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SÍRIA E IMIGRANTES

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Conflitos 
Na 
Síria 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4 
1 HISTÓRIA ................................................................................................................ 5 
1.1 Geografia .............................................................................................................. 6 
2 PRIMAVERA ÁRABE .............................................................................................. 8 
3 GUERRA CIVÍL ...................................................................................................... 10 
4 AVANÇO DE GRUPOS TERRORISTAS ............................................................... 12 
5 AGENTES EXTERNOS ......................................................................................... 14 
5.1 Países envolvidos ................................................................................................ 14 
5.1.1 Apoiadores do governo sírio ............................................................................. 14 
5.1.2 Opositores do governo sírio .............................................................................. 20 
6 ATUALIDADES ..................................................................................................... 27 
6.1 Guerra na Síria em números ................................................................................ 29 
7 IMIGRAÇÃO .......................................................................................................... 30 
7.1 Causas ................................................................................................................ 31 
7.2 Números .............................................................................................................. 33 
7.3 Rotas ................................................................................................................... 33 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 36 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 37 
 
 
 
 
 
4 
 
INTRODUÇÃO 
Este trabalho é parte integrante da disciplina “Geopolítica, Regionalização e 
Integração” dos cursos de Administração e Ciências Contábeis da Universidade 
Paulista – UNIP. O trabalho científico tem como objetivo geral o aperfeiçoamento da 
aprendizagem através do estudo geopolítico global dos fatos históricos e da 
atualidade, partindo-se desde a Primeira Guerra Mundial, até os dias de hoje, 
propiciando aos alunos uma visão ampla dos fatos que ocorreram e ocorrem no 
mundo contemporâneo. 
Será feito um diagnóstico da situação a qual se encontra a Síria, além disso, 
para facilitar a compreensão, serão abordadas questões diretamente relacionadas ao 
tema: Qual era a situação da Síria antes da guerra - e o que levou ao conflito? Como 
começou a guerra civil? Quem está lutando contra quem? O envolvimento das 
potências internacionais, o por quê de a guerra está durando tanto e o impacto da 
guerra no país e no mundo também será explicitado. 
Com o estudo do tema, do seu contexto histórico até os acontecimentos 
impactantes mais recentes e a devida relação contextual com a disciplina, serão 
desenvolvidas competências requeridas tanto dos Administradores quanto dos 
Contadores, favorecendo um meio de reflexão crítica da realidade, a partir dos 
fundamentos teóricos, da observação e análise da situação e, consequentemente, 
permitir o ganho de conhecimento. 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1 HISTÓRIA 
 
Os primeiros habitantes do país foram os semitas, que chegaram por volta de 
3500 a. C. criaram cidades estados. E englobou o que é hoje a Jordânia, Israel, 
Palestina, Líbano e Síria. Alguns grupos semitas: acádios, canaanitas, fenícios, 
amoritas, arameus, hebreus, governaram parte da Síria até 538 a. C. Em 732 a.C., os 
Assírios conquistaram a maior parte da Síria e governaram até 572 a. C, quando os 
caldeus os dominaram. Os persas derrotaram os caldeus em 538 a. C., e a Síria 
passou a fazer parte de seu império. 
Exércitos gregos e macedônios, sob comando de Alexandre a grande, 
subjugaram os persas em 333 a. C. A partir de 64 a.C. os romanos conquistaram a 
Síria. No séc. VII os árabes muçulmanos invadiram a Síria e fizeram de Damasco a 
capital. Cruzados cristãos, porém, controlaram algumas áreas entre os séculos XII e 
XIV. Em 1516 o território foi conquistado pelos turcos. 
Em fins do séc. VI os exploradores europeus descobriram rotas marítimas pera 
Índia, a posição da Síria como centro de comércio declinou e o império otomano caiu 
no século XVIII. Por volta de 1990, iniciou-se o movimento de independência. Durante 
a Primeira Guerra Mundial, os sírios e outros árabes ajudaram o Reino Unido a lutar 
contra o império otomano, em troca de apoio à independência. Com o fim da guerra, 
a Liga das Nações dividiu a grande síria em quarto regiões: Síria, Líbano, Palestina e 
Trasnjordânia. Por mandato a França passou a dirigir a Síria. O país conseguiu sua 
independência em 1946. Muitos sírios queriam reunificar a grande síria. No ano 
seguinte a ONU, partilhou a Palestina em estado Judeu (Israel) e um estado Árabe. 
Em 1949, oficiais do exército depuseram o governo, que culparam por não 
tentar impedir a divisão da Palestina. Em 1960, o Partido Socialista Árabe chegou ao 
poder. Em 1971, Hafez al-Assad, líder do partido, tornou-se presidente da Síria. Foi 
reeleito em 1971,1978,1985,1991. 
Em 10 de junho de 2000 Hafez faleceu. Para que o filho de Hafez, Bashar al -
Assad, pudesse assumir o cargo de presidente da Síria reduziram a idade mínima de 
40 para 34 anos. A família de Bashar Al - Assad está no poder a 46 anos. Quando 
chegou ao poder em 2000 após a morte de seu pai, que governou a Síria por 30 anos, 
Bashar Al Assad inspirou esperanças de que poderia modernizar o país. 
6 
 
Na economia, fez algumas reformas de desregulação e diversificação que 
ajudaram a garantir estabilidade, inflação controlada e crescimento robusto (média de 
4,4% entre 2000 e 2009). Mas a pobreza voltou a subir na segunda metade da década, 
o nível de emprego não acompanhou o crescimento da população e a abertura política 
seguiu apenas como uma promessa – sem falar na corrupção. Os números do 
relatório do FMI são chocantes: há estimativas de mais de meio milhão de mortos, e 
a expectativa de vida caiu 20 anos, de 76 anos para 56. 
O órgão da ONU para refugiados contabiliza desemprego em 60%, dois terços 
dos habitantes na extrema pobreza, 7,6 milhões deslocados internamente e mais de 
5 milhões fugidos apenas para 4 países vizinhos. Já a economia vive uma combinação 
desastrosa de escassez de produtos, moeda depreciada, inflação galopante, sanções, 
fuga de capital e mão de obra e o colapso dos setores agrícola e de petróleo. 
A bandeira atual foi adotada pela primeira vez em 1958 para representar 
a Síria como parte da República Árabe Unida e foi usado até 1961. Foi retomado em 
1980. A faixa vermelha: Representa o esforço e o sacrifício pela liberdade, a faixa 
branca representa a Paz e a faixa preta representa o passado de repressão. 
1.1 Geografia 
A Síria é um país do Oriente Médio, no sudoeste da Ásia, com área de 185.180 
km² e 17 659 408 habitantes (estimativa em 2017). A capital é Damasco, uma das 
cidades mais antigas dom mundo. Localizada na extremidade leste do mar 
Mediterrâneo, a Síria faz fronteira com Turquia, Iraque, Jordânia, Israel e Líbano. Síria 
e Israel discordam sobre oslimites de sua fronteira comum. 
Uma planície estreita segue ao longo da costa oeste da Síria. Há montanhas a 
leste da planície e no Sudoeste. A leste das montanhas fica o deserto da Síria, que é 
coberto por rochas e cascalho, não por areia. Os principais rios do país são o Orontes 
e o Eufrates. A maior parte da Síria tem clima seco, com invernos frios e verões muito 
quentes. A costa é mais chuvosa e tem temperaturas mais amenas. 
A maioria da população da Síria é árabe. Uma minoria é formada por beduínos, 
um povo árabe que pastoreia animais nos desertos do Oriente Médio. Depois dos 
árabes, o segundo maior grupo é o dos curdos. O país também tem um pequeno 
número de armênios, turcos e outras nacionalidades. O árabe é o idioma principal. A 
7 
 
maioria da população vive perto da costa ou no vale do rio Eufrates. A maioria dos 
sírios é muçulmana, e há uma minoria cristã. Alguns sírios são drusos, ou seja, 
seguem uma religião que tem elementos islâmicos, cristãos, judaicos e de outras 
crenças. 
O governo controla a economia da Síria, cujas atividades principais são a 
agricultura, a mineração e a indústria. A Síria é rica em petróleo, que é seu principal 
produto de exportação. O Produto Interno Bruto (PIB) da Síria despencou 57% em 
termos reais desde 2010, de acordo com um relatório recente do Fundo Monetário 
Internacional (FMI). O país é hoje efetivamente uma série de territórios autônomos; o 
governo controla as áreas mais povoadas (como Damasco), mas o Estado Islâmico 
tem cidades importantes, como Raqqah boa parte do país é árida e não habitada. 
A Síria assinou a Convenção de Armas Químicas, que proíbe o uso do 
armamento, depois de uma ameaça de intervenção internacional. Os EUA e outros 
países ocidentais, como França, discutiram a possível ação militar após o uso de 
armas químicas em um ataque em Ghouta, subúrbio de Damasco. 
Após um acordo entre EUA e Rússia, o governo de Assad se comprometeu- para 
evitar a intervenção internacional – a assinar o tratado e permitir que o arsenal químico 
fosse destruído. 
Imagem 1 - Exportações (bilhões $) 
 
Fonte: CIA World Factbook 
8 
 
2 PRIMAVERA ÁRABE 
A Primavera Árabe não se trata de um evento, de algo breve ou de uma estação 
do ano, trata-se de um período de transformações históricas nos rumos da política 
mundial. Entende-se por Primavera Árabe a onda de protestos e revoluções ocorridas 
no Oriente Médio e norte do continente africano em que a população foi às ruas para 
derrubar ditadores ou reivindicar melhores condições sociais de vida. 
Tudo começou em dezembro de 2010 na Tunísia, com a derrubada do 
ditador Zine El Abidini Ben Ali. Em seguida, a onda de protestos se arrastou para 
outros países. No total, entre países que passaram e que ainda estão passando por 
suas revoluções, somam-se à Tunísia: Líbia, Egito, Argélia, Iêmen, Marrocos, Bahrein, 
Síria, Jordânia e Omã. 
Entre os protestos que chamaram mais atenção no cenário internacional estão 
os protestos revolucionários na Tunísia, Egito, Líbia, Iêmen e Síria. 
Imagem 2 – Primavera Árabe 
 
Mulheres pintam nas mãos as cores das bandeiras de Iêmen, Tunísia, Líbia, Síria e Egito. 
Iêmen, 04/11/2011. Foto: Louafi Larbi/Reuters 
 
Tunísia: Os protestos na Tunísia, os primeiros da Primavera Árabe, essa 
revolta ocorreu em virtude do descontentamento da população com o regime ditatorial, 
iniciou-se no final de 2010 e encerrou-se em 14 de janeiro de 2011 com a queda do 
ditador Ben Ali, após 24 anos no poder. 
O estopim que marcou o início dessa revolução foi o episódio envolvendo o 
jovem Mohamed Bouazizi, que vivia com sua família através da venda de frutas, 
9 
 
extremamente revoltado com as condições de vida em seu país, o jovem ateou fogo 
em seu próprio corpo, marcando um evento que abalou a população de todo o país e 
que fomentou a concretização da revolta popular. 
Egito: A Revolução do Egito foi também denominada por Dias de Fúria, ela foi 
marcada pela luta da população contra a longa ditadura de Hosni Mubarak. Os 
protestos se iniciaram em 25 de janeiro de 2011 e se encerraram em 11 de fevereiro 
do mesmo ano. Após a onda de protestos, Mubarak anunciou que não iria se 
candidatar novamente a novas eleições e dissolveu todas as frentes de estruturação 
do poder. Em junho de 2011, após a realização das eleições, Mohammed Morsi foi 
eleito presidente egípcio, porém, também foi deposto no ano de 2013. 
Líbia: a revolta na Líbia é conhecida como Guerra Civil Líbia ou Revolução 
Líbia e ocorreu sob a influência das revoltas na Tunísia, tendo como objetivo acabar 
com a ditadura de Muammar Kadhafi. Em razão da repressão do regime ditatorial, 
essa foi uma das revoluções mais sangrentas da Primavera Árabe. Outro marco desse 
episódio foi a intervenção das forças militares da OTAN (Organização do Tratado do 
Atlântico Norte), comandadas, principalmente, pela frente da União Europeia, o 
governo foi derrubado do poder após uma longa guerra civil com duração de 8 meses. 
O ditador líbio foi morto após intensos combates com os rebeldes no dia 20 de outubro 
de 2011. 
Iêmen: Os protestos e conflitos no Iêmen estiveram em torno da busca pelo fim 
da ditadura de Ali Abdullah Saleh, que durou 33 anos. O fim da ditatura foi anunciado 
em novembro de 2011, em processo marcado para ocorrer de forma transitória e 
pacífica, através de eleições diretas. Apesar do anúncio de uma transição pacífica, 
houve conflitos e repressão por parte do governo. Foram registrados também alguns 
acordos realizados pelos rebeldes com a organização terrorista Al-Qaeda durante 
alguns momentos da revolução iemenita. 
Síria: Os protestos na Síria assim como na Líbia degeneraram para uma 
Guerra Civil. A luta é pela deposição do ditador Bashar al-Assad, cuja família encontra-
se no poder há 46 anos. Há a estimativa de mais de 200 mil mortos, desde que o 
governo ditatorial decidiu reprimir os rebeldes com violência. 
Há certa pressão por parte da ONU e da comunidade internacional em 
promover a deposição da ditadura e dar um fim à guerra civil, entretanto, as tentativas 
10 
 
de intervenção no conflito vêm sendo frustradas pela Rússia, que tem poder de veto 
no Conselho de Segurança da ONU e muitos interesses na manutenção do poder de 
Assad. Existem indícios de que o governo sírio esteja utilizando armas químicas e 
biológicas para combater a revolução no país. 
O caso atual da Síria inspira cuidados, já que envolve diferentes interlocutores. 
Os Estados Unidos e a oposição síria acusam o governo de Bashar Al - Assad de 
atacar, com armas químicas, uma comunidade localizada perto de Damasco, capital 
do país, em agosto de 2013. 
 
3 GUERRA CIVIL 
Ao longo de seis anos, a guerra civil na Síria se transformou na maior crise 
humanitária da atualidade. Em 2011, a Primavera Árabe chegou à Síria. A onda de 
protestos populares contra ditadores, que já atingia a Tunísia, Líbia, Egito, agora mirava 
também Bashar al-Assad. Mas, ao contrário do que aconteceu nos outros países, na Síria, 
o ditador não caiu. Assad reagiu com forte repressão. Parte da oposição pegou em armas. 
A revolução popular evoluiu para uma guerra que não parou mais. Mais de 400 mil 
morreram, a grande maioria civis. Cinco milhões de pessoas fugiram para outros países. 
Assad é um muçulmano da corrente Alauita - minoritária no país. Os grupos rebeldes 
variam entre os mais moderados e os radicais e são, na maioria, da corrente sunita do 
Islã. 
Em 2012, a Síria admitiu pela primeira vez que tinha armas químicas. O então 
presidente americano, Barack Obama, ameaçou usar força militar caso Assad 
ultrapassasse o que ele chamou de linha vermelha e usasse essas armas. 
Em 2013,a Síria ultrapassou a linha vermelha, fez um ataque químico na cidade 
de Ghouta, que era controlada por rebeldes. Mais de 500 pessoas morreram. 
Obama pediu autorização ao Congresso para usar força militar contra a Síria, mas não 
conseguiu aprovação. 
11 
 
A guerra interna deixou a Síria em caos e o grupo terrorista Estado Islâmico - 
nascido no vizinho, Iraque - aproveitou para ocupar territórios sírios. A partir daí, era o 
governo de Assad contra os vários grupos rebeldes e também contra o Estado Islâmico. 
Em 2014, Barack Obama liderou a formação de uma coalizão para atacar o Estado 
Islâmico, que já controlava grandes áreas na região. Isso poderia ajudar Assad a se livrar 
de um dos inimigos dele. Por isso, muitos países não quiseram se envolver. Em 2015, o 
governo de Assad estava enfraquecido. Além do avanço dos terroristas, os grupos 
rebeldes conseguiram tomar bases militares. Foi então que a Rússia entrou na guerra. O 
governo de Vladimir Putin dizia que era para atacar os terroristas, como faziam outros 
países, mas logo ficou claro que a Rússia queria era ajudar Assad a recuperar o terreno 
perdido. 
Até agora, os Estados Unidos não miravam em alvos do governo sírio. Lançavam 
ataques aéreos apenas contra os terroristas do Estado Islâmico e apoiavam os grupos 
rebeldes mais moderados para que eles atacassem o regime de Assad. Mas essa 
estratégia não funcionou contra o ditador. O que funcionou foi a estratégia da Rússia. Com 
a ajuda dela, Assad conseguiu permanecer no poder e retomar áreas que já tinha perdido. 
Na ONU, a Rússia vetou várias vezes resoluções contra o governo de Assad. 
A aliança com a Síria é antiga e vital para a Rússia no Oriente Médio - região onde 
a maior parte dos governos é alinhada com os Estados Unidos. Desde a década de 70, 
os russos têm um grande porto na cidade de Tartus, no Mar Mediterrâneo. Após a 
Segunda Guerra Mundial, a então União Soviética ajudou a Síria a desenvolver suas 
forças militares e fez do país um aliado durante a Guerra Fria, quando disputava poder e 
influência com os Estados Unidos. O professor de política internacional Fernando Brancoli 
explica que, ainda hoje, a Rússia disputa esse espaço com os Estados Unidos. 
“Desde o final da Guerra Fria, a Rússia vem perdendo prestígio e influência no 
sistema internacional. E essas ações militares, seja na Ucrânia, seja na Crimeia e agora 
na Síria, é uma forma, um trampolim para a Rússia mostrar que ainda é um ator relevante, 
que ainda tem capacidade de atuar internacionalmente com força e de que qualquer 
movimentação importante nessa região necessariamente precisa da Rússia. Pra Rússia, 
não é interessante a queda de Bashar al-Assad e ela certamente vai fazer as 
12 
 
movimentações para impedir qualquer tipo de situação nesse sentido”, diz o professor de 
política internacional – UFRJ. 
 
4 AVANÇO DE GUPOS TERRORISTAS 
O grupo jihadista (terrorismo associado a Jihad – guerra santa – 
islâmica) Estado Islâmico (EI), atuante no Iraque e na Síria, declarou, em 29 de 
agosto de 2014, que seu líder Abu Bakr al-Baghdadi havia se autoproclamado o 
novo califa do Oriente Médio. Desde o início de 2014 o Estado Islâmico vem 
expandindo os seus domínios sobre regiões do Iraque e da Síria, chegando até bem 
próximo do limiar da fronteira desses dois países com a Turquia. Esse progressivo 
avanço do Estado Islâmico tem provocado uma enorme tensão na região do Oriente 
Médio, sobretudo no que tange à posição da Turquia. 
Imagem 3 – soldados islâmicos no Iraque 
 
Fonte: Google imagens – Foto: DR 
Desde o ano de 2011 os países muçulmanos, tanto do Oriente Médio quanto 
do norte da África, vêm sofrendo levas de transformações políticas importantes. Com 
a chamada Primavera Árabe, alguns líderes desses países sucumbiram, como os 
presidentes da Líbia e do Egito. Grande parte dos rebeldes que atuaram durante os 
levantes de 2011 também tinha apoio da Irmandade Muçulmana, organização 
jihadista internacional que financia grupos terroristas e defende o emprego da Sharia, 
“Lei islâmica”. 
13 
 
A Síria, governada por Bashar Al-Assad, possui um longo histórico de guerras 
civis desencadeadas contra rebeldes. Desde 2011 que sua situação interna piorou, 
sobretudo em virtude da guerra travada contra rebeldes que tentam derrubar Assad 
do poder. Rebeldes esses que, inclusive, receberam auxílio de países como os EUA. 
Paralelamente à situação da Síria, houve a sistemática retirada das tropas americanas 
da região do Iraque, que lá estavam desde a guerra desencadeada em 2003. Foi 
nesse contexto que o Estado Islâmico – antes conhecido como Estado Islâmico no 
Iraque e na Síria – passou a ganhar espaço. 
O Estado Islâmico nasceu como uma ramificação da Al-Qaeda (organização 
terrorista jihadista fundada por Bin Laden e responsável pelos atentados de 11 de 
setembro de 2001) com o objetivo de ocupar espaços ao norte da Síria e do Iraque. 
Com o tempo, o Estado Islâmico rompeu com a Al-Qaeda e passou a seguir suas 
próprias diretrizes. A própria rede Al-Qaeda considera o Estado Islâmico 
excessivamente radical. Práticas como decapitações, mutilações, fuzilamentos em 
massa, crucificação, estupro de mulheres e crianças e outras atrocidades são 
comumente praticadas por esse grupo. As principais cidades controladas pelo Estado 
Islâmico são Mossul, Tal Afar, Kikuk e Tkrit. 
Além dos exércitos iraquiano e sírio, combatentes curdos também resistem 
contra o avanço do Estado Islâmico. A cidade síria de Kabane, que fica na fronteira 
com a Turquia, é o centro da resistência curda. A posição estratégica dessa cidade 
atrai os jihadistas. Em 2014, milhares de curdos que viviam em Kabane cruzaram a 
fronteira e refugiaram-se em solo turco. Desde então a situação dessa cidade vem 
ficando cada vez mais delicada, pois os suprimentos e os armamentos da resistência 
curda estão se escasseando. 
Além disso, a presença do Estado Islâmico em Kabane tem suscitado uma 
enorme polêmica em torno da posição da Turquia em relação ao grupo jihadista. 
Desde que foi anunciada a decisão da Organização do Tratado do Atlântico Norte 
(Otan), da qual a Turquia faz parte, de auxiliar os EUA no combate ao Estado Islâmico, 
os turcos têm se mantido reticentes e ambivalentes em vários pontos. Em setembro 
de 2014, o Estado Islâmico libertou 49 reféns turcos (que haviam sido sequestrados 
em Mossul, Iraque), trocando-os por 50 de seus membros, que haviam sido 
capturados. Entretanto, a Turquia possui conflitos históricos com os curdos e com os 
14 
 
sírios e teme que, se der apoio militar a esses dois povos na luta contra o Estado 
Islâmico, poderá, posteriormente, ficar vulnerável a esses inimigos históricos. Por 
outro lado, a Turquia também reclama da falta de repercussão internacional que sua 
recepção aos refugiados curdos teve. 
Imagem 4 – membros do grupo ISIS se preparando para um ataque na Síria 
 
Fonte: Google Imagens – Foto: 2014, acesso em diariodocentrodomundo.com.br 
 
Os turcos temem sobretudo a ascensão do Partido dos Trabalhadores 
Curdos (PKK) e o fortalecimento do Curdistão. Além disso, há acusações de que a 
Turquia teria dado apoio aos grupos rebeldes radicas da Síria com o objetivo de 
derrubar Assad em 2011 – possivelmente, parte desde apoio teria sido dado ao próprio 
Estado Islâmico. As tensões nessa região tendem a agravar-se em 2015, 
principalmente se a resistência curda sucumbir e a cidade de Kabane for tomada pelo 
Estado Islâmico. Os EUA e a Otan provavelmente continuarão a pressionar a Turquia 
para que ela tome uma posição clara no conflito. Enquanto isso, centenas de militantes 
jihadistas engrossam as filas de adesão ao Estado Islâmico. 
5 AGENTES EXTERNOS5.1 Países envolvidos 
5.1.1 Apoiadores do governo sírio 
 
A Rússia, que opera uma base naval em Tartus, na Síria, que é a única base 
militar russa pós-soviética no exterior, tem sido uma das maiores fontes de apoio do 
15 
 
governo do presidente Bashar al-Assad, os auxiliando com armas e suprimentos 
desde antes da guerra civil começar. Os russos têm enviado apoio militar e técnico 
para os militares sírios. Países ocidentais frequentemente critica o comportamento da 
Rússia com relação ao conflito, mas o governo de Moscou nega que viola a lei 
internacional enviando armas para um país sob embargo. O presidente russo, Vladimir 
Putin, disse que seu país não apoia qualquer um dos lados. Investigações 
independentes teriam descoberto que a Rússia estaria ajudando a fraca economia do 
regime Assad com créditos e dinheiro vivo. O governo russo também é considerado 
como um dos maiores fornecedores de armas para as forças armadas sírias durante 
o conflito. 
Um dos interesses da Rússia na Síria é a manutenção de sua única base militar 
fora do seu território, que fica na cidade de Tartus, que é chave para a manutenção 
da influência do país na região do mediterrâneo. O Centro de Análises de Estratégias 
e Tecnologias, uma empresa ligada ao governo russo, disse que o valor da base em 
Tartus era superestimado e disse que o apoio do governo a Síria era "irracional". Em 
julho de 2012, contudo, Vyacheslav Dzirkaln, vice-diretor do Serviço Federal Militar 
Técnico, anunciou que manteria suas exportações de armas para o governo de 
Bashar al-Assad. 
Em dezembro de 2012, foi relatado que "conselheiros militares russos" estariam 
dentro da Síria, ajudando as forças do governo, em especial na manutenção e uso de 
equipamentos de defesa anti-aérea enviados pela própria Rússia. 
No começo de 2014, o governo russo aumentou consideravelmente seu apoio militar 
ao regime sírio. Eles teriam enviado, desde janeiro, enormes quantidades de 
equipamentos novos, como armas leves, veículos blindados, equipamentos de 
monitoramento, radares, sistemas para guerra eletrônica, partes extras para 
manutenção de helicópteros e bombas guiadas a laser para aviões. 
Em setembro de 2015, foi reportado que as forças armadas russas estavam 
montando uma base na Síria, com soldados e equipamentos (incluindo veículos 
blindados e aeronaves de combate), com o propósito de fornecer mais poio e até de 
combater ao lado das forças do presidente Bashar al-Assad. Esta foi a primeira vez 
que havia sido confirmado a presença de militares russos no solo na frente de combate 
16 
 
síria. Ao final do mesmo mês, a força aérea Rússia começou a lançar ataques aéreos 
contra alvos de militantes do EI na Síria. Apenas nos primeiros seis meses de 
operações aéreas e navais, mais de 4 500 pessoas foram mortas nos ataques. A 
Rússia foi acusada de bombardeio indiscriminado na Síria, matando vários civis. 
O governo iraquiano, dominado por xiitas, tem apoiado o regime Assad na 
Síria. O Iraque se absteve da decisão da Liga Árabe de 2011 que suspendeu a Síria 
como membro ativo da organização e se opôs a deposição do regime sírio pela via 
armada. Autoridades iraquianas abriram o espaço aéreo do país para aviões 
iraneanos poderem voar livremente até a Síria carregando equipamentos e 
suprimentos para as forças de Bashar al-Assad e permitiram que caminhões com 
provisões da Guarda Revolucionária Iraniana cruzasse a fronteira síria. Os iraquianos 
também fornecem combustível diesel para o governo sírio. De acordo com 
autoridades americanas, o corredor aéreo do Iraque aberto para que os iranianos 
voem suprimentos para a Síria levam principalmente foguetes, mísseis anti-tanque, 
granas, morteiros e munições. 
Imagem 5 – Guerra na Síria: aliados e contrários 
 
Fonte: Sapere aude, blogger. 
 
 Esses aviões recebem informações vindas de funcionários simpatizantes do 
serviço de inteligência e da polícia federal iraquiana. A guerra civil na Síria também 
17 
 
tem aumentado a tensão na fronteira do país. Em 3 de março de 2013, um soldado 
iraquiano foi morto num tiroteio entre forças de segurança local e rebeldes sírios. Dois 
dias depois, ao menos 13 militares iraquianos foram mortos em um confronto com 
tropas sírias que haviam cruzado a fronteira em busca de rebeldes. 
O primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, disse estar preocupado que o Irã 
esteja "intensificando seus esforços para dominar o Iraque, que iria minar suas 
políticas internas" e a subida do poder por um governo sunita em Damasco iria 
"fortalecer os sunitas no Iraque." Nas províncias ocidentais do Iraque, de maioria 
sunita, soldados e suprimentos de guerra entraram na Síria por passagens na 
província de Anbar para apoiar os rebeldes. 
O Irã, um grande aliado do regime Assad, foi, até o momento, o único país a 
enviar oficialmente tropas para lutar na guerra civil na Síria. A maioria desses soldados 
pertencem a Guarda Revolucionária Iraniana. Há informações que o Irã também 
treina, arma e financia os guerrilheiros do Hezbollah, uma milícia xiita libanesa. O 
Iraque, localizado entre a Síria e o Irã, foi criticado pelo governo americano por permitir 
que aviões iranianos sobrevoem o país carregando suprimentos para os militares da 
família Assad. 
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, já deu declarações de apoio ao 
governo sírio. O jornal britânico The Guardian reportou que o governo iraniano vem 
ajudando o regime sírio a reprimir o levante no país desde 2011. De acordo com um 
relatório da ONU, em maio de 2012, o Irã começou a fornecer enormes quantidades 
de armas ao governo sírio, apesar de ambos os países estarem sob um embargo 
internacional de venda e compra de armas. 
Em março de 2012, fontes de inteligência dos Estados Unidos alegaram ter 
descoberto que suprimentos de armas iranianas estavam entrando em larga escala 
na Síria. Oficiais de segurança do Irã também estariam em Damasco e em outras 
cidades para ajudar na preparação dos soldados sírios. A CIA também denunciou a 
presença de membros do serviço de inteligência iraniano ajudando o governo sírio. 
Essas denúncias de transferência de armas para a Síria foi o motivo alegado para 
vários países árabes aumentarem seu apoio em armas para a oposição 
Em janeiro de 2013, uma troca de prisioneiros aconteceu entre rebeldes sírios 
18 
 
e autoridades do governo de Damasco. De acordo com relatórios, 48 iranianos foram 
libertados pela oposição em troca de 2 130 prisioneiros que estavam sendo detidos 
em prisões do regime sírio. Os rebeldes alegaram que os iranianos eram ligados a 
Guarda Revolucionária. Victoria Nuland, representante do Departamento de Estado 
americano, disse que havia provas concretas de que militares iranianos estavam 
ajudando o regime sírio com armas, equipamentos, conselhos e pessoal 
especializado. 
O Hezbollah tem sido um aliado do Partido Baath sírio, liderado pela família al-
Assad. O grupo tem apoiado o governo sírio na luta armada contra a oposição. Em 
agosto de 2012, os Estados Unidos adotaram novas sanções contra o Hezbollah 
devido ao seu papel na guerra. O líder da organização, Hassan Nasrallah, negou, em 
primeiro momento, que o Hezbollah esteja lutando ao lado do governo sírio, porém 
assumiu que alguns de seus combatentes assumiram seu "dever jihadista" e foram 
lutar na Síria. Segundo a oposição, o Hezbollah tem 3 000 guerrilheiros na Síria. O 
Hezbollah diz que apoia as mudanças políticas no mundo árabe e é contra o que 
chamou de "complô americano para desestabilizar a região". 
Entre janeiro e fevereiro de 2012, guerrilheiros do Hezbollah ajudaram o 
governo nos combates em Damasco e na batalha de Zabadani. No término do mesmoano, membros da milícia Hezbollah cruzaram a fronteira com o Líbano e tomaram oito 
vilas. Em setembro de 2012, o comandante da milícia na Síria, Ali Hussein Nassif, foi 
morto numa emboscada, junto com outros militantes do Hezbollah, feita por combates 
do Exército Livre da Síria (ELS) perto de Al-Qusayr. Vilarejos no distrito de Al-Qusayr, 
na Síria. 
Entre 16 e 17 de fevereiro de 2013, a oposição síria alegou que o Hezbollah, 
apoiado pelo exército sírio, atacou os vilarejos sunitas de Al-Qusayr. Um porta-voz do 
Exército livre disse que a "invasão do Hezbollah a região foi coordenada com apoio 
da Força Aérea Síria". Em resposta, o ELS atacou dois postos de controle do 
Hezbollah em 21 de fevereiro, perto da fronteira com o Líbano. Cinco dias depois, um 
comboio de soldados sírios e do Hezbollah foi emboscado e todos os passageiros 
foram mortos. Líderes de movimentos políticos libaneses, como a Aliança de 14 de 
março, pediram que o Hezbollah encerre todo o seu envolvimento com a guerra na 
Síria. 
19 
 
Em 25 de maio de 2013, em um discurso, o líder do Hezbollah, Hassan 
Nasrallah, afirmou que a organização está "comprometida em ajudar Assad a se 
manter no poder" e que a Síria e o Líbano estão ameaçados por "militantes sunitas 
radicais" e rechaçou a possibilidade de apoiar a oposição, dizendo que o Hezbollah 
"não pode estar na mesma frente que os Estados Unidos, Israel e os sunitas 
extremistas". Esta foi a primeira vez que a liderança do Hezbollah falou abertamente 
sobre a intervenção do grupo na guerra civil síria em favor do regime, que nas décadas 
anteriores sempre foi um importante aliado da milícia. 
Em fevereiro de 2012, foi reportado que o então presidente venezuelano, Hugo 
Chávez, enviou centenas de milhões de dólares em combustível para a Síria, que 
seria usado para abastecer tanques e outros veículos de combate. No mês seguinte, 
enquanto preparava um terceiro carregamento, a Venezuela confirmou que 
continuaria a fornecer combustível diesel para o governo sírio. O The Wall Street 
Journal obteve documentos que provariam um quarto carregamento de diesel enviado 
em julho de 2012. Enquanto estava vivo, Chávez já havia expressado abertamente 
apoio ao regime Assad. 
Em 21 de setembro de 2012, autoridades iraquianas reportaram que eles 
recusaram um pedido da Coreia do Norte de usar o espaço aéreo do país como rota 
para carregamentos aéreos de armas para a Síria. No começo daquele ano, a ONU 
condenou a venda der armas norte-coreanas para a Síria e para Myanmar, que violava 
sanções internacionais de vendas de armas. O relatório das nações unidas confirmava 
que a Coreia do Norte mantinha rotas regulares de suprimentos de armas para o 
governo sírio, apesar das sanções impostas em 2006 e em 2009. Novos 
carregamentos de armamentos foram feitos durante o decorrer da guerra civil síria. 
A China vetou, no começo de 2012, uma resolução do Conselho de Segurança 
da ONU com sanções contra a Síria. Em setembro, o governo chinês declarou que 
adotaria uma postura "imparcial" na guerra civil síria, se distanciando do regime sírio. 
Depois de um encontro com a então secretária de estado americana, Hillary Clinton, 
os chineses anunciaram que estariam dispostos a apoiar um novo governo de 
transição na Síria, apesar do país ainda dizer que não apoiaria uma intervenção 
estrangeira no conflito. 
20 
 
O governo da Argélia tem sido um dos poucos países árabes ou islâmicos a 
se opor a qualquer tipo de sanção contra o regime de Bashar al-Assad. O país (junto 
com o Irã), se opôs a suspensão da Síria na Organização da Conferência Islâmica em 
2012. Eles também se opuserem a decisão da Liga Árabe que encorajava apoio militar 
e logístico a oposição e ainda se recusaram a apoiar a decisão da comunidade de 
reconhecer a Coalizão Nacional Síria da Oposição e das Forças Revolucionárias 
como legítimos representantes do povo sírio, decisões estas tomadas em 2013. A 
posição da Argélia foi apoiada apenas por Iraque e Líbano. Não há informações 
concretas que o governo argelino está enviando armas ao regime de Assad, mas 
rumores dizem que aviões militares do país foram enviados a Síria carregando 
equipamentos. O governo da Argélia já se declarou contra uma mudança de regime 
na Síria. 
5.1.2 Opositores do governo sírio 
No começo de 2011, a oposição, que até então ou era silenciada ou 
representada por pequenos grupos autorizados pelo regime, organizou-se em comitês 
regionais pelo país. A maior parte da oposição tem origem nativa e vinham de áreas 
rurais sunitas da classe baixa. Os grupos de oposição começaram a sua 
autoproclamada revolução em março de 2011, quando tomaram as ruas dos principais 
centros urbanos para protestar por mais democracia e pelo fim do regime de Bashar 
al-Assad. Os primeiros movimentos contra o governo teriam caráter pacífico e 
buscavam uma transição moderada de poder. Contudo, com a repressão, soldados 
desertores e civis armados iniciaram uma insurreição armada contra o regime. A partir 
de julho do mesmo ano, combates violentos já eram reportados em várias cidades 
pela Síria, dando início a uma "guerra civil" propriamente dita. O principal grupo 
armado no começo do conflito a se opor ao governo central foi o "Exército Livre da 
Síria", encabeçado por ex oficiais do regime que mudaram de lado. 
Com o decorrer dos anos, a oposição, contudo, começou a se descentralizar. A 
constante guerra de atrito contra o regime e disputas internas por poder dentro da 
própria oposição fez com que estes enfraquecessem sua posição. Se aproveitando 
disso, organizações extremistas como o Estado Islâmico do Iraque e do Levante 
(EIIL), outrora amigos dos rebeldes, passaram a combater tanto o governo quanto a 
oposição, com seu objetivo maior de conquistar o poder hegemônico na região. O 
21 
 
conflito na Síria passou então de uma simples luta por poder para uma guerra de 
cunho sectário e religioso, ceifando a vida de mais de 200 mil pessoas. 
Em julho de 2012, o governo dos Estados Unidos passou a apoiar 
financeiramente o chamado "Grupo de Apoio sírio", que ajuda a financiar o Exército 
Livre da Síria. A CIA, teria agentes trabalhando na região, facilitando o contrabando 
de rifles, armas antitanque e munição para fuzis, além de outros equipamentos, para 
a oposição síria. O Departamento de Estado americano também reportou ter dado 
uma ajuda financeira no valor de US$15 milhões de dólares a grupos de oposição na 
Síria. Segundo relatórios divulgados, as forças armadas dos Estados Unidos 
manteriam até 150 soldados na Jordânia para ajudar no treinamento das organizações 
de guerrilheiros sírios. 
A partir de 2012, os Estados Unidos, o Reino Unido e a França passaram a 
prover a oposição enormes quantidades de armamentos não letais, incluindo 
equipamentos de comunicação e suprimentos médicos. A Inglaterra também dá apoio 
com inteligência a partir de sua base no Chipre, em cooperação com militares turcos 
e com rebeldes anti-Assad. A CIA também apoia a oposição, tendo supostamente feito 
operações clandestinas na fronteira entre a Síria e a Jordânia, ajudando rebeldes, 
contrabandeando armas e fornecendo outros tipos de apoio logístico. Os agentes de 
inteligência ocidental também ajudariam em formar novas rotas de suprimentos e 
treinamento no uso de equipamentos eletrônicos e de comunicação. 
No início de 2013, o governo britânico e o francês anunciaram suas intenções 
de começar a enviar armamento pesado para os rebeldes, apesar do embargo de 
armas imposto da União Europeia, que vigorava até então. 
Ao fim de maio de 2013, o senador americano John McCain visitou a Síria e se 
encontrou com lideranças rebeldes no território. O político republicano temsido uma 
das principais vozes nos Estados Unidos em favor da oposição síria, pedindo ao 
governo Obama que reconsidera sua visão de não armar os rebeldes com 
equipamentos pesados. Ele também é defensor de uma zona de exclusão aérea sobre 
o país e advoga por uma maior influência americana na região. 
Em 14 de junho de 2013, o vice-conselheiro de segurança da Casa Branca 
anunciou que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama autorizou um aumento 
22 
 
na ajuda militar ao Exército Livre da Síria. Fontes ligadas a liderança americana 
afirmaram que os Estados Unidos haviam rejeitado a ideia de uma zona de exclusão 
aérea sobre a Síria. Esta notícia veio após os serviços de inteligência ocidentais 
supostamente confirmarem que o governo de Assad usou armas químicas em 
combate, algo que o presidente Obama afirmou que "não seria tolerado". 
No dia 7 de dezembro de 2013, os Estados Unidos anunciaram que 
suspenderiam a ajuda, em forma de armamento não-letal, para os rebeldes na Síria. 
O anúncio foi feito após ter sido confirmado que milicianos da chamada "Frente 
Islâmica" tomaram bases militares pertencentes ao Exército Livre. 
Em julho de 2014, os Estados Unidos lançaram no Iraque uma campanha de 
bombardeios aéreos contra alvos estratégicos dos militantes extremistas do chamado 
Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Combatentes deste grupo conquistaram, 
aproveitando-se do caos na região, entre 2012 e o meados de 2014, uma enorme 
porção do território iraquiano e sírio. Então, para fortalecer a oposição síria, que além 
de combater o EIIL ainda travava uma luta sangrenta contra as tropas do regime 
Assad, os americanos afirmaram que iriam expandir os programas de treinamento aos 
rebeldes sírios, além de fornecer equipamentos militares a estes. Em setembro, o 
Senado americano aprovou o plano do presidente Barack Obama de armar e melhor 
preparar os combatentes da oposição. 
O governo da Arábia Saudita, supostamente, é uma das principais fontes de 
financiamento e armas para a oposição síria, auxiliando também no contrabando de 
armamento pesado, muito deste vindo da Croácia, através de rotas clandestinas na 
fronteira Arábia Saudita-Jordânia. As armas começaram a chegar aos rebeldes em 
dezembro de 2012, o que teria permitido aos rebeldes passar para a ofensiva em 
várias localidades contra as forças leais ao regime de Damasco. Essas ações seriam 
uma resposta aos maciços envios de armamentos e suprimentos feitos pelo Irã para 
abastecer as forças do presidente Assad. 
No começo de 2013, armas antigas da extinta Iugoslávia foram vistas sendo 
usadas por forças rebeldes em combate nas regiões de Dara, Hama, Idlib e Alepo. 
O ministério de relações exteriores da Croácia negou o envio de armas a Síria, 
e autoridades sauditas não comentaram sobre as recentes descobertas. Rifles de 
23 
 
assalto oriundos da Ucrânia, granadas feitas na Suíça e fuzis e rifles de origem belga 
também teriam ido parar nas mãos da oposição, por meio da Arábia Saudita. O 
governo dos Emirados Árabes Unidos também foram acusadas de enviar, ilegalmente, 
vários carregamentos de armas oriundas da Europa. 
Estados árabes sunitas estariam preocupados que os envios de armas do Irã 
para o governo sírio estejam mudando o "balanço de poder" na região, botando de um 
lado os governos sunitas contra o governo de Assad e Hezbollah, apoiados pelos 
iranianos. 
Em julho de 2013, o novo líder da oposição, Ahmad Jarba, afirmou que o 
governo saudita estaria enviando para a Síria diversas novas "armas avançadas" para 
serem usadas pelos rebeldes. 
A Turquia, outrora aliada da Síria, condenou a violência da repressão do regime 
da família Assad e passara a pedir a renúncia do líder sírio. Os turcos estariam 
abrigando e treinando membros das guerrilhas anti-Assad e, em território turco, em 
julho de 2011, foi criado o chamado Exército Livre da Síria, unificando os grupos de 
oposição armados. Eles passaram a receber vasto apoio dos serviços de inteligência 
turco. Junto com a Arábia Saudita e o Qatar, a Turquia vem fornecendo aos rebeldes 
armamentos pesados e outros equipamentos militares. Isso levou a grandes tensões 
entre os governos sírio e turco. 
O governo de Ancara, liderado pelo primeiro-ministro do país, Recep Tayyip 
Erdoğan, também vem dando auxilio a dissidentes políticos sírios. Ativistas da 
oposição tem usado Istambul como um ponto de encontro de opositores do regime do 
ditador Bashar al-Assad, e o comandante do Exército Livre da Síria, o principal grupo 
de oposição armada da Síria, o coronel Riad al-Asaad, toma refúgio em território do 
país. A Turquia tem, com o passar do conflito, tornado-se cada vez mais hostil ao 
governo de Assad. Desde maio de 2012, opositores sírios têm sido, supostamente, 
armados e treinados em larga escala pelos serviços de inteligência turcos. 
A Turquia mantém um pequeno enclave dentro da própria Síria, a Tumba de 
Suleyman Shah, na banda direita do rio Eufrates na província de Alepo, próximo do 
vilarejo de Qarah Qawzak (Karakozak). A tumba é guardada por uma pequena 
guarnição de militares turcos. Até o momento, não houve distúrbios na região. Até a 
24 
 
derrubada de um caça turco por forças sírias em junho de 2012, a guarnição no local 
contava com um total de 15 homens. Após o incidente, a Turquia dobrou número de 
soldados fazendo a proteção do local, enquanto o primeirio-ministro Erdoğan alertou 
que "a tumba de Suleyman Shah e os arredores são território turco. Qualquer 
agressão contra aquela região seria o mesmo que um ataque ao nosso território ou 
ao território da OTAN. 
Em 22 de junho de 2012, um caça turco F-4 Phantom foi abatido por forças do 
governo sírio e ambos os pilotos a bordo morreram. O governo de Damasco afirmou 
que derrubou a aeronave enquanto voava perto do vilarejo costeiro de Om al-Tuyour, 
enquanto sobrevoava águas sírias. O ministro de relações exteriores da Turquia, por 
sua vez, alegou que o caça sobrevoava espaço aéreo internacional e acidentalmente 
entrou em território sírio durante um treinamento. O primeiro-ministro turco, Recep 
Tayyip Erdogan,pediu uma retaliação dizendo que "as regras de combate das forças 
armadas turcas mudaram [...] a Turquia irá apoiar o povo sírio até que se livrem do 
seu ditador e de sua gangue". O presidente sírio, Bashar al-Assad mais tarde 
expressou pesar pelo incidente. Em agosto de 2012, relatórios vazados por jornais 
turnocs alertou que o alto comando das forças armadas da Turquia, deliberadamente 
enganaram seu governo sobre onde o caça voava quando foi abatido. Um dos 
relatórios dizia que um posto de comando da OTAN em Izmir e uma base de radar do 
Reino Unido no Chipre, teriam confirmado que o F-4 turco foi, de fato, abatido em 
águas turcas e que sua trajetória de voo foi "dificilmente acidental". Os militares turcos 
negaram esta informação. Também foi levantada a hipótese por jornais turcos, 
segundo fontes do gabinete do Procurador-Geral Militar da Turquia, de que o avião 
teria caído por falha mecânica no motor, mas a ideia foi contestada pelas partes 
envolvidas. 
Existem vários guerrilheiros estrangeiros lutando em nome da oposição na 
guerra civil síria para tentar derrubar o regime Assad, sendo que milhares deles 
entram pela fronteira turca a cada mês. Enquanto alguns são jihadistas, outros, como 
os Mahdi al-Harati, se uniram para se juntar a revolução síria. Um dos principais 
grupos de jihadistas atuando na Síria é a chamada Frente Al-Nusra, liderada por Abu 
Muhammad al-Julani. Este grupo tem alguns dos veteranos de combate mais testados 
e capacitados entre os guerrilheiros da oposição síria. Contudo, os Estados Unidos já 
declararam a Jabhat al-Nusra como uma organizaçãoterrorista. 
25 
 
A Al-Qaeda e outros grupos de fundamentalistas islâmicos já se declararam 
abertamente anti-Assad. Segundo fontes da inteligência americana, grupos ligados a 
Al-Qaeda no Iraque tem conduzido ataques a bomba contra alvos do governo sírio, e 
que o lider da organização, Ayman al-Zawahiri, condenou o regime do presidente 
Bashar al-Assad. Várias organizações de fundamentalistas islâmicos, como a Fatah 
al-Islam, tem conduzido ataques na Síria. 
Em 12 de julho de 2013 foi reportado que Kamal Hamami, um comandante do 
Exército Livre da Síria, foi morto por islamitas ligados a grupos radicais. Os rebeldes 
afirmaram que o assassinato, perpetrado por uma milícia chamada Estado Islâmico 
do Iraque, foi o equivalente a uma declaração de guerra. Isso aumentou ainda mais o 
racha entre militantes da oposição secular e os fundamentalistas islâmicos. 
Imagem 6 - Soldados do Exército Livre da Síria 
 
Fonte: Google – Foto: Allepo, 22 de agosto – Saad AboBrahim / Reuters 
De acordo com relatórios de inteligência ocidentais, a parte oeste do Iraque, de 
maioria sunita, seria um ponto de passagem de suprimentos e guerrilheiros para o 
território sírio, a fim de apoiar a oposição daquele país. Grupos armados dentro do 
Iraque formaram o chamado "Exército livre iraquiano" e tem apoiado a oposição, 
militarmente, contra o regime da família Assad. 
Alguns países cortaram relações com o regime de Assad: os Estados do Golfo, 
a Líbia, Tunísia, Reino Unido, Espanha, Turquia, Canadá, os Estados Unidos, Bélgica, 
entre outros. 
26 
 
O então ministro do desenvolvimento de Israel, Ayoob Kara, disse que seu 
governo estava facilitando a ajuda para refugiados sírios e também estava em contato 
com vários oficiais do governo sírio que tinham desertado. Mas Kara alertou que, 
apesar da ajuda a oposição, Israel não tem planos de interfirir militarmente na guerra 
civil síria. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que não 
descarta fornecer armamento aos rebeldes e acrescentou que seu país tem que 
"sinalizar para o mundo muçulmano que Israel irá se juntar a eles na luta contra um 
inimigo comum que é o Irã". 
Em 16 de agosto de 2012, a Organização da Conferência Islâmica (OCI) 
suspendeu a Síria como Estado membro do grupo, apesar da oposição do presidente 
do Irã. A atitude foi tomada devido a "extrema violência por parte das forças do 
Presidente Assad em reprimir o levante". 
O Qatar é um dos maiores fornecedores de armas e de apoio político a 
oposição na Síria. Segundo informações de jornais árabes, o governo deste país tem 
focado sua ajuda no auxilio e aparelhamento de grupos guerrilheiros sírios, muitos 
ditos como terroristas, como a Jabhat al-Nusra. 
O novo governo que emergiu na Líbia logo se tornou um dos principais aliados 
da oposição na Síria, oferecendo-lhes armas e informações de inteligência, além de 
financiamento. 
O Hamas, grupo palestino de orientação fundamentalista islâmica, estaria 
enviando especialistas à Damasco para ajudar no treinamento de milicianos anti-
Assad da chamada "Brigada Qassam", em adição ao suporte que já dava a eles em 
termos de logistica. No início da guerra, o Hamas (assim como várias outras 
organizações palestinas) havia declarado apoio ao regime sírio e ao Hezbollah. 
Contudo, nos últimos meses, essa postura mudou e o grupo passou abertamente a 
apoiar a causa da oposição síria. O Hamas, contudo, negou que esteja ajudando 
qualquer lado no conflito. 
 
 
 
27 
 
Imagem 7 - Envolvimento estrangeiro na guerra da Síria 
 
 Legenda: Fonte: Envolvimento estrangeiro na Guerra Civil Síria, Wikipédia. 
 Síria (vermelho) 
 Apoio (azul) 
 Oposição (verde) 
 
 
 
 
 
6 ATULIDADES 
Desde o início do conflito vários civis já foram mortos, entre eles mulheres e 
crianças. Ao longo desses quase 7 anos de conflito, vários ataques, com armas de 
fogo e até armas químicas já aconteceram, fazendo com que países começassem a 
investigar o governo sírio alegando crimes de guerra. A seguir, será mostrado fatos 
relevantes de acontecimentos recentes na Síria, e suas consequências. 
“O número de mortos pelo suposto bombardeio químico ocorrido na terça-feira 
(4), na cidade de Khan Sheikhun, no Norte da Síria subiu para 72 pessoas entre elas 
20 crianças, segundo informações divulgadas nesta quarta-feira (5) pelo Observatório 
Sírio de Direitos Humanos. Entre os mortos, também estão 17 mulheres, segundo a 
ONG, que anteriormente tinha estimado em 58 o número de pessoas mortas na 
cidade, que está em uma zona sob controle rebelde. O número pode aumentar porque 
algumas pessoas estão desaparecidas, afirmou a ONG. A ONG alertou que, nas 
últimas horas, aconteceram novos bombardeios em Khan Sheikhun, realizados por 
aviões de guerra não identificados, mas não há registro de vítimas”. 
28 
 
Na terça (4), Grã-Bretanha, França e Estados Unidos apresentaram um projeto 
de resolução ao Conselho de Segurança da ONU condenando o ataque e exigindo 
uma completa investigação, o mais cedo possível. Segundo a agência AFP, o texto 
pede à Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAC) que informe 
rapidamente os resultados de suas investigações. O texto "condena, nos termos mais 
firmes, o uso de armas químicas" na Síria e manifesta "indignação" pelo uso de gases 
tóxicos nesta guerra, que devasta a Síria há seis anos. O projeto também pede à Síria 
que entregue planos de voo, diários de voo e outras informações sobre suas 
operações militares no dia do ataque. O documento solicita ainda a Damasco que 
entregue aos investigadores da ONU os nomes de todos os comandantes de 
esquadrões de helicópteros, e que permita sua reunião com militares de alta patente 
no prazo de cinco dias. 
A Síria também deverá permitir que equipes da ONU e da OPAQ visitem as 
bases áreas a partir das quais podem ter partido as aeronaves que lançaram o ataque 
químico. O projeto prevê a adoção das medidas estabelecidas no capítulo VII da Carta 
das Nações Unidas, que inclui sanções. O projeto foi enviado aos 15 membros do 
Conselho antes da reunião de emergência solicitada por França e Reino Unido sobre 
o ataque, marcada para esta quarta. Os três países querem votar o projeto de 
resolução durante a reunião. 
A ideia, no entanto, deve ser vetada pela Rússia, aliada do regime de Bashar 
al-Assad e membro permanente do Conselho de Segurança, que nesta quarta-feira 
(5) chamou a proposta de "inaceitável", segundo o Ministério da Defesa russo, a Força 
Aérea síria bombardeou um depósito de armas de rebeldes. 
“As imagens de um menino sírio morto numa praia da Turquia viraram símbolo da 
crise migratória que já matou milhares de pessoas do Oriente Médio e da África que 
tentam chegar à Europa para escapar de guerras, de perseguições e da pobreza. 
O corpo do menino apareceu em uma praia em setembro de 2015. Pelo menos 
nove sírios morreram, segundo a agência AFP -- outros veículos já citam 12. As duas 
embarcações haviam partido de Bodrum e tentavam chegar à ilha grega de Kos, 
anunciaram as autoridades locais. A foto virou um dos assuntos mais comentados no 
Twitter e diversos veículos da imprensa internacional o destacaram como emblemática da 
29 
 
gravidade da situação, até mesmo com potencial para ser um divisor de águas na política 
europeia para os imigrantes”. 
"Se estas imagens com poder extraordinário de uma criança síria morta levada a 
uma praia não mudarem as atitudes da Europa com relação aos refugiados, o que 
mudará?", questiona o jornal britânico "Independent". As fotos são "um forte lembrete de 
que, enquanto os líderes europeus progressivamente tentamimpedir refugiados e 
imigrantes de se acomodarem no continente, mais e mais refugiados estão morrendo em 
seu seu desespero para escapar da perseguição e alcançar a segurança", acrescenta. 
"The Guardian", outro jornal britânico, disse que as fotos levaram para as casas 
das pessoas "todo o horror da tragédia humana que vem acontecendo no litoral da 
Europa". 
O americano "Washington Post" classificou a imagem de "o mais trágico símbolo 
da crise de refugiados do Mediterrâneo". 
O mundo enfrenta a pior crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial, 
segundo organizações, como a Anistia Internacional e a Comissão Europeia. Mais de 350 
mil imigrantes atravessaram o Mediterrâneo desde janeiro deste ano e mais de 2.643 
pessoas morreram no mar quando tentavam chegar à Europa, segundo dados da OIM 
(Organização Internacional para as Migrações). 
Quase 220 mil chegaram à Grécia e quase 115 mil, à Itália. Mais de 2 mil chegaram 
à Espanha e uma centena a Malta. O número no decorrer de 2015 supera com folga o 
total de 2014, quando 219 mil migrantes tentaram atravessar o Mediterrâneo. A maioria 
dos migrantes que chegam à Grécia por mar são sírios em fuga da guerra em seu país. 
Entre os que chegaram à Itália, os mais numerosos são os eritreus. 
A travessia do Mediterrâneo é feita em botes ou em embarcações superlotadas, 
sem os mínimos requisitos de segurança, por traficantes de pessoas. A viagem pode 
custar mais de R$ 10 mil por pessoa, o que torna o negócio altamente lucrativo - uma 
única embarcação pode render US$ 1 milhão, segundo o site de notícia G1. 
 
6.1 Guerra na Síria em números 
 4,5 milhões de refugiados, a maioria mulheres e crianças; 
 A maioria procura abrigo no Líbano, Jordânia e Turquia; 
30 
 
 A Europa recebe 10% dos refugiados, que enfrentam ataques 
motivados por xenofobia; 
 6,5 milhões de pessoas foram deslocadas internamente; 
 1,2 milhão de sírios foram obrigados a deixar suas casas somente em 
2015; 
 70% da população não têm acesso à água potável; 
 8 milhões de crianças foram afetadas; 
 2 milhões de crianças estão fora da escola; 
 Antes da guerra, a população era de 24,5 milhões; 
 A população caiu para 17,9 milhões após o conflito; 
 Antes de 2011, o desemprego chegava a 11% da população; 
 Entre 2011 e o primeiro semestre de 2016, 50% da população estava 
desempregada; 
 A pobreza atinge 80% a população, que não têm condições de acesso 
a alimentos básicos; 
 A inflação dificulta o acesso aos alimentos, o leite ficou 20 mil vezes 
mais caro, o pão 3 mil vezes e os ovos 6,5 mil vezes; 
 Desde o início do conflito, 336 ataques foram lançados contra 240 
centros médicos; 
 Com a guerra, a expectativa de vida é de 20 anos; 
 Mais de 2 mil pessoas morreram afogadas no Mar Mediterrâneo, 
tentando chegar à Europa; 
 Entre os mortos no mar, 30% eram crianças; 
 
 
7 IMIGRAÇÃO 
Crise migratória na Europa, também conhecida como crise migratória no 
Mediterrâneo e crise de refugiados na Europa, é como denomina-se a crítica situação 
humanitária vivida pelas centenas de milhares de refugiados, oriundos 
majoritariamente da África e Oriente Médio, e da Ásia (em menor proporção), que 
buscam chegar na Europa Ocidental. 
31 
 
Esse fluxo migratório atingiu níveis críticos ao longo de 2015, com um aumento 
exponencial (de centenas de milhares de pessoas) tentando entrar na Europa e 
solicitando asilo, fugindo de seus países, devido 
a guerras, conflitos, fome, intolerância religiosa, terríveis mudanças climáticas, 
violações de direitos humanos, desesperança e outros, e somando-se a tudo isso, 
uma ação massiva de intimidação, violência e opressão executadas por grupos que 
controlam o tráfico ilegal e exploram esses migrantes totalmente vulneráveis. 
 
Imagem 8 – Osama Abdul Mohsen e seu filho Zaid, de 7 anos correm da 
Polícia na fronteira com a Hungria, logo após serem chutados por jornalista. 
 
Fonte: Jornal o Globo – Foto: Marko Djurika / Reuters 
A crise surgiu em consequência do crescente número de migrantes irregulares 
que buscam chegar aos estados membros da União Europeia, através de perigosas 
travessias no Mar Mediterrâneo e pelos Bálcãs, procedentes da África, Oriente Médio 
e Ásia do Sul. 
É a maior onda migratória e consequente crise humanitária enfrentada pela 
Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Segundo o vice-presidente da Comissão 
Europeia, Frans Timmermans, é uma "crise mundial que necessita de resposta 
europeia". 
7.1 Causas 
Entre 2007 e 2016, um grande número de imigrantes ilegais provenientes do 
Médio Oriente e África cruzaram a fronteira entre a Turquia e a Grécia, levando a 
32 
 
Grécia e a Agência de Proteção das Fronteiras Europeias (Frontex) a atualizar os 
controles nas fronteiras. Em 2012, o fluxo de imigrantes para a Grécia por terra 
diminuiu 95% após a construção de uma cerca em parte da fronteira grego-turca, que 
não segue o curso do rio Maritsa (Evros). Em 2015, a Bulgária seguiu com a 
atualização de uma cerca de fronteira para impedir os fluxos migratórios através 
da Turquia. Em particular, o reavivamento do conflito na Líbia, no rescaldo da guerra 
civil, tem contribuído para uma escalada de partidas daquele país. 
O naufrágio de migrantes ocorrido em 2013 na costa da Ilha 
de Lampedusa envolveu mais de 360 mortes, levando o governo italiano a 
estabelecer Operação Mare Nostrum, uma operação naval de grande escala que 
envolvia busca e salvamento, com alguns migrantes trazidos a bordo de um navio de 
assalto anfíbio. Em 2014, o governo italiano terminou a operação, citando o custo ser 
demasiado grande para um Estado da União Europeia sozinho gerir. 
Imagem 9 – Barco com 500 refugiados vira no mar na costa da Líbia. 
 
Fonte Revista Veja. Foto: Marinha italiana 
A Frontex assumiu a principal responsabilidade pelas operações de busca e 
salvamento, denominada Tritão. O governo italiano solicitou fundos adicionais da UE 
para continuar a operação, mas os Estados-Membros não ofereceram o apoio 
solicitado. O governo do Reino Unido citou temores de que a operação atuasse como 
um involuntário fator de atração, incentivando mais migrantes a tentar a travessia 
marítima e, assim, levando a mais mortes trágicas e desnecessárias. O 
seu orçamento mensal é estimado em 2,9 milhões de euros. 
 
 
33 
 
7.2 Números 
Segundo a Organização Internacional de Migração, até 3.072 pessoas 
morreram ou desapareceram em 2014 no Mediterrâneo durante a tentativa de migrar 
para a Europa. As estimativas globais são de que mais de 22 mil imigrantes morreram 
entre 2000 e 2014. 
Em 2014, 283.532 migrantes irregulares entraram na União Europeia, 
sobretudo seguindo a rota do Mediterrâneo Central, Mediterrâneo Oriental e rotas dos 
Bálcãs Ocidentais. 220.194 migrantes atravessaram fronteiras marítimas da UE 
na Europa Central, Oriental e Ocidental do Mediterrâneo (um aumento de 266% em 
relação a 2013). Metade deles tinha vindo da Síria, Eritreia e do Afeganistão. 
Imagem 6 – milhares de refugiados vagam em direção a Alemanha 
 
Fonte: InfoEscola – Foto: Janossy Gergely / Shutterstock 
Em 2015 até o mês de setembro, a OIM (Organização Internacional de 
Migração) afirmou que o número de imigrantes havia batido a marca de 350.000. A 
Alemanha estimou em 800.000 o número de pessoas que pediram asilo a algum país 
da União Europeia em 2015 
7.3 Rotas 
A partir de agosto de 2015, a Frontex reconheceu as seguintes rotas gerais 
sobre mar e em terra utilizados pelos imigrantes ilegais e traficantes de seres humanos 
para entrar na EU: 
 A rota Ocidental Africana; 
34 
 
 A rota do Mediterrâneo Ocidental; 
 A rota do Mediterrâneo; A rota Puglia e da Calábria; 
 A rota circular da Albânia para a Grécia; 
 A rota dos Balcãs Ocidentais (da Grécia pela Macedônia e Sérvia para a 
Hungria); 
 A rota do Mediterrâneo Oriental; 
 A rota das fronteiras orientais; 
 
Uma vez na Europa, os imigrantes tentam chegar aos países mais ricos, 
como França, Alemanha e Reino Unido. Muitos, para tentar chegar ao Reino Unido 
pelo Eurotúnel, ficam acampados na chamada Selva de Calais, na França, onde se 
arriscam em caçambas de caminhões, o que levou os governos francês e britânico a 
intensificar a fiscalização na passagem, gerando atrasos. No início de setembro de 
2015, a crise se intensificou na Hungria, pois é parte da principal rota que leva 
imigrantes do Oriente Médio, principalmente da Síria para países mais ricos, 
notadamente a Alemanha. A massa de gente tentando tomar trens para o país levou 
ao fechamento da Estação Central de Budapeste, mas foi reaberta no final da primeira 
semana do mês. 
O aumento do fluxo contínuo levou a Hungria a fechar a fronteira com a Sérvia, 
ao mesmo tempo que construiu uma segunda barreira na sua fronteira com a Croácia. 
Com a fronteira fechada entre a Sérvia e a Hungria, a Croácia tornou-se a rota mais 
utilizada para os que pretendem chegar ao centro e norte da Europa. O crescente 
fluxo de imigrantes levou a Eslovénia a barrar comboios vindos da vizinha Croácia 
Nos termos da Convenção de Dublin, se uma pessoa que entrou com pedido 
de asilo num país da UE atravessa as fronteiras ilegalmente para outro país, eles 
serão devolvidos para o primeiro. Diante do agravamento da crise migratória em 2015, 
a Hungria tornou-se sobrecarregada por pedidos de asilo e suspendeu parte dos 
acordos firmados na Convenção. Seguindo este mesmo caminho, em 24 de agosto, a 
Alemanha decidiu também suspender a Convenção de Dublin no que diz respeito 
refugiados sírios para poder processar seus pedidos de asilo que já haviam dado 
35 
 
entrada. Em 2 de setembro de 2015, a República Checa também decidiu desafiar a 
Convenção de Dublin para atender aos pedidos de refugiados sírios que já haviam 
solicitado asilo em outros países da UE e que chegavam ao país. 
No início de setembro de 2015 a Alemanha afirmou que facilitará a entrada de 
imigrantes e os pedidos de asilo para viver em seu território, dessa forma o país 
espera receber até 400 mil refugiados só em 2015. Em 11 de setembro a Comissão 
Europeia discutiu planos para tentar distribuir entre os países-membros da UE 160 mil 
refugiados, porém a proposta foi prontamente rejeitada 
pela Chéquia, Hungria, Polónia e Eslováquia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Estando concluído o estudo sobre a situação da Síria e consequentemente da 
crise imigratória na Europa, devido a motivações religiosas, políticas e erradas 
interpretações, e com base no objetivo geral do trabalho que é o aperfeiçoamento da 
aprendizagem através do estudo geopolítico global dos fatos históricos e da 
atualidade, propiciando aos alunos o ganho de conhecimento histórico, pode-se 
afirmar que o estudo foi satisfatório a todos os integrantes do grupo. 
Como planejado, foi feito um diagnóstico da situação da Síria e além disso, para 
que a compreensão ficasse mais clara e objetiva, foram abordadas questões 
diretamente relacionadas ao tema. A parte histórica, desde o surgimento do país foi 
esclarecido, como era o país antes da guerra civil, o que ocasionou a guerra e os 
derramamentos de sangue, quem luta contra quem e o que cada um defende, a 
ascensão dos grupos terroristas, quais as potências internacionais e seus interesses 
na região, a demora para o tão desejado fim da guerra, e as consequências da mesma 
também foram desenvolvidos no trabalho. 
Poderiam, caso haja o desejo de continuar com a pesquisa científica, focar em 
personagens diretamente ligados aos fatos, como os países que não tem tanto poder 
nas Organizações Unidas veem esses acontecimentos e o que o poder, quando dado 
para quem não tem condições de “administrá-lo”, pode fazer com países menos 
poderosos. Além disso, pode-se realizar ainda mais pesquisas relacionadas ao 
fanatismo religioso, que prega falsas interpretações, levando a divergências de 
opiniões e ações, causando ainda mais mortes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
REFERÊNCIAS 
Links para acesso: PORTAL EDUCAÇÃO – JORNAL O GLOBO SP - acesso em: 
http://educacao.globo.com 27/04/2017 18:34 
BRASIL ESCOLA – acesso em: http://brasilescola.uol.com.br 27/04/2017 19:00 
JORNAL ESTADÃO – acesso em: http://internacional.estadao.com.br 27/04/2017 
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 REVISTA ABRIL – acesso em: http://exame.abril.com.br/economia/siria-perdeu-
metade-da-sua-economia-com-guerra-civil / 27/04/2017 20:10 
G1 GLOBO.COM - http://g1.globo.com/mundo/siria/noticia/2014/05/economia-da-
siria-se-encaminha-para-a-ruina-diz-relatorio.html 27/04/2017 - 20:30 
JORNAL O ESTADÃO SP - http://topicos.estadao.com.br/siria 28/04/2017 19:40 
SUAPESQUISA.COM – SÍRIA - http://www.suapesquisa.com/paises/siria/ 28/04/2017 
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