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30/09/2016 1 Instrumentos de planejamento • As categorias mais comuns são: abrangência espacial, abrangência operacional ou de acordo com a natureza dos objetivos. • Abrangência espacial referem-se a uma localidade (município, estado), uma área (bacia hidrográfica, A.P.A.) dando mais ênfase ao território. • Abrangência operacional relacionam-se a determinada atividade, específica ou não, dando mais destaque à ação que será realizada, independente do território. Tratando-se da natureza dos objetivos temos os que focam apenas os resultados, por exemplo: planejamento emergencial que visa combater situações de emergência, sem levar em consideração o local ou quaisquer atividades ali desenvolvidas. 2 Dentre os tipos ou instrumentos de planejamento ambiental mais praticados no Brasil, destacam-se o Zoneamento Territorial Ambiental, Planejamento Urbano Sustentável e Planejamento de Recursos Hídricos. 3 Zoneamento Ambiental • O Zoneamento Territorial Ambiental (ZTA) é um instrumento que visa conciliar o desenvolvimento econômico, ambiental e social de uma certa região do Estado sustentavelmente. • Conforme a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, seu objetivo é classificar e delimitar zonas territoriais no âmbito local/municipal, regional, federal ou global. Aplica- se o zoneamento também a unidades de planejamento tais como bacias hidrográficas, setores industriais e unidades de conservação. Os software mais utilizados na construção de um ZTA são o ArcGis e o Spring, que auxiliam na construção de mapas de várias temáticas. • Um dos maiores desafios do zoneamento é a integração dos dados necessários para sua construção, bem como a questão da implementação/fiscalização. 4 Planejamento Urbano • O planejamento urbano sustentável deve ser entendido como um processo planejado de desenvolvimento urbano voltado para o desenvolvimento sustentável. No Brasil, o principal instrumento legal de promoção deste tipo de planejamento é o Estatuto da Cidade, Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001, o qual contempla uma visão sustentável do uso e manejo do solo, sua ocupação, infraestrutura básica de saneamento ambiental, criação e manutenção de unidades de preservação do meio ambiente, para que assim, possa ser garantido o direito de moradia de uma maneira socialmente justa, economicamente viável de forma tal a reduzir os impactos e danos ao meio ambiente. 5 • O planejamento urbano está cada vez mais inserindo variáveis ambientais. No passado tais processos de planejamento privilegiavam questões sociais e econômicas. Hoje é crescente as criações de projetos de habitações sustentáveis, captação de água de chuva para a irrigação, inserção de energia de fontes alternativas, consumo consciente, hortas comunitárias, usos de materiais recicláveis e etc., demonstrando essa tendência sustentável. 6 30/09/2016 2 Plano de Recursos Hídricos • A Lei 9.433/97 define planos de recursos hídricos como planos diretores que visam a fundamentar e orientar a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e o gerenciamento dos recursos hídricos. Tais planos são de longo prazo, com horizonte de planejamento compatível com o período de implantação de seus programas e projetos. O artigo 7o desta lei também prevê que todo plano de recursos hídricos deve abranger um conteúdo mínimo: 7 • I - diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos; • II - análise de alternativas de crescimento demográfico, de evolução de atividades produtivas e de modificações dos padrões de ocupação do solo; • III - balanço entre disponibilidade e demandas futuras dos recursos hídricos, em quantidade e qualidade, com identificação de conflitos potenciais; • IV - metas de racionalização de uso, aumento da quantidade e melhoria da qualidade dos recursos hídricos disponíveis; • V - medidas a serem tomadas e programas a serem desenvolvidos e projetos a serem implantados, para o atendimento das metas previstas; • VIII - prioridades para outorga de direitos de uso de recursos hídricos; • IX - diretrizes e critérios para a cobrança pelo uso dos recursos hídricos; • X - propostas para a criação de áreas sujeitas a restrição de uso, com vistas à proteção dos recursos hídricos. 8 9 9 ZONEAMENTO AMBIENTAL 10 10 •Legislação: •CF - art. 225, § 1°, inciso III, art. 21, IX e XX, 182, 186 e 70. •Lei 6.938 - art. 2, inciso V, art. 9°, inciso II. •LC (UNIÃ): 140/2011 •Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001) e Plano Diretor. •LC (MT): 38/95 – art. 11, inciso II e art. 13 a 15. •Decreto: 4.297/2002. 11 11 O que é? • Definição Geral: • É um instrumento de gestão, que dispõe o Governo, o setor produtivo e a sociedade e que tem como fim específico delimitar geograficamente áreas territoriais com o objetivo de estabelecer regimes especiais de uso, gozo e fruição da propriedade, quer seja em uma região, estado ou município. 12 12 • Zoneamento ambiental é uma integração sistemática interdisciplinar da análise ambiental ao planejamento do uso do solo, com o objetivo de definir a gestão dos recursos ambientais. • Trata-se de controle estatal capaz de ordenar o interesse privado e a evolução econômica com os interesses e direitos ambientais e sociais, possibilitando o alcance do tão almejado crescimento sustentável. 30/09/2016 3 13 Definição pelo Decreto 4.297/2002 • Definição: O Zoneamento Ecológico-Econômico do Brasil – ZEE é instrumento de organização do território a ser obrigatoriamente seguido na implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas. Estabelece medidas e padrões de proteção ambiental destinados a assegurar a qualidade ambiental, dos recursos hídricos e do solo e a conservação da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da população. • Objetivo geral: organizar, de forma vinculada, as decisões dos agentes públicos e privados quanto a planos, programas, projetos e atividades que, direta ou indiretamente, utilizem recursos naturais, assegurando a plena manutenção do capital e dos serviços ambientais dos ecossistemas. 14 • Uma vez estabelecido o zoneamento, toda e qualquer atividade a ser exercida na região submetida a uma norma de zoneamento passa a ser vinculada, ou seja, não poderão ser admitidas atividades que contrariem as normas de zoneamento. 15 15 Natureza Jurídica • É instrumento administrativo, de natureza preventiva. • Com dois fundamentos: a) Repartição do solo; b) Designação de seu uso. 16 16 Particularidades do ZEE • O ZEE, na distribuição espacial das atividades econômicas: a) levará em conta a importância ecológica, as limitações e as fragilidades dos ecossistemas; b) estabelecerá vedações, restrições e alternativas de exploração do território e; c) determinará, quando for o caso, a relocalização de atividades incompatíveis com suas diretrizes gerais. 17 17 Particularidades do ZEE • Os critérios a serem utilizados para o zoneamento são fixados pela Administração Pública, porém isso não pode ocorrer de forma arbitrária, uma vez que os princípios inerentes a validade dos atos administrativos devem ser observados, como a legalidade, a publicidade e o interesse público. 18 18 Por que delimitar(zonear)? • Qualquer proprietário para usar sua terra da maneira que lhe convier, deve respeitar os interesses coletivos, a função social da propriedade e a conservação do meio ambiente. – Limitação ao direito de propriedade relacionada nos artigos5º, XXIII, 182, 183, 184, 186 § 2º (política urbana e rural) e 170 da CF/88. 30/09/2016 4 19 19 Por que delimitar(zonear)? • Também obedece aos princípios (Art. 5o , Dec. 4.297/2002) : a) Função sócio-ambiental da propriedade (desenvolvimento sustentável); b) da prevenção; c) da precaução; d) do poluidor-pagador; e) do usuário-pagador; f) da participação informada; g) do acesso eqüitativo; e, h) da integração. 20 20 • O ZEE expressa o resultado da análise dos atributos e da qualidade dos sistemas ambientais e compatibiliza • Os interesses de preservação da biodiversidade; • Desenvolvimento econômico; • Qualidade de vida humana, etc. 21 21 • Trata-se de instrumento extremamente importante para dar efetividade às idéias oriundas da discussão do Ecodesenvolvimento – 1972 - Estocolmo e ECO 92 – RJ - que orientaram os Governos no sentido de buscar: Qualidade de vida + Qualidade Ambiental + Eficiência física e econômica ____________________________________ DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 22 22 Desenvolvimento Sustentável, presume: Planejamento ambiental, que por sua vez se utiliza, entre outros do Zoneamento Ambiental [Instrumento utilizado no planejamento, pois este inclui o exercício de identificação e a programação do processo de conciliação dos conflitos surgidos entre os objetivos sociais, econômicos, geopolíticos e a dinâmica e as limitações de ordem natural (Utria,1970)] 23 23 Competência: • Nos termos da CF/88: disciplinada no artigo 23, incisos III, VI, VII. • Parágrafo único, do artigo 23: Pode realizar termo de cooperação com os Estados. • Art. 21, IX: Compete à União elaborar e executar o ZEE nacional ou regional (em especial quando tiver por objeto bioma considerado patrimônio nacional ou que não deva ser tratado de forma fragmentada). • Art. 43: Visa a eliminar desigualdades regionais, para tanto a União pode valer-se do zoneamento. • Art. 30, VIII – Compete ao Município, disciplinar e executar planos de uso e ocupação do solo urbano (plano diretor, obedecidas as regras gerais do Estatuto da Cidade - lei 10.257/2001). 24 Competências nos termos da Lei Complementar (Nacional n. 140/2011: • Artigo 7º: União - IX - elaborar o zoneamento ambiental de âmbito nacional e regional; • Artigo 8º: Estado - IX - elaborar o zoneamento ambiental de âmbito estadual, em conformidade com os zoneamentos de âmbito nacional e regional (em MT, por meio de Lei Complementar n. 38/95, artigos 13 a 15); • Artigo 9º: Municípios - IX - elaborar o Plano Diretor, observando os zoneamentos ambientais (muito importante a atuação do município por conhecer as particularidades locais); • Artigo 10: Distrito Federal – elaborar os zoneamentos previstos nos artigos 8º e 9º. 30/09/2016 5 25 25 Processo • O processo de elaboração e implementação deve observar: a) a sustentabilidade ecológica, econômica e social, com vistas a compatibilizar o crescimento econômico e a proteção dos recursos naturais, em favor das presentes e futuras gerações; b) contar com ampla participação democrática; c) valorizar o conhecimento científico multidisciplinar. d) Observar os pressupostos técnicos, institucionais e financeiros (artigos 7º a 10, do Dec. 4.297/2002). Ex. equipe técnica, proposta de divulgação, etc. 26 26 Conteúdo mínimo do Zoneamento a) Definir o território em zonas, de acordo com as necessidades de proteção, conservação e recuperação dos recursos naturais e do desenvolvimento sustentável; b) Potencialidade Natural – ex. aptidão agrícola, o potencial madeireiro, potencial de produtos florestais; c) Fragilidade Natural Potencial – ex. perda da biodiversidade e sensibilidade hídrica. d) Indicação de corredores ecológicos; e) Tendências de ocupação e articulação regional do solo; f) Condições de vida da população; g) Incompatibilidades legais – ex. áreas legalmente protegidas e ocupação indevida destas; h) Áreas institucionais – ex. terras indígenas, unidades de conservação e áreas de fronteira. 27 27 Diretrizes • O ZEE também deverá traçar diretrizes gerais e específicas. • Ex. a) Critério para orientar atividades; b) planos, programas e projetos dos governos federal, estadual e municipal, bem como suas respectivas fontes de recursos com vistas a viabilizar as atividades apontadas como adequadas a cada zona. 28 28 Publicidade • O Poder Público divulgará junto à sociedade, em linguagem e formato acessível, o conteúdo do ZEE e de sua implementação, inclusive na forma de ilustrações e textos explicativos, ressalvados os de interesse estratégico para o País e os indispensáveis à segurança e integridade do território nacional. • Ao Produto do ZEE aplica-se o Direito de Propriedade Industrial. 29 29 Conclusões • O zoneamento é um instrumento que permite que tanto o poder público, quanto os agentes econômicos possam antever quais atividades e como estas devem ser desenvolvidas em determinada região. • Respeitadas as diretrizes de um ZEE, pode-se alcançar pleno desenvolvimento e, ao mesmo tempo, preservar o meio ambiente. 30 30 Principais tipos de zoneamento: • 1) Zoneamento ambiental urbano: Zonas de uso Industrial, residencial. Etc... • 2) Zoneamento Costeiro. • 3) Zoneamento Agrícola - rural. • 4) ZEE – Zoneamento Ecológico Econômico: incorpora a idéia de desenvolvimento sustentável de maneira ampla – art. 2º do Decreto 4.297/2002. 30/09/2016 6 31 31 Referência Bibliográfica: • DEON SETTE, MARLI T. Manual de Direito ambiental. 2ª Edição. Curitiba: Juruá, 2013. 624p. ISBN 978-85-362-4160-9.
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