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Estudo do Farmaco Liraglutida Victoza e Saxenda

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FACULDADE DE SAÚDE IBITURUNA / DISCIPLINA: QUÍMICA FARMACÊUTICA – PROFESSOR FELIPE ALVARENGA
	Victoza: 
	A liraglutida, comercializada com o nome de Victoza, é um fármaco lançado recentemente no Brasil para o tratamento de diabetes mellitus tipo 2 (daí sua relação com a postagem que trata de síndrome metabólica que foi citada anteriormente). Ele possui ação semelhante ao hormônio GLP-1 (glucagon like peptide), que participa da modulação de insulina e glucagon, além de diversas outras funções no organismo (vide figura abaixo).
Fórmula Estrutural Liraglutida
	           
	A própria bula do medicamento deixa claro que “a liraglutida tem duração de 24 horas e melhora o controle da glicemia, reduzindo a glicemia em jejum e pós-prandial de pacientes com diabetes tipo 2.” Mesmo assim, as propriedades sacietógenas do medicamento têm conferido uma nova finalidade para o uso  do fármaco: o emagrecimento “milagroso” . Alguns estudos publicados*, inclusive, demonstram a efetividade da liraglutida nessa ação promotora de emagrecimento.
Esse fato traz o questionamento acerca da legitimidade da indicação do medicamento para tal finalidade. A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou, em nota, que “não reconhece a indicação do Victoza para qualquer utilização terapêutica diferente da aprovada e afirma que o uso do produto para qualquer outra finalidade que não seja como antidiabético caracteriza elevado risco sanitário para a saúde da população”.
As contraindicações para o uso da liraglutida com finalidades de emagrecimento fundamentam-se nos inúmeros efeitos colaterais que o uso do fármaco pode acarretar ao organismo, dentre os quais se podem citar: náuseas e diarreia (reações muito comuns), vômito, hipoglicemia, anorexia, dor de cabeça, refluxo gastresofágico (reações comuns), pancreatite e distúrbios da tireoide (reações incomuns). Além disso, por se tratar de um remédio que não surgiu há muito tempo, seus efeitos adversos ainda não foram totalmente avaliados.
Considerando os fatos anteriormente apresentados, o uso do liraglutida se mostra inadequado, até o momento, para finalidades de emagrecimento, já que o medicamento não foi submetido à aprovação das agências sanitárias para o tratamento de obesidade ou sobrepeso em indivíduos sem diabetes.
No caso dos idosos (que são o foco do blog!) com sobrepeso ou obesidade, o uso do Victoza para emagrecimento pode ser ainda mais prejudicial, considerando que os possíveis efeitos colaterais podem potencializar diversas disfunções fisiológicas que já acometem o organismo do idoso.
O jeito mesmo é praticar exercícios e ter uma alimentação balanceada, medidas estas que além de promoverem um emagrecimento saudável, são fundamentais para a saúde e o bem-estar do organismo!
Referências:
 *http://www.nature.com/ijo/journal/vaop/ncurrent/pdf/ijo2011158a.pdf
http://www.news.med.br/p/pharma-news/234360/victoza+liraglutida+anvisa+esclarec.htm
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/977929-diabeticos-tem-dificuldade-de-achar-medicamento-victoza.shtml
http://dietaemagrecerrapido.com/victoza-remedio-para-diabetes-usado-para-emagrecer/
http://revistarx.com.br/?p=3139
http://www.revistaforum.com.br/conteudo/detalhe_noticia.php?codNoticia=9456
http://www.abeso.org.br/pagina/372/novo-emagrecedor.shtml / Bula do medicamento Victoza
Liraglutida é aprovada como tratamento auxiliar para o controle do peso em adultos
29 de fevereiro de 2016
 
A Anvisa aprovou o registro do medicamento Saxenda (liraglutida) para controle crônico de peso, em associação a uma dieta baixa em calorias e aumento de exercício físico. O registro foi publicado no Diário Oficial da União desta segunda-feira (29).
A indicação de uso da formulação é para adultos com Índice de Massa Corporal (IMC) de:
- 30kg/m² ou maior (obeso) ou;
- 27kg/m² ou maior (sobrepeso) na presença de pelo menos uma comorbidade relacionada ao peso, como disglicemia (pré-diabetes e diabetes mellitus tipo 2), hipertensão arterial, dislipidemia ou apneia obstrutiva do sono.
A liraglutida é um agonista do receptor do peptídeo semelhante ao glucagon 1 humano acilado (GLP-1). O GLP-1 é um regulador fisiológico do apetite e da ingestão de calorias e o seu receptor (GLP-1R) está presente em várias regiões do cérebro envolvidas com a regulação do apetite.
A Agência esclarece que a segurança do produto continuará sendo monitorada com estudos pós-comercialização, que estão em andamento.
Fonte: Liraglutida. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/anvisa+portal/anvisa/sala+de+imprensa/menu+-+noticias+anos/201616/liraglutida+aprovada+como+tratamento+auxiliar+para+o+controle+do+peso+em+adultos>. Data de acesso: 06 de Março de 2016.
Anvisa aprova novo medicamento para tratar obesidade em adultos
SAXENDA tem mesmo princípio ativo do Victoza, já usado para diabetes.
Só havia dois remédios contra obesidade no Brasil: sibutramina e orlistat.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta segunda-feira (29) um novo medicamento para tratar obesidade em adultos. O Saxenda tem como princípio ativo a liraglutida, mesmo do Victoza, já usado no país para tratamento de diabetes tipo 2. Ambos são produzidos pelo laboratório dinamarquês Novo Nordisk.
Até então, só havia dois remédios aprovados no Brasil para tratamento de obesidade - a sibutramina e o orlistat - e médicos criticavam a limitação do arsenal terapêutico para lidar com o problema.
Medicamento Saxenda será indicado para pessoas com IMC maior que 30 ou IMC maior que 27 associado a outros problemas de saúde relacionados à obesidade
"A chegada de um novo medicamento para tratamento de obesidade é extremamente bem-vinda, mas isso não modifica em nada a recomendação de que qualquer perda de peso seja baseada em mudanças na alimentação e prática de atividades físicas", diz o endocrinologista Alexandre Hohl, Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem).
O Saxenda será indicado para adultos com IMC maior que 30 ou maior do que 27 no caso dos que têm ao menos um problema de saúde relacionado ao peso, como pré-diabetes, diabetes tipo 2, hipertensão arterial, dislipidemia ou apneia obstrutiva do sono.
Como funciona
Hohl explica que o medicamento imita a ação do GLP1, substância produzida pelo corpo que reduz o apetite. Entre os efeitos colaterais que podem ocorrer estão náuseas e vômitos. "Os efeitos adversos em geral são transitórios. Um grupo muito pequeno em que o efeito não passa vai ter contraindicação para o uso."
Mesmo antes da aprovação da liraglutida para tratar obesidade, o medicamento Victoza, com o mesmo princípio ativo, já era usado irregularmente com esse fim. "Tanto o Victoza quanto o Saxenda são vendidos sem retenção de receita, o que significa que qualquer um pode comprar sem receita. Infelizmente, o Brasil é campeão mundial de automedicação e existe um erro cultural em achar que é simples usar um remédio sem acompanhamento", diz Hohl.
Apesar de Victoza e Saxenda terem o mesmo princípio ativo, a dosagem é diferente. Hohl enfatiza que o uso do Saxenda deve ocorrer apenas a partir de uma indicação médica.
REMÉDIOS JÁ EXISTENTES PARA OBESIDADE
Já aprovado para controle de peso, o orlistat, mais conhecido pelo nome comercial Xenical, reduz a absorção de gordura em 30% e a elimina nas fezes, mas não deve ser usado por quem tem dificuldade para absorver nutrientes.
Já a sibutramina age sobre a serotonina, dá a sensação de saciedade, mas seu uso foi restrito pela Anvisa pelo risco cardiovascular. A sibutramina não funciona para todo mundo. Cerca de 30% das pessoas respondem muito bem, 40% respondem razoavelmente bem, e 30% não respondem bem.
Fonte: Liraglutica e Saxenda. Disponível em: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/03/anvisa-aprova-novo-medicamento-para-tratar-obesidade-em-adultos.html. Data de acesso: 06 de Março de 2016.

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