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Fase de ativação
A fase de ativação das reações alérgicas começa quando o mastócito é estimulado a liberar seus grânulos e seus mediadores. Pelo menos dois dos receptores para a porção Fc das moléculas de IgE devem estar associados em uma configuração estável para que ocorra a fase de ativação. As consequências fisiológicas da desgranulação dos mastócitos mediada pela IgE depende da dose do antígeno e da via de inoculação. Os mastócitos que se desgranulam no interior do trato gastrointestinal induzem aumento da secreção líquida e peristalse que resulta em diarreia e vômito. A desgranulação dos mastócitos nos pulmões provoca a broncoconstrição e aumento da secreção de muco. Estes fatos acarretam congestão e bloqueio das vias respiratórias e edema. Por fim, a desgranulação dos mastócitos nos vasos sanguíneos causa aumento do fluxo sanguíneo e permeabilidade vascular, resultando em aumento de líquido nos tecidos. Isto acarreta aumento do fluxo de linfa a partir dos linfonodos locais. 
	A ligação cruzada dos receptores Fc€RI pode também ser realizada de outras maneiras como adição de anticorpo específico para moléculas de IgE na superfície de mastócitos, exposição a lectinas que se ligam a açúcares, ou o uso de substâncias químicas de ligação cruzada ou ainda anticorpos contra Fc€RI. Como esperado, agregados de IgE também ligarão de maneira cruzada estes receptores Fc e ativarão os mastócitos à desgranulação.
	As reações anafilactoides são produzidas pelas anafilotoxinas C3a e C5a assim como por vários fármacos como a codeína, morfina e corantes para contraste. Fatores físicos como calor, frio ou pressão, também podem ativar os mastócitos. Certas lectinas também podem se ligar de maneira cruzada a receptores Fc de IgE.
	O acionamento de um mastócito pela ligação de seus receptores dá início a uma série de acontecimentos rápidos e complexos que culminam na desgranulação do mastócito e na liberação de potentes mediadores inflamatórios. Entre os acontecimentos conhecidos, estão a agregação de receptores e as alterações na fluidez da membrana, fatos estes que resultam da metilação de fosfolipídeos, os quais acarretam aumento de cAMP seguido por um influxo de Ca2+. Em geral, um aumento sustentado de cAMP intracelular diminuirá o processo de desgranulação. Desta forma, a ativação da adenilato ciclase produz um mecanismo importante para o controle dos acontecimentos anafiláticos.
	As reações alérgicas são mencionadas como hipersensibilidade imediata. Isso considerando-se as consequências muito rápidas da ligação cruzada dos receptores de Fc de IgE, começando com o transporte de grânulos dos mastócitos até a superfície celular. Uma vez na superfície celular, as membranas dos grânulos fundem-se com a membrana celular e os conteúdos são liberados para o exterior via exocitose. Depois, as células desgranuladas regeneram-se; uma vez que os conteúdos dos grânulos sejam novamente sintetizados, as células estarão prontas para reassumir suas funções.
Função Efetora
	Os sintomas das reações alérgicas são atribuídos aos mediadores inflamatórios liberados pelos mastócitos ativados. Estes mediadores podem ser divididos em mediadores pré-formados, que são armazenados nos grânulos por atração eletrostática a uma matriz proteica e liberados como resultado do influxo de íons. As citocinas liberadas dos mastócitos em desgranulação, incluindo IL-3, IL-4, IL-5, IL-8, IL-9, TNF-α e GM-CSF, também funcionam ativando e atraindo células inflamatórias no local. A segunda categoria de mediadores, formada pelos mastócitos, é formada de substâncias sintetizadas, em parte, a partir de lipídeos da membrana.
Mediadores pré-formados
Histamina – é formada na célula pela descarboxilação do aminoácido histidina; ela é estocada na célula pela ligação a uma matriz proteica denominada heparina. Quando liberada, a histamina liga-se a dois tipos principais de receptores, H1 e H2. Quando a histamina liga-se aos receptores H1 no músculo liso, ela causa constrição. Quando se liga aos receptores H1 nas células endoteliais, resulta em permeabilidade vascular. Os receptores H2 estão envolvidos na secreção de muco, permeabilidade vascular aumentada e liberação de ácido a partir da mucosa estomacal. 
Serotonina – está presente nos mastócitos. Seus efeitos são contrição do músculo liso e aumento da permeabilidade vascular.
Fatores quimiotáticos – fatores quimiotáticos são liberados após a desgranulação dos mastócitos. Fatores quimiotáticos eosinofílicos (ECF) também são liberados na desgranulação. Outra importante célula inflamatória atraída para o local é o neutrófilo. A quimiotaxia desses granulócitos polimorfonucleares ocorre em resposta à IL-8 liberada pelos mastócitos ativados. Outras células atraídas para o local, em resposta aos fatores quimiotáticos derivados dos mastócitos, incluem basófilos, macrófagos, plaquetas e linfócitos.
Nas reações alérgicas, os eosinófilos servem como indicador tardio da presença de reações mediadas por IgE. Os eosinófilos também podem liberar enzimas que destroem vários mediadores de hipersensibilidade. Os eosinófilos têm uma função adicional nas infecções por vermes.
Heparina – constitui a matriz do grânulo com a qual estão ligados mediadores como a histamina e serotonina. Causa a inibição da coagulação, que pode ser útil na recuperação subsequente do mastócito ou na introdução posterior de uma antígeno na área da reação; mas ela não está envolvida diretamente nos sintomas da anafilaxia.
Mediadores recentemente sintetizados
	
Leucotrienos - Sabe-se atualmente que a substância de reação lenta da anafilaxia (SRSA) consiste de peptídeos que estão ligados ao ácido araquidônico. Esses leucotrienos, denominados LTB4, LTC4, LTD4, LTE4, causam constrição do músculo liso mesmo quando presentes em pequenas quantidades. 
Tromboxano e prostaglandinas – o ácido araquidônico por ciclo oxigenasse produz prostaglandinas e tromboxano. Muitos dos tromboxanos são vasoativos, causando broncoconstricção e quimiotaxia para leucócitos como neutrófilos, eosinófilos, basófilos e monócitos.
Fator de ativação de plaquetas (PAF) – faz com que as plaquetas se agreguem e liberem seus conteúdos como histamina e serotonina. O PAF, por si só, é uma das mais potentes e conhecidas causas de bronconstrição e vasodilatação, produzindo sintomas semelhantes ao choque.
Reação de fase tardia 
	Muitas das substâncias liberadas durante a ativação e desgranulação do mastócito são responsáveis pelo início rápido de uma intensa resposta inflamatória, que se manifesta por infiltração e acúmulo de neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos e macrófagos. Esta resposta denominada reação de fase tardia, ocorre frequentemente dentro de 48 horas e pode persistir por vários dias. O mastócito desgranulado por ligação cruzada de IgE ligada ao antígeno em sua superfície, libera ECF-A, que recruta eosinófilos para a área de reação. Várias citocinas como, GM-CSF, IL-3, IL-4, IL-5, IL-13, desempenham papeis importantes no crescimento e diferenciação do eosinófilo e na adesão celular de certos tipos celulares.
	Os eosinófilos também podem se ligar à IgE através da expressão de receptores Fc de IgE de baixa afinidade. Eles também expressam receptores Fc para a porção Fc de IgG. Desta forma, tanto a IgE quanto a IgG ligadas ao antígeno irão se ligar a seus respectivos Fc causando ativação de eosinófilos. Uma vez que os receptores de eosinófilos são acionados, eles desgranulam-se liberando leucotrienos que causam a contração muscular. Eles também liberam o PAF e a proteína básica principal. Essa proteína básica principal tem a capacidade de destruir parasitas afetando sua mobilidade e danificando sua superfície. A desgranulação de eosinófilos libera a proteína catiônica eosinofílica (ECP), uma neurotoxina e helmintotoxina potente.
	Os neutrófilos recrutados para o local em resposta aos fatores quimiotáticos ficam em íntimo contato com o antígeno revestido pelo anticorpo via receptores de Fc de IgG que são normalmente expressos nessas células.Consequentemente, essas células ficam ativadas para fagocitar imunocomplexos que causam danos ao tecido. Semelhantes aos produtos da desgranulação dos eosinófilos, os produtos da desgranulação dos neutrófilos incluem também os leucotrienos e o PAF.
Aspectos clínicos das reações alérgicas
	A desgranulação do mastócito constitui o mecanismo central em cada uma dessas reações.
Rinite alérgica (febre do feno)
	É causada por alérgenos transportados pelo ar que reagem com mastócitos sensibilizados por IgE nas vias nasais e conjuntiva.
Alergia alimentar 
	É causada pelo consumo de certos alimentos. A ingestão de amendoim, arroz, ovos por indivíduos suscetíveis pode desencadear a reação cruzada de IgE alérgeno-específica sobre os mastócitos do trato gastrointestinal superior e inferior. A desgranulação do mastócito e a liberação do mediador acarretam a contração localizada do músculo liso e a vasodilatação causando frequentemente vômito e diarreia.
Dermatite atópica 
	É causada pelo desenvolvimento de lesões cutâneas inflamatórias induzidas por citocinas dos mastócitos liberadas após a desgranulação. Estas citocinas inflamatórias liberadas próximo ao local de contato do alérgeno estimulam a quimiotaxia de células inflamatórias como os eosinófilos. 
Asma
	É uma forma de anafilaxia localizada. Trata-se de uma doença obstrutiva crônica das vias respiratórias inferiores caracterizada por exacerbações episódicas de limitação do fluxo de ar. Acontecem três mecanismos fisiopatológicos: 1 – obstrução reversível, 2 – aumento da resposta brônquica a inúmeros estímulos físicos e químicos e 3 – inflamação. Alérgenos como ar, poeira, antígenos virais podem provocar asma alérgica. A asma também pode ser induzida por fenômenos que variam de exercício até a exposição a temperaturas frias, um fenômeno conhecido como asma intrínseca.
Testes clínicos para alergias e intervenção clínica
Detecção
Para evitar consequências graves ao desafio intradérmico, é inicialmente realizado o teste de punctura na pele introduzindo quantidades mínimas do antígeno. Uma resposta positiva ao desafio intradérmico é caracterizado por eritema e edema. 
O tamanho da reação cutânea local é parcialmente indicativo do grau de sensibilidade ao alérgeno que está sendo administrado. 
Um teste conhecido como radioalergossorvente (RAST) envolve a ligação covalente do alérgeno a uma matriz insolúvel. A matriz coberta de antígeno é, a seguir, mergulhada em uma amostra do soro do paciente permitindo a ligação de qualquer anticorpo que seja específico para o alérgeno. Após o disco ser lavado, é acrescentado um anticorpo radiomarcado específico para IgE. A quantidade de radioatividade ligada é uma medida da quantidade de anticorpo IgE específico na amostra do soro.
	
	Intervenção
	Intervenção Ambiental - Em alguns casos, a forma mais fácil para controlar as alergias é evitar a exposição a alérgenos conhecidos. Máscaras e filtros de ar também são úteis.
Intervenção Farmacológica – muitos dos fármacos são broncodilatadores desenvolvidos para tratar pacientes com doenças pulmonares obstrutivas como a asma. São agentes que dilatam as passagens de ar nos pulmões. 
Intervenção Imunológica – por muito tempo os imunologistas clínicos praticaram a hipossensibilização. Ao longo de um grande período, os pacientes recebiam doses crescentes de antígeno ao qual eram sensíveis. O fator mais popular para a melhora dos sintomas é baseado na observação de que tais injeções aumentam a síntese do anticorpo IgG específico para o alérgeno. A IgG circulante presumivelmente se liga e remove o alérgeno antes que ele possa alcançar e reagir com o anticorpo IgE na superfície dos mastócitos. Seja qual for a razão para a melhora, esta forma de terapia vem tendo maior sucesso quando trabalha com alérgenos que penetram diretamente na circulação do que alérgenos contraídos pelas superfícies mucosas como o pólen.
Uma terapia particularmente promissora para o tratamento de pacientes com asma e rinite alérgica emprega o anticorpo monoclonal ant-IgE, de forma que ele não se ligue de maneira cruzada à IgE presa nos mastócitos e basófilos. Também constituem áreas atuais de pesquisas a utilização de DNAs plasmidiais que codificam um antígeno específico, citocinas como IL-12 e IL-10, anticitocinas como anti-IL-4 e antagonistas do receptor de citocina.
Papel protetor da IgE
As respostas imunológicas aos helmintos favorecem a indução de IgE. A histamina e outros mediadores associados com a resposta anafilática são liberados em resposta aos antígenos dos vermes e reagem de maneira cruzada com a IgE na superfície dos mastócitos (e eosinófilos). Os anticorpos IgG ligam-se à superfície do verme e atraem os eosinófilos que migraram para a área como resultado dos efeitos quimiotáticos do ECF-A. A seguir, os eosinófilos ligam-se ao verme revestido de IgG via seu receptor de membrana para Fc e liberam os conteúdos de seus grânulos. A proteína básica principal liberada dos grânulos dos eosinófilos reveste a superfície do verme e acarreta, de maneira desconhecida, sua morte e eventual expulsão do corpo. 
 
Hipersensibilidade: tipos II e III
As reações de hipersensibilidade caracterizadas como reações dos tipos II e III são mediadas por anticorpos pertencentes aos isotipos IgG, IgM e, em alguns casos, IgA ou IgE. A distinção entre essas duas formas de hipersensibilidade reside no tipo e localização do antígeno envolvido e na maneira como o antígeno entra em contato com o anticorpo. As de tipo II são estimuladas pela ligação do anticorpo diretamente a um antígeno na superfície de uma célula. As de tipo III são estimuladas por imunocomplexos.
Hipersensibilidade do tipo II
A célula alvo é destruída por mecanismos associados com 1 – reações mediadas pelo complemento, 2 – citotoxicidade anticorpo-dependente e 3 – disfunção celular mediada por anticorpo. Os anticorpos envolvidos são dirigidos contra antígenos próprios normais ou contra autoantígenos modificados.
Reações mediadas por complemento
Os anticorpos reagem com a membrana celular dos antígenos próprios, acarretando a fixação do complemento. O processo ativa a cascata do complemento, acarretando lise da célula. Ocorre a opsonização da célula alvo. A opsonização culmina na fagocitose e destruição da célula pelos macrófagos e neutrófilos expressando receptores superficiais para Fc ou receptores para C3b. as células sanguíneas são mais afetadas por este mecanismo.
Citotoxicidade mediada por célula anticorpo-dependente (ADCC)
Utiliza receptores de Fc expressos em muitos tipos celulares, como células NK, macrófagos, neutrófilos e eosinófilos, para colocar estas células em contato com as células alvo recobertas de anticorpo. A lise dessas células alvo requer contato mas não envolve fagocitose ou fixação de complemento. Além disso, a lise das células alvo ADCC mediada envolve a liberação de grânulos contendo perforinas e granzimas. As perforinas inserem-se na membrana da célula alvo e formam poros. As granzimas penetram no citoplasma da célula alvo e ativam acontecimentos que acarretam a apoptose.
As reações de ADCC são geralmente desencadeadas pela ligação da IgG a receptores de Fc específicos para IgG (CD16). Entretanto, anticorpos IgE também podem estar envolvidos na ADCC.
Disfunção celular mediada por anticorpo
Os anticorpos se ligam a receptores de superfície celular que são decisivos para a integridade funcional da célula. Quando os autoanticorpos se ligam a tais receptore, eles interferem a função celular sem causar inflamação.
Exemplos de reações de hipersensibilidade do tipo II
Reações transfusionais
A transfusão de sangue ABO incompatível resulta em reações citotóxicas mediadas pelo complemento. 
Reações induzidas por fármacos
Em algumas pessoas, certos fármacos atuam como haptenos, combinando-se com células ou outros constituintes circulantes e induzindo a formação de anticorpos. Quando os anticorpos se combinam com as células revestidas pelo fármaco ocorrem lesões citotóxicas. O tipo delesão patológica depende do tipo de célula que liga o fármaco. Quando o fármaco se liga a plaquetas, a resposta do anticorpo acarreta lise das plaquetas resultando em trombocitopenia. Este distúrbio pode dar origem à púrpura (hemorragia na pele, membranas mucosas e órgãos internos. A resposta imunológica de alguns fármacos pode acarretar agranulocitose de leucócitos e anemia hemolítica no caso dos eritrócitos. O dano na célula alvo pode ser mediado por: citólise via complemento ou fagocitose mediada pelos receptores de Fc ou C3b.
Reações de Incompatibilidade Rh
As mães Rh- podem ser tornar sensibilizadas aos antígenos Rh durante sua primeira gravidez, se a criança tiver eritrócitos Rh+. A sensibilização ocorre como resultado da liberação de alguns eritrócitos da criança na circulação da mãe durante o nascimento. Se a mãe produzir anticorpos anti-Rh do isotipo IgG, os subsequentes fetos Rh+ correrão risco uma vez que os anticorpos IgG são capazes de atravessar a placenta. Em uma segunda gravidez, quando os anticorpos IgG anti-Rh cruzarem a placenta, eles se ligarão ao antígeno Rh nos eritrócitos do feto. As células revestidas por anticorpos são destruídas pelo efeito opsônico das porções Fc da IgG, que interagem com os receptores para a porção Fc sobre as células fagocíticas do sistema reticuloendotelial. O resultado é a destruição progressiva das hemácias fetais. O bebê fica com icterícia associada com quebra da hemoglobina, condição conhecida como eritroblastose fetal. A prevenção desta reação é feita com administração de anticorpos anti-Rh à mãe, no intervalo de 72h após o parto, com a finalidade de bloquear a fase de sensibilização.
Reações envolvendo receptores de membrana celular
Na doença de Miastenia Grave, autoanticorpos antagonistas reagem com receptores de acetilcolina nas placas motoras teminais dos músculos esqueléticos impedem a transmissão neuromuscular, ocasionando fraqueza muscular.
Reações envolvendo outros determinantes da membrana celular
Púrpura trombocitopênica idiopática – os anticorpos direcionados para as plaquetas acarretam a destruição das plaquetas pelo complemento ou por células fagocitárias com receptores para Fc ou C3b. A diminuição do número de plaquetas pode causar sangramento (púrpura). De maneira similar, os autoanticorpos direcionados contra os granulócitos podem induzir agranulocitose, predispondo a infecções.
Hipersensibilidade do tipo III
Em condições normais, os imunocomplexos circulantes formados por anticorpos ligados a antígenos estranhos são removidos pelas células fafocitárias. A fagocitose é facilitada pela ligação das regiões Fc de IgG expressos sobre as células fagocíticas. Foi identificado um mecanismo de imunidade natural para a remoção desses imunocomplexos. Ele envolve uma glicoproteína rica em histidina (HRG) que é sintetizada pelo fígado e liberada na corrente sanguínea. A HRG não requer pré-ativação.
O que acontece quando os mecanismos fisiológicos destinados a eliminar os imunocomplexos estão “sufocados” pela grande quantidade desses complexos? O resultado é que os imunocomplexos de determinados tamanhos podem se depositar nos tecidos e desencadear patogenias sistêmicas denominadas reações de hipersensibilidade de tipo III. Podem ser sistêmicas ou localizadas. Ambas podem estar associadas com a deposição dos imunocomplexos nas articulações, rins, pele, plexo corioide. O dano tissular causado por esses imunocomplexos varia dependendo do sítio de localização. 
A geração de imunocomplexos pode ser estimulada por antígenos exógenos tais como bactérias ou vírus. Alternativamente, os antígenos endógenos podem servir de alvo para os autoanticorpos. O DNA constitui o antígeno endógeno no SLE.
Doença por imunocomplexo sistêmica
A patogenia dessa doença pode ser dividida em três fases. Na 1ª fase, os imunocomplexos se formam na circulação. Segue-se a deposição desses imunocomplexos em vários tecidos, que dá início à 3ª fase – as reações inflamatórias em vários tecidos. Vários fatores ajudam a determinar se a formação do imunocomplexo acarretá sua deposição, como o tamanho dos complexos e um que pode influenciar o desenvolvimento da doença por imunocomplexo sistêmica é a integridade do sistema mononuclear fagocítico. A sobrecarga do sistema fagocítico com grandes quantidades de imunocomplexos também compromete sua capacidade de mediar a remoção desses complexos na circulação.
Doença por Imunocomplexo associada à infecção
Talvez o melhor exemplo seja a febre reumática. Em indivíduos suscetíveis, esta doença está associada a infecções causadas pelos estreptococos do grupo A e envolve inflamação e lesão do coração, das articulações e dos rins. Acredita-se que os anticorpos para os antígenos dos estreptococos se liguem a estes componentes do tecido normal e induzam reações inflamatórias através de reação cruzada.
Em inúmeras outras infecções, alguns indivíduos produzem anticorpos que reagem de maneira cruzada com algum constituinte do tecido normal. Indivíduos predispostos à síndrome de Goodpasture algumas vezes desenvolvem a doença após infecções respiratórias virais.
Deficiência de Complemento 
Nos pacientes com deficiências de complemento afetando C1, C2, C4, os complexos permanecem grandes e se ligam fracamente aos eritrócitos. Estes complexos não ligados aos eritrócitos são capturados rapidamente pelo fígado e, a seguir, liberados para ser depositados em tecidos como a pele, rins e músculos, onde podem causar reações inflamatórias.
Doença por Imunocomplexo localizada
As reações inflamatórias locais ocorrem após a reação do antígeno com anticorpo IgG-antígeno específico já formado. Quando os anticorpos pré-formados entram em contato com o antígeno em concentrações apropriadas no interior ou próximo à parede de vasos, imunocomplexos insolúveis e formam e se acumulam como fariam na placa gel difusão. O resultado final é a ruptura da parede do vaso e hemorragia acompanhada por necrose do tecido local.
Um exemplo é a doença pulmão de fazendeiro, que é resultado de uma reação de hipersensibilidade do tipo III intrapulmonar que ocorre em pacientes com alveolite alérgica extrínseca (inflamação dos alvéolos induzida pelo alérgeno).
Hipersensibilidade tipo IV 
Essa reação é mediada por célula. As respostas do tipo IV envolvem a ativação, proliferação e mobilização de células T antígeo-específicas. A hipersensibilidade do tipo IV é frequentemente chamada de hipersensibilidade do tipo tardia (DTH). As reações da DTH podem danificar as células e tecidos do hospedeiro. Os efeitos prejudiciais são causados pela liberação inapropriadas de citocinas pelas células T ativadas. As quimiocinas atraem e ativam outras células mononucleares que não são antígeno-específicas. A ativação dessas células é que têm a principal responsabilidade pelo aparecimento das reações deletérias de hipersensibilidade do tipo 4.
Dependendo do antígeno envolvido, as reações da DTH medeiam aspectos de função imunológica, que podem ser benéficos, quanto prejudiciais. Outros antígenos capazes de produzir reações da DTH incluem aqueles expressos por células estranhas nos casos de transplante ou um dos muitos produtos químicos, capazes de penetrar na pele e se acoplar a carreadores proteicos do corpo.
Características gerais e fisiopatologia da DTH
As características clínicas variam dependendo do antígeno sensibilizante e da via de exposição. Estas variações incluem hipersensibilidade de contato, hipersensibilidade do tipo tuberculina e hipersensibilidade granulomatosa. Os principais acontecimentos envolvem três etapas:
Ativação de células inflamatórias TH1 e Th17 antígeno-específicas em um indivíduo previamente sensibilizado;
Elaboração de citocinas pró-inflamatórias pelas células TH1 e Th17 antígeno-específicas;
Recrutamento e ativação de leucócitos inflamatórios antígeno-inespecíficos.
Geralmente, estes acontecimentos ocorrem num período de 48-72 horas.
Mecanismos envolvidos na DTH
Fase de sensibilização: ocorre geralmente por 1 ou 2 semanas.Antígeno injetado subcutaneamente é processado por APCs locais (células de Langerhans da pele...)
Células T reconhecem o peptídeo-MHC nas APCs e se diferenciam em TH1 e Th17 antígeno-específicas.
Fase de desencadeamento: as células Th1 e Th17 ativadas medeiam a ativação e recrutamento de células inflamatórias antígeno-inespecíficas para o local da reação.
As manifestações clínicas da DTH podem durar várias semanas ou podem se tornar crônicas.
As células T desafiadas pelo antígeno produzem várias citocinas durante o estágio de desencadeamento, como quimiocinas e IFN-gama, que causam quimiotaxia e ativação de macrófagos. O recrutamento e ativação de células antígeno-inespecíficas pelas células Th1 e Th17 antígeno-específicas demonstram a interação entre a imunidade adquirida e a natural. Outra citocina produzida é a IL-12, que suprime a subpopulação Th2 e promove a expansão das subpopulações de Th1 e Th17 direcionando a produção de mais citocinas que, por sua vez, ativam mais macrófagos.
As reações da DTH também envolvem células T CD8, que são ativadas e expandidas primeiramente durante o estágio de sensibilização da resposta. Estas células podem danificar tecidos por meio da ADCC. A ativação das células TCD8 ocorre como consequência da capacidade de muitas substâncias químicas, capazes de induzir reações da DTH, cruzarem a membrana celular. No interior da célula, estas substâncias químicas reagem com proteínas citosólicas para formar peptídeos modificados; esses peptídeos são translocados para o RE e entregues à superfície celular. Células apresentando tais proteínas próprias modificadas são, depois, danificadas ou mortas pelas células T CD8.
Exemplos de DTH
Sensibilidade de contato
É uma forma de DTH, na qual o órgão-alvo é a pele e a resposta inflamatória é produzida como resultado do contato com substâncias sensibilizantes na sua superfície. Assim, ela é principalmente uma reação epidérmica caracterizada por eczema no local de contato com o alérgeno. O protótipo desta forma de DTH é a dermatite por hera venenosa. A substância irritante é contida em um óleo secretado pelas folhas da hera venenosa. O óleo penetra na pele em virtude de sua afinidade por lipídeos e de sua capacidade em se acoplar covalentemente a alguma molécula carreadora na superfície celular. 
A sensibilidade de contato é iniciada pela apresentação de alérgenos irritantes pelas APCs da pele às células T, expressando TCRs antígeno-específicos. O contato inicial resulta na expansão dos clones de células Th1 antígeno-específicas. O desafio com o antígeno sensibilizante dá início ao estágio de desencadeamento da DTH.
Hipersensibilidade granulomatosa 
As lesões resultantes da hipersensibilidade granulomatosa regridem lentamente resultando em um pequeno dano tecidual. Em algumas circunstâncias, o antígeno pode persistir como uma fonte crônica de estímulo imunológico. Ovos de esquistossoma e micobactérias encapsuladas em lipídeo são resistentes à degradação enzimática e podem durar por um período prolongado de tempo. Nestas circunstâncias, o acúmulo contínuo de macrófagos leva ao agrupamento de células epitelioides, que se fundem para formar granulomas. As alterações patológicas resultam da incapacidade dos macrófagos para destruir os patógenos fagocitados ou em degradar grandes antígenos inertes. 
Assim, a hipersensibilidade granulomatosa pode ser atribuída mais à tentativa persistente do hospedeiro em isolar e conter o patógeno do que aos efeitos dos microorganismos invasores.
Hipersensibilidade do tipo tuberculina
As reações do tipo tuberculina são reações inflamatórias cutâneas caracterizadas por uma área de edema firme e avermelhado, na pele. A denominação tipo tuberculina é protótipo da reação de DTH, em que um antígeno lipoproteico chamado tuberculina, isolado do M. tuberculosis. Atualmente, os testes para TB são realizados através da injeção intradérmica de um extrato lipoproteico chamado PPD. Se um indivíduo foi previamente sensibilizado aos antígenos expressos por M. tuberculosis, como consequência de infecção com esse microorganismo, a lesão característica do tipo tuberculina irá aparecer no local da injeção no intervalo 48-72 horas. É observado o aparecimento de eritema e induração, alcançando seu nível máximo 72 horas após o desafio.
Rejeição a aloenxerto
Se um indivíduo receber um transplante de células, tecidos ou órgãos oriundos deum doador alogeneico (da mesma espécie, porém geneticamente diferente), normalmente pode ser inicialmente aceito. Entretanto, se as diferenças forem de MHC, ocorre a rejeição do enxerto mediada por célula T, com duração e intensidade relacionadas ao grau de incompatibilidade entre doador e receptor. Há uma invasão do enxerto por uma população mista de células T antígeno-específicas e monócitos não antígeno-específicos. Esta reação inflamatória logo causa a destruição dos vasos.

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