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Faculdade Pitágoras MBA em Gestão de Pessoas FATORES MOTIVADORES PARA ATRAIR, RETER E GERAR MOTIVAÇÃO NA GERAÇÃO Y Renata Curvelana de Moura Belo Horizonte 2016 Faculdade Pitágoras MBA em Gestão de Pessoas FATORES MOTIVADORES PARA ATRAIR, RETER E GERAR MOTIVAÇÃO NA GERAÇÃO Y Trabalho de Conclusão de Curso apresentada no Curso de Pós-graduação em Gestão de Pessoas para Conclusão de Curso. Professor orientador: Mauro Monteiro Araújo Belo Horizonte 2016 II RESUMO Os profissionais da Geração Y possuem caraterísticas peculiares, as quais levam os jovens desta geração a encarar a vida laboral de uma maneira própria. A Geração Y, atualmente bem inserida no mercado de trabalho, divide espaço com outras Gerações (X, Z e Baby Boomers) e começam a ocupar cargos de Liderança nas organizações, tornando-se necessário um maior entendimento da maneira como esta geração encara a vida laboral, quais seus anseios e, principalmente, identificar os fatores capazes de gerar motivação nestes colaboradores. Palavras-chave: Geração Y. Motivação. Ferramentas Motivacionais. III ABSTRACT The professionals of Generation Y have peculiar characteristics, which lead young people of this generation to face the working life of its own way. Generation Y currently well in the job market, shares space with other generations (X and Baby Boomers) and begins to occupy leadership positions in organizations; making it necessary to a better understanding of how this generation faces the working life, what their desires and especially to identify the factors that generate motivation these employees. Keywords: Generation Y. Motivation. Motivational tools. ÍNDICE GERAL Resumo .................................................................................................................................... II Abstract ................................................................................................................................... III SUMÁRIO 1. Introdução....................................................................................................................... 7 1.1 Justificativa do tema ................................................................................................ 7 1.2 Objetivos ...................................................................................................................... 7 1.3 Metodologia ............................................................................................................. 8 2. REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................................ 8 2.1 Gerações .................................................................................................................. 8 2.1.1 Baby Boomers .................................................................................................. 9 2.1.2 Geração X ......................................................................................................... 9 2.1.3 Geração Y ....................................................................................................... 10 2.2 Motivação .............................................................................................................. 11 2.2.1 Evolução do Conceito de Motivação .................................................................. 111 2.2.1 Principais teorias da motivação ....................................................................... 12 2.3 Ferramentas Motivacionais .................................................................................... 17 2.3.1 Clima Organizacional ..................................................................................... 17 2.3.2 Plano de Carreira ............................................................................................ 17 2.3.3 Tipo de Gestão ................................................................................................ 18 2.3.4 Autonomia e responsabilidade ........................................................................ 18 2.3.5 Remuneração .................................................................................................. 18 3. ENQUADRAMENTO EMPÍRICO ............................................................................... 19 3.1 Aspectos Metodológicos ........................................................................................ 19 3.1.1 Descrição do Questionário .............................................................................. 19 3.1.2 Amostra .......................................................................................................... 20 3.2 Apresentação e Análise de Resultados ................................................................... 20 3.2.1 Demais caraterísticas/ Práticas Avaliadas ........................................................ 25 4. Conclusão ..................................................................................................................... 26 Bibliografia .......................................................................................................................... 27 ÍNDICE DE GRÁFICOS Gráfico 1.Clima Organizacional Favorável .................................................................... Gráfico 2.Plano de Carreira ............................................................................................ Gráfico 3. Acesso ao Gestor Imediato ........................................................................... Gráfico 4. Possibilidade de Expor suas Ideias ............................................................... Gráfico 5. Autonomia e Responsabilidade ........................................................................ Gráfico 6. Salário .............................................................................................................. Gráfico 7. Benefícios ........................................................................................................... Gráfico 8. Remuneração Variável ....................................................................................... 7 1. INTRODUÇÃO A introdução deste artigo busca apresentar os motivos pelos quais o tema foi escolhido, assim como a importância do tema para este aluno, para a instituição de ensino e para a sociedade. Apresentar-se-á também a pergunta problema proposta, os objetivos e a metodologia de investigação. 1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA As diferentes gerações influenciam e são influenciadas pelo mercado de trabalho; com a chegada da Geração Y ao mercado de trabalho e o advento da mesma a cargos de liderança, faz-se necessário estudar o comportamento desta geração, na tentativa de elucidar quais as práticas e fatores organizacionais capazes de atrair, manter e gerar motivação nestes colaboradores. O tema abordado no presente trabalho é de extrema relevância para todo profissional atuante na área de Gestão de Pessoas uma vez que o papel deste profissional é encontrar as melhores soluções para as organizações e seus colaboradores no que que diz respeito à satisfação e desempenho de ambas as partes. A maior parte do público das Instituições de Ensino Superior é atualmente composta por pessoasda Geração Y; além disso, muitas destas instituições possuem em seu quadro de pessoal colaboradores pertencentes à Geração Y, o que torna o estudo do tema duplamente relevante. 1.2 OBJETIVOS Este projeto tem a finalidade de responder à seguinte pergunta problema: Quais fatores e práticas organizacionais são eficazes para atrair, manter e gerar motivação na Geração Y? O objetivo geral deste estudo é identificar os fatores e práticas mais eficazes para manter os profissionais da geração Y motivados. Como objetivos específicos destacam-se: 8 1 Revisar bibliografia sobre o assunto; 2 Investigar quantitativamente profissionais inseridos no mercado de trabalho; 3 Levantar os fatores e práticas organizacionais atualmente aplicadas pelas organizações e a relevância destas para os profissionais inseridos no mercado; 4 Identificar soluções para o fator Motivação. 1.3 METODOLOGIA “Pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato. ” (Gil, 2009, p.27). Desta forma, podemos afirmar que, de acordo com a finalidade, o presente trabalho pode ser classificado como Pesquisa Exploratória. Para o levantamento dos dados foram utilizados dois métodos: pesquisa bibliográfica e pesquisa quantitativa. De acordo com Gil (2009, p.50) a pesquisa bibliográfica é aquela que tem como fonte de dados materiais já disponibilizados sobre o tema pesquisado, tais como livros e artigos. Segundo Richardson (1989), a principal característica da Pesquisa Quantitativa é o emprego da quantificação, tanto na coleta de informações quanto o tratamento destas; o que pode ser realizados tanto através de técnicas estatísticas mais simples quanto as mais elaboradas. 2. REFERENCIAL TEÓRICO O referencial teórico, conforme Gil (2009) apontou é a Revisão Bibliográfica, ou seja, a investigação da teoria que envolve o tema em questão e que pretende ser apresentado neste item, por meio de autores relevantes ao assunto e atuais. 2.1 GERAÇÕES O conceito de Geração se refere a indivíduos nascidos em um mesmo período, de acordo com Oliveira (2010, p.40) “(...) é preciso considerar que o conceito de geração reconhecido e aceito pela sociedade moderna estabelece o período de 20 anos como marco de separação entre as gerações” 9 Este capítulo visa apresentar os diversos tipos de gerações, não apenas com base em suas datas de nascimento e sim com foco em sua educação e história, que colaboraram com a formação de seu caráter e comportamento. 2.1.1 Baby Boomers Segundo Marchetti (2013), esta geração recebeu este nome porque após o fim da Segunda Guerra Mundial houve um período de grande euforia, resultante do positivismo pós- guerra, que culminou em um grande número de nascimentos de crianças. Fazem parte desta geração os nascidos no período de 1945 a 1960. “A geração Baby Boomers aprendeu muito cedo a respeitar os valores familiares e a disciplina nos estudos e no trabalho. Nenhum jovem jamais deveria contestar qualquer autoridade estabelecida. ” Oliveira (2010, p.50) O autor ainda afirma que a disciplina e rigidez imposta aos jovens se refletia em todos os aspectos culturais. Aqueles jovens que demonstrassem ter disciplina e ordem conseguiam bons empregos e acesso à boas universidades. Esta geração é muito comprometida com o trabalho, acreditam que gratificação e crescimento pessoal são frutos de sua conquista e do seu trabalho. Quanto esta geração alcançou maturidade, iniciou-se uma preocupação com a saúde e bem-estar. “Em termos profissionais, os membros desta geração foram educados num ambiente corporativo no qual a liderança, significava controle. A questão da empregabilidade desempenhava uma afirmação de identidade, no entanto, não era muito preservada a qualidade de vida, pois a ansiedade gerada pela urgência de se construir um mundo diferente acabava por intensificar o trabalho. ” Araújo (2015, p.22) 2.1.2 Geração X Marchetti (2013) afirma que esta geração nasceu em meio a escândalo políticos, Guerra do Vietnã e assassinatos de importantes líderes políticos, dentre os quais Malcom X – cujo nome foi usado para batizar esta geração – e compreende os nascidos entre 1960 e 1979. 10 Diante dessa situação conflituosa no cenário político, esta geração questiona as autoridades, porém, mantém uma postura mais passiva no que se refere à política, preferindo omitir opiniões que possa de alguma forma lhe comprometer. De acordo com Oliveira (2010), com o surgimento da TV e outras tecnologias, esta geração passa a receber uma quantidade de informações muito grande, o que os torna mais autossuficientes. A geração X consegue estabelecer um relacionamento mais próximo com pessoas de outras gerações, no entanto, prioriza seu trabalho em detrimento de relacionamentos familiares. “Foi uma geração marcada pelo pragmatismo e pela autoconfiança em suas escolhas” Oliveira (2010, p.57). 2.1.3 Geração Y Oliveira (2010) afirma que a origem do nome desta geração encontra-se na União Soviética: quando este país exercia forte influência sobre os países que adotavam o regime comunista, ele chegou a definir a letra inicial dos nomes nascidos em determinados períodos, no período de 1980 a 1999 a letra Y foi a principal adotada. Esta geração cresceu em um contexto familiar diversificado, se até os anos 80 o pai saía para trabalhar e manter a casa, agora é muito comum que pais e mães estejam no mercado de trabalho; desta forma, a Geração Y precisa adquirir autonomia cada vez mais cedo. Os pais parecem querer compensar sua ausência oferecendo o “melhor” para os filhos: “Cada pai e cada mãe passou a se empenhar com muita energia, buscando proporcionar a seu filho a melhor escola, o melhor curso de línguas, a melhor escola de natação ou futebol, e diversas outras atividades dessa natureza” Oliveira (2010,p.43). Uma característica marcante da Geração Y é sua intimidade com as novas tecnologias, trata-se de uma geração que cresceu em meio ao advento da Internet e dos videogames modernos, que parece viver no ritmo alucinante dos jogos digitais. Oliveira (2010) e Marchetti (2013) citam alguns comportamentos caracterizam esta geração com mais propriedade: Necessidade constante de reconhecimento: são jovens acostumados a serem estimulados e recompensados por suas ações, desejam constantemente saber a opinião das pessoas sobre suas ações. 11 Informalidade: pode ser observada na maneira de vestir – o que acabou fazendo com que muitas empresas adotassem o “no dress code” – na flexibilidade e conveniência de sua forma de se comportar. Individualidade: a dinâmica de vida dessa geração proporcionou o desenvolvimento desta característica – muitos cresceram sem a necessidade de dividir brinquedos, quarto, aparelhos de TV com outras pessoas -. Relacionamentos: a tecnologia, redes sociais e a intimidade com outros idiomas proporcionaram a estes jovens a criação de uma rede de relacionamentos bastante ampla, que não encontra barreiras físicas. Segundo Silva (2014, pg.71) “Essa geração é forte, com grande potencial e muitas qualidades a oferecer no ambiente de trabalho”. 2.2 MOTIVAÇÃO A Moderna Gestão de Pessoas trouxe um novo olhar para as organizações, as pessoas passaram a ser vistas como parceiras, constituintes do principal ativo das organizações: “As pessoas podem aumentar ou reduzir as forças de uma organização, dependendo da maneira como elas são tratadas. Elas podem ser a fonte de sucesso como podem ser a fonte de problemas. É melhor tratá-lascomo fonte de sucesso. Para que os objetivos da Gestão de Pessoas sejam alcançados é necessário que as pessoas sejam tratadas como elementos básicos para a eficácia organizacional. ” Chiavenato (2010, p.11) Desta forma, o conceito de Motivação também passou por mudanças, o que consequentemente acarretou em modificações nas ferramentas usadas pelas organizações para motivar seus colaboradores. 2.2.1 Evolução do Conceito de Motivação O conceito de Motivação acompanhou as mudanças advindas da Administração de Recursos Humanos (ARH), portanto, os diferentes conceitos mantêm relação direta com a concepção humana que prevalecia na Teoria da Administração vigente. De acordo com Chiavenatto (2010), segue abaixo as diferentes concepções de homem: 12 Teoria da Administração Científica: o homem é motivado exclusivamente por recompensas salariais, econômicas ou materiais (homem econômico). Teoria das Relações Humanas: o homem é motivado por recompensas sociais, não materiais (homem social). Teoria Estruturalista: o homem é motivado por recompensas salariais e sociais (homem organizacional). Teoria Comportamental: homem como processador de informações e tomador de decisões busca soluções que o satisfaz (homem administrativo). Teoria da Contingência: o homem é visto como um microssistema individual e complexo (homem complexo). 2.2.1 Principais teorias da motivação De acordo com os autores pesquisados, as principais Teorias da Motivação são: Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow Robins (2009) afirma que as necessidades estão elencadas em uma pirâmide de importância, onde as necessidades mais básicas e recorrentes estão na base da pirâmide (Necessidades Primárias) e as necessidades mais sofisticadas estão no topo da pirâmide (Necessidades Secundárias). Necessidades Primárias ou Inferiores Necessidades Fisiológicas: exigem a satisfação cíclica e reiterada para garantir a sobrevivência do indivíduo. Exemplos: sede, fome, sono e sexo. Necessidade de Segurança: envolve estabilidade, segurança, proteção e ausência de medo. Necessidades Secundárias ou Superiores Necessidade Social: são as necessidades de relacionamento, pertença, amor e afeição. Necessidade de Estima: estão relacionadas com a autoestima, auto avaliação e autoconfiança. 13 Necessidade de Auto realização: refere-se aos desejos das pessoas de desenvolver seu potencial. Estão relacionadas com autonomia, independência, autocontrole, competência e plena realização. Robins (2009) afirma que as necessidades superiores surgem à medida que as necessidades inferiores são satisfeitas. “O modelo da hierarquia das necessidades de Maslow propõe essencialmente que as pessoas têm necessidades que desejam satisfazer e que aquelas que já foram atendidas não têm mais a força motivacional das necessidades não satisfeitas”. Davis & Newstrom, (1998, p.53). Teoria Bifatorial – Herzberg De acordo com Gil (2001), a teoria elaborada por Frederic Herzberg divide as necessidades humanas em dois fatores: o ambiente externo (fatores higiênicos) e o ambiente interno (fatores motivacionais). Fatores Higiênicos: referem-se aos fatores necessários para ajustar os funcionários ao ambiente de trabalho, tais como pagamento e condições de trabalho. Fatores Motivacionais: referem-se aos fatores que realmente promovem a motivação tais como a responsabilidade, o reconhecimento, a criatividade e a autonomia na realização das tarefas. De acordo com Bowditch & Buono (2006, p.52) “os fatores associados à satisfação no tabalho são separados daqueles que previnem insatisfação; dessa forma, isoladamente, o foco nos fatores higiênicos não pode prevenir a insatisfação no trabalho”. Teoria ERG – Alderfer Newstron (2008, p.106) afirma que Clayton Adelfer desenvolveu a Teoria ERG (Existência, Relacionamento e Crescimento) a partir da Teoria de Maslow e de novas pesquisas. Desta forma, o autor redefiniu as cinco necessidades em um grupo de três: Necessidade Existencial: correspondem às necessidades básicas de Maslow, ou seja, necessidades fisiológicas e de segurança. Necessidade de Relacionamento: os seres humanos têm necessidade de relacionamento interpessoal, ou seja, necessidades sociais e de estima. 14 Necessidade de Crescimento: necessidade do ser humano em criar, dar sugestões, participar (necessidade de autorrealização). “Embora Adelfer tenha verificado que de vez em quando havia uma progressão de um estágio para o outro, as fronteiras se estendiam além de seus limites, e as pessoas podiam ir de um lado para o outro sem satisfazer plenamente o primeiro” Bowditch & Buono (2006, p.51). Teoria X e Teoria Y – McGregor De acordo com Gil (2001, p.206) o psicólogo Douglas McGregor definiu dois tipos distintos de gerenciamento, os quais ele denominou Teoria x e Teoria Y. Teoria X: de acordo com essa teoria as pessoas não gostam de trabalhar e consequentemente as equipes só funcionam pela disciplina e pela possibilidade de recompensa. Teoria Y: considera que as pessoas encaram o trabalho como fonte de satisfação e são capazes de dedicar-se para obter os melhores resultados. Teoria das Necessidades Adquiridas Socialmente – McClelland De acordo com Bowditch & Buono (2006) McClelland identificou três necessidades básicas que as pessoas desenvolvem e adquirem da sociedade, são elas: Necessidade de Poder: necessidade de influenciar as pessoas e as situações. Quando essa necessidade se sobressai a pessoa sente-se motivada pelo desejo de influenciar, reorientar e mudar as atitudes alheias. Necessidade de Aflição: refere-se às necessidades de relacionamento, sociais e de pertencimento. Quando esta é a mais desenvolvida a pessoa centra sua atenção na manutenção dos relacionamentos interpessoais. Necessidade de Realização: refere-se à necessidade de superar desafios e atingir metas. Quando esta necessidade se sobressai a pessoa apresenta motivação para a autorrealização e busca de autonomia. De acordo com Robins (2009) não há hierarquia entre as necessidades, elas se relacionam entre si e se apresentam em níveis variados de acordo com o perfil psicológico e processo sociológico pelos quais as pessoas passaram. 15 “Sua teoria sugere que cada um de nós será, em diferentes momentos, influenciado por uma dessas necessidade, e que a intensidade dessa necessidade em particular (e a influência dela em nosso comportamento) varia de acordo com a situação. É provável que cada um de nós, porém, tenha desenvolvido uma orientação dominante em direção a uma dessas necessidades. ” Bowditch & Buono (2006, p.52). Condicionamento Operante e Teoria do Reforço – Skinner De acordo com Gil (2001, p.209) “este modelo baseia-se na ideia de que o comportamento depende de suas consequências; o que torna possível (em parte) controlar ou afetar os comportamentos dos funcionários mediante a manipulação das consequências”. “Assim, de uma perspectiva de gestão, a Teoria do Reforço sugere que se você deseja manter certo comportamento no local de trabalho, deverá estar apto a manipular as consequências desse comportamento” Bowditch & Buono (2006, p.61). Teoria do Planejamento do Trabalho – Hackman e Oldham Robbins (2009) apresenta a Teoria do Planejamento do Trabalho de Hackman e Oldham: esta teoria propõe que a maneira como os elementos do trabalho são organizados podem diminuir ou aumentar a motivação, e que todo tipo de trabalho ou função pode ser descrito em termos de cinco dimensões: Variedade de Habilidades:característica do trabalho e a variedade de atividades diferentes permitindo o uso de diversas habilidades e talentos (valorização das diferenças individuais). Identidade da tarefa: conhecimento do trabalho como um todo (domínio do processo) Significância da tarefa: grau de impacto que o trabalho tem sobre a vida ou o trabalho das pessoas Autonomia: liberdade, independência e livre arbítrio no planejamento e realização dos procedimentos do trabalho. Feedback: obtenção de informações sobre a eficácia do desempenho A pessoa se sente motivada quando sabe que, pessoalmente teve um bom desempenho em uma tarefa percebida como importante. 16 Teoria da Expectância (VIE) - Vroom Segundo Bowditch & Buono (2006) a Teoria da Expectância ou da Expectativa (Valência, Instrumentalidade, Expectância) enfatiza a diferença entre as pessoas e os cargos. De acordo com esta teoria as pessoas escolhem os comportamentos que as levarão ao alcance de resultados e atenderão às suas necessidades. A motivação é vista em função de três componentes: Expectativa (relação esforço-desempenho): crença de que um esforço maior trará um bom desempenho. É a soma entre as expectativas da pessoa e a percepção que a pessoa tem de si mesmo. Instrumentalidade (relação desempenho-recompensa): percepção de que um bom desempenho trará certa recompensa. Este é um fator subjetivo que varia entre as pessoas. Valência (recompensa-metas pessoais): valor ou atração da recompensa para a pessoa. Significa o valor real que o indivíduo dá à instrumentalidade percebida. Não basta que a pessoa perceba as recompensas que pode alcançar através de seu desempenho, é preciso que estas recompensas tenham um valor real para ela. “O produto da valência, expectativa e instrumentalidade é a motivação. Ela é definida como a intensidade de uma força motriz em direção a uma ação determinada. ” Newstrom (2008, p.114) Motivação 3.0 De acordo com Pink (2010) as teorias motivacionais apresentadas até então são falhas por serem construídos em torno de motivadores extrínsecos. Para este autor a motivação possui três elementos essenciais: Autonomia: desejo de dirigir nossa própria vida Excelência: premência de se tornar cada vez melhor em algo relevante Propósito: vontade de agir em nome de algo superior a nós 17 2.3 FERRAMENTAS MOTIVACIONAIS Em busca de gerar motivação em seus colaboradores e obter melhor desempenho, as organizações apresentam determinadas características e se utilizam práticas para obter os resultados desejados.dores 2.3.1 Clima Organizacional O Clima Organizacional reflete a percepção dos colaboradores em relação à empresa que trabalham em determinado momento. Trata-se de uma ferramenta que traduz a Cultura da empresa e que é capaz de influenciar o comportamento dos membros da organização. “O clima organizacional influencia o comportamento dos membros da organização, podendo afetar os seus níveis de motivação e satisfação no trabalho. ” (Balducci e Kanaane, 2007, p.136). 2.3.2 Plano de Carreira Segundo Wagner III e Hollenbeck (2006), um Plano de Carreira bem estruturado permite condições que levem os colaboradores a se motivarem uma vez que estes podem vislumbram o desenvolvimento de sua carreira. Desta forma, o Plano de Carreira é um dos fatores de maior contribuição para gerar motivação. Os jovens da Geração Y são muito independentes e gostam de desafios. Outra caraterística marcante é a necessidade que estes trabalhadores têm de ser reconhecidos, dessa forma, eles buscam trabalhar em organizações que os proporcionem rápida ascensão profissional: “(...) eles esperam a conquista de novos cargos na empresa para manter o seu poder de consumo. ” (Silva, 2014, p73) “Os jovens da Geração Y preferem trabalhar em locais que possuem planos de carreira. A ascensão profissional é muito valorizada, eles não se sujeitam às tarefas subalternas em início de carreira e ambicionam por altos salários desde cedo. ” (Silva, 2014). 18 2.3.3 Tipo de Gestão ‘O modelo de gestão é o conjunto de normas e princípios que devem orientar os gestores na escolha das melhores alternativas para levar a empresa a cumprir sua missão com eficácia. ” (Crozatti, 1998, p.13). Segundo Catelli (1997) os fundadores, proprietários e líderes da organização contribuem de maneira significativa com a formação da Cultura da organização. Esta influência é exercida por meio do Modelo Gestão que estas pessoas exercem na empresa. De acordo com Silva (2014) a Geração Y está aberta a novos desafios e não tem medo de demonstrar seu ponto de vista; para tanto, espera que o líder lhe proporcione acesso direto a ele além de feedback constante. 2.3.4 Autonomia e responsabilidade A Geração Y aprendeu a se virar sozinha desde cedo, uma vez que seus pais (a Geração X) estava inserida no mercado de trabalho e revolucionou a maneira de criar os filhos. “É uma geração mais individualista e autônoma que faz questão de colocar sua opinião em destaque e não abre mão de gerenciar sua vida pessoal simultaneamente à profissional”. (Silva, 2014, p76) Na vida profissional, os Y’s não poderiam agir de forma diferente: eles têm preferência por empresas que possibilitem autonomia para realizar suas atividades. 2.3.5 Remuneração De acordo com Chiavenato (2003) a remuneração total é constituída de três componentes: remuneração básica, incentivos salarias e benefícios. A remuneração básica é o componente principal da Remuneração Total e corresponde ao salário fixo do colaborador. Os incentivos salariais estão atrelados ao desempenho, e podem ser pagos sob a forma de bônus e participação nos resultados. Já os benefícios, também denominados remuneração indireta, são concedidos através de programas sociais, tais 19 como Plano de Saúde e Odontológico, Convênios Educacionais, Auxílio Creche, dentre outros. “As empresas têm aumentado seu investimento em trainee para, não só atrair esse público, mas também mantê-lo na empresa. Para isso é preciso estrutura bem os programas de incentivos e vantagens: oferecer aos profissionais dessa geração bons salários, acima da média do mercado; plano de carreira mais flexíveis (...)” (Silva, 2014, p.75) O sistema de remuneração adotado pela organização é capaz de influenciar o grau de comprometimento dos colaboradores com os objetivos e metas propostos pela empresa. (Oliveira, 2008) 3. ENQUADRAMENTO EMPÍRICO 3.1 ASPECTOS METODOLÓGICOS O objetivo da Pesquisa Quantitativa é avaliar quais das Ferramentas Motivacionais a Geração Y mais valoriza, assim como quais destas têm sido praticadas pelas empresas. A autora realizou uma pesquisa quantitativa exploratória, o instrumento de coleta de dados utilizado na pesquisa foi o Questionário, a amostra é composta de 89 participantes. 3.1.1 Descrição do Questionário “Questionário é um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador. ” (Lakatos e Marconi, 2003,p.201). De acordo com as autoras acima mencionadas, dentre as vantagens de se utilizar o Questionário estão: economia de tempo, amplo alcance geográfico e de número de participantes, obtenção de respostas rápidas e objetivas, maior liberdade para responder às questões propostas devido ao anonimato. 20 O questionário é composto por 9 (nove) questões fechadas de escolha forçada e uma questão fechada de múltiplas opções de resposta, e foi disponibilizadopela autora no aplicativo Google Docs, cujo link foi enviado pela mesma e por seu orientador para alunos da Faculdade Pitágoras de Belo Horizonte e para profissionais que se enquadram na faixa etária da Geração Y. As questões fechadas se constituíam da seguinte afirmativa: Relacionamos abaixo características e práticas organizacionais que contribuem para motivar e/ou reter os colaboradores. Analise cada item e dê sua opinião sobre a relevância do mesmo para sua motivação para trabalhar e/ou permanecer na empresa. A escala vai de 1 a 5: sendo 1, Nenhuma Relevância e 5, Alta Relevância. 3.1.2 Amostra “População amostral ou amostra é uma parte do universo (população) escolhida segunda algum critério de representatividade. “ (Vergara, 1998 p.48) O critério de representatividade definido pela autora foi a idade – participantes que se enquadram na definição de Geração y –. Trata-se de uma amostra estratificada uma vez que foi feito um recorte da população (faixa etária). Participaram da pesquisa 89 participantes, cuja média de idade é de 28,4 anos. 3.2 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS Dentre as características/práticas organizacionais relacionadas no questionário, destacaram se cinco consideradas mais relevantes para gerar motivação nos colaboradores: Clima Organizacional, Plano de Carreira, Tipo de Gestão, Autonomia e Responsabilidade e Remuneração. Abaixo segue uma análise dos resultados obtidos para estas cinco caraterísticas/ práticas: 21 Clima Organizacional Fonte: Elaboração própria com recurso ao Software Microsoft Excel Para 51 participantes (57%) o Clima Organizacional favorável é de Alta Relevância, e para 22 participantes (25%) o Clima Organizacional favorável é de Muita Relevância. As demais respostas somadas chegam a 18%. Plano de Carreira Fonte: Elaboração própria com recurso ao Software Microsoft Excel 22 Para 55 participantes da pesquisa (62%) o Plano de Carreira é de Alta Relevância para gerar motivação para os colaboradores, para 14 participantes (16%) o Plano de Carreira é de Muita Relevância para gerar motivação. As outras respostas somadas chegam a 22%. Tipo de Gestão Fonte: Elaboração própria com recurso ao Software Microsoft Excel Foram investigadas duas caraterísticas/ práticas que se enquadram nesta prática: Acesso ao Gestor Imediato e Possibilidade de Expor suas Ideias. A grande maioria dos participantes acredita que o Acesso ao Gestor Imediato é Alta Relevância (43%) e de Muita Relevância (30%), as outras respostas somam 27%. Fonte: Elaboração própria com recurso ao Software Microsoft Excel 23 Já em relação à Possibilidade de Expor suas Ideias, 52% dos participantes acredita que esta prática é de Alta Relevância, 34% acredita ser de Muita Relevância, e as demais respostas juntas somam 14%. Autonomia e Responsabilidade Fonte: Elaboração própria com recurso ao Software Microsoft Excel Para a maioria dos participantes da pesquisa, esta prática é de Alta Relevância (37%) e de Muita Relevância (30%). As demais respostas são: Relevância Mediana (17%), Pouca Relevância (10%) e Nenhuma Relevância (6%). Remuneração Para a composição desta prática/ caraterística foram avaliados três itens: Salário, Beneficio e Remuneração Variável. Dentre os três itens avaliados, o Salário foi o que recebeu a maior média de pontos: Alta Relevância 41%, Muita Relevância 26%, Relevância Mediana 24%, Pouca Relevância 8% e Nenhuma Relevância 1%. 24 Fonte: Elaboração própria com recurso ao Software Microsoft Excel Os Benefícios são apontados como de Alta Relevância para 35% dos participantes, Muita Relevância para 19% e Relevância Mediana para 29%. As demais respostas foram Pouca Relevância 8% e Nenhuma Relevância 9%. Fonte: Elaboração própria com recurso ao Software Microsoft Excel 25 Fonte: Elaboração própria com recurso ao Software Microsoft Excel A Remuneração Variável foi o item que recebeu a maior diversidade de respostas: para a maioria dos participantes (32%) sua Relevância é Mediana, os escores mais altos somam 40 % - Alta Relevância 19% e Muita Relevância 21% - e os escores mais baixos somam 28% - Pouca Relevância 7% e Nenhuma Relevância 21% -. 3.2.1 Demais caraterísticas/ Práticas Avaliadas A Avalição de Desempenho é considerada de Alta Relevância por 37% dos participantes, mesmo percentual de participantes que a consideram de Muita Relevância. A Flexibilidade de Horário foi considerada Alta Relevância por 29% dos participantes, de Mediana Relevância por 26% e de Muita Relevância por 17%. Mas pode se apontar que este item pode ser inserido em Tipo de Gestão, o que corrobora, ainda mais, com a importância do mesmo. O Feedback constante foi considerado pela grande maioria dos participantes como de Alta (40%) e Muita Relevância (34%). Mais um item que está diretamente ligado ao Tipo de Gestão, aumentando a justificativa do parágrafo anterior. A Qualidade de Vida no Trabalho foi o item que recebeu maior equilíbrio de respostas: Nenhuma Relevância 15%, Pouca Relevância 18%, Mediana Relevância 13%, Muita Relevância 21% e Alta Relevância 33% 26 O Home Office e No Dress Code foram as práticas consideradas de menor relevância para os participantes, 29% e 34% respectivamente consideram estas práticas como de Nenhuma Relevância, contra apenas 13% e 11% que as consideram de Alta Relevância. 4. CONCLUSÃO A revisão bibliográfica acerca dos temas Motivação e Geração Y nos levou a identificar as principais práticas e/ou caraterísticas utilizadas pelas organizações para gerar motivação em seus colaboradores. De posse dos dados levantados na revisão bibliográfica, elaboramos um questionário contendo as caraterísticas e/ou práticas levantadas para verificarmos qual a relevância destas para os jovens da Geração Y. Após análise dos dados obtidos concluímos que são cinco as principais práticas e/ou caraterísticas organizacionais mais eficazes para atrair, reter e gerar motivação nos colaboradores pertencentes à Geração Y: Manter um Clima Organizacional Favorável, onde o profissional se sente bem ao executar suas atividades diárias; Possuir um Plano de Carreira que seja de credibilidade e gere confiança em seus colaboradores, fazendo com que a progressão na carreira (horizontal, vertical ou diagonal) seja vista e entendida por todos; Possuir uma Gestão transparente, participativa, honesta e que use a comunicação formal para o bom andamento das rotinas de trabalho, assim como o sentimento de confiança nas lideranças e alta direção; Proporcionar aos colaboradores Autonomia e Responsabilidade, uma vez que este só se sentirá motivado, se desafiado dentro de seu potencial; E por fim, a Remuneração, fator mais ligado às questões de necessidades do colaborador. Pode-se concluir então que, com base na investigação teórica (revisão bibliográfica) e nos experimentos práticos (questionário quantitativo) que a pergunta problema: Quais fatores e práticas organizacionais são eficazes para atrair, manter e gerar motivação na Geração Y?, foi respondida e trouxe elementos ricos para aqueles que puderem ter acesso à este trabalho de investigação. 27 BIBLIOGRAFIA ARAÚJO, Mauro Monteiro. Os desafios em lecionar para a Geração Y. Monografia (Mestrado), Curso de Mestrado em Docência e Gestão da Educação, Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2015. BALDUCCI, Daniel, KANAANE, Roberto. Relevância da gestãode pessoas no clima organizacional de uma empresa de engenharia. In Boletim Academia Paulista de Psicologia - Ano XXVII, nº 2/07: 133-147. BULGACOV, Sérgio. Manual de Gestão Empresarial.2ª edição. São Paulo: Atlas, 2006. BOWDITCH, James L., BUONO, Anthony F. Fundamentos do Comportamento Organizacional. 6ª edição. Rio de Janeiro. LTC, 2006. 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