UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CENTRO TECNOLÓGICO ESCOLA DE ENGENHARIA Departamento de Engenharia Civil RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS IX Flávia Moll de Souza Judice Mayra Soares Pereira Lima Perlingeiro 2005 Universidade Federal Fluminense Flávia Moll de S. Judice Mayra Soares P. L. Perlingeiro ________________________________________________________________________________________________ Notas de Aula Resistência dos Materiais IX 1 SUMÁRIO I – Introdução.................................................................................................................... 2 II – Isostática..................................................................................................................... 4 III – Tração e Compressão ............................................................................................... 17 IV – Cisalhamento Puro.................................................................................................... 26 V – Torção ........................................................................................................................ 28 VI – Tensões em Vigas..................................................................................................... 32 VII – Flexão Composta ..................................................................................................... 40 VIII – Análise de Tensões................................................................................................. 45 IX – Deformação em Vigas............................................................................................... 54 X – Flambagem ................................................................................................................ 62 Bibliografia ........................................................................................................................ 69 Universidade Federal Fluminense Flávia Moll de S. Judice Mayra Soares P. L. Perlingeiro ________________________________________________________________________________________________ Notas de Aula Resistência dos Materiais IX 2 I – INTRODUÇÃO A Resistência dos Materiais, também conhecida como Mecânica dos Sólidos ou Mecânica dos Corpos Deformáveis, tem por objetivo prover métodos simples para a análise dos elementos mais comuns em estruturas. O desenvolvimento histórico da Resistência dos Materiais é uma combinação de teoria e experiência. Homens famosos, como Leonardo da Vinci (1452-1519) e Galileu Galilei (1564-1642) fizeram experiências para determinar a resistência de fios, barras e vigas, sem que tivessem desenvolvido teorias adequadas (pelos padrões de hoje) para explicar os resultados atingidos. Outros, como Leonhard Euler (1707-1783), desenvolveram teorias matemáticas muito antes de qualquer experiência que evidenciasse a importância do seu achado. O curso aqui apresentado inicia com a discussão de alguns conceitos fundamentais, tais como tensões e deformações, para em seguida, investigar o comportamento de elementos estruturais simples sujeitos à tração, à compressão e ao cisalhamento. Sistema Internacional de Unidades (SI): Quantidade Símbolo Dimensional Unidade Básica Comprimento L metro (m) Tempo T segundo (s) Massa M quilograma (kg) Força F Newton (N) A força é derivada das unidades básicas pela segunda lei de Newton. Por definição, um Newton é a força que fornece a um quilograma massa a aceleração de um metro por segundo ao quadrado. A equivalência entre unidades é 2m/s 1kg 1N 1 ⋅= . Outras unidades derivadas do SI: Quantidade Unidade Básica Área metro quadrado (m2) Tensão Newton por metro quadrado (N/m2) ou Pascal (Pa) Prefixos de Unidades: Prefixo Símbolo Fator Giga G 109 Mega M 106 Quilo k 103 Deci d 10-1 Centi c 10-2 Mili m 10-3 Micro µ 10-6 Nano n 10-9 Universidade Federal Fluminense Flávia Moll de S. Judice Mayra Soares P. L. Perlingeiro ________________________________________________________________________________________________ Notas de Aula Resistência dos Materiais IX 3 Na prática, muitas vezes prefere-se usar o quilonewton (kN), o quilopascal (kPa), o megapascal (MPa) ou o gigapascal (GPa). 2232 1 cm/kgf 1m/kN10N/mm 1 MPa1 tf 1kN 10 kgf 01N 1 ≈== ≈ ≈ − Universidade Federal Fluminense Flávia Moll de S. Judice Mayra Soares P. L. Perlingeiro ________________________________________________________________________________________________ Notas de Aula Resistência dos Materiais IX 4 II – ISOSTÁTICA 1 – Grandezas Fundamentais 1.1 – Força As forças são grandezas vetoriais caracterizadas por direção, sentido e intensidade. 1.2 – Momento O momento representa a tendência de giro (rotação) em torno de um ponto provocada por uma força. 2 – Condições de Equilíbrio Um corpo qualquer submetido a um sistema de forças está em equilíbrio estático caso não haja qualquer tendência à translação ou à rotação. As equações universais da Estática que regem o equilíbrio de um sistema de forças no espaço são: ⎪⎪⎩ ⎪⎪⎨ ⎧ = = = ∑ ∑ ∑ 0F 0F 0F z y x ⎪⎪⎩ ⎪⎪⎨ ⎧ = = = ∑ ∑ ∑ 0M 0M 0M z y x F1 F2 F3 Fn ..... iii dFM ⋅= M2 F1 F3 F2 M1 Fi di O . Universidade Federal Fluminense Flávia Moll de S. Judice Mayra Soares P. L. Perlingeiro ________________________________________________________________________________________________ Notas de Aula Resistência dos Materiais IX 5 3 – Graus de Liberdade Uma estrutura espacial possui seis graus de liberdade: três translações e três rotações segundo três eixos ortogonais. A fim de evitar a tendência de movimento da estrutura, estes graus de liberdade precisam ser restringidos. Esta restrição é dada pelos apoios (vínculos), que são dispositivos mecânicos que, por meio de esforços reativos, impedem certos deslocamentos da estrutura. Estes esforços reativos (reações), juntamente com as ações (cargas aplicadas à estrutura) formam um sistema em equilíbrio estático. 3.1 – Tipos de Apoio Classificam-se em três categorias: a) Apoio móvel ou do 1º gênero – é capaz de impedir o movimento do ponto vinculado do corpo numa direção pré-determinada; A representação esquemática indica a reação de apoio R na direção do único movimento impedido (deslocamento na vertical). b) Apoio fixo ou do 2º gênero ou rótula – é capaz