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Células Tronco, perspectivas e Aplicações

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Células tronco: Perspectivas e aplicações
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Ainda existe muita confusão em relação
aos conceitos de clonagem (reprodutiva e terapêutica), células- tronco (embrionárias e não embrionárias) e como isso pode afetar as nossas vidas. A proposta deste seminário é tentar definir esses conceitos e expressar a minha posição de cientista.
Para entendermos porque as células tronco são surpreendentes precisamos recordar um pouco de embriologia.
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Evolução do embrião humano durante seu trajeto pela tuba
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O que são células tronco?
1998 - a equipe do biólogo James Thomson, na Universidade de Wisconsin isolou as primeiras células-tronco de embriões humanos. No mesmo ano, também foram isoladas células embrionárias germinativas humanas, derivadas das células reprodutivas primordiais de fetos, pelo embriologista John Geahart, da Universidade Johns Hopkins (EUA). 
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Quanto a sua classificação, podem ser:
Totipotentes, aquelas células que são capazes de diferenciarem-se em todos os 216 tecidos que formam o corpo humano, incluindo a placenta e anexos embrionários. As células totipotentes são encontradas nos embriões nas primeiras fases de divisão, isto é, quando o embrião tem até 16 - 32 células, que corresponde a 3 ou 4 dias de vida;
Pluripotentes ou multipotentes, aquelas células capazes de diferenciar-se em quase todos os tecidos humanos, excluindo a placenta e anexos embrionários, ou seja, a partir de 32 - 64 células, aproximadamente a partir do 5º dia de vida, fase considerada de blastocisto. As células internas do blastocisto são pluripotentes enquanto as células da membrana externa destinam-se a produção da placenta e as membranas embrionárias;
Oligotentes, aquelas células que se diferenciam em poucos tecidos;
- Unipotentes, aquelas células que se diferenciam em um único tecido.
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Células tronco embrionárias
Ainda constitui um mistério para os cientistas a ordem ou comando que determina no embrião humano que uma célula-tronco pluripotente se diferencie em determinado tecido específico, como fígado, osso, sangue etc. Porém em laboratório, existem substâncias ou fatores de diferenciação que quando são colocadas em culturas de células-tronco in vitro, determinam que elas se diferenciem no tecido esperado. 
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O QUE É CLONAGEM? 
A clonagem é um mecanismo comum de propagação da espécie em plantas ou bactérias. De acordo com Webber (1903), um clone é definido como uma população de moléculas, células ou organismos que se originaram de uma única célula e que são idênticas à célula original e entre elas. Em humanos, os clones naturais são os gêmeos idênticos que se originam da divisão de um óvulo fertilizado.
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Na realidade, experiências recentes com diferentes modelos animais têm mostrado que essa reprogramação dos genes, para o estágio embrionário, o processo que originou Dolly, é extremamente difícil.
Pouquíssimos animais que nasceram vivos após inúmeras tentativas, observamos:
telômeros encurtados;
placentas anormais; gigantismo em ovelhas e gado; defeitos
cardíacos em porcos; problemas pulmonares em vacas, ovelhas e
porcos; problemas imunológicos;
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A maioria dos clones morre no início da gestação;
os animais clonados têm defeitos e anormalidades semelhantes, independentemente da célula doadora ou da espécie; 
3) essas anormalidades provavelmente ocorrem por falhas na reprogramação do genoma; 
4) a eficiência da clonagem depende do estágio de diferenciação da célula doadora.
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É importante que as pessoas entendam que na clonagem para fins terapêuticos serão gerados só tecidos, em laboratório, sem implantação
no útero. Não se trata de clonar um feto até alguns meses dentro do útero para depois lhe retirar os órgãos como alguns acreditam.
A clonagem terapêutica teria a vantagem de evitar rejeição se o doador fosse a própria pessoa. Seria o caso, por exemplo, de reconstituir a medula em alguém que se tornou paraplégico após um acidente ou para substituir o tecido cardíaco em uma pessoa que sofreu um infarto.]
Entretanto, essa técnica tem suas limitações.
O doador não poderia ser a própria pessoa no caso de afetada por doenças genéticas, pois a mutação patogênica causadora da doença está presente em todas as células. 
No caso de usar-se linhagens de células-tronco embrionárias de outra pessoa ter-se-ia, também, o problema da compatibilidade entre o doador e o receptor. Seria o caso, por exemplo, de um afetado por distrofia muscular progressiva que necessita substituir seu tecido muscular.
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Clone- O conjunto de células-filhas originárias de uma célula inicial é denominado clone
Linhagem: Uma célula isolada pode dar origem, através de divisãoes celulares sucessivas, a uma série de células-filhas, que podem se diferenciar. Estas células constituem o clone. O conjunto das diferenciações que podem acompanhar estas células representa as potencialidades da célula inicial. Denomina-se linhagem de uma célula o conjunto das modificações morfológicas e temporais que conduzem à formação de um clone. Desde modo, a linhagem é representada como uma árvore genealógica mostrando a filiação das diferentes células-filhas.
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A maioria das células tronco é extraída de embriões gerados pelo processo de fertilização in vitro.
1) As células somáticas são retiradas do doador 2) Essas células são cultivadas em laboratório 3) De uma doadora colhe-se um óvulo não fertilizado 4) O núcleo contendo DNA é retirado do óvulo 5) A célula cultivada é fundida ao óvulo por meio de corrente elétrica 6) Agora temos o óvulo fertilizado com nova informação genética 7) Este óvulo vai se desenvolver até a fase de blástula (embrião com mais de 100 células) onde estão as células tronco. 
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Embrião de 5 dias
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Clonagem Terapêutica
 É a clonagem sem fins reprodutivos.
O que temos de diferente da clonagem humana é que, antes de começar a divisão e houver diversificação para formas os tecidos, as células do embrião, são diferenciadas.
A diferenciação da clonagem terapêutica e células tronco é que, a primeira, criaria embriões, enquanto que as células tronco ocorre a auto regeneração, não necessitando de embriões para possuí-la nem ocorrerá rejeição do órgão lesado, uma vez que esta célula pertence ao próprio paciente.
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Aplicações
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Administrar ao paciente o fator de crescimento de granulose (G-CSF), hormônio que leva as células-tronco a se “desgrudarem” da medula e irem para o sangue. Depois, o sangue é coletado, submetido a uma cultura sérica e congelado em nitrogênio líquido. A pessoa, então, é submetida à quimioterapia e imunoterapia, que causam a destruição de seu sistema imunológico, reconstruído posteriormente pelo transplante do material coletado e congelado.
Técnica para a captação e a utilização de células tronco adultas 
lúpus; esclerose múltipla e esclerose sistêmica 
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Aspectos Sociais e Éticos
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Ètica no uso das células tronco
Os fins justificam os meios?
FIM: Cientistas esperam aliviar o sofrimento humano com o uso de células tronco.
MEIO: Consumo de embriões humanos doados, embriões estes que nunca serão colocados em um útero e que seriam normalmente descartados.
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Brasília, 23 de novembro de 2005 NOTA n.º 002/2005 NOVO DECRETO PUBLICADO 
A Secretaria Executiva da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBio torna público que, de acordo com a nova Lei de Biossegurança n.º 11.105, de 24 de março de 2005, foram revogadas a Lei n.º 8.974, de 05 de janeiro de 1995 e a Medida Provisória n.º 2.191, de 23 de agosto de 2001. E, ainda, de acordo com os artigos 7º, 8º e 9º do Decreto n.º 5.591, publicado em 23 de novembro de 2005: 
O Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia constituirá comissão ad
hoc, integrada por membros externos à CTNBio, representantes de sociedades científicas, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC e da Academia Brasileira de Ciências - ABC, encarregada de elaborar a lista tríplice para escolha dos doze especialistas de notório saber científico e técnico, no prazo de até trinta dias de sua constituição. Esta comissão já foi instituída, através da Portaria n.º 725 de 23 de novembro de 2005; Os representantes ministeriais, e seus suplentes, serão indicados pelos titulares dos respectivos órgãos no prazo de trinta dias da data do aviso do Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia. Porém, não existe prazo para o envio desse aviso ministerial; A indicação dos especialistas em defesa do consumidor, na área de saúde, em meio ambiente, em biotecnologia, em agricultura familiar e em saúde do trabalhador será feita pelos respectivos Ministros de Estado, a partir de lista tríplice elaborada por organizações da sociedade civil providas de personalidade jurídica, cujo objetivo social seja compatível com a especialização prevista naqueles incisos, em procedimento a ser definido pelos respectivos Ministérios. Porém, não existe prazo para essa indicação. Contudo, o Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia já enviou Avisos Ministeriais aos ministérios relacionados para que estes enviem ao MCT suas indicações com a maior brevidade possível. Portanto, todas as atividades da CTNBio, a saber, reuniões mensais, emissão de pareceres técnicos, análises de pleitos relacionados com atividades envolvendo OGM e/ou derivados estão suspensas, aguardando as devidas indicações e nomeações da nova composição da CTNBio.A Secretaria Executiva da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio permanece à inteira disposição para esclarecimentos adicionais que se fizerem necessários.
Jairon Alcir Santos do Nascimento Coordenador Geral da CTNBio
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	O novo texto da Lei de Biossegurança, sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prevê a liberação das pesquisas com embriões humanos no Brasil, a exemplo do que já acontece na maioria dos países europeus, como Dinamarca, Espanha, Finlândia, Reino Unido, Bélgica, Itália, Holanda, Suécia, entre outros. 
	A utilização de embriões em pesquisa deverá obedecer a critérios legais, dentre eles: ser oriundos de clínicas de Reprodução Assistida e estar congelados há pelo menos três anos. Segundo especialistas, é nesta fase que o embrião começa a perder as suas características e a chance de se adaptar ao útero materno diminui. Para ter acesso a este material genético, pesquisadores terão que obter autorização por escrito dos genitores. 
	A Lei proíbe a criação de embriões para fins industriais e de pesquisa e veta a comercialização de material genético humano para qualquer fim. 
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Banco de cordão umbilical
Cerca de doze mil partos por mês e quatro mil novos pacientes com indicação para transplante de medula óssea por ano. 
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Onde este novo mundo da engenharia genética está nos levando?
Estaremos a caminho de criar um mundo perfeito ou há um lado obscuro a esta intrusão da ciência em cada aspecto de nossas vidas?
Claramente, a humanidade obterá muitos benefícios da revolução molecular, mas quais serão algumas de suas potenciais desvantagens?
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Não são perguntas simples, e certamente não existirão respostas simples. Entretanto, como membros de uma sociedade devemos nos educar, de modo que possamos contribuir para a discussão dessas questões e tomar decisões informadas quando chegar o momento.

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