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Revista Pet Farmácia Vol38 2017

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MENSAGEM AO 
LEITOR
Caros leitores,
 É com imensa honra que apresentamos a vocês a XXIX edição 
da Revista PET Farmácia. Nessa edição, trazemos como tema 
principal o “Feminismo”, ressaltando a importância do movimen-
to e caracterizando as diferentes correntes nele existente, como 
o Feminismo Radical, Interseccional e Negro. Além disso, para 
elucidar um pouco mais essa temática contamos também com a 
participação, em forma de entrevista, de Stephanie Ribeiro, 
Maribia Oliveira e Juliana Consoni, mulheres ativas no desenvolvi-
mento de práticas voltadas ao fortalecimento do papel da mulher 
na sociedade de maneira igualitária. 
 A revista tem como objetivo informar sobre as dificuldades 
que as mulheres enfrentaram ao longo da história e que se esten-
dem nos dias de hoje. Com isso, esperamos conscientizar todos 
os leitores da importância do movimento para a construção de 
uma sociedade mais justa, igualitária e livre de preconceitos.
 Há ainda o primeiro texto da Prof. Mara como tutora do PET 
Farmácia. Além de diversos cadernos com temáticas diferentes 
como Engenhando, Fala Farmacêutico, Cultural, Volta ao Mundo 
e o inédito Petiano Egresso, os textos foram escritos pelos inte-
grantes do grupo e convidados. 
Desejamos a todos uma leitura proveitosa e enriquecedora!
ass; Editoras
Maíza, Maria e Julia.
ÍNDICE
ÍNDICE
6
 
 Tutoria do PET 
 Farmácia
 Neste texto são feitas considerações sobre a 
trajetória do PET Farmácia, desde a sua implantação, 
em novembro/1994, até julho/2016, sob a ótica do 
Prof. João Aristeu, que permaneceu como tutor por 
20 anos. Embora muitas contribuições tenham sido 
registradas nos 30 volumes do Jornal e da Revista PET 
Farmácia, ficaram muitas lacunas, pois foram muitos 
os petianos que passaram pelo grupo e não foi pos-
sível resgatar as principais colaborações que deixaram 
para a Graduação e para o Programa PET.
 O projeto do PET Farmácia/UNESP/Arara-
quara foi elaborado pela Profa. Dra. Regina Maria 
Barretto Cicarelli. Em novembro/1994, quando foi 
efetivada a implantação, a Professora Regina teve um 
projeto de pós-doutorado aprovado para ser desen-
volvido no CSIC/Barcelona/Espanha e quem implan-
tou o PET Farmácia foi o Prof. Dr. Sandro Roberto 
Valentini. O Prof. Sandro permaneceu como tutor do 
grupo até agosto/1996, pois também teve projeto de 
pós-doutorado aprovado (Revista do PET, volume 
V, 2004). As quatro primeiras bolsistas selecionadas 
foram: Liliana Rodrigues de Souza, Luciana Vismari, 
Paula Kageyama e Priscila Vautier. Após seis meses 
chegaram: Augusto Ducatti Luchessi, Fábio Ulisses 
Sales Rodrigues, Igor Satoru Ueji e Márcio Menezes 
Squinzari. A minha primeira participação no PET 
Farmácia foi no primeiro semestre/1996 como mem-
bro da banca de seleção dos quatro então alunos que 
completaram os doze bolsistas: Fernanda Paukstys, 
Paula Ferreira Magalhães, Renata Aparecida Dias e 
Luiz Fabiano Lemos Marcolin. 
 As seis primeiras atividades planejadas para o 
PET Farmácia foram: 1) Projetos de pesquisas indi-
viduais sob orientação de professores da FCF; 2) Edu-
cação sanitária e assistência farmacêutica para habit-
antes da periferia de Araraquara; 3) Apresentação de 
cursos para alunos da FCF; 4) Férias na Universidade; 
5) Cine PET; 6) Jornal do PET. Dessas atividades, uma 
que se notabilizou foi o Jornal do PET no formato 21,5 
x 16 cm que permaneceu com essa denominação até o 
volume 11/2001. Em 2002 passou a ser Revista do PET 
em formato 29,5 x 21,5 cm. Ainda a partir do volume 
XII/2008 foi catalogada no International Standard 
Serial Number ISSN nº 1982-5595. O Jornal do PET, 
assim como a Revista do PET são editados semestral-
mente e até este volume XIX, entre as duas versões, 
foram publicados 30 volumes. Sem dúvida alguma 
é um trabalho que contribui para a qualificação do 
grupo, da graduação e também do programa PET. 
 Em 2016 foram programadas 23 atividades, 
que estão sendo desenvolvidas, todas buscando en-
volver ensino, pesquisa e extensão de forma indisso-
ciada. Na pesquisa serão desenvolvidos os projetos de 
pesquisa individuais de cada um dos petianos orien-
tados por docentes da Farmácia, Química e Odonto-
logia, e também a Pesquisa Coletiva sobre o Descarte 
Correto de Medicamentos. Na área mais voltada para 
o Ensino teremos entre outras: a XXIII Mesa Redon-
da da Farmácia e a II Mesa Redonda da Engenharia 
de Bioprocessos e Biotecnologia, assim como o Mini 
curso de Homeopatia. Com maior enfoque para a 
extensão, entre outras ações, foram programadas: O 
Trabalho de Campo, A Feira de Saúde e o Programa 
Unidos pelo Meio Ambiente - PUMA, que a seguir 
será mais explanado. Esse trabalho que teve início em 
2015 em parceria com o PET Engenharia Mecânica de 
Ilha Solteira, então sob a tutoria do Prof. Woiski. A 
proposta partiu do pessoal de Ilha e assumimos jun-
tos esse trabalho que também foi aprovado pela Pró-
reitoria de Extensão da UNESP – Proex. O retorno 
do trabalho desenvolvido no primeiro ano foi muito 
positivo para os integrantes do PET /Farmácia e para 
os alunos de 5º ano das três escolas públicas de Ara-
raquara. O trabalho consistiu em abordar conteúdos 
referentes aos cuidados com o meio ambiente, tendo 
7
como foco o descarte correto de medicamentos. Nos 
três eventos finais em 2015 pudemos perceber a vali-
dade do trabalho para os alunos do 5º ano, pois foi 
marcante o entusiasmo deles ao apresentarem o con-
teúdo absorvido para os demais colegas, pais e profes-
sores. Pode-se afirmar que foi uma prática de ensino 
tutorial, os petianos da Farmácia transmitiram con-
teúdos que foram assimilados e repassados pelas cri-
anças por meio cartazes, simulação de apresentação 
em TV, maquetes, apresentação teatral. Portanto as 
contribuições do PUMA atingiram os petianos, pais, 
professores, pois o descarte correto de medicamentos 
não é conhecido pela maioria das pessoas e assim as 
crianças além da experiência tutorial se tornaram di-
vulgadores dos cuidados necessários com meio ambi-
ente.
 Com estabelecimento do curso de Engenharia 
de Bioprocessos e Biotecnologia na FCF em 2013, o 
grupo passou a contar com discentes desse curso no 
PET Farmácia, para promover a integração de alunos 
dos dois cursos, assim como buscar formas para mos-
trar as possibilidades de inserção na futura atividade 
profissional. A primeira bolsista selecionada em 2013 
foi a Mariana Prado Reina, em 2014 o Nathan Vinícius 
Ribeiro, em 2015 Júlia de Moraes Amaral e Lucas Sei-
di Kubo. Como não bolistas participam a Maria Eliza 
Nogueira e a Fernanda Beatriz Domingues Pontes. 
 Em 26/07/2016 passei à condição de tutor 
egresso do PET Farmácia e também presidente egres-
so da Comissão Executiva Nacional do PET, gestão 
2014-2016. Gestão exercida juntamente com os tu-
tores André Bittencout Leal da UDESC, Joinville/SC, 
José Fernandes de Melo Filho da UFRB – Cruz das 
Almas / BA, Zelinda Maria Braga Hirano da FURB 
– Blumenau / SC. Assim como com os discentes: 
Danielle Cristine Stern do PET Administração Públi-
ca – UNESP/Araraquara; Eduardo Augusto Carlos 
Conceição do PET Agronomia – UFRA/Belém; Hugo 
Márcio Vieira de Almeida Andrade do PET Econo-
mia – UESB/Vitória da Conquista/BA; Jamille Silva 
de Oliveira, do PET Conexões de Saberes “Inclusão, 
Diversidade e Protagonismo na UFMT/MT.
 Nessa gestão da CENAPET podem ser desta-
cados: o trabalho de pesquisa realizado para determi-
nar o tempo de permanência de tutores nos grupos. 
Conseguiu-se a participação de 91,3% dos tutores e 
o resultado obtido foi que o tempo médio de tutoria 
entre os 842 grupos é de cincoanos. O outro trabalho 
foi o empenho para que a permanência/desligamento 
de tutores seja modulada por avaliação; conseguimos 
inclusive uma audiência pública na comissão de edu-
cação do senado por meio da senadora Ana Amélia 
(PP/RS), mas até agosto/2016 não se conseguiu mu-
dar o teor da portaria 976, que determina que o tempo 
máximo de tutoria seja de seis anos. Com esse intuito, 
promoveu-se abaixo –assinado, que obteve 21 337 
assinaturas de apoio.
 Foram 20 anos de trabalho contínuo, com-
promisso na busca pela qualificação da graduação, 
sempre de forma colaborativa com os professores, 
funcionários e pessoas da comunidade externa, prin-
cipalmente aquelas que se envolveram com os traba- 
lhos de extensão na área de saúde pública. São muitos 
os amigos nesses anos, pois não perdemos contato 
com a maioria dos egressos do PET Farmácia e da 
graduação. A prática tutorial discutida e aprimorada 
nos encontros anuais com tutores de Araraquara, da 
UNESP, região Sudeste e do Brasil, nos trouxeram a 
convicção que o Programa ainda jovem, pois com-
pleta 37 anos de existência neste 2016, tem um papel 
relevante para a formação cidadã, humana e científica 
de discentes da graduação. O principal desafio nesses 
anos foi efetivar os fundamentos teóricos do ensino 
tutorial na vivência prática com os integrantes do 
grupo. Em outras palavras: a busca por implementar, 
por meio do grupo, ações que pudessem contribuir 
com a formação de todos os discentes da graduação, e 
não apenas dos integrantes do PET.
 A notoriedade dos petianos advém de sua 
busca por colaborarem com a qualificação de todos 
da graduação, assim como por terem assumido as 
atividades de extensão como um compromisso para 
entender as necessidades das populações mais vul-
neráveis, bem como por terem promovido com eles a 
troca de saberes. Advém, enfim, de acreditar sempre 
no papel preponderante do processo educativo para 
diminuir a injustiça social existente neste Brasil e ten-
do como modelo principal os ensinamentos deixados 
pelo nosso ilustre Paulo Freire.
 Desejo um trabalho profícuo, colaborativo e 
de relevantes resultados para a Professora Mara Cris-
tina Pinto que assumiu como tutora do PET Farmácia. 
Ela detém todas as qualidades necessárias para bem 
conduzir o ensino tutorial com os estudantes da nossa 
faculdade. 
 Agradeço a colaboração efetiva de todos os 
docentes e funcionários da FCF, dos integrantes da 
AFEP, All Pharma Jr, CACIF, CUCA, Jornada e SAFE 
que contribuíram para que o PET Farmácia seja uma 
das referências do Programa no Brasil pelo trabalho 
8
viver, por assim dizer, separadamente lado a lado”. 
 Encerro este texto também com uma reflexão 
de Bauman: “Pensando bem: talvez o tempo de que 
disponho pareça curto demais não por minha idade 
avançada, mas porque, quanto mais velho você é, mais 
sabe que os pensamentos, embora possam parecer 
grandiosos, jamais serão grandes o suficiente para 
abarcar a generosa prodigalidade da experiência hu-
mana, muito menos para explicá-la. O que sabemos, 
o que desejamos saber, o que lutamos para saber, o 
que devemos tentar saber sobre amor ou rejeição, es-
tar só ou acompanhado e morrer acompanhado ou só 
– será que tudo isso poderia ser alinhado, ordenado, 
adequado aos padrões de coerência, coesão e comple-
tude estabelecidos para assuntos de menor grandeza? 
Talvez sim - quer dizer, na infinitude do tempo. Não 
é verdade que, quando se diz tudo sobre os principais 
temas da vida humana, as coisas mais importantes 
continuam por dizer? ”
 
 Um abraço: João Aristeu
que desenvolve. 
 Para Alice Crispim de Oliveira, Alice Rosa, 
Camila Alves Vicente, Camila Feitosa de Castro, Dan-
iela Pereira de Freitas, Fernanda Beatriz Domingues 
Pontes, Isabelle Souza Kunik, Jacqueline Saconi, João 
Gabriel Almeida de Lucena, Júlia Coronado Neves, 
Julia Ferreira Alves, Julia de Moraes Amaral, Lucas 
Lopes de Castilho, Lucas Sidi Kubo, Lucas Xavier 
Epiphanio, Maiza da Silva Cunha, Maria Eliza Nogue-
ira, Mariana Prado Reina, Matheus Marques Assad, 
Nathan Vinícius Ribeiro, Taina Silva Pratis, Vanessa 
de Oliveira um carinhoso abraço por tudo que apren-
demos juntos e pela agradável surpresa da festa de 
despedida. Aos egressos Augusto Ducati Luchessi e 
a esposa Tavani, Bianca Varotto e seu namorado Ed-
uardo, Flavia Benini Rocha, Mariana Meier, Nathalia 
Vieira dos Santos, Luciana Vismari e Fábio Ulisses 
Sales Rodrigues que trouxeram as filhas Letícia e Ga-
briela por estarem juntos comigo na festa de despe-
dida. 
O Programa PET na nossa visão desenvolve suas 
ações na contracorrente do foco muito bem abordado 
por Zygmunt Bauman na obra Amor Líquido. Nesse 
livro Bauman retoma as principais idéias de vários 
autores, entre os quais: Chris Moss, Lessing, Kafka, 
Kant, Hannah Arendt. De acordo com Bauman foram 
de Michael Schulter e David Lee a observação: “nós 
usamos a privacidade como um traje pressurizado .....
Tudo menos convidar ao encontro, tudo menos en-
volver-se”. Ou ainda de acordo com Giorgio Agamben 
“Nós entramos em nossas casas separadas e fechamos 
a porta, e então entramos em nossos quartos separa-
dos e fechamos a porta . A casa torna-se um centro de 
lazer multiuso em que os membros da família podem 
99
 Nesse meu primeiro texto como tutora do 
PET, cujo mote da revista é o Feminismo, decidi es-
crever as minhas impressões sobre um homem.
É. Sobre um homem específico. João Aristeu da Rosa: 
Aristeu, Joãozinho, João, “Prof ” e até MESTRE dos 
MAGOS. Não cabe apenas uma denominação pois 
são vários Aristeus. O professor, o cientista, o natura-
lista, o fotógrafo, o orquidófilo, o HUMANISTA.
 É difícil escrever sobre um amigo com impar-
cialidade e sem parecer demagogia mas vou relatar, da 
maneira mais sincera, o que vejo nesses 14 anos que 
temos convivido.
 Vejo alguém realmente preocupado com o ser 
humano, alguém que no meio de tanto individualis-
mo, para o que estiver fazendo e escuta. Escuta mais 
que fala. Quando fala é por que tem algo a dizer, e não, 
para abafar o silêncio. Reflete antes de opinar. E como 
reflete muito, não faz pré-julgamentos superficiais e 
procura o melhor do ser humano. Alguém com sen-
sibilidade social e, por isso, atento às desigualdades 
desse nosso mundo.
 Vejo alguém igualmente atento ao autorita-
rismo e preocupado em não reproduzi-lo. Não preo-
cupado com o autoritarismo alheio, mas “àquela parte 
que nos cabe nesse latifúndio”. Uma de suas frases é: 
“Dentro de todos nós mora um autoritário – por isso 
temos que estar sempre vigilantes”.
 Não atento apenas à natureza interna do ser 
humano, sempre observa detalhes na Natureza que 
nos passam despercebidos. Uma árvore diferente, 
um fruto exótico que conheceu em uma viagem, uma 
paisagem, uma boa história...
 Mas apesar desse olhar lírico e poético para a 
vida, estamos falando de um trabalhador contumaz 
(acho que foram poucas as vezes nesses 14 anos que 
saí depois dele do laboratório). Como cientista, tem 
certa predileção pelo estudo dos barbeiros, vetores da 
doença de Chagas, e consegue transmitir essa paixão 
aos seus alunos. Mas seu entusiasmo científico não se 
limita somente ao seu objeto de estudo. Também já o 
vi super empolgado com um “parasita esquisito que 
apareceu em um exame de urina e que não se parece 
com nada....”. A vida e seus seres despertam sua curi-
osidade científica. 
 Tenho a sorte de conviver com alguém que 
vive a vida com delicadeza e alegria; que não tem a 
reclamação como prática. Alguém que esbanja gene-
rosidade.
 Não tenho nenhum embaraço ou constrangi-
mento de falar assim do Professor Aristeu, pois tenho 
a certeza que não se trata de uma distorção de ima-
gem provocada pela amizade. Se perguntarmos aos 
inúmeros alunos que passaram pelas suas mãos e às 
pessoas que convivem mais proximamente com ele, 
certamente, terãoo mesmo olhar.
 Nesse momento em que ele me passa o bastão 
do PET, após 20 anos de atuação, quero deixar re-
gistrada minha profunda admiração por você, Aris-
teu. Obrigada por essa amizade que me permite um 
aprendizado diário! 
(Ao iniciar esse texto minha intenção era deixar uma 
homenagem ao Aristeu, mas ao finalizá-lo dei-me 
conta que não saí tanto assim do mote do Feminismo. 
Aristeu é o exemplo de ser humano que nós mulheres 
gostaríamos que todos os homens fossem. Não se en-
contram nele as características do homem que inibe e 
fere as mulheres: o machismo, a violência e o autorita-
rismo. Se os homens carregassem mais características 
Aristidianas, acredito que não haveria a necessidade 
da bandeira do feminismo - e o mundo seria um lugar 
bem melhor).
Meu bondoso favorito
Mara Cristina Pinto
10
 Era 1994. Estava anunciada a seleção para 1º 
turma do PET Farmácia. Não compreendia muito do 
que se tratava, mas como sempre gostei de novos de-
safios, estava eu lá, participando do processo de se-
leção.
 Quatro garotas, com hábitos de vida e person-
alidades diferentes, junto a um tutor iniciava o PET 
Farmácia. Quantas dúvidas e desafios colocados!
 No início, não sabíamos muito que fazer, mas 
tínhamos um caminho traçado por nosso tutor, um 
direcionamento. Éramos responsáveis por sugerir, 
discutir, organizar e executar as ações que comple-
mentassem nossa graduação. A formação altamente 
técnica começava a ter outro formato com as ativi-
dades propostas. 
 Foram experiências incríveis: contato com 
pessoas e realidade social (atendimento à comuni-
dade), conhecimento de novas ciências e culturas (es-
tudo sobre mitologia grega, curso sobre Biologia Mo-
lecular), debates sobre as questões da vida (sessões de 
cinema)... 
 Logo o grupo foi aumentando. As adversi-
dades, dificuldades, criatividades, potencialidades de 
trabalho foram aumentando. A dedicação era cada 
vez mais cobrada. Tínhamos que dar conta do inglês, 
das atividades propostas, relatórios para CAPES, ini-
ciação Cientifica, notas satisfatórias na graduação... e 
devido minhas escolhas pessoais CUCA, CACIF....
 Quantas vezes meu desejo era não estar ali e 
sim no Bar da Bruxa ou CA! Mas persisti. Foi no PET 
que percebi que a força do Nós é maior que a do Eu! 
Que pessoas diferentes podem sim serem parceiras, 
trabalharem juntas, produzir e colher bons frutos! 
 A própria dinâmica do PET possibilitou o 
desenvolvimento de diversas habilidades: escuta, 
oratória, comunicação, persistência, gerenciamento 
do tempo, respeito ao próximo, disciplina, organi-
zação......
 Quando chegou o momento do estágio, con-
segui ir para a área desejada. Estava mais madura 
psicologicamente. Emocionalmente mais preparada. 
Antes mesmo de me formar estava empregada. E tri-
lhei uma carreira. 
 Hoje tenho 19 anos de formação e a compreen-
são dos benefícios que obtive com as escolhas que fiz 
no período da minha formação. 
 Algumas pessoas me perguntam: como você 
consegue dar conta de tudo que faz? Paro, lembro-me 
do período de graduação e respondo: Aprendi a ser 
assim!!!
Priscila Vautier
Relato de uma petiana egressa
11
Bertha Lutz: uma história de dedicação aos direitos da 
mulher brasileira
Quando estamos na escola aprendemos importantes fatos históricos, mas em sua maioria, as 
personalidades envolvidas eram masculinas. No entanto, cadê as mulheres que revolcionaram a 
história do nosso país?
Camila Feitosa - 5° FBI
 Ao decorrer dos nossos 516 anos, várias mu- 
lheres foram responsáveis por transformar a nossa 
sociedade e conseguir diversas conquistas no âmbito 
social, cultural e político. Algumas dessas personali-
dades são: Nísia Floresta Brasileira Augusta, Chiqui-
nha Gonzaga, Carolina de Jesus, Maria Lenk e Maria 
da Penha. Não conhece nenhuma dessas mulheres? 
Isso demonstra como as brasileiras foram e são negli-
genciadas ao longo do tempo.
 No entanto, não seria possível contar a história 
de todas elas num único texto. Então, para você lei-
tor, eu deixo um conselho: procure saber quem são 
essas mulheres. Voltando ao assunto, tive que escolher 
uma personalidade e após pesquisa resolvi abordar a 
história da cientista, feminista e bióloga Bertha Maria 
Julia Lutz.
 Nascida em dois de agosto de 1894, na cidade 
de São Paulo, filha da enfermeira inglesa Amy Fowler 
e do cientista Adolfo Lutz. Formou-se na Universi-
dade de Paris, em Sorbonne, com especialização em 
anfíbios, Na Europa, teve a oportunidade de conhecer
 o movimento sufragista existente no continente e nos 
Estados Unidos, que tinha como principal objetivo a 
luta pela igualdade dos direitos jurídicos entre os sex-
os. 
 Quando retornou ao Brasil em 1918, depois 
finalizar seus estudos, Bertha iniciou a luta pela au-
tonomia da mulher no nosso país e ao direito ao voto. 
No mesmo ano, irritada por um colunista carioca, que 
afirmava que as mulheres brasileiras não se importa-
vam com a luta pelos direitos femininos que aconte-
ciam no exterior, resolveu escrever o artigo “Somos 
filhos de tais mulheres”, publicado na Revista da Se-
mana, com o pseudônimo de Iracema.
 “As mulheres russas, finlandesas, dinamar-
quesas, norueguesas, suecas, alemães e inglesas – quer 
dizer, uns cento e vinte milhões de mulheres na ve-
lha Europa – já partilham ou brevemente partilharão 
do governo, não só contribuindo com seu voto para 
a eleição dos legisladores, como podendo ser elas 
próprias eleitas para o exercício do poder legislativo.
( …) Todos os dias se lêem nos jornais e revistas do 
Rio apreciações deprimentes para a mulher. Não há, 
talvez, cidade do mundo onde se respeite a mulher. 
(…) O que deve consolar a brasileira é que os homens 
que essas coisas escrevem são piores do que a pior das 
mulheres. E são esses os seus mais severos juízes…! 
 Que importa que alguns jornalistas satíricos 
nos continuem a considerar os “animais de cabelos 
compridos e idéias curtas”, quando o chefe da mais 
poderosa república do mundo (…) proclama que a 
“contribuição das mulheres para o grande resultado da 
12
 
guerra esta fora dos limites da gratidão”, (…) A hom-
enagem mínima que lhes podemos prestar é torná-las 
iguais aos homens no que respeita aos direitos políti-
cos, (…) podemos dizer “SOMOS FILHOS DE TAIS 
MULHERES” (letras maiúsculas nossas)’.’
 Trecho do artigo “Somos filhos de tais mulheres”.
 Depois da repercussão do artigo e a sugestão 
da criação de um movimento de luta no país, Bertha 
foi convidada para o Congresso Feminino Interna-
cional, da Organização Internacional do Trabalho, no 
qual chegou à conclusão de que as mulheres têm que 
ganhar o mesmo salário do que os homens. Ou seja, 
há 98 anos o assunto de igualdade salarial entre os 
sexos é discutido e ainda não se tornou realidade.
 Passou-se um ano e Bertha conseguiu 
aprovação num concurso público para o Museu Na-
cional, localizado no Rio de Janeiro, tornando-se a se-
gunda mulher no serviço público. Neste ano, fundou 
a Liga para a Emancipação Intelectual da Mu- 
lher, posteriormente, transformando-se na Federação 
Brasileira pelo Progresso Feminino, que tinha como 
foco o direito ao voto feminino e traçava metas para 
conseguir alcançá-lo.
 Em 1922, aproveitando as festividades do cen-
tenário da Independência do Brasil, a Federação re-
alizou o I Congresso Internacional Feminista, com a 
presença da norte-americana Chapman Catt. O even-
to foi importante para Bertha por estimular a luta pelo 
voto, pressionando os políticos, realizando plenárias 
e panfletagem. No mesmo ano, ela representou as 
brasileiras na assembleia geral da Liga das Mulheres 
Eleitoras, nos Estados Unidos, sendo eleita vice-presi-
dente da Sociedade Pan-Americana.
 A luta de Bertha pelo direito do voto à mulher 
durou aproximadamente dez anos e terminou com o 
decreto-lei nº 21.076, de 24 de fevereiro de 1932, pelo 
presidenteGetúlio Vargas, que permitiu o direito ao 
voto feminino. Para garantir a igualdade dos direitos 
políticos às brasileiras, ela participou do comitê elabo-
rador da Constituição de 1934.
 Inicia sua carreira política, assumindo a cadei-
ra de deputada federal em 1936, após o falecimento 
do deputado eleito Cândido Pereira. Neste período, 
defendeu mudanças na legislação quanto ao trabalho 
da mulher e do menor, propôs a igualdade salarial, a 
isenção do serviço militar, a licença de três meses a 
gestantes e a redução da jornada de trabalho, que na 
época eram 13 horas.
 A carreira política se encerra no ano seguinte 
com o decreto do Estado Novo, pois o legislativo foi 
fechado e houve recuo quanto às diversas conquistas 
democráticas.. Seu último ato público foi representar 
o país no primeiro Congresso Internacional da Mu-
lher, em 1975, realizado na capital do México. 
 Aliada sempre da causa feminista, trabalhou 
por mais quarenta anos no serviço público, até se 
aposentar, em 1964, como chefe de botânica do Mu-
seu Nacional. Bertha Lutz foi responsável por cata-
logar diversas espécies de anfíbios como Paratelma-
tobiuslutziie Ischnocnema hoehnei. Faleceu em 1976, 
com 82 anos, no Rio de Janeiro.
 Bertha Lutz deixou sem dúvidas um legado 
científico, social e político. Lutou pelos direitos da 
mulher brasileira, da sua época e por causa disso, 
avançamos nas áreas da educação, emprego, saúde e 
na política. Hoje, somos cerca de cinco milhões de 
eleitoras no mundo, sendo a maioria do eleitorado 
brasileiro. Então, agora cabe a nós continuar o lega-
do de Bertha e lutar por mais avanços. Não adianta 
reclamarmos em casa, agora é hora de nós agirmos. 
Como Bertha nos deu o direito ao voto, nada mais 
digno que decidirmos o nosso futuro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1]https://www.ecodebate.com.br/2010/08/02/ber-
tha-lutz-precursora-da-luta-feminista-artigo-de-jo-
se-eustaquio-diniz-alves/
[ 2 ] h t t p : / / o b s e r v a d o r e s x x i . t u m b l r . c o m /
post/144171795190/pioneiras-abolicionistas-sufra-
gistas
[3]http://www.bolsademulher.com/estilo/a-conquis-
ta-ao-direito-do-voto-feminino
[4]http://www12.senado.leg.br/noticias/entenda-o-
assunto/bertha-lutz
[5]http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justi-
ca/2012/04/bertha-lutz
[6]http://www.sohistoria.com.br/biografias/berta/
[7]https://pt.wikipedia.org/wiki/Bertha_Lutz
[8]http://g1.globo.com/educacao/noticia/2015/03/
conheca-cinco-mulheres-que-transformaram-o-bra-
sil.html
13
 
13
Samurais: os lendários guerreiros japoneses
Lucas Seidi Kubo - 2°EBB
 Os samurais foram guerreiros de elite e domi-
naram a época do Japão feudal por quase 700 anos, 
iniciando no século 12 e se encerrando em 1873. 
O termo “samurai’’ é utilizado mais no Ocidente e 
provém do verbo japonês saburai (“aquele que serve 
à nobreza”), enquanto no Japão é mais comum a utili-
zação do termo bushi (“guerreiro”). No entanto, nem 
sempre esses guerreiros foram apenas habilidosos es-
padachins.
 No início, quando ainda não existia o termo 
samurai, eles eram responsáveis pela cobrança dos 
impostos nas áreas rurais. Por muito tempo, a princi-
pal arma utilizada não era a katana, a famosa espada 
longa japonesa, mas sim o arco e flecha, pois a fabri-
cação da primeira katana seria apenas no século 14. 
Por volta do século 10, o termo samurai foi sanciona-
do e passaram a assumir tarefas militares, continuan-
do guardiões da corte imperial e também passaram a 
compor milícias particulares dos daimyos (“senhores 
feudais”), os quais lhes pagavam com uma quantidade 
de arroz. Nessa época, qualquer pessoa poderia ser 
um samurai, desde que passasse por treinos militares 
e fosse contratada por um daimyo, caso contrário, es-
ses samurais eram chamados de ronin (“andarilho”).
 Na Era Tokugawa (1603-1867), os samurais 
se converteram nos lendários guerreiros pelos quais 
hoje são conhecidos. Neste período, esses espadachins 
se tornaram a classe mais alta da sociedade japonesa, 
enquanto o imperador se transformou apenas em uma 
figura simbólica. A obtenção do título de bushi passou 
a ser apenas de geração em geração, ou seja, apenas 
um filho de samurai poderia ser um samurai. Além 
das obrigações militares, tinham também responsa-
bilidades econômicas e administrativas junto ao seu 
daimyo. Deste modo, o samurai não apenas dominava 
a arte da guerra, mas também conhecia arte, literatu-
ra, caligrafia, música e até mesmo a cerimônia do chá, 
uma prática introduzida por monges zen-budistas e 
que servia como uma atividade espiritual.
 Assim, algumas das características apreciadas 
num guerreiro samurai eram a disciplina, coragem, 
lealdade e autocontrole, pois tais virtudes eram regi-
das e por um código de honra, o bushido (“caminho 
do guerreiro”). Caso um samurai violasse o código e 
desonrasse seu daimyo, sua família ou até si próprio, 
cabia a ele a prática do seppuku (“cortar o ventre”) ou, 
vulgarmente, harakiri.
 Antes do ato, o espadachim banhava-se para 
purificar o corpo e a alma. Depois, vestia a roupa es-
pecífica do seppuku, totalmente branca, tomava uma 
xícara de saquê, sempre em dois goles e, por fim, es-
crevia um ou dois poemas de despedida. Então, em 
frente a testemunhas, o samurai com otanto (punhal) 
ou a wakizashi (espada curta) fazia um corte no ventre 
da esquerda para a direita e, se conseguisse, um corte 
no meio em direção ao estômago, pois se acreditava 
que ali se localizava a alma. Posteriormente, o kai-
shakunin (“o segundo”), um samurai muito habilido-
so, podendo ser amigo do suicida ou um inimigo que 
reconhecia a bravura do rival, dava um único golpe no 
pescoço de modo a não decapitá-lo, para que a cabeça 
ficasse ainda ligada ao corpo. Caso o kaishakunin de-
capitasse completamente, era um grande desrespeito 
ao samurai. Um dos princípios desses guerreiros era 
que a vida é limitada, enquanto o nome e a honra po-
dem durar para sempre, e o seppuku permitia que o 
samurai morresse com dignidade e honra.
 As mulheres dos samurais eram responsáveis 
por todas as tarefas domésticas, pela educação dos fi-
lhos e cuidado dos mais velhos, e quando necessário, 
proteger a casa de inimigos utilizando uma espécie de 
lança, a naginata, ou um punhal. Apesar do patriar-
cado ser bastante marcante nesse período, houve mu-
lheres que se sobressaíram como Tomoe Gozen, uma 
das poucas samurais conhecidas e que participou das 
Guerras Genpei (1180-1185) e Tachibana Ginchiyo, 
que se tornou líder do clã Tachibana após a morte do 
pai.
 Com o fim da Era Tokugawa, após a derrota 
contra as tropas imperiais na Guerra de Boshin, o im-
14
 
perador Meiji assumiu o poder dos samurais dando 
início a Era Meiji. Durante esse período, o Japão saiu 
da época feudal abrindo as portas para o Ocidente, 
recebendo diversas tecnologias como o telégrafo e fe-
rrovias, além de tecnologia militar, deixando de lado 
os samurais, que além de perderem seus status, não 
podiam mais utilizar as suas duas espadas (katana e 
wakizashi) em público, ou seja, era o cúmulo para a 
honra samurai. 
 Entre os anos de 1874 e 1877 ocorreram di-
versas rebeliões, mas todas reprimidas. A última foi 
liderada por Saigo Takamoto, ex-ministro de guerra e 
que havia lutado a favor do imperador na Guerra de 
Boshin, comandou 15 mil homens com suas arma-
duras até o castelo de Kumamoto no qual realizaram 
um cerco, mas foram obrigados a fugir com a chega-
da do exército imperial. Em 24 de setembro de 1877, 
30 mil soldados imperiais cercaram os 400 rebeldes 
restantes, que numa investida suicida, morreram com 
suas katanas em mãos. Saigo, que havia sido ferido 
durante a investida, cometeu o seppuku para não ser 
capturado, sendo o último grande chefe samurai da 
história japonesa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] http://www.bushido-online.com.br/samurai
[2]http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/samurais_o_fim_de_uma_era.html[3] http://www.japaoemfoco.com/samurais/
[4] http://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/37480-conheca-quem-foram-alguns-dos-samurais-
mais-importantes-do-japao.htm
[5] http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-era-realizado-o-ritual-do-haraquiri
 Ritual de seppuku.
1515
A Chama Olímpica na cidade da laranja
João Gabriel Almeida de Lucena - 3º FBI
 Durante o mês de agosto ocorreram os Jogos 
Olímpicos na cidade do Rio de Janeiro. Tais jogos 
contemplaram modalidades de verão e inverno que a 
cada dois anos se alternam Esse evento multiesportivo 
de alcance global é disputado por milhares de atletas 
em diversas competições. Na edição de 2016 parti-
ciparam mais de 200 países e o Brasil figurou com um 
grande número de atletas.
 Uma das maiores tradições olímpicas, de quase 
três mil anos, é o revezamento da tocha e o acendi-
mento da Pira Olímpica, dando início aos Jogos. Na 
Grécia Antiga, local de origem do evento, o fogo era 
considerado um elemento divino e permanecia ace-
sso em frente aos principais templos, como o caso do 
Templo de Héstia, localizado na cidade Olímpia, que 
foi palco dos Jogos Olímpicos da Antiguidade.
 Esse ritual é realizado até hoje, acontece 
por meio de tochas em um grande revezamento até 
a cidade sede dos Jogos. Além disso, as cidades são 
responsáveis por preparar festividades que anunciem 
a chegada do evento, que se estende até o acendimento 
da Pira Olímpica na cerimônia de abertura. Este ano, 
ao longo de 95 dias, 12 mil pessoas participaram do 
revezamento, fazendo com que a chama percorresse 
mais de 300 cidades e os 27 estados do país.
 Por cerca de 200 metros, cada condutor ca-
rregou a chama que foi inicialmente acessa na Grécia 
e a parada final, este ano, foi no Estádio do Maracanã. 
Os condutores foram escolhidos de acordo com suas 
contribuições, tanto para o esporte quanto para a co-
munidade, por meio de quatro campanhas diferentes 
promovidas pelo Comitê Rio 2016 e pela Coca-Cola, 
Nissan e Bradesco, patrocinadores oficiais do reveza-
mento.
 A cidade de Araraquara foi prestigiada com 
esse evento de grande importância no dia 18 de ju-
lho, sendo a primeira da região a receber a chama. O 
comboio partiu da Avenida Fernando Rodrigo Grillo 
por volta das 9h30, entrou na Avenida Padre Francis-
co Colturato (Av. 36), virou na Rua São Bento (Rua 
3), por onde desceu até a Avenida Brasil (no Centro), 
passou para a Rua Nove de Julho (Rua 2), subiu e en-
trou na Avenida Bento de Abreu. A partir de então, 
entrou pela Alameda Rogério Pinto Ferraz, depois 
passou pela Avenida La Salle e chegou finalmente à 
Rua Mauro Pinheiro, em frente ao estádio Arena da 
Fonte, ponto de encerramento da passagem. Foram 
7,5 quilômetros percorridos por Osmar Alberto Volpe
Lauro Chaman ciclista paraolímpico conduzindo a tocha 
em Araraquara
16
Idas e Vindas do Transporte Público
Julia Ferreira Alves – 3º FBI
 (Pio, jogador de futebol ex-Ferroviária e Palmeiras), 
José Alberto de Mattos Marques (Beto Pela Fé, ul-
tramaratonista), Roseli Gustavo (ex-jogadora da Se-
leção Brasileira de Basquete), Lauro Chaman (ciclista 
paraolímpico) e Roberto Macedo (ex-atleta olímpico 
de hipismo), além de condutores indicados pelos pa-
trocinadores.
 Antes da chegada da chama Olímpica no está-
dio Arena da Fonte Luminosa, ocorreu uma apresen-
tação de Nisho Wadaiko, grupo de taiko da cidade de 
Araraquara, com tambores japoneses.
 A presença da tocha atraiu centenas de pe-
ssoas às ruas que se animaram com esse evento único. 
Após sua passagem por Araraquara, a chama seguiu 
para cidades vizinhas da região, como São Carlos e 
Jaboticabal.
Ex-jogador Pio com a tocha na Arena da Fonte Luminosa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
[1]https://www.rio2016.com/revezamento-da-tocha 
[2]https://www.rio2016.com/tocha-olimpica
[3]http://www.portalmorada.com.br/esportes/geral/
araraquara-debate-novos-detalhes-da-passagem-da-
tocha-olimpica:57292
[4]http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noti-
cia/2016/07/tocha-olimpica-passa-por-araraquara-e-
sao-carlos-sp-e-interdita-ruas.html
 O transporte público é considerado pro-
blemático ao longo de todo território brasileiro, 
seja por precariedade, preços, atrasos, entre 
outros pontos. Isso se torna mais problemático 
quando, de acordo com o relatório de Sistema 
de Informações da Mobilidade Urbana (2014), 
57,2% da distância total percorrida por brasilei-
ros, no ano de 2012, foi por meio de transportes 
públicos e 49% do tempo de deslocamento foi 
gasto nesse meio, necessitando de melhorias 
reais. 
 Em Araraquara, o cenário não é dife-
rente. Até o início de 2016, o transporte coletivo 
dentro da cidade era responsabilidade da Com-
panhia Trólebus Araraquara (CTA) que desde 
antes de 2014 pretendia terceirizar o serviço, 
já que passava por uma grave crise financeira 
e, não conseguia quitar suas dívidas que atin-
giam um total de R$ 12 milhões. Existia o lado 
a favor da mudança, desde que o transporte 
ganhasse qualidade, e o contra, formado prin-
cipalmente do grande número de funcionári-
os que seriam demitidos, uma média de 560. 
Além disso, circulavam 70 ônibus quando o 
ideal seria 84 para atender a grande demanda, 
fazendo com que passageiros ficassem muito 
tempo esperando e pegando o transporte lo-
tado. E, como se não bastasse, os ônibus já es-
tavam em uso a mais de 20 anos, apresentan-
do muitos danos e problemas. 
17
 No final de 2015 a terceirização foi reali-
zada. As empresas Cruz e Viação Paraty vence-
ram a licitação aberta formando o Consórcio 
Araraquara de Transportes (CAT), inserindo 
veículos totalmente novos e com tecnologia para 
acessibilidade e câmeras de segurança. A nova 
frota é composta por 84 veículos em circulação, 
que foram inseridos em três etapas para possível 
re-solução de problemas ao longo do processo, e 
seis veículos reserva. Para garantir a qualidade 
prevista no contrato, foi criada uma Controlado-
ria do Transporte de Araraquara que fiscalizará 
e aplicará penalidades, se necessário. A direção 
da Controladoria é de Marcio Eduardo dos San-
tos, antigo diretor técnico, administrativo e fi-
nanceiro da CTA, além de Secretário de Admi-
nistração da Prefeitura de Araraquara (2008-
2009) e Vereador da Câmara Municipal (1993-
1996). 
 No entanto, os problemas continuam. 
Mesmo com ótimos veículos circulando, a grande 
distância de tempo entre os ônibus permanece, 
muitas vezes mantendo a já conhecida espera de 
uma hora no ponto de ônibus, fazendo com que 
eles continuem lotados em linhas muito movi-
mentadas como “Campus – Vila Xavier”. Muitas 
vezes, essa grande espera ocorre por passarem 
dois ou três ônibus dentro de um intervalo muito 
curto de tempo entre eles, o que resulta em ôni-
bus vazios circulando e pessoas se acumulando 
no ponto em um horário próximo.
 Para aumentar a insatisfação, no começo 
de julho de 2016 foi anunciado um aumento das 
passagens de R$ 3,20 para R$ 3,50, representando 
um aumento de 9,26%. O último aumento foi em 
junho de 2015, ou seja, pouco mais de um ano, 
quando o ônibus passou de R$ 3,00 para R$3,20. 
O presidente diretor da Controladoria de Trans-
porte diz que esse novo aumento de 30 centavos 
“é um reajuste anual que já estava previsto no 
contrato [...]. É uma medida que visa corrigir as 
perdas, como salários e a manutenção de veícu-
los”. Em um período de crise financeira no país, 
os 30 centavos a mais no fim do mês exigem um 
controle maior dos trabalhadores e estudantes 
que dependem do transporte coletivo, muitas 
vezes tendo que economizar dinheiro na alimen-
tação para conseguir equilibrar com o meio de 
transporte. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
[1]http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/
noticia/2016/07/tarifa-de-onibus-sobe-para-r-
350-em-araraquara-e-passageiros-reclamam.
html
[2]http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2016/05/apos-queixas-nova-frota-de-oni-
bus-comeca-circular-em-araraquara-sp.html
[3]http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/no-
ticia/2014/07/manifestacao-impede-audiencia-
sobre-terceirizacao-da-cta-em-araraquara.html
[4]http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/no-
ticia/2016/05/mesmo-com-novas-linhas-onibus-
de-araraquara-tem-atraso-de-1h-e-lotacao.html
[5]http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/5-
provas-de-que-o-transporte-publico-deveria-
ser-prioridade
[6]http://files-server.antp.org.br/_5dotSystem/
userFiles/SIMOB/Rel_2012_V2%20docx.pdf
[7]http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/no-
ticia/2015/12/duas-empresas-vencem-licitacao-
e-assumirao-o-transporte-de-araraquara.html
18
 Para todos aqueles que já se sentiram presos 
ao próprio corpo, saiba que esse quadro é mais co-
mum do que se pensa.
 Imagine você dormindo tranquilamente, 
quando de repente seus olhos se abrem. Você percebe 
que está em seu quarto, entretanto, ao tentar se mover 
seu corpo não responde aos comandos, você tenta 
pedir ajuda, mas não consegue falar. A única coisa que 
pode fazer é mexer os olhos e controlar sua respiração. 
Já passou por uma situação dessas? Imaginou ser um 
pesadelo aterrorizante no qual às vezes você até enxer-
ga seres sobrenaturais? Se a sua resposta foi sim, você 
já vivenciou um quadro de paralisia do sono, um dis-
túrbio que pode atingir até metade da população pelo 
menos uma vez na vida. 
 A paralisia do sono ocorre quando estamos 
conscientes, entretanto, incapazes de nos movermos. 
Ela consiste em uma condição caracterizada por pa-
ralisia temporária de todo o corpo, que se sucede ime-
diatamente após o despertar, ou mais raramente, logo 
após o adormecer. Antes de entendermos como este 
distúrbio funciona, é importante entendermos como 
funciona o nosso sono normal.
 O período em que dormimos é utilizado pelo 
nosso corpo para que possamos repor as energias 
gastas ao longo do dia. É durante o sono que nosso 
organismo recupera os músculos e outros tecidos, 
substituindo células mortas ou velhas. Além disso, é 
neste período que o cérebro organiza e armazena as 
memórias (acredita-se que os sonhos façam parte 
desse processo), além de ativar vias metabólicas que 
funcionam enquanto dormimos. O sono é dividido 
em duas fases: o sono REM e sono N-REM, que se in-
tercalam ciclicamente durante o período em que dor-
mimos. 
 O sono N-REM (non rapid eye movement) é 
a fase que inicia o sono, ela compõe cerca de 75% do 
tempo total em que dormimos, sendo dividida em 4 
estágios. Durante o N-REM temos uma menor ativi-
dade neural na qual ocorre o descanso profundo do 
organismo, além disso, é nela que ocorre, por exemplo, 
a liberação do hormônio do crescimento. 
 O sono REM (rapid eye movement) acontece 
após os estágios do N-REM e se caracteriza por uma 
intensa atividade cerebral, é nela que os sonhos acon-
tecem, sendo importante para o nosso bem-estar físico 
e emocional. Quando a fase REM termina, voltamos à 
fase N-REM e o ciclo repete-se cerca de 5 vezes por 
noite.
Paralisia do sono
Para todos aqueles que já sentiram-se presos ao próprio corpo, saiba que esse quad-
ro é mais comum do que se imagina.
Tainá Pratis - 4° FBI
19
 Durante o sono REM ocorre uma paralisia fi-
siológica do corpo, conhecida como “atonia REM”, 
que é responsável por preservar a integridade do or-
ganismo, uma vez que, devido a intensa atividade neu-
ral, a pessoa pode se mexer e acabar se machucando.
 A paralisia do sono ocorre quando o cérebro 
desperta do estado REM, mas a paralisia corporal per-
siste, fazendo com que a pessoa fique “presa ao pró-
prio corpo”. As pesquisas indicam que em grande 
parte dos casos, a paralisia do sono é um sinal de que 
seu corpo não está se movendo de acordo aos estágios 
do sono. 
 Os sintomas caracterizam-se principalmente 
pela paralisia corporal, entretanto, em alguns casos 
podem ocorrer sensação de sufocamento e quadros 
de alucinações, principalmente associados a presença 
de entidades sobrenaturais. 
 Cerca de 4 entre cada 10 pessoas têm paralisia 
do sono. Os casos geralmente ocorrem no período da 
adolescência e vida adulta e podem estar associados a 
alguns fatores como insônia, estresse, horário de sono 
irregular, narcolepsia, abuso de substâncias medica-
mentosas, entre outras. 
 
 Não há tratamento, entretanto algumas me-
didas podem ser tomadas para controlá-la, tais como 
fazer exercícios físicos, manter alimentação saudável, 
diminuir estresse, dormir o suficiente para manter 
uma boa saúde física e mental. Caso os casos oco-
rram com alta frequência aconselha-se procurar um 
médico para que melhores medidas sejam tomadas. 
Apesar de desconfortável a paralisia do sono não traz 
nenhum dano prejudicial à saúde, os episódios duram 
de 4 a 10 minutos até que o corpo volte a ter os movi-
mentos musculares.
 Caso você passe por algum quadro de parali-
sia, algumas dicas podem te ajudar, tais como: focar-
se nos movimentos corporais, principalmente no 
movimento das pontas dos dedos; focar-se no movi-
mento dos olhos, movendo-os rapidamente; focar-se 
na respiração de forma a respirar de uma maneira 
controlada; imaginar que você está se movimentando, 
etc. Seja qual for o método escolhido, a ideia é manter 
a calma e tentar relaxar o mais rápido possível para 
que o episódio termine de forma rápida e você possa 
recuperar o controle sobre o próprio corpo. 
REFRERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
[1]http://saude.hsw.uol.com.br/sono1.htm - acessado em 06/08/2016.
[2]http://www.hospitaldaher.com.br/daher/paralisia-do-sono-o-que-e-como-tratar - acessado em 
06/08/2016.
[3]http://pt.wikihow.com/Lidar-com-a-Paralisia-do-Sono- acessado em 06/08/2016.
[4]https://biosom.com.br/blog/saude/paralisia-do-sono/ - acessado em 06/08/2016.
[5]http://www.muitointeressante.com.br/pq/o-que-e-o-sono-rem - acessado em 06/08/2016.
[6]http://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/fases-sono.htm - acessado em 06/08/2016.
[7]http://www.cerebromente.org.br/n12/mente/sono.html - acessado em 06/08/2016.
20
 
Impressoras e biotecnologia: um avanço 
para a sociedade
Fernanda Pontes - 4° EBB
 Nos últimos anos, o termo “impressão 3D” 
está sendo cada vez mais falado e o equipamento 
que imprime objetos de maneira tridimensional vem 
ganhando força na sociedade, nas indústrias e até 
mesmo em muitas casas da população mundial, uma 
vez que os altos preços que antes afastavam os consu-
midores estão se tornando mais acessíveis. O que an-
tes era considerado apenas hobby de poucos privile-
giados, hoje tem espaço amplo no mercado, seja para 
simples experimentação dos curiosos ou para aqueles 
que desejam desenvolver produtos muito complexos e 
específicos. 
 Através desta impressora, qualquer ideia pode 
se transformar em algo real, essas máquinas são ca-
pazes de estreitar as fronteiras entre o mundo ima-
ginário e mundo real, entre virtual e físico. Para isso, 
basta apenas gerar um modelo com design virtual, 
modificá-los à sua maneira e então gerar o arquivo a 
ser impresso. 
 O funcionamento de uma impressora 3D 
se assemelha ao funcionamento de uma impre-
ssora tradicional, com a diferença de que os objetos 
são impressos em três dimensões. Esses objetos são 
montados camada por camada, a partir do material 
que servirá como matéria prima. O primeiro passo 
da produção é a criação do que se deseja imprimir, 
para isso podem ser utilizados diversos softwares que 
permitam a criação e desenvolvimento dos modelos 
desejados. Com o desenho já traçado, pode-se dar 
início ao processamento, o qual é ativado quando o 
computador envia instruções para a impressora que 
aquece a matéria prima e então desenvolve o material 
através de finas camadas. Após poucos minutos ou al-
gumas horas, o que pode variar de acordo com a com-
plexidade do material, o objeto está finalizado. 
 Com esta novatecnologia é possível que a 
transformação de utensílios virtuais em físicos esteja 
ao alcance de todos, assemelhando-se aos filmes de 
ficção científica, o que pode ser vantajoso na grande 
maioria dos casos e para a maioria das aplicações, en-
tretanto, pode apresentar alguns aspectos negativos 
também. Dentre as muitas vantagens destacam-se a 
redução do desperdício, uma vez que é utilizado a-
penas o material necessário, inovação, e claro, a cus-
tomização a qual permite que os objetos sejam cria-
dos de forma personalizada. Por outro lado, quando 
trabalhos mais complexos e difíceis são realizados, são 
necessários máquinas mais apuradas e por consequên-
cia mais caras, além disso, é exigido grande conheci-
mento para operar uma dessas máquinas. 
Primeira impressoa 3D disponível no Brasil.
21
 Mas afinal, o que uma impressora que parece 
envolver muito de engenharia mecânica e elétrica tem 
a ver com biotecnologia, bioprocessos ou até mesmo 
com saúde? Tudo! Uma das maiores aplicações das 
impressoras 3D é encontrada no setor biotecnológico.
A cada dia, mais pesquisas são publicadas indicando 
que o mercado da impressão 3D está ganhando forças 
nas áreas de saúde, biotecnologia, médica e bioproce-
ssos. As empresas de impressoras 3D que trabalham 
com material biológico estão se destacando, mas ain-
da estão na fase de testes científicos por requererem 
um software específico, podendo mais para frente, 
após o aperfeiçoamento da tecnologia e dos testes 
clínicos, produzir os seus materiais em grande escala. 
Já pensou como seria não ter que esperar meses, e até 
mesmo anos, em filas de espera para transplantes de 
órgãos para ser beneficiado com o órgão que tanto 
precisa? Pois este é só mais um dos cenários que a im-
pressão 3D biológica promete mudar em um futuro 
não muito distante. 
 Diversos estudos são publicados na área, en-
tre eles destaca-se a pesquisa de cientistas japoneses 
que afirmam estarem muito próximos de encontrar a 
maneira de tornar possível a criação de articulações, 
ossos, pele e tecidos utilizando as impressoras 3D. De 
acordo com os cientistas, não é necessário desenvol-
ver somente massa de tecidos, mas sim torná-las com-
pletamente funcionais. Tsuyoshi Takato, professor da 
Universidade de Tóquio, juntamente com sua equipe 
de pesquisa, está a caminho de desenvolver uma bio-
impressora 3D de última geração, que seja capaz de 
juntar finas camadas do biomaterial específico e então 
gerar o bioproduto final desejado. O grupo faz uma 
combinação entre células-tronco com capacidade de 
se diferenciarem nos diversos tecidos do corpo, pro-
teínas que estimulam o crescimento e diferenciação, 
como também substâncias sintéticas que se asseme-
lham ao colágeno humano. Segundo o pesquisador 
Takato, o objetivo da equipe é mimetizar a estrutura 
dos órgãos da maneira mais fiel possível, fazendo-se 
uso de impressoras 3D. Após poucas horas, a impre-
ssora poderia desenvolver um implante com base nos 
dados de tomografia computadorizada. A expectativa 
é que estes implantes se encaixem perfeitamente no 
corpo e sejam facilmente assimilados pelos tecidos 
humanos. 
 Outra pesquisa que fez todos vibrarem foi 
quando, no inicio de 2016, cientistas do Instituto de 
Medicina Regenerativa Wake Forest revelaram a im-
pressora “Sistema de Impressão de Órgãos e Tecidos”, 
ou ITOP, da sigla em inglês. Após 10 anos de trabalho 
para que a impressora fosse completamente desen-
volvida, os cientistas conseguiram imprimir ossos 
da mandíbula, estruturas cartilaginosas e até mesmo 
uma orelha humana. 
Orelha humana feita com impressora 3D (Foto: Divulgação/
WakeForestInstituteforRegenerativeMedicine)
 O grande diferencial das impressoras 3D 
biológicas é que por serem totalmente desenvolvidas 
pelo computador, as peças ou tecidos a serem utili-
zados na reposição do paciente podem ser moldados 
sob medida.
 O equipamento ITOP pode fabricar materiais 
de tamanho e resistência que sejam adequados, além 
de possibilitar a criação de canais que in vivo servirão 
como pequenos vasos sanguíneos e também a criação 
de microcanais, responsáveis pela passagem dos nu-
trientes essenciais às células vivas.
 A fim de testar se as peças poderão ser utiliza-
das em futuros transplantes, os cientistas utilizaram o 
material em animais vivos. Orelhas impressas seme-
lhantes às dos humanos foram implantadas sob a pele 
de ratos, passados dois meses as orelhas permanece-
ram intactas além de terem desenvolvido vasos san-
guíneos e cartilagens, indicando assim o sucesso na 
primeira fase de experimentação. Quando todos os 
testes tiverem sido realizados com ratos e outros ani-
mais, assegurando o produto, os testes começarão a 
ser desenvolvidos em humanos. 
 Apesar dos avanços nessa área, o grande desa-
fio das impressoras 3D convencionais que ainda pre-
cisa ser superado, e que já está na fase de solução, é a 
geração de calor que, quando em excesso, pode dani-
ficar as células vivas, proteínas e os demais materiais 
biológicos prejudicando a função biológica in vivo a 
ser desenvolvida.
 Todos os dias a sociedade avança um passo 
mais a frente quando o assunto é o uso da impressão 
22
A Competição Internacional de Máquinas Genetica-
mente Modificadas (iGEM) na Unesp Araraquara
Nathan Vinícius Ribeiro - 3º EBB
 iGEM, sigla em inglês para Competição Inter-
nacional de Máquinas Geneticamente Modificadas, é 
uma competição de biologia sintética promovida anu-
almente pelo Massachusetts Institute of Technology 
(MIT) desde 2004 em que equipes de estudantes do 
mundo inteiro participam apresentando seus projetos 
e promovem a divulgação do conhecimento e o avan-
ço na biologia sintética, além de estimular, em seus 
participantes, habilidades planejamento e adminis-
tração de projetos, trabalho em equipe, organização, 
oratória, arrecadação de fundos, colaboração inter-
nacional, entre outros.
 O iGEM Unesp-AQA é um grupo criado para 
participar da competição, composto por estudantes de 
Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia e Farmá-
cia-Bioquímica da Faculdade de Ciências Farmacêu-
ticas de Araraquara e que, como projeto a ser desen-
volvido para a competição, propomos um tratamento 
alternativo para diabetes.
 Segundo dados da Organização Mundial de 
Saúde (OMS), o número de diabéticos no mundo 
quadruplicou desde 1980 e cerca de 422 milhões de 
adultos no mundo possuem diabetes. Em 2012, a dia-
betes foi responsável direta por 1,5 milhões de mortes. 
No Brasil, cerca de 16 milhões de pessoas possuem 
diabetes, o que corresponde a 8,1% da população e, 
em 2012 a doença foi responsável por 6% das mortes 
no país. 
 O tratamento de diabetes envolve uma dieta 
saudável e atividade física, juntamente com o controle 
da taxa de glicose no sangue. Pessoas com diabetes 
tipo 1 requerem a administração de insulina via ad-
ministração subcutânea, enquanto que a diabetes tipo 
2 pode ser tratada com medicação oral, porém em 
alguns casos também pode ser necessária a adminis-
tração de insulina.
 Diante desse cenário, nosso projeto propõe 
o desenvolvimento de uma bactéria geneticamente 
modificada, não-patogênica, que seja capaz de insta-
lar-se no intestino, produzir insulina na sua confor-
mação final e secreta-la de maneira apropriada para 
ser absorvida pelo intestino. A produção e secreção 
de insulina será controlada pelos níveis de glicose no 
organismo de modo que seja produzida a quantidade 
necessária de insulina para responder à necessidade 
do paciente. A administração do microrganismo ge-
neticamente modificado será através de um alimen-
to probiótico, de maneira a integrar-se a microbiota 
intestinal. Propomos um método alternativo para o 
tratamento de diabetes, em especial do tipo 1, que não 
seja invasivo como as injeções de insulina subcutâneas 
utilizadas atualmente.
 Gostou do nosso projeto? Precisamostambém 
da sua ajuda para que ele vire realidade! Para saber 
mais, ajudar na nossa arrecadação de fundos e ficar 
por dentro das novidades, curta nossa página no Fa-
cebook: iGEM Unesp AQA. 
 Para saber mais sobre o iGEM e biologia sinté-
tica acesse www.igem.org e www.syntheticbiology.org
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
[1] iGEM Foundation. iGEM Competion. Disponível em: < 
http://igem.org/Competition> Acesso em: 17/09/16.
[2] World Health Organization. Global report on diabetes. Ge-
neva, 2016.
[3] World Health Organization. Diabetes country profiles. Ge-
neva, 2016.
[4] World Health Organization. Definition, diagnosis and classi-
fication of diabetes mellitus and its complications. Geneva, 1999. 
Report Number: WHO/NCD/NCS/99.2.
mais a frente quando o assunto é o uso da impressão 3D a favor da saúde, assim é evidente que uma das fer-
ramentas da biotecnologia está permitindo que o mundo enxergue o futuro de um jeito diferente, com mais es-
perança e confiança, acreditando que daqui uns anos as impressoras juntamente com a biotecnologia poderão 
mudar o mundo como conhecemos e salvar muitas vidas. 
23
 
23
Alimentação mais cara? De quem será a 
culpa?
Lucas Xavier Epiphanio 4º FBI
 Certamente você já, pelo menos, ouviu falar 
que o “preço” para se alimentar tem aumentado, e 
isso não é de hoje, mas vem acontecendo há um bom 
tempo. Um grande exemplo disso é o atual preço do 
feijão. O que há alguns meses atrás valia em média 5 
reais o quilo, hoje é extremamente difícil acha-lo por 
menos de 10 reais, tendo uma média de 15 reais/Kg. 
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE), órgão que avalia a variação dos 
preços nas capitais, o preço do feijão subiu 33,49% até 
maio de 2016, e 44,62% em 12 meses. Mas não é só o 
feijão, como muitos outros ingredientes do dia a dia, o 
preço das alimentações está cada vez mais caro.
 Quando se pergunta o porquê deste aumento 
no preço, um dos primeiros motivos imaginados é o 
recente aumento do dólar, ou problemas de gestão na 
economia. Ambos não deixam de estar parcialmente 
corretos, mas o principal motivo é algo muito menos 
complexo e mais grave, a seca. Não é de hoje que 
ouvimos falar em quadros de seca, ou mesmo, uma 
diminuição na captação de água. Recentemente São 
Paulo enfrentou um grande problema de escassez de 
chuva, e para contornar este problema, muitos mu-
nicípios e cidades do estado acabaram tendo um corte 
no consumo de água durante o dia. Levando-se em 
conta que São Paulo é um grande estado e com recur-
sos para contornar situações como esta, a seca começa 
a não ser “tão” problemática assim. Porém, a maior 
adversidade nos episódios de seca que acontecem em 
regiões que, além de já terem esse problema, possui 
foco econômico na agricultura e agropecuária que 
consomem muiita água, como é o caso do estado do 
Paraná, o qual responde por 24% da colheita de fei-
jão, sendo o principal produtor deste. Segundo Carlos 
Alberto Salvador, engenheiro agrônomo do Departa-
mento de Economia Rural da Secretaria da Agricultu-
ra do Paraná, o estado teve várias quedas consecutivas 
no cultivo do feijão nas últimas safras, a começar pela 
quebra de 14% na primeira safra encerrada em março 
e 21% na segunda safra a qual foi colhida em junho, 
somando assim uma perda de 318,5 mil toneladas da 
leguminosa. A terceira safra já está sendo plantada, 
no entanto, esta já é insuficiente para reverter o alto 
preço.
 Sabemos então que as secas podem ser alta-
mente prejudiciais não só para a população que mora 
ali, mas até para a economia do estado, então, como 
surgem as secas? A partir dessa temática, é importante 
entender que o quadro se estabelece a partir de vários 
fatores, dentre eles a altitude, longitude, tipo de massa 
de ar, relevo dentre outros. A exemplo do sertão do 
nordeste, a restrita presença de chuva nessa área é 
causada basicamente pelo tipo de massa de ar, aliado 
ao relevo que impede que massas de ar quentes e úmi-
das ajam sobre o local, impedindo assim o fenômeno 
da chuva. Devemos entender também que os perío-
dos de chuva e seca sempre existiram e fazem parte 
do ciclo da natureza, mas algumas atividades que 
fazemos podem contribuir para o agravamento destes 
fenômenos, como é o caso do consumo exacerbado 
e indiscriminado de água no dia a dia da população. 
Pelo fato de sermos um país tropical, muitas cidades 
24
As pequenas mudanças do cotidiano
É possível fazer a diferença?
Jacqueline Saconi 3º FBI
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1]http://g1.globo.com/bahia/noticia/2016/04/emba-
sa-reduz-fornecimento-de-agua-em-15-em-ilheus-
devido-estiagem.html
[2]http://www.pimenta.blog.br/2016/05/18/ilheus-
decreta-situacao-de-emergencia-por-causa-da-seca/
 [3]http://economia.ig.com.br/2016-06-14/clima-ja-
afeta-feijao-e-precos-disparam.html
[4]http://super.abril.com.br/ideias/as-causas-da-se-
ca-nordestina
se acostumaram com a exuberante presença de água, 
e nunca com sua falta, o que acabou por criar um cos-
tume de não se ter preocupação por esta ser um bem 
“infinito”.
 É fato que os episódios de seca têm se agrava-
do e muito nestes últimos tempos, e isso reflete-se não 
só na vida da população, assim como na atual econo-
mia do país. Muitas pesquisas estão sendo feitas para 
buscar maneiras de contornar esse problema, mas na 
verdade, apenas o simples fato de todos colaborarem 
para o não consumo abusivo já resolveria boa parte da 
questão. 
 O ser humano produz uma quantidade exacer-
bante de lixo durante toda a sua vida, alguns dados infor-
mam que uma pessoa é capaz de produzir diariamente 
1kg de lixo no Brasil. Essa média ainda varia de acordo 
com o país, alguns países em desenvolvimento chegam 
a produzir a média diária de 2,5kg de lixo por pessoa.
 São dados como esse que geram uma re-
flexão, sobre o que contribuímos com o nosso pla-
neta, e o que podemos fazer para que os números 
diminuam, principalmente em questões cotidi-
anas que passam despercebidas aos nossos olhos.
 Uma dessas situações cotidianas faz parte 
da vida de milhares de mulheres no Brasil e é con-
siderada um tabu: a menstruação. Você sabe o 
quanto uma mulher gasta com absorventes durante 
toda a sua vida fértil, e o quanto de lixo isso gera?
 Estima-se que uma única mulher gaste 11 mil 
absorventes descartáveis. Considerando a idade mé-
dia para a menarca, a primeira menstruação, o marco 
de 12 anos, e da menopausa, o fim do período fértil, de 
51 anos, arredondamos para 40 anos o período fértil 
feminino. O total dessa estimativa gira em torno, nada 
mais e nada menos, que 120 quilos de lixo produzidos 
por uma única mulher. Quando falamos de dinheiro, 
isso significa um gasto de aproximadamente 9 mil 
reais durante toda a vida fértil.
 Algumas alternativas têm sido apontadas no 
mercado, como a volta dos absorventes de pano. Mais 
modernos que os utilizados antigamente, são feitos 
com algodão e preenchidos com toalhas próprias 
para serem removidas e substituídas. Essas toalhas 
quando removidas devem ser colocadas em um re-
cipiente com água e algum produto neutro e depois 
de um tempo, podem ser colocadas com as outras 
roupas na máquina de lavar para serem reutilizadas.
 Além disso, o uso de absorventes descartáveis 
é um problema em alguns países menos desenvolvi-
dos. Na África por exemplo, estima-se que uma a cada 
dez garotas não vão à escola no período menstrual 
por não terem esse recurso. A design colombiana 
Diana Sierra, buscou uma alternativa para o problema.
 Inspirada nos absorventes de pano, ela lan-
çou uma roupa íntima almofadada reutilizável com 
uma bolsa impermeável. A bolsa pode ser preenchi-
da com algodão, papel higiênico ou pano, sendo se-
gura para as garotas, e quando cheia é possível tro-
car o conteúdo interno. Diana tem uma ONG, e tem 
passado por 13 países da África realizando a dis-tribuição de sua invenção, garantindo que as meni-
nas possam ir à escola de uma forma sustentável.
25
Coletores menstruais
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
[1]https : //mercadodosorganicos .wordpress .
com/2015/09/10/absorventes-ecologicos-e-o-orgul-
ho-de-ser-mulher/
[2]http://www.vocerica.com.br/absorventes-descar-
taveis-ruins-para-o-bolso-o-mundo-e-a-saude/
[3]http://www.hypeness.com.br/2016/06/designer-
cria-roupa-intima-que-revoluciona-a-menstruacao-
de-milhares-de-meninas-pelo-mundo/
[4]https://www.agsolve.com.br/noticias/quanto-lixo-
uma-pessoa-produz-por-dia
 Os novos absorventes de pano
 Uma outra alternativa que apareceu no merca-
do brasileiro recentemente são os coletores menstru-
ais. São recipientes de silicone maleáveis com capaci-
dade de 25 a 30 ml, que podem ser usados por anos 
quando higienizados de forma correta. O produto é 
higienizado com água e sabão neutro e deve ser limpo 
a cada 8 horas.
 Essas alternativas auxiliam de modo econômi-
co e ecológico buscando uma conscientização e uma 
forma de melhorar as coisas simples do cotidiano 
feminino. Elas têm se tornado cada vez mais co-
muns e quebram pequenos tabus que existem sobre a 
menstruação feminina. Sendo assim, uma boa forma 
de fazer com que a mulher esteja mais próxima do seu 
corpo e também cuide da natureza.
Crianças na África com suas calcinhas
26
Prescrição Farmacêutica: considerações de 
uma graduanda
Camila Biazoni Albaricci- 5° FBI
 Não quero por meio deste texto discutir se 
cabe ou não ao farmacêutico o serviço da prescrição. 
No meu primeiro ano de graduação foi-me ensinado 
de maneira simples, que o médico prescreve e o far-
macêutico dispensa; e que estas, eram ações exclusi-
vas, no sentido de que o mesmo profissional não po-
deria executar as duas ações por possíveis conflitos de 
interesse.
 Também aprendi no decorrer da minha gradu-
ação que a farmácia é uma área de constante inovação 
e mudança, o que reflete nas nossas regulamentações. 
E, se existe uma área que é extremamente regulamen-
ta e, às vezes, não o suficiente, esta é a farmácia.
 O fato é que a prescrição farmacêutica é um 
serviço clínico do farmacêutico e está regulamentada 
pelo Conselho Federal de Farmácia desde 2013 pelas 
Resoluções de número 585 (de atribuições clínicas 
do farmacêutico) e 586 (prescrição farmacêutica). E 
ambas as resoluções estão embasadas mostrando que 
hoje é de interesse público que a prescrição seja um 
serviço de mais de um profissional de saúde que esteja 
habilitado pra isso; que muitos sistemas de saúde se 
beneficiam com este modelo e que o farmacêutico é 
um profissional habilitado para tal (BRASIL, a, 2013; 
BRASIL, b, 2013; CRF-SP, 2016, a).
 A meu ver, a prescrição farmacêutica, se re-
alizada de maneira correta, dentro de um plano de 
cuidado ao paciente, virá como um importante pa-
sso no sentido de melhorar a visualização do profi-
ssional farmacêutico enquanto profissional da saúde, 
pela população e pelos outros profissionais e; porque 
não, em transformar o estabelecimento de farmácia 
para além de um estabelecimento comercial, em um 
estabelecimento de saúde; como vem incentivando o 
nosso Conselho Regional de Farmácia do Estado de 
São Paulo (CRF-SP) através de diversas ações (CRF-
SP, 2016, a; CRF-SP, 2016, b).
 Muitas vezes, o primeiro estabelecimento de 
saúde procurado pela população é a farmácia, pela 
ampla distribuição e a facilidade de acesso. Cabe ao 
farmacêutico conversar com a pessoa que procura o 
estabelecimento, entender a situação e indicar uma 
terapia (medicamentosa ou não) ou a procura de ou-
tro serviço melhor capacitado para atender a demanda 
daquele paciente.
 Isso já é rotina nas farmácias. Nesse contexto, a 
prescrição vem como uma segurança ao paciente. Um 
registro escrito do que foi orientado e acordado entre 
as duas partes (farmacêutico e paciente) (BRASIL, b, 
2013; CRF-SP, 2016, a).
 A prescrição farmacêutica é um documento 
com valor legal que atribui um grau de responsabi-
lidade sanitária pela segurança do paciente, é impor-
tante para garantir a rastreabilidade das ações e não 
pode ser cobrada por não constituir um serviço. Ela 
só pode ser realizada por um farmacêutico legalmente 
habilitado e registrado no Conselho Regional de sua 
jurisdição (BRASIL, b, 2013; CRF-SP, 2016, a).
 Contudo existe uma diferença significativa 
entre estar habilitado e estar capacitado. Por isso, a 
prescrição não é obrigatória e sim facultativa. E, vale 
ressaltar, que os conselhos estão se organizando e ofe 
27
-recendo cursos e capacitações aos farmacêuticos in-
teressados. Informe-se a respeito. É de responsabili-
dade do farmacêutico, enquanto profissional de saúde, 
manter-se atualizado e em educação contínua.
 A graduação é a base. No nosso caso, consi-
dero uma base sólida. Contudo, como toda base, é a-
penas o alicerce. Se você não conhece ou se interessa 
por este tema, estude a respeito. Além das resoluções 
(CFF n°585 e n°586, 2013), existem outras publicações 
que dão suporte ao farmacêutico que queira trabalhar 
com isso.
Publicações interessantes para consulta são:
1)CRF-SP, Conselho Regional de Farmácia do Estado 
de São Paulo. Projeto: Farmácia Estabelecimento de 
Saúde. Fascículo XI: Consulta e Prescrição Farmacêu-
tica São Paulo: CRF, 2016. Disponível em: http://por-
tal.crfsp.org.br/index.php/sobre-o-crf-sp/farmacia-
estabelecimento-de-saude.html. Acesso em 23 de 
agosto de 2016.
2) BRASIL. Formulário de Fitoterápicos da Farma-
copeia Brasileira, volume 1 / Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2011. 126p. Dis-
ponível em: http://www.anvisa.gov.br/hotsite/farma-
copeiabrasileira/conteudo/Formulario_de_Fitotera-
picos_da_Farmacopeia_Brasileira.pdf. Acesso em 23 
de agosto de 2016.
3) BRASIL. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária. Instrução Normativa – INT n.º 2, de 13 de 
maio de 2014. Publica a “Lista de medicamentos fito-
terápicos de registro simplificado” e a “Lista de produ-
tos tradicionais fitoterápicos de registro simplificado”. 
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudel-
egis/anvisa/2014/int0002_13_05_2014.pdf . Acesso 
em: 23 de agosto de 2016.
4) BRASIL. MS. Portal da Saúde SUS. Práticas Integra-
tivas e Complementares. 2016. Disponível em: http://
dab.saude.gov.br/portaldab/ape_pic.php. Acesso em 
23 de agosto de 2016.
5) BRASIL. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária. Resolução – RDC n.º 98, de 1° de agosto de 
2016. Dispõe sobre os critérios e procedimentos para 
o enquadramento de medicamentos como isentos de 
prescrição e o reenquadramento como medicamentos 
sob prescrição, e dá outras providências. Disponível 
em: http://www.poderesaude.com.br/novosite/im-
ages/03.08.2016_III.pdf. Acesso em: 23 de agosto de 
2016.
6) BRASIL. ANVISA. Agência Nacional de Vig-
ilância Sanitária. Resolução – RDC n.º 138, de 29 
de maio de 2003. Dispõe sobre o enquadramento 
na categoria de venda de medicamentos. Disponí-
vel em: http://www.cff.org.br/userfiles/33%20-%20
BRASIL_%20MINIST%C3%89RIO%20DA%20
SA%C3%9ADE%202003%20RDC_138_2003_AN-
VISA.pdf. Acesso em: 23 de agosto de 2016.
 
 A RDC 138, de 29 de maio de 2003 está 
revo-gada, agora, está em vigor a RDC 98, de 1° de a 
gosto de 2016, que veio redefinir o enquadramento 
dos medicamentos ditos como “isentos de prescrição 
médica”. Contudo, como ainda não foi publicado a 
Lista de Grupos e Indicações Terapêuticas Especifica-
das (GITE) da RDC 98 de 2016, ainda pode ser utili-
zada a da RDC 138 de 2003.
 Toda legislação pertinente à área de saúde 
pode ser pesquisada no Sistema de Legislação da 
Saúde, Saúde Legis, do Ministério da Saúde. http://
portal2.saude.gov.br/saudelegis/LEG_NORMA_
PESQ_CONSULTA.CFM .Ele permite abrir o espelho 
da norma, no qual é disponibilizado se a norma pes-
quisada encontra-se ou não vigente, um link parao 
texto integral e as outras normas que o alteram de al-
guma maneira.
 As Resoluções do Conselho Federal de Farmá-
cia estão disponíveis no link: http://transparencia.cff.
org.br/atos-normativos/resolucoes/ 
 O farmacêutico é um profissional de saúde, in-
dependentemente de onde ele esteja atuando, trabalhe 
com ética sempre.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
[1]BRASIL, a. Conselho Federal de Farmácia. Resolução n° 585, 
de 29 de agosto de 2013. Regulamenta as atribuições clínicas do 
farmacêutico e dá outras providências. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, 26 set. 2013. Disponível em: http://www.cff.org.br/
userfiles/file/resolucoes/585.pdf. Acesso em 14 de junho de 2016.
BRASIL, b. Conselho Federal de Farmácia. Resolução n° 586, de 
29 de agosto de 2013. 
[2]Regulamenta a prescrição farmacêutica e dá outras providên-
cias. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 set. 2013. Disponív-
el em: http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.js
p?jornal=1&pagina=136&data=26/09/2013 . Acesso em 14 de 
junho de 2016.
[3]BRASIL, c. Conselho Federal de Farmácia. Portal da Transpar-
ência e Acesso à Informação. Disponível em: http://transparen-
cia.cff.org.br/atos-normativos/resolucoes/ . Acesso em 5 de ago-
sto de 2016.
[4]BRASIL, d. Ministério da Saúde. Saúde Legis – Sistema de 
Legislação da Saúde. Disponível em: http://portal2.saude.gov.br/
saudelegis/leg_norma_pesq_consulta.cfm . Acesso em 2 de ago-
sto de 2016.
[5]CRF-SP, a, Conselho Regional de Farmácia do Estado de São 
Paulo. Projeto: Farmácia Estabelecimento de Saúde. Fascículo 
XI. São Paulo: CRF, 2016. Disponível em: http://portal.crfsp.org.
br/index.php/sobre-o-crf-sp/farmacia-estabelecimento-de-sau-
de.html. Acesso em 14 de junho de 2016.
.
28
 Há praticamente 7 anos, comecei a apresen-
tar alguns comportamentos anormais na presença de 
meus pais, tais como andar agachada de ré por alguns 
segundos, colocar o tênis no nariz do meu pai por um 
instante, dentre outras ações consideradas esquisi-
tas. O mais estranho era que, quando eu retomava a 
consciência, não me lembrava de absolutamente nada 
do que havia acontecido durante esses segundos de 
“conduta excêntrica”.
 Como minha família e eu nunca havíamos 
ouvido falar sobre tais reações atípicas, procuramos 
um médico neurologista com o intuito de verificar 
o motivo disso estar acontecendo comigo. Foi nesse 
momento que escutamos pela primeira vez o termo 
“crises de ausência”, tema ao qual vou tratar a seguir.
As crises de ausência são um tipo de crise epiléptica, 
causada pela atividade anormal no cérebro, devido 
a alterações na condução de impulsos nervosos, o 
que faz com que ocorra uma atividade elétrica exce-
ssiva. As crises são mais comuns em crianças do que 
em adultos e geralmente desaparecem naturalmente 
na adolescência; no entanto, algumas pessoas podem 
apresentar crises para o resto da vida ou desenvolver 
outras convulsões. 
 Tais crises podem ser identificadas quan-
do o indivíduo, durante 10 a 30 segundos: perde 
a consciência de repente e para de falar; fica 
parado, com o olhar vago, geralmente desviado para 
cima; não responde ao que lhe é dito nem reage a 
estímulos; mexe descontroladamente os músculos do 
rosto; mexe o braço ou perna constantemente, mas de 
uma forma ligeira. Além disso, outros sintomas que 
podem estar presentes são: piscar ou revirar os olhos, 
apertar os lábios, fazer movimentos como se estivesse 
mastigando ou fazer pequenos movimentos com a 
cabeça ou com as mãos. Passada a crise, a pessoa se 
recupera, continua fazendo o que estava a fazer e não 
se lembra do que aconteceu e é normal que ela sinta 
sonolência, dor de cabeça, náuseas, além de vômitos.
 No entanto, as crises podem ser difíceis de 
identificar, uma vez que podem ser confundidas com 
falta de atenção. Por esse motivo, uma das primeiras 
pistas que um pai pode ter de que seu filho apresenta 
crises de ausência é quando descobre que ele está ten-
do problemas de atenção e dificuldades de aprendi-
zagem na escola.
Um dos primeiros sinais das crises de ausência.
 Na presença dos sintomas anteriormente 
mencionados, é importante consultar um neurologis-
ta para fazer o diagnóstico através da descrição deta-
lhada dos sintomas e da realização de um eletroence-
falograma, um teste indolor que mostra a atividade 
elétrica do cérebro e a traduz em uma série de padrões 
impressos (em muitas pessoas com crises de ausência, 
o exame mostra uma combinação específica de onda 
que confirma o diagnóstico). Além do eletroencefalo-
grama, podem ser feitos os seguintes exames: exame 
de sangue (para avaliar os níveis de açúcar, cálcio e 
sódio, visto que, quando tais valores são muito baixos, 
podem desencadear crises), eletrocardiograma (para 
verificar se a epilepsia é provocada por problemas do 
coração), tomografia ou ressonância magnética (para 
verificar se a epilepsia é provocada por um câncer ou 
acidente vascular cerebral) e também punção lombar 
(para verificar se a crise é causada por uma infecção 
cerebral).
 Os exames acima listados devem ser realiza-
dos, preferencialmente, no momento da crise epilé-
ptica, uma vez que, quando realizados fora da crise, 
podem não evidenciar nenhuma alteração cerebral 
 Crises de ausência: o quanto você 
sabe sobre elas?
Muito se trata sobre algumas doenças, porém não é tão comum ouvirmos falar sobre crises epilépticas, em espe-
cial as crises de ausência. Que tal conhecermos um pouquinho sobre elas então?
Vanessa de Oliveira – 5º FBI
29
(como sempre aconteceu comigo. 
 O ideal para que o paciente consiga evitar as 
crises de ausência é saber quais são os fatores desen-
cadeadores das mesmas, tais como privação do sono, 
febre, estresse, pancada na cabeça, tumores cerebrais, 
luz ou sons muito fortes, doenças genéticas ou inte-
ração medicamentosa, por exemplo. 
Eletroencefalograma.
 Sempre que o indivíduo apresentar uma crise, 
deve ser anotada a hora em que ela ocorreu e tudo 
o que ele fez nas horas que antecederam o episódio, 
no intuito de ajudar o médico a fazer o diagnóstico e 
saber o que pode ter desencadeado o processo, para 
assim poder evita-lo no futuro. 
 O tratamento da crise de ausência deve ser 
orientado por um neurologista e, geralmente, é feito 
com a ingestão diária de um medicamento antie-
piléptico, como Oxcarbazepina, Carbamazepina ou 
Valproato de sódio, por exemplo, a fim de diminuir 
as anormalidades dos impulsos elétricos cerebrais e, 
consequentemente, bloquear as crises. Quando as cri-
ses de epilepsia não ficam controladas com a ingestão 
de um medicamento, podem ser associados vários 
medicamentos. Além disso, em alguns casos, pode ser 
necessário fazer uma cirurgia.
 Durante o tratamento, os indivíduos com cri-
ses de ausência devem evitar situações que causem 
convulsões, tais como ficar muito tempo sem dormir, 
jejuar por mais de 3 horas, ingerir bebidas alcoólicas 
ou estar em ambientes com muitos estímulos visuais, 
como é o caso das baladas e discotecas. Quando o in-
divíduo segue estas orientações, ele pode viver muitos 
anos sem ter nenhum episódio de crise de epilepsia, 
o que não significa que a doença tenha sido curada, 
pois, uma vez que o indivíduo seja diagnosticado 
epiléptico, ele terá que tomar a medicação e evitar os 
fatores desencadeadores da crise por toda a vida, a fim 
de controlar a ocorrência desses episódios. 
 A mensagem final que eu quero deixar a vocês 
nesse texto é a de que uma pessoa diagnosticada com 
crise de ausência pode levar uma vida normal, apesar 
de realizar o tratamento para evitar tais crises. Por ex-
periência própria, posso dizer a vocês que continuo 
apresentando algumas crises desde o início do meu 
tratamento, o que não me impediu de terminar meus 
estudos no ensino médio e ingressar logo em seguida 
numa universidade pública, na qual tive a oportuni-

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