empresa Município da Unidade Fabril Produtos 1946 Cia Siderúrgica Nacional Volta Redendo (RJ) Alcatrões, amônia, BTX, naftalenos, antraceno, áleo de creosoto, piche 1948 S.A. Indútrias Votorantim Sorocaba (SP) Película transparente de viscose (papel celofane) 1949 Plásticos Plavinil São Apulo (SP) Filmes de material vinílico 1952 Rhodia Santo André (SP) Amônia 1954 Refinaria de Petróleo Manguinhos Rio de Janeiro (RJ) Refinaria de Petróleo 1955 Brasitex-Polimer São Caetano (SP) Resinas acrílicas A indústria química pós-60: petroquímica • Grande arrancada e consolidação da indústria química brasileira deu-se nesse período. • Nasce em 1972 o pólo petroquímico de São Paulo como iniciativa do grupo nacional privado Capuava proprietário da Refinaria União. • A Petroquisa (estatal) foi criada em 1967, para desenvolver e consolidar a indústria química e petroquímica no Brasil, por participações societárias. • Criação do Pólo Petroquímico do Nordeste. Em 1978 fica pronto o pólo petroquímico do Nordeste em Camaçari na Bahia. • No pólo do Nordeste se consolidou o sistema dos terços, onde um terço do capital da empresa ficava nas mãos da iniciativa privada, o outro nas estatais e outro no capital privado estrangeiro. • Devido a insuficiência que ocorreria nos anos de 1981/82 de produtos petroquímicos foi criado o pólo petroquímico do Sul em Triunfo na Rio Grande do Sul. A indústria química pós-60: petroquímica • Os pólos petroquímicos se consolidaram porque trabalhavam com os gases eteno e propeno que deveriam ser transportados através de dutos. Isto determinou que as indústrias fossem classificadas como primeira e segunda geração e se localizassem em aglomerados. • Na década de 80 o modelo tripartite foi desfeito pelas empresas que o integravam. As empresas multinacionais, detentoras de 1/3 do capital volante e fornecedoras de conhecimento venderam as suas participações aos acionistas brasileiros (público e privado). • Outras empresas também receberam grande destaque em crescimento entre 1960-1990: Fertilizantes, cloro-soda, química fina e alcoolquímica. A indústria química pós-60: fertilizantes O primeiro grande complexo industrial de fertilizantes do Brasil surgiu em 1965 com a união do grupo Ultra com o Phillips Petroleum. A Petrofértil (Petrobras Fertilizantes S.A.) foi constituída em 23 de março de 1976 com uma subsidiária da Petrobras. Em 1978 a Companhia Vale do Rio Doce entrou na área de fertilizantes com a Mineração Vale do Paraíba – Valep, extraindo apatita e produzindo concentrados fosfáticos. Passou para o controle da Petrofértil em 1983. Petromisa, criada em 1977 pela Petrobrás para explorar jazidas de potássio e enxofre passa a explorar jazidas de potássio em Sergipe. Em 1990, essas jazidas foram arrendadas a CVRD por 25 anos. O crescimento da produção de fertilizantes, no período de 1960 a 1999 foi de 7,4% ao ano. A indústria química pós-60: cloro e soda • Caracteriza-se pela produção simultânea dos dois produtos resultantes da eletrólise da salmoura de cloreto de sódio. • A produção de soda cáustica cresceu de 85 mil t/ano em 1962 para 1,11 milhão de t/ano em 1990 com um crescimento anual de 9,3%. • As importações mantiveram-se na maior parte do período entre 100mil e 250mil t/ano. • Os grandes problemas que afetam o setor, e que já se tornaram crônicos, são os elevados custos do sal marinho e da energia elétrica. A indústria química pós-60: química fina • Com o desenvolvimento da indústria química na Brasil uma das lacunas em termos de disponibilidade de produtos fabricados no país passou a ser representada por produtos de química fina. • Especiais faltantes eram os intermediários para defensivos agrícolas, fármacos, corantes, pigmentos, catalisadores, aromatizantes, flavorizantes e aditivos. • Em 1982 a indústria farmacêutica possuía 520 empresas nacionais e 80 estrangeiras das quais as 50 maiores eram 45 estrangeiras e 5 apenas nacionais. • Em 1980 foi criada, por algumas empresas do Pólo petroquímico da Bahia a Nordeste Química S.A. – Norquisa, cuja a função era semelhante ao papel da Petroquisa na geração do pólo químico baiano. A indústria química pós-90: petroquímica • Neste período a indústria sofreu fortemente com a abertura comercial, desestatização e ampliação dos níveis de exigências da legislação ambiental e simultânea redução dos preços dos produtos na mercado internacional no período 1990-1994. • A capacidades de produção das centrais petroquímicas nacionais são de escala internacional: • A Copene tem capacidade de 1.200 mil t/ano de eteno. • A Copesul tem capacidade de 1.135 mil t/ano de eteno. • Petroquímica União, de São Paulo tem capacidade de 500 mil t/ano de eteno. • Além dos 3 pólos que já funcionavam no país, foi criado o pólo de gás químico do Ria de Janeiro que até o ano de 2005 pretende gerar 500 mil t/ano de eteno, a partir do etano separado do gás da Bacia de Campos. A indústria química pós-90: fertilizantes • A Petrofértil é desestatizada e as sua controladas (Fosfértil e Ultrafértil) são compradas pela industria privada de fertilizantes. • Petromisa é dissolvida • Iniciou-se um processo de reagrupamento dessa indústrias que persiste até os dias de hoje. • A desestatização da Petrofértil implicoua desnacionalização o setor de fertilizantes. O setor de matérias-primas para fertilizantes nitrogenados (amônia e uréia) continua com a Petrobrás mas toda a cadeia de fertilizantes fosfatados passou para empresas estrangeiras. A indústria química pós-90: cloro e soda • Neste período essa indústria vem sendo submetida a vários tipos de pressões, sendo as de natureza ambientais as mais significativas: • Percepção do perigo representado pelo cloro e seus compostos. • Campanhas sistemáticas de ativistas ambientais contra a produção de cloro e seus compostos. • Enormes passivos ambientais das unidades que operam com células de mercúrio. • Além dessas pressões, ela enfrenta também um problema crônico do desbalanceamento de consumo entre a soda cáustica e o cloro que gera excesso de um dos produtos que tem que ser vendido a preços marginais. A indústria química pós-90: química fina • De todos os ramos da indústria química, a química fina foi a que mais sofreu os efeitos de abertura de mercados e as substanciais reduções de alíquotas de importações implantadas pelo governo Collor em 1990. • Com a queda das barreiras alfandegárias, algumas indústrias multinacionais paralisaram a sua produção e começaram a importar os produtos diretamente de suas fábricas no exterior. • Outras empresas multinacionais não radicadas no Brasil aqui se estabeleceram. • Surgiram movimentos de junções, reagrupamentos e aquisições. Produtos químicos de uso final - Produtos farmacêuticos - Higiene pessoal, perfumaria e cosméticos - Adubos e fertilizantes - Sabões, detergentes e produtos de limpeza - Defensivos agrícolas - Tintas, esmaltes e vernizes - Fibras artificiais e sintéticas - Outros Produtos químicos de uso industrial - Produtos inorgânicos - Produtos orgânicos - Resinas e elastômeros - Produtos e preparados químicos diversos Âmbito da indústria química Pacto Nacional da Indústria Química • Elaborado pela ABIQUIM com o objetivo de analisar a situação da indústria química e projetar a demanda futura para um horizonte de 10 anos, além de tornar o País superavitário em produtos químicos e líder em química verde. De acordo com o Pacto: • -demanda de investimentos na indústria química da ordem de US$ 167 bi nos próximos dez anos. Crescimento econômico: instalação de novas unidades, ampliação e a manuntenção das plantas atuais (US$ 87 bi) Recuperação do déficit comercial: para substituir algumas importações e aumentar as exportações (US$ 45 bi) Química Renovável: Estudos dizem que até 2020, os produtos químicos obtidos de matérias-primas renováveis responderão por 10% da oferta global de produtos quimicos. (US$ 20 bi) Pré-sal: Investimento de US$ 15 bi para a construção de centrais petroquímicas e de unidades de segunda geração. As oportunidades de investimento podem ser classificadas em 4 grandes frentes: Indústria Química Situação atual e perspectivas • A Química é um dos principais setores da indústria brasileira; • Todos os setores industriais e bens de consumo possuem conteúdo químico; • O seu déficit comercial é elevado e cresceu de modo intenso desde os anos 1990; • O déficit comercial de produtos químicos elevou-se de US$ 1,2 bilhão em 1990 para US$ 6,6 bilhões em 2000 e US$ 23,2 bilhões em 2008; • Este crescimento do déficit está ligado a causas externas às empresas. Indústria Química Situação atual e perspectivas •O crescimento da economia demanda um enorme esforço de crescimento da indústria química; • Em 2020, esse crescimento acrescentará US$ 115 bilhões à demanda de produtos químicos; • Para equilibrar a balança comercial de produtos químicos serão necessários US$ 23 bilhões adicionais de produtos.
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