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DIR103 – Ciência Política ADORNO, Sérgio – APRENDIZES DO PODER. Patrimonialismo, Liberalismo e Democracia (Capítulo 1) Elaborado por Helson Contexto Histórico • No estudo de emancipação política do Brasil, o liberalismo e as aspirações democráticas apareciam quase como que indiferenciadas. o Liberalismo brasileiro adquire sentido predominantemente anti-metrópole. � Luta contra o monopólio e privilégios instituídos e apropriados pela coroa portuguesa. o O liberalismo teria influenciado movimentos como: � Inconfidência Mineira (1789) � Conjura do Rio de Janeiro (1794) � Revolução Pernambucana (1817) o As principais reinvindicações: � Abolição do sistema colonial � Libertação gradual dos escravos � Fim da discriminação racial e social � Extinção dos privilégios e riquezas consolidados durante o período colonial • No entanto, a prática do ideário liberal pode ser concebida de modos diversos: o Elites proprietárias rurais � Agenda liberal significou progresso, liberdade, modernização e civilização. � Paradoxalmente, mantinha a propriedade escrava, não tinha pretensões democratizantes, não tinha pretensões de tornar o país uma república e sequer se baseava na premissa da igualdade jurídica, política e social. o Grupos urbanos pauperizados � Agenda liberal significava o fim da miséria, das diferenças de cor, de privilégio, de fortuna, e de ocupação de cargos preferenciais. Principais características • Contradição entre a propensão à democracia liberal e o exercício autoritário e aristocrático do poder. o Agitações sociais representando contestação ao poder central, à política de nomeação dos presidentes, ao empobrecimento das camadas populares e contra a discriminação racial e social. o Luta das elites políticas conservadoras contra as propostas democratizantes dos grupos sociais considerados radicais. o Consequência direta: � Militarização da sociedade local e surgimento de milícias patrimoniais. • Forte aparelho repressivo acionados principalmente nos momentos de grande comoção nacional e regional. • Patrimonialismo o Dominação marcada pela indeterminação das fronteiras entre o público e o privado, entre a sociedade civil e a sociedade política. � Administração privada da justiça � Resistência à burocratização do aparelho administrativo. DIR103 – CIÊNCIA POLÍTICA – Por que “Espírito das Leis?” Anotações da 1ª Avaliação 2 � Prebendalização dos cargos públicos • Lutas partidárias entre Conservadores, Liberais moderados e Liberais exaltados o Principais motivadores � Abolicionismo � Republicanismo � Legislação eleitoral e prática de voto no Império. o Liberalismo moderado � Antirrevolucionário � Imputava ao Partido Conservador – Imperador e ministros de Estado - e à existência do Poder Moderador a origem dos males da nação. o Liberalismo radical � Acusados de estimularem o ódio entre as raças e a luta de classes. o Ambos não diagnosticaram corretamente as origens dos problemas econômicos, políticos e sociais da época. o Consequência das políticas antagônicas conservadorismo x radicalismo � Cisão Liberalismo / Democracia Raízes do dilema democrático • União entre interesses tão antagônicos (grandes proprietários e as aspirações da arraia miúda) contra um inimigo maior: o colonialismo português. o O renascimento agrícola, o progresso material e uma tênue euforia não se prestaram a deter o movimento de desestabilização do sistema colonialista- mercantilista. � Renascimento agrícola favorecido pela conjuntura do mercado internacional, que demandava o intercâmbio de produtos primários. � Euforia frágil porque a população tornava-se cada vez mais pobre. • Emissão de moedas de cobre e papel-moeda sob a forma de notas de bancos • A maioria do povo brasileiro, livre e desprovido de terra, arcou com o ônus da miséria e do pauperismo. o Para a população pobre, a esperança era que a independência poria fim à miséria e a toda espécie de privilégios. o Fatores que favoreceram o movimento de emancipação � Estratificação social era marcada pela indefinição • A posição social quanto à posse e à propriedade dos meios de produção não parecia claramente demarcada • Não era a renda, ocupação, capital ou meios de consumo que distinguiam os grupos sociais. • As diferenças se concretizavam como expressões culturais em torno do estilo de vida, costumes, hábitos e até linguajar. • Por isso, a luta da emancipação congregou gente de todas as cores, rica ou pobre, média e proletária. � Acirramento da repressão política • Grandes proprietários rurais viram-se cada vez mais acuados com o declínio da autoridade das Câmaras municipais. Os agentes sociais minavam o controle do poder local. Essa circunstância eliminou as resistências que ainda existiam contra o movimento emancipatório. • O caráter policialesco e confiscatório dos agentes da repressão colonialista colocou a população urbana pobre sob permanente estado de suspeição, o que resultada em frequentes choques e intermináveis vinganças desencadeadas de lado a lado. � Emergência do espírito revolucionário • Os dois fatores anteriores alimentavam o espírito revolucionário, cujo embrião teve origem dos princípios DIR103 – CIÊNCIA POLÍTICA – Por que “Espírito das Leis?” Anotações da 1ª Avaliação 3 franceses da revolução, indicando para os colonos que a alternativa para o colonianismo consistia no liberalismo, que representava a liberdade, o progresso, a modernização e a civilização. • Fatores que explicam a projeção dos ideais iluministas na cultura política da época o Formação dos intelectuais brasileiros em Coimbra � A Universidade de Coimbra conheceu uma mentalidade científica jamais experimentada antes, influenciada pelo iluminismo. � Essa influência foi repassada aos estudantes brasileiros, originados de camadas mais ricas e privilegiadas da população, possibilitando a formação cultural e intelectual e gerando o inconformismo e a necessidade de propagar a separação. o Participação das sociedades secretas no movimento emancipatório � Lojas maçônicas sob influência francesa arregimentavam homens dispostos a organizar o movimento emancipatório. � Houve assim a criação da base político- ideológica para o rompimento dos liames coloniais. � Por isso as sociedades secretas eram tão perseguidas. � Há indícios de influências dos maçons entre os Inconfidentes de Minas, fluminenses e baianos, bem como os movimentos pernambucanos. o Envolvimento dos clérigos com a maçonaria � Os Seminários e as Ordens Religiosas foram pressionados pelas reformas pombalinas a abandonar a escolástica, o que acomodou os estatutos pedagógicos à mentalidade científica. � Então, houve por parte dos clérigos a formação de pregadores e missionários que participaram dos movimentos conspiratórios em nome do humanismo e das ideias iluministas, enveredados contra o edifício monástico. o Proliferação de movimentos separatistas. � A ideia da revolução teria nascido dos movimentos de insurreição. � Todos os fatores juntos servem para aclarar por que razão a alternativa ao colonialismo consistiu no liberalismo. • Validade psicológica, na medida em que organizou os colonos para a luta emancipatória, dando-lhes consciência quanto às contradições entre seus interesses e os da metrópole. Ainda constituiu o terreno no qual o movimento dos homens transformou em ação política a crença no ideal da liberdade. • Mesmo as diferenças de posse, poder e prestígio entre as classes sociais, a existência de uma grande massa sem propriedade alguma, a coisificação das pessoas, as diferenças DIR103 – CIÊNCIA POLÍTICA – Por que “Espírito das Leis?” Anotações da1ª Avaliação 4 regionais não foram obstáculos ao sucesso da estratégia liberalizadora. Liberalismo e Democracia • As elites dominantes tinham receio de que assumissem o cunho das reivindicações, colocando em risco a propriedade escrava, por exemplo. o Faziam reserva quando ao uso de armas na revolução o Adiaram ao máximo a ruptura com a monarquia portuguesa, embora desejassem a liberdade de comércio, as prerrogativas econômicas conquistadas com a quebra da exclusividade de negociação pela metrópole e o direito de representação junto às Cortes. • Após a independência, os conflitos entre as classes sociais permaneceram na estrutura jurídico-política do Estado, pois o liberalismo brasileiro pôs a nu seu caráter essencialmente instrumental, promovendo uma demarcada dissociação entre seus princípios e os princípios democráticos. o A busca pela Liberdade de poucos sufocava o grito pela condição de igualdade de muitos � Liberdade de poucos no sentido de modernização e progresso somente desses. o As revoluções (Mineira, Carioca, Baiana e Pernambucana) indicam que havia diferenças de objetivos políticos entre os movimentos como também sugere que o espírito revolucionário não foi fomentado exclusivamente por leituras importadas da Europa ou E.U.A. � Os ideais populares não se manifestaram de modo uniforme e unívoco. � Havia preocupação em esclarecer à opinião pública que a propriedade privada não seria afetada, mesmo havendo muitos escravos lutando pela Inconfidência Mineira, por exemplo. � Revolução Pernambucana de 1817 • Pegaram em armas • Pregavam que só havia um partido que era o da liberdade civil e da felicidade do povo e que tudo que não fosse isso seria repulsado a ferro e fogo. o As reinvindicações liberais só atendiam às classes dominantes, nunca aos dominados. � Para os proprietários rurais era importante restabelecer a tranquilidade pública, mediante a recuperação do império da lei. � As reinvindicações democráticas sempre estavam em segundo plano. • A partir de 1849, inaugurou-se uma política de conciliação nacional, sustentada por uma estratégia de clientelismo e cooptação dos liberais. o Tratava-se de reformar para manter tudo como estava antes (conservadorismo). o A política não conseguiu silenciar as lutas populares e os grandes temas liberais não se apagaram (liberdade e igualdade). o Movimento quebra-quilos conseguiu até um reconhecimento pela oposição liberal dos fundamentos econômicos e sociais do movimento. � Programa que constituía na liberdade, na lei das eleições, na liberdade nas leis judiciárias, na liberdade do serviço militar ou na abolição do recrutamento, na liberdade para a milícia cidadã ou abolição da Guarda Nacional e até a liberdade para o elemento servil ou emancipação dos escravos. o A imagem oficial que os liberais moderados fizeram do povo (tranquilo, bondoso e dócil) não coincidiu com a capacidade de resistência dos dominados e sequer com a natureza democrática das reinvindicações. o O povo queria igualdade e liberdade; A elite queria liberdade, reconhecendo como inevitável a desigualdade. DIR103 – CIÊNCIA POLÍTICA – Por que “Espírito das Leis?” Anotações da 1ª Avaliação 5 � A defesa da liberdade pública jamais comprometeu a inviolabilidade do patrimônio familiar ou pôs em risco os privilégios herdados e adquiridos – liberalismo moderado � O liberalismo exaltado buscaria a igualdade e liberdade plena, de cunho democrático e popular. Liberalismo e Patrimonialismo: A dupla face do Estado • Aspectos mais relevantes das relações entre economia, sociedade e Estado brasileiro. o Economia mercantil marcada pela emergência de capitalismo dependente � Impasses à formação de uma ordem social competitiva. o Patriarcalismo o Presença de autoritarismo e da violência como e enquanto modalidades específicas de resolução de conflitos sociais o Forma de governo que combinava monarquia constitucional com regime representativo o Apropriação dos privilégios e direitos pelas elites • Grande dilema do modelo de dominação no Brasil Imperial o Conciliar a natureza patrimonial do Estado brasileiro sob o regime monárquico ao modelo jurídico liberal de exercício do poder. o Havia uma mistura de dominação tradicional com outras típicas de uma dominação burocrático-legal. � Liberalismo se tornou cada vez mais conservador e distante dos princípios democráticos. • Concretizado pela aliança entre o estamento burocrático e certos setores parlamentares. Domesticaram a efetiva oposição política no âmbito institucional. • Características do projeto constitucional de 1823 (teses liberais) o Transformar o parlamento em órgão controlador das medidas do executivo � Advogou o princípio da responsabilidade ministerial � Impôs limites ao poder de veto do imperador � Impôs limites à iniciativa do imperador de elaborar e executar leis. o Garantias contra eventual dissolução do legislativo. � Imunidades aos parlamentares. � Controle das Forças Armadas. o Divisão equitativa de poderes, cuja fonte seria a soberania popular. o Legislativo elegia os presidentes das Câmaras dos deputados o Debate sobre federalismo e autonomia dos municípios. o Inamovibilidade e vitaliciedade para os juízes. � Assegurava a autonomia do judiciário. o Proclamou liberdades individuais e ensaiou fazer o mesmo quanto aos direitos políticos. • Debates de constituintes favoráveis às teses liberais o Inexistência de restrições à liberdade de comércio, à liberdade individual, religiosa, industrial, de imprensa e o Inviolabilidade da propriedade. o Estado mínimo � Intervenção somente para proteger as liberdades e o bem-estar individuais. o Ausência do emprego da força o Direitos iguais perante a lei o Desenvolvimento livre das próprias capacidades. • Argumentos contra as teses liberais o Não havia como assegurar as liberdades individuais sem defini-las precisamente. o Perigo de colocar o indivíduo contra o Estado. DIR103 – CIÊNCIA POLÍTICA – Por que “Espírito das Leis?” Anotações da 1ª Avaliação 6 o Não se opunham às teses liberais moderadas, mas esperavam que as conquistas liberais não restringissem os privilégios adquiridos e nem contivessem a vontade do príncipe. • Interesses a serem considerados na Constituição o Instrumentos eficazes para assegurar a separação com Portugal � Apoio de princípios liberais o Reconstrução das relações entre o produtor brasileiro e o importador estrangeiro o Grandes produtores rurais - Manutenção da posição privilegiada na condução das exportações � Comprometiam-se a não limitar o poder do príncipe. o Agentes da burocracia patrimonial – Manutenção dos postos-chave do aparelho estatal. � Comprometiam-se a controlar o Estado e evitar ingerências demasiadas do poder público na esfera privada. • Liberais exaltados e radicais eram excluídos o Os debates não incluíam o princípio da igualdade nem reinvindicações populares. o Os liberais radicais se tornaram líderes de rua, declamadores inofensivos, republicanos disfarçados. o Parlamentar Silva Lisboa argumentava favoravelmente à igualdade, o que o distanciava do liberalismo moderado. � Cidadania para escravos no art. 5º da Constituição. • Houve outorga da Constituição de 1824 o Exclusão total dos liberais radicais e exaltados. o Instituição do Poder Moderador para dar poderes ao imperador que representação a negação do próprio princípio da soberania popular. � Estratégico para consolidar a conservação do Estado patrimonial nos quadros do modelo liberal de exercício do poder. � Imperador deixava de ficar submisso ao legislativo � Imperador acima dos cidadãos, fundamento do patrimonialismo. � Poderes quase que ilimitados aoImperador que se tornou o fiel da balança. • Implicações da outorga o Opressão aos escravos dentro das fazendas de monocultura o Poder moderador impedia a hegemonia políticas dos grandes proprietários rurais. � Implicou a disputa pelo prestígio junto ao imperador o Impedimento da democratização da sociedade brasileira (Conservadorismo) � Participação política apenas para quem tinha propriedade � Desigualdade social institucionalizada. • Implicações no parlamentarismo o Fraude no sistema de eleição para garantir para o partido da situação a maioria legislativa. � Câmara composta de acordo com os interesses do gabinete ministerial. � Aqui no Brasil, “O rei reina e também governa”, diferentemente do princípio liberal do parlamentarismo inglês. • Partido liberal x partido conservador o Liberal � Composição social com presença poderosa de proprietários rurais � Lutavam por um legislativo autônomo que tivesse um controle rígido sobre a sociedade política e criasse obstáculos às intervenções excessivas do imperador na condução dos negócios. � Sistema eleitoral que influenciou inclusive a República DIR103 – CIÊNCIA POLÍTICA – Por que “Espírito das Leis?” Anotações da 1ª Avaliação 7 • Eleitor votava no candidato sem qualquer vinculação orgânica com o programa do partido, o que promoveu o distanciamento entre representantes e representados. � Não lutou pela democracia � Não lutou pela participação política do povo. � Fazia vistas grossas às reinvindicações dos grupos pauperizados. o Conservador � Movimento de supressão das conquistas liberais � Marco: Lei de Interpretação do Ato Adicional � Pretendia uma monarquia sólida, forte, centralizada para combater os excessos liberais. • Garantia da propriedade escrava. • Contenção do avanço dos movimentos liberais. � Lutou contra as medidas de emancipação � Lutou pela exclusão pura e simples dos não proprietários dos mecanismos de participação política. � o Participação política � Tanto liberais quanto conservadores evitaram discutir e enfrentar a questão do alargamento do espação de participação política � Conservadores tinha receito de revoltas populares e de convulsões sociais � Os liberais tinham medo à anarquia que se transformou em pavor pelo despotismo. � Questão da representação direita x indireta • Conservadores o Críticas ao sistema de eleição indireta, imputando-o a responsabilidade pela fraude eleitoral. o Defesa da eleição direta como estratégia política destinada a eliminar os males das lutas sociais e estabelecer a verdade da representação. o Restrição do direito de voto e resistência à ampliação da participação política. � Não achava que era injustiça social. � Desprezo ao sufrágio universal � Exclusão de analfabetos � Exclusão a quem não pagava tributos. o Reformar para conservar � Moralizar a prática do voto com vistas a evitar que a fraude eleitoral introduzisse representantes e representados cuja ausência desse espaço social se pretendia justamente manter. • Liberais o Defendiam o sufrágio universal e acusaram o governo de intervir deliberadamente nos pleitos eleitorais, patrocinar a fraude, adequando as bases partidárias do gabinete ministerial à maioria parlamentar. o Buscavam fortalecimento do parlamentarismo, emancipação, independência do judiciário, separação da igreja e Estado. o Perceberam que o sistema eleitoral estava vinculado à estrutura de apropriação de riqueza e de poder, mas insistiam em responsabilizar o imperador sobre os mecanismos da participação política. � Partido Progressista DIR103 – CIÊNCIA POLÍTICA – Por que “Espírito das Leis?” Anotações da 1ª Avaliação 8 • Composto por liberais moderados e conservadores descontentes. • Redução de gastos públicos • Garantia das liberdades individuais • Não atacou o problema da democracia. � Partido Republicano • Dissidência de liberais que achavam que os males do país recaiam sobre o regime monárquico. • Reivindicaram federalismo, verdade democrática e representativa, direitos e liberdades individuais. • Mesmo o Partido Republicano não atendeu aos anseios democráticos. o Fronteiras entre público e privado � Indeterminação entre as fronteiras, tendo em vista que os limites impostos à burocratização do aparelho administrativo agiram no sentido de tornar praticamente impossível qualquer tentativa de isolar autoridade oficial como algo diferenciado da vida privada. � O aparelho governamental era utilizado com fins privados. • Não era autônomo, mas, sim, parte de um sistema de poder destinado exclusivamente à manutenção e superação dos conflitos locais. � �Elite dominante rural queria liberdade para os negócios e, paradoxalmente, amparo estatal nas crises da lavoura. o Barreiras à despatrimonialização e instauração de um efetivo sistema burocrático � Orientação militarizante da herança patrimonial do Estado • Surgimento de milícias locais que se prestavam a manter o controle das funções políticas nas mãos dos senhores de terras locais. � Prebendalização dos cargos públicos • Concessão de benefícios sob a forma de dispensas patrimoniais a um significativo número de favoritos reais e dependentes. � Administração da Justiça • Antagonismo entre autoridade pública e autoridade privada • Os fazendeiros avocavam para si as funções policiais e judiciárias, tendo controle absoluto sobre o veredito do júri e sobre as decisões judiciárias. • Fazendeiros e agregados resolviam seus conflitos às custas da violência. o A violência era sancionada moralmente. • Conclusões o Ao longo da história, nota-se que havia sempre uma manobra para separar a liberdade e igualdade, os princípios liberais e os princípios democráticos. o O liberalismo no Brasil tinha natureza eminentemente instrumental, por isso o autor diz que não houve um dilema liberal, mas sim um dilema democrático. o O liberalismo foi durante muito tempo um privilégio de uma só categoria de homens: os bacharéis. � O bacharel se converteu em político profissional e ascendeu ao poder por intermédio do partido. � Bacharel que fez da política sua vocação, transformando a política em verdadeira cruzada civilizatória. � No Brasil, a profissionalização da política não foi acompanhada pela democratização da sociedade. • Pela natureza juridicista do liberalismo brasileiro. DIR103 – CIÊNCIA POLÍTICA – Por que “Espírito das Leis?” Anotações da 1ª Avaliação 9 • Características da vida acadêmica.
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