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 ambiental; Consumo;
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Surgimento da 
preocupação com
a sustentabilidade
Módulo 2 Responsabilidade Social e Ambiental
2
Objetivo do estudo
Ao final do estudo você deverá ser capaz de argumentar sobre a evolução histórica do 
balanço social, entender o conceito de responsabilidade social; e sobre o compromisso de 
todos os setores sociais com a responsabilidade social e ambiental; identificar relatórios 
sociais e ambientais que evidenciem as influências que a empresa exerce sobre o meio 
ambiente e sobre a sociedade em geral.
Aula 1 - Desenvolvimento sustentável 
como novo paradigma, Degradação 
ambiental; Consumo; Críticas à 
modernidade
Antes de iniciar seus estudos, é impor ante que você saiba que ao final desse tópico você 
deverá ser capaz de compreender a gênese e evolução da sustentabilidade enquanto 
novo paradigma e os cenários que se apresentam e discutir a possibilidade do avanço 
tecnológico e econômico sem esgotar os recursos naturais.
Podemos começar?
3
Módulo 2 Responsabilidade Social e Ambiental
Pois bem, as questões ambientais e do trabalho vêm assumindo novas configurações 
com o aprofundamento do processo de globalização, com a reestruturação produtiva e a 
adoção das políticas econômicas de corte neoliberal. Constata-se um duplo movimento: 
a dissolução das fronteiras políticas e econômicas ao desenvolvimento do capitalismo 
globalizado e desregulamentado e a emergência de “novas” fronteiras ambientais que 
não podem ser desconsideradas em longo prazo por este modo de produção. Esta 
situação lança desafios à questão democrática, particularmente no caso brasileiro, país 
profundamente marcado por uma cultura política autoritária e excludente, que impediu a 
sedimentação de uma experiência democrática e o exercício da cidadania de forma plena. 
Nesse momento você deve estar se perguntando:
- Como ocorrerá a participação da sociedade, a representação de 
interesses e, particularmente, a governabilidade do espaço ambiental 
dadas as limitações impostas por processos econômicos sem fronteiras? 
- Como enfrentar a exclusão de amplos segmentos da população ocasio-
nada por novas formas de organização da produção e do trabalho que 
os impedem de exercer plenamente seus direitos como trabalhadores e 
cidadãos? 
- Que propostas de educação podem ser encaminhadas como contri-
buição para a formulação de um projeto de desenvolvimento ancorado 
na “sustentabilidade democrática”, no contexto atual do capitalismo 
internacionalizado?
Essas perguntas nortearão esse primeiro tópico de estudo. Para começarmos a entender 
melhor os impactos provocados no meio ambiente iremos estudar o processo da gênese 
e evolução da sustentabilidade.
A degradação ambiental e a crise da sociedade do trabalho e a conseqüente queda na 
qualidade de vida e aumento da desigualdade/exclusão social, estão a exigir no nosso 
entender uma discussão que aprofunde a articulação entre trabalho, meio ambiente e 
desenvolvimento econômico, pois se questiona até que ponto os recursos naturais e a 
humanidade suportarão o modelo hegemônico de produção, trabalho e consumo.
 Perguntamos a você, será possível desenvolver-se economicamente sem causar danos 
ao meio ambiente? Caso seja possível, que caminhos seguir para utilizar os recursos 
naturais sem degradar a natureza? Pense sobre isso!
Em uma conjuntura permeada por transformações econômicas, políticas, sociais, 
institucionais e culturais intensificam-se as crises socioambientais e do mundo do 
trabalho. Suas origens relacionam-se, por um lado, à desterritorialização da política, em 
que a soberania do Estado é colocada em xeque pelos padrões de internacionalização do 
processo decisório e de mundialização das atividades políticas, provocando a crise dos 
sistemas democráticos e, por outro, ao movimento crescente de desterritorialização de 
empresas e conglomerados industriais em direção àqueles países com oferta de condições 
operacionais favoráveis, ou seja, melhores preços da força de trabalho, economia de 
transportes e recursos de infra-estrutura, além de uma baixa preocupação em relação 
ao cumprimento das legislações trabalhista e ambiental.
Módulo 2 Responsabilidade Social e Ambiental
4
 Esta mobilidade das empresas decorre das novas formas de organização da produção, 
que são muito mais flexíveis do que as baseadas no modelo fordista, pois permitem 
adaptações às flutuações das demandas de produtos e serviços e um aproveitamento 
melhor das vantagens comparativas em diferentes locais do mundo.
O aprofundamento do processo de globalização econômica traz novas demandas e 
exigências às empresas que utilizam, como estratégias de busca de competitividade, o 
emprego maciço de novas tecnologias e de novas formas de organização da produção e 
do trabalho. As novas tecnologias, basicamente a microeletrônica, as biotecnologias e 
os novos materiais têm como característica comum, sua aplicação universal, tanto no 
desenvolvimento de produtos, quanto na organização da produção. 
O uso das biotecnologias e dos novos materiais redefine a relação da produção industrial 
e agrícola e dos seres humanos com a natureza, com implicações para o meio ambiente 
no local de trabalho, comunidades/sociedade e em escala planetária.
 
Com as novas formas de gestão do trabalho no padrão da acumulação flexível surgem 
novas tendências em relação ao trabalho: este se torna mais abstrato, intelectualizado, 
autônomo, coletivo e complexo. Não somente nos setores onde vigoram os novos conceitos 
de produção, mas em toda a estrutura produtiva são demandadas novas qualificações 
e competências profissionais para os trabalhadores, dentre as quais se incluem as 
relacionadas à temática ambiental.
Entretanto, se os processos de intensificação do uso de novas tecnologias e de novas 
formas de organização da produção flexíveis, enxutas e racionais trazem, por um lado, 
a possibilidade de um trabalho revalorizado, mais qualificado acarreta, por outro lado, o 
desemprego e a exclusão de trabalhadores, pela racionalização de custos e a otimização 
da produtividade industrial e de serviços. Os reflexos do processo de modernização 
capitalista têm se revelado particularmente perversos em países como o Brasil, onde a 
adoção de novos conceitos de produção está associada a formas políticas e empresariais 
autoritárias, levando à exclusão política e econômica das classes populares, ao aumento 
do desnível das esferas econômica e social e à degradação ambiental.
Com a mundialização da produção observa-se, por um lado, 
o aumento em alguns países da parcela dos incluídos no 
consumo de massa (Extremo Oriente e Sudeste Asiático), 
com hábitos importados do Ocidente e, por outro, o cres-
cimento do número de excluídos do mercado de trabalho 
em escala nunca antes vista. 
Ambos os processos causam severos impactos ao meio 
ambiente: a incorporação ao mercado consumidor mundial 
de um grande número de pessoas, além de contribuir para 
a redução da diversidade cultural e, conseqüentemente, 
da diversidade biológica, reforça os efeitos do consumismo 
(como o lançamento de gases na atmosfera/efeito estufa, 
elevada e concentrada produção de resíduos sólidos e es-
gotos sanitários em áreas urbanas densamente povoadas).
5
Módulo 2 Responsabilidade Social e Ambiental
Da mesma forma, a marginalização socioeconômica implica 
em que um significativo contingente populacional passa a 
subsistir graças aos recursos naturais ou causando grande 
impacto sobre o meio ambiente (extinção de espécies vegetais 
e animais dos ecossistemas, corte e queima da vegetação para 
venda de carvão, entre outros).
Importa destacar, por um lado, que desigualdade social e 
degradação ambiental sempre andaram juntas noBrasil, 
conformando uma questão socioambiental e, por outro, que 
as agressões ao meio ambiente afetam as pessoas que dele 
dependem para viver e trabalhar, de modo desigual ou segun-
do sua vinculação ao modo de produção hegemônico (como 
residir próximo às indústrias poluidoras, lixões, margens dos 
cursos d’água e áreas com elevada declividade), determinando 
que grupos em piores condições sócio-econômicas fiquem 
mais expostos do que outros a riscos ambientais.
Frente a este quadro de crise social e ambiental de dimensão 
planetária, verifica-se a formulação de diferentes propostas 
de modelos de desenvolvimento ambientalmente sustentáveis. 
Entretanto, devemos estar atentos às concepções existentes 
sobre desenvolvimento sustentável, pois estas estão ancoradas em diferentes matrizes 
teóricas que informam a intenção de efetivar distintos projetos políticos, segundo os 
interesses em confronto, que se refletem nas abordagens e práticas educacionais. O 
desenvolvimento sustentável seria um dado objetivo que, no entanto, não se conseguiu 
ainda apreender, será uma construção social? 
Poderá também compreender diferentes conteúdos e práticas?
Isto nos esclarece porque distintas representações e valores vêm sendo associados à 
noção de sustentabilidade: são discursos em disputa pela expressão que se pretende a 
mais legítima. Pois a sustentabilidade é uma noção a que se pode recorrer para tornar 
objetivas diferentes representações e idéias.
Uma primeira concepção de desenvolvimento sustentável origina-se no interior do 
discurso desenvolvimentista e é defendida pelo Estado e empresariado. Foi proclamada 
pelo Relatório Brundtland (1987), produzido pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente 
e Desenvolvimento da ONU: desenvolvimento sustentável é aquele que atende às neces-
sidade do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem 
às suas próprias necessidades, isto é, aquele que garante um crescimento econômico 
vigoroso e, ao mesmo tempo, social e ambientalmente sustentável.
Esta concepção de desenvolvimento sustentável é reiterada pela Agenda 21, que se inicia 
com a afirmação da primazia da economia como motor do desenvolvimento sustentável 
e aponta, em seus vários capítulos, a necessidade de um ambiente econômico e interna-
cional ao mesmo tempo dinâmico e propício, de políticas econômicas internas saudáveis, 
da liberalização do comércio e de uma distribuição ótima da produção mundial, sobre a 
base das vantagens comparativas, na perspectiva da lógica e da hegemonia do mercado.
 
Tanto a Comissão Brundtland, quanto a Agenda 21, propõem uma nova relação entre 
Módulo 2 Responsabilidade Social e Ambiental
6
produção, meio ambiente e desenvolvimento econômico inspirada em uma noção de 
sustentabilidade pautada por uma visão econômica dos sistemas biológicos, onde caberia 
ao desenvolvimento econômico apropriar-se dos fluxos tidos como excedentes da natureza 
sem, no entanto, comprometer o “capital natural”. Sua estratégia conjuga crescimento 
econômico com progresso técnico capaz de poupar recursos materiais, mas sem restrição 
aos ritmos da acumulação capitalista. O mercado é apresentado como “o ambiente 
institucional mais favorável à consideração da natureza como capital”, convertendo-se o 
desenvolvimento sustentável, nesta concepção, em um ambientalismo de livre mercado.
Na abordagem mercadológico-ambiental de desenvolvimento sustentável, a palavra-chave 
é a eficiência, e as inovações tecnológicas devem garantir um melhor aproveitamento 
dos recursos naturais e diminuir os efeitos nocivos das atividades produtivas. Embora 
se reconheça a responsabilidade do atual padrão de produção e consumo pela crise 
ambiental, o que se propõe é a relativa redução de consumo de matéria e energia a 
partir da maior eficiência tecnológica. Desta forma “a noção de sociedade sustentável 
ancora-se na redução máxima do desperdício ou poupança de recursos” e a racionalidade 
do sistema, em seu conjunto, implica considerar o desperdício no quadro da produção 
socioeconômica, tendo como noção reguladora o princípio da otimização de recursos ou 
poupança, ou da relação ótima custo-benefício, isto é, a eficiência.
Esta concepção de desenvolvimento sustentável tem, portanto, como princípio norteador, 
o crescimento econômico e a eficiência na lógica do mercado, e seus pressupostos estão 
ancorados na economia política clássica, no liberalismo econômico de Adam Smith, e 
na sua atualização contemporânea, o neoliberalismo de Friedrich August von Hayek. O 
eixo da teoria de Smith (1985) é o crescimento econômico e sua idéia central é a de que 
a riqueza das nações é determinada pelo aumento da produtividade do trabalho, que 
tem origem em mudanças na divisão e especialização do processo de trabalho.
7
Módulo 2 Responsabilidade Social e Ambiental
O crescimento da produtividade do trabalho, que produz um excedente de valor sobre 
seu custo de reprodução, permite o crescimento do estoque de capital (acumulação) e 
amplia o tamanho dos mercados. Para assegurar a prosperidade das nações é preciso 
que haja liberdade dos indivíduos - compreendidos como agentes econômicos - para agir, 
inspirando-se em seus próprios interesses, e essa ordenação natural é mais capaz de 
favorecer a geração da riqueza do que as coordenações artificiais, como as exercidas pelo 
Estado, cujo papel deve ser reduzido ao mínimo. Para Smith (1985), não há antagonismo, 
mas harmonia entre os interesses individuais e o interesse geral, sendo a liberdade na 
procura da riqueza a condição de todo o progresso. Segundo Hayek (1987), o Estado 
regulador do mercado destrói a liberdade dos cidadãos e a competição, sem as quais 
não há prosperidade.
Tudo entendido até aqui?
Concluindo esse primeiro tópico de estudo ....
A análise dos pressupostos que norteiam a concepção de desenvolvimento sustentável 
permite-nos compreender a necessidade do aumento da competição, da maior mobilidade 
de capital, dos processos de acumulação e de alocação de capital, de busca cada vez 
maior de aumento da produtividade do trabalho pelo capital e de eficiência, na dinâmica 
capitalista de geração de valor. Permite-nos compreender, igualmente, que na concepção 
de desenvolvimento sustentável centrada na lógica do capital, o livre mercado é o instru-
mento da alocação eficiente dos recursos planetários e, neste sentido, a relação trabalho 
e meio ambiente está subsumida à supremacia do capital, com sérias conseqüências 
para o mundo do trabalho e para os recursos naturais.
Refletindo o que estudamos
Para aprimorar o conhecimento adquirido nessa aula, sugerimos que você faça uma 
breve reflexão sobre a frase a seguir 
“A reflexão sobre o meio ambiente, com o objetivo de se alcançar o 
desenvolvimento sustentável, exige o estabelecimento de paradigmas que 
alterem a relação homem/natureza verificada desde o período colonial.”
Entre em contato com o Orientador Acadêmico através da Sala do Orientador na sala de aula virtual, 
ou consulte o Quadro Horários de Atendimento presencial ao aluno, disponível no Mural da Lara 
para saber os dias e horários do plantão do Orientador no laboratório de Informática da sua unidade 
UNISUAM.
Dúvidas
Educação Ambiental - www.apoema.com.br/geral.htm
Greenpeace do Brasil - www.greenpeace.org.br
Instituto Ecoar - www.ecoar.org.br
Saiba mais
Módulo 2 Responsabilidade Social e Ambiental
8
Anexo - Atividades Responsabilidade Social
Bloco de notas
e anotações
Este espaço é para você anotar suas observações com relação a 
disciplina estudada.
Importante: Leia todas as orientações passo a passo no “Tutorial do Aluno” de como 
realizar suas Atividades.
Surgimento da 
preocupação com
a sustentabilidade
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Módulo 2 Responsabilidade Social e Ambiental
2
Aula 2 - Alternativas no tratamento 
dos problemas dos recursos naturais, 
do meio ambiente: Preservacionismo e 
Desenvolvimento Sustentável.
Na aula anterior aprendemos sobre a origem e a evolução do termo sustentabilidade, 
vamos dar continuidade nessa aula sobre as alternativas para solucionarmos os pro-
blemas relacionados ao consumo excessivo dos recursos naturais.
 
Ao final do estudo desse tópico você deverá ser capaz de apresentar alternativas para lidar 
com os problemas relacionados ao consumo dos recursos naturais e discutir a importância 
de medidas preservacionista em busca de uma responsabilidade sócio-ambiental.
Não se esqueça que a preservação é a saída para uma melhor qualidade de vida para as 
gerações futuras. Antes de iniciarmos a nossa conversa, pense sobre a seguinte questão:
É possível preservar a natureza e ao mesmo tempo extrair dela os recursos neces-
sários ao desenvolvimento econômico e tecnológico da sociedade?
Pense nisso!
Entretanto, o assunto sustentabilidade e diminuição de 
impactos ambientais deixaram de ser específico a ambien-
talistas; passando a fazer parte da vida organizacional da 
empresa, pois este conceito passou a representar nos dias 
de hoje pré-requisito para que organizações alcancem a 
gestão da qualidade e venham a se manter no mercado 
de forma competitiva. A gestão da qualidade representa o 
aperfeiçoamento contínuo de todas as organizações.
A industrialização mundial 
A industrialização mundial foi o marco do desenvolvimento 
tecnológico e econômico na utilização desenfreada de 
matérias-primas e energia. Todo esse desenvolvimento 
gerou rejeitos resultantes de processos produtivos que 
passaram a ser parte do cenário ambiental, onde seu acú-
mulo no meio ambiente excedeu a capacidade de absorção 
passando, então, a ser considerado como fator poluente em 
caráter global afetando a qualidade e a saúde da sociedade
3
Módulo 2 Responsabilidade Social e Ambiental
Tecnologia e despoluição
http://www.sindipetro.org.br/extra/cartilha-cut/17tecnologia.htm
Saiba mais
Resíduo Impacto
Tintas, pigmentos e solventes Quando feitos a base de chumbo, mercúrio ou cádmio, e solventes orgânicos, descartados no lixo poluem a água e os alimentos.
Embalagens contento resíduos de pesticidas Sob a ação da chuva poluem o solo, as águas superficiais e subterrâneas e introduzem-se na cadeia alimentar.
Pilhas e baterias
Liberam metais pesados poluindo o solo, os cursos d’água e os lençóis 
freáticos, afetando a flora e a fauna das regiões circunvizinhas e 
atingindo o homem pela cadeia alimentar.
Tab. 1: Resíduos e seu impacto no meio ambiente Fonte: Eigenher, Emílio (2000)
O setor industrial, por ser o que mais provoca danos ao meio 
ambiente – seja devido ao seu processo produtivo, seja pela 
fabricação de produtos poluentes e sua disposição final após 
a utilização –, é considerado um dos maiores facilitadores 
da degradação ambiental, mas nos dias atuais as indústrias 
também passaram a possibilitar maior eficiência na utilização 
de recursos naturais e na substituição parcial de insumos no 
processo produtivo. Dessa forma, quando o desenvolvimento 
tecnológico segue em direção a um padrão de produção que não 
seja significativamente agressivo ao meio ambiente, passa a ser 
considerado uma solução parcial do problema em questão.
Em outras palavras: é necessário para a sociedade o desenvolvi-
mento tecnológico, por ser o condutor do crescimento econômico, 
mas o desenvolvimento tecnológico deve ser trabalhado de forma 
mais limpa, a fim de conseguir sustentabilidade ambiental, pois 
se deve ter sempre em mente que os recursos naturais devem servir às gerações atuais 
e vindouras e que os níveis de poluição têm que ser reduzidos, independentemente do 
aumento da produção.
Módulo 2 Responsabilidade Social e Ambiental
4
Continuando ...
Rejeitos Industriais
Os rejeitos industriais representam desperdício econômico, por serem passíveis de 
reaproveitamento. Essa concepção é firmada por vários ambientalistas, que também 
consideram esses rejeitos como desperdício e um indício da ineficiência dos processos 
produtivos realizados, o que na maioria das vezes gera perda de matérias-primas e 
insumos. Na industrialização, devido ao fato de os princípios da qualidade e da eficiência 
inexistirem, a quantidade de rejeito é maior por não se reaproveitar em outro processo 
produtivo e pelo uso desenfreado da matéria-prima.
Quando esses princípios são considerados no processo de industrialização, a qualidade 
e a eficiência resultam na diminuição desses rejeitos e na consciência da utilização 
de matéria-prima. Reforçando essa ideia, Mello (2008) apresenta princípios a serem 
considerados no processo produtivo e seus benefícios:
Foco no Cliente – Propicia a formulação de estratégias e políticas internas 
em relação ao relacionamento com os clientes; se adéqua as necessidades 
do cliente e suas expectativas. 
Liderança – Delega-se poder e envolve pessoas nos objetivos organiza-
cionais e motiva e capacita a força de trabalho. 
 
Envolvimento das pessoas – contribui para a melhoria das estratégias e 
envolve os funcionários em decisões e processos de melhoria. 
 
Abordagem de processo – Melhora o uso das matérias-prima resultando 
num custo mais baixo e previne erros. 
 
Abordagem sistêmica – permiti uma visão da eficácia de processos 
identificando as causas de problemas e possíveis ações de melhoria. 
 
Melhoria contínua – Proporciona a melhoria dos processos, sistemas e 
produtos.
Abordagem para a tomada de decisão – Consolida as informações de 
forma a compreensão dos processos e sistemas no intuito de orientar 
as melhorias e prevenir futuros problemas.
À medida que organizações vão aderindo aos princípios da qualidade, cria-se uma con-
vergência de interesses técnicos, econômicos e comerciais que fará com que organizações 
reduzam a geração de poluentes, tornando-se mais eficientes.
O desenvolvimento econômico atrelado à manutenção do meio ambiente está associado 
à sustentabilidade, o que, nos tempos atuais, tornou-se fator competitivo entre as 
5
Módulo 2 Responsabilidade Social e Ambiental
organizações, devido à procura da população por produtos que satisfaçam sua ne-
cessidade mas que não agridam o meio ambiente. Por isso é fundamental entender o 
comportamento do consumidor e suas necessidades, para poder satisfazê-las.
Para que o crescimento econômico venha a ser contínuo, com distribuição igualitária 
dos benefícios resultantes e para que siga em direção ao desenvolvimento sustentável, 
se faz necessária uma mudança no atual padrão tecnológico, de forma a diminuir a 
degradação existente. Isso não significa que devemos terminar com as indústrias e seu 
processo de industrialização, mas primar por um desenvolvimento de forma sustentável, 
visto que esse é o resultado dos elevados índices de consumismo criado pela sociedade, 
que se agravam cada vez mais com o seu crescimento.
É importante lembrar!
Não há como atingir o desenvolvimento sustentável se os processos produtivos e o 
consumismo por parte da sociedade não sofrerem modificações, pois consumidores 
que não dão a devida importância ao consumo consciente representam enorme 
ameaça, por provocarem um impacto significativo no meio ambiente. Atualmente, 
acredita-se que as necessidades e expectativas da sociedade devem ser conjuntas, 
com forte campanha para a mudança de conceitos.
À medida que a preocupação com a matéria-prima cresce, ou seja, a partir do momento em 
que a preservação do meio ambiente se tornou preocupação mundial, conseqüentemente 
tornou-se também o diferencial entre uma organização e outra; este diferencial passou 
a ser uma oportunidade de negócio.
Aprocura por produtos que além de oferecer qualidade sejam também provenientes de 
organizações que estejam comprometidas com o meio ambiente aumentou. No caso o 
preço do produto deixou de ser o único fator estimulador da compra
Motivação da compra Porcentagem
Investimento no meio ambiente 42%
Sem critério 30%
Promoções em ações sociais 28%
Tab. 2: Comprometimento dos consumidores Fonte: Tigueiro (2005)
Como você pode observar, esta tabela mostra que há aumento significativo na procura 
por produtos oriundos de empresas que investem no meio ambiente e em ações sociais. 
Essa concepção está recebendo a adesão de algumas organizações que perceberam essa 
demanda no atual mercado, não se preocupando somente com preço, mas também com 
o bem-estar da sociedade como um todo. Ou seja, a organização que se preocupa com 
o meio ambiente acredita que passa a reduzir seu potencial de impacto, de forma a até 
mesmo levar em consideração a forma como é a colheita da matéria-prima utilizada.
Módulo 2 Responsabilidade Social e Ambiental
6
Nesse caso, a utilização de processos, práticas e produtos que proporcione a redução ou 
o controle da poluição produzida pela organização resulta em um diferencial competitivo 
em relação às demais. É extremamente vital para as organizações nos dias de hoje 
reconhecer que a gestão ambiental funciona como uma questão estratégica no que 
depende da capacidade de responder às expectativas, interesses e necessidades dos 
clientes e de outros detentores de interesses.
Pois bem ...
Com a realização da Conferência das Nações Unidas em Estocolmo, em 1972, a relação 
entre o meio ambiente e as organizações empresariais tornou-se um tema político 
e estratégico. Esta conferência propiciou a criação do Programa das Nações Unidas 
para o Meio Ambiente (Pnuma) e a criação da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente 
e Desenvolvimento. O relatório resultante desta comissão consagrou a expressão 
desenvolvimento sustentável e estabeleceu o papel importante das empresas na gestão 
ambiental. Estas, em particular as indústrias, revelaram-se grandes propulsores da 
degradação ambiental na atualidade
A gestão ambiental está diretamente voltada às organizações; é definida como um 
conjunto de políticas, programas e práticas administrativas e operacionais que levam 
em consideração a saúde e a segurança das pessoas e a proteção do meio ambiente, pela 
eliminação ou minimização dos impactos e danos ambientais causados pelas empresas. 
Por isso, Valle (2002) define gestão ambiental como um conjunto de medidas e métodos 
bem alicerçados que, quando aplicados, promovem a redução e o controle dos impactos 
produzidos por um empreendimento sobre o meio ambiente, que levam em consideração 
a origem e a forma com que se é providenciada a matéria-prima até a eliminação efetiva 
dos resíduos gerados. Gestão ambiental é o reflexo do somatório de aspectos da função 
social, econômica e ambiental, por arquitetar a orientação da proteção física, psíquica, 
social e econômica do ser humano, ou seja, harmoniza a economia e o meio ambiente.
É importante lembrar!
A partir do momento que a gestão ambiental passou a ser mais bem entendida em 
decorrência de seus resultados, passou-se a pensar mais em termos de ecossistemas 
e ecorregiões. O ambiente passou a ser encarado de forma sistemática e a gestão 
ambiental passou a ser vista como questão de natureza estratégica.
A gestão ambiental deve ter como pilar o comprometimento da alta direção da empresa, 
que a definirá de forma clara e objetiva, norteando suas atividades em relação ao meio 
ambiente, e se torna um compromisso assumido perante a sociedade, categorizando 
suas intenções e princípios com relação ao seu desempenho ambiental.
Quando as empresas se dirigem para os mercados internacionais, reconhecem a 
importância da gestão ambiental e a sustentabilidade envolvida nesse processo de 
aceitação, encontrando formas de administrar essas questões e passando a definir os 
passos estratégicos para chegar ao desenvolvimento sustentável
1) Estratégia baseada em artifícios – a organização encerra suas 
atividades naquele local e se instala em outra região em que o controle 
ambiental seja menos rigoroso.
2) Estratégia baseada em respostas – a organização responde aos 
7
Módulo 2 Responsabilidade Social e Ambiental
incidentes e regulamentações ambientais que venham a ser cobrados. 
Não possui nenhum programa preventivo que administre ou que 
identifique as questões ambientais envolvidas; simplesmente paga pelo 
dano causado.
3) Estratégia baseada na conformidade – a organização possui um 
programa que identifica os requisitos regulatórios; implanta medidas 
que satisfaçam os requisitos regulatórios, controlando os riscos e a 
responsabilidade de acordo com a lei.
 
4) Estratégia baseada na gestão ambiental – a organização mantém 
gerenciamento sistemático de suas atividades em relação às questões 
ambientais, o que é encarado como investimento e forma de reduzir o 
custo nas operações e aumentar sua receita.
5) Estratégia baseada na prevenção da poluição – em todas as atividades 
exercidas pela empresa existe a preocupação com o fator poluidor e seu 
impacto.
 
6) Estratégia baseada no desenvolvimento sustentável – a organização se 
preocupa com os impactos sociais, ambientais e econômicos ocasionados 
por suas atividades.
Podemos verificar, nesses seis passos estratégicos, que houve evolução nas atitudes 
organizacionais em relação ao meio ambiente. As estratégias possuem um inicio de 
despreocupação com a questão ambiental, seguindo para o conceito de que o ambiente 
é um custo indesejável e culminando no conceito de que o ambiente passou a ser fonte 
de renda e vantagem competitiva; as questões ambientais passaram a ser vistas como 
responsabilidade social, moral e ética.
A implantação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) resultante da política ambiental 
adotada pela organização deve ter como um de seus objetivos o aperfeiçoamento contínuo 
de suas atividades em harmonia com o meio ambiente; este é o primeiro passo para a 
certificação da organização nas normas da série ISO 14000.
Após essa discussão sobre as estratégias encontradas para melhor exploração dos 
recursos ambientais, vale à pena parar e fazer uma reflexão sobre o efetivo cumprimento 
dessas propostas. 
Para tal, solicitamos que você realize uma pesquisa e levante informações sobre empresas 
que já estão colocando em prática tais estratégias e estabeleça um comparativo entre 
os lucros antes e depois da implantação dessas estratégias. Na pesquisa, faça um 
levantamento de no mínimo três empresas e amplie seus conhecimentos sobre o assunto.
Bom trabalho! Esperamos uma pesquisa bem elaborada e com olhar crítico sobre essas 
questões.
Módulo 2 Responsabilidade Social e Ambiental
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Dúvidas
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os exercícios online.
Saiba que essa atividade soma ponto com a Prova Online na A1
Exercícios
Portal da Sustentabilidade
http://www.sustentabilidade.org.br/
GPEA Grupo pesquisador em educação ambiental
http://www.ufmt.br/gpea/sites_amb.htm
As mediações entre o ambiental e a noção de sustentabilidade
www.espacoacademico.com.br/029/29cruscheinsky.htm
Educação Ambiental e desenvolvimento sustentável
www.ufmt.br/revista/arquivo/rev10/educacao_ambiental_e_desenvolvim.html
Saiba mais
Anexo - Atividades Responsabilidade Social
Bloco de notas
e anotações
Este espaço é para você anotar suas observações com relaçãoa 
disciplina estudada.
Importante: Leia todas as orientações passo a passo no “Tutorial do Aluno” de como 
realizar suas Atividades.
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o de sustentabilidade: 
Surgimento da 
preocupação com
a sustentabilidade
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Aula 3 - Ampliação do conceito de 
sustentabilidade: Sustentabilidade 
Ambiental e Social 
Vamos começar esse tópico refletindo sobre algumas questões: qual a relação entre 
sustentabilidade ecológica e sustentabilidade social? Que dificuldades podem existir 
para estabelecer a integração entre sustentabilidade ambiental e social?
Enfim, após refletir sobre essas questões, damos início à nossa terceira aula; nela o con-
ceito de sustentabilidade será ampliado, contemplando os aspectos ambientais e sociais. 
A sua dedicação e empenho na leitura serão fundamentais para o melhor entendimento 
dessa relação. Para tornar mais didático esse processo, optamos por estabelecer a relação 
entre uma região de floresta e a sociedade que atua sobre esse espaço.
Qualquer análise da sustentabilidade, seja qual for a perspectiva teórica, requer 
estabelecer as inter-relações entre a sociedade humana e o mundo circundante. Um 
primeiro nível de análise deve ser, então, a relação entre o espaço em estudo – com 
suas características físico-naturais – e a sociedade que atua sobre tal espaço, com suas 
características econômicas, demográficas e sociais.
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Para facilitar essa relação, vamos analisar um ecossistema 
caracterizado por mata atlântica. Esse ecossistema é de 
topografia variável, relevo montanhoso, planícies aluviais 
e bancos de areia. Predominam os solos com baixa aptidão 
agrícola, devido às limitações topográficas, à baixa fertili-
dade natural e ao encharcamento do solo característicos 
do litoral. O clima predominante é o tropical, super úmido, 
com verões quentes, temperaturas médias anuais de 22ºC 
e precipitações elevadas – média de 2.365mm anuais em 
207 dias de chuva.
A vegetação é de floresta pluvial, densa, composta por 
várias espécies de árvores e arbustos. Nessa região é signi-
ficativa uma espécie de palmeira, pela grande dispersão e 
importância econômica. Outras formações de importância 
econômica são os manguezais. Essa região, porém, 
representa só 5% do que esse sistema era um século atrás. Ainda assim, permanece 
relativamente isolada, se comparada com outras áreas da costa brasileira. E isso se deve 
a uma simples razão: trata-se de uma zona sem praias, onde o mangue cobre a costa, 
diferentemente de áreas onde as praias condicionaram a ocupação de tipo turístico.
Portanto, o isolamento se dá porque: 
a) não há estrada totalmente asfaltada;
b) o transporte de mercadorias e pessoas predominou e ainda ocorre, em grande medida, 
por via fluvial;
c) a densidade demográfica não tem justificado maiores investimentos em infraestrutura. 
A perspectiva comparativa entre regiões naturais deve ser 
sempre o ponto de partida da análise da sustentabilidade, 
já que a ocupação de um ambiente é, por natureza, 
desigual e relativa. Ao mesmo tempo, permite destacar 
os elementos e as restrições determinantes do tipo de 
ocupação de outros, geralmente acessórios. Neste caso, 
por exemplo, as restrições impostas pelas baías de mangue 
determinaram historicamente o tipo de ocupação.
Essa distinção não poderia ser percebida ao se analisar 
a região em si mesma. Por certo outros fatores naturais – 
como a topografia – ou de ordem histórico-política – como 
o atraso relativo do desenvolvimento do capitalismo dessa 
região quando comparado com regiões vizinhas – também 
explicam seu isolamento relativo. Mas a especificidade 
desse local aqui estudado só pode ser explicada pela negativa: a inexistência de praias.
Em comparação, regiões com praias têm forte ocupação costeira, o que marca uma 
diferença substancial. Após tecer essa comparação entre regiões, você deve estar se 
perguntando: que fatores são determinantes para a ocupação e consequente alteração 
no ambiente natural?
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Indo um pouco além, podemos ainda questionar a relação entre o social e o ambiental, 
ou seja, entre aspectos econômicos e culturais e a velocidade de ocupação e degradação 
de uma dada região natural.
Analisadas essas condições naturais ou restrições (mangue e ausência de praias), todos 
os outros determinantes da viabilidade da região estão marcados pela sustentabilidade 
social. Aqui estamos utilizando o conceito de sustentabilidade social em sentido amplo, 
incluindo os aspectos econômicos. Qualquer sistema de produção implica a combinação 
de uma forma de organização social da produção, com um nível de desenvolvimento 
tecnológico determinado, junto a uma base natural dada.
Neste caso, o primeiro elemento a se destacar é que na região o ecossistema de floresta 
atlântica nunca foi arrasado, não se implantou um sistema de produção que, ao estilo da 
indústria urbana ou agrícola mecanizada, transformasse na raiz as condições naturais. 
Ao contrário, os diferentes sistemas de produção se incorporaram marginalmente em 
termos de espaço ocupado e de impacto, ocasionando que foram ocupados espaços e 
causados impactos significativos.
Toda aplicação de trabalho sobre o ecossistema tem como consequência a modificação 
do grau de fertilidade do solo. Mas é necessário distinguir a fertilidade natural, resultado 
dos nutrientes do solo, sua topografia, clima etc., da ''fertilidade'' econômica. 
Nesta, além dos fatores naturais, intervêm a tecnologia, a organização, a 
infraestrutura e a localização frente aos mercados.
 Na medida em que os investimentos de capital são cada vez mais significa-
tivos, a fertilidade natural dá vez a que os investimentos de capital sejam 
determinantes do resultado econômico. O atraso relativo dos investimentos 
em capital fez com que os sucessivos ciclos de produtos – como cana-de-
açúcar, arroz, café, banana e mandioca – não tivessem êxito, porque não 
podem competir com outras regiões onde a fertilidade econômica – e não 
só a natural – é maior.
Uma vez contemplado o nível relativo de desenvolvimento da produtividade 
do trabalho, é necessário determinar a forma de produção à qual a susten-
tabilidade se refere. Essa distinção é da maior importância. Uma fábrica, 
por exemplo, pode dar lucro a seu dono e manter um sistema de produção 
relativamente limpo, com pouca degradação do meio ambiente. Nesse 
sentido, pode ser considerada sustentável tanto para – como por – seu dono 
e pela sociedade em seu conjunto. Porém, é possível que os trabalhadores 
da dita fábrica não achem que sua relação salarial seja sustentável; dessa 
maneira, a análise da sustentabilidade deve ser explícita com relação ao sujeito do qual 
está tratando.
Insustentabilidade
A insustentabilidade de certa região não se dá, de nenhuma maneira, por um problema 
ecológico, de baixa fertibilidade natural nem por dificuldades de acesso à terra. Tampouco 
a causa pode ser atribuída exclusiva ou majoritariamente à legislação ambiental e a seu 
impacto nas práticas econômicas. Isso não significa negar o papel da legislação, a qual 
tem importância como maior regimento das questões ambientais.
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A causa da insustentabilidade está no mercado, na competitividade frente a outras 
regiões, para não falar da competitividade dos mercados internacionais, que também 
se fez sentir. O fato de que a causa da insustentabilidade esteja no mercado leva-nos a 
refletir sobre a proposta desta aula, ou seja, a relação entre sustentabilidade ambiental 
e sustentabilidade social. É impossível pensar a sustentabilidade no nível local diante 
de produtores integrados a um mercadoque os torna sujeitos a dinâmicas de preços 
regulados em nível regional e até mundial.
No entanto, ao pensarmos em termos exclusivamente naturais, vemos que a competi-
tividade mercantil, cujos elementos afetam diretamente a sustentabilidade social, é a 
causa dos impactos ambientais que dificultam a sustentabilidade do ecossistema. Isso 
é claro em vários casos de produtos naturais, que passam a ser praticamente o único 
produto com preço competitivo, razão pela qual os habitantes de uma região eliminam 
sistematicamente as árvores que os produzem; isso acontece claramente no caso da 
banana, do gengibre ou de sistemas emergentes, como o do palmito.
A competitividade mercantil obriga à introdução de tecnologias que podem afetar a 
sustentabilidade ecológica, como os herbicidas, que têm e poderão ter – na medida 
de seu incremento – mais efeitos secundários, com impactos potenciais sobre os 
ecossistemas aquáticos. O mesmo ocorre com os sistemas especulativos, como a 
criação de búfalos, que causa comprovados impactos ao ecossistema (desflorestação) 
e ao solo (compactação/erosão).
De toda forma, no que se refere à sustentabilidade ambiental, cabem duas ressalvas 
importantes.
Duas ressalvas importantes. 
 1ª - com relação ao produto a ser explorado. Ainda que saibamos que o recurso é afetado, 
não sabemos qual é o efeito sobre o sistema global (ecossistema de floresta atlântica, 
como no nosso exemplo anterior). Este é claramente um caso de perda específica de 
biodiversidade. Mas essa perda de biodiversidade é suficientemente importante para 
afetar o ecossistema como um todo? Isto é difícil de estabelecer. Ademais, a perda de 
biodiversidade, seu nível e seu impacto nos ecossistemas é ainda uma incerteza. Pare 
neste momento da aula e reflita sobre essa questão.
2ª - quando se refere à área ocupada. Quando se analisa o impacto ambiental da 
agricultura sobre a vegetação, observa-se que há alterações nessa paisagem natural. 
Além dessa constatação, vale lembrar ser discutível que o desmate/queima em áreas 
agrícolas afete a biodiversidade e, por conseguinte, o funcionamento dos ecossistemas. 
Ao contrário, há indícios de que essa atividade, se adequadamente praticada, pode 
incrementar a biodiversidade e contribuir para um maior grau de sustentabilidade dos 
sistemas agrícolas. 
Nesse sentido, os seres humanos estabelecem relações sociais e, por meio delas, atribuem 
significados à natureza (econômico, estético, sagrado, lúdico, econômico-estético etc.). 
Agindo sobre ela (a natureza), instituem práticas e, alterando suas propriedades, garantem 
a reprodução social de sua existência. Essas relações (dos seres humanos entre si e 
com o meio físico natural) ocorrem nas diferentes esferas da vida societária (econômica, 
política, religiosa, científica, jurídica, afetiva, étnica etc.) e assumem características 
específicas decorrentes do contexto social e histórico em que acontecem. Portanto, são 
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as relações sociais que explicam as múltiplas e diversificadas práticas de apropriação e 
uso dos recursos ambientais (inclusive a atribuição de significado econômico).
A existência de determinado risco ou dano ambiental (poluição do ar, contaminação 
hídrica, pesca predatória, aterramento de manguezais, emissões radiativas etc.), para 
ser compreendida em sua totalidade, deve ser analisada a partir da inter-relação de 
aspectos que qualificam as relações na sociedade (econômicas, sociais, políticas, éticas, 
afetivas, culturais, jurídicas etc.) com os aspectos próprios do meio físico-natural. Tudo 
isso sem perder de vista que outras ações sobre o meio físico natural podem gerar novas 
consequências sobre o meio social.
Assim, as decisões tomadas no meio social é que definem as alterações do meio físico-
natural. Desse modo, a problemática ambiental coloca a questão do ato de conhecer 
como fundamental para praticar a gestão ambiental. Por sua 
complexidade, a questão ambiental não pode ser compreendida 
segundo a ótica de uma única ciência. A questão ambiental 
convoca diversos campos do saber a depor. A questão ambiental, 
na verdade, diz respeito ao modo como a sociedade se relaciona 
com a natureza. Nela estão implicadas as relações sociais e as 
complexas relações entre o mundo físico-químico e orgânico. 
Nenhuma área do conhecimento específico tem competência para 
decidir sobre ela, embora muitas tenham o que dizer.
A necessidade que a problemática ambiental coloca, de buscar 
um outro modo de conhecer, que supere o olhar fragmentado 
sobre o mundo real, coloca também o desafio de se organizar 
uma prática educativa em que o ato pedagógico seja um ato de 
construção do conhecimento sobre este mundo, fundamentado 
na unidade dialética entre teoria e prática. Portanto, o reconhecimento da complexidade 
do conhecer implica assumir a complexidade do aprender.
Vamos em frente?
Historicamente, os seres humanos estabelecem relações sociais e, por meio delas, 
atribuem significados à natureza. Agindo sobre o meio físico-natural, instituem práticas; 
alterando suas propriedades, garantem a reprodução social de sua existência. Essas 
relações (dos seres humanos entre si e com o meio físico-natural) ocorrem nas diferentes 
esferas da vida societária (econômica, política, religiosa, jurídica, afetiva, étnica etc.) e 
assumem características específicas decorrentes do contexto social e histórico em que 
acontecem. Portanto, são as relações sociais que explicam as múltiplas e diversificadas 
práticas de apropriação e uso dos recursos ambientais (inclusive a atribuição desse 
significado eminentemente econômico).
No Brasil, em virtude do estabelecido na Constituição Federal, cabe ao Poder Público 
ordenar essas práticas, promovendo o que se denomina gestão ambiental pública. O Poder 
Público, como principal mediador desse processo, é detentor de poderes estabelecidos 
na legislação que lhe permitem promover desde o ordenamento e controle do uso dos 
recursos ambientais, inclusive articulando instrumentos de comando e controle com 
instrumentos econômicos, até a reparação e mesmo a prisão de indivíduos responsa-
bilizados por práticas causadoras de danos ambientais. Nesse sentido, o Poder Público 
estabelece padrões de qualidade ambiental, avalia impactos ambientais, licencia e revisa 
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atividades efetiva e potencialmente poluidoras, disciplina a ocupação do território e o 
uso de recursos naturais, cria e gerencia áreas protegidas, obriga a recuperação do dano 
ambiental pelo agente causador e promove o monitoramento, a fiscalização, a pesquisa, a 
educação ambiental e outras ações necessárias ao cumprimento da sua função mediadora.
Por outro lado, observa-se, no Brasil, que o poder de decidir e intervir para transformar o 
ambiente, seja ele físico-natural ou construído, e os benefícios e custos dele decorrentes 
estão distribuídos, social e geograficamente, de modo assimétrico. Por serem detentores 
de poder econômico ou de poderes outorgados pela sociedade, determinados grupos 
sociais possuem, por meio de suas ações, capacidade variada de influenciar direta ou 
indiretamente na transformação (de modo positivo ou negativo) da qualidade do meio 
ambiente.
Para finalizar este tópico, propomos que você faça um levantamento sobre no mínimo 
três regiões do Brasil que sofreram alterações em suas paisagens naturais devido à 
implantação de alguma atividade econômica. Não se esqueça de relacionar a atividade 
econômica e as alterações físicas e naturais dos ambientes estudados. Essa pesquisa 
contribuirá para enriquecer seus conhecimentos.
Bom estudo!
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Exercício
Ampliando o conceito de sustentabilidade
http://www.blogbrasil.com.br/conceito-de-sustentabilidade/
A importância da Educação Ambiental
http://www.atitudessustentaveis.com.br/conscientizacao/a-importancia-da-educacao-ambiental-
sustentabilidade/
Educação Ambiental 
www.peld.uem.br/Relat2001/pdf/educacao_ambiental.PDF
Desenvolvimento sustentável( legendado)
www.storyofstuff.com/international
Meio ambiente: retratos do Brasil ( vídeo)
http://www.estadao.com.br/especiais/meio-ambiente-e-as-cidades,40465.htm
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Bloco de notas
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Este espaço é para você anotar suas observações com relação a 
disciplina estudada.
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realizar suas Atividades.

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