Buscar

AD 2 Literatura comparada

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

A expansão do romance nos Estados Unidos
A literatura dos Estados Unidos pode ser considerada como fazendo parte da Literatura inglesa. Primórdios da literatura nos Estados Unidos.
A literatura estadunidense inicial deve muito às formas e estilos originários da Europa. Por exemplo, "Wieland" e outros romances de Charles Brockden Brown (1771-1810) inspiram-se diretamente nos romances góticos que então eram escritos na Inglaterra. Mesmo as narrativas impecavelmente urdidas por Washington Irving (1783-1859) - principalmente Rip Van Winkle e The Legend of Sleepy Hollow - parecem claramente européias apesar de a ação se desenrolar no Novo Mundo.
As primeiras obras legitimamente estadunidenses talvez o primeiro tradicional de Nova Inglaterra, de onde era originário. A sua obra prima, A letra escarlate (The Scarlet Letter), drama de uma mulher rejeitada pela comunidade por ter cometido adultério.
A obra ficcional de Hawthorne teve um impacto profundo na escrita do seu amigo Herman Melville (1819-1891), que ganhou rapidamente boa reputação como escritor ao inspirar-se na sua vida de marinheiro para criar narrativas em ambientes exóticos. Tal como em Hawthorne, a escrita de Melville é rica em especulações filosóficas. Em Moby Dick, uma viagem repleta de aventuras, num navio baleeiro torna-se pretexto para examinar temas como a obsessão, a natureza do mal e a luta entre o homem e os elementos (a natureza). Em outro livro de grande valor, a novela Billy Budd, Melville dramatiza o conflito entre dever e compaixão a bordo de um navio em tempo de guerra. Os seus livros mais profundos tiveram pouco sucesso comercial e, após a sua morte, foi remetido ao esquecimento até ser de novo descoberto, apenas nas primeiras décadas do século XX.
O escritor norte-americano Herman Melville. Nascido em Nova York (1/8/1819), ainda na infância muda-se com a família para a cidade de Albany. Após perder os negócios da família abandona os estudos e sem trabalho fixo, passa a trabalha em um navio baleeiro, e foi através deste aprendizado que ao retornar a cidade começa a escrever suas obras. Ficou conhecido por escrever o célebre romance Moby Dick, também foi autor de outras obras que merecem destaque. Typee (1846), Omoo (1847), Mardi (1849), Redburn (1849), White-Jacket (1850), escreve ainda Contos de Piazza (1856) e O Vigarista (1857), entre outros.
Publicado o primeiro encarte de Bartleby, o escriturário: uma história de Wall Street, no periódico Putnam’s. Bartleby, considerado um dos melhores contos da obra Melvilliana. Melville abandonou a escrita em prosa, dedicando-se apenas a versos, incluindo poemas sobre busca religiosa. Mudou-se para acidade de Nova York durante a Guerra Civil Norte-Americana, em 1866, foi nomeado fiscal da alfândega. Permaneceu no cargo burocrático por dezenove anos. Morreu em Nova York, sua cidade natal, em 28 de setembro de 1891, e sua morte não foi publicada em nenhum jornal da época. Deixou alguns manuscritos incompletos, entre os quais Billy Budd, Sailor, descoberto apenas em 1920. Ainda há inúmeras curiosidades acerca do nosso famoso Bartleby. Dentre elas não poderia deixar passar é a síndrome de Bartleby. Dentro do universo literário existe um fenômeno estranhíssimo, porém constante, de escritores que escrevem, e publicam, poucas coisas e se calam. Ou, quando não se calam , fica tempo em um silêncio literário que agoniza seus leitores e críticos. Esses escritores fazem parte do grupo que sofre da síndrome de Bartleby. Assim denominada devido aos aspectos descritos na obra, onde o escrivão negasse a escrever, por tempo indeterminado e não faz nada que não queira fazer. Ficando indiferentes as coisas a sua volta. Em suma são escritores que publicam e simplesmente deixam de publicar novamente. Sua obra teve grande repercussão, teve versões em novelas, peças teatrais, dentre outros. Bartleby, o Escriturário (Herman Melville).
Não são poucos os escritores cuja existência trágica acabou por engendrar uma visão de mundo peculiar, profunda e cínica. Edgar Allan Poe, nascido em Boston, Massachussets, em 1809, foi um caso emblemático. Viveu pouco – morreu aos 40 anos de idade – mas intensamente. Em suas próprias palavras, sua vida foi movida por “caprichos impulsos, paixões, desejo de solidão, desprezo pelo presente e um anseio sincero pelo futuro”. Durante uma curta passagem pelo exército para pagar dívidas de jogo, Poe iniciou sua carreira literária escrevendo poesias como “O corvo”, obra que lhe rendeu fama, apesar das duras críticas à sua qualidade literária. Também foi autor de ensaios, novelas, críticas e contos, este último, o gênero no qual obteve maior reconhecimento, sobretudo com histórias de detetive, relatos de viagens e contos de terror.
Muitas de suas histórias sombrias têm um viés autobiográfico. O pai de Poe abandonou a família, sua mãe faleceu quando ele ainda era criança e ele foi adotado por um comerciante chamado Allan, descendente de ciganos e vendedor de escravos e cadáveres. Graças ao contato com os escravos africanos, Poe conheceu os rituais do vodu e magia negra, tão presentes em suas histórias. Outro tema recorrente em sua obra é a guerra, vivenciada durante os anos como soldado.
Poe foi um dos primeiros escritores dos Estados Unidos a tentar sobreviver de sua arte. Suas histórias curtas eram publicadas em jornais da época e muitas vezes se baseavam em notícias reais. Outro episódio que transparece na obra de Poe é a morte precoce de sua esposa Virginia Clemm, uma prima com quem se casou quando ela tinha apenas treze anos de idade. A figura da “mulher morta” é constante em seus escritos, seja como fantasmas, espectros ou mulheres diabólicas. A rigor, o “terror” de Poe deveria se chamar “gótico”.

Outros materiais