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Profª Daniele do Esp. Santo Processos Químicos III 21/09/2011 Indústria Petroquímica A PETROQUÍMICA pode ser definida como a indústria de produtos químicos derivados do petróleo. Os PRODUTOS PETROQUÍMICOS, na sua essência e de um ponto de vista econômico, são muitos materiais básicos que devem sofrer outras conversões químicas para se transformarem em fertilizantes, como a amônia; ou em plásticos, cujas variedades e quantidades crescem de ano para ano; ou em borracha, com todas as sua variedades; em fibras, especialmente, náilon, poliésteres e acrílicas; e, com importância crescente, em tintas. Os PRODUTOS PETROQUÍMICOS são importantes na fabricação de aditivos de óleos lubrificantes, de pesticidas e de solventes, e também como fonte alternativa e substancial de material aromático. PETRÓLEO São líquidos pardos e escuros, com reflexos azulados na luz, de cheiro desagradável (devido às substâncias sulfetadas), que ardem com notável brilho. O petróleo bruto é uma complexa mistura líquida de compostos orgânicos e inorgânicos em que predominam os hidrocarbonetos, desde os alcanos mais simples até os aromáticos mais complexos. As indústrias de 1ª geração, também conhecidas como centrais de matérias-primas, as quais produzem os petroquímicos básicos (1ª geração petroquímica); As indústrias de 2ª geração, as quais processam os petroquímicos básicos para fabricar os produtos intermediários (2ª geração petroquímica); As indústrias de 3ª geração, também conhecidas como indústrias de transformação, as quais processam os produtos intermediários para manufaturar os bens de consumo que chegam até o consumidor. Antiguidade: O registro da participação do petróleo na vida do homem remonta a tempos bíblicos. 5000 AC – egípcios (mumificação) 3000 AC – Península Arábica (comércio: argamassa, impermeabilização, iluminação e guerra) 1 AC – Romanos ( saúde) Idade Média – Elixir medicinal Petróleo – História No novo mundo os índios pré-colombianos utilizavam o petróleo para decorar e impermeabilizar potes de cerâmica. O petróleo era retirado de exsudações naturais encontradas em todos os continentes. 1859 – Cel. Drake descobre petróleo em Tittusville, Pensilvânia, utilizando o processo de percussão movido a vapor. Nesse momento foi iniciada a exploração comercial do petróleo nos Estados Unidos. Esse poço produziu 2m³/dia de óleo. Descobriu-se que a destilação do petróleo resultava em produtos que substituíam, com grande margem de lucro, o querosene obtido a partir do carvão e o óleo de baleia,que eram largamente utilizados para a iluminação. Posteriormente foram inventados os motores a gasolina e diesel. Após cinco anos, achavam-se constituídas, nos Estados Unidos, nada menos que 543 companhias entregues ao novo e rendoso ramo de atividade de exploração de petróleo. Na Europa, paralelamente à fase de Drake, desenvolveu-se uma reduzida indústria de petróleo, que sofreu a dura competição do carvão, linhita, turfa e alcatrão. Naquela época, as zonas urbanas usavam velas de cera, lâmpadas de óleo de baleia e iluminação por gás e carvão. Enquanto isso, a população rural não dispunha de iluminação noturna, despertando com o sol e dormindo ao escurecer. COMPOSIÇÃO PETRÓLEO BRUTO Os óleos obtidos de diferentes reservatórios de petróleo possuem características diferentes. Alguns são pretos, densos, viscosos, liberando pouco ou nenhum gás, enquanto outros castanhos ou bastante claros, com baixa viscosidade e densidade, liberando quantidade apreciável de gás. Outros reservatórios produzem somente gás. Entretanto, todos eles possuem análises elementares semelhantes às dadas na Tabela. Fe, Ni, V, etc. Os hidrocarbonetos podem ocorrer no petróleo desde o metano (CH4) até compostos com mais de 60 átomos de carbono. Os átomos de carbono podem estar conectados através de ligações simples, duplas ou triplas, e os arranjos moleculares são os mais diversos, abrangendo estruturas lineares, ramificadas ou cíclicas, saturadas ou insaturadas, alifáticas ou aromáticas. Os alcanos têm fórmula química geral CnH2n+2 e são conhecidos na indústria de petróleo como parafinas. São os principais constituintes do petróleo leve, encontrando-se nas frações de menor densidade. Quanto maior o número de átomos de carbono na cadeia, maior será a temperatura de ebulição. AS PRINCIPAIS CLASSES DE HIDROCARBONETOS EM PETRÓLEO BRUTO: Parafinas fórmula geral: CnH2n+2 Temperatura ambiente podem ser gases ou líquidos exemplos: metano, etano, propano, butano, isobutano, pentano, hexano Aromáticos fórmula geral: C6H5 - Y (Y é uma molécula mais longa e não ramificada que se conecta a anéis benzênicos) estruturas em anel, com um ou mais anéis geralmente são líquidos exemplos: benzeno, naftaleno Naftenos ou cicloalcanos fórmula geral: CnH2n estruturas em anel, com um ou mais anéis em temperatura ambiente, geralmente são líquidos exemplos: ciclohexano, metilciclopentano Alcenos fórmula geral: CnH2n podem apresentar-se nos estados líquido ou gasoso exemplos: etileno, buteno, isobuteno Dienos e Alcinos fórmula geral: CnH2n-2 podem apresentar-se nos estados líquido ou gasoso exemplos: acetileno, butadieno A tabela apresenta a composição química de um petróleo típico. Os principais grupos de componentes dos óleos são os hidrocarbonetos aromáticos, as resinas e os asfaltenos. O gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos que abrange desde o metano até o hexano. Encontra-se na forma livre ou associado a o óleo em reservatórios naturais, contendo pequenas quantidades de diluentes e contaminantes. A tabela seguinte mostra as faixas decomposição dos gases extraídos a partir de reservatórios de óleo. - Petróleo Brent: petróleo produzido na região do Mar do Norte, provenientes dos sistemas de exploração petrolífera de Brent e Ninian. É o petróleo na sua forma bruta (crú) sem passar pelo sistema de refino. - Petróleo Light: petróleo leve, sem impurezas, que já passou pelo sistema de refino. - Petróleo Naftênico: petróleo com grande quantidade de hidrocarbonetos naftênicos. -Petróleo Parafínico: petróleo com grande concentração de hidrocarnonetos parafínicos. - Petróleo Aromático: com grande concentração de hidrocarbonetos aromáticos. Tipos de petróleo: • CLASSE PARAFÍNICA (75% ou mais de parafinas) Nesta classe estão os óleos leves, fluidos ou de alto ponto de fluidez, com densidade inferior a 0,85. A maior parte dos petróleos produzidos no Nordeste brasileiro é classificada como parafínica. Este tipo de petróleo produz subprodutos com as seguintes propriedades: - Gasolina de baixo índice de octanagem. - Querosene de alta qualidade. - Óleo diesel com boas características de combustão. - Óleos lubrificantes de alto índice de viscosidade, elevada estabilidade química e alto ponto de fluidez. - Resíduos de refinação com elevada percentagem de parafina. • CLASSE PARAFÍNICO-NAFTÊNICA (50 – 70% parafinas, >20% de naftênicos) Os óleos desta classe são os que apresentam densidade e viscosidade maiores do que os parafínicos, mas ainda são moderados. A maioria dos petróleos produzidos na Bacia de Campos, RJ, é deste tipo. • CLASSE NAFTÊNICA (>70% de naftênicos) Nesta classe enquadra-se um número muito pequeno de óleos. Apresentam baixo teor de enxofre se originam da alteração bioquímica de óleos parafínicos e parafínico-naftênicos. Alguns óleos da América do Sul, da Rússia e do Mar do Norte pertencem a esta classe. O petróleo do tipo naftênico produz subprodutos com as seguintes propriedades principais: - Gasolina de alto índice de octonagem. - Óleos lubrificantes de baixo resíduo de carbono. - Resíduos asfálticos na refinação. CLASSE AROMÁTICA INTERMEDIÁRIA (>50% de hidrocarbonetos a aromáticos) Compreende óleos freqüentemente pesados, contendo uma densidade usualmente é maior que 0,85. Alguns óleos do Oriente Médio (Arábia Saudita, Catar, Kuwait, Iraque, Síria e Turquia), África Ocidental, Venezuela, Califórnia e Mediterrâneo (Sicília, Espanha e Grécia) são desta classe. • CLASSE AROMÁTICO-NAFTÊNICA (>35% de naftênicos) Óleos deste grupo sofreram processo inicial de biodegradação, no qual foram removidas as parafinas. Eles são derivados dos óleos parafínicos e parafínico-naftênicos. Alguns óleos da África Ocidental são deste tipo. • CLASSE AROMÁTICO-ASFÁLTICA (>35% de asfaltenos e resinas) Estes óleos são oriundos de um processo de biodegradação avançada em que ocorreria a reunião de monocicloalcenos e oxidação. Podem também nela se enquadrar alguns poucos óleos verdadeiramente aromáticos não degradados da Venezuela e África Ocidental. Entretanto, ela compreende principalmente óleos pesados e viscosos, resultantes da alteração dos óleos aromáticos intermediários. Nesta classe encontra-se os óleos do Canadá ocidental, Venezuela e sul da França. Derivados de petróleo: Petróleo Energéticos Não-Energéticos Gás Combustível Gás Liquefeito Gasolina de Aviação Gasolina Automotiva Querosene de Aviação Querosene de Iluminação Óleo Diesel Óleos Combustíveis Coque Verde Outros Gás Residual Solventes Naftas Gasóleo Petroquímico Óleos Lubrificantes Óleos Isolantes Graxas Parafinas Resíduo Aromático Resíduo Asfático Asfaltos A indústria do petróleo é composta de cinco segmentos constitutivos básicos: Exploração sísmica em terra. Fonte: API Exploração sísmica em mar. Fonte: US Geological Survey A exploração envolve a observação das rochas e a reconstrução geológica de uma área, com o objetivo de identificar novas reservas petrolíferas. Os métodos comuns empregados para se explorar petróleo são o sísmico, o magnético, o gravimétrico e o aerofotométrico. O petróleo é encontrado em equilíbrio com excesso de gás natural (gás associado ou livre), água e impurezas, e contém certa quantidade de gás dissolvido (gás em solução) e água emulsionada. A quantidade relativa dessas fases determina o tipo de reservatório. Durante a explotação, são empregadas técnicas de desenvolvimento e produção da reserva após comprovação de sua existência. O poço é então perfurado e preparado para produção, caracterizando a fase de completação. Em reservas terrestres, dependendo das condições físicas do poço, a produção é feita através de bombeamento mecânico, injeção de gás ou injeção de água. Em reservas marítimas, por sua vez, a produção poderá ser feita em plataformas fixas, plataformas auto-eleváveis (em águas rasas: aproximadamente 90 m) ou plataformas semi-submersíveis, e auxiliada por navios-sonda. Em determinados casos, pode haver integração entre esses métodos e adaptações. Plataformas Fixas PLATAFORMAS NO BRASIL - Primeiras unidades utilizadas - Laminas d’água 300m - Estruturas modulares de aço - Projetadas para receber: Equipamento de perfuração Estocagem de material Alojamento de pessoal Plataformas Auto-eleváveis (PAs) Constituídas de balsa equipada com estrutura de apoio Movimentam-se para baixo até o fundo do mar São móveis Perfuração de poços - Lâminas d’água de 5 a 130 m Plataformas Semi-submersíveis Estruturas com 1 ou + conveses Apoiada por colunas em flutuadores submersos Grande mobilidade Preferidas para a perfuração de poços exploratórios Navios-sonda Navio projetado para perfuração de poços submarinos Torre de perfuração no centro do navio Sistema de posicionamento : sensores acústicos, propulsores e computadores Anulam o efeito de vento, ondas e correntes Plataformas tipo FPSO - (Floating, Production, Storage and Offloading) Sistema flutuante de produção, armazenamento e transferência de óleo Planta de processo separa e trata os fluidos produzidos Navio aliviador Os maiores capacidade de 200 mil barris/dia Produção de gás de 3 milhões metros cúbicos dia O REFINO DO PETRÓLEO compreende uma série de operações físicas e químicas interligadas entre si que garantem o aproveitamento pleno de seu potencial energético através da geração dos cortes, ou produtos fracionados derivados, de composição e propriedades físico-químicas determinadas. DERIVADOS DE PETRÓLEO E SUAS APLICAÇÕES CARACTERIZAÇÃO DO PETRÓLEO Uma amostra de petróleo e mesmo suas frações podem ser ainda caracterizadas pelo grau de densidade API (°API), do American Petroleum Institute, definida por: A densidade específica do material é calculada tendo-se como referência a água. Obviamente, quanto maior o valor de °API, mais leve é o composto. Por exemplo, podem-se ter: Dessa forma, uma amostra de petróleo pode ser classificada segundo o grau de densidade API, como segue: Petróleos Leves: acima de 30°API ( < 0,72 g / cm3 ) Petróleos Médios: entre 21 e 30°API Petróleos Pesados: abaixo de 21°API ( > 0,92 g / cm3 ) Os OBJETIVOS BÁSICOS de uma refinaria de petróleo são: Produção de combustíveis e matérias-primas petroquímicas; Produção de lubrificantes básicos e parafinas. Os esquemas de refino são estabelecidos em função dos TIPOS DE PROCESSOS necessários, os quais são classificados segundo quatro grupos principais: Processos de separação; Processos de conversão; Processos de tratamento; Processos auxiliares. RESERVAS PROVADAS DE PETRÓLEO EM ESCALA MUNDIAL INVESTIMENTO NO PARQUE ATUAL DE REFINO A expectativa de crescimento da curva de produção da Companhia torna necessária a ampliação da capacidade de refino para garantir a integração das suas atividades Refinarias Capacidade (Tbpd) Carga (Tbpd) Paulínia - Replan (SP) 365 348 Landulpho Alves - Rlam (BA) 323 261 Duque de Caxias -Reduc (RJ) 242 243 Henrique Lage - Revap (SP) 251 236 Alberto Pasqualini - Refap (RS) 189 148 Pres. Getúlio Vargas - Repar (PR) 189 169 Pres. Bernardes - RPBC (SP) 170 153 Gabriel Passos - Regap (MG) 151 132 Manaus - Reman (AM) 46 41 Capuava - Recap (SP) 53 42 Fortaleza - Lubnor (CE) 7 6 TOTAL BRASIL 1,986 1,779 RLAM REGAP REDUC REVAP REPLAN RECAP RPBC REPAR REFAP LUBNOR REMAN Os limitados investimentos ao longo dos últimos 25 anos e a crescente demanda do mercado doméstico também apontam para a necessidade de novos investimentos no refino Recordes de produção de petróleo no Brasil: Diário: 2.256 mil barris, em 27 de dezembro Mensal: 2.122 mil barris/dia em dezembro Anual: 2.004 mil barris/dia em 2010 Produção internacional cresceu 3% e atingiu 245 mil bbld; Declaração de Comercialidade de Lula e Cernambi e entrada em operação do sistema piloto de Lula, no pré-sal da Bacia de Santos; Reservas provadas alcançaram 15,986 bilhões de boe pelo critério SPE/ANP. Pré-Sal contribuiu com 1,071 bilhão de boe da Bacia de Santos e 0,210 bilhão da Bacia do Campos; DESTAQUES DE 2010 Volume de vendas de derivados no mercado brasileiro elevou em 11% e o de gás natural em 33%; Realização da maior oferta pública de ações da história, captando R$ 120,2 bilhões; Direito de produzir, em áreas do pré-sal, o volume de 5 bilhões de boe, através do Contrato de Cessão Onerosa; Investimentos de R$ 76.411 milhões em 2010, ante R$ 70.757 em 2009. Cernambi Sul Guará Sul Iara Horst Carioca NE Lula Sul Piloto Lula IG1 Concessão Cessão Onerosa Realizações de 2010 41 PRÉ-SAL DA BACIA DE SANTOS 9 sondas operando no cluster, com expectativa de até 3 novas unidades; 4 poços com perfuração já concluída, com meta de 20 poços no ano; Início do Sistema de Lula NE (BM-S-11): 1S11; Início do TLD de Carioca NE (BM-S-9): 2S11; Início de produção do sistema de Cernambi Sul (BM-S-11): final de 2011. Contrato de Cessão Onerosa para produção de 5 bilhões; Início do Projeto Piloto FPSO Cidade de Angra dos Reis em Lula; Início do TLD de Guará; 8 novos poços perfurados, totalizando 20 poços no Pré-sal na Bacia de Santos. Atividades para 2011 Libra (ANP) Guará Norte Piloto Lula P7 Poços em perfuração, completação ou avaliação
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