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ROTEIRO PATOLOGIA GERAL DAS INFECCIOSAS

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS
ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
COORDENAÇÃO DE MEDICINA
DISCIPLINA DE PATOLOGIA GERAL
Acadêmica: Silvia de Oliveira Moraes
ROTEIRO DE ESTUDO SOBRE PATOLOGIA GERAL DAS DOENÇAS INFECCIOSAS
O que são príons? Qual a principal doença humana relacionada? E qual a patogenia?
Príons são compostos de formas anormais de uma proteína do hospedeiro, denominada de proteína príon (PrP). Uma variante da doença de Creutzfeldt-Jakob (conhecida como doença da vaca louca), provavelmente transmitida a humanos por bovinos infectados por BSE. Os principais sintomas desta variação da doença de Creutzeldt-Jakob são alterações comportamentais, alucinações, perda de memória, convulsões, dificuldades locomotoras e outros distúrbios neurológicos. O diagnóstico, geralmente, é feito através de exames do líquido cefalorraquidiano, ressonâncias eletromagnéticas do cérebro e biópsias de tecidos do sistema nervoso central.
O que são vírus? Qual a composição e como são classificados?
Os vírus são parasitos intracelulares obrigatórios que dependem da maquinaria metabólica da célula do hospedeiro para sua replicação. Eles consistem em um genoma ácido nucleico circundado por um envelope de proteína (denominado capsídeo) que é algumas vezes delimitado por uma membrana lipídica. 
Os vírus são classificados pelo seu genoma de ácido nucleico (DNA ou RNA, mas não ambos), o formato do capsídeo (icosaédrico ou helicoidal), a presença ou ausência de um envelope lipídico, seu modo de replicação (denominado tropismo), ou tipo de condição patológica.
 Quais as principais características morfológicas que as células infectadas por vírus apresentam? Cite exemplos.
Algumas partículas virais se agregam no interior das células que elas infectam, formando corpos de inclusão característicos, os quais podem ser vistos ao microscópio óptico e são úteis para o diagnóstico. Por exemplo, as células infectadas por citomegalovírus (CMV) são maiores e demonstram uma inclusão nuclear eosinofílica grande e inclusões citoplasmáticas basofílicas menores; os herpesvírus formam uma inclusão nuclear grande circundada por um halo claro; e tanto o vírus da catapora quanto o da raiva formam inclusões citoplasmáticas características.
Cite exemplos de infecções virais transitórias, persistentes e que geram transformação maligna.
Sarampo, Caxumba, Infecção por poliovírus, Vírus do oeste do Nilo, Febres hemorrágicas virais. 
Elabore um quadro com exemplos de patógenos e doenças virais divididos por sistemas de órgãos. Exemplo: Sistema Respiratório – Vírus Sincicial Respiratório – Pneumonia.
	Sistema de órgãos
	Patógeno
	Doença
	
Respiratório
	
Rinovírus
	Infecção do trato respiratório superior
	
Digestivo
	
Rotavírus
	
Gastroenterite infantil
	
Sistêmico com erupções cutâneas
	
Vírus do sarampo
	
Sarampo (rubéola)
	Sistêmico com desordens hematopoiéticas
	
Vírus Epstein-Barr
	Mononucleose infecciosa
	
Arbovírus e febres hemorrágicas
	
Vírus da dengue 1-4
	Febre da dengue hemorrágica
	
Verrugas cutâneas/genitais
	
Papilomavírus
	Condiloma; carcinoma cervical
	
Sistema nervoso central
	
Poliovírus
	Leucoencefalopatia multifocal progressiva (oportunista)
O que são bactérias? Quais as principais características morfológicas e fisiológicas?
As bactérias são procariontes, o que significa que elas possuem uma membrana celular, mas não possuem núcleo delimitado por membrana e outras organelas envoltas por membrana. A maioria das bactérias está envolta por uma parede celular consistindo em peptidoglicano, um polímero de longas cadeias de açúcar ligadas por pontes peptídicas. Muitas bactérias possuem flagelos, filamentos helicoidais alongados se estendendo da superfície celular, que permitem a movimentação da bactéria. A maioria das bactérias sintetiza seu próprio DNA, RNA, e proteínas, mas dependem do hospedeiro para condições favoráveis de crescimento.
Diferencie o que são bactérias gram-positivas e gram-negativas e a relevância de se diferenciar estas duas categorias.
As bactérias Gram-positivas tem uma parede espessa circundando a membrana celular, a qual retém uma coloração cristal-violeta. As bactérias Gram-negativas tem uma parede celular fina localizada entre duas membranas de bicamadas fosfolipídicas.
A técnica de coloração das bactérias ajuda a reconhecer as características de cada caso de infecção e determinar os tratamentos mais convenientes. Cerca de 90 a 95% das bactérias Gram-negativas são patogênicas e muitas Gram-positivas são não patogênicas e algumas, inclusive, são úteis. As paredes mais complexas das bactérias Gram-negativas as tornam mais resistentes e dificultam que os antibióticos e outros medicamentos adentrem em seu interior. Além disso, as bactérias Gram-negativas geralmente são mais ameaçadoras do que as Gram-positivas por terem uma maior virulência e serem ou se tornarem mais facilmente resistentes aos antibióticos.
O que são Clamydia e Rickettsia? Cite exemplos comuns de doenças relacionadas aos patógenos.
A Clamydia trachomatis é uma bactéria Gram-negativa pequena que é um parasito intracelular obrigatório. As várias doenças causadas pela infecção por C. trachomatis estão associadas a diferentes sorotipos da bactéria: infecções urogenitais e conjuntivite de inclusão (sorotipos L1, L2 e L3), e uma infecção ocular de crianças, tracoma (sorotipos A, B e C). A infecção genital por C. trachomatis é a doença bacteriana sexualmente transmissível mais comum no mundo.
Membros da ordem Rickettsiales são bactérias intracelulares obrigatórias transmitidas por vetores que causam tifo epidêmico (Rickettsia prowazekii), tifo rural (Orienta tsutsugamushi), e febres maculosas (Rickettsia rickettsii e outras). As riquétsias que causam tifo e febres maculosas predominantemente infectam células endoteliais vasculares, especialmente aquelas dos pulmões e cérebro.
Elabore um quadro com as principais categorias clínica/microbiológica das doenças bacterianas mais frequentes e espécies associadas. Exemplo: Infecções por treponemas – Treponema pallidum – Sífilis.
	Categoria clínica/microbiológica
	
Espécies
	Apresentações frequentes da doença
	
Infecções por cocos piogênicos
	
Streptococcus pyogenes
	Faringite, erisipelas, escarlatina
	
Infecções por Gram-negativos
	
Bacteroides spp. (B. fragilis)
	
Infecção anaeróbica
	
Doenças bacterianas contagiosas da infância
	
Haemophilus influenzae
	Meningite, infecções dos tratos respiratórios inferior e superior
	
Infecções entéricas
	
E. coli enteropatogênica
	
Gastroenterocolite invasiva ou não invasiva
	
Infecções por clostrídios
	
Clostridium tetani
	
Tétano (tetania)
	
Infecções bacterianas zoonóticas
	
Bacillus anthracis
Yersinia pestis
	
Antraz
Peste bubônica
	
Infecções humanas por treponemas
	
Treponema pallidum
	
Sífilis
	
Infecções por microbactérias
	
Mycobacterium tuberculosis
M. leprae
	
Tuberculose
Lepra
	
Actinomicetaceae
	
Nocardia asteroides
	
Nocardiose
O que são fungos e quais suas principais características morfológicas?
Os fungos são eucariontes que possuem paredes celulares espessas contendo quitina e membranas celulares contendo ergosterol. Os fungos podem crescer tanto como leveduras arredondadas quanto como hifas filamentosas delgadas. As hifas podem ser septadas (com paredes celulares separando células individuais) ou asseptadas, o que é uma importante característica de distinção no material clínico. Alguns dos fungos patogênicos mais importantes apresentam dimorfismo térmico; isto é, eles crescem na forma de hifas à temperatura ambiente, mas na forma de levedura à temperatura corporal. Os fungos podem produzir esporos sexuados, ou mais comumente, esporos assexuados denominados conídios.
Fungos podem causar infecções superficiais e profundas. Discorra sobre o que isso representa e cite exemplos de doenças relacionadas às duas formas de apresentação.
As infecções superficiais envolvem a pele, o cabeloe as unhas e podem causar doenças como o “pé de atleta” (tinea pedis). Mas certas espécies de fungo invadem o tecido subcutâneo, causando abcessos ou granulomas, por exemplo, esporotricose e micoses tropicais.
Infecções fúngicas profundas podem se disseminar sistemicamente e invadir tecidos, destruindo órgãos vitais em hospedeiros imunocomprometidos, mas usualmente se curam ou permanecem latentes em hospedeiros normais sob os demais aspectos, causam doenças como a candidíase (Candida).
Qual a diferença entre espécies endêmicas e oportunistas. Cite exemplos.
As infecções endêmicas causadas por fungos ocorrem em determinadas áreas geográficas como o Histoplasma no Vale do Rio Ohio. Já os fungos oportunistas são organismos onipresentes, que tanto colonizam indivíduos como são encontrados em fontes ambientais, alguns exemplos são Aspergillus, Mucor e Cryptococus. 
O que são protozoários? Como se reproduzem?
Os protozoários parasitos são eucariontes unicelulares e são a principal causa de doença e morte em países em desenvolvimento. Eles podem se reproduzir intracelularmente no interior de uma variedade de células ou extracelularmente no sistema urogenital, intestino ou sangue.
Elabore um quadro com exemplos de protozoários, morfologia, forma de transmissão/infecção.
	Localização
	Espécie
	Morfologia
	Transmissão/infecção
	
Luminal ou epitelial
	
Entamoeba 
histolytica
	Trofozoíto (forma vegetativa), cisto (forma de resistência), pré-cisto (forma entre trofozoíto e cisto) e metacisto (forma que dá origem ao trofozoíto).
	
Via fecal-oral por cisto maduro
	
Sistema nervoso central
	
Acanthamoeba sp.
	
Formas cística e a trofozoíta.
	
Na corrente sanguínea pelo sistema respiratório ou através de ferida na pele
	
Corrente sanguínea
	
Plasmodium sp.
	Trofozoíto maduro, Rosácea, Macrogametócito, Ovo
	Anopheles injeta os parasitas encontrados em sua saliva na corrente sanguínea humana
	
Intracelular
	
Trypanosoma cruzi
	Tripomastigota forma em formato de C e flagelada; epimastigota, forma flagelada encontrada apenas no vetor, com capacidade reprodutiva; e amastigota forma intracelular, sem flagelo.
	
Através da picada do vetor infectado
O que são helmintos e suas características patogênicas relacionadas ao ciclo de vida?
Helmintos são vermes parasitos, organismos multicelulares altamente diferenciados. Seus ciclos de vida são complexos; a maioria alterna entre reprodução sexuada no hospedeiro definitivo e multiplicação assexuada no hospedeiro intermediário ou vetor. Assim, dependendo da espécie de parasito, os humanos podem albergar vermes adultos (Ascaris lumbricoides) ou estágios imaturos (Echinococcus).
Descreva os três grupos de classificação dos helmintos e suas principais características morfológicas.
Platelmintos: São vermes achatados dorsoventralmente, tipo folha, devido à ausência de sistema respiratório/circulatório. Apresentam simetria bilateral. Têm como habitat ambientes muito úmidos, a água doce e o mar. Também parasitam alguns animais.
O corpo é constituído por três camadas. Primeiramente, há a epiderme uniestratificada. Abaixo, há duas camadas musculares, sendo a primeira composta por músculos circulares e a segunda por músculos longitudinais. A esse conjunto dá-se o nome de tubo músculo-dermático. Tal tubo atua na proteção, locomoção e como esqueleto.
Estes animais podem ser de vida livre (habitam o solo, o mar ou a água doce) ou parasitária (parasitas de plantas ou animais, inclusive o homem).
Nematelmintos: Eles possuem simetria bilateral e são o primeiro grupo de animais a apresentarem uma cavidade digestiva parcialmente revestida por mesoderme, e por isso são classificados como pseudocelomados. O corpo destes vermes é revestido externamente pela epiderme, recoberta por uma cutícula proteica. Abaixo da epiderme, há uma camada muscular, cujas fibrilas estão orientadas no sentido longitudinal o que faz com que seus movimentos se resumam a flexões do corpo.
Anelídeos: São animais triploblásticos, ou seja, em seu desenvolvimento embrionário, formam-se três folhetos embrionários, que dão origem a todas as partes do seu corpo. São celomados (possuem uma cavidade corporal delimitada pelo mesoderma). Pelo celoma, circulam líquidos que facilitam a distribuição de materiais entre as várias partes do corpo. Na cavidade celomática, ficam alojados os órgãos do animal. Em toda a extensão do corpo, a maioria dos anelídeos apresenta cerdas, expansões de quitina que se projetam externamente à cutícula. Elas comportam-se como apêndices de locomoção ou de fixação ao substrato sobre o qual o animal se encontra apoiado.
O que são ectoparasitos? Cite exemplos e doenças associadas.
Os ectoparasitos são insetos (piolhos, triatomíneos, pulgas) ou aracnídeos (ácaros, carrapatos, aranhas) que se fixam e vivem no exterior ou interior da pele. Os artrópodes podem produzir doença diretamente, através de dano ao hospedeiro humano, ou indiretamente, servindo como vetores para a transmissão de um agente infeccioso para o hospedeiro humano, alguns exemplos de doença são a doença de Lyme, Pediculose e Escabiose.
Cite as possibilidades de diagnóstico e identificação de agentes infecciosos. Exemplifique.
Alguns agentes infecciosos ou seus produtos podem ser diretamente observados em cortes teciduais corados por hematoxilina e eosina, por exemplo, os corpos de inclusão formados por CMV e herpesvírus simples (HSV); agregados bacterianos, os quais usualmente se coram de azul; Candida e Mucor, entre os fungos; a maioria dos protozoários e todos os helmintos. Mas muitos agentes infecciosos são mais bem visualizados por meio de colorações especiais, as quais identificam organismos baseando-se em características particulares de sua parede celular ou membrana, ou após marcação por sonda de anticorpos específicos.
Como infecções agudas podem ser diagnosticadas sorologicamente?
Podem ser diagnosticadas mediante a detecção de anticorpos específicos para o patógeno no soro.
Explique como os anticorpos podem auxiliar o processo diagnóstico.
Títulos de anticorpos específicos podem ser mensurados precocemente (“agudamente”) e 4-6 semanas (“convalescente”) após a infecção, uma elevação de quatro vezes no título é normalmente diagnóstica. Assim, a presença de anticorpos IgM específicos logo após o inicio dos sintomas frequentemente é diagnóstica.
Explique o que é um diagnóstico molecular e cite exemplos de técnicas utilizadas.
São testes baseados no acido nucleico para detecção e quantificação de diversos patógenos. Por exemplo, a quantificação do RNA do HIV é um importante guia para a terapia antirretroviral; testes de amplificação do ácido nucleico e amplificação mediada por transcrição, para o diagnóstico da gonorreia; o teste de PCR do liquido cefalorraquidiano para encefalite por herpesvírus simples.
Explique o que são agentes de bioterrorismo e o que representa as categorias A, B e C.
Armas biológicas, baseando-se na eficiência com a qual a doença pode ser transmitida, a dificuldade de produção e distribuição dos micro-organismos, o que pode ser feito para se defender deles, e até que ponto eles provavelmente podem alarmar o público e produzir medo generalizado. O CDC ranqueou as bioarmas em três categorias, A, B e C, baseando-se nesses critérios.
Os agentes da categoria A são os de maior risco e podem ser prontamente disseminados ou transmitidos de pessoa a pessoa, podem causar alta mortalidade com potencial para um grande impacto na saúde pública, podem causar pânico público e desordem social, e podem necessitar de ação especial para prontidão da saúde pública. Por exemplo, a varíola é um agente de categoria A devido à sua alta transmissibilidade em qualquer clima ou estação, taxa de mortalidade de caso de 30% ou mais, e falta de uma terapia antiviral eficaz. Este agente pode ser facilmente disseminado devido à estabilidade do vírus na forma de aerossol e à dose bastante pequena necessária para a infecção. A varíolanaturalmente se dissemina de pessoa a pessoa, principalmente por contato direto com o vírus em lesões de pele, roupas, e roupas de cama contaminadas. Os sintomas aparecem após 7 a 17 dias. Inicialmente ocorrem febre alta, cefaleia, e dor nas costas, seguidas pelo aparecimento de exantema, o qual primeiramente surge na mucosa da boca e faringe, face, e antebraços, e posteriormente se espalha para o tronco e pernas e se torna vesicular, e depois, pustular. Devido ao fato de as pessoas se tornarem contagiosas durante o período de incubação, esse vírus tem o potencial para continuar a se disseminar entre uma população desprotegida. Uma vez que a vacinação nos Estados Unidos terminou em 1972 e a imunidade vacinal terminou, a população é altamente susceptível à varíola. A recente preocupação de que a varíola possa ser utilizada para bioterrorismo levou a um retorno da vacinação para grupos seletos nos Estados Unidos e Israel.
Os agentes da categoria B são moderadamente fáceis de serem disseminados, produzem morbidade moderada, mas baixa mortalidade, e necessitam de diagnóstico específico e vigilância da doença. Muitos desses agentes são transmitidos por via alimentar ou hídrica. Os agentes da categoria C incluem patógenos emergentes que podem ser modificados para disseminação em massa devido à sua disponibilidade, facilidade de produção e disseminação, ao potencial para altas morbidade e mortalidade, e grande impacto na saúde.
Descreva exemplos de doenças e agentes nas categorias: A, B e C.
Antraz (Bacillus anthracis)
Botulismo (toxina do Clostridium botulinum)
Peste (Yersinia pestis)
Varíola (vírus principal da varíola)
Tularemia (Francisella tularensis)
Febres hemorrágicas virais (filovírus [p. ex., Ebola, Marburg] e arenavírus [p. ex.,Lassa,Machupo])
Doenças/Agentes/Categoria B
Brucelose (Bruceila sp.)
Toxina Epsilon do Clostridium perfringens
Ameaças à segurança alimentar (p. ex., Salmonella sp., Escherichia coli 0157:H7, Shigella)
Mormo (Burkholderia mallei]
Melioidose (Burkholderia pseudomallei)
Psitacose (Chlamydia psittaci)
Febre Q (Coxiella burnetti)
Toxina ricina do Ricinus communis (mamona)
Enterotoxina B estafilocócica
Febre tifoide (Rickettsia prowazekii]
Encefalites virais (alfavírus [p. ex., encefalite equina venezuelana, encefalite equina do leste, encefalite equina do oeste])
Ameaças à segurança da água (p. ex., Vibrio cholerae, Cryptospo-ridium parvum)
Doenças/Agentes/Categoria C
Doenças infecciosas emergentes, como o vírus Nipah e Hantavírus.
Quais as possíveis rotas de entrada de microorganismos no organismo humano?
Os micro-organismos podem penetrar no hospedeiro através de inalação, ingestão, transmissão sexual, picadas de insetos ou outros animais, ou através de injeção. As primeiras defesas contra infecções são a pele e as superfícies mucosas intactas, as quais proporcionam barreiras físicas e produzem substâncias antimicrobianas. Em geral, infecções dos tratos respiratório, gastrointestinal ou genitourinário que ocorrem em pessoas saudáveis são causadas por microorganismos relativamente virulentos, que são capazes de danificar as ou penetrar em barreiras epiteliais intactas. Em contraste, a maioria das infecções cutâneas em pessoas saudáveis é causada por organismos menos virulentos, que penetram na pele através de locais danificados (cortes e queimaduras).
Descreva as características da pele como barreira natural à infecção e descreva exemplos de patógenos e doenças que utilizam esta rota de infecção.
A camada externa queratinizada e densa da pele é uma barreira natural à infecção, e o baixo pH da pele (∼5,5) e a presença de ácidos graxos inibem o crescimento de microorganismos, com exceção da flora normal residente. A pele humana é normalmente habitada por uma variedade de espécies de bactérias e fungos, incluindo algumas oportunistas potenciais, como S. epidermidis e Candida albicans. Apesar de a pele ser usualmente uma barreira eficaz, alguns tipos de fungos (dermatófitos) podem infectar o estrato córneo, cabelo e unhas, e um número pequeno de micro-organismos é capaz de atravessar a pele intacta. Por exemplo, as formas larvares de Schistosoma liberadas de caramujos de água doce penetram na pele de nadadores através da liberação de colagenase, elastase e outras enzimas que dissolvem a matriz extracelular. Entretanto, a maioria dos micro-organismos penetra através de lesões na pele, incluindo orifícios superficiais (infecções fúngicas), feridas (estafilococos), queimaduras (Pseudomonas aeruginosa) e feridas nos pés relacionadas ao diabetes e à pressão (infecções multibacterianas). Cateteres intravenosos em pacientes hospitalizados podem produzir infecções locais ou sistêmicas (bacteremia). Picadas de agulha podem expor o receptor a sangue potencialmente infectado e podem transmitir HBV, vírus da hepatite C (HCV) ou HIV. 
Alguns patógenos penetram na pele via picada de inseto ou de animal. Por exemplo, picadas de pulgas, carrapatos, mosquitos, ácaros e piolhos lesionam a pele e transmitem arbovírus (que causam a febre amarela e encefalites), riquétsias (febre maculosa das Montanhas Rochosas [FMMR]), bactérias (peste, doença de Lyme) protozoários (malária, leishmaniose) e helmintos (filaríases). Mordidas de animais podem levar a infecções por bactérias ou alguns vírus, como a raiva.
Quais são as defesas normais do trato gastrointestinal?
A maioria dos patógenos gastrointestinais é transmitida por alimentos ou água contaminados por material fecal. Onde há falha nas condições de higiene, as doenças diarreicas se tornam exuberantes.
Secreções gástricas ácidas são importantes defesas no trato gastrointestinal e são letais para muitos patógenos gastrointestinais. 14 Voluntários saudáveis não se infectam por Vibrio cholerae a menos que sejam alimentados com 1011 organismos, enquanto voluntários que receberam V. cholerae e bicarbonato de sódio tiveram um aumento de 10.000 vezes na susceptibilidade à cólera. Em contraste, alguns agentes ingeridos, como a Shigella e os cistos de Giardia, são relativamente resistentes ao ácido gástrico; portanto, tão pouco quanto 100 organismos de cada são suficientes para causar doença. Outras defesas normais do trato gastrointestinal incluem a camada de muco viscoso que recobre o epitélio intestinal, enzimas pancreáticas líticas e detergentes biliares, peptídeos antimicrobianos de mucosa denominados defensinas, a flora normal e anticorpos IgA secretados. Os anticorpos IgA são produzidos pelos plasmócitos localizados em tecidos linfoides associados à mucosa (MALT). Esses agregados linfoides são recobertos por uma camada única de células epiteliais especializadas, denominadas células M. As células M são importantes para o transporte de antígenos para os tecidos linfoides associados à mucosa e para a ligação e absorção de numerosos patógenos intestinais, incluindo poliovírus, Escherichia coli enteropática, V. cholerae, Salmonella typhi e Shigella flexneri. As infecções via trato gastrointestinal ocorrem quando as defesas locais são enfraquecidas ou os organismos desenvolvem estratégias para superar estas defesas. As defesas do hospedeiro são enfraquecidas por baixa acidez gástrica, por antibióticos que alteram a flora bacteriana normal (p. ex., na colite pseudomembranosa), ou quando ocorre redução da peristalse ou obstrução mecânica (p. ex., na síndrome da alça cega). A maioria dos vírus envelopados são inativados pela bile e enzimas digestivas, mas os vírus não envelopados podem ser resistentes (p. ex., o vírus da hepatite A, rotavírus, reovírus, e norovírus).
Como patógenos gastrointestinais conseguem infectar o trato gastrointestinal? Cite exemplos de doenças e patógenos.
As bactérias enteropatogênicas provocam doença gastrointestinal por meio de uma variedade de mecanismos: 
Enquanto crescem em alimentos contaminados, algumas cepas de estafilococos liberam poderosas enterotoxinas que causam envenenamento alimentar sem qualquer multiplicação bacteriana no intestino. V. cholerae e E. coli toxigênica se multiplicam nointerior da camada mucosa que recobre o epitélio intestinal e liberam exotoxinas, que fazem com que o epitélio intestinal secrete grandes volumes de fluido, resultando em diarreia aquosa. 
Shigella, Salmonella e Campylobacter invadem e danificam a mucosa intestinal e lâmina própria e, portanto, causam ulceração, inflamação e hemorragia que são clinicamente manifestadas como disenteria.
A Salmonella typhi passa da mucosa danificada, através das placas de Pey er e linfonodos mesentéricos, para alcançar a corrente sanguínea, resultando em uma infecção sistêmica.
A infecção fúngica do trato gastrointestinal ocorre principalmente em indivíduos imunologicamente comprometidos. A Candida, que faz parte da flora gastrointestinal normal, demonstra uma predileção pelo epitélio escamoso estratificado, causando candidíase oral ou esofagite membranosa, mas também pode se espalhar para o estômago, trato gastrointestinal inferior e órgãos sistêmicos.
As formas císticas dos protozoários intestinais são essenciais para sua transmissão, pois estes cistos resistem ao ácido estomacal. No intestino, os cistos se transformam em trofozoítas móveis e se ligam a açúcares no epitélio intestinal através de lectinas de superfície. O que acontece a seguir difere entre os patógenos. A Giardia lamblia fixa-se à borda em escova epitelial, enquanto os criptosporídeos são internalizados por enterócitos, nos quais eles formam gametas e esporos. A E. histolytica causa citólise mediada por contato através de uma proteína de poro formadora de canal e, portanto, ulcera e invade a mucosa colônica. Os helmintos intestinais, via de regra, causam doença apenas quando estão presentes em grandes números ou em locais ectópicos, por exemplo, através da obstrução do intestino ou invadindo e destruindo os ductos biliares (Ascaris lumbricoides). Os ancilostomídeos podem causar anemia por deficiência de ferro devido à perda crônica de sangue ingerido a partir das vilosidades intestinais; a tênia do peixe Diphyllobothrium latum pode depletar seu hospedeiro de vitamina B12, dando origem a uma doença que se assemelha à anemia perniciosa. Finalmente, as larvas de diversos helmintos atravessam o intestino brevemente em sua migração para outros órgãos; por exemplo, as larvas de Trichinella spiralis encistam-se preferencialmente na musculatura, as formas larvares de espécies de Echinococcus se localizam no fígado ou pulmão.
Quais os mecanismos de defesa naturais do trato urogenital? Por que mulheres são mais cometidas por infecções do trato urogenital do que homens?
A lavagem regular do trato urinário com urina serve como uma defesa contra micro-organismos invasores. A urina na bexiga é normalmente estéril, e patógenos eficientes (p. ex., N. gonorrhoeae, E. coli) se aderem ao epitélio urinário. A anatomia desempenha um papel importante na infecção. As mulheres possuem 10 vezes mais infecções do trato urinário do que os homens, pois a distância entre a bexiga urinária e a pele (i.e., a extensão da uretra) é de 5 cm nas mulheres, em contraste com 20 cm nos homens. A obstrução do fluxo urinário e/ou refluxo podem comprometer as defesas normais e aumentar a susceptibilidade a infecções do trato urinário. As infecções do trato urinário podem se espalhar retrogradamente da bexiga para os rins e causar uma pielonefrite aguda e crônica, a qual é a principal causa evitável de insuficiência renal.
Como microorganismos podem se disseminar pelo corpo?
Alguns micro-organismos proliferam-se localmente, no sítio da infecção, enquanto outros penetram a barreira epitelial e se disseminam para locais distantes via linfáticos, sangue ou nervos. Patógenos que causam infecções superficiais permanecem confinados ao lúmem de vísceras ocas (p. ex., Vibrio cholerae), ou aderem a ou se proliferam exclusivamente dentro ou sobre as células epiteliais (p. ex., papilomavírus, dermatófitos). Uma variedade de bactérias patogênicas, fungos e helmintos são invasivos devido à sua motilidade ou à habilidade de secretar enzimas líticas (p. ex., estreptococos e estafilococos secretam hialuronidase, a qual degrada a matriz extracelular entre as células do hospedeiro). A dispersão microbiana inicialmente segue os planos teciduais de menor resistência e para locais drenados por linfáticos regionais. Por exemplo, as infecções estafilocócicas podem progredir de abscessos localizados ou furúnculos para linfonodos regionais. Isto pode, algumas vezes, levar a bacteremia e colonização de órgãos distantes (coração, fígado, cérebro, rim, osso). No sangue, os micro-organismos podem ser transportados livremente ou no interior de células hospedeiras. Alguns vírus (p. ex., poliovírus e HBV), a maioria das bactérias e fungos, e alguns protozoários (p. ex., tripanossomos africanos) e todos os helmintos são transportados livremente no plasma. Os leucócitos podem carrear herpesvírus, HIV, micobactérias e organismos dos gêneros Leishmania e Toxoplasma. Alguns vírus (p.ex., vírus da febre do carrapato do Colorado) e parasitos (Plasmodium e Babesia) são carreados por eritrócitos. A maioria dos vírus dissemina-se de célula a célula através de replicação e liberação de virions infecciosos, mas outros podem se propagar de célula a célula por fusão ou transporte no interior de nervos (p. ex., vírus da raiva). Focos infecciosos semeados pelo sangue são denominados de focos secundários. Eles podem ser únicos e grandes (um abscesso solitário ou tuberculoma) ou múltiplos e pequenos (p. ex., tuberculose miliar ou microabscessos por Candida em muitos tecidos). A invasão esporádica da corrente sanguínea por micro-organismos pouco virulentos ou não virulentos (p. ex., durante a escovação dentária) é comum, mas é rapidamente controlada pelas defesas normais do hospedeiro. Em contraste, a viremia, bacteremia, fungemia, ou parasitemia disseminadas por patógenos virulentos são um insulto sério e se manifestam por febre, hipotensão, e múltiplos outros sinais e sintomas sistêmicos de sepse. A invasão maciça da corrente sanguínea por bactérias ou suas endotoxinas pode rapidamente se tornar fatal, mesmo para indivíduos previamente saudáveis.
Discorra sobre eliminação de microrganismos do corpo e as possíveis formas de transmissão de doenças.
As principais manifestações da doença infecciosa podem aparecer em locais distantes do ponto de entrada do micro-organismo. Por exemplo, os vírus da catapora e do sarampo penetram por via respiratória, mas causam exantemas na pele; o poliovírus penetra através do intestino, mas destrói neurônios motores. O parasito Schistosoma mansoni penetra pela pele, mas eventualmente se localiza nos vasos sanguíneos do sistema porta e mesentério, danificando o fígado e o intestino. Por outro lado, o Schistosoma haematobium se localiza na bexiga urinária e causa cistite. O vírus da raiva viaja para o cérebro de forma retrógrada através dos nervos, enquanto o vírus varicelazoster (VZV) se esconde no gânglio da raiz dorsal, e sob reativação, viaja ao longo dos nervos para causar o herpes zoster. A via transplacentária é um importante mecanismo de transmissão. Quando organismos infecciosos alcançam o útero grávido através do orifício cervical ou da corrente sanguínea e são capazes de atravessar a placenta, podem resultar em danos severos ao feto. A placentite bacteriana ou por micoplasma pode causar parto prematuro ou natimorto. Infecções virais podem causar malformações do feto, com a infecção que ocorre no início da gestão resultando em doenças mais severas. A infecção pela rubéola durante o primeiro trimestre pode causar doença cardíaca congênita, retardo mental, catarata ou surdez no bebê, enquanto pouco dano é causado pela infecção por rubéola durante o terceiro trimestre. A transmissão de treponemas leva à sífilis congênita apenas quando T. pallidum infecta a mãe tardiamente no segundo trimestre, mas então causa osteocondrite e periostite fetal intensa que levam a múltiplas lesões ósseas. A infecção também pode ocorrer durante a passagem através do canal do parto (p. ex., conjuntivite gonocócicaou clamidial) ou através do leite materno (p. ex., CMV, HBV, vírus da leucemia de células T humano-1 [HTLV-1]). A transmissão materna do HIV é a principal causa de Aids em crianças. A transmissão materna de HBV pode tardiamente causar hepatite crônica ou câncer hepático.
O que é a transmissão vertical?
Os micro-organismos que causam IST podem ser disseminados de uma mulher gestante para o feto e causar dano severo ao feto ou à criança conhecido como transmissão vertical. A C. trachomatis adquirida perinatalmente causa conjuntivite, e a infecção neonatal pelo HSV é muito mais propensa a causar doença visceral e do SNC do que uma infecção adquirida mais tarde na vida. A sífilis frequentemente causa o abortamento. A infecção pelo HIV pode ser fatal para crianças infectadas com o vírus de forma pré-natal ou perinatal. O diagnóstico das IST em mulheres gestantes é crítico, pois a transmissão de IST intrauterina ou neonatal pode frequentemente ser prevenida por meio do tratamento da mãe ou do recém-nascido. Infecções bacterianas como gonorreia, sífilis e clamídia podem ser facilmente curadas com antibióticos. O tratamento antirretroviral da mulher gestante com infecção pelo HIV e o tratamento do neonato podem reduzir a transmissão do HIV para crianças de 25% para menos de 2%.
Discorra sobre o mecanismo viral e aspectos sobre tropismos por células específicas.
Os micro-organismos e o sistema imune têm se engajado em uma batalha evolucionária, na qual cada um tenta sobrepujar o outro. O sistema imune é capaz de efetivamente combater muitas infecções, mas micro-organismos diferentes desenvolveram formas de evadir as defesas do hospedeiro. Em algumas infecções, um equilíbrio é alcançado entre o micro-organismo e o hospedeiro, de forma que a infecção persiste em um estado de latência, mas não causa patologia significativa. Em tais situações, o declínio de respostas imunes pode resultar em rápida reativação da infecção e manifestações patológicas intensas. Tal reativação é vista em infecções virais latentes (p. ex., EBV) e algumas infecções bacterianas (p. ex., tuberculose).
Um grande determinante de tropismo tecidual é a presença de receptores virais nas células hospedeiras. Os vírus possuem proteínas de superfície celular específicas que se ligam a proteínas de superfície celular particulares das células hospedeiras. Muitos vírus utilizam receptores celulares normais do hospedeiro para penetrar nas células.
Quais os mecanismos virais para matar ou danificar as células hospedeiras?
Os vírus podem danificar diretamente as células do hospedeiro através da penetração nas mesmas e por meio da replicação à custa do hospedeiro. A predileção dos vírus em infectar determinadas células e não outras é denominada tropismo, e é determinada por diversos fatores, incluindo expressão de receptores para o vírus nas células do hospedeiro, presença de fatores de transcrição celulares que reconhecem sequências virais amplificadoras e promotoras, barreiras anatômicas e temperatura, pH e defesas locais do hospedeiro.
Cite e explique os mecanismos de lesão bacteriana.
O dano bacteriano aos tecidos do hospedeiro depende da habilidade da bactéria de se aderir às células do hospedeiro, invadir células e tecidos, ou gerar toxinas. Bactérias patogênicas possuem genes de virulência que codificam proteínas que conferem estas propriedades. Os genes de virulência são frequentemente encontrados agrupados juntos, em conjuntos denominados ilhas de patogenicidade. Todas as cepas de Salmonella que infectam humanos são proximamente relacionadas o suficiente para formar uma única espécie, o que significa que elas compartilham muitos genes housekeeping. Diferenças em um número relativamente pequeno de genes de patogenicidade determinam se um isolado de Salmonella pode causar febre tifoide ameaçadora à vida ou enterite autolimitante.
Explique o que são endotoxinas.
Endotoxina é uma toxina que é parte integrante da membrana externa de algumas bactérias e só é libertada após a destruição da membrana externa da bactéria, nas Gram negativas é o LPS e menos frequente, nas Gram positivas, peptideoglicano. As endotoxinas são menos potentes e menos específicas que a maioria das exotoxinas. São também chamadas toxinas intracelulares. Causam febre e são moderadamente tóxicas. É um lipopolissacarídio componente da parede celular das bactérias gram-negativas. São toxinas encontradas na parede celular bacteriana, que são liberadas quando a célula desintegra-se. Não são encontradas em filtrados livres de células de bactéria. A condição caracterizada pela presença de endotoxinas no sangue é chamada de endotoxemia.
O que são exotoxinas e cite exemplos.
Exotoxina é uma substância química solúvel que incluem enzimas citolíticas e as proteínas que se ligam a receptores, alterando a função da célula e acarretando a sua morte. É excretada por microrganismos (bactérias. É o tipo de toxina liberada por bactérias para a corrente sanguínea. A exotoxina é liberada com o metabolismo e crescimento da bactéria, têm efeitos gerais, não causa febre. Mas causa efeitos que variam desde diarreia, perda da função neuronal e morte. É necessário pouca quantidade para causar um dano grande porque é muito tóxica (1 mg é suficiente para matar um milhão de cobaias). No entanto são sensíveis à temperatura e possuem uma maior inatividade entre os 60º-80ºC. A exotoxina é um dos componentes das bactérias Gram-Positivas e Gram-Negativas possuindo caráter patogênico. Existem 3 tipos de exotoxinas : citotoxinas, enterotoxinas e neurotoxinas. A citotoxina age na célula hospedeira, a citotoxina mexe e destrói a célula alvo, destruindo suas funções. A enterotoxina age sobre as células de revestimentos gastrointestinais e interfere nos impulsos nervosos.
Discorra sobre os efeitos patogênicos das respostas imunes do hospedeiro.
Pacientes com deficiência de anticorpos, como na agamoglobullinemia ligada ao X, contraem infecções bacterianas severas por organismos que incluem S. pneumoniae, H. influenzae e S. aureus, assim como infecções virais. Pacientes com defeitos nas células T estão especificamente suscetíveis a infecções por patógenos intracelulares, vírus e alguns parasitos. Pacientes com deficiência em proteínas do complemento são particularmente susceptíveis à infecções por S. pneumonae, H. influenzae e N. meningitidis. Algumas crianças apresentam deficiências na função de neutrófilos, levando a um aumento das infecções por S. aureus assim como por algumas bactérias Gram-negativas e fungos.
Descreva quais os mecanismos determinantes para virulência e patogenicidade microbiana.
Os fatores de virulência são estruturas, produtos ou estratégias que as bactérias utilizam para “driblar” o sistema de defesa do hospedeiro e causar uma infecção. Alguns estão relacionados com a colonização do microorganismo e outros com as lesões do organismo, como por exemplo, as toxinas. É o processo da bactéria se aderir nas células e nos tecidos do organismo. As estruturas de superfície das bactérias, chamadas adesinas, que determinam a capacidade de adesão dela. As adesinas precisam interagir com os receptores de membrana ou proteínas da matriz extracelular para que haja adesão. Existem vários tipos de adesinas, de acordo com o tipo de bactéria. A resposta das células do hospedeiro à adesão varia de acordo com o tipo de célula e de bactéria. As células epiteliais também respondem à adesão de bactérias da microbiota normal. As bactérias têm forte tendência em interagir e aderir às superfícies disponíveis quando estão em seus ambientes naturais. Os biofilmes são aglomerados de bactérias envolvidos por uma membrana de exopolissacarídeos produzida pela bactéria que se formam na superfície de dispositivos. Possuem uma arquitetura especial, de modo que permita a difusão de nutrientes necessários ao crescimento bacteriano. Nos biofilmes as bactérias estão bem protegidas contra as defesas do organismo e da ação dos antibióticos. Os biofilmes podem se formar tanto em dispositivos plásticos, tubulações emgeral, mucosas e nos dentes.
Explique como os mecanismos de evasão imune podem ocorrer por variação antigênica.
As bactérias penetram nas células dos organismos basicamente por fagocitose. A fagocitose é um processo normal do organismo, mediada pelo sistema de defesa. Nas células não fagocitárias, a fagocitose é induzida pelas bactérias, com a participação de proteínas chamadas invasinas, que podem estar presentes na membrana externa da bactéria ou serem injetadas no seu citosol. As células dos hospedeiros podem responder de diversas formas à invasão. Normalmente produzem citocinas e prostaglandinas, e morte celular por necrose ou apoptose. As bactérias têm necessidade de regular a expressão de seus genes de virulência para se adaptarem aos microambientes onde são obrigadas a sobreviver.
Descreva alguns métodos desenvolvidos por microorganismos para resistir às defesas do organismo.
O nosso organismo possui mecanismos de defesa para combater os diferentes agentes que podem invadir o organismo e provocar infecções, ou mesmo reações alérgicas. As defesas do organismo contra a infecção incluem barreiras naturais, como a pele, mecanismos inespecíficos, como certos tipos de glóbulos brancos e a febre, e mecanismos específicos, como os anticorpos. Assim, a função do sistema imunológico é a de reconhecer os agentes agressores e defender o organismo da sua ação. Em regra, se um microrganismo atravessa as barreiras naturais do corpo, os mecanismos de defesa específicos e inespecíficos destroem-no antes que se multiplique. No entanto, por vezes, o sistema imunitário excede-se e ataca as células do próprio organismo e neste caso causar as chamadas doenças autoimunes, como, por exemplo, a artrite reumatoide. Outras vezes, o sistema imunitário identifica certos alimentos habitualmente inofensivos, como morangos ou marisco, como invasores, produzindo anticorpos contra esse alimento específico e provocando uma reação alérgica. Geralmente a pele evita a invasão de muitos microrganismos, a menos que esteja fisicamente danificada devido, por exemplo, a uma lesão, à picada de um inseto ou a uma queimadura. Outras barreiras naturais eficazes são as membranas mucosas, como os revestimentos das vias respiratórias e do intestino. Geralmente estas membranas estão cobertas de secreções que combatem os microrganismos. Por exemplo, as mucosas dos olhos estão banhadas em lágrimas, que contêm uma enzima chamada lisozima. Esta ataca as bactérias e ajuda a proteger os olhos das infecções. As vias respiratórias filtram de forma eficaz as partículas do ar que se introduzem no organismo. Os canais tortuosos do nariz, com as suas paredes cobertas de muco, tendem a eliminar grande parte da substância que entra. Se, entretanto um microrganismo atinge as vias aéreas inferiores, o batimento coordenado de umas saliências semelhantes à pelos (cílios) cobertas de muco transportam-no para fora do pulmão. A tosse também ajuda a eliminar esses microrganismos.
Quais são os cinco principais padrões histopatológicos de reação tecidual nas infecções? Descreva as principais características morfológicas dos mesmos. Sugestão: montar quadro. 
Existem cinco principais padrões histológicos de reação tecidual nas infecções: Inflamação supurativa (polimorfonuclear), Inflamação mononuclear e granulomatosa Inflamação citopática-citoproliferativa, Inflamação necrosante e Inflamação crônica e cicatrização.
1. Inflamação supurativa (polimorfonuclear): reação ao dano tecidual agudo. Aumento da permeabilidade vascular e infiltração leucocitária, predominantemente de neutrófilos. 
2. Inflamação mononuclear e granulomatosa: Infiltrados predominantemente mononucleares, quando se desenvolvem de forma aguda, são uma resposta, com frequência, aos vírus, às bactérias intracelulares ou aos parasitas intracelulares. 
 3. A inflamação granulomatosa: é uma forma distinta de inflamação mononuclear geralmente causada por agentes infecciosos que resistem à erradicação (cobacterium tuberculosis, Histoplasma capsulatum, ovos de esquistossoma) e são capazes de estimular fortemente a imunidade pelas células-T.
4. Inflamação citopática -citoproliferativa: Geralmente produzidas por vírus. As lesões são caracterizadas pela necrose celular ou proliferação celular. Células inflamatórias escassas. Alguns vírus multiplicam-se dentro das células e formam agregados virais (corpos de inclusão).
5. Inflamação necrosante: Clostridium perfringes e outros organismos que secretam toxinas potentes e podem causar necrose rápida e grave (necrose gangrenosa) que lesiona o tecido.

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