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1 Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ Centro Tecnológico – CT Instituto de Química - IQ Curso: Bacharel em Química 2015/2 Alunos: Andressa Carvalho e Mariana Gomes Professor: Roberto Salgado Amado Disciplina: Química Geral Experimental II Data do experimento: 19 de janeiro de 2016 REATIVIDADE DOS METAIS 1. Introdução Para que qualquer reação ocorra é necessário satisfazer determinadas condições. Uma delas é que deve haver afinidade química entre os reagentes, isto é, eles devem interagir de modo a possibilitar a formação de novas substâncias.No caso das reações de oxirredução, esta afinidade significa dizer que um dos reagentes tem a tendência de ganhar elétrons e o outro a perder elétrons. Essa tendência corresponde à reatividade dos elementos químicos envolvidos. ¹ A série eletroquímica de metais também é conhecida como “escala de nobreza” ou de “fila de reatividade química”. Nesta os elementos estão em ordem decrescente de reatividade, ou seja, cada elemento é mais reativo do que os vêm depois dele e em ordem crescente de nobreza, ou seja, cada elemento é menos nobre do que os que vêm depois dele. Esta fila de reatividade pode ser observada na figura abaixo: Com isso, pode-se observar que existem metais mais reativos que outros. A reatividade dos metais está ligada àeletropositividade, isto é, a tendência que o metal possui de perder elétrons. Quanto mais reativo for o metal, maior será sua eletropositividade, ou seja, menos nobre ele é.² E quanto mais nobre for o metal, menor sua reatividade. Os metais nobres recebem este nome pois tem baixa reatividade, logo estes têm mais dificuldade de sofrer “ataques” químicos de outras substâncias. Quando dois metais estão próximos, cria-se uma diferença de potencial entre eles que gera a condução de corrente elétrica. Um desses materiais terá maior facilidade de receber os elétrons livres do outro metal. Essa facilidade de receber elétrons gera o potencial de redução do metal. Portanto, quanto maior o potencial de redução, maior será a avidez por elétrons.¹ 2 A fila de reatividade é basicamente a tabela de potenciais normais de oxirredução. Pode-se calcular a força eletromotriz (FEM) ou voltagem dessas reações utilizando esta tabela, através da fórmula: ΔE0 = E0red(catodo) - E 0 red (ânodo) 2. Objetivo Estudar o conceito de reatividade química e estabelecer a ordem de reatividade entre alguns metais por suas forças relativas como agentes redutores. 3. Procedimentos Experimentais 3.1. Materiais e Reagentes Os seguintes equipamentos e vidrarias disponíveis no laboratório foram utilizados: Béquer Espátula Estante de Tubo de Ensaio Pipeta graduada Placa de aquecimento Vidro de Relógio As seguintes substâncias, disponíveis no laboratório, foram utilizadas: Ácido Clorídrico 1,0 Mol. L-1 (HCl) Ácido Clorídrico 10% (HCl) Ácido Clorídrico concentrado (HCl) Ácido Nítrico 1,0 Mol. L-1 (HNO3) Ácido Nítrico concentrado (HNO3) Ácido Sulfúrico 1,0 Mol. L-1 (H2SO4) Ácido Sulfúrico 18 Mol. L-1 (H2SO4) Água destilada Alumínio Metálico Chumbo Metálico Cloreto de Mercúrio II 0,1 Mol. L-1 (HgCl2) Cobre (Cu) Ferro (Fe) Ferro Metálico Ferrocianeto de Potássio (K3[Fe(CN)6]) Folha de Alumínio Hidróxido de Sódio 6,0 Mol. L-1 (NaOH) Magnésio (Mg) Sulfato de Cobre (CuSO4) Sulfato de Zinco (ZnSO4) Tiocianato de Potássio (KSCN) 3 Zinco (Zn) Zinco Metálico 3.2 Parte Experimental Os experimentos foram divididos em duas partes, uma etapa foi realizada pelo professor e a outra pelos alunos. Na etapa feita pelos alunos foi realizado diversos experimentos a fim de observar e entender o que ocorre nas reações com a presença de metais. 3.2.1. Parte feita pelo professor I. Reação em alumínio amalgamado Colocou-se quatro pedaços de folha de alumínio em um béquer de 100 mL, juntamente com uma fina camada de solução 0,1 Mol. L -1 de cloreto de mercúrio (II). Feito isso, colocou-se a solução em uma placa de aquecimento, agitando-a até a ebulição. Com o auxílio de uma pinça, retirou-se os pedaços de alumínio, colocando-os em um vidro de relógio e em seguida foi adicionado água destilada, sulfato de cobre, ar e nitrato de chumbo. Observou-se o resultado. 3.2.2 Parte feita pelos alunos I. Reações de Metais com ácidos Em 5 tubos de ensaio, adicionou-se 2,0 mL de HCl 10% com as seguintes aparas de metais: Magnésio, Alumínio, Zinco, Ferro e Cobre, respectivamente. Observou-se o resultado obtido em cada um dos casos. II. Reações de Metais com bases Colocou-se 2,0 mL de NaOH 6,0 Mol. L -1 em dois tubos de ensaio adicionando, em seguida, aparas de alumínio metálico em um tubo e aparas de zinco metálico em outro. Observou-se o resultado em ambos os casos. III. Reações entre metais Antes de dar início a prática foram feitos alguns cálculos, com o auxílio da tabela de potencial padrão de redução, para verificar qual reação seria espontânea. Portanto, após realizados os cálculos, foi feita a prática apenas dos quais a reação é espontânea. a) Colocou-se, em um tubo de ensaio, 2,0 mL de solução de sulfato de cobre e adicionou-se chumbo metálico. Após aguardar 5 minutos, agitou-se a solução e observou-se o resultado. b) Em outro tubo de ensaio, colocou-se 2,0 mL de solução de sulfato de cobre e adicionou-se zinco metálico. Após aguardar 5 minutos, agitou-se a solução e observou-se o resultado. c) Colocou-se, em um tubo de ensaio, 2,0 mL de solução de sulfato de zinco e adicionou-se chumbo metálico. Após aguardar 5 minutos, agitou-se a solução e observou-se o resultado. 4 IV. Reações em um metal e diferentes ácidos IV.1. Testar a ação dos diferentes ácidos sobre o ferro metálico. Foi colocado, em dois tubos de ensaio, 3 raspas de ferro metálico, junto com 2,0 mL de ácido. Em seguida, querendo verificar a presença de Fe2+ ou Fe3+ nas soluções resultantes, foi adicionado algumas gotas ferricianeto de potássio e tiocianato de potássio, um em cada tubo. Este experimento foi realizado utilizando quatro ácidos de diferentes concentrações e cada ácido foi colocado em dois tubos: Ácido Clorídrico concentrado e 1,0 Mol. L -1 ; ácido sulfúrico concentrado e 1,0 Mol. L -1 . Observou-se os resultados obtidos. IV.2. Testar a ação dos diferentes ácidos sobre o alumínio metálico. Foi colocado em 6 tubos de ensaio algumas folhas de alumínio e em cada um deles foi colocado 2,0 mL de ácidos com diferentes concentrações: Ácido Clorídrico concentrado e 1,0 Mol. L -1 ; ácido sulfúrico concentrado e 1,0 Mol. L -1 ; ácido nítrico concentrado e 1,0 Mol. L -1 . Observou-se os resultados obtidos. 4. Resultados e Discussão 4.1.Experiencia realizada pelo professor 4.1.1. Reação do Alumínio amalgamado Devido a película de óxido de alumínio presente sobre a superfície, o alumínio não sofre oxidação ao ar. Contudo, ao se colocar cloreto de mercúrio, o a película de óxido é permeiada e forma uma liga , liberando o mercúrio para amalgamar alumínio. Quando limpo, deixamos exposto o alumínio puro, sem sua camada. O Alumínio é extremamente reativo e facilmente oxidavél. Por isso, ao se adicionar: a. Água o aluminio fica prateado e forma-se bolhas sob sua superfície. Isso é devido a reaçaõ que ocorre com a água formando hidróxido de alumío: 2Al + 3H2O 2Al(OH)3 + 3H2 b. Sulfato de cobre o aluminio fica preto e é corroído. A reação que ocorre, é a seguinte:2Al + 3CuSO4 Al2(SO4)3 + 3Cu c. Nitrato de chumbo II O alumínio fica preto, mas muito lentamente. A reação: 2Al + Pb(NO3)2 2Al(NO3) + Pb d. Ar O metal é atacado, formando bolhas. Isso é pq ele buscar formar novamente a película de óxido de alumínio, sendo a reação: 4Al + 3O2 2 Al2O3 4.2.Experiencia realizada pelos alunos 4.2.1. Reações de metais com ácidos 5 Os metais chamados de não nobres, isto é, aqueles que aparecem na fila de reatividade dos metais à esquerda do H, reagem com substâncias de caráter ácido (vide fila de reação no item 1). Isso ocorre porque são mais reativos que o hidrogênio e, assim, deslocam o hidrogênio dos ácidos, formando o cátion H + ou H3O + . Quando foi posto magnésio ao ácido clorídrio, houve liberação de gás hidrogênio e consumo do metal, havendo a seguinte reação: Mg(s) + 2 HCl(aq) → MgCl2(aq) + H2(g) O mesmo aconteceu com o zinco e o ferro. Ambos liberaram gás hidrogênio e os metais foram consumidos. Entretanto, a solução que continha zinco ficou esbranquiçada e a solução que continha ferro ficou amarela. Indicando a presença dos íons de Fe 3+ e Zn 2+ . Houveram foramações de cloreto de zinco e cloreto de ferro. Já o alumínio, apesar de ser um metal não-nobre e devido a reatividade com o ar, não reagiu tão rapidamente. Houve formação de bolhas sob a superfície do metal, mas essa foi toda a observação feita. O aluminio reage com ar e cria uma camada protetora de óxido de alumínio sob a superfície. Por isso não teve uma reatividade tão expressiva quanto os outro metais. Mas se não houvesse essa camada, a reação teria sido como as anteriores. É por isso que os ácidos não podem ser guardados em recipientes feitos desses metais mais reativos que o hidrogênio (como, por exemplo, um copo de alumínio). Contudo, os metais nobres, aqueles que estão situados à direita do hidrogênio na fila de reatividade (Cu, Hg, Ag, Pd, Pt, Au), não reagem de maneira espontânea ao serem colocados em contato com soluções ácidas³. Por isso não houve reação ao se colocar cobre metálico com ácido. Cu + HCl → não há reação Quando foi aquecido, o cobre reagiu com o ácido formando bolhas e deixando a solução amarelada. Isso por que, quando aquecido, o ácido cloridrico rompe suas ligações e se torna uma solução mais iônica. Assim cria uma diferença de potenciais que faz com que o cobre reaja. 4.2.2. Reações de metais com bases Quando colocamos os metais para reagirem com os ácidos, a grande maioria possui essa afinidade química e reage. No entanto, o mesmo não ocorre quando postos para reagir com bases e com a água. Os únicos metais que reagem com as bases são o alumínio (Al), o zinco (Zn), o chumbo (Pb) e o estanho (Sn). Abaixo encontra-se a reação entre a base hidróxido de sódio (NaOH) com o alumínio e com o zinco, feita em aula, respectivamente: 2 Al(s) + 2 NaOH(aq) + H2O → 2 NaAlO2(aq) + 3 H2(g) metal base aluminato de sódio gás hidrogênio Zn(s) + 2 NaOH(aq) → 2 Na2ZnO2(aq) + H2(g) metal base zincato de sódio gás hidrogênio 6 Nos dois casos os produtos formados foram um sal e o gás hidrogênio. Portanto, quando os metais citados reagem com uma base forte, os produtos sempre serão sais incomuns e o gás hidrogênio. 4 4.2.3. Reações entre metais A reatividade química dos metais varia com sua eletropositividade, logo, quanto mais eletropositivo for o elemento, mais reativo será o metal. Os metais mais reativos são aqueles que possuem grande tendência a perder elétrons, logo, formam íons positivos com mais facilidade. 5 Para que fosse realizada essa experiência, primeiro foram feitos calculos de diferença de potenciais para que se saiba se a reção é, ou não, espontânea. Os três metais utilizados. Tabela 1. Tabela de potenciais de redução dos metais trabalhados. Semirreação Potencial de redução (E 0 red) Cu 2+ + 2e - Cu +0,34 Pb 2+ + 2e - Pb -0,13 Zn 2+ + 2e - Zn -0,76 Em seguida foram realizados cálculos para que evidenciassem a espontaneadade da reação. ΔE0 = E0red(catodo) - E 0 red (ânodo) Sendo o resultado, ΔE0 > 0 , reação espontânea, e ΔE0 < 0 , reação não espontânea. Apenas as reações espontâneas forma realizadas. I. Cu2+(aq) + Pb(s) Na reação do sulfato de cobre com o chumbo metálico (ΔE0 = 0,47 V), esperava- se uma coloração preta se dispersar pela solução, indicando oxidação do metal. No entanto, apenas houve formação de bolhas sob o chumbo. A reação acontece, pois o chumbo é mais reativo que o cobre, deslocando-o e formando o sulfato plumboso. CuSO4 + Pb PbSO4 + Cu Provavelmente, a reação não saiu como o esperado devido a superfície de contato do chumbo. II. Cu2+(aq) + Zn(s) A reação do sulfato de cobre com o zinco metálico (ΔE0 = 1,1 V), é comprovada pela coloração preta que se dispersa na solução, indicando a oxidação do metal. A reaçãoocorre, pois o zinco é mais reativo que o cobre, deslocando-o e formando o sulfato de zinco. Zn + CuSO4 ZnSO4 + Cu 7 III. Pb2+(aq) + Zn(s) Na reação do nitrato de chumbo com o zinco metálico (ΔE0 = 0,63 V) ocorreu a formação de bolhas e o zinco, antes com coloração metalica, ficou preto fosco. A reação ocorre, pois o Zn é mais reativo que o Pb, formando assim o nitrato de zinco. Zn + Pb(NO3)2Zn(NO3)2 + Pb 4.2.4. Reação entre um metal e diferentes ácidos I. Ação de diferentes ácidos sobre o ferro metálico Ao se adicionar ferricianeto de potássio e tiocianato de potássio, foram encontradas as seguintes colorações: Tabela 2. Coloção do indicador de íons de ferro em reações de ferro metálico com diferentes ácidos. Solução de + K3[Fe(CN)6] + KSCN Fe(s) + H2SO4(conc.) Verde escuro Branco leitoso Fe(s) + H2SO4(1,0 mol.L -1 ) Azul da Prússia Vinho Fe(s) + HCl(conc.) Azul da Prússia Marrom Fe(s) + HCl(1,0 mol.L -1 ) Azul da Prússia Vinho Azul da Prússiaé produzido pela reação de K3[Fe(CN)6] com íons ferrosos(Fe 2+ ): Se [SCN] − é adicionado a uma solução contendo íons de ferro (III) (Fe 3+ ), uma solução vermelho sangue é formada devido a presença de [Fe(NCS)(H2O)5] 2+ . Na solução de Fe(s) + H2SO4(conc.), quando se adicionou KSCN, a parede ficou vermelha, o que indicou a presença de Fe 3+. Na reação do ferro com os ácidos: 2Fe(s) + 6HCl(aq) 2FeCl3(aq) + 3H2(g) Fe(s) + H2SO4(aq) FeSO4(aq) + H2(g) Nota-se que ao reagir com ácido clorídrico, é formado ferro III e, ao reagir com ácido sulfúrico, é produzido ferro II. Mas, como pode ser visto da tabela 2, ambas soluções deram positiva para ambos os íons. Isso foi um erro experimental. Provavelmente o ferro já estava oxidado ou contaminado. II. Ação de diferentes ácidos sobre o alumínio metálico De todos os ácidos adicionados aos aluminio, o único a apresentar resposta ao contato foi o ácido clodríco concentrado, onde liberou gás hidrogênio e a solução ficou amarelada e opaca. Entretanto, esperava-se que o aluminio reagisse com todos os ácidos, pois, vide item 4.2.1., o aluminio é um metal não-nobre. Isto significa que, na fila da reatividade, o aluminio fica à esqueda do hidrogênio e reagiria com substâncias 8 de caráter ácido. Porque são mais reativos que o hidrogênio e, assim, deslocam o hidrogênio dos ácidos. Como dito, não houve reatividade expressiva. Isso pode ser devido a camada de óxido de aluminio (citado no item 4.1.1.) existente sob o metal que lhe dá proteçãocontra oxidações. 5. Conclusão A partir da fila de reatividade dos metais, é possível prever a ocorrência de algumas reações de deslocamento. E a partir dos potenciais de redução, pode-se selecionar as substâncias que são bons agentes oxidantes e redutores. Como isso, foi possível prever quais metais reagiriam com o ácido clorídrico e quais não. Pois, nas reações de metais com ácidos, o hidrogênio só será deslocado pelos metias mais reativos que ele. Sendo assim, com os os metias nobres não ocorrerá esse tipo de reação. Também foi possível prever quais reações entre metais seriam possíveis pelo cálculo de seus potenciais. 6. Bibliografia ¹FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas. "Ordem de reatividade dos metais"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/quimica/ordem-reatividade-dos- metais.htm>. Acesso em 20 de janeiro de 2016. ² FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas. "Reatividade dos metais"; Manual da Química. Disponível em <http://manualdaquimica.uol.com.br/fisico-quimica/reatividade-dos- metais.htm>. Acesso em 20 de janeiro de 2016. ³FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas. Reatividade de metais com ácidos; Mundo Educação. Disponível em <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/reatividade- metais-com-acidos.htm>. Acesso em 20 de janeiro de 2016 4 FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas. Reatividade dos metais com água e bases;Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/quimica/reatividade-dos-metais-com-agua- bases.htm>. Acesso em 20 de janeiro de 2016. 5 Info Escola. Reatividade dos metais com água e bases. Disponível em <http://www.infoescola.com/quimica/reatividade-quimica-de-metais-e-nao-metais/>. Acesso em 20 de janeiro de 2016.
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