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AULA 7 2012

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Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA
PRÓ-REITORIA DE ENSINO
	DISCIPLINA
LEITURA, INTERPETAÇÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS II
	AULA 7
O TEXTO ESCRITO: - PARAGRAFAÇÃO
	CÓDIGO 
GINS0003 
	CRÉDITOS 
03 
	TOTAL DE AULAS NO SEMESTRE 
60h/a 
	OBJETIVOS
	
Estudar a estrutura do parágrafo e suas formas de composição.
	CONTEÚDO
	 O parágrafo como unidade de expressão.
 Estrutura do parágrafo, expressão e conteúdo dos parágrafos.
	ESTRATÉGIA
	
 Explicitação dos conteúdos pelo professor e proposição de vários exercícios aos alunos. 
	BIBLIOGRAFIA MÌNIMA
	
ABREU, Antônio Suárez.Curso de redação. São Paulo: Ática, 2005.
RIBEIRO, Manoel. Gramática aplicada da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.
CEREJA, William Roberto ; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Gramática reflexiva: texto, semântica e interação. São Paulo: Atual, 2005.
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O PARÁGRAFO COMO UNIDADE DE EXPRESSÃO:
 O parágrafo é uma unidade de composição constituída por um ou mais de um período, em que se desenvolve determinada idéia central, ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela. 
Trata-se, evidentemente, de uma definição, ou conceito, que a prá​tica nem sempre confirma, pois, assim como há vários processos de de​senvolvimento ou encadeamento de idéias, pode haver também diferen​tes tipos de estruturação de parágrafo, tudo dependendo, é claro, da natureza do assunto e sua complexidade, do gênero de composição, do propósito, das idiossincrasias e competência (competence) do autor, tanto quanto da espécie de leitor a que se destine o texto. De forma que esse conceito se aplica a um tipo de parágrafo considerado como padrão, e padrão não apenas no sentido de modelo, de protótipo, que se deva ou que convenha imitar, dada a sua eficácia, mas também no sentido de ser freqüente, ou predominante, na obra de escritores - sobretudo modern​os _ de reconhecido mérito. Tal critério nos leva, por conseguinte, a resistir à tentação de ... de ... tentar sistematizar o que é assistemático, quer dizer, de procurar características comuns e constantes em parágra​fos carentes de estrutura típica. Isso, todavia, não nos impede de apontar e/ou comentar exemplos tanto dos que, fugindo à norma, se distinguem pela eficácia dos recursos de expressão e do desenvolvimento de idéias, quanto dos que, também atípicos - mas atípicos por serem pro​duto da inexperiência ou do arbítrio inoperante -, denunciam desordem de raciocínio (incoerências, incongruências, falta de unidade, hiatos lógicos, falta de objetividade e outros defeitos) e, por isso, revelam-se ineficazes como forma de comunicação. 
Importância do parágrafo
Indicado materialmente na página impressa ou manuscrita por ligeiro afastamento da margem esquerda da folha, o parágrafo facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar convenientemente as idéias principais da sua composição, permitindo ao leitor acompanhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estágios. 
Como unidade de composição "suficientemente ampla para conter processo completo de raciocínio e suficientemente curta para nos permitir análise dos componentes desse processo, na medida em contribuem para tarefa da comunicação", o parágrafo oferece aos professores oportunidades didáticas de aproveitamento, em certa medida, mais eficaz do que todo contexto de uma composição, pelas razões que apontaremos em tópicos subseqüentes. 
EXTENSÃO DO PARÁGRAFO:
Tanto quanto sua estrutura varia também sua extensão: há parágrafos de uma ou duas linhas como os há de página inteira. E não é apenas o senso de proporção que deve servir de critério para bitolá-lo, mas também, principalmente, o seu núcleo, a sua idéia central. Ora, se a composição é um conjunto de idéias associadas, cada parágrafo - em princípio, pelo menos - deve corresponder a cada uma dessas idéias, tanto quanto elas correspondem às diferentes partes em que o autor julgou conveniente dividir o seu assunto. 
Vejamos uma questão que trabalha com ordenação de parágrafos para percebermos a importância deles:
( ESAF – 2006) Os trechos a seguir, constituem um texto, mas estão desordenados. Ordene-os nos parênteses e assinale a resposta correta:
( ) Essa meta, alcançada 53 anos depois, começou a ganhar contornos de realidade nos anos 80, quando a empresa atingiu a produção de 500 mil barris/dia.
( ) Criada pelo decreto assinado pelo presidente Getúlio Vargas, em 3 de outubro de 1953, a Petrobrás já nasceu com a missão de alcançar a auto-suficiência na produção brasileira de petróleo.
( ) Entretanto, foi no início da década de 70 que começou a ser delineada a estratégia que resultaria nas primeiras conquistas da empresa. Na época, o país crescia a taxa de 10% ao ano, o que contribuiu para que, naquela década, o consumo de derivados duplicasse.
( ) Porém, foi depois do alinhamento de preços dos combustíveis às cotações internacionais que a empresa conseguiu maior acesso ao mercado de capitais internacional. Com isso, obteve os recursos para financiar os investimentos necessários que resultaram na auto-suficiência.
( ) Assim, ao longo da últimas cinco décadas, diante do nacionalismo que cerca o petróleo do Brasil, os interesses da Petrobrás confundiram-se com os do país.
(Jornal do Brasil, 23/04/2006)
A – ( ) 3° , 1°, 4°, 2°, 5° 
B – ( ) 1°, 2°, 3°, 4°, 5°
C – ( ) 2°, 1°, 3°, 4°, 5°
D – ( ) 4°, 5°, 1°, 3°, 2°
E – ( ) 5°, 3°, 2°, 1°, 4°
Como descobrirmos qual o parágrafo inicial?
	
	O primeiro segmento começa com “essa meta”. Pergunta-se: que meta? Percebemos que ele não poderia iniciar um parágrafo já que começa com uma palavra (esse) que aponta para algo que foi falado anteriormente. Vale a pena que o aluno aqui lembre-se do que foi estudado em leitura I a respeito dos elementos de coesão.
	O terceiro segmento começa com um conectivo de oposição: entretanto. Não poderia este conectivo iniciar parágrafo, já que, ao fazer uma oposição de idéias, ele forçosamente precisará se referir a uma frase anterior. O mesmo argumento deve ser pensado para o quarto segmento, já que ali é usado um conectivo de oposição de idéias: PORÉM.
	O último segmento inicia-se com um conectivo conclusivo: assim. Obviamente, o aluno deverá notar que não se inicia parágrafo com elemento de conclusão.
	Pergunta-se, o que nos restou? Restou-nos o segundo segmento, pois ali não se encontra algum elemento que se refira a algo citado anteriormente. Antes, declara o objetivo (meta) da criação da Petrobrás: “alcançar a auto-suficiência na produção brasileira de petróleo”. Essa meta é reafirmada no primeiro segmento, sendo a continuação do texto. Até aqui, o autor ressalta importância dos anos 80, quando a meta começou a ser alcançada. O terceiro segmento inicia-se com ENTRETANTO. Este conectivo, mais do que um elemento de oposição, tem um valor de “elemento de argumentação”, já que esclarece quando começou a estratégia que culminou com o alcance da meta, em 2006: no início da década de 70. Agora vem a parte conclusiva do texto:
	
( ) Assim, ao longo da últimas cinco décadas, diante do nacionalismo que cerca o petróleo do Brasil, os interesses da Petrobrás confundiram-se com os do país. 
Encerrando o texto, vem o seguinte segmento:
( ) Porém, foi depois do alinhamento de preços dos combustíveis às cotações internacionais que a empresa conseguiu maior acesso ao mercado de capitais internacional. Com isso, obteve os recursos para financiar os investimentos necessários que resultaram na auto-suficiência.
	
Apesar do último segmento iniciar com um conectivo de oposição, isto se justifica por causa da coerência textual, pois a auto-suficiência da Petrobrás só foi possível a partir dos recursos obtidos com o maior acesso ao mercado internacional, fruto do alinhamento de preços dos combustíveis às cotações internacionais, ou seja, recentemente.Por isso, foi usada a conjunção PORÉM no encerramento do texto. 
Resposta: letra C.
	
 
TÓPICO FRASAL
Constituído habitualmente por um ou dois períodos curtos iniciais, o tópico frasal encerra de modo geral e conciso a idéia-núcleo do parágrafo É certo que nem todo parágrafo apresenta essa característica: algumas vezes a idéia-​núcleo está como que diluída nele ou já expressa num dos precedentes, sendo apenas evocada por palavras de referência (certos pronomes) e par​tículas de transição. Mas a maioria deles é assim construída. Pesquisa que fizemos em muitas centenas de parágrafos de inúmeros auto​res permite-nos afirmar com certa segurança que mais de 60% deles apre​sentam tópico frasal inicial. 
Se a maioria dos parágrafos apresenta essa estrutura, é natural que a tomemos como padrão para ensiná-la aos nossos alunos. Assim fazendo, have​remos de verificar que o tópico frasal constitui um meio muito eficaz de ex​por ou explanar idéias. Enunciando logo de saída a idéia-núcleo, o tópico fra​sal garante de antemão a objetividade, a coerência e a unidade do parágrafo, definindo-lhe o propósito e evitando digressões impertinentes. É isso que se vê no seguinte exemplo de Gilberto Amado: 
“O Brasil é a primeira grande experiência que faz na história moderna espécie humana para criar um grande país independente, dirigindo-se por si mesmo, debaixo dos trópicos. Somos os iniciadores, os ensaiadores, os experi​mentadores de uma das mais amplas, profundas e graves empresas que ain​da se acharam em mãos da humanidade. Os navegadores das descobertas que chegaram até nós impelidos pela vibração matinal da Renascença, cum​priram um feito que terminava com o triunfo na luz da própria glória; belo era o país que descobriam, opulenta a terra que pisavam, maravilhoso o mun​do que em redor se desdobrava; podiam voltar, contentes, que tudo para eles se cumprira. 
O primeiro período - grifado, aliás, pelo próprio Autor, com a inten​ção de mostrar que se trata de idéia central do parágrafo - constitui o tó​pico frasal, que traduz uma declaração sobre o Brasil como país indepen​dente. O rumo das idéias a serem desenvolvidas já está aí traçado: seria desconcertante se o Autor não explanasse, especificando, justificando, fundamentando, nas linhas seguintes, o que anunciou nas três primeiras. O propósito já está definido. Se o Autor julgasse oportuno fazer digressões, próprio tópico frasal o controlaria, impedindo-o de ultrapassar certos limites além dos quais elas se tomariam descabidas, e forçando-o a voltar antes fim ao mesmo rumo de idéias que tomara no princípio. 
Na hipótese de o trabalho ter sido composto à base de um plano esquema, mais ou menos minucioso, pode o conteúdo do parágrafo já está aí previsto como um dos seus itens, até mesmo na sua forma definitiva de tópico frasal, se não for muito extenso. Assim sendo, na redação final, poderá o autor limitar-se a desenvolver cada um desses itens do plano, com o que estará garantida a coerência entre as diferentes partes da composição. Demais, a presença do tópico facilita o resumo ou sumário, bastando para isso destacá-lo de cada parágrafo. 
Por isso tudo, principalmente por ser um excelente meio de disciplinar o raciocínio, recomenda-se aos principiantes que se empenhem em seguir esse método de paragrafação, até que maior desenvoltura e experiência na arte de escrever lhes deixem maior liberdade de ação. 
DIFERENTES FEIÇÕES DO TÓPICO FRASAL:
Admitindo-se como recomendável essa técnica de iniciar o parágrafo com o tópico frasal, resta-nos mostrar algumas das suas feições mais comuns. Há vários artifícios, que a leitura dos bons autores - contem contemporâneos de preferência - nos pode ensinar. Conhecê-los talvez contribua abreviar aqueles momentos de indecisão que precedem o ato de redigir primeiras linhas de um parágrafo, pois, com freqüência, o estudante sabe como começar. Ora, o tópico frasal lhe facilita a tarefa, porque está a síntese do seu pensamento, restando-lhe fundamentá-lo. 
Declaração inicial - Esta é, parece-nos, a feição mais comum: o autor afirma ou nega alguma coisa logo de saída para, em seguida, justificar ou fundamentar a asserção, apresentando argumentos sob a forma exemplos, confrontos, analogias, razões, restrições - fatos ou evidência, processos de explanação que veremos a seguir em 2.0. 
“Vivemos numa época de ímpetos. A Vontade, divinizada, afirma sua preponderância, para desencadear ou encadear; o delírio fascista ou o torpor marxista são expressões pouco diferentes do mesmo império da vontade. À realidade substituiu-se o dinamismo; à inteligência substituiu-se o gesto e o grito; e na mesma linha desse dinamismo estão os amadores de imprecações e os amadores de mordaças ( ... ) “
(Gustavo Corção, Dez anos) 
O Autor abre o parágrafo com uma declaração sucinta, que, no ca​so, é uma generalização ("Vivemos numa época de ímpetos"), fundamen​tando-a a seguir por meio de exemplos e pormenores (delírio fascista, tor​por marxista, império da vontade, dinamismo, gesto e grito, imprecações são termos que sugerem a idéia de ímpeto). 
Às vezes, a declaração inicial aparece sob a forma negativa, seguin​do-se-lhe a contestação ou a confirmação, como faz Rui Barbosa no trecho abaixo: 
O primeiro período poderia servir de título ao parágrafo: é uma sín​tese do seu conteúdo. 
Definição - Freqüentemente o tópico frasal assume a forma de uma defini​ção. E método preferentemente didático. No exemplo que damos a seguir, a definição é denotativa, i.e., didática ou científica. 
Estilo é a expressão literária de idéias ou sentimentos. Resulta de um con​junto de dotes externos ou internos, que se fundem num todo harmônico e se manifestam por modalidades de expressão a que se dá o nome de figuras. (Augusto Magne, Princípios)
 
Divisão - Processo também quase que exclusivamente didático, dadas as suas características de objetividade e clareza, é o que consiste em apre​sentar o tópico frasal sob a forma de divisão ou discriminação das idéias a serem desenvolvidas: 
O silogismo divide-se em silogismo simples e silogismo composto (is​to é, feito de vários silogismos explícita ou implicitamente formulados). Dis​tinguem-se quatro espécies de silogismos compostos: (...)
(Jacques Maritain, Lógica menor, p. 246) 
Via de regra, a divisão vem precedida por uma definição, ambas no mesmo parágrafo ou em parágrafos distintos. 
OUTROS MODOS DE INICIAR O PARÁGRAFO
Além do tópico frasal, há outros - na verdade, inúmeros – meios de se iniciar o parágrafo, pois tudo depende das idéias que inicialmente se imponham ao espírito do escritor, das associações implícitas ou explícitas da ordem natural do pensamento e de outros fatores imprevisíveis. Todavia, alguns deles podem ser devidamente caracterizados, como os seguintes, p servirem de exemplo aos principiantes, até a posse da autonomia de expressão, até atingirem sua maioridade estilística. 
ALUSÃO HISTÓRICA 
Recurso que desperta sempre a curiosidade do leitor é o da alusão fatos históricos, lendas, tradições, crendices, anedotas ou a acontecimentos de que o Autor tenha sido participante ou testemunha. É artifício empregado do por oradores - principalmente no exórdio - e por cronistas, que, freqüência, aproveitam incidentes do cotidiano como assunto não apenas de um parágrafo mas até de toda a crônica. 
No exemplo seguinte, Rui Barbosa tira grande partido da alusão uma tradição americana - a do Sino da Liberdade - para tecer considerações sobre a importância da justiça e do poder judiciário na vida política de um povo: 
“Conta uma tradição cara ao povo americano que o Sino da Liberdade cujos sons anunciaram, em Filadélfia, o nascimento dos Estados Unidos, inopinadamente se fendeu, estalando, pelo passamento de Marshall. Era uma dessas casualidades eloqüentes, em que a alma ignota das coisas parece lemb misteriosamente aos homens as grandes verdades esquecidas (...)”. 
O padre ManuelBernardes é, entre os clássicos da língua, quem vez com mais habilidade e mais freqüência se serve desse recurso. Em Nova floresta, obra cuja leitura é ainda hoje motivo de prazer, oferece-nos inúmeros e excelentes exemplos, como o seguinte: 
“Orando uma vez Demóstenes em Atenas sobre matérias de importância, e advertido que o auditório estava pouco atento, introduziu com destreza o conto ou a fábula de um caminhante que alquilara [alugara] um jumento e, para se defender no descampado da força da calma [calor], se sentara à sombra dele, e o almocreve [condutor ou proprietário de bestas carga para aluguel] o demandara para maior paga, alegando que lhe alugara a besta mas não a sombra dela”. 
Nesse trecho - que vem a calhar pois nele já se reconhece desde Demóstenes o mérito desse recurso à alusão -, a anedota, além de des​pertar a curiosidade do leitor, prepara-lhe também o espírito para o desen​volvimento das idéias que se seguem. Todo o parágrafo constitui uma es​pécie de introdução ao capítulo onde o Autor condena o vício da curiosi​dade e a mania das novidades. 
João Ribeiro, em Floresta de exemplos - obra em que, não só pelo título, mas também pela técnica da narrativa, se nota clara influência da Nova floresta - favorece-nos com grande número de exemplos, muitos de imitar pelos principiantes. A maior parte das suas crônicas-narrativas abre​-se com um parágrafo encabeçado por uma alusão histórica (anedota, len​da ou episódio real ou imaginário): 
Na floresta vizinha de Cenci Assisa, no tempo de São Francisco de As​sis, tal foi a maravilha das prédicas do santo, que os animais, perdendo a fe​rocidade dos instintos, abraçavam as leis divinas que governavam o mundo. 
(Floresta de exemplos, "O novo Esopo") 
Aqui também o Autor usa o parágrafo, todo ele constituído pela alu​são, como introdução à narrativa inspirada na tradicional astúcia da raposa. 
OMISSÃO DE DADOS IDENTIFICADORES NUM TEXTO NARRATIVO
Não encontramos outra expressão menos rebarbativa para designar essa técnica de iniciar um parágrafo de tal modo que a atenção do leitor se mantenha suspensa durante largo tempo, técnica que consiste em omi​tir certos dados necessários a identificar a personagem e apreender a verdadeira intenção do autor. É um artifício, um truque, em geral eficaz nas mãos de um cronista ou contista hábil. Veja-se o exemplo: 
“Vai chegar dentro de poucos dias. Grande e boticelesca figura, mas passará despercebida. Não terá fotógrafos à espera, no Galeão. Ninguém, por mais afoito que seja, saberá prestar-lhe essa homenagem epitelial e difusa, que tanto assustou Ava Gardner. Estará um pouco por toda parte, e não esta​rá em lugar nenhum. Tem uma varinha mágica, mas as coisas por aqui não se deixam comover facilmente, ou, na sua rebeldia, se comovem por conta própria, em horas indevidas, de sorte que não devemos esperar pelas conse​qüências diretas do seu sortilégio. “
(Carlos Drummond de Andrade, Fala, amendoeira, p. 121) 
O Autor anuncia um fato, de chofre, mas não nos fornece nenhuma indicação clara sobre a personagem de que se trata, mantendo o leitor na expectativa, não apenas até o fim do parágrafo, mas até o fim da própria crônica. É processo muito eficaz para prender a atenção, mas exige certa habilidade, sem a qual o autor acaba tentando, a seu modo, tapar o sol com a peneira ou esconder-se deixando o rabo de fora. 
INTERROGAÇÃO 
Às vezes, o parágrafo começa com uma interrogação, seguindo-se o desenvolvimento sob a forma de resposta ou de esclarecimento: 
Sabe você o que é manhosando? Bem, eu lhe explico, que você é ho​mem de asfalto, e esse estranho verbo só se conjuga pelo sertão nordestino. 
Talvez o amigo nem tenha tempo para manhosar, ou quem sabe dorme tanto, que ignora esse estado de beatitude, situado nos limites do sono e da vigília. O espírito está recolhido, mas o ouvido anda captando os sons que não mais interferem, todavia, com a quietude, com a paz interior. Nesses momentos somos de um universo de sombras, em que o nosso pensamento flutua livre, imitando aquele primeiro dia de Criação, quando a vontade de Deus ainda era a única antes de separadas as trevas e a luz. ( ... ) .
(Dinah Silveira de Queiroz, "Manhosan ln: Quadrante 2, p. 1)
Como artifício de estilo, a interrogação inicial freqüentemente camufla um tópico frasal por declaração ou por definição, como no exemplo pra. Seu principal propósito é despertar a atenção e a curiosidade do leitor. Se D.S.Q. tivesse começado com a definição inicial de "manhosando", grande parte do interesse do parágrafo seguinte estaria prejudicada. Admitamos que dissesse: "Manhosar é ficar naquele estado de beatitude, situado nos limites do sono e da vigília." Seria uma definição meio didática, inadequada ao clima da crônica e, além de tudo, insatisfatória, pois, segundo a Autora "manhosar" é mais do que a sua simples definição nos pode sugerir. Então, lança ela mão desse artifício de interrogar primeiro o leitor para ir d depois as respostas "aos pouquinhos" a fim de prender-lhe a atenção, espiçada desde a primeira linha.
TÓPICO FRASAL IMPLÍCITO OU DILUÍDO NO PARÁGRAFO
Conforme já assinalamos em 1.4, a maioria dos parágrafos tidos co padrão (cerca de 60% deles) se iniciam com uma declaração sumária, de ração de ordem geral, seguindo-se as especificações, os dados particulares, que resulta uma estrutura que, em linhas gerais, reflete o processo de raciocínio dedutivo (do geral para o particular; ver 4). Quando ocorre o contrário (tópico frasal no fim), o desenvolvi mento das idéias segue, também em linhas gerais, o método indutivo. Mas não são raros os casos em que o tópico frasal está implícito ou diluído parágrafo, sendo este, então, constituído apenas pelo desenvolvimento (detalhes, exemplos, fatos específicos), e constituído de tal forma que se deduzir (ou induzir) claramente a idéia nuclear. É o que se observa no seguinte exemplo: 
"O Grande São Paulo - isto é, a capital paulista e as cidades que a circundam - já anda em torno da décima parte da população brasileira. Apesar da alta arrecadação do município e das obras custosas, que se multi​plicam a olhos vistos, apenas um terço da cidade tem esgotos. Metade da capital paulista serve-se de água proveniente de poços domiciliares. A rede de hospitais é notoriamente deficiente para a população, ameaçada por uma taxa de poluição que técnicos internacionais consideram superior à de Chicago. O trânsito é um tormento, pois o acréscimo de novos veículos supera a capa​cidade de dar solução de urbanismo ao problema. Em média, o paulista per​de três horas do seu dia para ir e voltar, entre a casa e o trabalho." (De um editorial do Jornal do Brasil.) 
A idéia-núcleo desse parágrafo (o tópico frasal nele diluído ou implí​cito) não é "o Grande São Paulo ... já anda em torno da décima parte da população brasileira", mas a série de fatos que refletem os seus graves pro​blemas urbanos. Explicitado no início, o tópico frasal poderia assumir a se​guinte feição: "Graves problemas urbanos enfrenta o Grande São Paulo." Posta no fim, essa declaração viria naturalmente introduzida por uma par​tícula conclusiva (portanto, assim, por conseguinte) ou frase de transição equivalente. ("Esses são alguns dos graves problemas urbanos que enfren​ta o Grande São Paulo.") 
COMO DESENVOLVER O PARÁGRAFO
Desenvolvimento é a explanação mesma da idéia principal do pará​grafo. Há diversos processos, que variam conforme a natureza do assunto e a finalidade da exposição; mas, qualquer que seja ele, a preocupação maior do autor deve ser sempre a de fundamentar de maneira clara e convincen​te as idéias que defende ou expõe, servindo-se de recursos costumeiros tais como a enumeração de detalhes, comparações, analogias, contrastes, apli​cação de um princípio, regra ou teoria, definições precisas, exemplos, ilus​trações, apelo ao testemunho autorizado, e outros. 
Os exemplos que a seguir comentamos talvez ajudem o estudante a es​truturar o seu parágrafode maneira mais satisfatória. Mas, advirta-se, nossos ocasionais comentários valem menos do que os modelos que apresentamos. 
1- ENUMERAÇÃO OU DESCRIÇÃO DE DETALHES 
O desenvolvimento por enumeração ou descrição de detalhes é dos mais comuns. Ocorre de preferência quando há tópico frasal inicial explíci​to, como no exemplo já citado de Aluísio Azevedo. 
É um parágrafo descritivo bastante bom. Note-se a idéia-núcleo, ex​pressa no tópico frasal inicial (em itálico) e desenvolvida ou especificada através dos pormenores: as pedras, os lampiões, as paredes, as folhas, etc. São detalhes que tornam mais viva a generalização "era um dia abafadiço e aborrecido". (O trecho pode servir de modelo para exercícios do mesmo gênero: basta mudar o quadro da descrição e seguir o mesmo processo de desenvolvimento.) 
Observe-se como o Autor, através de certos detalhes, consegue dar-nos uma idéia suficientemente clara do que ele considera como emoção estética, parte da declaração geral contida no tópico frasal. 
2- CONFRONTO:
Processo muito comum e muito eficaz de desenvolvimento é o que consiste em estabelecer confronto entre idéias, seres, coisas, fatos ou fenômenos. Suas formas habituais são o contraste (baseado nas dessemelhanças), e o paralelo (que se assenta nas semelhanças). A antítese é, de preferência, uma oposição entre idéias isoladas. A analogia, que também faz parte dessa classe, baseia-se na semelhança entre idéias ou coisas, procurando explicar o desconhecido pelo conhecido, o estranho pelo familiar. 
Exemplo clássico de desenvolvimento por confronto e contraste é o paralelo que A. F. De Castilho faz entre Vieira e Bernardes:
Lendo-os com atenção, sente-se que Vieira, ainda falando do céu, tinha os olhos nos seus ouvintes; Bernardes, ainda falando das criaturas, esta​va absorto no Criador. Vieira vivia para fora, para a cidade, para a corte, para o mundo, e Bernardes para a cela, para si, para o seu coração. Vieira estudava graças a louçainhas de estilo (...); Bernardes era como essas formosas de seu natural que se não cansam com alinhamentos ( ... ) Vieira fazia a eloqüência; a poesia procurava a Bernardes. Em Vieira morava o gênio; em Bernardes, o amor, que, em sendo verdadeiro, é também gênio ( ... ). 
(Apud Fausto Barreto e Carlos de Laet, Antologia nacional, p. 186). 
É um parágrafo sem tópico frasal explícito, pois a idéia-núcleo é o próprio confronto entre Vieira e Bernardes. O Autor poderia iniciar o parágrafo com um tópico frasal mais ou menos nestes termos: "Vejamos o que distin​gue Vieira de Bernardes" ou "Muito diferentes (ou muito parecidos) são Vieira e Bernardes". Mas seria inteiramente supérfluo, pois essa idéia está clara no desenvolvimento. 
Exemplo, também muito conhecido, de parágrafo com desenvolvimento por contraste é o de Rui Barbosa sobre política e politicalha: 
Política e politicalha não se confundem, não se parecem, não se relacionam uma com a outra. Antes se negam, se excluem, se repulsam mutuam (tópico frasal). A política é a arte de gerir o Estado, segundo princípios definidos, regras morais, leis escritas, ou tradições respeitáveis. A politicalha é a indústria de o explorar a benefício de interesses pessoais. Constitui a política função, ou conjunto das funções do organismo nacional: é o exercício no das forças de uma nação consciente e senhora de si mesma. A politicalha, contrário, é o envenenamento crônico dos povos negligentes e viciosos pela contaminação de parasitas inexoráveis. A política é a higiene dos países moralmente sadios. A politicalha, a malária dos povos de moralidade estragada. 
(Apud Luís Vianna Filho, op. cit., p. 321)
Vê-se logo pelo tópico frasal que se trata de um contraste, e não propriamente de um paralelo ou confronto (como no exemplo de Castilho), o que o Autor ressalta entre política e politicalha é o seu antagonismo e não a sua identidade. Ora, o valor do contraste - de que a antítese é a figura típica - reside precisamente na sua capacidade de realçar certas idéias, simples oposição a outras, contrárias. 
3- ANALOGIA E COMPARAÇÃO 
A analogia é uma semelhança parcial que sugere uma semelha oculta, mais completa. Na comparação, as semelhanças são reais, sensíveis expressas numa forma verbal própria, em que entram normalmente os chamados conectivos de comparação (como, quanto, do que, tal qual), substituídos, às vezes, por expressões equivalentes (certos verbos como "parecer", "lembrar", "dar uma idéia", "assemelhar-se": "Esta casa parece um for​no, de tão quente que é."). Na analogia, as semelhanças são apenas imaginárias. Por meio dela, se tenta explicar o desconhecido pelo conhecido, o que nos é estranho pelo que nos é familiar; por isso, tem grande valor di​dático. Sua estrutura gramatical inclui com freqüência expressões próprias da comparação (como, tal qual, semelhante a, parecido com, etc.). Para dar à criança uma idéia do que é o Sol como fonte de ca​lor, observe-se o processo analógico adotado pelo Autor do seguinte trecho: 
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O Sol é muitíssimo maior do que a Terra, e está ainda tão quente que é como uma enorme bola incandescente, que inunda o espaço em tor​no com luz e calor. Nós aqui na Terra não poderíamos passar muito tempo sem a luz e o calor que nos vêm do Sol, apesar de sabermos produzir aqui mesmo tanto luz como calor. Realmente podemos acender uma fogueira para obtermos luz e calor. Mas a madeira que usamos veio de árvores, e as plantas não podem viver sem luz. Assim, se temos lenha, é porque a luz do Sol tornou possível o crescimento das florestas. 
(Oswaldo Frota Pessoa, Iniciação à ciência, p. 35) 
Sol tão quente, que é como uma enorme bola incandescente é, quanto à forma, uma comparação, mas, em essência, é uma analogia: tenta-se expli​car o desconhecido (Sol) pelo conhecido (bola incandescente), sendo a seme​lhança apenas parcial (há outras, enormes, diferenças entre o Sol e uma bola de fogo). 
No trecho seguinte, o Autor torna mais clara a idéia de "paixão da verdade", estabelecendo uma analogia com a de "cachoeiras da serra": 
	Exercícios:
O MAIS TRAIÇOEIRO DOS PREDADORES
Nenhum animal se compara ao ser humano na voracidade em caçar outras espécies. Sua nova vítima são os tigres-de-bengala, que desaparecem dos parques indianos
O tigre-de-bengala, um dos símbolos tradicionais da Índia, está desaparecendo a um ritmo alarmante. Dos 40 000 espécimes que viviam nas florestas indianas há um século, hoje restam apenas 1 000. Na semana passada, noticiou-se que a segunda maior reserva natural da Índia, o parque nacional de Panna, não tem mais nenhum dos 24 tigres que abrigava até 2006. Em 2004, desapareceram os últimos tigres da maior das reservas indianas, o parque nacional de Sariska, e, segundo relatórios de organizações ambientais, o mesmo está acontecendo no parque de Sanjay. O motivo para o sumiço dos animais é um só – a ação implacável dos caçadores. Vender um tigre aos pedaços pode render até 50 000 dólares. O principal destino dos tigres mortos é a China, onde persiste o costume de usar partes de animais selvagens na medicina, a chamada opoterapia. Muitos chineses acreditam que os ossos dos tigres têm propriedades anti-inflamatórias e os testículos, servidos à mesa, seriam poderosos afrodisíacos. Os parques nacionais indianos foram criados nos anos 70 justamente com o objetivo de evitar a caça indiscriminada aos tigres. Durante um tempo, deu certo. Em uma década, a população de tigres saltou de 1 800 espécimes para 4 000. De lá para cá, porém, a sanha dos caçadores aumentou e o comércio de animais cresceu associado aos cartéis do tráfico de drogas.
Desde tempos ancestrais o homem teme os animais predadores. Ainda hoje há registros de ataques frequentes a humanos. Na Tanzânia, país onde vive o maior contingente de leões selvagens, mais de 500 pessoas foram devoradas por eles desde o início dos anos 90. Acredita-se que esses ataques ocorram por dois motivos: o avançodas populações sobre seu território e a redução do número de suas presas naturais, como gazelas e antílopes, em consequência da caça e da devastação da vegetação. Nenhum animal, porém, se compara ao ser humano na voracidade em caçar outras espécies, mesmo que elas se encontrem sob risco de desaparecer do planeta. "As principais causas da extinção de animais são direta ou indiretamente ligadas ao homem, como a destruição dos habitats, a introdução de espécies que desequilibram os ecossistemas e a caça", disse a VEJA o biólogo equatoriano Arturo Mora, da International Union for Conservation of Nature, sediada na Suíça. (...)
Diante do desaparecimento dos tigres-de-bengala da reserva nacional de Panna, o ministro indiano das Florestas, Rajendra Shukla, se disse surpreso e anunciou uma investigação rigorosa para apurar o que aconteceu. Seja qual for o resultado da investigação, é certo que os tigres de Panna foram vítimas do mais traiçoeiro e contumaz dos predadores do planeta, o próprio homem. 
	
	Há 20 anos havia 
4 300 tigres na Índia Hoje, há 1 000
	
Revista Veja, edição de 29 de julho de 2009, pág. 111
	1 . Qual o assunto principal tratado neste texto?
	2 . Analise o modo como o autor iniciou o texto. Foi utilizado algum tipo de tópico frasal? Comente .
	3 . Qual a razão do desaparecimento do tigre asiático? 
	4 . Qual foi o modo escolhido pela Revista para desenvolver o segundo parágrafo? Justifique sua resposta.
	Texto II
	
	
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Fonte: http://scienceblogs.com.br/discutindoecologia
	O texto II é uma história em quadrinhos. Analise sua idéia-núcleo e construa um texto dissertativo-argumentativo sobre o seguinte tema: 
As conseqüências da intervenção humana na natureza
- Inicie seu texto por meio de declaração inicial e desenvolva dois parágrafos utilizando os recursos de argumentação por “causa e consequência” e por “exemplificação”.

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